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UCAM PÓS GRADUAÇÃO - BIBLIOTECA ENG. ELÉT. EM SISTEMA DE AUTOMAÇÃO

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Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 
Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 
 
BIBLIOTECA PARA O CURSO DE 
ENGENHARIA ELÉTRICA COM ÊNFASE EM SISTEMA DE 
AUTOMAÇÃO 
 
Selecionamos para você uma série de artigos, livros e endereços na Internet 
onde poderão ser realizadas consultas e encontradas as referências necessárias 
para a realização de seus trabalhos científicos, bem como, uma lista de sugestões 
de temas para futuras pesquisas na área. 
Primeiramente, relacionamos sites de primeira ordem, como: 
www.scielo.br 
www.anped.org.br 
www.dominiopublico.gov.br 
 
SUGESTÕES DE TEMAS 
1. FUNDAMENTOS DA ENGENHARIA ELÉTRICA; 
2. ENGENHARIA ELÉTRICA E SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO; 
3. DEFINIÇÕES, EVOLUÇÃO HISTÓRICA, APLICAÇÕES E ESPECIALIDADES 
DA ENGENHARIA ELÉTRICA; 
4. DEFINIÇÃO, HISTÓRIA E EVOLUÇÃO; 
5. CAMPOS DE APLICAÇÃO, ESPECIALIDADE E COMPETÊNCIAS; 
6. TIPOS E FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA; 
7. TIPOS DE ENERGIA; 
8. GERAÇÃO DE ENERGIA; 
9. TRANSMISSÃO DE ENERGIA; 
10. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA; 
11. ELETRICIDADE; 
12. A MATÉRIA; 
13. GRANDEZAS ELÉTRICAS; 
14. TIPOS DE CIRCUITOS; 
15. CONDUTORES ELÉTRICOS; 
16. ANEEL E CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA; 
17. A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO; 
Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 
Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 
 
2 
18. DEFINIÇÕES, BENEFÍCIOS E FINALIDADES DA MANUTENÇÃO; 
19. PLANEJAMENTO DA MANUTENÇÃO; 
20. ELETRÔNICA; 
21. AMPLIFICADORES OPERACIONAIS; 
22. SEMICONDUTORES E DIODOS; 
23. DEFININDO SEMICONDUTORES E DINÂMICA DE SUAS LIGAÇÕES; 
24. A JUNÇÃO PN E O DIODO SEMICONDUTOR; 
25. TIRISTORES; 
26. TRANSISTORES; 
27. TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO (TBJ); 
28. TRANSISTORES DE EFEITO DE CAMPO (FET); 
29. CIRCUITOS LÓGICOS DIGITAIS; 
30. AS PORTAS LÓGICAS; 
31. SISTEMAS DIGITAIS; 
32. O USO DO CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP); 
33. COMPOSIÇÃO DOS CLPS; 
34. UNIDADES TERMINAIS REMOTAS (UTR); 
35. UNIDADES DEDICADAS; 
36. RECURSOS DO CLP; 
37. INSTALAÇÃO DO CLP; 
38. NORMAS PARA A INSTALAÇÃO DOS CLPS NOS QUADROS ELÉTRICOS; 
39. CABLAGEM DOS CONDUTORES NOS QUADROS ELÉTRICOS PARA 
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL; 
40. COMPORTAMENTO DO CONTROLADOR EM CASO DE FALTA DE 
ENERGIA ELÉTRICA; 
41. SEGURANÇA NA FASE DE INSTALAÇÃO; 
42. INTERFACE COM A REDE ELÉTRICA E COM OS DISPOSITIVOS DE I/O; 
43. MANUTENÇÃO E PESQUISA DOS DEFEITOS; 
44. ELETRICIDADE E MAGNETISMO; 
45. BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA; 
46. CONCEITOS E DEFINIÇÕES; 
47. PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS MATERIAIS; 
48. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS; 
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3 
49. EM TERMOS DE PROPRIEDADES MAGNÉTICAS; 
50. EM TERMOS DA SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA; 
51. HISTERESE; 
52. CIRCUITOS MAGNÉTICOS; 
53. CIRCUITOS MAGNÉTICOS LINEARES; 
54. CIRCUITOS MAGNÉTICOS NÃO LINEARES; 
55. FATOR DE EMPACOTAMENTO; 
56. CIRCUITOS MAGNÉTICOS COM ENTREFERROS; 
57. TRANSFORMADORES; 
58. TRANSFORMADOR MONOFÁSICO; 
59. TRANSFORMAÇÕES TRIFÁSICAS; 
60. TRANSFORMADORES DE MÚLTIPLOS ENROLAMENTOS; 
61. CONVERSÃO DE ENERGIA; 
62. TRANSDUTORES DE ENERGIA; 
63. MÁQUINAS ELÉTRICAS; 
64. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE MOTORES; 
65. MOTORES ASSÍNCRONOS TRIFÁSICOS COM ROTOR EM GAIOLA; 
66. ALTERNADORES – GERADORES SÍNCRONOS; 
67. NOÇÕES BÁSICAS DE TRANSMISSÃO E CONVERSÃO DE MOVIMENTO; 
68. ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA PROJETOS ELÉTRICOS E O 
FORNECIMENTO DE ENERGIA PELAS CONCESSIONÁRIAS; 
69. ORIENTAÇÕES BÁSICAS; 
70. FORNECIMENTO DE ENERGIA PELAS CONCESSIONÁRIAS; 
71. CHEGADA E ENTRADA DA ENERGIA ELÉTRICA; 
72. FERRAMENTAS: IMPORTÂNCIA, DISPOSIÇÃO, CONSERVAÇÃO E 
DESCRIÇÃO; 
73. LÂMPADAS; 
74. OS ESQUEMAS; 
75. ESQUEMA UNIFILAR; 
76. ESQUEMA MULTIFILAR; 
77. ESQUEMA FUNCIONAL; 
78. DISPOSITIVOS DE MANOBRA; 
79. SECCIONADOR; 
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4 
80. INTERRUPTORES; 
81. TOMADAS; 
82. PROTEÇÃO E INSTALAÇÕES PREDIAIS; 
83. ANTENAS; 
84. PARA-RAIOS; 
85. TELEFONIA; 
86. ATERRAMENTO DO SISTEMA; 
87. ARQUITETURA X INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS; 
88. O PROJETO DE ILUMINAÇÃO OU LUMINOTÉCNICA; 
89. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ESPECIAIS; 
90. EM SANITÁRIOS; 
91. PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS; 
92. SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DO AR; 
93. REFRIGERADORES; 
94. A CASA DE BOMBAS; 
95. ELEVADOR ELÉTRICO; 
96. EDIFÍCIOS INTELIGENTES; 
97. SHAFTS, SISTEMA DRYWALL E SISTEMA STELL FRAME. 
98. CONTROLE DA MANUTENÇÃO; 
99. CONFIABILIDADE DOS SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO 
100. ACIDENTE DE TRABALHO: expressão de violência social 
101. O PAPEL DE GERENCIAMENTO DE RISCO NA PEQUENA 
EMPRESA 
102. AS PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS E SUA RELAÇÃO COM 
O MEIO AMBIENTE 
103. AVALIAÇÕES E PERÍCIA - PATOLOGIAS EM CONSTRUÇÃO CIVIL 
104. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS 
105. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS EM PRENSA E 
SIMILARES - PPRPS 
106. SEGURANÇA DO SETOR ELÉTRICO EM EMPRESAS 
TERCEIRIZADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
107. A ENGENHARIA DE SEGURANÇA E SUA EVOLUÇÃO 
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5 
108. CULTURA DA EMPRESA E A INSERÇÃO DO TRABALHADOR OS 
PROGRAMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO 
109. SEGURANÇA ELÉTRICA EM INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS 
110. SEGURANÇA ELÉTRICA EM INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS 
111. INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
112. EFEITOS DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS NOS SERES 
HUMANOS 
113. O PAPEL DO GERENCIAMENTO DE RISCO NA INSTALAÇÃO DO 
CANTEIRO DE OBRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
114. ENGENHARIA DE SEGURANÇA DENTRO DAS ÁREAS ELÉTRICAS 
115. ESPAÇO CONFINADO NR 33: DIFICULDADES DE SE 
ESTABELECER SE UM ESPAÇO DE TRABALHO É CONFINADO OU NÃO 
116. A SAÚDE NAS FÁBRICAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
ARTIGOS PARA LEITURA, ANÁLISE E UTILIZAÇÃO 
COMO FONTE OU REFERÊNCIA 
 
A IMPORTÂNCIA DAS ADEQUAÇÕES EM UMA ÁREA CLASSIFICADA 
Por: Alessandra Renata Junk 
 
