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○ Embriologia do Sistema Nervoso
→ Formado através do folheto mais externo: o ectoderma. O primeiro indício de formação do sistema nervoso é com o espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando a placa neural (+- 20º dia de gestação).
→ A ação indutora da notocorda tem importante papel, mas vale ressaltar que ao finalizar sua “missão”, a notocorda degenera.
→ O ectoderma se fecha sobre o tubo neural, isolando-o do meio externo. Ao encontrar os lábios da goteira neural, forma a crista neural: 
→ indicações do sistema nervoso aparecem durante a terceira semana de gestação.
→ a placa neural é induzida pela notocorda e pelo mesênquima
→ as moléculas de sinalização envolvem membros da familia do fator de crescimento transformante β e SHH 
→ a fusão das pregas neurais e a formação do tubo neural começa no 5º somito e prossegue no sentido craniocaudal
→ fechamento dos neuroporos: o rostral se fecha aproximadamente no 25º dia e o caudal no 27º. Esse evento coincide com o estabelecimento da circulação vascular para o tubo neural.
* proteínas SC4 e VANGL2 estão envolvidas com o fechamento
→ as células neuroprogenitoras do tubo se espessam p/ formar o encéfalo e a medula espinhal
 
○ Desenvolvimento do encéfalo
→ começa a se desenvolver durante a terceira semana, quando a placa e o tubo neural estão desenvolvendo o neuroectoderma
→ o tubo neural se desenvolve no encéfalo 
→ há a proliferação, migração e diferenciação das células neuroprogenitoras para formar áreas especificas do encéfalo
→ a fusão das pregas neurais e o fechamento do neuroporo rostral formam três vesículas encefálicas primárias: 
 
• Flexuras encefálicas
○ Encéfalo Posterior
→ durante a 5ª semana, o encéfalo embrionário cresce rapidamente e se curva ventralmente com o dobramento da cabeça
→ Inicialmente, o encéfalo tem a mesma estrutura da medula em desenvolvimento e as flexuras,então, produzem uma grande quantidade de variações nos contornos e nas posições das substâncias branca e cinzenta. 
→ a curvatura produz a flexura do mesencéfalo na região do mesencéfalo e a flexura cervical na junção do rombencéfalo e da medula espinhal
→ flexura pontina vem do crescimento desigual do encéfalo, crescendo em direção oposta.
Ela divide o rombencéfalo nas partes caudal (mielencéfalo) e rostral (metencéfalo), onde o primeiro se torna o bulbo e o segundo a ponte e o cerebelo. 
♦ Mielencéfalo: possui uma porção caudal (porção fechada do bulbo) que se assemelha muito à medula. Os neuroblastos dessa região migram para a zona marginal, formando áreas isoladas de substância cinzenta, relacionadas com fibras que chegam da medula. A área ventral do bulbo contém um par de feixes de fibras (pirâmides) que descem do córtex cerebral em desenvolvimento. Possui outra porção rostral (parte aberta do bulbo) que forma o futuro quarto ventrículo e possui muitos núcleos motores. 
♦ Metencéfalo: suas paredes formam a ponte e o cerebelo e a parte superior do quarto ventrículo. O cerebelo se origina de espessamentos dorsais das placas alares e sua estrutura reflete seu desenvolvimento evolucionário: o arquicerebelo (lóbulo noduloflocular) tem conexão com o aparelho vestibular, o paleolocerebelo (vérmis e lobo anterior) se associa com a parte sensitiva e o neocerebelo (lobo posterior) está relacionado com o controle seletivo do movimento dos membros.
→ Plexos coróides e LCR: o plexo coróide se origina da pia-máter do quarto ventrículo. Secretam o líquido ventricular. Evaginações no teto do quarto ventrículo rompem-se e permitem que esse líquido passe para o espaço subaracnoideo. 
○ Encéfalo médio: o mesencéfalo sofre as menores alterações. Seu canal neural forma o aqueduto cerebral (liga o 3º ao 4º ventrículo), neuroblastos migram para formar os colículos (Sup. e inf) e grupos do tegmento. A substancia negra também se diferencia da placa basal. 
