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UNIVERSIDADE DE VILA VELHA 
CURSO DE MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARISE STANZANI FONSECA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VILA VELHA 
2012 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
2 
ɷ EMBRIOLOGIA 
Os órgãos respiratórios inferiores (laringe, traqueia, brônquios e pulmões) começam a se 
formar durante a quarta semana de desenvolvimento. 
Primórdio Respiratório 
O primórdio respiratório é indicado, aproximadamente no 28º dia, por um sulco mediano na 
extremidade caudal da parede ventral da faringe primitiva – a fenda laringotraqueal. Este 
primórdio da árvore traqueobrônquica se desenvolve caudal ao quarto par de bolsas faríngeas. 
O endoderma do sulco laringotraqueal origina o epitélio e as glândulas da laringe, da traquéia, 
dos brônquios, como também o epitélio pulmonar. O tecido conjuntivo, cartilagens e 
musculatura lisa dessas estruturas se desenvolvem do mesoderma esplâncnico que envolve o 
intestino anterior. 
No final da quarta semana, a fenda já se evaginou para formar o divertículo laringotraqueal 
saculiforme (broto pulmonar), localizado na região ventral da porção caudal do intestino 
anterior. A medida que este divertículo se alonga, ele é envolvido pelo mesênquima 
esplâncnico e sua extremidade distal se dilata para formar o broto traqueal de forma globular. 
O divertículo respiratório logo se separa da faringe primitiva, entretanto, esta estrutura 
mantém-se em comunicação com ele através do canal laríngeo primitivo. 
Pregas traquioesofágicas longitudinais se desenvolvem no divertículo laringotraquela e, ao se 
aproximarem e se fusionarem, formam uma divisão – o septo traquioesofágico. Este septo 
divide a porção cranial do intestino anterior e uma parte ventral, tubo laringotraqueal 
(primórdio da laringe, da traquéia, dos brônquios e dos pulmões), e uma parte dorsal 
(primórdio da orofaringe e do esôfago). A abertura do tubo laringotraqueal na faringe torna-se 
o canal laríngeo primitivo. 
DESENVOLVIMENTO DOS BRÔNQUIOS E DOS PULMOES 
O broto traqueal que se desenvolve na extremidade caudal do divertículo respiratório durante 
a quarta semana logo se divide em duas tumefações – os brotos brônquicos primitivos. 
Os brônquios secundários e terciários logo se desenvolvem. Os brotos brônquicos, junto com 
o mesênquima esplâncnico circundante, diferenciam-se nos brônquios e suas ramificações, nos 
pulmões. No inicio da quinta semana, a conexão de cada broto com a traquéia cresce para 
formar o brônquio principal. 
O brônquio principal se divide em brônquios secundários, que formam os ramos lobares, 
segmentares e intrassegmentares. No lado direito, o brônquio lobar superior supre o lobo 
superior, enquanto o brônquio inferior se subdivide em dois, uma para o lobo médio e outro 
para o lobo inferior. No lado esquerdo, os dois brônquios secundários suprem os lobos 
pulmonares superior e inferior. Cada brônquio lobar sofre progressivas ramificações. 
Os brônquios segmentares, 10 no pulmão direito e oito ou nove no pulmão esquerdo, 
começam a se formar em torno da sétima semana. Cada brônquio segmentar com sua massa 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
3 
mesenquimal circunjacente é o primórdio de um segmento broncopulmonar. Na 24ª semana, 
cerca de 17 gerações de ramos se formaram e os bronquíolos respiratórios já se 
desenvolveram. Sete gerações adicionais de vias aéreas se formam após o nascimento. 
À medida que os pulmões se desenvolvem, eles adquirem uma camada de pleura visceral a 
partir do mesênquima esplâncnico. A parede torácica do corpo torna-se forrada por uma 
camada de pleura parietal, derivada do mesoderma somático. 
 
 
 
Maturação dos Pulmões 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
4 
A maturação dos pulmões é dividida em 4 fases: 
1) Período Pseudoglandular (6ª à 16ª semana) 
O pulmão se parece histologicamente com uma glândula exócrina. Na 16ª semana, todos os 
principais elementos estão formados, exceto aqueles envolvidos nas trocas gasosas. A 
respiração não é possível e por isso os fetos que nascem durante este período são incapazes 
de sobreviver. 
2) Período Canalicular (16ª à 26ª semana) 
Este período se sobrepõe ao período pseudoglandular porque os segmentos craniais dos 
pulmões madurecem mais rapidamente do que os caudais. 
A luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar se 
torna altamente vascularizado. Durante a 24ª semana, de cada bronquíolo terminal nascem 
dois ou mais bronquíolos respiratórios, cada um dos quais se divide em três a seis passagens 
tubulares – os ductos alveolares. 
A respiração é possível no fim do período canalicular porque alguns sacos terminais (alvéolos 
primitivos) com delgadas paredes se desenvolveram nas extremidade dos bronquíolos 
respiratórios e também porque o tecido pulmonar está bem vascularizado. 
3) Período do Saco terminal (26ª ao nascimento) 
Desenvolvem-se mais sacos terminais e suas células epiteliais se tornam mais delgadas. Os 
capilares começam a fazer protuberância para o interior dos alvéolos em desenvolvimento. O 
contato intimo entre as células epiteliais e endoteliais estabelece a barreira hematoaérea, que 
permite trocas gasosas adequadas para a sobrevivência do feto se ele nascer prematuramente. 
Na 26ª semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por células epiteliais 
pavimentosas de origem endodérmica – células alveolares tipo I ou pneumócitos – através das 
quais ocorrem as trocas gasosas. A rede capilar prolifera rapidamente no mesênquima em 
torno dos alvéolos em desenvolvimento e há desenvolvimento concomitante de capilares 
linfáticos. Dispersas por entre as células pavimentosas estão as células epiteliais arredondadas 
secretoras – células alveolares tipo II – que secretam o surfactante pulmonar. O surfactante 
forma uma película monomolecular sobre as paredes interas dos sacos terminais, baixando a 
tensão superficial na interface ar-alvéolo. Isso facilita a expansão dos sacos terminais (alvéolos 
primitivos) ao prevenir uma atelectasia (colapso dos sacos terminais durante a expiração). 
A maturação das células alveolares tipo II e a produção de surfactante variam grandemente 
em fetos de diferentes idades gestacionais. A produção do surfactante aumenta durante os 
estágios terminais da gravidez, principalmente durante as duas ultimas semanas. 
A produção do surfactante começa na 20ª semana, mas está presente em pequenas 
quantidades em bebês prematuros, não alcança níveis adequados até o final do período fetal. 
4) Período Alveolar ( 32ª semana aos 8 anos) 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
5 
Quando exatamente acaba o período de saco terminal e começa o período alveolar depende 
da definição do termo alvéolo. Estruturas análogas aos alvéolos estão presentes em sacos na 
32ª semana. O revestimento epitelial se adelgaça para uma camada epitelial pavimentosa 
extremamente fina. 
As células alveolares tipo I se tornam tão finas que os capilares adjacentes fazem protrusão 
para o interior dos sacos terminais. No final do período fetal, os pulmões são capazes de 
respirar porque a membrana alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana 
respiratória) é suficientemente delgada para permitir as trocas gasosas. 
No início do período alveolar, cada bronquíolo respiratório termina num agregado de sacos 
alveolares de delgadas paredes, separados entre si por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos 
terminais representam os futuros ductos alveolares. A transição da dependência da placenta 
para as atividades autônomas de trocas gasosas requer as seguintes mudanças adaptativas nos 
pulmões: 
a) Produção de quantidades adequadas de surfactante nos alvéolos 
b) Transformaçãodos pulmões em órgãos secretores para órgãos de trocas gasosas 
c) Estabelecimento das circulações pulmonar e sistêmica em paralelo. 
Alvéolos maduros só se formam após o nascimento. Antes do nascimento os alvéolos 
primitivos aparecem como pequenas protuberâncias nas paredes dos bronquíolos 
respiratórios e dos sacos terminais. Após o nascimento, os alvéolos primitivos se dilatam 
conforme o pulmão se expande, porém o maior crescimento dos pulmões em tamanho resulta 
de um aumento no número de bronquíolos respiratórios e também de alvéolos primitivos, e 
não do aumento do tamanho dessas estruturas. O desenvolvimento alveolar é em grande 
parte, concluído até os 3 anos de idade, mas novos alvéolos podem ser acrescentados até os 8 
anos de idade. 
O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de septos de 
tecido conjuntivo secundário que subdividem os alvéolos primitivos existentes. Inicialmente, 
os septos são espessos, mas logo são transformados em septos delgados maduros capazes de 
trocas gasosas. 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
6 
 
