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TCC Eng Seg do Trabalho - Versão Corrigida

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM 
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
Lucas Oliveira Costalonga 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Propostas de melhorias dos riscos utilizando as normas 
aplicadas a saúde e segurança do trabalho em empresa 
não regida pela CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campinas/SP – Brasil 
Março - 2016 
ii 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM 
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
 
 
Lucas Oliveira Costalonga 
 
 
Propostas de melhorias dos riscos utilizando as normas 
aplicadas a saúde e segurança do trabalho em empresa 
não regida pela CLT. 
. 
. 
 
 
Lucas Oliveira Costalonga 
 
 
 
 
Monografia de termino de curso 
apresentada à comissão de extensão da 
Faculdade de Engenharia Mecânica da 
Universidade Estadual de Campinas, como 
parte dos requisitos para obtenção do título 
de especialista em segurança do trabalho. 
 
Orientador: 
 
Campinas/SP – Brasil 
Março - 2016 
iii 
 
RESUMO 
 
COSTALONGA, Lucas O. Aplicação de Normas Regulamentadoras relativas 
à segurança e medicina do trabalho em empresa não regida pela CLT. Campinas: 
Faculdade de Engenharia Mecânica – UNICAMP, 2016. Trabalho de Conclusão de 
Curso – Faculdade de Engenharia Mecânica 
 
 
As normas e ferramentas de saúde e segurança no trabalho (SST) vem a 
cada dia tornando-se algo imprescindível e indispensável no âmbito fabril, entretanto 
algumas empresas não são regidas pela Consolidação de Leis Trabalhistas-CLT, e 
não são obrigadas a utilizar essas normas e com a falta da utilização das mesmas, 
poderão a vir ocasionar diversos problemas. Dessa forma, pretende-se apresentar 
um estudo de caso sobre a aplicabilidade de algumas Normas Regulamentadoras – 
NR’s, com o objetivo de cumprir alguns requisitos de segurança para resguardar a 
segurança dos funcionários em questão e a responsabilidade jurídica da empresa, 
além de apresentar novas propostas de segurança no ambiente de trabalho para a 
empresa em questão 
 
 
Palavras Chave: Segurança; Normas Regulamentares (NR’s); Regimento; 
CLT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
 
SUMMARY 
 
 COSTALONGA, Lucas. Application of regulatory standards of safety and 
occupational health in company not governed by the Labor Code. Campinas: Faculty 
of mechanical engineering-UNICAMP, 2016. Final Project-Faculty of mechanical 
engineering. 
 
The standards and tools from safety and occupational health in work are every 
day becoming something essential and indispensable under the worker environment, 
however some manufacturing companies are not governed by the consolidation of 
labor laws – CLT, and are not required to use these standards and with the lack of 
use of them, may cause various problems. Therefore, we intend to present a case 
study on the applicability of some Regulatory Standards, in order to comply with 
some safety requirements to protect the safety of employees and the company's 
legal liability, in addition to presenting new proposals for safety in the workplace for 
the company in question 
 
 
Keywords: Security; Regulatory Standards; Worker Laws 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
RESUMO.................................................................................................................... III 
SUMMARY ................................................................................................................ IV 
SUMÁRIO ................................................................................................................. V 
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ VII 
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ IX 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................... 3 
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 3 
2. HISTÓRIA DO TRABALHO.................................................................................... 3 
2.1 SAUDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................................... 6 
2.2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO MUNDO .............................................................. 7 
2.3 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO BRASIL ............................................................ 10 
2.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ...................... 13 
2.5 NORMA REGULAMENTADORAS .......................................................................... 13 
2.5.1 NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – E.P.I. ............................ 21 
2.5.2 NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA ........... 26 
2.5.3 Risco Grave e Iminente .......................................................................... 27 
2.5.4 Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais ................................... 28 
2.5.5 Ergonomia .............................................................................................. 29 
2.5.6 Mão de obrados reeducandos ................................................................ 31 
2.5.7 Treinamento ........................................................................................... 33 
2.5.8 Treinamento “On the Job” ...................................................................... 33 
3. ANALISE TÉCNICA QUALITATIVA DOS RISCOS AMBIENTAIS ...................... 34 
3.1 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – ARMAZENAMENTO INCORRETO .............................. 36 
3.2 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – ARMAZENAMENTO INCORRETO – PROPOSTAS DE 
MELHORIAS ..................................................................................................... 40 
3.3 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE CHOQUES ELÉTRICOS ........................... 42 
vi 
 
3.4 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE CHOQUES ELÉTRICOS – PROPOSTAS DE 
MELHORIAS ..................................................................................................... 48 
3.5 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE QUEDAS .............................................. 56 
3.6 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE QUEDAS – PROPOSTA DE MELHORIAS ..... 56 
3.7 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – AUSÊNCIA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA 
E SISTEMA DE SEGURANÇA (PARADA DE EMERGÊNCIA). ..................................... 57 
3.8 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – AUSÊNCIA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA 
E SISTEMA DE SEGURANÇA (PARADA DE EMERGÊNCIA). ..................................... 60 
3.9 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS – E.P.I.63 
3.10 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS – E.P.I. - 
MELHORIAS ..................................................................................................... 67 
3.11 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EXTINTORES DE INCÊNDIO. .................................... 74 
3.12 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EXTINTORES DE INCÊNDIO. - MELHORIAS ................ 77 
3.13 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – CONDIÇÕES SANITÁRIAS ........................................ 79 
3.14 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – CONDIÇÕES SANITÁRIAS - MELHORIAS ..................... 81 
4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 85 
5. SUGESTÕES DE CONTINUIDADE ..................................................................... 85 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .................................................................... 89 
7. ANEXOS ............................................................................................................... 92 
vii 
 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1 - TIPOSDE CAPACETE ................................................................................... 22 
FIGURA 2 - E.P.I. PARA PROTEÇÃO AUDITIVA .................................................................. 23 
FIGURA 3 - E.P.I. PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE ................................................... 23 
FIGURA 4 - PROTETORES RESPIRATÓRIOS ...................................................................... 24 
FIGURA 5 - E.P.I. PARA MEMBROS SUPERIORES .............................................................. 25 
FIGURA 6 - E.P.I. PARA MEMBROS INFERIORES ............................................................... 25 
FIGURA 7 - MATERIAIS ESPALHADOS .............................................................................. 36 
FIGURA 8 - FIOS ESPALHADOS ....................................................................................... 37 
FIGURA 9 - ARMAZENAMENTO JUNTO A PAREDE .............................................................. 38 
FIGURA 10 - ARMAZENAMENTO INCORRETO DE BOTIJÃO .................................................. 39 
FIGURA 11 – TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO I ......................... 43 
FIGURA 12 - TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO II ......................... 43 
FIGURA 13 - TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO III ........................ 44 
FIGURA 14 - TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO IV ....................... 44 
FIGURA 15 - CABOS FIXADOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS .............................................. 45 
FIGURA 16 - CABOS FIXADOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS II ........................................... 45 
FIGURA 17 - PAINEL DE ENERGIA SEM IDENTIFICAÇÃO DE ALERTA ..................................... 46 
FIGURA 18 - EQUIPAMENTO SEM ATERRAMENTO APARENTE I ........................................... 46 
FIGURA 19 - EQUIPAMENTO SEM ATERRAMENTO APARENTE II .......................................... 47 
FIGURA 20 - EQUIPAMENTO SEM ATERRAMENTO APARENTE III. ........................................ 47 
FIGURA 21 - EXEMPLIFICAÇÃO DE CONTATO DIRETO ....................................................... 48 
FIGURA 22 - EXEMPLIFICAÇÃO DE ISOLAÇÃO .................................................................. 48 
FIGURA 23 - EXEMPLIFICAÇÃO DE BARREIRAS ................................................................ 49 
FIGURA 24 - EXEMPLIFICAÇÃO DE OBSTÁCULOS ............................................................. 49 
FIGURA 25 - EXEMPLIFICAÇÃO DE CONTATO INDIRETO ..................................................... 50 
FIGURA 26 - CAIXA DE DISJUNTORES DE ACORDO COM NORMA. ....................................... 51 
FIGURA 27 - TOMADA DE ACORDO COM A NORMA ............................................................ 51 
FIGURA 28– UTILIZAÇÃO DE DUTOS PARA EVITAR EXPOSIÇÃO .......................................... 52 
FIGURA 29– EXEMPLO DE QUADRO IDENTIFICADO ........................................................... 53 
FIGURA 30– SINALIZAÇÃO QUANTO AO PERIGO ............................................................... 53 
FIGURA 31 - EXEMPLO DE ATERRAMENTO ...................................................................... 54 
FIGURA 32 - TOMADA COM ATERRAMENTO ..................................................................... 55 
FIGURA 33 - ESQUEMA ATERRAMENTO TT ..................................................................... 55 
viii 
 