Instalações elétricas em áreas classificadas devem obedecer requisitos apropriados 
para instalações em áreas não classificadas, como as prescrições na ABNT NBR 5410 – 
Instalações Elétricas de Baixa Tensão, entre outras. Entretanto, como os requisitos para áreas 
não classificadas são insuficientes para instalação em áreas classificadas, essas instalações 
devem seguir as normas de instalação EX, como a NBR IEC 60079-14 – Instalações elétricas 
em áreas classificadas (exceto minas) e a IEC 61241-14 – Equipamentos elétricos para 
utilização em presença de poeira combustível – seleção e instalação. 
Para iniciarmos um processo de adequação das instalações elétricas e de automação 
de uma unidade industrial classificada, é preciso ter em mãos o Trabalho de Classificação de 
áreas, segundo a NBR IEC 60079-10, para conhecer os tipos de áreas, os zoneamentos, os 
grupo de gases e temperaturas de autoignição dos produtos presentes nas áreas. 
A inspeção deve ser baseada na NBR IEC 60079-17, que tratado detalhamento das 
não conformidades e dos equipamentos empregados. Por meio desse documento, é possível 
verificar se a instalação foi executada de forma adequada e se os equipamentos estão de 
acordo com o tipo de zoneamento – Zona 0, Zona 1 e Zona 2, referente a produtos 
inflamáveis, ou Zona 20, Zona 21 e Zona 22, referentes a poeiras combustíveis 
Apenas com a classificação de áreas e com a inspeção em mãos, é possível iniciar o 
processo de adequação das não conformidades nas instalações em áreas classificadas. 
Em primeiro lugar, para se fazer um bom trabalho de adequação, é necessário 
especificar os equipamentos com tipos e níveis de proteções específicas para se trabalhar em 
área classificada. Há muitos tipos de proteção de equipamentos elétricos e eletrônicos “Ex” 
certificados para determinado tipo de zona: Ex-d, à prova de explosão; Ex-e, segurança 
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aumentada; Ex-p, pressurizado; Ex-i, segurança intrínseca; Ex-n, não acendível; Ex-o, imerso 
em óleo; Ex-m, encapsulado, Ex-q, imerso em areia. Por isso, é necessária a especificação 
correta do equipamento para a área a ser instalada, assim como os níveis de proteção Ga, Gb, 
Gc, Da, Db e Dc. 
Com a classificação de áreas, é possível conhecer o grupo de gases e a temperatura 
de autoignição, itens importantes para se especificar os equipamentos adequados, os quais 
possuem certificação compulsória. Além disso, no laudo de inspeção das instalações, obtemos 
as não conformidades quanto às áreas classificadas, ou seja, os itens referentes à falta de 
equipamento adequado, equipamentos Ex inadequados ao tipo de zoneamento, classe de 
temperatura imprópria e instalação inadequada. 
As correções são iniciadas com a aquisição de equipamento correto e certificado e 
também com a execução de uma instalação adequada. Existem muitos casos em que a 
empresa adquire o equipamento correto, porém, nota-se sua instalação inadequada, colocando 
a área em condições inseguras e em desacordo com as normas. 
Um relatório de “não conformidades” traz detalhes sobre as irregularidades, assim 
como respectivas soluções para tais problemas. Entre os mais comuns estão: 
- Falta de selagem de motores, painéis, luminárias; 
- Selagem na distância errada, exigida pela norma; 
- Tipo de massa e selagem inadequadas; 
- Equipamento inadequado à classificação de áreas, na especificação dos tipos de zonas, grupo 
de gases, temperatura de autoignição; sejam eles painéis, instrumentos, motores, etc., que 
poderão ser realocados ou substituídos; 
- Falta de parafusos nos painéis e em caixas de ligação de motores; 
- Pintura e silicone no interstício das caixas; 
- Prensa-cabos inadequados ao invólucro; 
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- Falta de unidade seladora de fronteira entre as zonas 1 e 2, bem como zona 2 e área não 
classificada. 
- Circuito intrínseco inadequado. 
Com base nas informações disponibilizadas pelo relatório, é iniciada a regularização da 
instalação, especificando, primeiro, os equipamentos a serem substituídos de acordo com os 
tipos de zoneamento – 0, 1 e 2 (gases) e 20, 21 e 22 (poeiras combustíveis), segundo a 
classificação. Deve-se tomar cuidado com a especificação, pois não basta somente indicar, 
como ”luminária à prova de explosão com lâmpada mista 160 W”. Isto não é suficiente, pois 
pode se achar que está comprando o equipamento correto, mas não há informações corretas 
sobre a área que consta no trabalho de classificação de áreas. Deve-se atentar às normas dos 
diversos tipos de proteção Ex, conforme as normas específicas (tabela a seguir), e ao 
certificado de conformidade obrigatório. 
 
 
Um bom trabalho de adequação das instalações elétricas em áreas classificadas depende de 
conhecimento, experiência e emprego das normas já citadas. Vejamos, a seguir, alguns 
critérios, definidos pelas normas, que devem ser obedecidos. 
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Instalações com eletrodutos 
Os eletrodutos devem ser de aço, classe pesada, roscados, com ou sem costura, atendendo à 
ABNT NBR 5597. O eletroduto deve dispor de, no mínimo, cinco fios de rosca para permitir 
uma conexão adequada entre o eletroduto e o invólucro à prova de explosão. 
Como utilizar unidade seladora? 
Unidades seladoras Ex-d devem ser instaladas no invólucro, na parede do invólucro ou o mais 
próximo possível dele, de forma a limitar os efeitos de pré-compressão e evitar a entrada de 
gases quentes no sistema de eletrodutos a partir de um invólucro contendo uma fonte de 
ignição. Ela deve ser selada com fibra e massa certificada. 
Unidades seladoras também devem ser instaladas de acordo com os critérios da fronteira entre 
zonas 1 e 2 e zonas 2 e área classificada. 
 
Instalação feita com eletrodutos 
Instalações com cabos 
Os sistemas de cabos e acessórios devem ser instalados, tanto quanto possível, em locais que 
não sejam expostos a danos mecânicos, à corrosão ou influências químicas (por exemplo, 
solventes) e aos efeitos do calor. Quando a exposição desses sistemas a efeitos dessa natureza 
for inevitável, medidas de proteção, como instalação em eletrodutos parciais, devem ser 
tomadas ou devem ser especificados cabos apropriados. Para minimizar o risco de danos 
mecânicos, por exemplo, devem ser utilizados cabos armados, com proteção metálica, com 
cobertura de alumínio sem costura, com cobertura de metal e com isolação mineral ou cabos 
com coberturas semirrígidas. 
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10 
A conexão de cabos aos equipamentos elétricos deve ser feita de acordo com os requisitos do 
respectivo tipo de proteção. Se o equipamento for Ex-d, o prensa cabo deverá ser do mesmo 
tipo, como também se o prensa cabo for Ex-e, o prensa cabo deverá ser do mesmo tipo. 
 
Instalação feita com a utilização de cabos 
Instalação de circuitos intrinsecamente seguros 
Uma filosofia de instalação fundamentalmente diferente deve ser feita nas instalações de 
circuitos intrinsecamente seguros. Em comparação com todos os outros tipos de instalações, 
em que é tomado o devido cuidado para confinar a energia elétrica no sistema instalado, 
projetado de forma que uma área classificada não possa ser inflamada, a integridade de um 
circuito intrinsecamente seguro deve ser protegido desde a entrada de energia de outras fontes 
elétricas, de forma que a limitação de energia segura no circuito não seja excedida, mesmo 
quando ocorram aberturas de circuitos, curtos-circuitos ou ligação à terra do circuito. 
As instalações com circuitos intrinsecamente seguros devem ser instaladas de tal modo que 
sua segurança intrínseca não seja afetada por campos elétricos e magnéticos externos, tais 
como a proximidade de linhas aéreas de potência ou cabos unipolares conduzindo elevada 
corrente. 
Os cabos contendo circuitos intrinsecamente seguros devem ser marcados para identificá-los 
como parte de um circuito de segurança intrínseca. Se revestimentos ou capas forem 
identificados por uma cor, esta deve ser azul-claro. 
Toda essa exigência é oriunda da nova versão da NR 10, que está obrigando as empresas a 
adequarem todas as instalações elétricas na unidade, incluindo principalmente as instalaçõesRua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 
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11 
elétricas nas áreas com risco de explosão para prover segurança aos trabalhadores e também 
ao patrimônio. 
Anteriormente, não havia uma lei que estabelecesse esse compromisso, mas o item 10.9.4 da 
NR 10 é claro: “instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de 
incêndio ou explosões devem adotar dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 
automático, para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos 
ou outras condições anormais de operação”. 
Em suma, como é um assunto que demanda conhecimento de normas e técnicas, o projeto e a 
montagem das instalações abrangidas pela NR 10 serão conduzidos apenas por profissionais 
autorizados, com treinamentos que ofereçam informações sobre os diversos tipos de proteção 
Ex, práticas de instalação, normas, requisitos legais e princípios gerais de classificação de 
áreas. A autorização do profissional deve ser específica para o tipo de trabalho a ser 
executado, conforme exigido pela norma regulamentadora. 
Por isso, está em andamento o projeto da norma “Competências para trabalhos com 
equipamentos elétricos para atmosferas explosivas”, de acordo com o documento 
ExMC/296/CD – “Competencies for working with electrical equipment for hazardous áreas”, 
para certificação de profissionais Ex. O documento está sendo elaborado pela Comissão de 
Estudo de Requisitos de Instalação em Atmosferas Explosivas (CE-03:031.01) e inclui 
terminologia, dados de gases e vapores inflamáveis, competências para trabalhos em 
equipamentos para atmosferas explosivas, procedimentos de classificação de áreas, instalação, 
inspeção, manutenção, reparo, revisão e recuperação de equipamentos elétricos utilizados em 
atmosferas explosivas. 
Como já mencionado, o processo de regularização de instalações elétricas em áreas 
classificadas é algo muito importante para nossas unidades industriais no tocante à segurança 
e à preservação do patrimônio. Ao regularizar a planta, é preciso ficar atento às normas de 
instalação por eletrodutos ou por cabos, circuitos intrínsecos, entre outros. 
No que diz respeito a equipamentos elétricos Ex, no processo de regularização de nossa 
unidade, devemos ter cuidado na especificação e na compra destes equipamentos, pois 
somente é possível aceitá-los com o “Certificado de Conformidade” emitido pelos 
Organismos de Certificação de Produto (OCPs), órgãos acreditados pelo Inmetro. 
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12 
De nada adianta fazer a instalação correta se forem empregados equipamentos sem 
certificação, compulsória desde 2006, por meio da Portaria do Inmetro n. 83/2006. Vale 
lembrar que, em breve, será publicada a nova portaria do Inmetro que torna compulsória a 
certificação de equipamentos para poeiras combustíveis. 
No equipamento Ex, devemos observar as seguintes marcações: 
 