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS FETAIS (MRFs) 
Os movimentos respiratórios fetais ocorrem antes do nascimento e exercem força suficiente 
para causar aspiração de líquido amniótico para os pulmões. 
Esses movimentos estimulam o desenvolvimento dos pulmões, possivelmente pela criação de 
um gradiente de pressão entre os pulmões e o líquido amniótico. 
No nascimento, os pulmões apresentam, aproximadamente, metade do seu volume 
preenchido por líquido derivado da vesícula amniótica, dos próprios pulmões e das glândulas 
da traquéia. A aeração dos pulmões no nascimento não é tanto devida à dilatação dos órgãos 
colapsados e vazios, mas sim à substituição rápida do líquido intra-alveolar pelo ar. O líquido 
dos pulmões é removido no nascimento por três vias: 
a) Através da boca e do nariz por pressionamento do tórax fetal durante o parto 
b) Pelas artérias e veias e capilares pulmonares 
c) Pelos linfáticos 
Três fatores são importantes para o crescimento dos pulmões: espaço torácico adequado para 
o crescimento pulmonar, MRFs e volume adequado do líquido amniótico. 
ɷ RESPIRAÇÃO: 
A respiração compreende quatro processos, cuja finalidade é a transferência de O2 do exterior 
até o nível celular e a eliminação de CO2, transportando no sentido inverso: 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
7 
I. Ventilação Pulmonar – tem por objetivo levar o ar até os alvelos, distribuindo-o 
adequadamente, de tal forma que, ao entrar em contato com o sangue dos capilares 
pulmonares, possa processar-se a etapa seguinte – as trocas gasosas. 
II. Trocas Gasosas – por diferença da pressão parcial dos gases envolvidos (O2 e CO2), no alvéolo 
e no sangue, ocorre a passagem dos mesmos através da membrana alvelocapilar. 
III. Transporte Sanguíneo dos Gases – tanto na etapa anterior quanto nesta etapa é importante a 
interação dos processos respiratórios com o sistema circulatório. A circulação sistêmica 
promova a distribuição periférica do oxigênio e a extração do CO2, havendo a participação de 
múltiplos mecanismos, tais como captação de O2 pela hemoglobina, sistemas tampões, além 
de outros. 
IV. Respiração Celular – é a etapa terminal de todo o processo e sua finalidade maior. Por 
intermédio dela, consubstancia-se a utilização celular do oxigênio através das cadeias 
enzimáticas mitocondriais. 
ɷ As vias aéreas conectam os pulmões ao meio externo 
O ar entra no trato respiratório superior através da boca e do nariz e passa pela faringe, uma 
passagem comum para os alimentos e o ar. Da faringe, o ar flui através da laringe para a 
traqueia. A laringe contém as pregas vocais, faixas de tecido conectivo que são tensionadas e 
vibram para criar o som quando o ar passa por elas. A traqueia se ramifica primeiramente em 
um par de brônquios primários. Dentro dos pulmões, os brônquios se ramificam 
repetidamente em brônquios progressivamente menores. Como a traqueia, os brônquios são 
tubos semirrígidos sustentados por cartilagem. Nos pulmões, os menores brônquios se 
ramificam, tornando-se bronquíolos, que são pequenas vias aéreas colapsáveis, com paredes 
de músculo liso. 
 
ɷ Histologia do Aparelho Respiratório 
É costume distinguir no aparelho respiratório uma porção condutora, que compreende as 
fossas nasais, nasofaringe, laringe e traqueia, brônquios e bronquíolos, e uma porção 
respiratória (onde tem ligar as trocas de gases), constituída pelos bronquíolos respiratórios, 
ductos alveolares e alvéolos. Os alvéolos são estruturas de paredes muito delgadas, que 
facilitam as trocas do CO2 do sangue pelo O2 do ar inspirado. 
Além de possibilitar a entrada e a saída de ar, a porção condutora exerce as importantes 
funções de limpar, umedecer e aquecer o ar inspirado, para proteger o delicado revestimento 
dos alvéolos pulmonares. 
A mucosa da parte condutora é revestida por um epitélio especializado, o epitélio respiratório. 
Epitélio Respiratório 
A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado pseudo-estratificado 
colunar com muitas células caliciformes, denominadas epitélio respiratório. 
Possui células colunar ciliada, Células Caliciformes (secretora de muco), Células em escova, 
Células basais (células tronco), célula granular. 
A mucosa da porção condutora é um componente importante do sistema imunitário, sendo 
rica em linfócitos isolados em nódulos linfáticos, além de plasmócitos e macrófagos. 
A mucosa do aparelho respiratório é uma interface do meio interno com o ar inspirado (meio 
externo) e protege o organismo contra as impurezas do ar. 
Fossas Nasais 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
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São revestidas por uma mucosa com diferentes estruturas, segundo a região considerada. 
Divide-se em três regiões: 
1) Vestíbulo 
É a porção mais anterior e dilatada das fossas nasais, sua mucosa é continuação da pele do 
nariz. Os pêlos curtos e a secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas presentes no 
vestíbulo constituem uma barreia à penetração de partículas grosseiras nas vias aéreas. 
2) Área Respiratória 
Compreende a maior parte das fossas nasais. A mucosa dessa região é recoberta por epitélio 
pseudo-estratificado colunar ciliado, com muitas células caliciformes. Nesse local a lamina 
própria contêm glândulas mistas (serosas e mucosas), cuja secreção é lançada na superfície do 
epitélio. 
O muco produzido pelas glândulas mistas e pelas células caliciformes prende microrganismos e 
partículas inertes, sendo descolado ao longo da superfície epitelial em direção a faringe, pelo 
batimento ciliar. Esse deslocamento de muco protetor, na direção do exterior, é importante 
para proteger o aparelho respiratório. 
Ao passar pelas fossas nasais, o ar é aquecido, filtrado e umedecido, atribuindo-se ao plexo 
venoso função importante nesse aquecimento. 
3) Área Olfatória 
Responsável pela sensibilidade olfativa. 
Nasofaringe 
É a primeira parte da faringe, continuando caudalmente com a orofaringe. É revestida por 
epitélio do tipo respiratório e a orofaringe é revestida por epitélio estratificado pavimentoso. 
Laringe 
Na face ventral e parte da face dorsal da epiglote, bem como nas cordas vocais verdadeiras o 
epitélio é do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado. 
Nas demais regiões é do tipo respiratório, com cílios que batem em direção a faringe. 
Traqueia 
Revestida por epitélio do tipo respiratório. 
ÁRVORE BRÔNQUICA 
A traquéia ramifica-se originando dois brônquios que, após curto trajeto, entram nos pulmões 
através do hilo. Esses brônquios são chamados de brônquios primários. Pelo Hilo também 
entram artérias e saem vasos linfáticos e veias. Todas essas estruturas são revestidas por 
tecidoconjuntivo denso, sendo o conjunto conhecido por raiz do pulmão. 
Os brônquios primários, ao penetrarem nos pulmões, dirigem-se para fora e para baixo, 
dando origem a três brônquios no pulmão direito e dois no esquerdo. Esse brônquios lobares 
dividem-se repetidas vezes, originando brônquios cada vez menores, sendo os últimos ramos 
chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo penetra num lobo pulmonar, onde se ramifica, 
formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Cada bronquíolo terminal origina um ou mais 
bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória. Esta 
compreende os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos. 
Os brônquios primários, na sua porção extrapulmonar, possuem a mesma estrutura observada 
na traquéia. A medida que caminha para a porção respiratória, observa-se uma simplificação 
na estrutura desse sistema de condutos, bem como uma diminuição da altura do epitélio. 
Brônquios 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
9 
Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica à da traquéia, enquanto nos ramos menores o epitélio 
pode ser cilíndrico simples ciliado. A lamina própria é rica em fibras elásticas. 
Bronquíolos 
São segmentos intralobulares, não apresentam cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. O 
epitélio, nas porções iniciais, é cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou 
não, na porção final. 
O epitélio dos bronquíolos apresentam regiões especializadas denominadas corpos 
neuroepiteliais. A lamina própria dos bronquíolos é delgada e rica em fibras elásticas. 
Bronquíolos Terminais 
Tem estrutura semelhante a dos bronquíolos, tendo, porém, parede mais delgada, revestida 
internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas ou não ciliadas. 
Possuem ainda as células de Clara, não ciliadas, que apresentam grânulos secretores em suas 
porções apicais. As células de Clara secretam proteínas que protegem o revestimento 
bronquiolar contra certos poluentes do ar inspirado e contra inflamações. 
Bronquíolos Respiratórios 
É um tubo curto, às vezes ramificado, com estrutura semelhante à do bronquíolo terminal, 
exceto pela presença de numerosas expansões saculiformes constituídas por alvéolos, onde 
têm lugar trocas gasosas. As porções dos bronquíolos respiratórios não ocupadas pelos 
alvéolos são revestidas por epitélio simples que varia de colunar baixo a cubóide, podendo 
ainda apresentar cílios na porção inicial. Apresenta também células de Clara. O músculo liso e 
as fibras elásticas formam uma camada mais delgada do que a presente no bronquíolo 
terminal. 
Ductos alveolares 
Tanto os ductos alveolares como os alvéolos são revestidos por epitélio simples plano cujas 
células são extremamente delgadas. Nas bordas dos alvéolos, a lamina própria apresenta feixe 
de músculo liso. Os ductos alveolares mais distais não apresentam músculo liso. Uma matriz 
rica em fibras elásticas e contendo também fibras reticulares constitui o suporte para os 
ductos e alvéolos. Funcionalmente, as fibras elásticas são importantes, porque se distendem 
durante a inspiração e se contraem passivamente na expiração. As fibras reticulares servem de 
suporte para os delicados capilares sanguíneos interalveolares e para a parede dos alvéolos, 
impedindo a distensão excessiva dessas estruturas e eventuais danos. 
Alvéolos 
São estruturas encontradas nos sacos alveolares, ductos alveolares, e bronquíolos 
respiratórios, constituem as ultimas porções da arvore brônquica. São pequenas bolsas cujas 
paredes são constituídas por uma camada epitelial fina que se apóia num tecido conjuntivo 
delicado, onde está presente uma rica rede de capilares sanguíneos. Essa parede alveolar é 
comum a dois alvéolos vizinhos, constituindo, portanto, uma parede ou septo interalveolar. O 
septo interalveolar consistem em duas camadas de pneumócitos separadas pelo interstício de 
tecido conjuntivo com fibras reticulares e elásticas. 
O ar alveolar é separado do sangue por quatro estruturas, que são o citoplasma do 
pneumócito tipo I, a lamina basal dessa célula, a lamina basal do capilar e o citoplasma da 
célula endotelial. 
O oxigênio do ar alveolar passa para o sangue capilar através das membranas citadas, o CO2 
difunde-se em direção contrária. A liberação de CO2 a partir do H2CO3 é catalisada pela 
enzima anidrase carbônica presente nas hemácias. 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
10 
A parede interalveolar é formada por três tipos celulares principais: 
a) Células endoteliais dos capilares: sãos as mais numerosas e tem o núcleo mais alongado que os 
pneumócitos. O endotélio é do tipo continuo, não fenestrado. 
b) Pneumócitos tipo I: principal função é constituir uma barreira de espessura mínima para 
possibilitar as trocas de gases e ao mesmo tempo impedir a passagem de líquido. 
c) Pneumócito tipo II: produz surfactante. O surfactante exerce diversas funções importantes, 
porém a mais evidente é reduzir a tensão superficial dos alvéolos, o que reduz também a força 
necessária pra a inspiração, facilitando a respiração. Além disso, sem o surfactante os alvéolos 
tenderiam a entrar em colapso durante a expiração. 
Poros Alveolares 
O septo interalveolar possui poros. Esses poros equalizam a pressão do ar nos alvéolos e 
possibilitam a circulação colateral do ar, quando um bronquíolo é obstruído. 
Macrófagos alveolares 
Também chamados de células de poeira são encontrados no interior dos septos interalveolares 
e na superfície dos alvéolos. Os macrófagos alveolares localizados na camada surfatante que 
limpam a superfície do epitélio alveolar são transportados para a faringe, de onde são 
deglutidos. 
 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
11 
 
