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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO Lucas Oliveira Costalonga Propostas de melhorias dos riscos utilizando as normas aplicadas a saúde e segurança do trabalho em empresa não regida pela CLT. Campinas/SP – Brasil Março - 2016 ii UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO Lucas Oliveira Costalonga Propostas de melhorias dos riscos utilizando as normas aplicadas a saúde e segurança do trabalho em empresa não regida pela CLT. . . Lucas Oliveira Costalonga Monografia de termino de curso apresentada à comissão de extensão da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista em segurança do trabalho. Orientador: Campinas/SP – Brasil Março - 2016 iii RESUMO COSTALONGA, Lucas O. Aplicação de Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho em empresa não regida pela CLT. Campinas: Faculdade de Engenharia Mecânica – UNICAMP, 2016. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Engenharia Mecânica As normas e ferramentas de saúde e segurança no trabalho (SST) vem a cada dia tornando-se algo imprescindível e indispensável no âmbito fabril, entretanto algumas empresas não são regidas pela Consolidação de Leis Trabalhistas-CLT, e não são obrigadas a utilizar essas normas e com a falta da utilização das mesmas, poderão a vir ocasionar diversos problemas. Dessa forma, pretende-se apresentar um estudo de caso sobre a aplicabilidade de algumas Normas Regulamentadoras – NR’s, com o objetivo de cumprir alguns requisitos de segurança para resguardar a segurança dos funcionários em questão e a responsabilidade jurídica da empresa, além de apresentar novas propostas de segurança no ambiente de trabalho para a empresa em questão Palavras Chave: Segurança; Normas Regulamentares (NR’s); Regimento; CLT iv SUMMARY COSTALONGA, Lucas. Application of regulatory standards of safety and occupational health in company not governed by the Labor Code. Campinas: Faculty of mechanical engineering-UNICAMP, 2016. Final Project-Faculty of mechanical engineering. The standards and tools from safety and occupational health in work are every day becoming something essential and indispensable under the worker environment, however some manufacturing companies are not governed by the consolidation of labor laws – CLT, and are not required to use these standards and with the lack of use of them, may cause various problems. Therefore, we intend to present a case study on the applicability of some Regulatory Standards, in order to comply with some safety requirements to protect the safety of employees and the company's legal liability, in addition to presenting new proposals for safety in the workplace for the company in question Keywords: Security; Regulatory Standards; Worker Laws v SUMÁRIO PÁGINA RESUMO.................................................................................................................... III SUMMARY ................................................................................................................ IV SUMÁRIO ................................................................................................................. V LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ VII LISTA DE TABELAS ................................................................................................ IX 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................... 3 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 3 2. HISTÓRIA DO TRABALHO.................................................................................... 3 2.1 SAUDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................................... 6 2.2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO MUNDO .............................................................. 7 2.3 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO BRASIL ............................................................ 10 2.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ...................... 13 2.5 NORMA REGULAMENTADORAS .......................................................................... 13 2.5.1 NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – E.P.I. ............................ 21 2.5.2 NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA ........... 26 2.5.3 Risco Grave e Iminente .......................................................................... 27 2.5.4 Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais ................................... 28 2.5.5 Ergonomia .............................................................................................. 29 2.5.6 Mão de obrados reeducandos ................................................................ 31 2.5.7 Treinamento ........................................................................................... 33 2.5.8 Treinamento “On the Job” ...................................................................... 33 3. ANALISE TÉCNICA QUALITATIVA DOS RISCOS AMBIENTAIS ...................... 34 3.1 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – ARMAZENAMENTO INCORRETO .............................. 36 3.2 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – ARMAZENAMENTO INCORRETO – PROPOSTAS DE MELHORIAS ..................................................................................................... 40 3.3 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE CHOQUES ELÉTRICOS ........................... 42 vi 3.4 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE CHOQUES ELÉTRICOS – PROPOSTAS DE MELHORIAS ..................................................................................................... 48 3.5 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE QUEDAS .............................................. 56 3.6 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – RISCOS DE QUEDAS – PROPOSTA DE MELHORIAS ..... 56 3.7 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – AUSÊNCIA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA E SISTEMA DE SEGURANÇA (PARADA DE EMERGÊNCIA). ..................................... 57 3.8 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – AUSÊNCIA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA E SISTEMA DE SEGURANÇA (PARADA DE EMERGÊNCIA). ..................................... 60 3.9 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS – E.P.I.63 3.10 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS – E.P.I. - MELHORIAS ..................................................................................................... 67 3.11 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EXTINTORES DE INCÊNDIO. .................................... 74 3.12 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – EXTINTORES DE INCÊNDIO. - MELHORIAS ................ 77 3.13 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – CONDIÇÕES SANITÁRIAS ........................................ 79 3.14 SITUAÇÕES ENCONTRADAS – CONDIÇÕES SANITÁRIAS - MELHORIAS ..................... 81 4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 85 5. SUGESTÕES DE CONTINUIDADE ..................................................................... 85 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .................................................................... 89 7. ANEXOS ............................................................................................................... 92 vii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - TIPOSDE CAPACETE ................................................................................... 22 FIGURA 2 - E.P.I. PARA PROTEÇÃO AUDITIVA .................................................................. 23 FIGURA 3 - E.P.I. PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE ................................................... 