○ Encéfalo anterior: as vesículas telencefálicas são o primórdio dos hemisférios cerebrais e suas cavidades formam os ventrículos laterais. A parte rostral constitui o telencéfalo e a parte posterior, o diencéfalo. As cavidades do telencéfalo e diencéfalo formam o terceiro ventrículo.
Diencéfalo: nas paredes laterais do terceiro ventrículo formam-se três intumescências que posteriormente formam o tálamo, o epitálamo e o hipotálamo. 
○ Telencéfalo: constituído de uma parte mediana e de duas vesículas laterais, primórdios dos hemisférios cerebrais. 
○ Comissuras cerebrais: grupos de fibras que conectam áreas correspondentes dos hemisférios. A maior comissura é o próprio corpo caloso. As comissuras são a via natural de um hemisfério para o outro.
*Anomalias congênitas do encéfalo: mais comum que anomalias da medula. Podem resultar de problemas no fechamento do tubo neural, falha no desenvolvimento de estruturas e alterações na morfogênese. 
○ Desenvolvimento do sistema nervoso periférico: 
→ sistema nervoso periférico é constituído dos nervos cranianos, viscerais e espinhais, bem como dos gânglios 
→odas suas células sensoriais são originárias da crista neural.
♦ Desenvolvimento do sistema nervoso autônomo:
→ o simpático se origina de células da crista neural e o parassimpático de neurônios de núcleos do tronco encefálico e da região sacral da medula espinhal. 
** Tireóide:
→ é a primeira glândula endócrina a surgir no embrião
→ os hormônios tireodianos tem importante função na produção de GH, no crescimento ósseo (ativação de osteoblastos e osteoclastos) e desenvolvimento do sistema nervoso (neurônios e sinapses). 
→ crianças com hipotireioidismo congênito tendem a ter déficit no crescimento e retardo mental. 
→ deficiência de hormônios tireoidianos nos momentos críticos do desenvolvimento no SNC leva a danos profundos e provavelmente irreversíveis na maturação cerebral.
→ os hormônios da tireoide parecem estar relacionados com a diferenciação final celular, migração neuronal, crescimento axonal, sinaptogênese e mielinização. 
○ DESENVOLVIMENTO DA MEDULA ESPINHAL
→ a medula espinhal primordial se desenvolve da parte caudal da placa neural e da eminencia caudal
→ as paredes do tubo se espessam até o ponto que o canal fica minúsculo (9ª e 10ª semana)
→ inicialmente, a parede do tubo neural é composta por um neuroepitélio espesso, colunar e pseudoestratificado. 
→ zona ventricular (camada ependimária): composta pelas células neuroepiteliais que dá origem a todos os neurônios e células macrogliais da medula espinhal
→ zona marginal: parte externa e que se torna, gradualmente, a substancia branca da medula espinhal, conforme os axônios vão se desenvolvendo 
 
○ Proliferação e migração neuronal
→ proliferação se intensifica após a formação do tubo neural e ocorre paralelamente às transformações anatômicas 
→ os neurônios primitivos (neuroblastos) saem da camada mais interna (ventricular) para a camada mais externa (marginal).
→ COMO OCORRE A MIGRAÇÃO: há uma fileira de células da glia, todas justapostas, chamadas de glia radial. Os neurônios migram “aderidos” à essas células, como se fosse um trilho, até chegar a camada marginal. O momento de parar é sinalizado através de sinais moleculares.
→ Após migrarem, os neurônios jovens irão adquirir as características morfológicas e bioquímicas próprias da função que irão exercer e, então, têm que emitir seu axônio a fim de acertar seu alvo. 
* a extremidade do axônio, chamada de cone de crescimento, é especializada em tatear o ambiente e fazer essa condução. 
○ Morte programada e eliminação de sinapses: 
→ morte neuronal programada regulada pela quantidade de tecido alvo presente, uma vez que existe competição neuronal em diversos tecidos alvos. 
→ em caso de lesão, neurônios que normalmente morreriam podem ser utilizados para recuperar sinapses (neuroplasticidade). 
→ o cérebro continua crescendo até a puberdade, onde começa a eliminar sinapses desnecessárias (refinamentofuncional).
• Mielinização das fibras nervosas
→ considerado o processo final de maturação do sistema nervoso
→ a última região a concluir este processo é o córtex da região anterior do lobo frontal, responsável pelas funções psíquicas. 