ɷ Ventilação Pulmonar 
Os objetivos da respiração são prover oxigênio aos tecidos e remover o dióxido de carbono. A 
respiração pode ser dividida em quatro funções principais: (1) ventilação pulmonar, que 
significa o influxo e o efluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonar; (2) a difusão de 
oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue; (3) transporte de oxigênio e 
dióxido de carbono no sangue e líquidos corporais e suas trocas com as células de todos os 
tecidos do corpo; e (4) regulação da ventilação e outros aspectos da respiração. 
 Mecânica da Ventilação Pulmonar 
o Músculos que produzem a Expansão e a Contração Pulmonares 
Os pulmões podem ser expandidos e contraídos de duas maneiras: 
1- Por movimentos de subida e descida do diafragma para aumentar ou diminuir a cavidade 
torácica (a respiração tranquila e normal utiliza mais essa), e; 
2- Pela elevação e depressão das costelas para aumentar e diminuir o diâmetro ântero-posterior 
da cavidade torácica. 
 
o Movimento do diafragma: Durante a inspiração, a contração diafragmática puxa as superfícies 
inferiores dos pulmões para baixo. Depois, durante a expiração, o diafragma simplesmente 
relaxa, e o recuo elástico dos pulmões, parede torácica e estruturas abdominais comprime os 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
12 
pulmões e expele o ar. Durante a respiração vigorosa, no entanto, as forças elásticas não são 
poderosas o suficiente para produzir a rápida expiração necessária, assim uma força extra é 
obtida principalmente pela contração da musculatura abdominal, que empurra o conteúdo 
abdominal para cima contra a parte inferior do diafragma, comprimindo, desta maneira, os 
pulmões. 
o Elevação da caixa torácica: Expande os pulmões porque, na posição de repouso natural, as 
costelas inclinam-se inferiormente, possibilitando, desta forma, que o esterno recue em 
direção à coluna vertebral. Mas, quando a caixa torácica é elevada, as costelas se projetam 
quase diretamente para frente, fazendocom que o esterno também se mova anteriormente, 
para longe da coluna, aumentando o diâmetro ântero-posterior do tórax em cerca de 20% 
durante a inspiração máxima, em comparação com a expiração. 
- Músculos que elevam a caixa torácica (músculos da inspiração): intercostais externos; 
músculos esternocleidomastoideos (elevam o esterno); serráteis anteriores (elevam muitas 
costelas); e, escalenos (elevam as duas primeiras costelas). 
- Músculos que deprimem a caixa torácica (músculos da expiração): reto abdominal (exerce o 
efeito de puxar para baixo as costelas inferiores ao mesmo tempo que, em conjunto com 
outros músculos abdominais, também comprime o conteúdo abdominal para cima contra o 
diafragma) e os intercostais internos. 
o Movimento do Ar para Dentro e para Fora dos Pulmões e as Pressões que Causam o 
Movimento 
O pulmão é uma estrutura elástica que colapsa como um balão e expele todo o ar pela 
traqueia toda vez que não há força para mantê-lo inflado. 
Os pulmões são presos à parede torácica como se estivessem colados, no entanto eles estão 
bem lubrificados e podem deslizar livremente quando o tórax se expande e contrai. 
 Surfactante, Tensão Superficial e Colapso Alveolar 
Na superfície interna dos alvéolos, a água tenta se contrair. Isso resulta numa tentativa de 
forçar o ar para fora do alvéolo através do brônquio e, ao fazer isso, induz o alvéolo a colapsar. 
O efeito geral é causar uma força contrátil elástica de todo o pulmão, que é chamada de força 
elástica de tensão superficial. 
O surfactante reduz bastante a tensão superficial da agua. É secretado por células epiteliais 
especiais secretoras de surfactante chamadas de células epiteliais alveolares tipo II, que 
constituem cerca de 10% da área de superfície alveolar. 
O surfactante é uma mistura complexa de vários fosfolipídios, proteínas e íons. Os 
componentes mais importantes são o fosfolipídio dipalmitoilfosfatidilcolina, apoproteinas 
surfactantes e íons cálcio. A dipalmitoilfosfatidilcolina, junto com vários fosfolipídios menos 
importantes, é responsável pela redução da tensão superficial. Ela age dessa maneira pois não 
se dissolve uniformemente no liquido que recobre a superfície alveolar. 
Estimula a produção de surfactante: uso de corticosteroide ante-natais, além de terapia pós-
natal de reposição de surfactante. 
Inibe a produção de surfactante: uso de cigarro. 
A produção de surfactante começa na 20ª semana, porém em pouca quantidade. 
 Efeito do raio alveolar na pressão causada pela tensão superficial 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
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Quanto menor o alvéolo, maior a pressão alveolar causada pela tensão superficial. 
O surfactante não começa a ser secretado nos alvéolos até o sexto ou sétimo mês de gestação 
e, em alguns casos, até mesmo mais tardiamente. Portanto, muitos recém-nascidos 
prematuros tem pouco ou nenhum surfactante nos alvéolos quando nascem, e os seus 
pulmões tem uma tendência extrema ao colapso, algumas vezes de seis a oito vezes maior que 
aquela de uma pessoa adulta. 
 O trabalho da respiração 
Durante a respiração normal e tranquila, todas as contrações dos músculos respiratórios 
ocorrem durante a inspiração; a expiração é quase inteiramente um processo passivo causado 
pelo recuo elástico dos pulmões e da caixa torácica. Assim, sob condições de repouso, os 
músculos respiratórios, normalmente realizam o “trabalho” para originar a inspiração, mas não 
a inspiração. 
O trabalho da inspiração pode ser dividido em três frações: (1) aquela necessária para expandir 
os pulmões contra as forças elásticas do pulmão e do tórax, chamada de trabalho de 
complacência ou trabalho elástico; (2) aquela necessária para sobrepujar a viscosidade 
pulmonar e das estruturas da parede torácica, chamada de trabalho de resistência tecidual; e 
(3) aquela necessária para sobrepujar a resistência aérea ao movimento de ar para dentro dos 
pulmões, chamada de trabalho de resistência das vias aéreas. 
Durante a respiração normal e tranquila, apenas 3 a 5% da energia gasa pelo corpo é requerida 
pela ventilação pulmonar. 
 
ɷ Pleuras, Pulmões e Árvore Traqueobronquial 
Cavidade Torácica 
A cavidade torácica é dividida em: 
1) Cavidade pulmonar direita e esquerda, compartimentos bilaterais, que contem os pulmões e 
as pleuras e ocupam a maior parte da cavidade torácica; 
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2) Mediastino. 
Cada cavidade pulmonar (direita e esquerda) é revestida por uma membrana pleural (pleura) 
que também se reflete e cobre a superfície externa dos pulmões que ocupam as cavidades. 
Durante o período embrionário, os pulmões em desenvolvimento invaginam os canais 
pericardioperitoneais, os precursores das cavidades pleurais. O epitélio celômico invaginado 
cobre os primórdios dos pulmões e transforma-se na pleura visceral. O epitélio que reveste as 
paredes dos canais pericardioperitoneais forma a pleura parietal. 
 
 
 Pleuras 
Cada pulmão é revestido e envolvido por um saco pleural seroso formado por duas 
membranas continuas: a pleura visceral, que reveste toda a superfície pulmonar, formando 
sua superfície externa brilhante, e a pleura parietal, que reveste as cavidades pulmonares. 
 