23 FIGURA 4 - PROTETORES RESPIRATÓRIOS ...................................................................... 24 FIGURA 5 - E.P.I. PARA MEMBROS SUPERIORES .............................................................. 25 FIGURA 6 - E.P.I. PARA MEMBROS INFERIORES ............................................................... 25 FIGURA 7 - MATERIAIS ESPALHADOS .............................................................................. 36 FIGURA 8 - FIOS ESPALHADOS ....................................................................................... 37 FIGURA 9 - ARMAZENAMENTO JUNTO A PAREDE .............................................................. 38 FIGURA 10 - ARMAZENAMENTO INCORRETO DE BOTIJÃO .................................................. 39 FIGURA 11 – TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO I ......................... 43 FIGURA 12 - TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO II ......................... 43 FIGURA 13 - TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO III ........................ 44 FIGURA 14 - TOMADA COM CABEAMENTO EXPOSTO E FORA DO PADRÃO IV ....................... 44 FIGURA 15 - CABOS FIXADOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS .............................................. 45 FIGURA 16 - CABOS FIXADOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS II ........................................... 45 FIGURA 17 - PAINEL DE ENERGIA SEM IDENTIFICAÇÃO DE ALERTA ..................................... 46 FIGURA 18 - EQUIPAMENTO SEM ATERRAMENTO APARENTE I ........................................... 46 FIGURA 19 - EQUIPAMENTO SEM ATERRAMENTO APARENTE II .......................................... 47 FIGURA 20 - EQUIPAMENTO SEM ATERRAMENTO APARENTE III. ........................................ 47 FIGURA 21 - EXEMPLIFICAÇÃO DE CONTATO DIRETO ....................................................... 48 FIGURA 22 - EXEMPLIFICAÇÃO DE ISOLAÇÃO .................................................................. 48 FIGURA 23 - EXEMPLIFICAÇÃO DE BARREIRAS ................................................................ 49 FIGURA 24 - EXEMPLIFICAÇÃO DE OBSTÁCULOS ............................................................. 49 FIGURA 25 - EXEMPLIFICAÇÃO DE CONTATO INDIRETO ..................................................... 50 FIGURA 26 - CAIXA DE DISJUNTORES DE ACORDO COM NORMA. ....................................... 51 FIGURA 27 - TOMADA DE ACORDO COM A NORMA ............................................................ 51 FIGURA 28– UTILIZAÇÃO DE DUTOS PARA EVITAR EXPOSIÇÃO .......................................... 52 FIGURA 29– EXEMPLO DE QUADRO IDENTIFICADO ........................................................... 53 FIGURA 30– SINALIZAÇÃO QUANTO AO PERIGO ............................................................... 53 FIGURA 31 - EXEMPLO DE ATERRAMENTO ...................................................................... 54 FIGURA 32 - TOMADA COM ATERRAMENTO ..................................................................... 55 FIGURA 33 - ESQUEMA ATERRAMENTO TT ..................................................................... 55 viii FIGURA 34 - RISCO DE QUEDA POR FALTA DE PROTEÇÃO NAS CANALETAS ........................ 56 FIGURA 35 - EXEMPLO DE GRADES PROTETORAS ‘ .......................................................... 57 FIGURA 36 - FURADEIRA DE BANCADA SEM PROTEÇÕES .................................................. 58 FIGURA 37 - PARTES MÓVEIS EXPOSTAS I ...................................................................... 58 FIGURA 38 - PARTES MOVEIS EXPOSTAS ........................................................................ 59 FIGURA 39 - BOTÃO DE EMERGÊNCIA. ............................................................................ 61 FIGURA 40 - FURADEIRA DE BANCADA COM PROTEÇÃO .................................................... 62 FIGURA 41 - DETALHE DA PROTEÇÃO. ............................................................................ 62 FIGURA 42 - EXEMPLO DE LIXADEIRA ENCLAUSURADA ..................................................... 63 FIGURA 43 - FALTA DE USO DE LUVAS. ........................................................................... 64 FIGURA 44 - FALTA DE USO DE MÁSCARA, ÓCULOS E PROTETOR AUDITIVO. ....................... 64 FIGURA 45 - FALTA DE USO DE MÁSCARA E PROTETOR AUDITIVO. ..................................... 65 FIGURA 46 - USO INCORRETO VS USO CORRETO ............................................................ 65 FIGURA 47 - FALTA DE SINALIZAÇÃO PARA USO DE E.P.I. ................................................ 66 FIGURA 48 - EXEMPLO DE SINALIZAÇÃO ......................................................................... 69 FIGURA 49 - CONSULTANDO C.A. .................................................................................. 70 FIGURA 50 - DETALHE DO C.A. ..................................................................................... 70 FIGURA 51 - PAGINA DE CONSULTA DE C.A. ................................................................... 71 FIGURA 52 - CONSULTA AO MTE I. ................................................................................ 71 FIGURA 53 - CONSULTA AO MTE II. ............................................................................... 72 FIGURA 54 - CONSULTA AO MTE III. .............................................................................. 73 FIGURA 55 - EXTINTORES CLASSE A .............................................................................. 77 FIGURA 56 - EXTINTORES CLASSE B E C, ....................................................................... 78 FIGURA 57 - POSICIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS CONTRA INCÊNDIO. .......................... 78 FIGURA 58 - SANITÁRIO DO LOCAL ................................................................................. 79 FIGURA 59 - REFEITÓRIO DO LOCAL. .............................................................................. 80 FIGURA 60 - PADRÃO CORRETO DE SANITÁRIO ............................................................... 81 FIGURA 61 - PADRÃO CORRETO DE REFEITÓRIO ............................................................. 83 FIGURA 62 - MODELO DE INSTRUÇÃO PARA MANUTENÇÃO DE LIMPEZA DOS SANITÁRIOS ..... 84 FIGURA 63 - MAPA DE RISCOS ...................................................................................... 85 ix LISTA DE TABELAS TABELA 1 - NÚMERO DE ACIDENTES OCORRIDOS NO PERÍODO DE 1971 A 1997. ................ 12 TABELA 2 - TABELA DE RISCOS AMBIENTAIS .................................................................... 35 TABELA 3 – DISTÂNCIA MÁXIMA DE CAMINHAMENTO. ....................................................... 75 1 1. INTRODUÇÃO A segurança no trabalho não é muito bem vista pelos empresários. No entanto se olharmos de um ponto mais abrangente veremos que não se trata de algo que deveríamos ignorar e sim pelo contrário. De acordo com a OIT, 2,3 milhões de mortes por ano por acidentes e doenças do trabalho, e de 860 mil pessoas que sofrem algum tipo de ferimento todos os dias no mundo, além disto os custos globais, diretos e indiretos, chegam a 2,8 trilhões de dólares, ou quase 7 trilhões de reais. Com relação ao Brasil, ele contribui significativamente para a estatística mundial com seus mais de 700 mil acidentes e adoecimentos em consequência do trabalho por ano. O país é o quarto colocado no ranking mundial. Para diminuirmos essa realidade devemos utilizar das ferramentas que temos a disposição para conseguirmos. No Brasil a ferramenta que guia as empresas para se regularizarem perante as leis trabalhistas,são as 36 normas regulamentadoras de segurança e medicina no trabalho. Essas normas foram introduzidas pela portaria Nº 3214, de 8 de junho de 1978. Entretanto vários trabalhadores não fazem uso desse direito e ficam fadados a insegurança, Dentre essas empresas que não fazem uso das normas regulamentares (empresas não regidas pela CLT), para o este trabalho teremos a Steel Repair ME, uma microempresa que está localizada dentro do presídio Ataliba Nogueira, onde ela utiliza da mão de obra presidiária como programa de ressocialização que o governo realiza com os reeducandos, que são presidiários em processo de reintegração social. É composta por aproximadamente 15 funcionários que trabalham durante o período das 07h15min às 16h45min e o seu faturamento mensal é de aproximadamente 30 mil reais. O objetivo principal da empresa é a usinagem de peças injetadas em alumínio e algumas montagens de conjuntos plásticos para seu principal cliente, a Asten Cia. LTDA. que atua no mercado de eletromecânicos e sistemistas. 