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Aula 21 Contabilidade Pública p/ TRTs - Analista e Técnico Judiciário - Área Contabilidade - com videoaulas Professor: Giovanni Pacelli Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 66 AULA 21: Inventário na Administração pública. SUMÁRIO PÁGINA 1.Apresentação 1 2.Conceito e objetivos do inventário físico 2 3.Tipos de Inventário Físico 5 3.1.O inventário como instrumento (de cunho) gerencial 6 4.Formas de recebimento, distribuição e desfazimento do material 7 4.1.Recebimento do material: conceito e formas 7 4.2.Distribuição: conceito e formas 8 4.3. Desfazimento do material: formas 9 4.3.1. Inutilização ou abandono 16 5. Controle do Material 17 5.1. Controle do Material na IN nº 205 SEDAP/PR 1988 17 5.2. Controle do Material na lei 4320/1964 20 6.Material permanente e material de consumo: características 23 6.1.Identificação dos equipamentos e materiais permanentes 27 7.Casos especiais referentes à classificação por natureza de despesa 29 7.1.Serviços de Terceiros versus Material de Consumo e Permanente 33 7.2.Obras e Instalações versus Serviços de Terceiros 34 7.3.Despesa de Exercícios Anteriores versus Indenizações e Restituições versus Elemento Próprio 36 8. Fases do inventário e princípios 39 9.Questões comentadas 44 10.Lista das questões apresentadas 57 1. APRESENTAÇÃO Pessoal, na aula de hoje apresentarei os aspectos relacionados ao inventário na administração pública. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 66 Nosso foco será sobre os seguintes aspectos: identificar os objetivos do inventário físico; diferenciar os tipos de inventário (anual, inicial, transferência, extinção, especial); identificar as formas de recebimento, movimentação interna e desfazimento; diferenciar materiais de consumo de materiais permanentes (critérios excludentes: durabilidade, fragilidade, perecibilidade, incorporabilidade, transformabilidade); apresentar as formas de registro dos equipamentos e materiais permanentes; e apresentar as fases e os princípios dos inventários. 2. CONCEITO E OBJETIVOS DO INVENTÁRIO FÍSICO Inventário físico é o instrumento de controle para a verificação dos saldos de ESTOQUES nos almoxarifados e depósitos, e dos equipamentos e MATERIAIS PERMANENTES, em uso no órgão ou entidade, que irá permitir, dentre outros: a)o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentações dos estoques com o saldo físico real nas instalações de armazenagem; b) a análise do desempenho das atividades do encarregado do almoxarifado através dos resultados obtidos no levantamento físico; c) o levantamento da situação dos materiais estocados no tocante ao saneamento dos estoques; d) o levantamento da situação dos equipamentos e materiais permanentes em uso e das suas necessidades de manutenção e reparos; e e) a constatação de que o bem móvel não é necessário naquela unidade. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 66 Observe que no conceito de inventário físico fica patente que estoques (material de consumo) é distinto de material permanente. Porém, o que viria a ser material? Conforme a IN 205 SEDAP/PR 19881 material é a designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente de qualquer fator, bem como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos economicamente aproveitáveis. Conforme a o Decreto 99.658/1990 material é a designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades dos órgãos e entidades públicas federais, independente de qualquer fator2. Observa-se assim uma forte aderência entre ambos os normativos. Vamos as nossas duas questões iniciais que trata dos objetivos do inventário. 1 A IN 205 SEDAP/PR 1988 tem por objetivo racionalizar com minimização de custos o uso de material no âmbito do SISG através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem essa gestão com as desejáveis condições de operacionalidade, no emprego do material nas diversas atividades. 2 Art. 3º do Decreto 99.658/1990. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 66 1. (Cespe/MPU/ 2010/Analista de Orçamento) O inventário físico é instrumento de controle por meio do qual é possível proceder ao levantamento da situação dos equipamentos e dos materiais permanentes em uso e de suas necessidades de manutenção. 2. (Cespe/UNIPAMPA/2009/contador) A promulgação da Instrução Normativa SEDAP n.º 205/1988 teve como objetivo a minimização de custos por meio da racionalização do uso de material no âmbito do SISG com a aplicação de técnicas modernas que atualizam e enriquecem as condições de operacionalidade, no emprego desse material nas diversas atividades. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 66 1. CERTO, vimos que foi cobrado um dos objetivos do inventário físico que consta na IN nº 205 SEDAP/PR 1988. Numa próxima oportunidade podem ser cobrados os demais. 2. CERTO, a IN 205 é usada como referência até hoje. 3. TIPOS DE INVENTÁRIOS FÍSICOS Segundo os normativos na administração pública federal existem 5 tipos de inventários: (i) Anual ± destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, existente em 31 de dezembro de cada exercício - constituído do inventário anterior e das variações patrimoniais ocorridas durante o exercício. (ii) Inicial ± quando da criação de uma unidade, para identificação e registro dos bens sob sua responsabilidade. (iii) Transferência de Responsabilidades ± realizado quando da mudança do dirigente da Unidade Gestora. (iv) Por extinção ou transformação ± quando da extinção ou transformação da unidade gestora. (v) Eventual ± realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da unidade ou por iniciativa do órgão de fiscalização. Nos inventários destinados a atender às exigências do órgão fiscalizador (Sistema de Controle Interno), ou seja, em um inventário eventual solicitado pelo controle interno, os bens móveis (material de consumo, equipamento, material permanente e semoventes) serão agrupados segundo as categorias patrimoniais constantes do planode Contas Único. Outra dedução importante é que a IN nº 205 SEDAP/PR 1988 esclarece que os bens móveis incluem tanto os materiais de consumo quanto os materiais permanentes. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 66 3.1. O inventário como instrumento (de cunho) gerencial A IN nº 205 SEDAP/PR 1988 prevê ainda, desde que não haja prejuízo de outras normas de controle dos sistemas competentes, que o Departamento de Administração ou unidade equivalente poderá utilizar como instrumento gerencial o Inventário Rotativo, que consiste no levantamento rotativo, contínuo e seletivo dos materiais existentes em estoque ou daqueles permanentes distribuídos para uso, feito de acordo com uma programação de forma que todos os itens sejam recenseados ao longo do exercício. Outro tipo de inventário que poderá ser utilizado como instrumento gerencial é Inventário por Amostragens para um acervo de grande porte. Esta modalidade alternativa consiste no levantamento em bases mensais, de amostras de itens de material de um determinado grupo ou classe, e inferir os resultados para os demais itens do mesmo grupo ou classe. Os inventários físicos de cunho gerencial, no âmbito do SISG deverão ser efetuados por Comissão designada pelo Diretor do Departamento de Administração ou unidade equivalente, ressalvado aqueles de prestação de contas, que deverão se subordinar às normas do Sistema de Controle Interno. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 66 4. FORMAS DE RECEBIMENTO, DISTRIBUIÇÃO E DESFAZIMENTO DO MATERIAL Antes de apresentar os conceitos e as características de cada forma, apresento o Quadro 1 que contém as modalidades de recebimento, distribuição e desfazimento conforme cada legislação. Quadro 1: Modalidades de recebimento, distribuição e desfazimento do material da administração pública federal. Gênero de movimentação3 Modalidade Recebimento (entrada no patrimônio do órgão) Compra (IN 205 SEDAP/PR 1988) Cessão (IN 205 SEDAP/PR 1988) Doação (IN 205 SEDAP/PR 1988) Permuta (IN 205 SEDAP/PR 1988) Transferência (IN 205 SEDAP/PR 1988) Produção interna (IN 205 SEDAP/PR 1988) Fornecimento/Distribuição (utilização pela Unidade) Por pressão (IN 205 SEDAP/PR 1988) Por requisição (IN 205 SEDAP/PR 1988) Desfazimento (saída do patrimônio do órgão) Cessão (IN 205 SEDAP/PR 1988 e Decreto 99.658/1998) Alienação (venda, permuta ou doação) (IN 205 SEDAP/PR 1988 e Decreto 99.658) Transferência (Decreto 99.658/1998) Inutilização (Decreto 99.658/1998) Abandono (Decreto 99.658/1998) 4.1.Recebimento do material: conceito e formas O recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão público no local previamente designado, não implicando em aceitação. 3 Essa classificação é apenas para fins didáticos desta aula. A mesma não é citada de forma expressa na legislação. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 66 Transfere apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará nos locais designados. Qualquer que seja o local de recebimento, o registro de entrada do material será SEMPRE no Almoxarifado. O Quadro 2 relaciona os documentos hábeis para as formas de recebimento. Quadro 2: Documentos hábeis para recebimento do material Forma de recebimento Documento Hábil Compra Nota Fiscal, Fatura e Nota fiscal/Fatura Cessão Termo de Cessão Doação Termo de Doação Permuta Declaração exarada no processo relativo à Permuta Transferência Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência Produção interna Guia de Produção 4.2.Distribuição: conceito e formas. As unidades integrantes das estruturas organizacionais dos órgãos e entidades serão supridas EXCLUSIVAMENTE pelo seu almoxarifado. A distribuição (fornecimento) é o processo pelo qual se faz chegar o material em perfeitas condições ao usuário. São dois os processos de fornecimento: (i) por pressão; (ii) por requisição. O Quadro 3 contém as características de cada um. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 66 Quadro 3: Tipos de fornecimento Tipo de Fornecimento Características Por Pressão É o processo de uso facultativo, pelo qual se entrega material ao usuário mediante tabelas de provisão previamente estabelecidas pelo setor competente, e nas épocas fixadas, independentemente de qualquer solicitação posterior do usuário. Essas tabelas são preparadas normalmente, para: a) material de limpeza e conservação; b) material de expediente de uso rotineiro; c) gêneros alimentícios. Por Requisição É o processo mais comum, pelo qual se entrega o material ao usuário mediante apresentação de uma requisição (pedido de material) de uso interno no órgão ou entidade. As requisições/fornecimentos deverão ser feitos de acordo com: a) as tabelas de provisão; b) catálogo de material, em uso no órgão ou entidade. 4.3.Desfazimento do material: formas previstas na legislação As formas de destinação previstas na IN nº 205 SEDAP/PR 1988 são as seguintes: (i) Cessão; (ii) alienação. O Quadro 4 contém os conceitos referentes a cada forma de destinação conforme a IN. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 66 Quadro 4: Formas de destinação na IN nº 205 SEDAP/PR 1988 Tipo de Destinação Características Cessão A cessão consiste na movimentação de material do Acervo, com transferência de posse, gratuita, com troca de responsabilidade, de um órgão para outro, dentro do âmbito da Administração Federal Direta. Alienação A Alienação consiste na operação que transfere o direito de propriedade do material mediante, venda, permuta ou doação Compete ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente, sem prejuízo de outras orientações que possam advir do órgão central do Sistema de Serviços Gerais - SISG: (i) Colocar à disposição, para cessão, o material identificado como inativo nos almoxarifados e os outros bens móveis distribuídos, considerados ociosos. (ii) Providenciar a alienação do material considerado antieconômico e irrecuperável. Dessa forma, tem-se o seguinte esquema no Quadro 5. Quadro 5: Esquema de destinação Situação do material Recomendação Ocioso CessãoAntieconômico e irrecuperável Alienação Na sequência apresento o Quadro 6 que contém as formas de destinação conforme o Decreto 99.658/1998. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 66 Quadro 6: Formas de desfazimento no Decreto 99.658/1998 Tipo de Destinação Características Transferência Modalidade de movimentação de material, com troca de responsabilidade, de uma unidade organizacional para outra, dentro do mesmo órgão ou entidade. Cessão Modalidade de movimentação de material do acervo, com transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo ou entre estes e outros, integrantes de qualquer dos demais Poderes da União. A cessão será efetivada mediante Termo de Cessão, do qual constarão a indicação de transferência de carga patrimonial, da unidade cedente para a cessionária, e o valor de aquisição ou custo de produção. Alienação Operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante venda, permuta ou doação. Outras formas de desfazimento Renúncia ao direito de propriedade do material, mediante INUTILIZAÇÃO ou ABANDONO. Vamos fazer mais uma questão. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 66 (Cespe/MPU/ 2010/Controle Interno) Um dos instrumentos de controle do patrimônio público é o inventário de materiais, bens móveis e imóveis pertencentes ao ente público. Com relação a esse assunto, julgue os itens que se seguem. 3. O abandono de um material é uma forma de destinação legalmente prevista. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 66 Por mais que pareça estranho, vimos que o abando é previsto no Decreto 99.658/1990. Pessoal, na IN nº 205 SEDAP/PR 1988 considera-se cessão a movimentação de material, com transferência de posse, gratuita, com troca de responsabilidade, de um órgão para outro, dentro do âmbito da Administração Federal Direta; enquanto no Decreto 99.658/1990 considera-se cessão a transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Apesar dessa inicial divergência, o Decreto 99.58/1990 estipula que a cessão quando envolver entidade autárquica, fundacional ou integrante dos Poderes Legislativo e Judiciário, a operação só poderá efetivar- se mediante DOAÇÃO. Dessa forma, a doação é uma espécie de cessão. Ainda nesta seção, gostaria de registrar que a IN nº 205 SEDAP/PR 1988 não esclarece de forma explícita os aspectos relacionados aos estados que vimos que influenciaram a decisão quanto ao destino dos materiais. Tal esclarecimento consta no Decreto 99.658/1990. O Quadro 7 mostra os conceitos sobre os status dos bens. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 66 Quadro 7: Classificação do material considerado genericamente inservível para a repartição, órgão ou entidade que detém sua posse ou propriedade. Classificação do material considerado genericamente inservível Descrição Ocioso Quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado. Recuperável Quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinqüenta por cento de seu valor de mercado. Antieconômico Quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo. Irrecuperável Quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina devido à perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação. O Decreto 99.658/1990 reforça e amplia o entendimento anterior da IN e estabelece que o material classificado como ocioso ou recuperável será cedido a outros órgãos que dele necessitem4. 