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Resumo Texto e Discurso

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Revisão Texto e Discurso
Universidade Federal do Ceará
Curso Letras-Português
Professora Coordenadora: Dra. Mônica Magalhães
Tutora: Maria Elisaudia De Almeida Pereira (Ely)
 ante
Texto e a construção de sentidos
 Segundo Costa Val (1991, p. 03), "pode-se definir um texto ou discurso como ocorrência falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal". 
 Para a autora, um texto será bem compreendido quando avaliado sob o ponto de vista pragmático, que tem a ver com a atuação comunicativa; sob o ponto de vista semântico-conceitual, que diz respeito à sua coerência; e sob o aspecto formal, que concerne à sua coesão.
Que tipos de conhecimento partilhado permitem construir a coerência nos textos que seguem?
Construção de sentidos do texto
Construção de sentidos do texto
Construção de sentidos do texto
	Modalidades ou formas de organização das informações no texto.
 Espécie de construção teórica definida pela natureza de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).
	
	
Sequências textuais
 Bronckart (1999) afirma que a sequencialização de um texto pode ser organizada de até 6 formas distintas: narrativa, argumentativa, explicativa, injuntiva, descritiva e dialogal. 
	As sequências são compostas por fases e se caracterizam por escolhas que norteiam sua organização. Há um plano de dizer e, para isso, selecionamos um conjunto de macroproposições para atingir o nosso objetivo.
Sequências textuais
Sequência Narrativa
Fases
Situação Inicial
Complicação
Ações
Resolução
Situação Final
Avaliação
Moral
Era uma vez um rei rico em terras e dinheiro. 
Sua mulher morreu e ele ficou inconsolável. Trancou-se durante oito dias inteiros em seu gabinete, onde batia com a cabeça nas paredes, de tanto que estava sofrendo [...] 
Todos os seus súditos resolveram ir vê-lo e dizer-lhe o que pudessem de mais adequado para consolar sua tristeza. Uns preparavam discursos graves e sérios; outros, leves e até mesmo alegres [...] Enfim, apresentou-se diante dele uma mulher toda coberta de crepes negros, com véus, mantas e longas roupas de luto, que chorava e soluçava tão forte e tão alto, que ele ficou surpreso [...] Ele a recebeu melhor que aos outros [...]
Quando a elegante viúva viu o assunto quase esgotado, levantou um pouco os seus véus [...] O rei observou-a com muita atenção [...] pediu-lhe para não imortalizar a sua dor. 
Em conclusão, todos se espantaram quando ele se casou com ela, tornando-o negro, verde em cor-de-rosa. 
Frequentemente, basta conhecer o que as pessoas têm de fraco para entrar em seu coração e para se fazer tudo que se quiser. 
(Conto de fadas O pássaro azul, extraído do livro La belle et la bête)
Sequência Argumentativa
Problema social
Guará/Fernandinho
 Se eu pudesse, eu dava um toque em meu destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão 
Nem o bom menino que vendeu limão
E trabalhou na feira pra comprar seu pão
Não aprendi as maldades que essa vida tem
Mataria a minha fome sem ter que roubar ninguém
Juro que eu não conhecia a famosa Funabem
Onde foi minha morada desde os tempos de neném
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem 
Se eu pudesse eu tocava em meu destino
Hoje eu seria alguém
 Seria eu um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal 
Muitos me chamam de pivete
 Mas poucos me deram um apoio moral
 Se eu pudesse eu não seria um problema social 
	
Fases
Tese Inicial
Argumentos
Contra-Argumentos
Conclusão
Por que é raro ocorrer terremotos no Brasil?
  
Tremores de terra ou abalos causados pela liberação de energia acumulada no interior da crosta terrestre não são raridades aqui. Ao contrário: o território nacional sofre cerca de 90 tremores todos os anos. Incomuns, na verdade, são os sismos de grande magnitude porque o país está em uma zona intraplacas tectônicas, com maior estabilidade, afastado das zonas de contato ou de separação de plataformas. Essas áreas de contato são muito instáveis, como é o caso do arquipélago japonês, que sofre com abalos fortes. Mas grandes terremotos já foram registrados aqui. Em 1955, em Mato Grosso, um sismo atingiu 6,2 graus na escala Richter. Ele teria sido devastador se tivesse ocorrido em uma área mais povoada.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/raro-ocorrer-terremotos-brasil-496240.shtml
Sequência Explicativa
Fases
Constatação Inicial
Problematização
Resolução
Conclusão/Avaliação
Sequência Injuntiva
 