2 A Steel Repair encontra-se no mercado há cerca de 10 anos, primeiramente ela atuava dentro do sistema fechado do presídio, no entanto devido aos eventos que aconteceram em 2006 - as rebeliões comandadas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) - a empresa teve que trocar de sede. Hoje ela atua no sistema semiaberto com reeducandos que estão prestes a sair ou como podem ser chamados de “ressocializandos”. O sistema de ressocialização funciona como uma forma de introduzir os reeducandos no meio industrial para eles saírem com uma experiência de trabalho honesto para que eles consigam-se inserir no mercado de trabalho quando cumprirem suas penas. O principal motivo de a Steel Repair ter nascido foi a redução de custo, pois um funcionário comum da Asten custava em torno de 200% mais que um reeducando da Steel Repair. Devemos lembrar que toda esta utilização da mão de obra é regulamentada pela lei Nº 1238 – 22 de Dezembro de 1976 que autoriza o poder executivo a instituir fundação denominada “Fundação Estadual de Amparo ao Trabalhador Preso”, hoje com outro nome, FUNAP, esta regulamenta toda a atividade laboral dentro dos presídios, além disto temos a Lei de Execuções Penais que obriga o estado a fornecer trabalho para o preso e excluí o trabalho do preso ao regime da Consolidação das Leis de Trabalho, tirando diversos direitos de segurança do preso trabalhador. Essa falta de segurança devido ao preso não estar submetido as leis trabalhistas, faz com que os empresários céticos em relação ao conceito de segurança, não invistam em segurança já que não há necessidade, sendo assim, diversos casos de acidentes ocorreram com a mão de obra presidiária em vários complexos penitenciários pelo estado de São Paulo. Após o levantamento desses acidentes, houve uma ação por parte do estado, que enviou uma juíza para verificar as condições de trabalho dos reeducandos nas empresas que utilizam dos mesmos. Feita a visita pela juíza, a mesma solicitou a visita de um especialista na área de segurança para realizar um laudo sobre as condições das empresas para ela ter maiores informações sobre como lidar com este problema. Foi assim que recebemos a visita de um técnico de segurança do trabalho na empresa e ele levantou diversos problemas relacionados com saúde e segurança do trabalho. 3 1.1 OBJETIVOS O objetivo principal deste trabalho é apresentar uma proposta de melhorias, usando a análise qualitativa, sobre os riscos encontrados usando como referência, as normas regulamentadoras de segurança (NR’s), para satisfazer as solicitações de melhorias solicitadas pela Juíza do trabalho, com intuito de melhorar a qualidade do ambiente de trabalho dos reeducandos. Os objetivos específicos são: levantaras situações de risco encontradas, organiza-las e promover propostas de melhorias pertinentes e fundamentadas nas normativas de segurança e saúde do trabalho. 1.2 JUSTIFICATIVA O grande motivador para a realização desse trabalho foi a solicitação da juíza para a adequação da empresa afim de reduzir o potencial de acidentes das empresas que estão presentes nos arredores do presidio e usam a mão de obra presidiária. Outra justificativa para a aplicabilidade destas normas é a adequação da empresa a padrões de segurança melhores que os atuais, já que eles mal existem na empresa. Além do resguardo jurídico caso algo venha acontecer. 2. HISTÓRIA DO TRABALHO A primeira forma de trabalho que a sociedade conheceu foi o trabalho escravo. Neste sistema o escravo era uma propriedade do seu dono que decidia sobre sua vida e seu futuro e não lhe garantia nenhum direito (DUCCI, 2009). A escravidão também esteve presente na era medieval, onde aqueles que eram considerados “infiéis” ou “bárbaros” eram feitos escravos, havendo inclusive o comércio de escravos para o Oriente. Da mesma forma na Idade Moderna, a escravidão foi utilizada no descobrimento da América, onde os espanhóis, portugueses, ingleses, franceses e holandeses fizeram uso desta prática, escravizando índios e africanos como forma de incrementar suas conquistas. 4 Na época do feudalismo, que perdurou entre os séculos X ao XIII, escravidão foi substituída pela servidão. Neste sistema, destaca que o homem se submetia ao trabalho em benefício exclusivo do senhor da terra, sendo que da terra retirava em proveito próprio a habitação, a alimentação e o vestuário. Entretanto, a servidão nada mais foi do que um tipo de escravidão, não exatamente no sentido estrito da palavra, mas em medida semelhante, posto que o indivíduo naquelas condições não dispunha de liberdade, estando sujeito as mais severas restrições, tal como impossibilidade de livre locomoção. Este período caracterizou-se como sendo um sistema intermediário entre a escravidão e o trabalho livre (VIANNA, 1991). Com o declínio da servidão, no século XVI, surge uma submissão dos feudos a um governo central, com o surgimento do mercantilismo e a perda da importância da terra como fonte geradora de riquezas. É nesta época que surgem as primeiras vilas e cidades, com o aparecimento da corporação, que era um agrupamento de artesãos. Neste sistema, o mestre era quem explorava economicamente o ramo de atividade, tendo sob seu comando o aprendiz. Todavia, também neste sistema a escravidão, ainda que de forma velada, estava presente, pois eram impostas àqueles indivíduos regras muito rígidas no que tange ao método de produção e a contraprestação do serviço prestado. Nos dizeres de Vianna (1991), o mestre era não somente o senhor da disciplina profissional, mas também senhor pessoal do trabalhador. De acordo com Ducci (2009) mais tarde, foi a Revolução Industrial que contribuiu para o desenvolvimento de outras oportunidades de trabalho com condições melhores que as do sistema de escravidão, mas longe do ideal, alterando as relações da sociedade, principalmente as relações de trabalho. Ainda de acordo com Ducci, (2009): as condições de trabalho dos operários eram desumanas. As fábricas apresentavam ambientes de trabalho que deixavam muito a desejar. As condições eram de fato precárias, com pouca iluminação, salões abafados e sujos. Somando-se a isto os salários pagos aos operários eram baixos, as jornadas de 18 horas diárias e ainda haviam casos de castigos físicos praticados pelos patrões e donos das fábricas. Algumas destas tentativas de buscar melhores condições foram violentas e não levaram a resultados satisfatórios, mas não podem ser desconsideradas como parte do processo que trouxe os benefícios de que desfrutam os trabalhadores atualmente. 