FIGURA 34 - RISCO DE QUEDA POR FALTA DE PROTEÇÃO NAS CANALETAS ........................ 56 
FIGURA 35 - EXEMPLO DE GRADES PROTETORAS ‘ .......................................................... 57 
FIGURA 36 - FURADEIRA DE BANCADA SEM PROTEÇÕES .................................................. 58 
FIGURA 37 - PARTES MÓVEIS EXPOSTAS I ...................................................................... 58 
FIGURA 38 - PARTES MOVEIS EXPOSTAS ........................................................................ 59 
FIGURA 39 - BOTÃO DE EMERGÊNCIA. ............................................................................ 61 
FIGURA 40 - FURADEIRA DE BANCADA COM PROTEÇÃO .................................................... 62 
FIGURA 41 - DETALHE DA PROTEÇÃO. ............................................................................ 62 
FIGURA 42 - EXEMPLO DE LIXADEIRA ENCLAUSURADA ..................................................... 63 
FIGURA 43 - FALTA DE USO DE LUVAS. ........................................................................... 64 
FIGURA 44 - FALTA DE USO DE MÁSCARA, ÓCULOS E PROTETOR AUDITIVO. ....................... 64 
FIGURA 45 - FALTA DE USO DE MÁSCARA E PROTETOR AUDITIVO. ..................................... 65 
FIGURA 46 - USO INCORRETO VS USO CORRETO ............................................................ 65 
FIGURA 47 - FALTA DE SINALIZAÇÃO PARA USO DE E.P.I. ................................................ 66 
FIGURA 48 - EXEMPLO DE SINALIZAÇÃO ......................................................................... 69 
FIGURA 49 - CONSULTANDO C.A. .................................................................................. 70 
FIGURA 50 - DETALHE DO C.A. ..................................................................................... 70 
FIGURA 51 - PAGINA DE CONSULTA DE C.A. ................................................................... 71 
FIGURA 52 - CONSULTA AO MTE I. ................................................................................ 71 
FIGURA 53 - CONSULTA AO MTE II. ............................................................................... 72 
FIGURA 54 - CONSULTA AO MTE III. .............................................................................. 73 
FIGURA 55 - EXTINTORES CLASSE A .............................................................................. 77 
FIGURA 56 - EXTINTORES CLASSE B E C, ....................................................................... 78 
FIGURA 57 - POSICIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS CONTRA INCÊNDIO. .......................... 78 
FIGURA 58 - SANITÁRIO DO LOCAL ................................................................................. 79 
FIGURA 59 - REFEITÓRIO DO LOCAL. .............................................................................. 80 
FIGURA 60 - PADRÃO CORRETO DE SANITÁRIO ............................................................... 81 
FIGURA 61 - PADRÃO CORRETO DE REFEITÓRIO ............................................................. 83 
FIGURA 62 - MODELO DE INSTRUÇÃO PARA MANUTENÇÃO DE LIMPEZA DOS SANITÁRIOS ..... 84 
FIGURA 63 - MAPA DE RISCOS ...................................................................................... 85 
 
ix 
 
LISTA DE TABELAS 
TABELA 1 - NÚMERO DE ACIDENTES OCORRIDOS NO PERÍODO DE 1971 A 1997. ................ 12 
TABELA 2 - TABELA DE RISCOS AMBIENTAIS .................................................................... 35 
TABELA 3 – DISTÂNCIA MÁXIMA DE CAMINHAMENTO. ....................................................... 75 
 
 
1 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A segurança no trabalho não é muito bem vista pelos empresários. No 
entanto se olharmos de um ponto mais abrangente veremos que não se trata de 
algo que deveríamos ignorar e sim pelo contrário. De acordo com a OIT, 2,3 milhões 
de mortes por ano por acidentes e doenças do trabalho, e de 860 mil pessoas que 
sofrem algum tipo de ferimento todos os dias no mundo, além disto os custos 
globais, diretos e indiretos, chegam a 2,8 trilhões de dólares, ou quase 7 trilhões de 
reais. Com relação ao Brasil, ele contribui significativamente para a estatística 
mundial com seus mais de 700 mil acidentes e adoecimentos em consequência do 
trabalho por ano. O país é o quarto colocado no ranking mundial. 
Para diminuirmos essa realidade devemos utilizar das ferramentas que temos 
a disposição para conseguirmos. No Brasil a ferramenta que guia as empresas para 
se regularizarem perante as leis trabalhistas,são as 36 normas regulamentadoras 
de segurança e medicina no trabalho. Essas normas foram introduzidas pela portaria 
Nº 3214, de 8 de junho de 1978. Entretanto vários trabalhadores não fazem uso 
desse direito e ficam fadados a insegurança, 
Dentre essas empresas que não fazem uso das normas regulamentares 
(empresas não regidas pela CLT), para o este trabalho teremos a Steel Repair ME, 
uma microempresa que está localizada dentro do presídio Ataliba Nogueira, onde 
ela utiliza da mão de obra presidiária como programa de ressocialização que o 
governo realiza com os reeducandos, que são presidiários em processo de 
reintegração social. É composta por aproximadamente 15 funcionários que 
trabalham durante o período das 07h15min às 16h45min e o seu faturamento 
mensal é de aproximadamente 30 mil reais. O objetivo principal da empresa é a 
usinagem de peças injetadas em alumínio e algumas montagens de conjuntos 
plásticos para seu principal cliente, a Asten Cia. LTDA. que atua no mercado de 
eletromecânicos e sistemistas. 
2 
 
 
A Steel Repair encontra-se no mercado há cerca de 10 anos, primeiramente 
ela atuava dentro do sistema fechado do presídio, no entanto devido aos eventos 
que aconteceram em 2006 - as rebeliões comandadas pelo PCC (Primeiro Comando 
da Capital) - a empresa teve que trocar de sede. Hoje ela atua no sistema 
semiaberto com reeducandos que estão prestes a sair ou como podem ser 
chamados de “ressocializandos”. O sistema de ressocialização funciona como uma 
forma de introduzir os reeducandos no meio industrial para eles saírem com uma 
experiência de trabalho honesto para que eles consigam-se inserir no mercado de 
trabalho quando cumprirem suas penas. 
O principal motivo de a Steel Repair ter nascido foi a redução de custo, pois 
um funcionário comum da Asten custava em torno de 200% mais que um 
reeducando da Steel Repair. Devemos lembrar que toda esta utilização da mão de 
obra é regulamentada pela lei Nº 1238 – 22 de Dezembro de 1976 que autoriza o 
poder executivo a instituir fundação denominada “Fundação Estadual de Amparo ao 
Trabalhador Preso”, hoje com outro nome, FUNAP, esta regulamenta toda a 
atividade laboral dentro dos presídios, além disto temos a Lei de Execuções Penais 
que obriga o estado a fornecer trabalho para o preso e excluí o trabalho do preso ao 
regime da Consolidação das Leis de Trabalho, tirando diversos direitos de 
segurança do preso trabalhador. Essa falta de segurança devido ao preso não estar 
submetido as leis trabalhistas, faz com que os empresários céticos em relação ao 
conceito de segurança, não invistam em segurança já que não há necessidade, 
sendo assim, diversos casos de acidentes ocorreram com a mão de obra presidiária 
em vários complexos penitenciários pelo estado de São Paulo. Após o levantamento 
desses acidentes, houve uma ação por parte do estado, que enviou uma juíza para 
verificar as condições de trabalho dos reeducandos nas empresas que utilizam dos 
mesmos. Feita a visita pela juíza, a mesma solicitou a visita de um especialista na 
área de segurança para realizar um laudo sobre as condições das empresas para 
ela ter maiores informações sobre como lidar com este problema. Foi assim que 
recebemos a visita de um técnico de segurança do trabalho na empresa e ele 
levantou diversos problemas relacionados com saúde e segurança do trabalho. 
 