4 Art. 3º no Decreto 99658/1998. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 66 Quadro 8: Esquema de desfazimento do Decreto 99.658/1990 Situação do material Determinação Ocioso ou Recuperável Cessão. Doação para outro órgão ou entidade da Administração Pública Federal direta, autárquica ou fundacional ou para outro órgão integrante de qualquer dos demais Poderes da União. Antieconômico Doação para Estados e Municípios mais carentes, Distrito Federal, empresas públicas, sociedade de economia mista, instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal, e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Irrecuperável Alienação Doação para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal, e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Inutilização ou abandono. Outras situações O material adquirido com recursos de convênio celebrado com Estado, Território, Distrito Federal ou Município e que, a critério do Ministro de Estado, do dirigente da autarquia ou fundação, seja necessário à continuação de programa governamental, após a extinção do convênio, deve ser doado para a respectiva entidade convenente. O material adquirido destinado à execução descentralizada de programa federal, aos órgãos e entidades da Administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e aos consórcios intermunicipais, para exclusiva utilização pelo órgão ou entidade executora do programa, hipótese em que se poderá fazer o tombamento do bem diretamente no patrimônio do donatário, quando se tratar de material permanente, lavrando-se, em todos os casos, registro no processo administrativo competente. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 66 Os microcomputadores de mesa, monitores de vídeo, impressoras e demais equipamentos de informática, respectivo mobiliário, peças-parte ou componentes, classificados como ociosos ou recuperáveis, poderão ser doados a instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo Federal, e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público que participem de projeto integrante do Programa de InclusãoDigital do Governo Federal. 4.3.1. Inutilização ou abandono Se for verificada a impossibilidade ou a inconveniência da alienação de material classificado como irrecuperável, a autoridade competente determinará sua descarga patrimonial e sua inutilização ou abandono, após a retirada das partes economicamente aproveitáveis, porventura existentes, que serão incorporados ao patrimônio. A inutilização consiste na destruição total ou parcial de material que ofereça ameaça vital para pessoas, risco de prejuízo ecológico ou inconvenientes, de qualquer natureza, para a Administração Pública Federal. A inutilização, sempre que necessário, será feita mediante audiência dos setores especializados, de forma a ter sua eficácia assegurada. Os símbolos nacionais, armas, munições e materiais pirotécnicos serão inutilizados em conformidade com a legislação específica. O Quadro 9 mostra os motivos para a inutilização do material. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 66 Quadro 9: Motivos para inutilização 1 A sua contaminação por agentes patológicos, sem possibilidade de recuperação por assepsia. 2 A sua infestação por insetos nocivos, com risco para outro material. 3 A sua natureza tóxica ou venenosa. 4 A sua contaminação por radioatividade. 5 O perigo irremovível de sua utilização fraudulenta por terceiros. Tanto a inutilização e o abandono de material serão documentados mediante Termos de Inutilização ou de Justificativa de Abandono, os quais integrarão o respectivo processo de desfazimento. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 66 5. CONTROLE DO MATERIAL Generalizar o controle seria, além de dispendioso, às vezes, impossível quando a quantidade e diversidade são elevadas. Deste modo, o controle deve ser feito de maneira diferente para cada item de acordo com o grau de importância, valor relativo, dificuldades no ressuprimento. 5.1. Controle do Material na IN nº 205 SEDAP/PR 1988 O material de pequeno valor econômico que tiver custo de controle evidentemente superior ao risco de perda poderá ser controlado através do simples relacionamento do material (relação- carga). O bem móvel (material de consumo, equipamento, material permanente e semoventes) cujo valor de aquisição ou custo de produção for desconhecido será avaliado tomando como referência o valor de outro, semelhante ou sucedâneo, no mesmo estado de conservação e a preço de mercado. Nenhum material deverá ser liberado aos usuários, antes de cumpridas as formalidades de recebimento, aceitação e registro no competente instrumento de controle (ficha de prateleira, ficha de estoque, listagens). O Departamento de Administração ou a unidade equivalente deverá acompanhar a movimentação de material ocorrida no âmbito do órgão ou entidade, registrando os elementos indispensáveis ao respectivo controle físico periódico com a finalidade de constatar as reais necessidades dos usuários e evitar os eventuais desperdícios. As comissões especiais de que trata esta I.N., deverão ser constituídas de, no mínimo, três servidores do órgão ou entidade, e serão instituídas pelo Diretor do Departamento de Administração ou unidade equivalente e, no caso de impedimento desse, pela Autoridade Administrativa a que ele estiver subordinado. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 66 O Decreto 99658/1990 por sua vez estabelece que as avaliações, classificação e formação de lotes, previstas no Decreto, bem assim os demais procedimentos que integram o processo de alienação de material, serão efetuados por comissão especial, instituída pela autoridade competente e composta de, no mínimo, três servidores integrantes do órgão ou entidade interessados5. A Administração poderá, em casos especiais, contratar, por prazo determinado, serviço de empresa ou profissional especializado para assessorar a comissão especial quando se tratar de material de grande complexidade, vulto, valor estratégico ou cujo manuseio possa oferecer risco a pessoas, instalações ou ao meio ambiente6. 5 Art. 19º do Decreto 99.658/1990. 6 Art. 20º do Decreto 99.658/1990. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 66 5.2. Controle do Material na lei 4320/1964 Haverá registros ANALÍTICOS de TODOS os bens de caráter PERMANENTE, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração7. A contabilidade manterá registros SINTÉTICOS dos bens MÓVEIS E IMÓVEIS8. O levantamento geral dos bens MÓVEIS E IMÓVEIS terá por base o INVENTÁRIO ANALÍTICO de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração SINTÉTICA na contabilidade9. Todos os bens permanentes precisam de registro analítico. Todos os bens móveis (material de consumo, equipamento, material permanente e semoventes) e imóveis precisam de registro sintético. O levantamento geral de bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico da UA e os elementos de escrituração sintética. Vamos fazer uma questão sobre isso. 7 Art. 94º da lei 4320/1964. 8 Art. 95º da lei 4320/1964. 9 Art. 96º da lei 4320/1964. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 66 4. (Cespe/SECGE PE/ 2010/Controle Interno) O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário sintético do órgão e os elementos da escrituração analítica na contabilidade. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 66 4. (Cespe/SECGE PE/ 2010/Controle Interno) O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário sintético do órgão e os elementos da escrituração analítica na contabilidade. ERRADO, o levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico do órgão e os elementos da escrituração sintética na contabilidade. Fruto do prescrito na lei 4320/1964, questiona-se:quais elementos relacionados ao material devem constar no inventário analítico? A IN nº 205 SEDAP/PR 1988 estabelece que no inventário analítico, para a perfeita caracterização do material, figurarão: a) descrição padronizada; b) número de registro; c) valor (preço de aquisição, custo de produção, valor arbitrado ou preço de avaliação); d) estado (bom, ocioso, recuperável, antieconômico ou irrecuperável); e) outros elementos julgados necessários. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 66 6. MATERIAL PERMANENTE E MATERIAL DE CONSUMO: CARACTERÍSTICAS Vimos nas seções anteriores que os bens móveis são constituídos tanto por materiais permanentes quanto por materiais de consumo. Porém, o que diferencia um do outro? O material de consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei nº 4.320/1964, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos 10; enquanto o material permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos 11. A diferença entre material de consumo e material permanente RFRUUH�QD�FODVVLILFDomR�TXDQWR�j�QDWXUH]D�QR�QtYHO�³HOHPHQWR�GD�GHVSHVD´�� O material de consumo possui o código 30 enquanto o material permanente o código 52. Além disso, na classificação da despesa com aquisição de material devem ser adotados alguns parâmetros que distinguem o material permanente do material de consumo. Os seguintes parâmetros excludentes, expostos no Quadro 9, devem ser tomados em conjunto, para a identificação do material permanente. Dessa forma, por se tratarem de parâmetros excludentes, um material é considerado de consumo desde que atenda um, e pelo menos um, dos parâmetros. 10 §2º do Art. 15º da Lei 4320/1964; Inciso I do Art. 2º da Portaria STN 448/2002. 11 Inciso II do Art. 2º da Portaria STN 448/2002. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 66 Quadro 10: Critérios excludentes de material permanente12 Critério Parâmetro utilizado Exemplo Critério da Durabilidade Se em uso normal perde ou tem reduzida as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos. Lápis, caneta Critério da Fragilidade Se sua estrutura for quebradiça, deformável ou danificável, caracterizando sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade. Disquete Critério da Perecibilidade Se está sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou se deteriora ou perde sua característica pelo uso normal. Gêneros alimentícios Critério da Incorporabilidade Se está destinado à incorporação a outro bem, e não pode ser retirado sem prejuízo das características físicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para a constituição de novos bens, melhoria ou adições complementares de bens em utilização (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de peças para manutenção do seu uso normal que contenham a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30). Peças de veículos Critério da Transformabilidade Se for adquirido para fim de transformação. Aço como matéria-prima para fabricação de armários. 12 Art. 3º da Portaria STN 448/2002. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 66 Os critérios devem ser enxergados sob a perspectiva negativa. Assim, atender ao critério é assumir que o material não pode ser permanente, mas sim de consumo. Observa-se que, embora um bem tenha sido adquirido como permanente, o seu controle patrimonial deverá ser feito baseado na relação custo-benefício desse controle. Nesse sentido, a Constituição Federal prevê o Princípio da Economicidade (art. 70), que se traduz na relação custo-benefício. Assim, os controles devem ser simplificados quando se apresentam como meramente formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco. Desse modo, se um material for adquirido como permanente e ficar comprovado que possui custo de controle superior ao seu benefício, deve ser controlado de forma simplificada, por meio de relação-carga, que mede apenas aspectos qualitativos e quantitativos, não havendo necessidade de controle por meio de número patrimonial. No entanto, esses bens deverão estar registrados contabilmente no patrimônio da entidade. Da mesma forma, se um material de consumo for considerado como de uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utilizada ou valor relevante, também deverá ser controlado por meio de relação- carga, e incorporado ao patrimônio da entidade. O Quadro 11 resume os conceitos anteriores. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 66 Quadro 11: Controles sobre o material permanente e de consumo Qual a classificação quando da aquisição? Possui custo de controle superior ao seu benefício? Como deve ser controlado? Material permanente Não Por meio de número patrimonial e incorporado ao patrimônio da entidade. Material permanente Sim Relação-carga e incorporado ao patrimônio da entidade. Material consumo Se for de uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utilizada ou valor relevante. (Cespe/MPU/ 2010/Controle Interno) Um dos instrumentos de controle do patrimônio público é o inventário de materiais, bens móveis e imóveis pertencentes ao ente público. Com relação a esse assunto, julgue o item que se segue. 5. A durabilidade, a incorporabilidade e a tangibilidade são parâmetros para identificação de material permanente. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 66 (Cespe/MPU/ 2010/Controle Interno) Um dos instrumentos de controle do patrimônio público é o inventário de materiais, bens móveis e imóveis pertencentes ao ente público. Com relação a esse assunto, julgue o item que se segue. 5. A durabilidade, a incorporabilidade e a tangibilidade são parâmetros para identificação de material permanente. ERRADO, a tangibilidade não é um dos parâmetros. 6.1. Identificação dos equipamentos e materiais permanentes Para efeito de identificação e inventário os equipamentos e materiais permanentes receberão números seqüenciais de registro patrimonial. O Quadro 12 contém as formas de registrar o material permanente.Quadro 12: Formas de identificação de equipamentos e materiais permanentes Tipo de material permanente ou equipamento Forma identificação dos números seqüenciais de registro patrimonial Regra geral O número de registro patrimonial deverá ser aposto ao material, mediante gravação, fixação de plaqueta ou etiqueta apropriada. Material bibliográfico O número de registro patrimonial poderá ser aposto mediante carimbo. Em caso de redistribuição de equipamento ou material permanente, o termo de responsabilidade deverá ser atualizado fazendo-se dele constar a nova localização, e seu estado de conservação e a assinatura do novo consignatário. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 66 Nenhum equipamento ou material permanente poderá ser movimentado, ainda que, sob a responsabilidade do mesmo consignatário, sem prévia ciência do Departamento de Administração ou da unidade equivalente. Todo equipamento ou material permanente somente poderá ser movimentado de uma unidade organizacional para outra, através do Departamento de Administração ou da unidade equivalente. Compete ao Departamento de Administração ou unidade equivalente promover previamente o levantamento dos equipamentos e materiais permanentemente em uso junto aos seus consignatários, com a finalidade de constatar os aspectos quantitativos e qualitativos desses. O consignatário, independentemente de levantamento, deverá comunicar ao Departamento de Administração ou unidade equivalente qualquer irregularidade de funcionamento ou danificação nos materiais sob sua responsabilidade. O Departamento de Administração ou unidade equivalente providenciará a recuperação do material danificado (conceito de material recuperável) sempre que verificar a sua viabilidade econômica e oportunidade. O bem móvel controlado diz respeito ao material sujeito a tombamento, que requer controle rigoroso de uso e responsabilidade pela sua guarda e conservação. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 66 7.CASOS ESPECIAIS REFERENTES À CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DE DESPESA Esta seção apresenta casos especiais referentes à classificação por natureza de despesa. Neste primeiro momento apresento o Quadro 13 que mostra aspectos específicos envolvendo material permanente e material de consumo. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 66 Quadro 13: Casos específicos de material permanente e de consumo Caso em análise Critérios adotados Classificação de peças não Incorporáveis a Imóveis (despesas com materiais empregados em imóveis e que possam ser removidos ou recuperados, tais como: biombos, cortinas, divisórias removíveis, estrados, persianas, tapetes e afins). Geralmente os itens elencados são considerados materiais permanentes, mas não precisam ser tombados. Assim são controlados via Relação-carga. No caso de despesas realizadas em imóveis alugados, o ente deverá registrar como material permanente e proceder à baixa quando entregar o imóvel, se os mesmos encontrarem-se deteriorados, sem condições de uso. Classificação de despesa com aquisição de placa de memória para substituição em um computador com maior capacidade que a existente e a classificação da despesa com aquisição de uma leitora de CD para ser instalada num Computador sem Unidade Leitora de CD. Despesa orçamentária com a troca da placa de memória de um computador para outra de maior capacidade deve ser classificada na categoria econômica 4 ± ³GHVSHVD�GH�FDSLWDO´��QR�JUXSR�GH� natureza de despesa 4 ± ³LQYHVWLPHQWRV´ e no elemento de despesa 30 ± ³0DWHULDO�GH�&RQVXPR´� Se a troca ocorrer por outro processador de mesma capacidade, havendo apenas a manutenção regular do seu funcionamento, deve ser classificada na categoria econômica 3 ± ³GHVSHVD� FRUUHQWH´��QR�JUXSR�GD�QDWXUH]D�GD�GHVSHVD���± ³RXWUDV�GHVSHVDV�FRUUHQWHV´ e no elemento de despesa 30 ± ³0DWHULDO�GH�&RQVXPR´� Adições complementares como a inclusão da leitora de CD na unidade também deve ser classificada na categoria econômica 4 ± despesa de capital, no grupo de natureza de despesa 4 ± ³LQYHVWLPHQWRV´� e no elemento de despesa 30 ± ³0DWHULDO� GH� &RQVXPR´�� SRLV� VH� WUDWD� GH� DGLomR� complementar, ou seja, novo componente não registrado no ativo imobilizado. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 66 Classificação de despesa com aquisição de material bibliográfico. Como regra geral, os livros e demais materiais bibliográficos apresentam características de material permanente (durabilidade superior a dois anos, não é quebradiço, não é perecível, não é incorporável a outro bem, não se destina a transformação). Assim, são materiais permanentes. Porém, o art. 18 da Lei nº 10.753/2003, considera os livros adquiridos para bibliotecas públicas como materiais de consumo. Dessa forma, as bibliotecas públicas devem efetuar o controle patrimonial dos seus livros, adquiridos como material de consumo, de modo simplificado via relação do material (relação-carga) e/ou verificação periódica da quantidade de itens requisitados, não sendo necessária a identificação do número do registro patrimonial. As aquisições que não se destinarem às bibliotecas públicas deverão manter os procedimentos de aquisição e classificação na natureza de despesa 4.4.90.52 ± Material Permanente ± incorporando ao patrimônio. Portanto, devem ser registradas em conta de ativo imobilizado. Classificação de despesa com serviços de remodelação, restauração, manutenção e outros. Quando o serviço se destina a manter o bem em condições normais de operação, não resultando em aumento relevante da vida útil do bem, a despesa orçamentária é corrente. Caso as melhorias decorrentes do serviço resultem em aumento significativo da vida útil do bem, a despesa orçamentária é de capital, devendo o valor de o gasto ser incorporado ao ativo. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 66 Classificação de despesa com aquisição de pen-drive, canetas ópticas, token e similares. A aquisição será classificada como material de consumo, na natureza da despesa 3.3.90.30, tendo em vista que são abarcadas pelo critério da fragilidade. Os bens serão controlados como materiais de uso duradouro, por simples relação-carga, com verificação periódica das quantidades de itens requisitados, devendo ser considerado o princípio da racionalização do processo administrativo para a instituição pública. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. GiovanniPacelli www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 66 7.1. Serviços de Terceiros versus Material de Consumo e Permanente O próximo caso se refere às diferenças entre serviços de terceiros e material de consumo e permanente. O Quadro 14 resume o que deve ser considerado. Quadro 14: Diferença entre material de consumo/permanente e serviços de terceiros Elemento da despesa em análise Código elemento da despesa Característica Material de consumo 30 Material de consumo adquirido por encomenda de produto disponível no mercado. A entidade não fornece matéria- prima. Material Permanente 52 Material permanente adquirido por encomenda de produto disponível no mercado. A entidade não fornece matéria- prima. Serviços de terceiros 36 ou 39 Material de consumo ou permanente adquirido por encomenda de produto que envolva as fases de produção e elaboração em que o ente forneça a matéria prima. Algumas vezes ocorrem dúvidas, em virtude de divergências entre a adequada classificação da despesa orçamentária e o tipo do documento fiscal emitido pela contratada (Ex: Nota Fiscal de Serviço, Nota Fiscal de Venda ao Consumidor etc.). Nesses casos, a contabilidade deve procurar bem informar, seguindo, se for necessário para tanto, a essência ao invés da forma e buscar a consecução de seus objetivos: demonstrar o patrimônio e controlar o orçamento. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 66 Portanto, a despesa orçamentária deverá ser classificada independentemente do tipo de documento fiscal emitido pela contratada, devendo ser classificada como serviços de terceiros ou material mediante a verificação do fornecimento ou não da matéria- prima. Um exemplo clássico dessa situação é a contratação de confecção de placas de sinalização. Nesse caso, será emitida uma nota fiscal de serviço13 e a despesa orçamentária será classificada no elemento de despesa 30 ± material de consumo, pois não houve fornecimento de matéria-prima. 