5 Durante o período da Revolução Industrial, houve o surgimento das primeiras normas voltadas exclusivamente para a proteção dos trabalhadores, como consequência da força dos movimentos sociais e também pelo interesse do próprioEstado, em contar com o apoio da grande massa de trabalhadores que compunham a sociedade. Neste contexto é que teve início o declínio da ideia de poder total e irrestrito do empregador sobre os empregados. O Estado então abandona a posição não intervencionista, passando a promulgar leis que regulam as condições de trabalho, nascendo assim o direito do trabalho. Em vários países ocorreram fatos que marcaram as relações entre empregados e empregadores, alterando, de forma definitiva, como seriam tratadas as questões voltadas as condições de trabalho daí em diante (VIANNA, 1991). Dentre estas importantes mudanças, no plano internacional, destaca-se a criação em 1919 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em verdade, a tentativa de evitar concorrência desleal de mercado entre os países foi um dos fatores que presidiu à criação da OIT. A OIT assim foi criada tendo como escopo proteger as condições de trabalho entre os países signatários. Na qualidade de agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), a OIT é dotada de plena autonomia e capacidade jurídica frente àquela Organização. Atualmente, a OIT reúne cento e setenta e um países signatários, tendo sua sede em Genebra, na Suíça, sendo que podem filiar-se a OIT, todos os países que sejam filiados a ONU. Os instrumentos normativos da OIT são chamados de Convenções, Recomendações e Resoluções. Resumidamente e para melhor entendimento do que se trata, é possível afirmar, adotando-se a conceituação de Jorge Neto e Cavalcante (2005, p. 153), que: a) Convenção é uma norma editada pela Assembleia Internacional, aprovada por maioria de dois terços dos presentes. Após sua ratificação, converte-se em fonte formal de direito, gerando direitos subjetivos; b) Recomendação não é suscetível de ratificação, mas no campo da OIT, ela acarreta para os Estados-membros obrigações de natureza formal (...) a recomendação cumpre, assim, a função de fonte material de direito; 6 c) Resoluções compreendem os instrumentos aprovados por maioria simples da Conferência Internacional da OIT e são editadas com o intuito de dar seguimento às questões incluídas na ordem do dia da Conferência ou para estabelecer regras de procedimentos e, em especial, os apelos dos Estados-membros para que adotem certas medidas ou que ratifiquem determinadas convenções; Assim, dentre as normas emanadas pela OIT, as Convenções, após serem aprovadas pela Conferência Internacional do Trabalho, passam a ser classificadas como tratados. Eles, possuíam caráter infraconstitucional, ou seja, estavam hierarquicamente abaixo das normas previstas na Constituição Federal brasileira. Entretanto, com o advento da Emenda Constitucional nº 45, de 30/12/2004, que alterou o artigo 5º da Constituição Federal, restou definida nova redação ao seu parágrafo terceiro: “§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. ” Segundo a nova jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, Corte suprema do país, o caráter especial dos tratados e convenções internacionais os coloca numa posição específica na ordem jurídica, possuindo status de norma supralegal e, ou seja, no âmbito da pirâmide jurídica brasileira, encontram-se hierarquicamente como acima das leis ordinárias e abaixo da Constituição. 2.1 SAUDE E SEGURANÇA NO TRABALHO De acordo com Chiavenato (1999), Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. 7 A Saúde e Segurança do Trabalho - SST estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. Além disto ela é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. Por outro lado, a Segurança do Trabalho faz com que a empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho. 2.2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO MUNDO Segundo Lima (2007) A preocupação com a segurança do trabalho, começou a ser registrada em documentos egípcios, o papiro Anastacius V, que mostra a preocupação em preservar a vida dos trabalhadores cuidando da sua saúde, retratando as condições de trabalho. Ainda no Egito no ano de 2360 a.C., ocorreram várias mortes com os trabalhadores nas minas de cobre, fazendo com que o faraó percebesse a importância de melhorar as condições de trabalho dos seus escravos, visto que ele dependia dessa mão-de-obra para executar todas as tarefas na exploração da mina. A partir da Idade Média surgiram as primeiras medidas sobre higiene do trabalho. Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas associações de trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre segurança do trabalho no Renascimento. 8 De acordo com Bitencourt & Quelhas, (1998) em 1700, foi publicado na Itália o livro De Morbis Artificum Diatriba escrito pelo médico Bernardino Ramazzini e essa publicação teve repercussão em todo o mundo, revolucionando a história das doenças do trabalho, dando a ele o título de “Pai da Medicina do Trabalho”. Nesta obra fundamental, Ramazzini descreve mais de cinquenta profissões distintas e as doenças relacionadas a elas. Um fato importante é que muitas dessas descrições são baseadas nas próprias observações clínicas do autor o qual acrescentou uma pergunta fundamental aos seus pacientes: “Qual a sua ocupação? ”. Ramazzini considerava essa pergunta de fundamental importância, pois seria a partir dela que se chegava às causas ocasionais do mal. Entre 1760 e 1830 na Inglaterra, ocorreu a Revolução Industrial, considerada um marco inicial da moderna industrialização (que teve sua origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar e das máquinas de tecelagem a partir deste cenário os níveis de produção aumentaram e assim fez com que as organizações precisassem empregar mais pessoas e fazer com que elas produzissem mais em condições inóspitas de calor, ventilação e umidade, pois as “modernas” fábricas nada mais eram do que galpões improvisados.(LIMA,2007). As operações de industrialização tornaram-se mais simplificadas logo após a introdução das máquinas na produção fabril, pois as tarefas que eram executadas pelos trabalhadores eram repetitivas, o que levou a um aumento no número de acidentes. Além das tarefas repetitivas, não havia qualquer critério para o recrutamento da mão-de-obra, onde homens; mulheres; idosos e até mesmo crianças (principalmente mulheres e crianças, eram as preferidas pela possibilidade de serem pagos salários mais baixos) eram selecionadas sem qualquer exame inicial quanto à saúde e ao desenvolvimento físico ou qualquer outro fator humano. (BITENCOURT & QUELHAS, 1998). Ainda de acordo com os mesmos autores o número de acidentes de trabalho aumentava assustadoramente, onde a morte de crianças era frequente, causados por máquinas projetadas inadequadamente e que não ofereciamnenhum tipo de segurança em seu manuseio. Como a produção estava em primeiro lugar, não havia limites de horas de trabalho, sendo utilizados bicos de gás para iluminar os galpões durante o turno da noite. 