Selo de certificação do Inmetro 
Todos os equipamentos elétricos certificados possuem uma marcação que foi concedida no 
processo de certificação e que obedece a um lay-out predefinido, de forma que se possa 
verificar se as informações ali contidas correspondem ao que foi solicitado. 
Na marcação do equipamento Ex deve constar o símbolo BR-Ex, o tipo de proteção, o grupo 
de periculosidade do equipamento, a classe de temperatura e a temperatura máxima de 
superfície, além de outras identificações adicionais exigidas pela norma específica para o 
respectivo tipo de proteção e o número do certificado. 
Finalmente, conhecido o processo de regularização e aplicados os tipos de proteção 
adequados, as filosofias de instalação certas, os materiais certificados, e executadas as 
adequações necessárias com profissionais qualificados, o último passo é o Laudo Final das 
Instalações Elétricas em Áreas Classificadas (LFIE-Ex). Como fazer isto? É preciso solicitar à 
empresa que fez a inspeção das áreas e que emitiu o relatório de “não conformidades” para 
verificar se essas “não conformidades” foram sanadas para então dar prosseguimento à 
emissão desse documento. 
De posse deste laudo, se faz necessário ainda verificar se as áreas classificadas foram 
sinalizadas em campo, conforme símbolo a seguir. 
Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 
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13 
 
Símbolo de sinalização de áreas classificadas 
Como complemento final, exigido pela NR 10, é necessário treinar os profissionais que 
trabalharão nessas áreas Ex, sejam eles operadores, engenheiros de processos, químicos, 
mecânicos, técnicos e engenheiros de segurança, capacitando-os em áreas classificadas, no 
qual obterão conhecimentos gerais dessas áreas, tipos de proteção, níveis de proteção e os 
riscos envolvidos. 
Os engenheiros eletricistas, eletricistas, instrumentistas, eletrônicos e todos os profissionais 
que participam da montagem, operação, calibração ou manutenção dos sistemas eletro-
eletrônicos deverão ser qualificados em áreas classificadas, obtendo conhecimentos gerais de 
classificação de áreas, tipos de proteção detalhados, tipos de instalações permitidas pelas 
normas de instalação e riscos envolvidos. 
Para dar a devida seriedade a este processo de treinamento, que envolve capacitação e 
qualificação dos profissionais, as empresas deverão fazer a devida regularização para a 
obtenção do certificado das instalações elétricas em áreas classificadas, parte do Prontuário da 
NR 10, juntamente com o estudo de classificação de áreas. 
 
Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 
Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 
 
14 
Alessandra Renata Junk é engenheira eletricista, sócia da Maex Engenharia, membro do 
Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (Cobei) e da 
Associação Brasileira para Prevenção de Explosões (ABPEX). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 
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Arquivos da categoria: ‘Eletricidade’ 
Inspeção de instalações elétricas: fazer leis é ótimo, mas regulamentá-las é 
fundamental 
Por maex • jul 4th, 2013 • Categoria: Eletricidade 
Passado um pouco mais de cem dias da tragédia da boate de Santa Maria (RS), ainda fala-se muito 
sobre a necessidade de fiscalizar as edificações em geral, seja pelo aspecto de sua ocupação (local 
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O caminho das pedras 
Por maex • mai 20th, 2013 • Categoria: Eletricidade 
Especialistas esperam há anos a certificação das instalações elétricas de baixa tensão. Finalmente, 
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As condições das instalações elétricas de baixa tensão sempre foram consideradas críticas, 
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Painéis de baixa tensão TTA 
Por maex • jan 29th, 2013 • Categoria: Eletricidade 
Por Nunziante Graziano 
Panorama atual e o que muda na normalização brasileira com a publicação da IEC 61439:2011Para compreendermos melhor a importância desta publicação, devemos analisar a predominância 
das normas da IEC pelo mundo. Com exceção dos Estados Unidos, do Canadá e do Japão, todos 
os demais países do mundo utilizam como referência [...] 
 
 
Proteção das pessoas contra descargas atmosféricas em áreas abertas 
Por maex • nov 30th, 2012 • Categoria: Eletricidade 
A proteção das pessoas contra descargas atmosféricas quando em áreas abertas não é tratada pela 
NBR 5419, conforme indicado a seguir: 
Item 1.1: “Esta norma fixa as condições de projeto, instalação e manutenção de sistemas de 
proteção conta descargas atmosféricas (SPDA), para proteger as edificações estruturas definidas 
em 1.2 contra a incidência direta dos raios. A [...] 
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16 
 
 
Publicada a nova ABNT NBR 7117 
Por maex • nov 12th, 2012 • Categoria: Eletricidade 
Após um longo período, a CE 102.01 – Aterramento elétricos do Cobei, enviou para a ABNT o 
texto final revisado da antiga NBR 7117 (NB-716), de dezembro de 1981, então denominada ” 
Medição da resistividade do solo pelo método dos quatro pontos ( Wernner)”. O novo texto da 
ABNT NBR 7117 foi publicado em [...] 
 
 
Mitos e verdades – Compensação de energia reativa, distorções harmônicas e 
correção do fator de potência em instalações elétricas – Parte II 
Por maex • out 19th, 2012 • Categoria: Eletricidade 
Algumas ” lendas ” têm sido criadas e contadas em verso e prosa, algumas até com alguns 
fundamentos, outras nem tanto. Apresentamos no último post e neste alguns comentários de 
caráter geral, a fim de elucidá-las e eventualmente esclarecê-las. O entendimento de cada um dos 
temas merece reflexão. Algumas ” sacadas ” práticas e analógicas [...] 
 
 
Qualificações dos profissionais Ex 
Por maex • out 11th, 2012 • Categoria: Eletricidade 
Uma questão que surge frequentemente nos debates sobre as tendências e oportunidades do País é 
a falta de qualificação de nossa mão de obra. No âmbito das atmosferas explosivas não é 
diferente: o elevado número de não conformidades nas instalações elétricas das indústrias que 
processam produtos inflamáveis é tão grande que na prática não está [...] 
 
 
Operação “Segurança elétrica” reprova 31,9% das lojas fiscalizadas 
Por maex • out 5th, 2012 • Categoria: Eletricidade 
O Ipem-SP auditou as cidades de Bauru, Guarulhos, Ribeirão Preto, São Bernardo e São Paulo 
Instituto de Pesos e Medidas do estado de São Paulo (Ipem-SP), em delegação de competência do 
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), realizou no dia 19 de 
setembro, a operação “Segurança elétrica” nas cidades de [...] 
 
 
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Acreditação pelo Inmetro de organismos de inspeção na área de instalações 
elétricas de baixa tensão 
Por maex • set 6th, 2012 • Categoria: Eletricidade 
Por Hilton Moreno 
Desde sempre defendemos a ideia de que a segurança das instalações elétricas é como uma mesa 
com quatro pernas (Figura 1): 
- Perna 1: normas técnicas de produtos; 
- Perna 2: norma de instalações elétricas (ABNT NBR 5410); 
- Perna 3: certificação de produtos; 
- Perna 4: certificação de instalações elétricas. 
Figura 1 – “Mesa da segurança” de [...] 
 
 
Autorização para trabalhos com eletricidade – Parte II 
Por maex • set 6th, 2012 • Categoria: Eletricidade 
Por Aguinaldo Bizzo Ramos de Almeida 
No post anterior, evidenciamos a necessidade de se definir os cenários elétricos onde os 
profissionais da área de operação e manutenção elétrica realizam sua atividades, bem como um 
modelo de perfil de autorização macro para cada profissional da área elétrica, evidenciando o 
limite de intervenção bem como as condições impeditivas [...] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 
Links sobre ENGENHARIA ELÉTRICA 
Boletim da Biblioteca Virtual de Energia 
Site do boletim da BV de Energia, que mostra as novidades como publicações, sites, eventos 
e nesta área. Item especial neste boletim é Revista Eletrônica que lista endereços na internet 
de títulos de periódicos, alguns apresentam conteúdo na íntegra. 
Economia e Energia 
Site da revista Economia e Energia que possui uma equipe multidisciplinar, ligados aos 
setores energéticos e tecnólogicos. Possui índice e artigos na íntegra dos números editados 
desde 1996. O assuntos abordados são referentes ao que está sendo desenvolvido no setor 
energético. 
Engenharia (desde 1942) 
Site da Revista Engenharia, apresenta artigos em todas as áreas da engenharia(química, 
elétrica, mecânica, civil, sanitária) alguns com texto na íntegra. 
Revista Ciência & Engenharia 
A Revista Ciência & Engenharia é publicada pela Universidade Federal de Uberlândia e tem 
como objetivo divulgar os trabalhos técnicos científicos nas áreas de engenharia (de civil, 
eletrotécnica, eletrônica, mecânica, química e agronomia), Ciência de Computação, 
Matemática, Física e Química. Contém índice e resumo dos artigos. 
 