7.2. Obras e Instalações versus Serviços de Terceiros O próximo caso se refere às diferenças entre serviços de terceiros e material de consumo. O Quadro 15 resume o que deve ser considerado. Quadro 15: Diferenças entre Obras e Instalações versus Serviços de Terceiros Elemento da despesa em análise Código elemento da despesa Característica Serviços de Terceiros 36 ou 39 Reparos, consertos, revisões, pinturas, reformas e adaptações de bens imóveis sem que ocorra a ampliação do imóvel. Reparos em instalações elétricas e hidráulicas. Reparos, recuperações e adaptações de biombos, carpetes, divisórias e lambris. Manutenção de elevadores, limpeza de fossa e afins 13 Pelo artigo 1º, § 2º, item 24 da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003 e na classificação orçamentária da despesa como material de consumo (elemento da despesa 30), se o órgão não fornecer a matéria-prima. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 66 Obras e instalações 51 Quando a despesa ocasionar a ampliação relevante do potencial de geração de benefícios econômicos futuros do imóvel, tal despesa deverá ser considerada como obras e instalações, portanto, despesas com investimento. 7.3. Despesa de Exercícios Anteriores versus Indenizações e Restituições versus Elemento Próprio O próximo e último caso se refere às diferenças entre: Despesa de Exercícios Anteriores; indenizações e Restituições; e Elemento Próprio. O Quadro 16 resume o que deve ser considerado. Quadro 16: Diferenças entre: Despesa de Exercícios Anteriores; indenizações e restituições; e Elemento Próprio. Elemento da Despesa e código Características Despesa de Exercícios anteriores - 92 Sempre que o empenho tratar-se de despesas cujo fato gerador ocorreu em exercícios anteriores, sem exceções, não eximindo a apuração de responsabilidade pelo gestor, se for o caso. Uso eventual. Indenizações e restituições - 93 Para despesas orçamentárias com indenizações, exclusive as trabalhistas, e restituições, devidas por órgãos e entidades a qualquer título, inclusive devolução de receitas quando não for possível efetuar essa devolução mediante a compensação com a receita correspondente, bem como outras despesas de natureza indenizatória não classificada em elementos de despesas específicos. Uso eventual. Elemento próprio (Os demais) Deve ser utilizado na maioria das despesas cujo fato gerador tenha ocorrido no exercício, possibilitando o conhecimento do objeto das despesas da entidade. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 66 Para não restar dúvida apresento o Quadro 17 com exemplos de situações envolvendo despesa de exercícios anteriores, indenizações e restituições. Quadro 17: Exemplos de despesas de exercícios anteriores, de indenizações e de restituições. Elemento da Despesa e código Características Despesa de Exercícios anteriores - 92 Em janeiro, um servidor percebe que não recebe o auxílio alimentação por 10 meses e requere que a entidade realize o pagamento retroativo. Nessa situação, a entidade deverá empenhar a respectiva despesa no elemento 92, por caracterizar uma despesa de exercício anterior. Indenizações e restituições ± 93 Æ Restituição Durante uma viagem escolar, o ônibus apresenta defeitos e a despesa para o seu conserto ultrapassa o valor concedido a título de suprimentos de fundos. O motorista, para dar continuidade à viagem, paga com seu próprio recurso a diferença entre o valor total do conserto e o suprimento concedido (Restituição). Indenizações e restituições ± 93 Æ Indenização Moradores de uma comunidade solicitam diversas vezes que a prefeitura corte uma árvore que está com sua estrutura ameaçada. Após dois meses da primeira solicitação, a prefeitura não atende a demanda da comunidade e a árvore cai em cima de um carro de um cidadão, que pede uma indenização à prefeitura (Indenização). Vamos a mais uma questão. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 66 6. (Cespe/IPAJAM/2010/ Contador) A contabilidade pública é o ramo da contabilidade que coleta, registra e controla os atos e fatos da administração pública, com enfoque para o patrimônio e suas variações, além de acompanhar e demonstrar a execução do orçamento. Assinale a opção correta acerca da classificação das despesas orçamentárias. a) As despesas realizadas em imóveis alugados devem ser registradas como material de consumo e sua baixa deve ser efetuada quando o imóvel for entregue ao proprietário.b)O aumento da memória de um microcomputador deve ser tratado como material de consumo, uma vez que se trata de adição complementar. c)As bibliotecas públicas devem registrar seus livros como material de permanente e efetuar o controle de modo simplificado, pela relação do material (relação-carga), e(ou) verificação periódica da quantidade de itens requisitados, não sendo necessária a identificação do número do registro patrimonial. d) Quando forem efetuados gastos que se destinem a manter o bem em condições normais de operação, mesmo que isso não resulte em aumento relevante da vida útil desse bem, a despesa orçamentária será classificada como despesa de capital, devendo o valor do gasto ser incorporado ao ativo. e)As despesas com reparos, consertos, revisões, pinturas, reformas e adaptações de bens imóveis, sem que ocorra a ampliação do imóvel, devem ser consideradas como obras e instalações, ou seja, despesas com investimento. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 66 6. (Cespe/IPAJAM/2010/ Contador) A contabilidade pública é o ramo da contabilidade que coleta, registra e controla os atos e fatos da administração pública, com enfoque para o patrimônio e suas variações, além de acompanhar e demonstrar a execução do orçamento. Assinale a opção correta acerca da classificação das despesas orçamentárias. a) As despesas realizadas em imóveis alugados devem ser registradas como material de consumo e sua baixa deve ser efetuada quando o imóvel for entregue ao proprietário. ERRADO, devem ser registradas como material permanente. b)O aumento da memória de um microcomputador deve ser tratado como material de consumo, uma vez que se trata de adição complementar. CERTO. Devido ao parâmetro excludente da incorporabilidade. c)As bibliotecas públicas devem registrar seus livros como material de permanente e efetuar o controle de modo simplificado, pela relação do material (relação-carga), e(ou) verificação periódica da quantidade de itens requisitados, não sendo necessária a identificação do número do registro patrimonial. ERRADO, as bibliotecas públicas devem registrar seus livros como material de consumo. d) Quando forem efetuados gastos que se destinem a manter o bem em condições normais de operação, mesmo que isso não resulte em aumento relevante da vida útil desse bem, a despesa orçamentária será classificada como despesa de capital, devendo o valor do gasto ser incorporado ao ativo. ERRADO, neste caso será despesa corrente. e)As despesas com reparos, consertos, revisões, pinturas, reformas e adaptações de bens imóveis, sem que ocorra a ampliação do imóvel, devem ser consideradas como obras e instalações, ou seja, despesas com investimento. ERRADO, neste caso será despesa corrente do tipo outras despesas correntes. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 66 8. FASES DO INVENTÁRIO E PRINCÍPIOS Pessoal apesar desse tema não ter sido cobrado em questões do Cespe, até porque seu conteúdo não consta nas duas principais legislações, as demais bancas como ESAF e FCC já cobraram. Assim, sinto-me na obrigação de passar por estes dois temas. Para compor um inventário é necessário respeitar as seguintes fases ou operações do processo: Levantamento; Arrolamento e Avaliação. O Quadro 18 contém as características de cada fase. Quadro 18: Fases do Inventário Fase Características Levantamento Compreende na coleta dos dados sobre todos os elementos ativos e passivos do patrimônio, podendo ainda ser denominado levantamento físico ou contábil. Físico é o levantamento efetuado diretamente pela identificação e contagem dos componentes materiais. Já o contábil é o levantamento feito pelos apanhados de elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. Subdivide-se nas seguintes etapas: Identificação; Agrupamento e Mensuração. A identificação consiste na verificação das características dos bens, direitos e obrigações. Nesta etapa, procura-se separar os bens, direitos e obrigações por classes segundo a analogia de seus caracteres. O agrupamento é a reunião dos elementos que possuem as mesmas características. A mensuração resulta na contagem das unidades componentes da massa patrimonial. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 66 Arrolamento É o registro das características e quantidades obtidas no levantamento. Os componentes patrimoniais podem ser apresentados de forma resumida e recebe, neste FDVR�� D� GHQRPLQDomR� GH� ³sintético´� RX� TXDQGR� RV� componentes são relacionados individualmente, o arrolamento recebe o nome de ³analítico´. Avaliação Nesta etapa é atribuída uma unidade de valor ao elemento patrimonial, devendo os critérios de avaliação ter por base o custo. 7. (Cesgranrio/DECEA/Ciências Contábeis) A relação de todos os elementos ativos e passivos, componentes do patrimônio público, com a indicação do valor desses elementos, denomina-se inventário. Este inventário do patrimônio público compreende as seguintes fases ou operações: a) identificação - coleta - mensuração. b) levantamento - arrolamento - avaliação. c) finalidade - identificação - integridade. d) oportunidade - mensuração - definição. e) especificação - levantamento - mensuração. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 66 Conforme vimos Quadro, a opção correta é a alternativa B. Por fim, apresento no quadro 19 os princípios gerais dos inventários. Quadro 19: Princípios Gerais do Inventário Fase Características Instantaneidade O levantamento deve referir-se a um determinado instante, dia e hora do seu início e término, para todo o patrimônio a que se refere. Tempestividade/ Oportunidade O levantamento deve ser realizado na data mais próxima possível do evento (motivo) a que se refere, e no menor tempo possível, para evitar manobras, distorções de fatos ou situações. Integridade O levantamento deve envolver todos os elementos que são objeto do inventário a que se refere. Uma vez fixados os limites do inventário, todos os elementos patrimoniais compreendidos devem ser objeto do levantamento. Especificação O inventário deve especificar cada elemento patrimonial e agrupá-lo de acordo com sua função em grupos homogêneos que efetivamente os represente. Homogeneidade Os elementos patrimoniais devem ser apresentados sob medidas uniformes (litros, metros, quilos) e, principalmente, uma única medida de valor (moeda nacional). Uniformidade Esse princípio estipula que sejam mantidos os mesmos critérios, normas e estrutura, para a elaboração de todos os inventários, com a finalidade de assegurar a possibilidadede comparações entre inventários sucessivos; ou, quando não for possível, que deverá ser mantida a maior afinidade possível com os demais. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 66 8. (FUNRIO/SUFRAMA/2008/Contador) Constituem princípios dos inventários, que devem ser observados quando de sua execução, a) Instantaneidade, Oportunidade e Integridade. b) Instantaneidade, Equilíbrio e Clareza. c) Oportunidade, Integridade e Programação. d) Oportunidade, Especificação e Empenho. e) Uniformidade, Publicidade e Mobilidade. COMENTÁRIOS À QUESTÃO Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 66 Conforme consta no Quadro 19, a opção correta é a alternativa A. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 66 9. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS 1. (Cespe/2004/FUNCAP/Contador) O inventário, que consiste em levantamento ou contagem física dos bens móveis e imóveis, caracteriza um instrumento de controle cujos objetivos, entre outros, são: proceder o ajuste dos dados escriturais dos saldos dos estoques com o saldo físico real nas instalações de armazenagem; verificar a existência e situação dos imóveis, materiais estocados, equipamentos e materiais permanentes em uso e de suas necessidades de manutenção e reparos; realizar a atualização dos registros e controles administrativo e contábil. CERTO. 2. (Cespe/Prefeitura Municipal ± Rio Branco/2007) Adotando-se o inventário rotativo, é possível efetuar-se o levantamento periódico e seletivo dos bens, dispensados os mais numerosos e de pequeno valor. ERRADO, no inventário rotativo todos os itens sejam recenseados ao longo do exercício. (Cespe/TJ DF/2008/Contador) Segundo a Lei n.º 4.320/1964, o levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética na contabilidade. Quanto aos procedimentos a serem adotados para o cumprimento da referida lei, julgue os itens seguintes. 3. Os elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um dos bens de caráter permanente devem ser indicados. CERTO. 4.Os bens de almoxarifado serão avaliados pelo método UEPS (último que entra primeiro que sai), a fim de se subsidiar a elaboração do orçamento com valores mais próximos da realidade. ERRADO, os bens de almoxarifado (material de consumo) devem ser avaliados pelo custo médio ponderado das compras. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 66 5. (Cespe/UNIPAMPA/2009/contador) As comissões especiais de que trata a Instrução Normativa SEDAP n.º 205/1988 deverão ser constituídas de, no mínimo, três servidores do órgão ou entidade, serão instituídas pelo diretor do departamento de administração ou unidade equivalente e, no caso de impedimento desse diretor, pela autoridade administrativa a que ele estiver subordinado. CERTO. 6. (Cespe/TCE-AC/2009/Analista de Controle Externo) Realiza-se inventário, na administração pública, para o controle e a conservação do patrimônio público passíveis de registros contábeis. Acerca do inventário e da avaliação dos componentes patrimoniais, assinale a opção correta. a) Os bens do almoxarifado são avaliados pelo preço médio ponderado. CERTO. b) Na administração pública, não podem ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis. ERRADO, devem ser feitas reavaliações de bens móveis e imóveis. Pela NBCT 16 ocorre pelo menos a cada 4 anos. c) A atribuição de números sequenciais de registro patrimonial para identificação e inventário é denominada registro sintético. ERRADO, esse é o registro analítico. d) Para perfeita caracterização dos bens de caráter permanente, bem como dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração, devem ser utilizados os registros sintéticos. ERRADO, esse é o registro analítico. e) Bem móvel controlado é o material dispensado de tombamento. ERRADO, neste caso deve ser tombado. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 66 7. (Cespe/Ministério da Integração/2009) O tombamento de bens móveis é a atribuição de número de registro patrimonial a cada bem individualizado e deve ser feito para todos os itens do material permanente, independentemente do valor de aquisição. ERRADO, nem todos os materiais permanentes são tombados. 8. (Cespe/SECGE PE/ 2010/Controle Interno) O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário sintético do órgão e os elementos da escrituração analítica na contabilidade. ERRADO, o levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico do órgão e os elementos da escrituração sintética na contabilidade. (Cespe/MPU/ 2010/Controle Interno) Um dos instrumentos de controle do patrimônio público é o inventário de materiais, bens móveis e imóveis pertencentes ao ente público. Com relação a esse assunto, julgue os itens que se seguem. 