 
 
 
3 
 
 
1.1 OBJETIVOS 
O objetivo principal deste trabalho é apresentar uma proposta de melhorias, 
usando a análise qualitativa, sobre os riscos encontrados usando como referência, 
as normas regulamentadoras de segurança (NR’s), para satisfazer as solicitações de 
melhorias solicitadas pela Juíza do trabalho, com intuito de melhorar a qualidade do 
ambiente de trabalho dos reeducandos. 
Os objetivos específicos são: levantaras situações de risco encontradas, 
organiza-las e promover propostas de melhorias pertinentes e fundamentadas nas 
normativas de segurança e saúde do trabalho. 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
O grande motivador para a realização desse trabalho foi a solicitação da juíza 
para a adequação da empresa afim de reduzir o potencial de acidentes das 
empresas que estão presentes nos arredores do presidio e usam a mão de obra 
presidiária. 
Outra justificativa para a aplicabilidade destas normas é a adequação da 
empresa a padrões de segurança melhores que os atuais, já que eles mal existem 
na empresa. Além do resguardo jurídico caso algo venha acontecer. 
 
2. HISTÓRIA DO TRABALHO 
A primeira forma de trabalho que a sociedade conheceu foi o trabalho 
escravo. Neste sistema o escravo era uma propriedade do seu dono que decidia 
sobre sua vida e seu futuro e não lhe garantia nenhum direito (DUCCI, 2009). 
A escravidão também esteve presente na era medieval, onde aqueles que 
eram considerados “infiéis” ou “bárbaros” eram feitos escravos, havendo inclusive o 
comércio de escravos para o Oriente. Da mesma forma na Idade Moderna, a 
escravidão foi utilizada no descobrimento da América, onde os espanhóis, 
portugueses, ingleses, franceses e holandeses fizeram uso desta prática, 
escravizando índios e africanos como forma de incrementar suas conquistas. 
4 
 
 
Na época do feudalismo, que perdurou entre os séculos X ao XIII, escravidão 
foi substituída pela servidão. Neste sistema, destaca que o homem se submetia ao 
trabalho em benefício exclusivo do senhor da terra, sendo que da terra retirava em 
proveito próprio a habitação, a alimentação e o vestuário. Entretanto, a servidão 
nada mais foi do que um tipo de escravidão, não exatamente no sentido estrito da 
palavra, mas em medida semelhante, posto que o indivíduo naquelas condições não 
dispunha de liberdade, estando sujeito as mais severas restrições, tal como 
impossibilidade de livre locomoção. Este período caracterizou-se como sendo um 
sistema intermediário entre a escravidão e o trabalho livre (VIANNA, 1991). 
Com o declínio da servidão, no século XVI, surge uma submissão dos feudos 
a um governo central, com o surgimento do mercantilismo e a perda da importância 
da terra como fonte geradora de riquezas. É nesta época que surgem as primeiras 
vilas e cidades, com o aparecimento da corporação, que era um agrupamento de 
artesãos. Neste sistema, o mestre era quem explorava economicamente o ramo de 
atividade, tendo sob seu comando o aprendiz. Todavia, também neste sistema a 
escravidão, ainda que de forma velada, estava presente, pois eram impostas 
àqueles indivíduos regras muito rígidas no que tange ao método de produção e a 
contraprestação do serviço prestado. Nos dizeres de Vianna (1991), o mestre era 
não somente o senhor da disciplina profissional, mas também senhor pessoal do 
trabalhador. 
De acordo com Ducci (2009) mais tarde, foi a Revolução Industrial que 
contribuiu para o desenvolvimento de outras oportunidades de trabalho com 
condições melhores que as do sistema de escravidão, mas longe do ideal, alterando 
as relações da sociedade, principalmente as relações de trabalho. 
Ainda de acordo com Ducci, (2009): as condições de trabalho dos operários 
eram desumanas. As fábricas apresentavam ambientes de trabalho que deixavam 
muito a desejar. As condições eram de fato precárias, com pouca iluminação, salões 
abafados e sujos. Somando-se a isto os salários pagos aos operários eram baixos, 
as jornadas de 18 horas diárias e ainda haviam casos de castigos físicos praticados 
pelos patrões e donos das fábricas. Algumas destas tentativas de buscar melhores 
condições foram violentas e não levaram a resultados satisfatórios, mas não podem 
ser desconsideradas como parte do processo que trouxe os benefícios de que 
desfrutam os trabalhadores atualmente. 
5 
 
 
Durante o período da Revolução Industrial, houve o surgimento das primeiras 
normas voltadas exclusivamente para a proteção dos trabalhadores, como 
consequência da força dos movimentos sociais e também pelo interesse do próprioEstado, em contar com o apoio da grande massa de trabalhadores que compunham 
a sociedade. Neste contexto é que teve início o declínio da ideia de poder total e 
irrestrito do empregador sobre os empregados. O Estado então abandona a posição 
não intervencionista, passando a promulgar leis que regulam as condições de 
trabalho, nascendo assim o direito do trabalho. Em vários países ocorreram fatos 
que marcaram as relações entre empregados e empregadores, alterando, de forma 
definitiva, como seriam tratadas as questões voltadas as condições de trabalho daí 
em diante (VIANNA, 1991). 
Dentre estas importantes mudanças, no plano internacional, destaca-se a 
criação em 1919 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em verdade, a 
tentativa de evitar concorrência desleal de mercado entre os países foi um dos 
fatores que presidiu à criação da OIT. A OIT assim foi criada tendo como escopo 
proteger as condições de trabalho entre os países signatários. Na qualidade de 
agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), a OIT é dotada 
de plena autonomia e capacidade jurídica frente àquela Organização. Atualmente, a 
OIT reúne cento e setenta e um países signatários, tendo sua sede em Genebra, na 
Suíça, sendo que podem filiar-se a OIT, todos os países que sejam filiados a ONU. 
Os instrumentos normativos da OIT são chamados de Convenções, 
Recomendações e Resoluções. Resumidamente e para melhor entendimento do que 
se trata, é possível afirmar, adotando-se a conceituação de Jorge Neto e Cavalcante 
(2005, p. 153), que: 
 
a) Convenção é uma norma editada pela Assembleia Internacional, 
aprovada por maioria de dois terços dos presentes. Após sua 
ratificação, converte-se em fonte formal de direito, gerando direitos 
subjetivos; 
b) Recomendação não é suscetível de ratificação, mas no campo da OIT, 
ela acarreta para os Estados-membros obrigações de natureza formal (...) a 
recomendação cumpre, assim, a função de fonte material de direito; 
6 
 
 
 c) Resoluções compreendem os instrumentos aprovados por maioria 
simples da Conferência Internacional da OIT e são editadas com o intuito de 
dar seguimento às questões incluídas na ordem do dia da Conferência ou 
para estabelecer regras de procedimentos e, em especial, os apelos dos 
Estados-membros para que adotem certas medidas ou que ratifiquem 
determinadas convenções; 
Assim, dentre as normas emanadas pela OIT, as Convenções, após serem 
aprovadas pela Conferência Internacional do Trabalho, passam a ser classificadas 
como tratados. Eles, possuíam caráter infraconstitucional, ou seja, estavam 
hierarquicamente abaixo das normas previstas na Constituição Federal brasileira. 
Entretanto, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, de 30/12/2004, que 
alterou o artigo 5º da Constituição Federal, restou definida nova redação ao seu 
parágrafo terceiro: 
“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. ” 
Segundo a nova jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, Corte suprema 
do país, o caráter especial dos tratados e convenções internacionais os coloca numa 
posição específica na ordem jurídica, possuindo status de norma supralegal e, ou 
seja, no âmbito da pirâmide jurídica brasileira, encontram-se hierarquicamente como 
acima das leis ordinárias e abaixo da Constituição. 
 