Revista Eletrônica de Jornalismo Científico 
Site da Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, realizado pela Sociedade Brasileira para o 
Progresso da Ciência que tem como objetivo mostrar as últimas novidades em ciência e 
tecnologia e tentar gradativamente montar uma base de artigos e referências para ajudar os 
usuários se atualizar e pesquisar aspectos interessantes que são investigados hoje em dia no 
mais diversos campos do conhecimento. apresenta os artigos, reportagens, notícia entrevista e 
resenhas na integra. 
 
Revista Nexus 
Revista sobre tecnologia e ciências que apresenta seus artigos na integra. 
Possui editorial, expediente, cartas dos leitores, links como fazer assinatura, entrevista, 
destaques na área de medicamento, ciência, tecnologia da informação. 
Revista Saber Eletrônica 
Site da revista Saber eletrônica que apresenta o resumo dos artigos desde janeiro de 2001. 
Além disso contem e-mail para contato, forum (lista de discussão divididos por assuntos 
específicos) arquivos para downloads. 
 
Revista Teletime 
Site da Teletime, revista para o novo tempo da telecomunicações. Todas as seções da revista 
estão disponíveis desde o número 3. 
 
RNT - Revista Nacional de Telecomunicações e Telemática 
Site da RNT, publicação mensal oferece seus artigos na integra desde outubro de 2002 na área 
de telcomunicações e telemática. 
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19 
 
Scielo 
A Scientific Electronic Library Online - SCIELO é uma biblioteca eletrônica que abrange 
uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. O Projeto tem por objetivo o 
desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação, armazenamento, 
disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico. O site apresenta 
periódicos de diversas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Endereço da Prevenção 
Segurança e Saúde no Trabalho 
Artigo 
 
O Risco da Exposição ao Sol na Construção Civil 
( Traduzido livremente por Ricardo Mattos* ) 
Radiação Ultravioleta 
Riscos à saúde fazem com que a proteção solarseja essencial no trabalho desenvolvido a céu 
aberto, como é o caso da construção civil. A radiação ultravioleta (UV) está nos atingindo 
diariamente, proveniente do sol. Embora os raios sejam invisíveis, o seu efeito na pele pode 
ser visto e sentido quando uma exposição prolongada resulta em queimaduras dolorosas. Com 
a depreciação da camada de ozônio na atmosfera da Terra, cresceram os riscos da exposição à 
radiação ultravioleta. Isso causou o crescimento da preocupação sobre o assunto em todo o 
mundo. 
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20 
A radiação ultravioleta ocupa a faixa entre a luz visível e o raio-X, no espectro 
eletromagnético. Os raios UV têm comprimento de onda mais curtos do que a luz visível. 
Comprimentos de onda são medidos em nanômetros (nm), que representam um bilionésimo 
do metro ( 1nm = 1 x 10-9 m ). 
A radiação ultravioleta pode ser dividida em três categorias, de acordo com os comprimentos 
de onda, conforme mostrado a seguir: 
 
UV-A 
320 – 400 
nm 
UV-
B 
290 – 320 
nm 
UV-
C 
100 – 290 
nm 
Os raios UV-C do sol, entretanto, não representam uma preocupação porque os comprimentos 
de onda mais curtos que 290 nm são filtrados pela camada de ozônio, na atmosfera, e não 
alcançam a superfície da terra. 
A superexposição à radiação UV leva à dolorosa vermelhidão da pele – a queimadura. A pele 
pode ficar bronzeada, ao produzir melanina para se proteger. Embora essa pigmentação escura 
bloqueie parcialmente os raios, a proteção está longe de ser completa e danos à pele ainda 
acontecem. Como se vê, o bronzeado que há tanto tempo vinha sendo associado com saúde e 
boa aparência é, na verdade, um sinal de uma pele danificada. 
Cada exposição aos raios ultravioletas é armazenada em nossa pele. O bronzeado pode 
desaparecer no inverno mas o dano causado pela exposição à UV é cumulativo. A exposição 
crônica ou prolongada à radiação ultravioleta tem sido relacionada com diversos efeitos à 
saúde, incluindo o câncer de pele, envelhecimento prematuro da pele e problemas nos olhos. 
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21 
Quiemaduras solares com bolhas, sofridas durante a infância e adolescência são consideradas 
como origem para um melanoma, a mais perigosa forma de um câncer de pele. Melanomas 
podem gerar metástases para outras pasrtes do corpo e levar à morte. Para pessoas com três ou 
mais queirmaduras com bolhas antes dos vinte anos, o risco de desenvolverem melanoma é 
quatro a cinco vezes maior do que para aqueles que não tiveram esse tipo de ocorrência. 
Pessoas que trabalham a céu aberto, por três ou mais anos, ainda como adolescentes, têm três 
vezes maior risco do que a média de desenvolverem um melanoma. Hereditariedade também 
pode ser um fator com 10 % dos casos de melanoma ocorrendo em família. 
Além disso, pessoas com a pele clara, louras ou ruivas ou ainda com marcas, sardas ou sinais 
nos braços, rosto ou nas costas são mais propícias a adquirir melanoma. 
 
UV-A e UV-B 
A exposição a luz solar geralmente resulta na exposição tanto à UV-A quanto à UV-B. 
Exposição à UV-B causa queimaduras, produção de melanina, desgaste da camada mais 
externa da pele e danos aos tecidos que compõem a pele. A exposição à UV-B também é 
carcinogênica. Na verdade, ela é a primeira causa de cânceres de pele que não sejam 
melanomas. 
A radiação UV-A penetra mais profundamente do que a UV-B, danificando as estruturas 
internas da pele e acelerando o seu processo de envelhecimento. 
O câncer de pele pode resultar da radiação ultravioleta, vinte ou trinta anos após a exposição. 
 
Danos aos olhos 
A radiação UV pode danificar os olhos assim como a pele. Um estudo recente foi feito com 
pescadores que permaneciam muito tempo na água e estavam expostos não somente à luz 
direta mas também à luz refletida do sol. Os pescadores que não protegiam seus olhos do sol 
tiveram mais de três vezes a incidência da forma mais comum de catarata do que aqueles que 
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22 
protegiam seus olhos regularmente. 
 
Proteção 
Para se proteger dos raios ultravioletas, use filtro solar, utilize óculos escuros com proteção 
UV e procure não se expor ao sol no final da manhã e no início da tarde, quando os raios são 
mais intensos. 
Qualquer pessoa que fique muito tempo exposta ao sol deve usar filtro solar. Usado 
corretamente, o filtro solar irá reduzir a intensidade do dano à pele, pelo boqueio dos raios 
UV. Os filtros solares devem ter no rótulo a indicação do fator de proteção solar ( FPS ). 
Esse fator – FPS – estima a quantidade de proteção oferecida contra a radiação UV-B. Quanto 
maior o número do FPS, maios será a proteção à UV-B. Utilizar um filtro solar com FPS 15 
permite a você ficar ao sol 15 vezes mais tempo do que você ficaria sem o filtro e sofrer o 
mesmo nível de exposição. 
Filtros de largo espectro devem ser utilizados e devem ter um FPS maior ou igual a 15. 
Coloque o filtro solar 15 a 30 minutos antes da exposição e reaplique generosamente a cada 
duas ou quatro horas. 
 
 
*Ricardo Pereira de Mattos é engenheiro eletricista e engenheiro de segurança. É professor 
convidado dos cursos de pós graduacão em Engenharia de Segurança do Trabalho da UFRJ e 
da UFF, ex-conselheiro do CREA-RJ, e sócio efetivo da SOBES – Sociedade Brasileira de 
Engenharia de Segurança. Este artigo foi publicado na Revista “Construction Safety”, volume 
6, nº 2, na edição de verão, em 1995. Essa revista é editada pela Associação para a Segurança 
da Construção de Ontário ( Canadá ) – CSAO Construction Safety Association of Ontario. 
Nota do tradutor: A idéia de traduzir e publicar o artigo nesta página, tantos anos depois de 
sua primeira leitura, me ocorreu após acompanhar o sofrimento de um colega, vítima de 
melanoma. O artigo também me chama a atenção por ser originário do Canadá, um país que 
tem o frio, e não o sol, como sua marca registrada. Mesmo assim, a Associação para a 
Segurança da Construção Civil do principal Estado daquele país, dedicou amplo espaço em 
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23 
sua revista para tratar deste importantíssimo tema. O que diremos então da importância de 
tratarmos desse assunto no tropicalíssimo Brasil ? 
Mais informações sobre a CSAO, podem ser conferidas em www.csao.org . 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SEGURANÇA DAS PESSOAS E O NOVO PADRÃO BRASILEIRO 
DE PLUGUES E TOMADAS 
Ricardo Pereira de Mattos, em 3 de agosto de 2010* 
 
O novo padrão brasileiro de plugues e tomadas veio estabelecer um patamar de segurança e 
funcionalidade para as instalações elétricas prediais. Ele foi adotado após alguns anos de 
intensa discussão dentro da comunidade técnica especializada: profissionais, empresas, 
associações, com o respaldo técnico da ABNT, que editou a NBR 14136, e o apoio legal 
doINMETRO. Infelizmente, nem todos os profissionais se interessaram pelo debate, alguns 
até porque não acreditaram que as medidas seriam adotadas. Talvez por isso, ainda haja 
muitas dúvidas entre os usuários e até mesmo entre os profissionais que atuam na área de 
instalações prediais. 
 