9 Em 1802, foi aprovada a primeira lei de proteção aos trabalhadores a chamada “lei de saúde e moral dos aprendizes” LOPES (2008): Em 1802 Foi aprovada na Inglaterra a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a "Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes". Que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno e tornava obrigatório a ventilação do ambiente de trabalho e a lavagem das paredes das fábricas duas vezes por ano. No ano de 1831, foi instalada uma comissão para analisar a situação dos trabalhadores, onde se pôde concluir, em um relatório, que homens e mulheres, crianças (entre elas: meninos e meninas) estavam doentes, deformados e abandonados, mostrando a crueldade do homem para com o próprio homem. O impacto que esse relatório causou sobre a opinião pública foi tão grande que em 1833 surgiu à primeira legislação eficiente para a proteção do trabalhador, a chamada “Factory Act” O “Factory Act”de 1833, aplicava-se a todas as empresas da Inglaterra e proibia mais de 69 horas semanais; exigia escolas para menores de 13 anos; exigia idade mínima de 9 anos para o trabalho e já obrigava a existência de um atestado médico para o trabalho. COMEXITO (2009) Ainda de acordo com o mesmo autor “Em 1884, na Alemanha, as primeiras leis de acidente do trabalho surgem, estendendo-se a outros países até chegar ao Brasil em 1919, como decreto legislativo número 3.724. ” A Factory Act, era aplicada em todas as fábricas têxteis, onde era usada a força hidráulica ou a vapor, para fazer com que as máquinas funcionassem. Essa legislação proibia: o trabalho noturno aos menores de 18 anos; redução do horário de trabalho para 12 horas diárias e 96 horas semanais; obrigação de criação de escolas dentro das fábricas para os menores de 13 anos; estipulou a idade mínima para começar a trabalhar onde passou a ser 9anos de idade e tornou-se obrigatória a presença de um médico nas fábricas. Surge então, o médico de fábrica com o objetivo de submeter os menores trabalhadores a exame médico pré-admissional e periódico, e preveni-los tanto às doenças ocupacionais quanto às não ocupacionais. (BITENCOURT & QUELHAS, 1998). 10 2.3 ANTECEDENTES HISTÓRICOS NO BRASIL No Brasil (que foi um país-colônia por mais três séculos, usando a mão-de- obra escrava até o final do século passado), não era de se admirar que as relações entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores não tenham constituído uma preocupação tanto para a administração pública e como para a classe médica. Essa preocupação surgiu quando os estados de Pernambuco e Bahia foram assolados pela epidemia de febre amarela entre os anos de 1685 e 1690. É a partir dessa data que a preocupação com essas relações (trabalho e saúde) despontaram, dado que a mão-de-obra dos grandes engenhos de açúcar foi atingida pelo alto índice de mortalidade, levando a graves prejuízos para a economia da época (René Mendes,1995; pág. 9). Ainda de acordo com este mesmo autor, saindo desse período colonial e indo até o século XIX, é que será possível detectar as primeiras ideias e os primeiros movimentos que encaram a doença e a saúde como causas de interesse público e social. A industrialização do Brasil foi muito lenta e a passagem do artesanato para o processo industrial é demorada, por isso podemos destacar que foi por volta do ano de 1930 que ocorreu a nossa Revolução Industrial. (LIMA,2007). Sendo influenciado diretamente pelas imigrações e tendo como reflexo os movimentos sindicais da Europa, as lideranças ideológicas conseguiram mobilizar a classe operária para a questão social, onde suas ações eram voltadas para as condições de trabalho e aos ambientes de trabalho, chamando atenção para o impacto que a revolução industrial causou sobre a saúde e a vida dos trabalhadores. Diante dessa mobilização (da classe operária) surgem as famosas greves de 1907 e1912 e as grandes greves de 1917 – 1920. Em 1907, trabalhadores da construção civil, da indústria de alimentos e metalúrgicos, reivindicaram a jornada de oito horas diárias de trabalho, paralisando acidade de São Paulo com uma greve que se estendeu a outras cidades paulistas, como Santos, Ribeirão Preto e Campinas. Mais à frente, em julho de 1917, os operários de duas fábricas têxteis de São Paulo iniciaram um movimento paredista que se espalhou rapidamente e paralisou a cidade, pois contou com a adesão imediata dos trabalhadores do serviço público. (DANNEMANN, 2007). 11 Num clima como este, não é de estranhar que começassem a ecoar, na Câmara Alta e no Senado, pessoas propondo a fixação das relações de trabalho através de uma legislação específica. Em 1917, foi aprovado o minguado projeto do Código do Trabalho, deixando de fora a fiscalização das empresas. Mesmo assim, esse projeto perambulou pelo Congresso Nacional por muito tempo, tempo suficiente para que os empresários se manifestassem através de um projeto substituto que foi elaborado pelo Centro Industrial do Brasil. Esse projeto substituto aumentava a jornada de trabalho em duas horas, passando de oito horas (projeto original) para dez horas; eliminação dos tribunais de conciliação e arbitragem, alteração dos princípios de indenização por acidentes, tornando-os quase impossível, pois a indenização se daria quando o acidente não fosse de força maior, culpa ou dolo da própria vítima ou de estranhos. (LIMA,2007) O Brasil aderiu a O.I.T. (Organização Internacional do Trabalho) desde a sua fundação e desde então o país tenta adequar-se aos objetivos internacionais, procurando dar aos seus trabalhadores a devida proteção a que eles têm direito. (BITENCOURT & QUELHAS, 1998) Após várias tentativas e debates, finalmente em 15 de janeiro de 1919 foi aprovada a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho (Decreto legislativo nº 3.724) que impunha regulamentos de prevenção de acidentes no setor ferroviário, já que, nessa época, as indústrias eram praticamente inexistentes em nosso país. Em 1934 é aprovada a nossa Lei Trabalhista e a criação da Inspetoria de Segurança do Trabalho, onde se constitui um marco importante na história do nosso país, onde instituiu uma regulamentação bastante ampla, principalmente no que se refere à prevenção de acidentes. No ano de 1941, na cidade do Rio de Janeiro, é fundada a ABPA (Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes) por um grupo de pioneiros que eram patrocinados por algumas empresas do setor privado. Em 01 de maio de 1943 foi publicado o Decreto Lei nº 5.452 que aprovou a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), cujo capítulo V refere-se à Segurança e Medicina do Trabalho. Só a partir da criação da CLT é que a classe trabalhadora brasileira teve realmente uma legislação prevencionista melhor. 12 Mesmo já tendo um pouco da experiência vivida por outros países (lógico que, em menor escala), o Brasil passou pelos mesmos problemas o que fez com que, no ano de 1970, o país fosse o campeão mundial em acidentes do trabalho. Tabela 1 - Número de acidentes ocorridos no período de 1971 a 1997. Anos Número de segurados Número de acidentados Percentual 1971 7553472 1330523 17,61% 1972 8148987 1504723 18,47% 1973 10956956 1632696 14,90% 1974 11537024 1796761 15,57% 1975 12996796 1916187 14,74% 1976 14945489 1743825 11,67% 1977 16589605 1614750 9,73% 1978 16638799 1551501 9,32% 1979 17637127 144627 0,82% 1980 18686355 1464211 7,84% 1981 19188536 1270465 6,62% 1982 19476362 1178472 6,05% 1983 19671128 1003115 5,10% 1984 19673915 961575 4,89% 1985 20106390 1077861 5,36% 1986 21568660 1207859 5,60% 1987 22320750 1137124 5,09% 1988 23045901 992737 4,31% 1989 23678607 888343 3,75% 1990 22755875693572 3,05% 1991 22792858 629918 2,76% 1992 22803065 532514 2,34% 1993 22722008 412293 1,81% 1994 23016637 388304 1,69% 1995 23614200 424137 1,80% 1996 24311448 395455 1,63% 1997 23275605 369065 1,59% Fonte: MTE, 2000. 13 2.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO Com relação a legislação vigente sobre SST, a Constituição Federal, em seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais), artigo 6º e artigo 7º, incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, dispõe, especificamente, sobre segurança e saúde dos trabalhadores. Além disso a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT - dedica o seu Capítulo V à Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Com a inserção dessas leis do trabalho, o ministério do Trabalho – MTE, por intermédio da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras – NR – previstas no capítulo V da CLT. Essa portaria estabeleceu que as alterações posteriores das NR seriam determinadas pela Secretária de Segurança e Saúde do Trabalho - SSST, órgão do atual MTE. As Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e saúde do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. 