2.1 SAUDE E SEGURANÇA NO TRABALHO 
De acordo com Chiavenato (1999), Segurança do Trabalho é o conjunto de 
medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir 
acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou 
convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. 
7 
 
 
A Saúde e Segurança do Trabalho - SST estuda diversas disciplinas como 
Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de 
Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de 
Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de 
Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, 
Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e 
Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção 
contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. 
Além disto ela é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de 
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis 
complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais 
da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. Por outro lado, a 
Segurança do Trabalho faz com que a empresa se organize, aumentando a 
produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no 
trabalho. 
 
2.2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO MUNDO 
Segundo Lima (2007) A preocupação com a segurança do trabalho, começou 
a ser registrada em documentos egípcios, o papiro Anastacius V, que mostra a 
preocupação em preservar a vida dos trabalhadores cuidando da sua saúde, 
retratando as condições de trabalho. Ainda no Egito no ano de 2360 a.C., ocorreram 
várias mortes com os trabalhadores nas minas de cobre, fazendo com que o faraó 
percebesse a importância de melhorar as condições de trabalho dos seus escravos, 
visto que ele dependia dessa mão-de-obra para executar todas as tarefas na 
exploração da mina. 
A partir da Idade Média surgiram as primeiras medidas sobre higiene do 
trabalho. Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas 
associações de trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre segurança 
do trabalho no Renascimento. 
 
8 
 
 
De acordo com Bitencourt & Quelhas, (1998) em 1700, foi publicado na Itália 
o livro De Morbis Artificum Diatriba escrito pelo médico Bernardino Ramazzini e essa 
publicação teve repercussão em todo o mundo, revolucionando a história das 
doenças do trabalho, dando a ele o título de “Pai da Medicina do Trabalho”. Nesta 
obra fundamental, Ramazzini descreve mais de cinquenta profissões distintas e as 
doenças relacionadas a elas. Um fato importante é que muitas dessas descrições 
são baseadas nas próprias observações clínicas do autor o qual acrescentou uma 
pergunta fundamental aos seus pacientes: “Qual a sua ocupação? ”. Ramazzini 
considerava essa pergunta de fundamental importância, pois seria a partir dela que 
se chegava às causas ocasionais do mal. 
Entre 1760 e 1830 na Inglaterra, ocorreu a Revolução Industrial, considerada 
um marco inicial da moderna industrialização (que teve sua origem com o 
aparecimento da primeira máquina de fiar e das máquinas de tecelagem a partir 
deste cenário os níveis de produção aumentaram e assim fez com que as 
organizações precisassem empregar mais pessoas e fazer com que elas 
produzissem mais em condições inóspitas de calor, ventilação e umidade, pois as 
“modernas” fábricas nada mais eram do que galpões improvisados.(LIMA,2007). 
As operações de industrialização tornaram-se mais simplificadas logo após a 
introdução das máquinas na produção fabril, pois as tarefas que eram executadas 
pelos trabalhadores eram repetitivas, o que levou a um aumento no número de 
acidentes. Além das tarefas repetitivas, não havia qualquer critério para o 
recrutamento da mão-de-obra, onde homens; mulheres; idosos e até mesmo 
crianças (principalmente mulheres e crianças, eram as preferidas pela possibilidade 
de serem pagos salários mais baixos) eram selecionadas sem qualquer exame 
inicial quanto à saúde e ao desenvolvimento físico ou qualquer outro fator humano. 
(BITENCOURT & QUELHAS, 1998). 
Ainda de acordo com os mesmos autores o número de acidentes de trabalho 
aumentava assustadoramente, onde a morte de crianças era frequente, causados 
por máquinas projetadas inadequadamente e que não ofereciamnenhum tipo de 
segurança em seu manuseio. 
Como a produção estava em primeiro lugar, não havia limites de horas de 
trabalho, sendo utilizados bicos de gás para iluminar os galpões durante o turno da 
noite. 
9 
 
 
Em 1802, foi aprovada a primeira lei de proteção aos trabalhadores a 
chamada “lei de saúde e moral dos aprendizes” LOPES (2008): 
Em 1802 Foi aprovada na Inglaterra a primeira lei de proteção aos 
trabalhadores: a "Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes". Que 
estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o 
trabalho noturno e tornava obrigatório a ventilação do ambiente de 
trabalho e a lavagem das paredes das fábricas duas vezes por 
ano. 
No ano de 1831, foi instalada uma comissão para analisar a situação dos 
trabalhadores, onde se pôde concluir, em um relatório, que homens e mulheres, 
crianças (entre elas: meninos e meninas) estavam doentes, deformados e 
abandonados, mostrando a crueldade do homem para com o próprio homem. O 
impacto que esse relatório causou sobre a opinião pública foi tão grande que em 
1833 surgiu à primeira legislação eficiente para a proteção do trabalhador, a 
chamada “Factory Act” 
O “Factory Act”de 1833, aplicava-se a todas as empresas da 
Inglaterra e proibia mais de 69 horas semanais; exigia escolas 
para menores de 13 anos; exigia idade mínima de 9 anos para o 
trabalho e já obrigava a existência de um atestado médico para o 
trabalho. COMEXITO (2009) 
Ainda de acordo com o mesmo autor “Em 1884, na Alemanha, as primeiras 
leis de acidente do trabalho surgem, estendendo-se a outros países até chegar ao 
Brasil em 1919, como decreto legislativo número 3.724. ” 
A Factory Act, era aplicada em todas as fábricas têxteis, onde era usada a 
força hidráulica ou a vapor, para fazer com que as máquinas funcionassem. Essa 
legislação proibia: o trabalho noturno aos menores de 18 anos; redução do horário 
de trabalho para 12 horas diárias e 96 horas semanais; obrigação de criação de 
escolas dentro das fábricas para os menores de 13 anos; estipulou a idade mínima 
para começar a trabalhar onde passou a ser 9anos de idade e tornou-se obrigatória 
a presença de um médico nas fábricas. Surge então, o médico de fábrica com o 
objetivo de submeter os menores trabalhadores a exame médico pré-admissional e 
periódico, e preveni-los tanto às doenças ocupacionais quanto às não ocupacionais. 
(BITENCOURT & QUELHAS, 1998). 
 