9. É legalmente admissível a dispensa de tombamento de material permanente cujo custo for inferior ao custo de controle. CERTO. 10. A durabilidade, a incorporabilidade e a tangibilidade são parâmetros para identificação de material permanente. ERRADO, tangibilidade não é parâmetro de identificação de material permanente. 11. A durabilidade diferencia os materiais permanentes dos de consumo, pois tal característica não é relevante para materiais classificados como de consumo. ERRADO, se o material de consumo for de uso duradouro, o mesmo deve ser controlado via relação carga, logo tal característica influencia o controle sobre os materiais de consumo. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 66 12. O abandono de um material é uma forma de destinação legalmente prevista. CERTO. Apesar de estar previsto em Decreto. A banca, a meu ver, utilizou o legalmente no sentido da legislação. 13. Os materiais de consumo devem ser avaliados pelo custo médio ponderado das compras, e os materiais permanentes, pelo custo de aquisição ou de construção. CERTO. (Cespe/MPU/ 2010/Analista de Orçamento) Considerando a necessidade de elaboração do inventário físico para a manutençãoe o controle do patrimônio de órgãos públicos, bem como para a certificação do saldo constante do balanço geral do exercício, julgue os itens a seguir. 14.Qualquer material permanente, incluindo-se o de pequeno valor econômico, deve ser controlado, sendo indispensável o seu tombamento, ainda que o custo do controle seja evidentemente superior ao risco de perda do bem. ERRADO, vimos no Quadro 13 que nem todos os materiais permanentes precisam ser tombados. 15.O inventário físico é instrumento de controle por meio do qual é possível proceder ao levantamento da situação dos equipamentos e dos materiais permanentes em uso e de suas necessidades de manutenção. CERTO. (Cespe/MPU/ 2010/Técnico de controle interno)Julgue os próximos itens relativos a inventários de material permanente e de consumo. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 66 16. Tanto os bens móveis e imóveis quanto os bens de almoxarifado devem ser avaliados mediante aplicação do sistema PEPS ( primeiro que entra primeiro que sai ). ERRADO, nenhum dos itens acima é avaliado pelo PEPS. Os materiais de consumo devem ser avaliados pelo custo médio ponderado das compras, e os materiais permanentes, pelo custo de aquisição ou de construção. 17. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis tem por base o inventário sintético de cada ente público e os relatórios do controle interno. ERRADO, o levantamento geral de bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico da UA e os elementos de escrituração sintética. 18. (Cespe/FUB/2010/Contador) O inventário físico-financeiro obrigatório anual de todos os bens imóveis e móveis, em uso ou não, inclusive estocados em almoxarifado, compreende tanto material permanente como de consumo. CERTO. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 66 19. (Cespe/IPAJAM/2010/ Contador) A contabilidade pública é o ramo da contabilidade que coleta, registra e controla os atos e fatos da administração pública, com enfoque para o patrimônio e suas variações, além de acompanhar e demonstrar a execução do orçamento. Assinale a opção correta acerca da classificação das despesas orçamentárias. a) As despesas realizadas em imóveis alugados devem ser registradas como material de consumo e sua baixa deve ser efetuada quando o imóvel for entregue ao proprietário. ERRADO, devem ser registradas como material permanente. b)O aumento da memória de um microcomputador deve ser tratado como material de consumo, uma vez que se trata de adição complementar. CERTO. Devido ao parâmetro excludente da incorporabilidade. c)As bibliotecas públicas devem registrar seus livros como material de permanente e efetuar o controle de modo simplificado, pela relação do material (relação-carga), e(ou) verificação periódica da quantidade de itens requisitados, não sendo necessária a identificação do número do registro patrimonial. ERRADO, as bibliotecas públicas devem registrar seus livros como material de consumo. d) Quando forem efetuados gastos que se destinem a manter o bem em condições normais de operação, mesmo que isso não resulte em aumento relevante da vida útil desse bem, a despesa orçamentária será classificada como despesa de capital, devendo o valor do gasto ser incorporado ao ativo. ERRADO, neste caso será despesa corrente. e)As despesas com reparos, consertos, revisões, pinturas, reformas e adaptações de bens imóveis, sem que ocorra a ampliação do imóvel, devem ser consideradas como obras e instalações, ou seja, despesas com investimento. ERRADO, neste caso será despesa corrente do tipo outras despesas correntes. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 66 (Cespe/2010/Ministério da Integração/ Analista Administrativo)A respeito de contabilidade pública, julgue os itens subsequentes: 20. Os programas de computador produzidos diretamente pelos órgãos públicos devem ser mensurados economicamente e registrados na contabilidade patrimonial. CERTO. (Cespe/TJ-ES/2011) Considerando as normas e procedimentos relativos ao inventário de material permanente e de consumo, julgue os itens que se seguem 21. Devem ser organizados no órgão público da administração direta os registros contábeis analíticos de todos os bens de caráter permanente e de consumo, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda, uso e administração. ERRADO, a questão pegou pesado, haverá registros ANALÍTICOS de TODOS os bens de caráter PERMANENTE, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração. 22. O inventário objetiva subsidiar o levantamento dos demonstrativos contábeis, principalmente do balanço patrimonial, ao final de cada exercício financeiro. CERTO, o inventário anual auxilia nesse objetivo. 23. A contabilidade deve manter registros sintéticos dos bens móveis e imóveis. CERTO. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 66 24. Pertencem ao inventário de material permanente os itens patrimoniais de durabilidade superior a um ano e(ou) os que não percam a sua identidade física. ERRADO, para ser material permanente tem que ter duração superior a dois anos e passar pelos demais parâmetros excludentes. (Cespe/TJ-ES/2011) Considerando as normas e procedimentos relativos ao inventário de material permanente e de consumo, julgue os itens que se seguem 25. Devem ser organizados no órgão público da administração direta os registros contábeis analíticos de todos os bens de caráter permanente e de consumo, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda, uso e administração. ERRADO, pela lei 4320/1964 essa obrigação limita-se aos bens de caráter permanente. 26. O inventário objetiva subsidiar o levantamento dos demonstrativos contábeis, principalmente do balanço patrimonial, ao final de cada exercício financeiro. CERTO, essa fotografia do inventário em 31/12 auxilia a consistência do Balanço Patrimonial. 27. A contabilidade deve manter registros sintéticos dos bens móveis e imóveis. CERTO, é o que determina a lei 4320/1964. Contabilidade Aplicada ao Setor Público p/TRTs Analista e Técnico Judiciário ʹ Área Contábil Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli ʹ Aula 21 Prof. Giovanni Pacelli www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 66 28. Pertencem ao inventário de material permanente os itens patrimoniais de durabilidade superior a um ano e(ou)
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