A cavidade pleural – o espaço virtual entre as camadas de pleura – contém uma camada 
capilar de liquido pleural seroso, que lubrifica as superfícies pleurais e permite que as camadas 
de pleura deslizem suavemente uma sobre a outra, durante a respiração. A tensão superficial 
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do liquido pleural também propicia a coesão que mantém a superfície pulmonar em contato 
com a parede torácica; assim, o pulmão se expande e se enche de ar quando o tórax expande, 
ainda permitindo o deslizamento. 
-- A pleura visceral (pleura pulmonar) está intimamente aposta ao pulmão e aderida a todas as 
suas superfícies, inclusive as fissuras horizontal e obliqua. A pleura visceral é continua com a 
pleura parietal no hilo do pulmão, onde estruturas que formam a raiz do pulmão (p. ex. o 
brônquio e os vasos pulmonares) entram e saem. 
-- A pleura parietal reveste as cavidades pulmonares, aderindo, assim, à parede torácica, ao 
mediastino e ao diafragma. Ela possui 3 partes – costal, mediastinal e diafragmática – e a 
cúpula da pleura (pleura cervical). 
A parte costal da pleura parietal (pleura costovertebral ou costal) cobre as superfícies internas 
da parede torácica. Está separada da superfície interna da parede torácica pela fáscia 
endotorácica. 
A parte mediastinal da pleura parietal (pleura mediastinal) cobre as faces laterais do 
mediastino, a divisória de tecidos e órgãos que separam as cavidades pulmonares e seus sacos 
pleurais. Continua superiormente até a raiz do pescoço na forma de cúpula de pleura. 
A parte diafragmática da pleura parietal (pleura diafragmática) cobre a superfície superior 
(torácica) do diafragma de cada lado do mediastino, exceto ao longo de suas fixações (origens) 
costais e no local onde o diafragma está fundido ao pericárdio. 
A cúpula da pleura cobre o ápice do pulmão (a parte do pulmão que se estende 
superiormente através da abertura superior do tórax até a raiz do pescoço). Ela é reforçada 
por uma extensão fibrosa da fáscia endotorácica, a membrana suprapleural (fáscia de Sibson). 
Os pulmões não ocupam por completo as cavidades pulmonares durante a expiração; assim, a 
pleura diafragmática periférica está em contato com as partes mais inferiores da parte costal. 
Os espaços pleurais virtuais aqui são os recessos costodiafragmáticos, “fossas” revestidas por 
pleura, que circundam a convexidade superior do diafragma dentro da parede torácica. 
Recessos pleurais semelhantes, porém menores, estão localizados posteriormenteao esterno, 
onde a parte costal está em contato com a parte mediastinal. Os espaços pleurais virtuais são 
os recessos costomediastinais. 
 
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O líquido pleural é formado principalmente pela pleura parietal (0,1mL/Kg/hora) e absorvido 
na superfície da pleura visceral. A pleura parietal também tem parte na absorção do líquido, o 
qual está presente na quantidade de 25mL. 
O volume total do liquido pleural é somente cerca de 25 a 30 mL em um homem de 70 kg. 
O líquido pleural tem vários propósitos. Primeiro, ele cria uma superfície úmida e escorregadia 
para que as membranas opostas possam deslizar uma sobre a outra enquanto os pulmões se 
movem dentro do tórax. Segundo, ele mantém os pulmões aderidos à parede torácica e os 
mantém estirando em um estado parcialmente inflado, mesmo em repouso. 
O pulmão e a pleura visceral possuem fibras simpáticas e parassimpáticas, é inervado pelo 
nervo frênico e intercostal. 
Composição do liquido pleural: proteínas plasmáticas (albumina predominantemente), íons, 
imunoglobulinas, água. 
O líquido intersticial que penetrou na cavidade pleural também produz o líquido pleural. 
Obs: a pleura que dói é a parietal porque tem fibras sensitivas. 
ɷ Pulmões 
São separados um do outro pelo coração, vísceras e grandes vasos do mediastino. A raiz do 
pulmão é formada por estruturas que entram e emergem do pulmão no seu hilo – os 
brônquios e os vasos pulmonares e conecta o pulmão com o coração e a traqueia. O hilo do 
pulmão é a área na face medial de cada pulmão, o ponto no qual as estruturas que formam a 
raiz – brônquios principais, vasos pulmonares, vasos bronquiais, vasos linfáticos e nervos – 
entram e saem do pulmão. 
Cada pulmão tem: 
 - Um ápice, a extremidade superior arredondada do pulmão que ascende acima do nível da 1ª 
costela até a raiz do pescoço, recoberta pela cúpula da pleura. 
- Uma base, a superfície inferior côncava do pulmão, oposta ao ápice, que acomoda a cúpula 
ipsolateral do diafragma e se apóia nela. 
- Dois ou três lobos, criados por uma ou duas fissuras 
- Três faces (costal, mediastinal e diafragmática) 
- Três margens (anterior, inferior e posterior). 
O pulmão direito apresenta fissuras oblíqua direita e horizontal, que o dividem em três lobos 
direitos: superior, médio e inferior. O pulmão direito maior e mais pesado do que o esquerdo, 
porém é mais curto e mais largo, porque a cúpula direita do diafragma é mais alta e o coração 
e o pericárdio estão mais voltados para a esquerda. A margem anterior do pulmão direito é 
relativamente reta. O pulmão esquerdo tem uma única fissura oblíqua esquerda, que o divide 
em dois lobos esquerdos, superior e inferior. A margem anterior do pulmão esquerdo tem uma 
incisura cardíaca profunda, uma impressão deixada pelo desvio do ápice do coração para o 
lado esquerdo. Essa impressão situa-se principalmente na face anteroinferior do lobo superior 
e costuma moldar a parte mais inferior e anterior do lobo superior, transformando-a em um 
processo estreito e linguiforme, a língula, que se estende abaixo da incisura cardíaca e desliza 
para dentro e para fora do recesso costomediastinal durante a inspiração e a expiração. 
Face Costal do Pulmão: é grande, lisa e convexa. Está relacionada à parte costal da pleura que 
a separa das costelas, cartilagens costais e dos músculos intercostais íntimos. A parte posterior 
da face costal está relacionada aos corpos das vértebras torácicas e as vezes é denominada 
parte vertebral da face costal. 
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Face Mediastinal do Pulmão: é côncava porque está relacionada com o mediastino médio, que 
contém o pericárdio e o coração. A face mediastinal compreende o hilo que recebe a raiz do 
pulmão. 
Face Diafragmática do Pulmão: também é côncava, forma a base do pulmão, apoiada sobre a 
cúpula do diafragma. 
Margem Anterior do Pulmão: é o ponto de encontro anterior entre as faces costal e 
mediastinal, que recobrem o coração. A incisura cardíaca deixa uma impressão nessa margem 
do pulmão esquerdo. 
Margem Inferior do Pulmão: circunscreve a face diafragmática do pulmão, separando-a das 
faces costal e mediastinal. 
Margem Posterior do Pulmão: é o ponto de encontro posterior das faces costal e mediastinal; 
é larga e arredondada e situa-se na cavidade ao lado da parte torácica da coluna vertebral. 
O hilo do pulmão é uma área cuneiforme na face mediastinal de cada pulmão através da qual 
entram ou saem do pulmão as estruturas que formam a sua raiz. Medialmente ao hilo, a raiz 
está encerrada na área de continuidade entre as lâminas parietal e visceral de pleura – a 
bainha pleural. 
Inferiormente à raiz do pulmão, essa continuidade entre pleura parietal e visceral forma o 
ligamento pulmonar, que se estende entre o pulmão e o mediastino, imediatamente anterior 
ao esôfago. O ligamento pulmonar é formado por uma camada dupla de pleura separada por 
uma pequena quantidade de tecido conjuntivo. 
 
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 Traqueias e Brônquios 
As vias respiratórias sublaríngeas foram a árvore traqueobronquial. A traqueia situada no 
mediastino superior é o tronco da árvore. Ela se bifurca no nível do plano transverso do tórax 
(ou ângulo do esterno) em brônquios principais, um para cada pulmão, que seguem em 
sentido inferolateral e entram nos hilos pulmonares. 
Os brônquios principais (brônquios primários), um em cada pulmão, passam ínfero-
lateralmente da bifurcação da traqueia no nível do ângulo do esterno para os hilos dos 
pulmões. As paredes da traqueia e os brônquios são suportados por anéis de cartilagem hialina 
em forma de ferradura. 
-- O brônquio principal direito é mais largo, menor e corre mais verticalmente do que o 
brônquio principal esquerdo à medida que passa diretamente para o hilo do pulmão. 
Os brônquios principais entram nos hilos dos pulmões e ramificam-se de maneira constante 
dentro dos pulmões para formarem a árvore bronquial. Cada brônquio principal divide-se em 
brônquios lobares (brônquios secundários), dois no lado esquerdo e três no direito, cada um 
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dos quais supre um lado do pulmão. Cada brônquio lobar divide-se em diversos brônquios 
segmentares (brônquios terciários) que suprem os segmentos broncopulmonares. 
 
Um segmento broncopulmonar: 
 É um segmento piramidal do pulmão, com seu ápice olhando a raiz do pulmão e sua base na 
face pleural; 
 É a maior subdivisão na face pleural; 
 Está separado dos segmentos adjacentes por septos de tecido conectivo; 
 É suprido independentemente por um brônquio segmentar (terciário) e um ramo terciário da 
artéria pulmonar; 
 É nomeado de acordo com o brônquio segmentar que o supre; 
 É drenado pelas partes intersegmentares das veias pulmonares que se situam no tecido 
conectivo interposto e drenam segmentos adjacentes; 
 Geralmente 18 a 20 
Além dos ramos direitos dos brônquios lobares (brônquios segmentares) estão 20 a 25 
gerações de ramos que eventualmente terminam em bronquíolos terminais (bronquíolos 
condutores). Os bronquíolos condutores transportam ar, mas não tem glândulas nem alvéolos. 
Cada bronquíolo terminal dá origem a diversas gerações de bronquíolos respiratórios e cada 
bronquíolo respiratório fornece de 2 a 11 ductos alveolares, cada um dos quais dá origem a 
cinco ou seis sacos alveolares revestidos por alvéolos. O alvéolo pulmonar é a unidade 
estrutural básica de trocas gasosa no pulmão. Graças a presença dos alvéolos, os bronquíolos 
respiratórios participam tanto do transporte de ar quanto da troca gasosa. A partir dos 
bronquíolos condutores não há cartilagem. 
Marise Stanzani Fonseca | UVV20 
 