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24 
As diferenças 
A principal diferença é que não tínhamos um padrão para esses dispositivos. Ao longo dos 
anos, fomos obrigados a conviver com tipos diferentes que foram surgindo de acordo com a 
demanda de novos equipamentos e de padrões estrangeiros. A maioria desses tipos era 
incompatível com as normas brasileiras de instalações elétricas, principalmente pela ausência 
da conexão para o aterramento, medida indispensável para a segurança das pessoas. 
As novas tomadas e plugues são muito mais seguras pois foram projetadas tendo a segurança 
como um de seus principais objetivos. Além dos itens visíveis como a conexão de 
aterramento ( o terceiro pino ) e do formato de encaixe, que não permite o contato acidental 
com os pinos durante a colocação do plugue, há inovações na parte interna das tomadas. Os 
contatos internos somente se fecham quando os dois pinos entram simultaneamente. Isso 
evita, por exemplo, que a inserção de um objeto metálico em um dos furos da tomada feche o 
contato e provoque um choque elétrico. É uma medida contra as “travessuras” das crianças, 
por exemplo, contra a distração, tentativas de conectar plugues no escuro etc. 
Outro item muito importante, é que os aparelhos elétricos de maior potência, serão montados 
com plugues de pinos mais grossos, de forma que não será possível conectá-los com as 
tomadas comuns. É uma medida preventiva de forma que equipamentos de consumo elevado 
de energia não provoquem uma sobrecarga nessas tomadas, isto é, aquecimento excessivo e 
ignição de incêndios. Para esses equipamentos, com plugues mais grossos, há tomadas 
equivalentes com orifícios mais grossos e portanto, com maior capacidade de suportar a 
passagem da energia elétrica. 
 
A transição 
Em um primeiro momento não há necessidade de intervir na instalação elétrica. A cada novo 
equipamento adquirido, o consumidor poderá optar em usar um adaptador ou trocar a tomada. 
Não se deve trocar o plugue de um equipamento, salvo no caso de um acidente que tenha 
provocado a sua deterioração. Os cabos e os plugues dos equipamentos integram um conjunto 
testado e aprovado. Por isso não é recomendável alterar a configuração original do fabricante 
do equipamento. 
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25 
No caso do aterramento, não basta trocar a tomada para garantir a segurança. Por trás de cada 
tomada nova, também é necessário que exista o fio-terra, aquele fio que vai conduzir a 
corrente elétrica caso ocorra um defeito, evitando que a corrente percorra o corpo de uma 
pessoa que esteja em contato com o equipamento elétrico que apresentou o defeito. Esse fio-
terra (condutor de proteção) já deveria estar instalado pois é uma exigência técnica que consta 
nas normas técnicas há muitos anos. Além disso, há uma lei federal (Lei 11.337/2006) que 
determina a obrigatoriedade da instalação do aterramento. Portanto, todas as novas 
construções, desde 2006, devem obedecer a essa exigência. 
Observe que os plugues e tomadas integram um conjunto de ações para aumentar a segurança 
das instalações elétricas prediais. Eles, sozinhos, não resolvem todos os problemas. Se a 
instalação é nova e todas as tomadas já estão instaladas de acordo com o novo padrão, a 
situação é mais simples. Para equipamentos antigos, devem usar os adaptadores. Quando 
adquirirem novos equipamentos, eles já virão preparados para as novas tomadas. 
 
Manutenção 
A necessidade de substituição de uma tomada gera uma oportunidade de se pensar no 
conjunto da instalação. Se nunca foi feita uma revisão das instalações elétricas, essa é uma 
medida importante a ser adotada. Com o passar dos anos, aumentou de forma impressionante 
a quantidade de equipamentos elétricos instalados nas residências e escritórios. Se a instalação 
não acompanhar essas evolução, os fios, as tomadas e disjuntores ou fusíveis instalados há 
dezenas de anos podem não suportar a carga instalada. No caso de disjuntores e fusíveis, se 
tiverem sido bem dimensionados e instalados eles começarão a desarmar ou queimar. É um 
sintoma de problemas a serem resolvidos urgentemente. A carga elétrica excessiva pode 
provocar aquecimento dos fios e tomadas, tornando-se focos de ignição de incêndios. Isso 
também pode ocorrer se tiverem sido utilizados produtos inadequados na fabricação dos fios, 
tomadas, plugues, adaptadores, extensões etc. Pode parecer estranho, mas infelizmente há 
muitos produtos “piratas”, principalmente em lojas não especializadas e no comércio de rua. 
Esses produtos custam menos porque usam materiais de qualidade inferior, e seu desempenho 
não atende o que exigem as normas e nem mesmo as características que estampam em suas 
embalagens. Outro cuidado a ser tomado diz respeito ao uso de extensões de tomadas. Os 
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26 
prédios mais antigos possuem pouca quantidade de tomadas em cada cômodo. Isso fez com 
que se proliferassem as extensões, fixas ou móveis, e os “tês” ou benjamins, para a instalação 
dos novos aparelhos elétricos. Esses dispositivos, embora sejam extremamente práticos, 
podem fazer com que em um único ponto esteja acumulada uma carga excessiva, sinônimo de 
superaquecimento. Por isso, em uma reforma, é imprescindível incluir o aumento da 
quantidade de pontos de tomadas, utilizando, é claro, o novo padrão. 
A manutenção de qualquer tipo de instalação é fundamental para o seu desempenho 
satisfatório ao longo dos anos. Entretanto, não é uma prática comum em instalações prediais. 
Na maior parte dos casos, infelizmente, as intervenções só acontecem nas reformas, 
ampliações etc. A manutenção pode começar com um tipo de inspeção visual que o próprio 
usuário pode e deve fazer, identificando problemas tais como tomadas sobrecarregadas de 
equipamentos, plugues imprensados atrás de armários, sofás ou outros móveis, cortinas e 
tapetes em contato com fios ou conexões de tomadas, interruptores e tomadas com alteração 
em sua cor original (causada por aquecimento). Outras observações importantes ainda a cargo 
do usuário, dizem respeito à percepção de determinadas ocorrências como o aquecimento de 
interruptores, queima de lâmpadas em intervalos curtos de tempo, variações muito bruscas na 
iluminação quando outros equipamentos estão ligados (ar condicionado e chuveiros, por 
exemplo), disjuntores desarmando ou fusíveis queimando. Em seguida, cada um dos 
problemas identificados deve ser corrigido com o auxílio de profissionais qualificados. Não 
há prescrições na legislação ou nas normas técnicas quanto à periodicidade da manutenção 
preventiva das instalações prediais. O ideal é uma inspeção anual nos termos explicados 
anteriormente e a cada cinco anos a inspeção visual qualificada das partes internas de 
interruptores e tomadas, e do quadro de disjuntores, e o reaperto das conexões. Nessa 
manutenção preventiva, proposta para cada cinco anos, seriam feitas as substituições, 
inclusive da fiação de alguns dos circuitos elétricos, bem como o acréscimo de circuitos, 
disjuntores, proteção diferencial, tomadas, testes de continuidade e outros ensaios previstos na 
normalização técnica, especialmente na NBR 5410, norma brasileira de instalações elétricas 
de baixa tensão. Por sinal, essa norma estabelece, detalhadamente, os testes que devem ser 
feitos antes de uma instalação ficar pronta e durante o seu funcionamento. 
 
Profissionais qualificadosRua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 
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27 
As intervenções em instalações elétricas devem ser feitas exclusivamente por profissionais 
qualificados. Ao usuário leigo não deve ser permitido o acesso às partes internas das 
instalações ou dos equipamentos. Portanto, sua atuação deve estar restrita à substituição de 
lâmpadas e instalação de equipamentos que dependam exclusivamente de conexão direta a 
uma tomada. É interessante observar que até mesmo atividades simples requerem cuidados. A 
troca de uma lâmpada, por exemplo, exige que o circuito esteja desligado pois um contato 
indesejado com a parte interna do bocal da lâmpada pode ocasionar um choque. Ligar um 
equipamento com os pés ou mãos molhados, também pode causar um choque se houver 
algum defeito de isolamento no equipamento e o circuito não estiver protegido com o fio terra 
ou com um interruptor de corrente de fuga (denominado de dispositivo DR). 
 