2.5 NORMA REGULAMENTADORAS As Normas Regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como todos os órgãos que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Além disso, também conhecidas por NR, são normas que regulamentam, fornecem parâmetros e instruções sobre Saúde e Segurança do Trabalho. São trinta e seis Normas Regulamentadoras. As NR’s são elaboradas por uma comissão tripartite composta por representantes do governo, dos empregadores e dos empregados, e são as seguintes: 14 NR 1 - Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho Urbano, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. NR 2 - Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 160 da CLT. NR 3 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e à Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT. NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da CLT. NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos163 a 165 da CLT. 15 NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual - E.P.I.: Estabelece e define os tipos de E.P.I.'s a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 e 167 da CLT. NR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 168 e 169 da CLT. NR 8 - Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da CLT. NR 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT. 16 NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 179 a 181 da CLT. NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 182 e 183 da CLT. NR 12 - Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresasem relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da CLT. NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT. NR 14 - Fornos: Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da CLT. 17 NR 15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT. NR 16 - Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, tem a sua existência jurídica assegurada através dos artigos 193 a 197 da CLT. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à caracterização da energia elétrica como sendo o 3° agente periculoso é a Lei n°7.369 de 22 de setembro de 1985, que institui o adicional de periculosidade para os profissionais da área de eletricidade. A portaria MTB n° 3.393 de 17 de dezembro de 1987, numa atitude casuística e decorrente do famoso acidente com o Césio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as radiações ionizantes, que já eram insalubres de grau máximo, como o 4° agente periculoso, sendo controvertido legalmente tal enquadramento, na medida em que não existe lei autorizadora para tal. NR 17 - Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT. NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200, incisos I da CLT. 18 NR 19 - Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acercado depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT. NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso, II da CLT. NR 21 - Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar livre e em pedreiras. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso, IV da CLT. NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos subterrâneos de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 293 a 301 e o artigo 200 inciso III, todos da CLT. NR 23 - Proteção Contra Incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT. NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200inciso VII da CLT. 19 NR 25 - Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200inciso, VII da CLT. NR 26 - Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VIII da CLT. NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem seu embasamento jurídico assegurado através do artigo 3° da lei n° 7.410de 27 de novembro de 1985, regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530de 9 de abril de 1986. NR 28 - Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos as erem adotados pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem a sua existência jurídica assegurada, em relação à legislação ordinária, através do artigo 201 da CLT, com as alterações que lhe foram dadas pelo artigo 2° da Lei n° 7.855 de 24 de outubro de 1989, que institui o Bônus do Tesouro Nacional - BTN, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas, e posteriormente, pelo artigo 1° da Lei n° 8.383 de 30 de dezembro de1991, especificamente no tocante à instituição da Unidade Fiscal de Referência -UFIR, como valor monetárioa ser utilizado na cobrança de multas em substituição ao BTN. 20 NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retro portuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n° 152 da OIT. NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho. NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura: Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973. NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde: Estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daquelas que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 21 NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados: Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção e Reparação Naval: Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. NR 35 – Segurança e Saúde no Trabalho em Altura: Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados: Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. 2.5.1 NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – E.P.I. De acordo com a Norma Regulamentadora NR-6, considera-se Equipamento de Proteção Individual – E.P.I., todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos e ameaças à segurança e à saúde no trabalho. O uso de E.P.I. é uma exigência da Legislação Trabalhista Brasileira através de suas Normas Regulamentadoras. Dessa forma, o não cumprimento pelo empregador poderá acarretar em ações de responsabilidade cível e penal, além de multas. Aos funcionários estão sujeitos a sanções trabalhistas podendo até ser demitido por justa causa. 22 Segundo a Legislação Trabalhista, é de obrigação do empregador fornecer os E.P.I. – Equipamentos de Proteção Individual adequado ao trabalho, fiscalizar e exigir seu uso, orientar e treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado, substituir os E.P.I. quando danificados ou extraviados, responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica e comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE qualquer irregularidade observada. Ainda segundo a Legislação Trabalhista, cabe ao empregado usar para finalidades a que se destina, responsabilizar-se pela guarda e conservação, além de comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso e cumprir com as determinações sobre o uso adequado. Os E.P.I. existem para proteger a saúde do trabalhador e devem ser testados e aprovados pela autoridade competente para comprovar sua eficácia. O Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos E.P.I. disponíveis no mercado através da emissão do Certificado de Aprovação (C.A.). Portanto o fornecimento e a comercialização de Equipamentos de Proteção Individual – E.P.I. sem o C.A. é considerada crime, assim o comerciante e o empregador ficam sujeitos às penalidades previstas em lei. E.P.I. para proteção da cabeça Esses equipamentos utilizados para proteção da cabeça são, basicamente, o capacete e o capuz, conforme figura 1 a seguir. Figura 1 - Tipos de Capacete Fonte: O autor, 2016. 