 
10 
 
 
2.3 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO BRASIL 
No Brasil (que foi um país-colônia por mais três séculos, usando a mão-de-
obra escrava até o final do século passado), não era de se admirar que as relações 
entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores não tenham constituído uma 
preocupação tanto para a administração pública e como para a classe médica. Essa 
preocupação surgiu quando os estados de Pernambuco e Bahia foram assolados 
pela epidemia de febre amarela entre os anos de 1685 e 1690. É a partir dessa data 
que a preocupação com essas relações (trabalho e saúde) despontaram, dado que a 
mão-de-obra dos grandes engenhos de açúcar foi atingida pelo alto índice de 
mortalidade, levando a graves prejuízos para a economia da época (René 
Mendes,1995; pág. 9). Ainda de acordo com este mesmo autor, saindo desse 
período colonial e indo até o século XIX, é que será possível detectar as primeiras 
ideias e os primeiros movimentos que encaram a doença e a saúde como causas de 
interesse público e social. 
A industrialização do Brasil foi muito lenta e a passagem do artesanato para o 
processo industrial é demorada, por isso podemos destacar que foi por volta do ano 
de 1930 que ocorreu a nossa Revolução Industrial. (LIMA,2007). 
Sendo influenciado diretamente pelas imigrações e tendo como reflexo os 
movimentos sindicais da Europa, as lideranças ideológicas conseguiram mobilizar a 
classe operária para a questão social, onde suas ações eram voltadas para as 
condições de trabalho e aos ambientes de trabalho, chamando atenção para o 
impacto que a revolução industrial causou sobre a saúde e a vida dos trabalhadores. 
Diante dessa mobilização (da classe operária) surgem as famosas greves de 
1907 e1912 e as grandes greves de 1917 – 1920. 
Em 1907, trabalhadores da construção civil, da indústria de alimentos e 
metalúrgicos, reivindicaram a jornada de oito horas diárias de trabalho, paralisando 
acidade de São Paulo com uma greve que se estendeu a outras cidades paulistas, 
como Santos, Ribeirão Preto e Campinas. Mais à frente, em julho de 1917, os 
operários de duas fábricas têxteis de São Paulo iniciaram um movimento paredista 
que se espalhou rapidamente e paralisou a cidade, pois contou com a adesão 
imediata dos trabalhadores do serviço público. (DANNEMANN, 2007). 
11 
 
 
Num clima como este, não é de estranhar que começassem a ecoar, na 
Câmara Alta e no Senado, pessoas propondo a fixação das relações de trabalho 
através de uma legislação específica. 
Em 1917, foi aprovado o minguado projeto do Código do Trabalho, deixando 
de fora a fiscalização das empresas. Mesmo assim, esse projeto perambulou pelo 
Congresso Nacional por muito tempo, tempo suficiente para que os empresários se 
manifestassem através de um projeto substituto que foi elaborado pelo Centro 
Industrial do Brasil. Esse projeto substituto aumentava a jornada de trabalho em 
duas horas, passando de oito horas (projeto original) para dez horas; eliminação dos 
tribunais de conciliação e arbitragem, alteração dos princípios de indenização por 
acidentes, tornando-os quase impossível, pois a indenização se daria quando o 
acidente não fosse de força maior, culpa ou dolo da própria vítima ou de estranhos. 
(LIMA,2007) 
O Brasil aderiu a O.I.T. (Organização Internacional do Trabalho) desde a sua 
fundação e desde então o país tenta adequar-se aos objetivos internacionais, 
procurando dar aos seus trabalhadores a devida proteção a que eles têm direito. 
(BITENCOURT & QUELHAS, 1998) 
Após várias tentativas e debates, finalmente em 15 de janeiro de 1919 foi 
aprovada a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho (Decreto legislativo nº 3.724) 
que impunha regulamentos de prevenção de acidentes no setor ferroviário, já que, 
nessa época, as indústrias eram praticamente inexistentes em nosso país. 
Em 1934 é aprovada a nossa Lei Trabalhista e a criação da Inspetoria de 
Segurança do Trabalho, onde se constitui um marco importante na história do nosso 
país, onde instituiu uma regulamentação bastante ampla, principalmente no que se 
refere à prevenção de acidentes. 
No ano de 1941, na cidade do Rio de Janeiro, é fundada a ABPA (Associação 
Brasileira para Prevenção de Acidentes) por um grupo de pioneiros que eram 
patrocinados por algumas empresas do setor privado. 
Em 01 de maio de 1943 foi publicado o Decreto Lei nº 5.452 que aprovou a 
CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), cujo capítulo V refere-se à Segurança e 
Medicina do Trabalho. Só a partir da criação da CLT é que a classe trabalhadora 
brasileira teve realmente uma legislação prevencionista melhor. 
12 
 
 
Mesmo já tendo um pouco da experiência vivida por outros países (lógico 
que, em menor escala), o Brasil passou pelos mesmos problemas o que fez com 
que, no ano de 1970, o país fosse o campeão mundial em acidentes do trabalho. 
 
Tabela 1 - Número de acidentes ocorridos no período de 1971 a 1997. 
Anos Número de segurados
Número de 
acidentados Percentual
1971 7553472 1330523 17,61%
1972 8148987 1504723 18,47%
1973 10956956 1632696 14,90%
1974 11537024 1796761 15,57%
1975 12996796 1916187 14,74%
1976 14945489 1743825 11,67%
1977 16589605 1614750 9,73%
1978 16638799 1551501 9,32%
1979 17637127 144627 0,82%
1980 18686355 1464211 7,84%
1981 19188536 1270465 6,62%
1982 19476362 1178472 6,05%
1983 19671128 1003115 5,10%
1984 19673915 961575 4,89%
1985 20106390 1077861 5,36%
1986 21568660 1207859 5,60%
1987 22320750 1137124 5,09%
1988 23045901 992737 4,31%
1989 23678607 888343 3,75%
1990 22755875693572 3,05%
1991 22792858 629918 2,76%
1992 22803065 532514 2,34%
1993 22722008 412293 1,81%
1994 23016637 388304 1,69%
1995 23614200 424137 1,80%
1996 24311448 395455 1,63%
1997 23275605 369065 1,59% 
Fonte: MTE, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
2.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE SAÚDE E SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
Com relação a legislação vigente sobre SST, a Constituição Federal, em seu 
Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e artigo 7º, incisos XXII, XXIII, XXVIII e 
XXXIII, dispõe, especificamente, sobre segurança e saúde dos trabalhadores. 
Além disso a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu 
Capítulo V à Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada 
pela Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977. 
Com a inserção dessas leis do trabalho, o ministério do Trabalho – MTE, por 
intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, aprovou as Normas 
Regulamentadoras – NR – previstas no capítulo V da CLT. Essa portaria 
estabeleceu que as alterações posteriores das NR seriam determinadas pela 
Secretária de Segurança e Saúde do Trabalho - SSST, órgão do atual MTE. 
As Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e saúde do 
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos 
órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento das disposições 
legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho acarretará ao 
empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. 
 
2.5 NORMA REGULAMENTADORAS 
As Normas Regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do trabalho, 
são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos 
públicos de administração direta e indireta, bem como todos os órgãos que possuam 
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 
Além disso, também conhecidas por NR, são normas que regulamentam, 
fornecem parâmetros e instruções sobre Saúde e Segurança do Trabalho. São trinta 
e seis Normas Regulamentadoras. As NR’s são elaboradas por uma comissão 
tripartite composta por representantes do governo, dos empregadores e dos 
empregados, e são as seguintes: 
14 
 
 
NR 1 - Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as 
Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho Urbano, bem 
como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores 
no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, 
que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da 
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. 
NR 2 - Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas 
deverão solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE a realização de 
inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à 
existência desta NR, é o artigo 160 da CLT. 
NR 3 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as 
empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou 
equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização 
trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e à 
Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá 
embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT. 
NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e 
privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem 
em funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a 
integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e 
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da 
CLT. 
NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA: 
Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem 
e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída 
exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, 
através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que 
melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do 
trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que 
dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos163 a 165 da CLT. 
15 
 
 
NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual - E.P.I.: Estabelece e define 
os tipos de E.P.I.'s a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus 
empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a 
saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e 
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 
e 167 da CLT. 
NR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: 
Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de 
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como 
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -PCMSO, 
com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus 
trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento 
jurídico à existência desta NR, são os artigos 168 e 169 da CLT. 
NR 8 - Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem 
ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas 
trabalham. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento 
jurídico à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da CLT. 
NR 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a 
obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os 
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da 
saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos 
ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em 
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à 
existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT. 
16 
 