	Não apresenta fases definidas, mas tem por objetivo fazer com que o leitor ou interlocutor realize uma determinada ação enunciada nas formas verbais infinitivo e imperativo.
Sequência Descritiva
Fases
Ancoragem
Aspectualização
Relacionamento
Reformulação
Amante Profissional
Herva Doce
Alô?
Alô, quem é que tá falando?
É o amante profissional
Como é que você é, hein?...
Moreno alto, bonito e sensual
Talvez eu seja a solução
Do seu problema
Carinhoso, bom nível social...
	
Sequência Dialogal
Fases
Abertura
Troca de turno
Fechamento
14
Tópico discursivo
O tópico discursivo surge, em qualquer texto, falado ou escrito, a partir de enunciados criados pelos sujeitos envolvidos na situação comunicativa por meio de um conjunto de informações, que vão se mantendo e progredindo no texto. É o tema geral ou assunto.
Um segmento tópico, quando introduzido, mantém-se por um determinado tempo, após o qual, com ou sem um intervalo de transição vai ocorrer a introdução de um novo segmento tópico.
“ - Comida?
 Churrasco e feijoada...
 Bem gordurosa...
 Cerveja gelada...
 E bastante...”
Tópico discursivo
O tópico discursivo é definido por dois traços básicos: a centração e a organicidade, Jubran (1993). 
Centração e Organicidade
Centração e Organicidade
Elis: Essa gripe suína tá dando o que falar!
Catia: É mesmo! Um perigo!
Elis: Estou tão mal informada! Ela se originou onde mesmo?
Catia: Acho que foi no México!
Elis: Ah sim!
Catia: Ouvi no rádio que lá nesse país as cenas de beijos nas novelas estão proibidas!
Elis: É! Pra preservar a saúde tudo é aceitável!
Disponível em: http://jessiquitasantos.blogspot.com.br/
Centração e Organicidade
(12:06:37) Eu mesmo_xD fala para Estrela: Bom dia,como vai sua tia ?
(12:07:11) Estrela fala para Eu mesmo_xD: Não tão bem quanto a tua, mas vai bem
(12:07:32) Eu mesmo_xD fala para Estrela: A minha morreu .. e vc fika zuando
(12:07:41) e Nois e sempre (reservadamente) fala para Todos: Bom dia,como vai sua tia ?
(12:08:00) Estrela fala para Eu mesmo_xD: Ela pelo menos ficou livre de vc.....rssss
(12:09:00) Eu mesmo_xD fala para Estrela: Ela vai puxar seu pé a noite ... fika zuando com os mortos ai !!
(12:09:31) Estrela fala para Eu mesmo_xD: Os mortos não chatos apenas os vivos ...rssssss
Paiva, G. M. F. A polidez lingüística em sala de bate-papo na internet, 2008.
Enunciação e discurso
 Segundo Benveniste, falar em Linguística da Enunciação é analisar, numa situação real de interação, a subjetividade do locutor a partir de marcas linguísticas.
 O enunciado é uma "frase" proferida por um sujeito-enunciador real. Essa frase-enunciado não é a oração, abstrata, descrita pelos gramáticos, mas é um acontecimento único, ancorado no tempo e no espaço pelo sujeito-enunciador, que se coloca como referência para a interpretação do objeto de seu discurso. 
Enunciação e discurso
 
Enunciação e discurso
 
Enunciação e discurso
 
Para Bakhtin, a enunciação e o enunciado formam um todo indissociável. 
A unidade da língua em uso é o enunciado, que não se separa na situação enunciativa em que se realiza. Isso quer dizer que os sentidos expressos pelas formas são construídos nas interações sociais, pois o signo é ideológico em seu funcionamento. 
Dizer que o signo é ideológico é admitir que todo enunciado apresenta as marcas do sujeito que
o assume.
Enunciação e discurso
 