 
ɷ VASCULARIZAÇÃO DOS PULMÕES E DAS PLEURAS 
As artérias pulmonares direita e esquerda originam-se do tronco pulmonar no nível do ângulo 
do esterno e conduzem sangue pouco oxigenado aos pulmões para oxigenação. Cada artéria 
pulmonar torna-se parte da raiz do pulmão correspondente e divide-se em artérias lobares 
secundárias. As artérias lobares superiores direita e esquerda, que irrigam os lobos superiores, 
surgem primeiro, antes da entrada no hilo. Entretanto no pulmão, a artéria desce 
posterolateralmente ao brônquio principal, como a artéria lobar inferior do pulmão esquerdo 
e como uma artéria intermediária que se divide em artérias lobares média e inferior do 
pulmão direito. As artérias lobares dividem-se em artérias segmentares terciárias. As artérias e 
os brônquios formam pares nos pulmões, com ramificações simultâneas e trajetos parelelos. 
Duas veias pulmonares de cada lado, uma veia pulmonar superior e uma veia pulmonar 
inferior, conduzem sangue rico em oxigênio dos lobos correspondentes de cada pulmão para o 
átrio esquerdo do coração. A veia do lobo médio é uma tributária da veia pulmonar direita 
superior. 
As artérias bronquiais levam sangue para a nutrição das estruturas que formam a raiz dos 
pulmões, os tecidos de sustentação dos pulmões e a pleura visceral. As duas artérias 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
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bronquiais esquerdas geralmente originam-se diretamente da parte torácica da aorta. A 
artéria bronqual direita, única, pode originar-se diretamente da aorta. 
Os ramos mais distais das artérias bronquiais anastomosam-se com ramos das artérias 
pulmonares nas paredes dos bronquíolos e na pleura visceral. A pleura parietal é irrigada por 
artérias que suprem a parede torácica. 
As veias bronquiais drenam apenas parte do sangue levado aos pulmões pelas artérias 
bronquiais, principalmente o sangue distribuído para a parte mais proximal das raízes dos 
pulmões ou para a região próxima. O restante do sangue é drenado pelas veias pulmonares, 
especificamente aquele que retorna da pleura visceral, das regiões mais periféricas do pulmão 
e dos componentes distais da raiz do pulmão. A veia bronquial direita drena para a veia ázigo, 
e a veia bronqual esquerda drena para a veia hemiázigo acessória ou a veia intercostal 
superior esquerda. As veias bronquiais também recebem sangue das veias esofágicas. 
Os plexos linfáticos pulmonares comunicam-se livremente. O plexo linfático superficial situa-se 
profundamente à pleura visceral e drena o parênquima pulmonar e a pleura visceral. Os vasos 
linfáticos desse plexo superficial drenam para os linfonodos broncropulmonares no hilo dos 
pulmões. 
O plexo linfático profundo está localizado na submucosa dos brônquios e no tecido conjuntivo 
peribrônquico. Sua principal função é a drenagem das estruturas que formam a raiz do 
pulmão. Os vasos linfáticos desse plexo profundo drenam inicialmente para os linfonodos 
pulmonares intrínsecos, localizados ao longo dos brônquios lobares. Os vasos linfáticos que 
saem desses linfonodos continuam a seguir os brônquios e os vasos pulmonares até o hilo do 
pulmão, onde também drenam para os linfonodos broncopulmonares. A partir daí, a linfa dos 
plexos linfáticos superficial e profundo drena para os linfonodos traqueobronquiais superiores 
e inferiores, superiores e inferiores a bifurcação da traquéia e brônquios principais, 
respectivamente. 
A linfa dos linfonodos tranqueobronquiais segue para os troncos linfáticos broncomediastinais 
direito e esquerdo. Esses troncos geralmente terminam de cada lado nos ângulos venosos, 
entretanto, o tronco broncomediastinal direito pode primeiro unir-se a outros troncos 
linfáticos, convergindo para formar o ducto linfático direito curto. O tronco broncomediastinal 
esquerdo pode terminar no ducto torácico. 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
22 
 
O tórax é delimitado pelo desfiladeiro torácico (pescoço) e o diafragma. 
VASOS SANGUÍNEOS DOS PULMÕES 
A circulação sanguínea do pulmão compreende vasos nutridores (sistêmicos) e vasos 
funcionais (vasos pulmonares). 
A circulação funcional está representada pelas artérias e veias pulmonares. As artérias 
pulmonares são do tipo elástico, de paredes delgadas porque nelas é baixa a pressão 
sanguínea. Essas artérias trazem sangue venoso para ser oxigenado nos alvéolos pulmonares. 
Dentro do pulmão, as artérias pulmonares se ramificam, acompanhando a árvore brônquica. 
Na altura dos ductos alveolares os ramos arteriais originam a rede capilar dos septos 
interalveolares. Essa rede capilar entra em intimo contato com o epitélio alveolar. 
Da rede capilar originam-se vênulas que correm isoladamente pelo parênquima pulmonar, 
afastadas dos ductos condutores de ar, e penetram nos septos interlobulares. Após saírem dos 
lóbulos, as veias contendo sangue oxigenado (arterial) acompanham a árvore brônquica, 
dirigindo-se para o hilo. 
Os vasos nutridores compreendem as artérias e as veias brônquicas, que levam sangue com 
nutrientes e oxigênio para todo o parênquima pulmonar. Os ramos da artéria brônquica 
acompanham a arvore brônquica até os bronquíolos respiratórios, onde se anastomosam com 
pequenos ramos da artéria pulmonar. 
VASOS LINFÁTICOS DOS PULMÕES 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
23 
Distribuem-se acompanhando os brônquios e os vasos pulmonares; são encontrados também 
nos septos interlobulares, dirigindo-se todos eles para os linfonodos da região do hilo. Essa 
rede linfática é chamada de rede profunda, para ser distinguida da rede superficial, que 
compreende os linfáticos presentes na pleura visceral. Os vasos linfáticos da rede superficial 
ou acompanham a pleura em toda a sua extensão, ou podem penetrar no parênquima 
pulmonar através dos septos interlobulares, dirigindo-se também para os linfonodos do hilo 
pulmonar. 
Nas porções terminais da árvore brônquica e nos alvéolos, não existem vasos linfáticos. 
 