 
NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições 
mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em 
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, 
execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança 
de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, 
distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas 
técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à 
existência desta NR, são os artigos 179 a 181 da CLT. 
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de 
Materiais: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de 
trabalho no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao 
manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a 
prevenção de infortúnios laborais. A fundamentação legal, ordinária e específica, 
que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 182 e 183 da 
CLT. 
NR 12 - Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas 
de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresasem relação à 
instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à 
prevenção de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, 
que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da 
CLT. 
NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos 
técnico-legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos 
de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à 
existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT. 
NR 14 - Fornos: Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à 
construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de 
trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento 
jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da CLT. 
17 
 
 
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, 
operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, 
assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos 
trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios 
de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à 
existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT. 
NR 16 - Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e 
as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações 
prevencionistas correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 
01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades 
e Operações Perigosas com Inflamáveis, tem a sua existência jurídica assegurada 
através dos artigos 193 a 197 da CLT. A fundamentação legal, ordinária e 
específica, que dá embasamento jurídico à caracterização da energia elétrica como 
sendo o 3° agente periculoso é a Lei n°7.369 de 22 de setembro de 1985, que 
institui o adicional de periculosidade para os profissionais da área de eletricidade. A 
portaria MTB n° 3.393 de 17 de dezembro de 1987, numa atitude casuística e 
decorrente do famoso acidente com o Césio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as 
radiações ionizantes, que já eram insalubres de grau máximo, como o 4° agente 
periculoso, sendo controvertido legalmente tal enquadramento, na medida em que 
não existe lei autorizadora para tal. 
NR 17 - Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação 
das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de 
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à 
existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT. 
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção: Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de 
organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de 
trabalho na indústria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e 
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200, 
incisos I da CLT. 
18 
 
 
NR 19 - Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acercado 
depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e 
integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à 
existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT. 
NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições 
regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos 
combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física 
dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária 
e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 
inciso, II da CLT. 
NR 21 - Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas 
relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu 
aberto, tais como, em minas ao ar livre e em pedreiras. A fundamentação legal, 
ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o 
artigo 200 inciso, IV da CLT. 
NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece 
métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam 
trabalhos subterrâneos de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias 
condições de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária 
e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 
293 a 301 e o artigo 200 inciso III, todos da CLT. 
NR 23 - Proteção Contra Incêndios: Estabelece as medidas de proteção 
contra incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da 
saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e 
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso 
IV da CLT. 
NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: 
Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos 
locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, 
refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de 
trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e 
específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200inciso 
VII da CLT. 
19 
 
 
NR 25 - Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem 
observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais 
resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade 
física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá 
embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200inciso, VII da CLT. 
NR 26 - Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a 
serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de 
modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação 
legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é 
o artigo 200 inciso VIII da CLT. 
NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no 
Ministério do Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo 
profissional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em 
especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério 
do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem seu embasamento 
jurídico assegurado através do artigo 3° da lei n° 7.410de 27 de novembro de 1985, 
regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530de 9 de abril de 1986. 
NR 28 - Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos as erem 
adotados pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto 
no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das 
irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de 
autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do 
Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem a sua existência 
jurídica assegurada, em relação à legislação ordinária, através do artigo 201 da CLT, 
com as alterações que lhe foram dadas pelo artigo 2° da Lei n° 7.855 de 24 de 
outubro de 1989, que institui o Bônus do Tesouro Nacional - BTN, como valor 
monetário a ser utilizado na cobrança de multas, e posteriormente, pelo artigo 1° da 
Lei n° 8.383 de 30 de dezembro de1991, especificamente no tocante à instituição da 
Unidade Fiscal de Referência -UFIR, como valor monetárioa ser utilizado na 
cobrança de multas em substituição ao BTN. 
20 
 
 
NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho 
Portuário: Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e 
doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as 
melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. 
As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em 
operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que 
exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo 
e retro portuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua 
existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da 
Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 
99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n° 152 da OIT. 
NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho 
Aquaviário: Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no 
transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo 
curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, 
bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e 
embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma 
Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras 
disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos 
e contratos coletivos de trabalho. 
NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na 
Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura: 
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de 
trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das 
atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura 
com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. A sua existência jurídica é 
assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973. 
NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde: 
Estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à 
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daquelas 
que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
21 
 
 
NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados: 
Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o 
reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de 
forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que 
interagem direta ou indiretamente nestes espaços. 
NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da 
Construção e Reparação Naval: Estabelece os requisitos mínimos e as medidas 
de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da 
indústria de construção e reparação naval. 
NR 35 – Segurança e Saúde no Trabalho em Altura: Estabelece os 
requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo 
o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a 
saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. 
NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e 
Processamento de Carnes e Derivados: Estabelece os requisitos mínimos e as 
medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a 
organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos 
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. 
 
2.5.1 NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – E.P.I. 
De acordo com a Norma Regulamentadora NR-6, considera-se Equipamento 
de Proteção Individual – E.P.I., todo dispositivo ou produto, de uso individual 
utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos e ameaças à segurança e 
à saúde no trabalho. 
O uso de E.P.I. é uma exigência da Legislação Trabalhista Brasileira através 
de suas Normas Regulamentadoras. Dessa forma, o não cumprimento pelo 
empregador poderá acarretar em ações de responsabilidade cível e penal, além de 
multas. Aos funcionários estão sujeitos a sanções trabalhistas podendo até ser 
demitido por justa causa. 
 
 
22 
 
 
Segundo a Legislação Trabalhista, é de obrigação do empregador fornecer os 
E.P.I. – Equipamentos de Proteção Individual adequado ao trabalho, fiscalizar e 
exigir seu uso, orientar e treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado, 
substituir os E.P.I. quando danificados ou extraviados, responsabilizar-se pela 
higienização e manutenção periódica e comunicar ao Ministério do Trabalho e 
Emprego - MTE qualquer irregularidade observada. 
Ainda segundo a Legislação Trabalhista, cabe ao empregado usar para 
finalidades a que se destina, responsabilizar-se pela guarda e conservação, além de 
comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso e 
cumprir com as determinações sobre o uso adequado. Os E.P.I. existem para 
proteger a saúde do trabalhador e devem ser testados e aprovados pela autoridade 
competente para comprovar sua eficácia. 
O Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos E.P.I. disponíveis no 
mercado através da emissão do Certificado de Aprovação (C.A.). Portanto o 
fornecimento e a comercialização de Equipamentos de Proteção Individual – E.P.I. 
sem o C.A. é considerada crime, assim o comerciante e o empregador ficam sujeitos 
às penalidades previstas em lei. 
 
E.P.I. para proteção da cabeça 
Esses equipamentos utilizados para proteção da cabeça são, basicamente, o 
capacete e o capuz, conforme figura 1 a seguir. 
 
Figura 1 - Tipos de Capacete 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O autor, 2016. 
 
23 
 
 
O capacete e o capuz protegem o crânio e pescoço em trabalhos onde haja 
risco de contato com partes giratórias ou móveis de máquinas, protegem contra 
riscos de origem térmica, respingos de produtos químicos, choques ou arcos 
elétricos e contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos 
E.P.I. para proteção Auditiva 
Os equipamentos utilizados na proteção do sistema auditivo podem ser de 
inserção e circum-auricular, conforme figura 2 a seguir. 
 
Figura 2 - E.P.I. para proteção auditiva 
 
Fonte: O autor, 2016. 
 
Os protetores auditivos de inserção e circum-auricular são utilizados, 
basicamente para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora. 
 
E.P.I. para proteção dos olhos e face 
Os equipamentos destinados à proteção dos olhos e face são, 
basicamente, Óculos, Protetor Facial e Máscara de Solda, conforme figura 3 a 
seguir. 
 