Cuidados 
Quando se trata de eletricidade, alguns cuidados importantes são: Adquirir equipamentos e 
materiais elétricos de boa qualidade. Em grande parte dos casos, esses equipamentos possuem 
a certificação obrigatória assinalada pelo selo do INMETRO. Contratar serviços 
especializados, com profissionais qualificados. Utilizar os recursos tecnológicos de proteção, 
ou seja, circuitos elétricos com aterramento, proteção diferencial residual (DR) contra 
choques, disjuntores para impedir a sobrecarga e os curto-circuitos. Tudo isso não dispensa os 
cuidados básicos de não deixar fios e instalações expostas, não mexer em circuitos elétricos 
ou equipamentos com os pés ou mãos molhados, manter as instalações inacessíveis para 
crianças, nunca mexer nas instalações sem desligar o disjuntor correspondente e não abrir 
equipamentos elétricos sem desligá-los da tomada. Lembre-se que a eletricidade mata, mesmo 
em circuitos aparentemente inofensivos. 
As pesquisas realizadas no Brasil pela ABRACOPEL – Associação Brasileira de 
Conscientização para os Perigos da Eletricidade comprovam que a quantidade de acidentes 
com eletricidade é muito grande. Outra instituição que vem fazendo levantamentos das 
condições das instalações elétricas nas grandes cidades brasileiras é o Instituto Procobre, 
através do Programa Casa Segura. Esses levantamentos mostraram que, em grandes cidades 
brasileiras, mais da metade dos residências com mais de 20 anos de construção, nunca fizeram 
uma reforma nas instalações elétricas. Eis aí uma informação assustadora, que explica a razão 
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28 
das terríveis notícias sobre acidentes domésticos fatais. Em resumo, a eletricidade não mata 
apenas no trabalho, mas em residências e nas ruas. Para as instalações elétricas prediais, o 
novo padrão brasileiro de plugues e tomadas vem cumprir uma parte da responsabilidade 
técnica das empresas e profissionais de engenharia quanto a proteção das pessoas e do 
patrimônio. Que cada um faça a sua parte. 
 
 Ricardo Pereira de Mattos é Engenheiro Eletricista e Engenheiro de Segurança. 
Professor em cursos de pós-graduação em engenharia de segurança do trabalho, no 
Rio de Janeiro, mantém um portal de informações em Segurança e Saúde no Trabalho, 
no endereço www.RicardoMattos.com , incluindo um grupo de discussão voltado à 
Segurança em Instalações Elétricas. 
 
 
 
DESÍDIA: palavra bonita, mas ordinária 
 
Ricardo Pereira de Mattos* 
 
Revendo as estatísticas de acidentes do trabalho no Brasil, me veio à lembrança esta palavra: 
desídia. Não tenho dúvida que muitos empregadores e governantes ainda atuam de forma 
desidiosa em relação à prevenção de acidentes do trabalho. E podemos adotar a mesma 
argumentação sobre a prevenção de acidentes em geral. 
Mais utilizada no meio jurídico, encontram-se nos dicionários, vários significados para a 
palavra desídia, entre eles o desleixo, a negligência, a indolência e a desatenção. 
É interessante notar que ela é mais utilizada para caracterizar a ação, ou melhor, a omissão do 
empregado, sendo até uma das justificativas para a sua demissão. O próprio Estatuto do 
Servidor Público da União, apresenta a conduta desidiosa como proibida e a sua constatação 
como passível de demissão. Quis a lei deixar claro que não tolera o servidor relapso, 
desleixado, displicente, enfim aquele que se comporta de forma desidiosa. E quanto ao 
empregador e seus propostos; e ao próprio Estado ? 
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29 
Desídia. Palavra bonita, mas ordinária. E digo ordinária, pois ela se apresenta de forma 
habitual, comum, regular, frequente, no meio ambiente do trabalho. 
Vou retomar a razão da escolha deste tema, ou melhor, desta palavra, quando penso nos 
acidentes do trabalho,em suas ocorrências e suas consequências. 
Temos, no Brasil, inúmeros instrumentos legais que abordam o tema da segurança do 
trabalho. Entre eles, com destaque, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e suas 34 
Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. O Ministério do Trabalho e 
Emprego está formalmente designado para fiscalizar o trabalho seguro, integrando-se no 
conceito internacional de Inspeção do Trabalho, conforme preceitua a OIT – Organização 
Internacional do Trabalho. Aliás, o nosso país é signatário de dezenas de Convenções 
Internacionais sobre o tema da segurança e saúde dos trabalhadores. Complementando a 
legislação trabalhista, dentro dessa temática, existe a legislação previdenciária. E os 
instrumentos legais e normativos, provenientes de inúmeras instituições públicas, tais como a 
ANVISA, o INMETRO, a FUNDACENTRO, o INSS. Sob o ponto de vista da melhor 
técnica, o Brasil integra o sistema internacional de normalização, capitaneado pela ISO, com a 
representação da ABNT. E o exercício profissional apresenta-se muito bem regulamentado 
por órgãos com estrutura nacional, como é o caso dos conselhos profissionais, tomando como 
exemplo o CREA, CRM, OAB, apenas para mencionar alguns dos mais conhecidos. 
Diante dessa superestrutura legal e normativa, a existência de trabalho escravo, infantil e de 
mais de 500 mil acidentes do trabalho por ano, me incita a exclamar: desídia! Não bastassem 
as mortes, repetem-se as assustadoras quantidades anuais de mais de dez mil trabalhadores 
permanentemente incapacitados para o trabalho. 
Ao conhecer esses acidentes, identificamos causas ordinárias como quedas, choque elétrico, 
incêndios, explosões, esmagamentos, asfixia. Todas essas ocorrências estão previstas no 
arcabouço legal e normativo mencionado e para cada uma delas há medidas de prevenção. 
Não se encontra outra palavra mais eloquente do que desídia ao se constatar que 
recomendações explícitas de leis, portarias, resoluções, normas etc, vêm sendo desrespeitadas 
por empregadores sob a omissão dos fiscalizadores. Essa conduta desidiosa busca encontrar 
respaldo, infelizmente, na argumentação fajuta que as exigências são muito rígidas, que os 
custos são elevados e que os prazos são exíguos. Como se legisladores e profissionais 
estivessem escrevendo e publicando letras mortas e portanto inaplicáveis. 
A conduta desidiosa, frente à prevenção de acidentes, está instalada de tal forma na sociedade, 
que o Ministério Público do Trabalho criou um instrumento de controle denominado Termo 
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de Ajustamento de Conduta (TAC). Por intermédio desse TAC, as empresas firmam um 
compromisso formal de... obedecer à legislação. Se isso tudo não é desídia, que outra palavra 
escolher ? 
 
*Este artigo foi publicado na internet, em 29 de janeiro de 2012, por Ricardo Pereira de 
Mattos, professor e engenheiro de segurança do trabalho, no Rio de Janeiro. O autor mantém 
um portal na Internet, dedicado ao tema da prevenção de acidentes, no 
endereço www.RicardoMattos.com . 
 
 
 
 
O ACOLHIMENTO E OS PROCESSOS DE TRABALHO EM SAÚDE: O CASO DE 
BETIM, MINAS GERAIS, BRASIL 
 
1 Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Ciências Médicas, 
Universidade Estadual de Campinas. Cidade Universitária Zeferino Vaz, Campinas, 
SP 13083-970 Brasil. 
 
 Resumo 
Este trabalho relata experiência de inversão do modelo tecno-assistencial para a 
saúde, tendo como base a diretriz operacional do acolhimento. O acolhimento 
propõe que o serviço de saúde seja organizado, de forma usuário-centrada, partindo 
dos seguintes princípios: 1) atender a todas as pessoas que procuram os serviços 
de saúde, garantindo a acessibilidade universal; 2) reorganizar o processo de 
trabalho, a fim de que este desloque seu eixo central do médico para uma equipe 
multiprofissional ¬ equipe de acolhimento ¬, que se encarrega da escuta do usuário, 
comprometendo-se a resolver seu problema de saúde; e 3) qualificar a relação 
trabalhador-usuário, que deve dar-se por parâmetros humanitários, de solidariedade 
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e cidadania. Por meio da investigação realizada, foi possível observar um aumento 
significativo do rendimento profissional, dos servidores não-médicos, que passaram 
a atuar na assistência; esse elevado rendimento profissional determinou, por 
conseqüência, maior oferta e aumento extraordinário da acessibilidade aos serviços 
de saúde. 
Palavras-chave: Avaliação de Programas; Assistência Médica; Assistência 
Ambulatorial; Serviços de Saúde Comunitários 
 