 Relações anatômicas dos pulmões: 
- coração; 
- grandes vasos; 
- face medial: nervo, brônquio; 
- timo; 
- traqueia; 
- diafragma; 
- clavícula. 
ɷ Nervos dos Pulmões e das Pleuras 
Os nervos dos pulmões e da pleura visceral são derivados dos plexos pulmonares anteriores e 
(principalmente) posteriores as raízes dos pulmões. Essas redes de nervos contem fibras 
aferentes parassimpáticas, simpáticas e viscerais. 
As fibras parassimpáticas conduzidas até o plexo pulmonar são fibras pré-ganglionares do 
nervo vago (NCX). Elas fazem sinapse com as células ganglionares parassimpáticas nos plexos 
pulmonares e ao longo dos ramos da árvore bronquial. As fibras parassimpáticas são motoras 
para o músculo liso da arvore bronquial (broncocosntritoras), inibidoras para os vasos 
pulmonares (vasodilatadoras) e secretoras para as glândulas da arvore bronquial 
(secretomotoras). 
As fibras simpáticas dos plexos pulmonares são fibras pós-ganglionares. Seus corpos celulares 
estão situados nos gânglios simpáticos paravertebrais dos troncos simpáticos. As fibras são 
inibitórias para os músculos brônquico (broncodilatadoras), motoras para os vasos pulmonares 
(vasoconstritoras) e inibitórias paras as glândulas alveolares da árvore bronquial – células 
epiteliais secretoras tipo II dos alvéolos. 
As fibras aferentes viscerais dos plexos pulmonares são reflexas (conduzem sensações 
subconscientes associadas aos reflexos que controlam a função) ou nociceptivas (conduzem 
impulsos álgicos gerados em resposta a estímulos dolorosos ou prejudiciais, como irritantes 
químicos, isquemia ou estiramento excessivo). Fibras aferentes viscerais reflexas com corpos 
celulares nos gânglios sensitivos do nervo vago (NCX) acompanham as fibras parassimpáticas, 
conduzindo em direção centralos impulsos de terminações nervosas relacionadas com: 
- A mucosa dos brônquios, provavelmente em associação a sensibilidade tátil para reflexos da 
tosse 
- Os músculos dos brônquios, possivelmente associados à percepção do estiramento 
- O tecido conjuntivo interalveolar, em associação aos reflexos de Hering- Breuer (um 
mecanismo que tende a limitar as excursões respiratórias) 
- As artérias pulmonares, que servem aos receptores pressores (receptores sensíveis a pressão 
arterial) 
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24 
- As veias pulmonares, que servem aos quimiorreceptores (receptores sensiveis aos níveis 
sanguineos de gases). 
Os nervos da pleura parietal provem dos nervos intercostais e frenicos. A parte costal e a área 
periférica da parte diafragmática são supridas pelos nervos intercostais. Eles medeiam a 
sensibilidade tátil e álgica. A área central da parte diafragmática da pleura e a parte 
mediastinal são supridas pelos nervos frênicos. 
ɷ FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO NEONATO 
A causa da respiração ao nascimento: depois do parto normal de uma mãe que não foi 
deprimida com anestésicos, a criança começa a respirar dentro de segundos e atinge um ritmo 
respiratório normal em menos de 1 minuto após o nascimento. A prontidão com que o feto 
começa a respirar indica que a respiração é iniciada pela súbita exposição ao mundo exterior, 
provavelmente resultante de (1) um estado levemente asfixiado incidente ao processo do 
nascimento, mas também de (2) impulsos sensoriais que se originam na pele subitamente 
resfriada. Em um bebê que não respira imediatamente, o corpo torna-se progressivamente 
mais hipóxico e hipercápnico, o que proporciona um estímulo adicional ao centro respiratório 
e geralmente causa a respiração dentro de mais 1 minuto depois do nascimento. 
A hipoxia com freqüência ocorre durante o parto devido a: 
(2) Compressão do cordão umbilical 
(3) Separação prematura da placenta 
(4) Contração excessiva do útero, o que pode cortar o fluxo de sangue da mãe para a placenta 
(5) Anestesia excessiva da mãe, o que deprime a oxigenação do seu próprio sangue. 
Expansão dos Pulmões ao Nascimento: quando o bebê nasce, as paredes dos alvéolos 
primeiramente estão colapsadas devido à tensão superficial do líquido viscoso dentro deles. 
Normalmente, é preciso mais de 25 mmHg de pressão inspiratória negativa nos pulmões para 
opor-se aos efeitos dessa tensão superficial e abrir os alvéolos pela primeira vez. Mas quando 
os alvéolos se abrem, a respiração pode ser efetuada com movimentos respiratórios 
relativamente fracos. Felizmente, as primeiras inspirações do recém-nascido normal são 
extremamente poderosas, geralmente capazes de criar até 60 mmHg de pressão negativa no 
espaço intrapleural. 
REAJUSTES CIRCULATÓRIOS AO NASCIMENTO 
Estrutura Anatômica Específica da Circulação Fetal: primeiro, o sangue que retorna da 
placenta através da veia umbilical atravessa o ducto venoso, basicamente deixando o fígado 
fora do circuito. Em seguida, grande parte do sangue que entra no átrio direito proveniente da 
veia cava inferior é direcionado diretamente para a parte posterior do átrio direito e através 
do forame oval diretamente para o átrio esquerdo. Assim, o sangue bem oxigenado da 
placenta entra basicamente no lado esquerdo do coração, em vez de no lado direito, e é 
bombeado pelo ventrículo esquerdo principalmente para as artérias da cabeça e membros 
anteriores. 
O sangue que entra no átrio proveniente da veia cava superior é direcionado para baixo 
através da valva tricúspide para o ventrículo direito. Esse sangue é basicamente sangue 
desoxigenado da região da cabeça do feto, e é bombeada pelo ventrículo direito para a artéria 
pulmonar, e então, principalmente através do ducto arterioso, para a aorta descendente, e, 
em seguida, através das duas artérias umbilicais, para a placenta, onde o sangue desoxigenado 
torna-se oxigenado. 
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Mudanças Primárias nas Resistências Vascular Sistêmica e Pulmonar ao Nascimento: 
primeiramente, uma perda do enorme fluxo sanguíneo através da placenta, que 
aproximadamente duplica a resistência vascular sistêmica ao nascimento, aumentando a 
pressão aórtica bem como as pressões no ventrículo esquerdo e no átrio esquerdo. 
Em segundo lugar, a resistência vascular pulmonar diminui muito em decorrência da expansão 
dos pulmões. Nos pulmões fetais não expandidos, os vasos sanguíneos apresentam-se 
colabados devido ao pequeno volume dos pulmões. Imediatamente à expansão, esses vasos 
não estão mais comprimidos e a resistência ao fluxo sanguíneo diminui bastante. Além disso, 
na vida fetal, a hipoxia dos pulmões causa uma vasoconstrição tônica considerável dos vasos 
sanguíneos pulmonares, mas haverá vasodilatação quando a aeração dos pulmões eliminar a 
hipoxia. 
Fechamento do Forame Oval: a baixa pressão atrial direita e a alta pressão atrial esquerda que 
ocorrem secundariamente às mudanças nas resistências pulmonar e sistêmica ao nascimento 
fazem com que o sangue tente fluir de volta através do forame oval, ou seja, do átrio esquerdo 
para o átrio direito, em vez de na direção contrária, como ocorreria durante a vida fetal. 
Consequentemente, a pequena válvula que repousa sobre o forame oval no lado esquerdo do 
septo atrial fecha-se sobre esta abertura, evitando assim o fluxo de sangue através do forame 
oval. 
Fechamento do Ducto Arterioso: o ducto arterioso também se fecha, mas por razões 
diferentes. Primeiro, a resistência sistêmica elevada aumenta a pressão aórtica enquanto a 
menor resistência pulmonar diminui a pressão arterial pulmonar. Consequentemente, depois 
do nascimento, o sangue começa a fluir de volta da aorta para a artéria pulmonar através do 
ducto arterioso, em vez de na direção contraria, como era na vida fetal. Entretanto, depois de 
algumas horas, a parede muscular do ducto arterioso contrai-se de maneira acentuada, e em 1 
a 8 dias a constrição normalmente é suficiente para interromper o fluxo sanguíneo. Trata-se do 
fechamento funcional do ducto arterioso. Então, durante os próximos 1 a 4 meses, o ducto 
arterioso em geral torna-se anatomicamente ocluído pelo crescimento do tecido fibroso em 
seu lúmen. 
Fechamento do Ducto Venoso: imediatamente após o nascimento, o fluxo de sangue através 
da veia umbilical cessa, mas grande parte do sangue portal continua a fluir através do ducto 
venoso, com uma pequena quantidade atravessando os canais do fígado. Entretanto, em 1 a 3 
horas a parede muscular do ducto venoso contrai-se fortemente e fecha esta via de fluxo. 
Consequentemente, a pressão venosa portal aumenta de quase 0 a 6 para 10 mmHg, o que é o 
suficiente para forçar o fluxo sanguíneo da veia porta através dos sinusóides hepáticos. 
 
Marise Stanzani Fonseca | UVV 
 
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ɷ Mudanças Primárias nas Resistências Vascular Sistêmica e Pulmonar 
ao Nascimento: 
1. Diminuição da resistência pulmonar; 
2. Aumenta a da circulação sistêmica; 
3. Diminuição da pressão do átrio direito; 
4. Aumento da pressão do átrio esquerdo; 
5. Fechamento do forame oval (devido a baixa pressão atrial direita e aumento da pressão atrial 
esquerda); 
6. Fechamento do ducto arterioso; 
7. Fechamento do ducto venoso. 
 
ɷ Hematose 
A hematose pulmonar é um processo químico-molecular que visa a estabilização das trocas 
gasosas - oxigênio x gás carbônico - a fim de manter o equilíbrio ácido básico. É, portanto, o 
intercâmbio, no caso de difusão indirecta, de oxigénio e dióxido de carbono nas paredes dos 
alvéolos pulmonares, entre o ar e o sangue, permitindo a oxigenação do sangue venoso, que 
se torna arterial. A hematose é uma consequência da respiração aeróbia. 
A eficiência dastrocas gasosas nos seres humanos deve-se à grande área de superfície 
alveolar; à fina espessura da parede alveolar; e à vasta rede de vasos capilares nas paredes dos 
alvéolos. Esta vascularização evidencia a importância do sistema circulatório para a respiração, 
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visto que é o sangue (e também a linfa) que leva o oxigénio às células. 
 
Ocorre nos alvéolos, onde há troca de gases. 
ɷ Diafragma 
Origem: Face interna das 6 últimas costelas, face interna do processo xifóide e corpos 
vertebrais das vértebras lombares superiores 
Inserção: No tendão central (aponeurose) 
Inervação: Nervo Frênico (C3 - C5) e 6 últimos nervos intercostais (propriocepção) 
Ação: Inspiratório, pois diminui a pressão interna da caixa torácica permitindo a entrada do ar 
nos pulmões, estabilização da coluna vertebral e expulsões (defecação, vômito, micção e 
parto). 
O diafragma é um músculo estriado esquelético em forma de cúpula e principal responsável 
pela respiração humana (também é auxiliado pelos músculos intercostais e outros músculos 
acessórios); serve de fronteira entre a cavidade torácica e a abdominal; está coberto pelo 
peritônio em sua face inferior, e é adjacente à pleura parietal em sua face superior. 
Consultoria 1 
Dentro da divisão de exercícios temos: 
 Atividade física: deslocamento. Ex.: subir escada. 
 Exercício físico: com treino programado. 
 Esporte: voltado à competição. 
O exercício físico melhora a atividade cardiovascular. Pode ser: 
 Aeróbico: sem débito de oxigênio, levando ao aumento do débito cardíaco. 
 Anaeróbico: com debito de oxigênio. Aumento das paredes cardíacas. 
O exercício/atividade física é controlado pelos batimentos cardíacos por minuto e o volume de 
oxigênio inspirado. Isso depende da intensidade desse exercício. 
Método Cirutty: trabalha com longas distancia (5000-10000 m), baixa intensidade, atividade 
aeróbica e um pouco de anaeróbica, 3 vezes na semana. 
Método de Maraton: 150 km, 6 vezes por semana. 
Método de Fartilét: adequado a cada pessoa, quanto à intensidade, velocidade, tempo e 
distância, 6 vezes por semana. Bom para atividade física e atleta iniciante. 
Método de circuito: mistura de todos os métodos. Pode ser de treinamento ou somente de 
exercícios. 
Todos os métodos devem ser no máximo de 6 dias, para que haja uma recuperação 
metabólica. 
Com exercício intervalado o resultado é melhor, elevando os batimentos cardíacos do atleta 
até quase se limite (exaustão). 
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Os valores para função pulmonar tanto estática quanto dinâmica não são diferentes para 
atletas e destreinados de tamanho corporal comparável. 
Obs.: A natação e o mergulho podem induzir o desenvolvimento de volumes pulmonares 
estáticos acima dos normais e os músculos inspiratórios são fortalecidos. 
O treinamento com exercícios aprimora a capacidade individual de sustentar altos níveis de 
ventilação submáxima. O treinamento de endurance aprimora a estabilidades do meio interno 
do corpo durante um período padronizado de exercício submáximo. Consequentemente, 
ocorre uma menor ruptura no equilíbrio hormonal é ácido-básico corporal total, que poderia 
exercer um impacto negativo sobre a função da musculatura inspiratória. Além disso, os 
músculos ventilatórios são beneficiados diretamente por um treinamento com exercícios. 
Essa função aprimorada pode ser devido ao aumento dos níveis das enzimas aeróbicas e na 
capacidade oxidativa dos músculos ventilatórios que se observa com o treinamento. 
Há também maior capacidade dos músculos inspiratórios gerarem força e sustentarem um 
determinado nível de pressão inspiratória após o treinamento com exercícios. Essas 
adaptações poderiam reduzir o nível de ácido lático gerado pelos músculos ventilatórios de 
indivíduos destreinados que ventilam até os níveis observados no exercício intenso. Isso 
poderia também reduzir as sensações de desconforto pulmonar local e de falta de ar 
observada em destreinados durante exercício prolongado. Uma endurance aprimorada dos 
músculos ventilatórios combinada com uma redução na ventilação para o exercício submáximo 
com o treinamento, retarda o início da fadiga diafragmática observada no exercício tanto em 
curto, quanto em longo prazo. 
Durante o exercício, as costelas e o esterno também ajudam na ação da inspiração. Alterações 
rápidas no volume torácico necessárias durante um exercício extenuante são realizadas 
principalmente pelo movimento da caixa torácica. Isso sugere que os músculos das costelas 
são capazes de uma ação mais rápida que o diafragma e os músculos abdominais. 
 