Figura 3 - E.P.I. para proteção dos olhos e face 
 
Fonte: O autor, 2016. 
24 
 
 
Os equipamentos de proteção individual para olhos e face são utilizados para 
prevenção de lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos 
químicos, luminosidades intensas, radiação infra violeta, radiação infravermelha, 
poeiras e contra respingos de produtos químicos. 
E.P.I. para proteção Respiratória E.P.I. para proteção Respiratória 
São equipamentos para proteção respiratória: Respirador Purificador de Ar, 
Respirador de Adução de Ar e Respirador de Fuga, conforme figura 4 a seguir. 
 
Figura 4 - Protetores respiratórios 
 
Fonte: O autor, 2016. 
 
O Respirador Purificador protege as vias respiratórias contra poeiras, névoas, 
fumos, radionuclídeos, vapores orgânicos e contra partículas e gases emanados de 
produtos químicos. 
Já o Respirador de adução de ar com linha de ar comprimido e Máscara 
autônoma de circuito aberto ou fechado para proteger as vias respiratórias em 
atmosferas com concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde e em 
ambientes confinados. 
E para a proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em 
condições de escape de atmosferas perigosas à vida e à saúde ou comconcentração de oxigênio menor que 18% em volume, é utilizado o Respirador de 
Fuga. 
 
25 
 
 
E.P.I. para proteção dos membros superiores 
Os equipamentos destinados à proteção dos membros superiores são, 
basicamente, luvas, mangas de proteção, braçadeiras, dedeiras, cremes protetores, 
conforme figura 5 a seguir. 
Figura 5 - E.P.I. para membros superiores 
 
Fonte: O autor, 2016. 
 
As luvas, mangas de proteção, braçadeiras, dedeiras e cremes protetores 
devem ser usados em trabalhos em que haja perigo de lesão provocada por 
materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes, produtos 
químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes 
orgânicos e derivados de petróleo, materiais ou objetos aquecidos; choque elétrico, 
radiações perigosas, frio e agentes biológicos. 
 
E.P.I. para proteção dos membros inferiores 
Os equipamentos destinados à proteção dos membros inferiores são os calçados, 
meias, perneiras e calças especiais, conforme figura 6 a seguir. 
 
Figura 6 - E.P.I. para membros inferiores 
 
Fonte: O autor,2016. 
26 
 
 
Os calçados, meias, perneiras e calças devem ser utilizados para proteger os 
pés e pernas contra impactos de objetos sobre os artelhos, choques elétricos, 
agentes térmicos, agentes cortantes e escoriantes, umidade proveniente de 
operações com uso de água, baixas temperaturas e contra respingos de produtos 
químicos. 
 
2.5.2 NR09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA 
Esta Norma Regulamentadora se refere à preservação da saúde e integridade 
física dos trabalhadores, através da prevenção de riscos ambientais existentes ou 
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do 
meio ambiente e dos recursos naturais. 
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos 
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração 
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do 
trabalhador. 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA deve ser 
desenvolvido em cada setor da organização, sob a responsabilidade do empregador 
e com a participação de seus empregados e sua elaboração, implementação, 
acompanhamento e avaliação, poderão ser feitas pelo Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT ou por pessoa ou 
equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o 
disposto nesta NR. 
Para tanto, o PPRA possui várias etapas a serem consideradas para o seu 
desenvolvimento. De início é necessário que se faça a antecipação e 
reconhecimento dos riscos, por meio de análise de projetos de novas instalações, 
métodos, processos de trabalho ou modificações dos já existentes, com objetivo de 
identificar possíveis riscos e inserir medidas de proteção para a sua redução ou 
eliminação. Essa antecipação deve ser feita antes da colocação do trabalhador em 
seu posto de trabalho e durante a permanência do mesmo no trabalho, pois poderão 
aparecer novos riscos no processo, sendo assim a atualização do PPRA algo de 
extrema importância. 
27 
 
 
Outra etapa importante é o estabelecimento de prioridades e metas de 
avaliação e controle, pois se faz necessário e suficiente para garantir a excelência 
do PPRA, bem como a avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores. 
Além da implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia, é 
necessário o monitoramento da exposição aos riscos no ambiente de trabalho. 
E, por fim, o registro e divulgação dos dados, que deverão ser mantidos pelo 
empregador ou instituição, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e 
administrativo do desenvolvimento do PPRA, conservados por um período mínimo 
de vinte anos e sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus 
representantes e para as autoridades competentes. 
Sendo assim, esta NR se torna de grande relevância devido a proteção e 
garantia de bem-estar aos empregados nos seus locais de trabalho. 
 
2.5.3 Risco Grave e Iminente 
O Risco Grave e Iminente se caracteriza por toda e qualquer condição ou 
situação que possa gerar um acidente de trabalho grave que causando lesões sérias 
e graves a integridade física do trabalhador. Tal previsão dá-se na Norma 
Regulamentadora NR – 3, Embargo ou Interdição, da Lei 3.214, de 08 de junho de 
1978, do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
3.1 Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da 
constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao 
trabalhador. 
3.1.1. Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de 
trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão 
grave à integridade física do trabalhador. 
3.2 A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, 
setor de serviço, máquina ou equipamento. 
3.3 O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra. 
3.3.1. Considera-se obra todo e qualquer serviço de engenharia de 
construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma. 
28 
 
 
3.4. Durante a vigência da interdição ou do embargo, podem ser 
desenvolvidas atividades necessárias à correção da situação de grave e iminente 
risco, desde que adotadas medidas de proteção adequadas dos trabalhadores 
envolvidos. 
3.5. Durante a paralisação decorrente da imposição de interdição ou 
embargo, os empregados devem receber os salários como se estivessem em efetivo 
exercício. 
 
 
2.5.4 Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais 
Segundo o Decreto-Lei nº 99/2003, de 27 de agosto, artigos 281 a 301, 
Acidente de Trabalho é o sinistro, entendido como acontecimento súbito e 
imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho. 
Também conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é 
o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do 
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". 
Ao lado da conceituação acima, de acidente de trabalho típico, por 
expressa determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais 
equiparam-se a acidentes de trabalho. Os incisos do art. 20 da Lei nº 8.213/91 as 
conceitua: 
• Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da 
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência 
Social; 
• Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se 
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. 
29 
 
 
Um acidente de trabalho também pode gerar perdas materiais, ocasionado de 
prejuízos monetários leves a prejuízos de grande monta. Acontecem devido dois 
fatores, por um Ato Inseguro ou por um Ambiente Inseguro. O primeiro está ligado 
diretamente à ação do homem, onde ocorre através de um ato de negligência, 
imprudência ou imperícia. Já o segundo está ligado diretamente ás condições de 
segurança e saúde do ambiente físico do trabalho. 
Para que se evite um acidente de trabalho, há de serem tomadas ações que 
promovam a prevenção efetiva, proporcionando aos trabalhadores condições para o 
desenvolvimento das atividades laborais, tais como: 
• O fornecimento de um equipamento de proteção individual específico 
para o risco ambiental encontrado; 
• A implantação de um equipamento de proteção coletiva, que neutralize 
o (s) risco (s) ocupacional (is); 
• A adequação do layout do processo de trabalho; 
• A manutenção efetiva e preventiva das máquinas e dos equipamentos 
utilizados; 
• Tomada de ações que evitem o risco de incêndios;• Organizando o local de trabalho, de forma que não deixe peças ou 
qualquer tipo de material espalhado/ jogado pelo chão; 
• Devida sinalização dos Riscos Ocupacionais; 
• Treinamentos e Palestras de Conscientização dos Riscos 
Ocupacionais. 
 