Introdução 
 À medida que nos aproximamos dos momentos de relações dos usuários com os 
serviços de saúde e com os seus trabalhadores, para verificarmos o seu 
funcionamento, vamo-nos surpreendendo com a descoberta de que, sempre que 
houver um processo relacional de um usuário com um trabalhador, haverá uma 
dimensão individual do trabalho em saúde, realizado por qualquer trabalhador, que 
comporta um conjunto de ações clínicas. Ações clínicas aí significam o encontro 
entre necessidades e processos de intervenção tecnologicamente orientados, os 
quais visam operar sobre o campo das necessidades que se fazem presente nesse 
encontro, na busca de fins implicados com a manutenção e/ou recuperação de um 
certo modo de viver a vida. 
Esses encontros, que se dão entre dois indivíduos, são produzidos em um espaço 
intercessor (Merhy, 1997a) no qual uma dimensão tecnológica do trabalho em 
saúde, clinicamente evidente, sustenta-se: a da tecnologia das relações, território 
próprio das tecnologias leves (Merhy, 1997b). 
Olhando esses momentos pelo lado do trabalho tanto do médico, quanto do de um 
porteiro de um serviço de saúde são-nos reveladas questões-chave sobre os 
processos de produção em saúde, nos quais o acolhimento adquire uma expressão 
significativa. Isto é, em todo lugar em que ocorre um encontro enquanto trabalho de 
saúde entre um trabalhador e um usuário, operam-se processos tecnológicos 
(trabalho vivo em ato) que visam à produção de relações de escutas e 
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responsabilizações, as quais se articulam com a constituição dos vínculos e dos 
compromissos em projetos de intervenção. Estes, por sua vez, objetivam atuar sobre 
necessidades em busca da produção de algo que possa representar a conquista de 
controle do sofrimento (enquanto doença) e/ou a produção da saúde. 
Esses processos intercessores como o acolhimento são atributos de uma prática 
clínica realizada por qualquer trabalhador em saúde, e focá-los analiticamente é criar 
a possibilidade de pensar a micropolítica do processo de trabalho e suas 
implicações no desenho de determinados modelos de atenção, ao permitir pensar 
sobre os processos institucionais por onde circula o trabalho vivo em saúde, 
expondo o seu modo privado de agir à um debate público no interior do coletivo dos 
trabalhadores, com base em uma ótica usuário-centrada. 
No entanto, o tema do acolhimento apresenta-nos um outra possibilidade: a de 
argüir sobre o processo de produção da relação usuário-serviço sob o olhar 
específico da acessibilidade, no momento das ações receptoras dos clientes de um 
certo estabelecimento de saúde. 
Olhando assim, como uma etapa deste processo de produção, o acolhimento 
funciona como um dispositivo a provocar ruídos sobre os momentos nos quais o 
serviço constitui seus mecanismos de recepção aos usuários, enquanto certas 
modalidades de trabalho em saúde que se centram na produção de um mútuo 
reconhecimento de direitos e responsabilidades, institucionalizados pelos serviços 
de acordo com determinados modelos de atenção à saúde. 
Como etapa do conjunto do processo de trabalho que o serviço desencadeia na sua 
relação com o usuário, o acolhimento pode, analiticamente, evidenciar as dinâmicas 
e os critérios de acessibilidades a que os usuários (portadores das necessidades 
centrais e finais de um serviço) estão submetidos, nas suas relações com o que os 
modelos de atenção constituem como verdadeiros campos de necessidades de 
saúde, para si. 
Os encontros e desencontros nessa etapa podem, ao gerar ruídos e estranhamentos 
para um olhar analisador (em produção no interior da equipe de trabalhadores), 
revelar uma dinâmica instituidora que se abre a novas linhas de possibilidades, no 
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desenho do modo de se trabalhar em saúde, permitindo a introdução de 
modificações no cotidiano do serviço em torno de um processo usuário-centrado, 
mais comprometido com a defesa da vida individual e coletiva. 
Em síntese, o que propomos é pôr em prática o acolhimento como um dispositivo 
que interroga processos intercessores que constroem relações clínicas das práticas 
de saúde e que permite escutar ruídos do modo como o trabalho vivo é capturado, 
conforme certos modelos de assistência, em todo lugar em que há relações clínicas 
em saúde. Além disso, deve também expor a rede de petição e compromisso que há 
entre etapas de certas linhas de produção constituídas em certos estabelecimentos 
de saúde, interrogando centralmente as relações de acessibilidade. 
Qual a vantagem de atuar sobre esses ruídos e processos? 
Na medida em que, nas práticas de saúde, individual e coletiva, o que buscamos é a 
produção da responsabilização clínica e sanitária e da intervenção resolutiva, tendo 
em vista as pessoas, como caminho para defender a vida, reconhecemos que, sem 
acolher e vincular, não há produção desta responsabilização e nem otimização 
tecnológica das resolutividades que efetivamente impactam os processos sociais de 
produção da saúde e da doença. 
Tendo como base essas premissas, vejamos adiante, com a descrição de um 
processo iniciado junto a uma rede de serviçosde saúde, no âmbito municipal, as 
possibilidades de introduzir esses percursos, na busca de impactar os mecanismos 
de acesso e de explorar as possibilidades de novos desenhos micropolíticos no 
modo cotidiano de realização de certos modelos de atenção à saúde. 
 
 O caso de Betim: relato de uma experiência 
 
Em Betim, vivia-se, no ano de 1996, intensa mobilização na rede básica assistencial 
para a implantação do acolhimento, diretriz do modelo tecno-assistencial, orientado 
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nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). O acolhimento propõe, 
principalmente, reorganizar o serviço, no sentido da garantia do acesso universal, 
resolubilidade e atendimento humanizado. Oferecer sempre uma resposta positiva 
ao problema de saúde apresentado pelo usuário é a tradução da idéia básica do 
acolhimento, que se construiu como diretriz operacional. 
Pelo lugar estratégico ocupado por essa proposta, achamos que o acolhimento 
deveria ser estudado, para se verificar a sua eficácia e assim oferecer subsídios à 
sua consolidação nas Unidades de Saúde, procurando, ao mesmo tempo, viabilizar 
seu aperfeiçoamento, enquanto tecnologia de organização de serviços de saúde. 
Este estudo é devedor de uma investigação realizada pela Rede de Investigação em 
Sistemas e Serviços de Saúde no Cone Sul. Pretende-se, a partir desta 
investigação, manter interlocução com as entidades formadoras de recursos 
humanos e os diversos serviços de saúde, como exercício por excelência da práxis 
como método de construção de novas propostas, substantivas o suficiente para dar 
respostas à altura dos desafios na organização de sistemas e serviços de saúde. 
Para este estudo, foi eleita a Unidade Básica de Saúde (UBS) Rosa Capuche, 
situada no bairro Jardim Petrópolis, com população de 10.256 pessoas na sua área 
de abrangência, para o ano de 1996, de acordo com o IBGE. 
 
Antes do acolhimento 
 
 No ano de 1995 (considerando-se de março de 1995 a fevereiro de 1996 antes da 
implantação do acolhimento), a Unidade fez 1.342 atendimentos em média por mês, 
com 1.456 horas trabalhadas, entre todos os profissionais da assistência. O 
processo de trabalho era o tradicionalmente conhecido, centrado na figura e no 
saber do médico para o atendimento aos usuários. Em vista da baixa oferta de 
consultas médicas, para o acesso às mesmas utilizava-se o velho sistema de fichas. 
Esta era a única forma de administrar o serviço oferecido em vista da demanda da 
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população. Os que procuravam consulta e não conseguiam ficha sequer entravam 
na Unidade de Saúde, "era do portão pra casa" ou para a peregrinação em outros 
serviços. 
Em meados de 1995, contando com a assessoria do Laboratório de Planejamento e 
Administração de Sistemas de Saúde Lapa/Unicamp, o grupo dirigente da 
Secretaria de Saúde de Betim (incluindo aí o corpo gerencial) discutiu a proposta de 
inversão do modelo tecno-assistencial, baseado nas diretrizes do acesso, 
acolhimento, vínculo e resolubilidade. Foi a partir daí que a Secretaria Municipal de 
Saúde tomou a decisão de implantar o acolhimento em toda a rede de serviços. 
 
Em que consiste o acolhimento enquanto diretriz operacional 
 
 O acolhimento propõe inverter a lógica de organização e funcionamento do serviço 
de saúde, partindo dos seguintes princípios: 
1) Atender a todas as pessoas que procuram os serviços de saúde, garantindo a 
acessibilidade universal. Assim, o serviço de saúde assume sua função precípua, a 
de acolher, escutar e dar uma resposta positiva, capaz de resolver os problemas de 
saúde da população. 
2) Reorganizar o processo de trabalho, a fim de que este desloque seu eixo central 
do médico para uma equipe multiprofissional equipe de acolhimento , que se 
encarrega da escuta do usuário, comprometendo-se a resolver seu problema de 
saúde. 
3) Qualificar a relação trabalhador-usuário, que deve dar-se por parâmetros 
humanitários, de solidariedade e cidadania. 
 