→ a bainha de mielina começa a se formar na fase final do período fetal e continuam a ser formadas durante o primeiro ano pós-natal
→ a bainha é formada pela membrana chamada neurilema (derivadas das células da crista neural que migraram perifericamente e circundaram os axônios dos neurônios)
 
* Fatores teratogênicos no primeiro trimestre afetam a proliferação neuronal. No segundo ou terceiro interferem na organização neuronal, no número de sinapses e podem causar retardo mental. A desnutrição materna pode interferir diretamente no processo da mielinização.* 
O tecido nervoso é basicamente constituído por neurônios e células da glia. O neurônio é a unidade funcional, com a função básica de receber, processar e enviar informações. A neuroglia compreende células com função de sustentação, revestimento, isolamento, modulação e defesa. Após a diferenciação, os neurônios dos vertebrados NÃO se dividem, porém no bulbo olfatório e no hipocampo, neurônios novos são formados, mesmo em adultos.
→ Neurônios: células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. Possui 3 regiões:
♦ Corpo celular: núcleo, citoplasma (pericário) e organelas. É o centro metabólico, responsável pela síntese de proteínas e renovação dos constituintes celulares. Dele partem os prolongamentos.
♦ Dendritos: especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de membrana que se propagam em direção ao corpo celular e ao axônio. As espinhas dendríticas são de enorme importância. 
♦ Axônio: prolongamento longo e fino que se origina do corpo ou de um dendrito principal. Diferentes axônios apresentam comprimentos variados. Geralmente sofrem arborização terminal, se comunicando com outros neurônios ou células efetuadoras.
→ Atividade elétrica: a membrana celular separa dois ambientes: o meio intracelular onde predomina o potássio K+ e o meio extracelular onde predominam sódio Na+ e cloro Cl-. Isso é responsável por manter um potencial de membrana, sendo alterado por movimentos de íons. Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de membrana que podem se expressar por despolarização ou hiperpolarização.
♦ A despolarização é excitatória e reduz a carga negativa e deve-se à grande entrada de Na+.
♦A hiperpolarização é inibitória e significa aumento da carga negativa. Esses potenciais se propagam em direção ao corpo e em direção ao cone de implantação do axônio até a chamada zona de disparo, onde existem canais de sódio e potássio sensíveis a voltagem. A despolarização deve-se à grande entrada de Na+.
♦ Fluxo axoplasmático: fundamental para renovação dos componentes do axônio, possibilitando a manutenção de sua função.
→ Sinapses: locais de contato entre neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetuadora. Podem ser elétricas ou químicas:
♦ Elétricas: raras em vertebrados e exclusivamente entre neurônios. Há um acoplamento iônico (comunicação através de canais iônicos) permitindo a passagem direta de pequenas moléculas. Servem para sincronizar atividades de grupos de neurônios (ex: centro respiratório). O fluxo da comunicação ocorre nos dois sentidos.
♦ Químicas: grande maioria das sinapses entre neurônios e todas as neuroefetuadoras. Nas sinapses químicas existe a dependência da liberação de neurotransmissores. São sinapses polarizadas, ou seja, apenas o elemento pré-sináptico contém o neurotransmissor. 
Sinapses químicas interneuronais: uma terminação axônica entra em contato com qualquer parte de outro neurônio. O elemento pré sináptico armazena e libera o neurotransmissor, o elemento pós sináptico contém receptores para o neurotransmissor e a fenda sináptica separa as duas membranas. A transmissão sináptica ocorre da união do neurotransmissor com seu receptor na membrana pós sináptica. 
→ Sinapses químicas neuroefetuadoras: envolvem os axônios dos nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. 
• Mecanismo da transmissão sináptica: a chegada do impulso nervoso na membrana pré sináptica origina aumento dos íons cálcio, liberando os neurotransmissores que vão encontrar seus receptores na membrana pós sináptica. Pode então ocorrer uma despolarização ou hiperpolarização desses canais iônicos (ex: GABA, cloro, acetilcolina sódio). A perfeita função das sinapses exige que o neurotransmissor seja retirado da fenda, evitando sua ação por tempo prolongado. 
→ NEURÓGLIA: se relacionam com os neurônios e, diferente desses, conseguem se multiplicar. No sistema nervoso central, a neuroglia compreende astrócitos, oligodendrócitos, microglia e as células ependimárias. 