2.5.5 Ergonomia 
“A Ergonomia é a disciplina cientifica que visa a compreensão das interações 
entre os seres humanos e os outros componentes de um sistema, e a profissão que 
aplica princípios teóricos, dados e métodos com o objetivo de otimizar o bem-estar e 
o desempenho global dos sistemas. Os profissionais que praticam ergonomia, 
contribuem para a planificação, concepção e avaliação das tarefas, empregos, 
produtos, organizações, meios ambientes e sistemas, tendo em vista torna-los 
compatíveis com as necessidades, capacidades e limites das pessoas” (International 
Ergonomics Association – IEA, 2000). 
30 
 
 
As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou como são classificadas hoje, os 
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), são um dos 
problemas físicos mais comuns que pode causar limitações ou mesmo incapacidade 
de trabalhar. Utilizar soluções ergonômicas no local de trabalho é uma iniciativa que 
pode aumentar significativamente os níveis de satisfação, eficácia e eficiência do 
trabalhador. 
Objetivos da ergonomia: 
• Aumentar a eficiência organizacional (produtividade e lucros); 
• Aumentar a segurança, a saúde e o conforto do trabalhador ou usuário. 
Objetos de estudo e alvo de análise pela ergonomia com o objetivo de 
diminuir os perigos e prevenir erros e acidentes: 
• Posturas adotadas pelos trabalhadores; 
• Movimentos corporais efetuados; 
• Fatores físicos ambientais que enquadram o trabalho; 
• Equipamentos utilizados. 
Tipos de intervenção da ergonomia: 
• Concessão de postos e métodos de trabalho, ferramentas, máquinas e 
mobiliário; 
• Correção de problemas identificados através de metodologias próprias; 
• Sensibilização, informação e formação sobre os métodos e técnicas mais 
adequados para realizar as suas tarefas. 
Os benefícios da ergonomia são: 
• Prevenção de acidentes do trabalho; 
• Prevenção de doenças ocupacionais; 
• Melhoria das condições de trabalho ou uso; 
• Promover a integridade física e psicológica 
• Melhorar a integração, 
• Aumentar a produtividade nas empresas e reduzir custos. 
 
31 
 
 
As causas que levam às doenças do trabalho podem ser múltiplas e variadas. 
No entanto, grande parte dos casos são ocorridos devido ao uso excessivo e 
repetitivo de determinadas articulações do corpo. Outros fatores que contribuem 
para o aparecimento de lesões podem ser destacados: ausência de pausa durante a 
jornada de trabalho, postura inadequada, bem como móveis e equipamentos 
inadequados, jornada prolongada de trabalho, sustentação de peso, dentre outros. 
Podem-se citar como doenças ocupacionais as: Tendinites, Cistos Sinoviais, 
Epicondilites, Bursites, Síndrome do Túnel do Carpo, etc. As Lesões por Esforço 
Repetitivo (LER) ou como são classificadas hoje, os Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho (DORT), são um dos problemas físicos mais comuns que 
pode causar limitações ou mesmo incapacidade de trabalhar, portanto utilizar 
soluções ergonômicas no local de trabalho é uma iniciativa que pode aumentar 
significativamente os níveis de satisfação, eficácia e eficiência do trabalhador, além 
de minimizar os efeitos negativos. 
 
2.6 MÃO DE OBRADOS REEDUCANDOS 
Há muito tempo muitas empresas utilizam da mão de obra presidiária com 
diversos intuitos. De acordo com Fernandes (2006) - A diferença para um 
funcionário comum chega a quase 50% menor em relação ao presidiário. 
No entanto a utilização tem suas vantagens e desvantagens. Como 
vantagens temos: 
• Salário: O trabalho do reeducando, previsto na Lei de Execuções 
Penais (LEP), não pode ter remuneração inferior a três quartos do salário mínimo. 
Normalmente, nos convênios firmados entre empresas e presídios, é estipulado um 
salário mínimo como pagamento. 
• Sem encargos trabalhistas: Como o trabalho do reeducando não está 
sujeito ao regime da CLT, o empresário fica isento de encargos como férias, 13o, 
INSS e FGTS. Dependendo do piso salarial, a redução nos custos da mão de obra 
pode chegar a 50%. 
• O efeito social: O trabalho dos reeducandos também é uma ação de 
responsabilidade social. Ajuda na ressocialização assim como na redução da pena - 
a cada três dias de trabalho o reeducando tem um a menos de pena a cumprir. 
32 
 
 
• Custo de produção: Não é cobrada nenhuma taxa para o uso do 
espaço e da estrutura do presídio (água, luz, alimentação) dependendo do estado ou 
presídio. 
• Comprometimento O comprometimento dos reeducandos com o 
trabalho costuma ser grande. Os empresários afirmam que, muitas vezes, os 
melhores funcionários que tem são os próprios detentos (FERNANDES, 2006). 
Com relação as desvantagens temos: 
• Alta rotatividade dos reeducandos: A rotatividade de reeducandos 
dentro das oficinas de trabalho costuma ser grande. Tem sempre alguém passando 
para o regime semiaberto ou ganhando liberdade e, automaticamente, outro 
reeducando entrando no lugar. Isto exige da empresa gastos constantes com 
treinamento. Outro ponto que aumenta a rotatividade é o código de conduta que os 
reeducandos têm dentro do presídio, caso haja o descumprimento do mesmo o 
reeducando perde a chance de trabalhar. 
• Dificuldade de fazer hora extra: De acordo com a LEP (Lei de 
execução penal), que regulamenta o trabalho dos reeducandos, “a jornada normal 
de trabalho não será inferior a seis, nem superior a oito horas, com descanso nos 
domingos e feriados”. As empresas nunca conseguem fazer hora extra. Para isso 
seria necessário que os agentes carcerários também estendessem o horário de 
trabalho. 
• Adequação do espaço: Os empresários precisam investir para 
transformar o espaço cedido pelo presídio em lugar de trabalho. Alguns chegam até 
a construir novos pavilhões. 
• Entrada e saída de matéria prima e mercadorias: Os caminhões que 
levam e trazem produtos e mercadorias nos presídios devem respeitar um horário 
rígido, pré-determinado pela direção da unidade, para entrar e sair das unidades e 
são sempre revistados. 
• Blitz: Nos dias de revista geral, as empresas param de funcionar. Blitz 
são realizadas de surpresa – mesmo que a empresa tenha um pedido para entregar, 
não pode continuar funcionando. 
• Ação sindical: As empresas podem sofrer com a ação dos sindicatos, 
que exigem um limite na contratação de detentos - até 10% do total de empregados 
(FERNANDES, 2006). 
33 
 
 
 
2.7 TREINAMENTO 
Treinamento é um processo de transmissão de conhecimentos específicos 
relacionados ao trabalho, aplicado de maneira sistemática e organizada, onde as 
pessoas aprendem conhecimentos sobre atitudes, habilidades e maneiras de 
comportamento, para realização dos objetivos da empresa. Também é o ato de 
aumentar o conhecimento para desenvolver habilidades especificas. O treinamento 
é um investimento empresarial que tem por finalidade ajudar a alcançar os objetivos 
da empresa capacitando uma equipe através de conhecimentos e aprimorando as 
habilidades individuais para reduzir ou eliminar erros de desempenho para que se 
possa atingir a maior lucratividade para a empresa. Assim o treinamento não é 
despesa e sim um investimento preciso e necessário, pois os retornos são altamente 
compensatórios para a organização (CHIAVENATO,2003). 
 
2.8 TREINAMENTO “ON THE JOB” 
O treinamento “on the job” ou treinamento no local de trabalho é uma 
metodologia simples e eficaz, onde um instrutor interno ou externo treina os alunos 
em seu habitat onde tal se sente mais seguro e disposto a aprender. Tal 
aprendizado é absolutamente vivencial onde há uma maior interação da teoria com a 
prática, eles aprendem na pratica onde há uma maior facilitação no trabalho de 
instrução pois em certo ponto os alunos assumem a posição

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