 Considerações Gerais Sobre o Tórax 
A caixa torácica, cujas barras horizontais são formadas pelas costelas e cartilagens costais 
também é sustentada pelo esterno, que é vertical, e pelas vertebras torácicas. Além disso, o 
assoalho da cavidade torácica (diafragma) apresenta uma invaginação inferior profunda (isto é, 
empurrado para cima) causada pelas vísceras da cavidade abdominal. Em consequência, 
aproximadamente a metade inferior da parede torácica circunda e protege as vísceras 
abdominais, e não as torácicas. 
O tórax contém os principais órgãos dos sistemas respiratório e circulatório. A cavidade 
torácica é dividida em três espaços principais: o compartimento central, ou mediastino, que 
aloja as vísceras torácicas, com exceção dos pulmões, e, de cada lado, as cavidades 
pulmonares direita e esquerda, que abrigam os pulmões. 
 Parede Torácica 
Os músculos torocoapendiculares anterolaterais que cobrem a caixa torácica e formam o leito 
da mama estão situados na parede torácica e podem ser considerados parte dela, mas em 
termos de função e inervação são claramente músculos dos membros superiores. 
O formato abobadado da caixa torácica proporciona grande rigidez, tendo em vista o pouco 
peso de seus componentes, e permite: 
- Proteger os órgãos internos torácicos e abdominais contra forças externas; 
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- Resistir às pressões internas negativas geradas pela retração elástica dos pulmões e pelos 
movimentos inspiratórios; 
- Proporcionar fixação para os membros superiores e sustentar seu peso; 
- Proporcionar a fixação de muitos músculos que movimentam e mantém a posição dos 
membros superiores em relação ao tronco, além de proporcionar fixação para os músculos do 
abdome, pescoço, dorso e respiratórios. 
Abertura superior do tórax 
A abertura superior do tórax tem como limites: 
- Posterior, a vértebra T1, cujo corpo salienta-se anteriormente na abertura 
- Lateral, o 1º par de costelas e suas cartilagens costais 
- Anterior, a margem superior do manúbrio esterno. 
As estruturas que passam entre a cavidade torácica e o pescoço através da abertura superior 
do tórax incluem a traquéia, esôfago, nervos e vasos que suprem e drenam a cabeça, o 
pescoço e os membros superiores. 
Abertura Inferior do tórax 
Tem as seguintes limitações: 
- Posterior, a 12ª vértebra torácica, cujo corpo salienta-se anteriormente na abertura 
- Posterolateral, o 11ª e o 12ª pares de costelas 
- Anterolaterais, as cartilagens costais unidas da 7ª – 10ª costelas, formando as margens 
costais 
- Anterior, a articulação xifosternal. 
Ao fechar a abertura inferior do tórax, o diafragma separa quase por completo as cavidades 
torácicas e abdominal. As estruturas que passam do tórax para o abdome ou vice-versa 
atravessam aberturas no diafragma (esôfago e veia cava inferior) ou passam posteriormente a 
ele (aorta). 
 Esqueleto da Parede Torácica 
O esqueleto torácico consiste em 12 pares de costelas e cartilagens costais associadas, 12 
vértebras torácicas e os discos intervertebrais interpostosentre elas, além do esterno. 
As costelas são ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica. Há três 
tipos de costelas, que podem ser classificadas em típicas ou atípicas: 
1. Costelas verdadeiras (vertebrocostais) (1ª – 7ª costelas): fixam-se diretamente ao esterno 
através de suas próprias cartilagens costais. 
2. Costelas falsas (vertebrocondrais) (8ª, 9ª e, geralmente, 10ª costela): suas cartilagens unem-
se à cartilagem das costelas acima delas (conexão indireta com o esterno). 
3. Costelas flutuantes (vertebrais, livres) (11ª, 12ª e, às vezes, a 10ª costela): as cartilagens 
rudimentares dessas costelas não tem conexão, nem mesmo indireta, com o esterno; elas 
terminam na musculatura abdominal posterior. 
O esterno é o osso plano e alongado que forma a região intermediária da parte anterior da 
caixa torácica. Sobrepõe-se diretamente às vísceras do mediastino em geral e as protege, em 
especial grande parte do coração. O esterno tem três partes: o manúbrio, corpo e processo 
xifoide. Em adolescentes e adultos jovens, as três partes são unidas por articulações 
cartilagíneas (sincondroses) que se ossificam em torno da meia-idade. 
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 As vias aéreas conectam os pulmões ao meio externo 
O ar entra no trato respiratório superior através da boca e do nariz e passa pela faringe, uma 
passagem comum para os alimentos e o ar. Da faringe, o ar flui através da laringe para a 
traqueia. A laringe contém as pregas vocais, faixas de tecido conectivo que são tensionadas e 
vibram para criar o som quando o ar passa por elas. A traqueia se ramifica primeiramente em 
um par de brônquios primários. Dentro dos pulmões, os brônquios se ramificam 
repetidamente em brônquios progressivamente menores. Como a traqueia, os brônquios são 
tubos semirrígidos sustentados por cartilagem. Nos pulmões, os menores brônquios se 
ramificam, tornando-se bronquíolos, que são pequenas vias aéreas colapsáveis, com paredes 
de músculo liso. Os bronquíolos continuam se ramificando até que os bronquíolos 
respiratórios formam uma transição entre as vias aéreas e o epitélio de troca do pulmão. 
A porção condutora do sistema respiratório, apresentada em ordem de fora para dentro do 
pulmão, é constituída pela cavidade nasal, boca, nasofaringe, faringe, laringe, traquéia, 
brônquios primários, brônquios secundários (brônquios lobares), brônquios terciários 
(brônquios segmentares), bronquíolos e bronquíolos terminais. Estas estruturas não somente 
transportam mas também filtram, umedecem e aquecem o ar inspirado antes de este chegar à 
porção respiratória dos pulmões. 
Para assegurar a passagem continua de ar, a parede da porção condutora é constituída por 
uma combinação de cartilagem, tecido conjuntivo e tecido muscular liso, o que lhe 
proporciona suporte estrutural, flexibilidade e extensibilidade. A mucosa da parte condutora é 
revestida por um epitélio especializado, o epitélio respiratório. 
-- Epitélio Respiratório 
A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado pseudo-estratificado 
colunar com muitas células caliciformes, denominado epitélio respiratório. 
O epitélio respiratório típico consiste em cinco tipos celulares: 
1) Célula Colunar Ciliada 
2) Células Caliciformes: secretoras de muco 
3) Células em escova: devido a numerosos microvilos presentes em suas superficies apicais. Na 
base das células em escova existem terminações nervosas aferentes, e essas células são 
consideradas receptores sensoriais 
4) Células basais: são pequenas e arredondadas, também apoiadas a lâmina basal, mas que não 
se estendem até a superfície livre do epitélio. Estas células são células-tronco que se 
multiplicam continuamente, por mitose, e originam os demais tipos celulares do epitélio 
respiratório. 
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5) Célula Granular: pertencem ao sistema neuroendócriono difuso. 
Todas as células do epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado apóiam-se na lâmina basal. 
A mucosa da porção condutora é um componente importante do sistema imunitário, sendo 
rica em linfócitos isolados e em nódulos linfáticos, além de plasmócitos e macrófagos. As áreas 
da lâmina própria que contêm nódulos linfáticos são recobertas por células M, que são células 
que captam antígenos, transferindo-os para os macrófagos e linfócitos dispostos em cavidades 
amplas do seu citoplasma. 
A mucosa do aparelho respiratório é uma interface do meio interno com o ar inspirado (meio 
externo) e protege o organismo contra as impurezas do ar. 
 Fossas Nasais: 
São revestidas por uma mucosa com diferentes estruturas, segundo a região considerada. 
É formada por três regiões: 
Vestíbulo 
É a porção mais anterior e dilatada das fossas nasais, sua mucosa é continuação da pele do 
nariz, porém o epitélio estratificado pavimentoso da pele logo perde sua camada de queratina 
e o tecido conjuntivo da derme da origem à lâmina própria da mucosa. 
Os pêlos curtos e a secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas presentes no vestíbulo 
constituem uma barreia à penetração de partículas grosseiras nas vias aéreas. 
Área respiratória 
Compreende a maior parte das fossas nasais. A mucosa dessa região é recoberta por epitélio 
pseudo-estratificado colunar ciliado, com muitas células caliciformes. Nesse local a lamina 
própria contêm glândulas mistas (serosas e mucosas), cuja secreção é lançada na superfície do 
epitélio. 
O muco produzido pelas glândulas mistas e pelas células caliciformes prende microrganismos e 
partículas inertes, sendo descolado ao longo da superfície epitelial em direção a faringe, pelo 
batimento ciliar. Esse deslocamento de muco protetor, na direção do exterior, é importante 
para proteger o aparelho respiratório. 
A superfície da parede lateral de cada cavidade nasal apresenta-se irregular, devido à 
existência de três projeções ósseas chamadas conchas ou cornetos. Nos cornetos inferior e 
médio, a lâmina própria contém um abundante plexo venoso. 
Ao passar pelas fossas nasais, o ar é aquecido, filtrado e umedecido, atribuindo-se ao plexo 
venoso função importante nesse aquecimento. 
Área olfatória 
É uma região situada na parte superior das fossas nasais, sendo responsável pela sensibilidade 
olfativa. Essa área é revestida pelo epitélio olfatório, que contém os quimiorreceptores da 
olfação. 
O epitélio olfatório é um neuroepitélio colular pseudo-estratificado, formado por três tipos 
celulares. 
Células de sustentação: são prismáticas, largas no seu ápice e mais estreinas na sua base, 
apresentam, na sua superfície, microvilos que se projetam para dentro da camada de muco 
que cobre o epitélio. 
Células Basais: são pequenas, arredondadas, e situam-se na região basal do epitélio, entre as 
células olfatórias e as de sustentação, são células tronco de epitélio olfatório. 
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Células olfatórias: são neurônios bipolares que se distinguem das células de sustentação 
porque seus núcleos se localizam numa posição mais inferior. Possui cílios, sem mobilidade, 
que são quimiorreceptores excitáveis pelas substâncias odoríferas. 
Na lâmina própria dessa mucosa, alem de abundantes vasos e nervos, observam-se glândulas 
ramificadas túbulo-acinosas alveolares, as glândulas de Bowman (serosas). Os ductos dessas 
glândulas levam a secreção para a superficie epitelial, cirando uma corrente líquida contínua, 
que limpa os cílios das células olfatórias, facilitando o acesso de novas substâncias odoríferas. 
 Seios Paranasais 
Os ossos do crânio, etmóide, esfenóide, frontal e maxilar, contêm grandes espaços forrados 
com mucoperiósteo, os seios paranasais (nome dado por sua localização), que se comunicam 
coma cavidade nasal. A mucosa de cada seio é constituída por uma lâmina própria de tecido 
conjuntivo fundida com o periósteo. Esta delgada lâmina própria assemelha-se à da cavidade 
nasal contendo glândulas seromucosas assim como elementos linfóides. O revestimento de 
epitélio respiratório dos seios paranasais, como o da cavidade nasal, tem numerosas células 
colunares ciliadas cujos cílios varrem a camada de muco em direção da cavidade nasal. 
 Faringe: 
Estende-se da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricoidea anteriormente e a 
margem inferior da vértebra C6 posteriormente. 
Tem função respiratória; é a extensão posterior das cavidades nasais. Constituída de epitélio 
respiratório (epitélio ciliado pseudo-estratificado colunar). O nariz abre-se para a parte nasal 
da faringe através de dois coános. O teto e a parede posterior da parte nasal da faringe 
formam uma superfície continua situada inferiormente ao corpo do esfenoide e à parte basilar 
do occipital. O tecido linfoide abundante na faringe forma um anel tonsilar incompleto ao 
redor da parte superior da faringe. A parede da faringe é excepcional para o trato alimentar. 
- Nasofaringe (das coanas até a margem superior da úvula do palato mole): 
É revestida por epitélio do tipo respiratório. Na orofaringe o epitélio é estratificado 
pavimentoso. 
 