Pasquale, no entanto, não é uma unanimidade. [...] inevitavelmente ouve críticas. Elas ecoam o pensamento de uma certa corrente relativista, que acha que os gramáticos preocupados com as regras da norma culta prestam um desserviço à língua. De acordo com essa tendência, o certo e o errado em português não são conceitos absolutos. Quem aponta correções na fala popular estaria, na verdade, solapando a inventividade e a auto-estima das classes menos abastadas. Isso configuraria uma postura elitista. Trata-se de um raciocínio torto, baseado num esquerdismo de meia-pataca que idealiza tudo o que é popular – inclusive a ignorância, como se ela fosse atributo, e não problema, do povo. O que esses acadêmicos preconizam é que os ignorantes continuem a sê-lo. Que percam oportunidades de emprego e a consequente chance de subir na vida por falar errado. (Veja, 7 nov. 2001. p.112)
Enunciação e discurso
 Para Bakhtin, a linguagem é constituída de enunciações-enunciados que, num ato efetivo de comunicação, são impregnados pela expressividade do sujeito-enunciador.
 O teórico concebe a linguagem dentro de um quadro no qual interagem em pé de igualdade o contexto histórico, o cultural e o social; sua abordagem para o fenômeno linguístico admite o diálogo em sentido amplo, entendendo que todo discurso reflete e refrata outros discursos já ditos. 
Enunciação e discurso
 A chave para evitar as ciladas de uma versão forte de memória coletiva é a mediação, especialmente a mediação semiótica, noções cuja genealogia remontam a várias origens. A seguir, eu me apoiarei principalmente nas ideias de Lev Semënovich Vygotsky (1981; 1987) e Bakhtin (1986). Nessa perspectiva, os seres humanos são basicamente animais que utilizam signos, e as formas de ação que desenvolvemos, especialmente falar e pensar, envolvem uma combinação não redutível de um agente ativo e uma ferramenta cultural (Wertsch, 2002).
 James V. Wertsch, Texto e dialogismo no estudo da memória coletiva , 2009.
Discurso e interdiscurso
 A linguagem enquanto discurso não constitui um universo de signos que serve apenas como instrumento de comunicação ou suporte de pensamento; a linguagem enquanto discurso é interação, e um modo de produção social; ela não é neutra, inocente e nem natural, por isso é o lugar privilegiado de manifestação da ideologia. 
 (...) Como elemento de mediação necessária entre o homem e sua realidade, a linguagem é lugar de conflito, de confronto ideológico, não podendo ser estudada fora da sociedade, uma vez que os processos que a constituem são histórico-sociais. Seu estudo não pode estar desvinculado de suas condições de produção.
Discurso e interdiscurso
Discurso e interdiscurso
Referenciação
Processos dereferenciação
Introduçãoreferencial
Anáfora (continuidade referencial)
Anáforas diretas (correferenciais)
Anáforas indiretas
não-correferenciais)
Anáforasindiretas (propriamente ditas)
Anáforasencapsuladoras
Referenciação
Referenciação
Intextextualidade
 Intertextualidade – lato sensu - constitutiva de todo e qualquer discurso.
 Intertextualidade - stricto sensu - em que há a presença necessária de um intertexto.
De acordo com o postulado dialógico de Bakhtin (1929), um texto não pode ser concebido isoladamente, mas, sim, dependente de outros textos com os quais está diretamente relacionado.
Relações Intertextuais - Stricto Sensu
34
Citação
De acordo com Walty; Paulino; Cury (1995), o fenômeno da intertextualidade revela uma característica maior dos processos culturais por que passa a sociedade contemporânea.
Segundo Bakhtin (2002 [1929], p. 118), o “diálogo” deve ser compreendido como “toda comunicação verbal, de qualquer tipo que seja”.
Citação
Referência
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde 
Plágio
Alusão
Itabira
Carlos Drummond de Andrade
[...]
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; 
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Alusão
Como nossos pais
Belchior
[...]
Já faz tempo
E eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Esta lembrança
É o quadro que dói mais...
[...]
As relações intertextuais
 por derivação
Paródia (Détournement)
Pastiche
Paráfrase
 “Do ponto de vista antropológico, podemos dizer que sempre existiu preocupação do homo sapiens com o conhecimento da realidade”. (MINAYO, 1993, p.1) 
	Segundo Minayo (1993, p.1), sob a perspectiva antropológica, é possível afirmar que é contínua a preocupação do homo sapiens em conhecer a realidade.

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