I) Astrócitos (protoplasmáticos ou fibrosos) apoiam-se em capilares sanguíneos , sustentando e isolando os neurônios. Também participam do controle dos níveis de potássio extraneuronal, captando esse íon e para a recaptação de alguns neurotransmissores. 
II) Oligodendrócitos: formação da bainha de mielina em axônios do SNC.
III) Microglia: funções fagocíticas. Possuem um papel muito importante na resposta imune do SNC.
IV) Células ependimárias: formam as paredes dos ventrículos, do aqueduto cerebral e do canal central da medula. Constituem os plexos coroides, responsáveis pela formação do LCR.
* No sistema nervoso periférico, a neuroglia compreende as células satélites e as células de Schwann. As células satélites circulam o pericário dos neurônios e dos gânglios e as de Schwann formam a bainha de mielina no SNP. 
○ DESENVOLVIMENTO DAS MENINGES ESPINHAIS
MENINGES: membranas conjuntivas denominadas meninges que envolve o SNC, sendo elas:
1) dura-máter
2) aracnoide
3) pia máter
→ as meninges se desenvolvem a partir da crista neural e do epêndima entre o 20º e 35º dia
→ pia-máter e aracnóide constituem um só folheto em período embrionário – considerada formação única: LEPTOMENINGE ou MENINGE FINA.
→ já a dura-máter: PAQUIMENINGE ou MENINGE ESPESSA.
→ a dura-máter é formada pelo mesênquima que circunda o tubo neural (ocorre espessamento da meninge primitiva). 
→ A origem da aracnoide e da pia-máter por uma só camada é evidenciada no adulto pelas trabéculas aracnoideas. 
 
DURA MÁTER 
→ meninge mais superficial – formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágeno, contendo vasos e nervos
→ a dura-máter encefálica difere da espinhal por ser formada por dois folhetos – interno e externo
→o folheto externo não tem potencial osteogênico como em periósteos – dificulta consolidação de fraturas no crânio e tem regeneração impossibilitada a regeneração óssea craniana – característica vantajosa considerando que um calo ósseo internamente no crânio constituiria grave fator de irritação de tecido nervoso.
→ aderência da dura-máter aos ossos cranianos (não existe no encéfalo espaço epidural como na medula).
→ camada externa muito vascularizada – principal artéria meníngea média- e, em geral, meninge ricamente inervada.
Pregas: áreas em que o folheto interno destaca-se do externo formando pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos amplamente comunicantes. 
Cavidades : cavo trigeminal/ de Meckel ou loja do gânglio trigeminal – contém o gânglio trigeminal.
Seios - canais venosos revestidos por endotélios e fica entre os dois folhetos – dispõe-se ao longo das pregas. 
→ sangue proveniente de veias encefálicas e globo ocular é drenado para esses seios – seguem para veias da superfície craniana extrema por veias. 
ARACNÓIDE
→delicada e justaposta à dura-máter – há um espaço subdural contendo um líquido necessário à lubrificação.
→entre aracnoide e pia-máter – espaço subaracnóideo que contém o líquor. 
→ trabéculas aracnóideas – atravessam para ligar-se a pia-máter.Cisternas subaracnóides – como a aracnoide acompanha os sulcos e giros ( mais que a pia-máter mas grosseiramente comparado a dura-máter) – a distancia/ profundidade formada no espaço subaracnóideo é variável 
→ nas áreas dilatadas em que se forma as cisternas com grande volume de líquor. 
Granulações – tufos que penetram interior dos seios da dura-máter que levam à prolongamentos no espaço subaracnóideo – divertículos em que o líquor separa-se do sangue unicamente por endotélio e delgada camada.
→ nesse ponto que cai sangue e há absorção de líquor.
• PIA-MÁTER
→ meninge mais interna em que relevos e depressões acompanham o fundo dos sulcos - fornece resistência aos órgãos nervosos (moles).
→ porção mais profunda possui numerosos prolongamentos dos astrócitos constituindo uma membrana pio-glial.
→ acompanha vasos que penetram tecido nervoso – pelo espaço subaracnóideo – formando parede externa dos espaços perivasculares. – manguito protetor de vasos contendo líquor – reduz os efeitos da pulsação de artérias ou picos de pressão local. 