 Laringe: 
Formado por nove cartilagens unidas por membranas e ligamentos e contem as pregas vocais. 
Une a parte inferior da faringe (parte laríngea da faringe) à traqueia. Sua principal função é 
proteger as vias respiratórias, sobretudo durante a deglutição, quando serve como “esfíncter” 
ou “válvula” do trato respiratório inferior, mantendo, assim, uma via respiratória permeável e 
direciona o ar para o trato respiratório. 
- Interior da laringe: estende-se do ádito da laringe, através do qual se comunica com a 
laringofaringe, até o nível da margem inferior da cartilagem cricoidea. A cavidade da laringe é 
continua com a da traqueia, ela inclui: 
 Vestíbulo da laringe: entre o ádito da laringe e as pregas vestibulares; 
 Parte média da cavidade da laringe: a cavidade central (via respiratória) entre as pregas 
vestibulares e vocais; 
 Ventrículo da laringe: entre as pregas vestibulares e vocais; 
 Cavidade infraglótica: inferior, entre as pregas vocais e a margem inferior da cartilagem 
cricoidea. 
A glote é formada pelas pregas e processos vocais, com a rima glótica, abertura entre as 
pregas vocais. 
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OBS.: A contração dos músculos cricoaritenóides laterais, aritenoide transversos e oblíquos e 
ariepiglóticos aproxima as pregas ariepeglóticas e traciona e traciona as cartilagens aritenoides 
em direção à epiglote. 
Suas paredes contém peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo 
fibroelástico. 
- Histologia: 
É um tubo de forma irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes contêm peças 
cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico. As cartilagens 
mantêm a luz da laringe sempre aberta, garantindo a livre passagem de ar. As peças 
cartilaginosas maiores (tireóide, cricóide e a maior parte das aritenóides) são do tipo hialino: 
as demais são do tipo elástico. A epiglote é um prolongamento que se estende da laringe na 
direção da faringe, apresentando uma face dorsal e uma face ventral. 
Na laringe possui as cordas vocais. 
O revestimento epitelial não é uniforme ao longo de toda faringe. Na face ventral e parte da 
face dorsal da epiglote, bem como nas cordas vocais verdadeiras o epitélio é do tipo 
estratificado pavimentoso não queratinizado. Nas demais regiões é do tipo respiratório, com 
cílios que batem em direção a faringe. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém 
pequenas glândulas mistas (serosa e mucosa). Essas glândulas não são encontradas nas cordas 
vocais verdadeiras. Na laringe não existe uma submucosa bem definida. 
 Traqueia: 
Estende-se a partir da extremidade inferior da laringe ao nível de C6 e termina ao nível do 
ângulo esternal ao do disco IV T4-T5, onde se divide nos brônquios principais direito e 
esquerdo. Transporta o ar que entra e sai dos pulmões, e seu epitélio impulsiona o muco com 
resíduos em direção à faringe. 
É um tubo revestido internamente por epitélio respiratório. 
A lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. Contém glândulas 
seromucosas, cujos ductos se abrem na luz traqueal. 
A secreção, tanto das glândulas como das células caliciformes, forma um tubo viscoso 
contínuo, que é levado em direção à faringe pelos batimentos ciliares, para remover partículas 
de pó que entram com o ar inspirado. Além da barreira de muco, as vias aéreas apresentam 
um outro sistema de defesa contra o meio externo, representado pela barreira linfocitária da 
função imunitária. 
A traqueia apresenta um número variável de cartilagens hialina, em forma de C, cujas 
extremidades livres estão voltadas para o lado posterior. Ligamentos fibroelásticos e feixes de 
músculo liso prendem-se ao pericôndrio e unem as porções abertas das peças cartilaginosas 
em forma de C. Os ligamentos impedem a excessiva distensão do lúmen, e os feixes 
musculares possibilitam sua regulação. A contração do músculo causa redução do lúmem 
traqueal, participando do reflexo da tosse. O estreitamento do lúmen pela contração muscular 
aumenta a velocidade do ar expirado e isto torna mais fácil expulsar, pela tosse, a secreção 
acumulada na traqueia e corpos estranhos que possam ser penetrado. 
A traqueia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo, constituindo a camada 
adventícia, que liga o órgão aos tecidos vizinhos. 
 Árvore Traqueobronquial 
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- Histologia: 
A traqueia ramifica-se originando dois brônquios que, após curto trajeto, entram nos pulmões 
através do hilo. Esses brônquios são chamados de brônquios primários. Pelo Hilo também 
entram artérias e saem vasos linfáticos e veias. Todas essas estruturas são revestidas por 
tecido conjuntivo denso, sendo o conjunto conhecido por raiz do pulmão. 
Os brônquios primários, ao penetrarem nos pulmões, dirigem-se para fora e para baixo, dando 
origem a três brônquios no pulmão direito e dois no esquerdo. Esse brônquios lobares 
dividem-se repetidas vezes, originando brônquios cada vez menores, sendo os últimos ramos 
chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo penetra num lobo pulmonar, onde se ramifica, 
formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Cada bronquíolo terminal origina um ou mais 
bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória. Esta 
compreende os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos. 
Os brônquios primários, na sua porção extrapulmonar, possuem a mesma estrutura observada 
na traqueia. À medida que caminha para a porção respiratória, observa-se uma simplificação 
na estrutura desse sistema de condutos, bem como uma diminuição da altura do epitélio. 
 Brônquios 
Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica à da traqueia, enquanto nos ramos menores o epitélio 
pode ser cilíndrico simples ciliado. A lamina própria é rica em fibras elásticas. Segue-se à 
mucosa uma camada muscular lisa, formada por feixes musculares dispostos em espiral que 
circundam completamente o brônquio. Externamente a essa camada muscular existem 
glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem na luz brônquica. 
As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas (camada 
adventícia) que continua com as fibras conjuntivas do tecido pulmonar vizinho. Tanto na 
adventícia quanto na mucosa é comum acúmulo de linfócitos. 
 Bronquíolos 
São segmentos

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