23 O capacete e o capuz protegem o crânio e pescoço em trabalhos onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis de máquinas, protegem contra riscos de origem térmica, respingos de produtos químicos, choques ou arcos elétricos e contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos E.P.I. para proteção Auditiva Os equipamentos utilizados na proteção do sistema auditivo podem ser de inserção e circum-auricular, conforme figura 2 a seguir. Figura 2 - E.P.I. para proteção auditiva Fonte: O autor, 2016. Os protetores auditivos de inserção e circum-auricular são utilizados, basicamente para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora. E.P.I. para proteção dos olhos e face Os equipamentos destinados à proteção dos olhos e face são, basicamente, Óculos, Protetor Facial e Máscara de Solda, conforme figura 3 a seguir. Figura 3 - E.P.I. para proteção dos olhos e face Fonte: O autor, 2016. 24 Os equipamentos de proteção individual para olhos e face são utilizados para prevenção de lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos químicos, luminosidades intensas, radiação infra violeta, radiação infravermelha, poeiras e contra respingos de produtos químicos. E.P.I. para proteção Respiratória E.P.I. para proteção Respiratória São equipamentos para proteção respiratória: Respirador Purificador de Ar, Respirador de Adução de Ar e Respirador de Fuga, conforme figura 4 a seguir. Figura 4 - Protetores respiratórios Fonte: O autor, 2016. O Respirador Purificador protege as vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos, radionuclídeos, vapores orgânicos e contra partículas e gases emanados de produtos químicos. Já o Respirador de adução de ar com linha de ar comprimido e Máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteger as vias respiratórias em atmosferas com concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde e em ambientes confinados. E para a proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em condições de escape de atmosferas perigosas à vida e à saúde ou comconcentração de oxigênio menor que 18% em volume, é utilizado o Respirador de Fuga. 25 E.P.I. para proteção dos membros superiores Os equipamentos destinados à proteção dos membros superiores são, basicamente, luvas, mangas de proteção, braçadeiras, dedeiras, cremes protetores, conforme figura 5 a seguir. Figura 5 - E.P.I. para membros superiores Fonte: O autor, 2016. As luvas, mangas de proteção, braçadeiras, dedeiras e cremes protetores devem ser usados em trabalhos em que haja perigo de lesão provocada por materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes, produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes orgânicos e derivados de petróleo, materiais ou objetos aquecidos; choque elétrico, radiações perigosas, frio e agentes biológicos. E.P.I. para proteção dos membros inferiores Os equipamentos destinados à proteção dos membros inferiores são os calçados, meias, perneiras e calças especiais, conforme figura 6 a seguir. Figura 6 - E.P.I. para membros inferiores Fonte: O autor,2016. 26 Os calçados, meias, perneiras e calças devem ser utilizados para proteger os pés e pernas contra impactos de objetos sobre os artelhos, choques elétricos, agentes térmicos, agentes cortantes e escoriantes, umidade proveniente de operações com uso de água, baixas temperaturas e contra respingos de produtos químicos. 2.5.2 NR09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Esta Norma Regulamentadora se refere à preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores, através da prevenção de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA deve ser desenvolvido em cada setor da organização, sob a responsabilidade do empregador e com a participação de seus empregados e sua elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação, poderão ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR. Para tanto, o PPRA possui várias etapas a serem consideradas para o seu desenvolvimento. De início é necessário que se faça a antecipação e reconhecimento dos riscos, por meio de análise de projetos de novas instalações, métodos, processos de trabalho ou modificações dos já existentes, com objetivo de identificar possíveis riscos e inserir medidas de proteção para a sua redução ou eliminação. Essa antecipação deve ser feita antes da colocação do trabalhador em seu posto de trabalho e durante a permanência do mesmo no trabalho, pois poderão aparecer novos riscos no processo, sendo assim a atualização do PPRA algo de extrema importância. 27 Outra etapa importante é o estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle, pois se faz necessário e suficiente para garantir a excelência do PPRA, bem como a avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores. Além da implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia, é necessário o monitoramento da exposição aos riscos no ambiente de trabalho. E, por fim, o registro e divulgação dos dados, que deverão ser mantidos pelo empregador ou instituição, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA, conservados por um período mínimo de vinte anos e sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus representantes e para as autoridades competentes. Sendo assim, esta NR se torna de grande relevância devido a proteção e garantia de bem-estar aos empregados nos seus locais de trabalho. 2.5.3 Risco Grave e Iminente O Risco Grave e Iminente se caracteriza por toda e qualquer condição ou situação que possa gerar um acidente de trabalho grave que causando lesões sérias e graves a integridade física do trabalhador. Tal previsão dá-se na Norma Regulamentadora NR – 3, Embargo ou Interdição, da Lei 3.214, de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego. 3.1 Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador. 3.1.1. Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador. 3.2 A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento. 3.3 O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra. 3.3.1. Considera-se obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma. 28 3.4. Durante a vigência da interdição ou do embargo, podem ser desenvolvidas atividades necessárias à correção da situação de grave e iminente risco, desde que adotadas medidas de proteção adequadas dos trabalhadores envolvidos. 3.5. Durante a paralisação decorrente da imposição de interdição ou embargo, os empregados devem receber os salários como se estivessem em efetivo exercício. 2.5.4 Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais Segundo o Decreto-Lei nº 99/2003, de 27 de agosto, artigos 281 a 301, Acidente de Trabalho é o sinistro, entendido como acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho. Também conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". Ao lado da conceituação acima, de acidente de trabalho típico, por expressa determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais equiparam-se a acidentes de trabalho. Os incisos do art. 20 da Lei nº 8.213/91 as conceitua: • Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; • Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. 29 Um acidente de trabalho também pode gerar perdas materiais, ocasionado de prejuízos monetários leves a prejuízos de grande monta. Acontecem devido dois fatores, por um Ato Inseguro ou por um Ambiente Inseguro. O primeiro está ligado diretamente à ação do homem, onde ocorre através de um ato de negligência, imprudência ou imperícia. Já o segundo está ligado diretamente ás condições de segurança e saúde do ambiente físico do trabalho. Para que se evite um acidente de trabalho, há de serem tomadas ações que promovam a prevenção efetiva, proporcionando aos trabalhadores condições para o desenvolvimento das atividades laborais, tais como: • O fornecimento de um equipamento de proteção individual específico para o risco ambiental encontrado; • A implantação de um equipamento de proteção coletiva, que neutralize o (s) risco (s) ocupacional (is); • A adequação do layout do processo de trabalho; • A manutenção efetiva e preventiva das máquinas e dos equipamentos utilizados; • Tomada de ações que evitem o risco de incêndios;• Organizando o local de trabalho, de forma que não deixe peças ou qualquer tipo de material espalhado/ jogado pelo chão; • Devida sinalização dos Riscos Ocupacionais; • Treinamentos e Palestras de Conscientização dos Riscos Ocupacionais. 