→ espaço perivascular segue até a fusão da pia com a adventícia do vaso. 
• LÍQUOR - líquido cerebroespinhal 
→fluido aquoso incolor presente no espaço subaracnóideo e cavidades ventriculares.
→ confere proteção mecânica do SNC contra pressões e choques – SNC fica submerso.
 → é ativamente secretado por epitélio ependimário – principalmente plexos coroides – com transporte ativo de NaCl e demanda água para equilíbrio osmótico. 
→ é reabsorvido pelas glanulações aracnóideas – desembocando na circulação sistêmica.
→ a produção em um sentido e reabsorção em outro + as pulsações de artérias intracranianas = configuram fator de circulação.
○ CRISTA NEURAL: 
→ logo após sua formação, são contínuas no sentido craniocaudal. 
→ rapidamente se dividem dando origem a diversos fragmentos que vão formar os gânglios espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos espinhais. É aí onde ocorre a diferenciação dos neurônios (sensitivos, pseudounipolares...) 
 
→ Os elementos que derivam da crista neural são:
1) Gânglios sensitivos 2) Gânglios do sistema autônomo (viscerais)
3) Medula suprarrenal 4) Melanócitos
5)Células de Schwann 6) Anfícitos (células da Glia) 
7) Meninges 
→ a lâmina do teto dá origem ao epêndima da tela coroide e dos plexos coroides
○ Influência dos teratógenos na formação do sistema nervoso
♦ Álcool: o álcool interfere no transporte do ácido fólico em cerca de 25%. 
→ por ser solúvel, não se liga a nenhum tecido e pode atravessar a placenta e a barreira hematoencefálica. 
→ a administração de álcool causa migração defeituosa de neurônios imaturos, levando a uma anormalidade da citoarquitetura neuronal e das células ectópicas. 
→ O etanol pode prejudicar o desenvolvimento do SNC quase que por toda a gravidez. A imaturidade das enzimas fetais contribui para um acúmulo de ácidos graxos, podendo contribuir para a SAF. Além disso, o feto utiliza muito oxigênio para metabolizar o álcool, causando hipóxia. 
→ o álcool causaria aumento da quantidade de prostaglandinas, prejudicando a organogênese, e induz a formação de radicais livres que causariam apoptose celular, também prejudicando a organogênese. 
→ o álcool também pode interromper os processos de migração e maturação celular, modificando a morfologia das membranas celulares.
♦ Tabagismo: 
→ a nicotina causa vasoconstrição dos vasos do útero e da placenta, gerando hipóxia fetal e também chega rapidamente ao cérebro podendo causar hiperestimulação ou depressão
→ o monóxido de carbono altera a curva de dissociação da oxihemoglobina, prejudicando a oxigenação dos tecidos. No sistema nervoso, o CO tem potente ação de toxina, podendo causar lesões neurológicas temporárias ou permanentes.
♦ Zika: 
→ conclusões microscópicas revelam a replicação viral no cérebro, possivelmente por ser um meio imunologicamente seguro para o vírus. Com isso, acabam danificando os retículos endoplasmáticos fetais. 
→ estudos sugerem que o vírus invada as células de Hofbauer (macrófago fetais), utilizando-as como centro de replicação e de disseminação por toda placenta. 
 → o vírus zika tem trofismo por células do tecido nervoso, matando-as antes que se desenvolvam.
♦ Torchs: 
→ relacionadas ao SNC, podem causar retardo mental, problemas na visão, audição e até mesmo a morte
→ cada patógeno possui seu mecanismo de ação, no entanto a consequência é o acometimento do desenvolvimento neuronal.
→ a sífilis, especificamente, pode causar a neurossífilis, que ocorre quando há a invasão da espiroqueta no líquor, invadindo assim o sistema nervoso central, podendo causar até uma paralisia geral progressiva. 
♦ Desnutrição materna: 
→ gera defeitos na formação do cérebro
→ estudos ainda apontam que a deficiência nutricional no período pré-natal é fator de risco para o desenvolvimento futuro de doenças neuropsiquiátricas
→ atrasos em eventos neurológicos isolados resultantes da desnutrição podem causar uma reação em cadeia, amplificando erros funcionais