Implantação do acolhimento 
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 O ponto de partida para a implantação do acolhimento foi a decisão do grupo 
dirigente da Sesa, tomada através dos órgãos colegiados de direção, quais sejam, o 
Grupo de Direção Estratégica GDE (que reunia a Secretária de Saúde e os 
gerentes dos projetos estratégicos) e o Colegiado Gestor (formado pelo GDE e 
todos os gerentes de Unidades de Saúde). Essa decisão partia de alguns 
pressupostos básicos, como: 
1) A maioria das pessoas que necessitavam de atendimento em saúde estavam 
excluídas dos serviços, daí a grande desconfiança e, até mesmo, opinião negativa 
que os usuários têm dos serviços de saúde. 
2) As pessoas que procuravam a Unidade de Saúde faziam-no, majoritariamente, 
em busca da consulta médica, estrangulando completamente este serviço. Por outro 
lado, um grande número dessas mesmas pessoas não necessitava da consulta, 
mesmo que essa fosse sua demanda individual. 
3) O trabalho na Unidade de Saúde era centrado na pessoa e no saber médico, 
ficando os outros profissionais subestimados no processo de trabalho, tendo o seu 
potencial para a assistência enormemente oprimido, reduzindo a oferta de serviços. 
4) A relação trabalhador-usuário sofria de crônica degeneração, causada pela 
alienação dos trabalhadores do seu processo de trabalho, ou seja, este se realizava 
compartimentado, com os procedimentos sem a necessária integração 
multidisciplinar. O objeto de trabalho 'problema de saúde' recebia, dessa forma, um 
tratamento sumário e burocrático, numa relação impessoal com o usuário. O mais 
comum mesmo era a sua exclusão. No entanto, os trabalhadores, embora 
conscientes dos problemas, sentiam-se impotentes para mudar aquela situação 
existente, lamentada por eles próprios. O contexto sugeria, então, aparente 
contradição de interesses entre trabalhadores e usuários dos serviços de saúde. 
A partir da decisão de implantar o acolhimento, e sob a permanente coordenação da 
gerente da UBS, definiu-se pela organização de uma equipe de acolhimento, 
composta pelos profissionais de nível superior, por uma técnica e auxiliares de 
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enfermagem, para oferecer a escuta dos usuários. Os médicos ficaram na 
retaguarda, ou seja, atendendo nos consultórios os usuários encaminhados pela 
equipe de acolhimento. Eliminaram-se a ficha e a fila de madrugada, abrindo-se as 
portas da Unidade de Saúde, com atendimento a todos os usuários que a 
procurassem. Organizou-se a sala de espera, substituindo a recepção. 
O Conselho Local de Saúde teve um papel importante para a implantação do 
acolhimento. Isso se deu, principalmente, no período da semana anterior à data 
prevista, quando o Conselho procurou avisar à comunidade o novo funcionamento 
da Unidade de Saúde. 
 
O processo de trabalho no acolhimento 
 
 O acolhimento modifica radicalmente o processo de trabalho. O impacto da 
reorganização do trabalho na Unidade se dá principalmente sobre os profissionais 
não-médicos que fazem a assistência. No caso da UBS Rosa Capuche, consideram-
se a enfermeira,a assistente social, a técnica e a auxiliar de enfermagem. Na atual 
situação, a equipe de acolhimento passa a ser o centro da atividade no atendimento 
aos usuários. Os profissionais não-médicos passam a usar todo seu arsenal 
tecnológico, o conhecimento para a assistência, na escuta e solução de problemas 
de saúde trazidos pela população usuária dos serviços da Unidade. 
A enfermeira, além de acolher, garante a retaguarda do atendimento realizado pelas 
auxiliares de enfermagem. Contribuem nesse processo os protocolos, que orientam 
sobre os procedimentos a serem adotados pela equipe de acolhimento. Na UBS 
Rosa Capuche, por exemplo, os protocolos orientam o enfermeiro na prescrição de 
vários exames e medicamentos, o que aumenta em grande medida a resolubilidade 
deste profissional na assistência, favorecendo enormemente o fluxo dos usuários. 
No modelo anterior, por a assistência estar centrada no médico, o enfermeiro não 
realizava todo o seu potencial técnico, reduzindo sua capacidade de intervenção. 
Em estudo comparando este novo modelo com o do período anterior ao 
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acolhimento, os dados de rendimento mostram que seu rendimento agora é 
aumentado em 600%. 
Esse novo papel da enfermagem na Unidade de Saúde, com acolhimento, não se 
deu sem tensões. Subjacente a este processo está a disputa pela supremacia do 
saber e do poder no serviço de saúde, até então, monopólio médico. Como parte 
desse polêmico processo, registram-se pressões da Câmara de Vereadores contra o 
atendimento realizado pela enfermeira. Foi importante também um concorrido 
debate sobre o acolhimento, promovido pelo Sindicato dos Médicos de Minas 
Gerais, que contou com o relato de diferentes experiências de sua implantação. 
É importante registrar que, além de utilizar todo seu arsenal técnico, a enfermeira, 
com a reorganização do processo de trabalho, vê-se dotada de maior autonomia na 
função que exerce. Essa autonomia deve ser entendida dialeticamente como a 
condição que o profissional tem de decidir sobre seu trabalho, como o exercício 
pleno do 'saber-fazer' no momento do procedimento assistencial. 
Em relação à auxiliar de enfermagem, seu trabalho anterior à implantação do 
acolhimento resumia-se às atividades próprias da sua função (curativo, injeção, 
vacina, distribuição de medicamentos) e ao apoio aos médicos. Hoje, a relação da 
auxiliar com os médicos é do acolhimento para a retaguarda, após realizar a escuta 
do problema de saúde do usuário; ou seja, é uma relação circunscrita ao exercício 
multiprofissional. 
A assistente social participa do acolhimento e coordena os grupos programáticos. 
Os programas, considerados atividade fundamental para garantir a integralidade da 
assistência, são fatores importantes na garantia do sucesso do acolhimento. Isto 
porque resolvem grande parte da demanda, com ações dirigidas para grupos 
prioritários de atenção à saúde. 
No caso dos médicos, nota-se que seu processo de trabalho não foi modificado 
tanto quanto seria necessário para causar impacto na assistência, a partir da sua 
atividade específica. O trabalho destes profissionais foi organizado de tal forma que 
eles ficaram, às vezes, na retaguarda (consultas aos usuários encaminhados pela 
equipe de acolhimento) e, outras vezes, na equipe de acolhimento. Houve inclusive 
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redução do agendamento, porém sem grande sucesso na sua inserção no novo 
modelo. O trabalho médico permanecia incólume à velha lógica da consulta/agenda, 
determinante neste processo. Voltaremos a esse tema mais à frente. 
 
Os números do acolhimento 
 
 A seguir, relacionamos o resultado da aplicação de diversos indicadores que dizem 
respeito a medidas de avaliação da Unidade de Saúde e do acolhimento. 
a) Acessibilidade aos serviços da Unidade de Saúde. 
Os dados comparados de acessibilidade aos serviços demonstram o aumento 
extraordinário do atendimento geral da Unidade, com a implantação do acolhimento 
e a reorganização do processo de trabalho (Tabela 1). O rendimento será detalhado 
a seguir, com indicador específico. 
 
 
 
b) Rendimento profissional. 
Constata-se, pelos dados de produção/horas trabalhadas, o aumento extraordinário 
do rendimento da enfermeira e da assistente social (Figura 1), confirmando a tese de 
que estas profissionais, com a reorganização do processo de trabalho, utilizam todo 
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o seu potencial para a assistência. Este rendimento, associado ao das auxiliares de 
enfermagem, garante impacto extraordinário no acesso aos usuários. 
c) Indicador de resolubilidade da equipe de acolhimento. 
Como resolubilidade, neste caso, considera-se a solução encontrada pela equipe de 
acolhimento para as queixas, sem outro tipo de encaminhamento. Como equipe de 
acolhimento, considera-se a equipe multiprofissional, organizada na Unidade, para 
fazer a escuta dos problemas de saúde trazidos pelos usuários. Na UBS Rosa 
Capuche, essa equipe foi organizada contando com a enfermeira, a assistente social 
e as auxiliares de enfermagem. 
Corroboram para a resolubilidade da equipe de acolhimento (Figura 2) fatores que 
atuam juntos e simultaneamente, quais sejam: 
1) Discussões permanentes entre a equipe da Unidade de Saúde, para avaliar e 
reprocessar o acolhimento. 
2) Capacitação da equipe, adquirida com a própria experiência no atendimento. A 
experiência adquirida proporciona segurança para decidir, para efetivamente 'fazer' 
com base em determinado 'saber', adquirido na vivência da assistência ao usuário. 
3) Utilização de protocolos, elaborados pela equipe técnica da UBS, os quais 
indicam a conduta a ser adotada diante dos problemas de saúde que mais se 
apresentam no acolhimento. 
4) Interação da equipe, com enfermeiras e médicos fazendo a retaguarda do 
acolhimento e a capacitação em serviço. A indicação de determinada conduta 
pressupõe uma decisão do profissional, o que, no modelo tradicional, apresenta-se 
como um ato isolado, solitário. 
5) Funcionamento dos grupos programáticos, que haviam deixado de funcionar no 
início da implantação do acolhimento, em razão da prioridade dada ao trabalho 
exclusivamente assistencial naquele momento específico. 
 
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A gestão da Unidade com acolhimento 
 
 O processo de gestão da Unidade de Saúde é compatível com o modelo tecno-
assistencial. Assim, o acolhimento só é possível se a gestão for participativa, 
baseada em princípios democráticos e de interação entre a equipe. Isto se dá 
porque a inversão do modelo tecno-assistencial, com mudanças estruturais no 
processo de trabalho, pressupõe a adesão dos trabalhadores à nova diretriz. Este 
compromisso com a mudança, com a construção do devir, só é possível quando os 
profissionais discutem e efetivamente podem decidir sobre a organização dos 
serviços na Unidade de Saúde. 
A gestão democrática e participativa criou oportunidade para que se experimentasse 
na Unidade de Saúde um processo pedagógico, auto-conduzido, de extrema 
riqueza. Os trabalhadores passaram a conhecer o usuário, a partir

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