2.5.5 Ergonomia “A Ergonomia é a disciplina cientifica que visa a compreensão das interações entre os seres humanos e os outros componentes de um sistema, e a profissão que aplica princípios teóricos, dados e métodos com o objetivo de otimizar o bem-estar e o desempenho global dos sistemas. Os profissionais que praticam ergonomia, contribuem para a planificação, concepção e avaliação das tarefas, empregos, produtos, organizações, meios ambientes e sistemas, tendo em vista torna-los compatíveis com as necessidades, capacidades e limites das pessoas” (International Ergonomics Association – IEA, 2000). 30 As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou como são classificadas hoje, os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), são um dos problemas físicos mais comuns que pode causar limitações ou mesmo incapacidade de trabalhar. Utilizar soluções ergonômicas no local de trabalho é uma iniciativa que pode aumentar significativamente os níveis de satisfação, eficácia e eficiência do trabalhador. Objetivos da ergonomia: • Aumentar a eficiência organizacional (produtividade e lucros); • Aumentar a segurança, a saúde e o conforto do trabalhador ou usuário. Objetos de estudo e alvo de análise pela ergonomia com o objetivo de diminuir os perigos e prevenir erros e acidentes: • Posturas adotadas pelos trabalhadores; • Movimentos corporais efetuados; • Fatores físicos ambientais que enquadram o trabalho; • Equipamentos utilizados. Tipos de intervenção da ergonomia: • Concessão de postos e métodos de trabalho, ferramentas, máquinas e mobiliário; • Correção de problemas identificados através de metodologias próprias; • Sensibilização, informação e formação sobre os métodos e técnicas mais adequados para realizar as suas tarefas. Os benefícios da ergonomia são: • Prevenção de acidentes do trabalho; • Prevenção de doenças ocupacionais; • Melhoria das condições de trabalho ou uso; • Promover a integridade física e psicológica • Melhorar a integração, • Aumentar a produtividade nas empresas e reduzir custos. 31 As causas que levam às doenças do trabalho podem ser múltiplas e variadas. No entanto, grande parte dos casos são ocorridos devido ao uso excessivo e repetitivo de determinadas articulações do corpo. Outros fatores que contribuem para o aparecimento de lesões podem ser destacados: ausência de pausa durante a jornada de trabalho, postura inadequada, bem como móveis e equipamentos inadequados, jornada prolongada de trabalho, sustentação de peso, dentre outros. Podem-se citar como doenças ocupacionais as: Tendinites, Cistos Sinoviais, Epicondilites, Bursites, Síndrome do Túnel do Carpo, etc. As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou como são classificadas hoje, os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), são um dos problemas físicos mais comuns que pode causar limitações ou mesmo incapacidade de trabalhar, portanto utilizar soluções ergonômicas no local de trabalho é uma iniciativa que pode aumentar significativamente os níveis de satisfação, eficácia e eficiência do trabalhador, além de minimizar os efeitos negativos. 2.6 MÃO DE OBRADOS REEDUCANDOS Há muito tempo muitas empresas utilizam da mão de obra presidiária com diversos intuitos. De acordo com Fernandes (2006) - A diferença para um funcionário comum chega a quase 50% menor em relação ao presidiário. No entanto a utilização tem suas vantagens e desvantagens. Como vantagens temos: • Salário: O trabalho do reeducando, previsto na Lei de Execuções Penais (LEP), não pode ter remuneração inferior a três quartos do salário mínimo. Normalmente, nos convênios firmados entre empresas e presídios, é estipulado um salário mínimo como pagamento. • Sem encargos trabalhistas: Como o trabalho do reeducando não está sujeito ao regime da CLT, o empresário fica isento de encargos como férias, 13o, INSS e FGTS. Dependendo do piso salarial, a redução nos custos da mão de obra pode chegar a 50%. • O efeito social: O trabalho dos reeducandos também é uma ação de responsabilidade social. Ajuda na ressocialização assim como na redução da pena - a cada três dias de trabalho o reeducando tem um a menos de pena a cumprir. 32 • Custo de produção: Não é cobrada nenhuma taxa para o uso do espaço e da estrutura do presídio (água, luz, alimentação) dependendo do estado ou presídio. • Comprometimento O comprometimento dos reeducandos com o trabalho costuma ser grande. Os empresários afirmam que, muitas vezes, os melhores funcionários que tem são os próprios detentos (FERNANDES, 2006). Com relação as desvantagens temos: • Alta rotatividade dos reeducandos: A rotatividade de reeducandos dentro das oficinas de trabalho costuma ser grande. Tem sempre alguém passando para o regime semiaberto ou ganhando liberdade e, automaticamente, outro reeducando entrando no lugar. Isto exige da empresa gastos constantes com treinamento. Outro ponto que aumenta a rotatividade é o código de conduta que os reeducandos têm dentro do presídio, caso haja o descumprimento do mesmo o reeducando perde a chance de trabalhar. • Dificuldade de fazer hora extra: De acordo com a LEP (Lei de execução penal), que regulamenta o trabalho dos reeducandos, “a jornada normal de trabalho não será inferior a seis, nem superior a oito horas, com descanso nos domingos e feriados”. As empresas nunca conseguem fazer hora extra. Para isso seria necessário que os agentes carcerários também estendessem o horário de trabalho. • Adequação do espaço: Os empresários precisam investir para transformar o espaço cedido pelo presídio em lugar de trabalho. Alguns chegam até a construir novos pavilhões. • Entrada e saída de matéria prima e mercadorias: Os caminhões que levam e trazem produtos e mercadorias nos presídios devem respeitar um horário rígido, pré-determinado pela direção da unidade, para entrar e sair das unidades e são sempre revistados. • Blitz: Nos dias de revista geral, as empresas param de funcionar. Blitz são realizadas de surpresa – mesmo que a empresa tenha um pedido para entregar, não pode continuar funcionando. • Ação sindical: As empresas podem sofrer com a ação dos sindicatos, que exigem um limite na contratação de detentos - até 10% do total de empregados (FERNANDES, 2006). 33 2.7 TREINAMENTO Treinamento é um processo de transmissão de conhecimentos específicos relacionados ao trabalho, aplicado de maneira sistemática e organizada, onde as pessoas aprendem conhecimentos sobre atitudes, habilidades e maneiras de comportamento, para realização dos objetivos da empresa. Também é o ato de aumentar o conhecimento para desenvolver habilidades especificas. O treinamento é um investimento empresarial que tem por finalidade ajudar a alcançar os objetivos da empresa capacitando uma equipe através de conhecimentos e aprimorando as habilidades individuais para reduzir ou eliminar erros de desempenho para que se possa atingir a maior lucratividade para a empresa. Assim o treinamento não é despesa e sim um investimento preciso e necessário, pois os retornos são altamente compensatórios para a organização (CHIAVENATO,2003). 2.8 TREINAMENTO “ON THE JOB” O treinamento “on the job” ou treinamento no local de trabalho é uma metodologia simples e eficaz, onde um instrutor interno ou externo treina os alunos em seu habitat onde tal se sente mais seguro e disposto a aprender. Tal aprendizado é absolutamente vivencial onde há uma maior interação da teoria com a prática, eles aprendem na pratica onde há uma maior facilitação no trabalho de instrução pois em certo ponto os alunos assumem a posição
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