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direito de familia = aulas digitadas


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Aula 01 – 08/02/17
Conceito
Interdisciplinaridade
Direito Público e Particular
Evolução histórica
Família considerada em relação
Classificação
Aspectos pessoais:
Casamento
Divorcio
Filhos (guarda – poder familiar – adoção)
Uniões (homoafetiva)
Parentesco
Aspectos patrimoniais:
Alimentos
Regime de bens
União estável (homoafetiva)
Poder familiar
Aspectos assistenciais:
Tutela 
Curatela
CONCEITO: “O direito de família regula as relações entre seus diversos membros e as conseqüências que dela resultam para as pessoas e os bens” (CRG)[1: Carlos Roberto Gonçalves in Direitos Civil Brasileiro, 2012 – vol. 06 – Direito de Família. ]
O Direito de Família é predominantemente público – intervenção do Estado nas relações familiares (ex. lei da palmada).
Interdisciplinaridade
Evolução histórica – CF/67 (Emenda 1/69) – art. 167 / CF/88 – art. 226
CF/69 – art. 167
Art. 167 - A família é constituída pelo casamento e terá direito à proteção dos Poderes Públicos.
        § 1º - O casamento é indissolúvel.
        § 2º - O casamento será civil e gratuita a sua celebração. O casamento religioso equivalerá ao civil se, observados os impedimentos e as prescrições da lei, assim o requerer o celebrante ou qualquer interessado, contanto que seja o ato inscrito no Registro Público.
        § 3º - O casamento religioso celebrado sem as formalidades deste artigo terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for inscrito no Registro Público mediante prévia habilitação perante, a autoridade competente.
        § 4º - A lei instituirá a assistência à maternidade, à infância e à adolescência.
CF/88 – art. 226
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Segundo definição de PSG: “família é o núcleo existencial integrado por pessoas unidas por vínculo socioafetivo, teleologicamente vocacionada a permitir a realização plena dos seus integrantes, segundo o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”[2: GAGLIANO, Pablo Stolzer; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: direito de família. 2. ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 44]
Segundo CRG1, há a família MATRIMONIAL (formada pelo casamento), a INFORMAL (união estável) e a MONOPARENTAL (apenas um dos pais ou parente).
Há ainda a ANAPARENTAL (somente filhos ou outros parentes).
CARACTERÍSTICAS:
			Afetividade
Características	Estabilidade
			Ostentação
			Dignidade da pessoa humana
Princípios gerais	Igualdade
			Vedação ao retrocesso
						autoridade
						efeitos sucessórios
Família considerada em relação		alimentos
						efeitos fiscais
						efeitos previdenciários
						biológicos – naturais
						ilegítimos
Classificação em relação a filhos	 	adulterinos
						Incestuosos
PRINCIPIOS ESPECÍFICOS
Afetividade
Solidariedade (função social)
Plena proteção da criança
Convivência familiar
Intervenção mínima do Estado
Proteção ao idoso
Monogamia
Aula 02 – 16/02/17
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
	ANTES
	AGORA
	Qualificação – família legítima
	Reconhecimento outras formas
	≠ estatutos do homem e da mulher
	Igualdade absoluta
	Categorização dos filhos
	Paridade
	Indissolubilidade do casamento
	Dissolubilidade (divórcio)
CASAMENTO 
Conceito : “negócio jurídico bilateral, solene, “sui generis”, pelo qual duas pessoas, independentemente de sexo, se unem com fim de constituir família, assumindo direitos e deveres regulados pela Lei civil”.
CC. Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Natureza jurídica: ato solene – duas pessoas – livre e espontânea vontade – teoria eclética (ato/contrato/ instituição)
“ a) um contrato; b) uma instituição; c) um ato complexo, de caráter híbrido, misto ou eclético.
Para os adeptos da teoria contratualista, o casamento é um negócio jurídico que depende da livre manifestação de vontade das partes para sua realização, de modo a produzir seus efeitos patrimoniais regulados pelo regime de bens, assim, o matrimônio seria um “contrato” a ser apreciado diante do plano da existência, validade e eficácia.
Tal teoria é rebatida por uma corrente que o identifica como uma instituição, pois o mesmo é regido por normas de ordem pública, que define de forma pormenorizada seus efeitos jurídicos, impondo deveres e estabelecendo os direitos dos cônjuges, não podendo ser mitigados pela livre vontade das partes. Outrossim, não poderia se subsumir à condição de um contrato pois o casamento não regula apenas efeitos patrimoniais, mas, também, acarreta efeitos pessoais que não são objetos de um contrato.
Diante do impasse, surge uma terceira corrente que o concebe como um ato complexo de natureza mista, híbrida ou eclética, pois reconhece no mesmo a coexistência de características contratuais com as institucionais. Para esta terceira corrente, a autonomia da vontade das partes se resume apenas à liberdade de escolher o parceiro, o regime de bens e a permanência ou não da relação familiar. Por seu turno, efeitos pessoais como alteração do estado civil, surgimento dos vínculos de parentesco, alteração do nome, deveres de fidelidade e coabitação, entre outros, retiram do casamento sua essência contratualista, já que efeitos pessoais não podem ser regulados por contrato.
Assim, esta terceira corrente sustenta que o casamento é um contrato na sua formação, mas no seu curso é uma instituição, de modo que toma uma feição mista, híbrida e eclética que mescla, de forma mais ponderada, as duas correntes anteriores.[3: http://cleverjatoba.blogspot.com.br/2014/03/casamento-parte-1.html ]
Característica: 
Negócio solene (formalidade)
Ato público
Alteração do estado civil
Norma de ordem pública
União perene (arts. 1.511, 1.565 e 1.566)
Condição volitiva (livre escolha dos nubentes)
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Formalidades preliminares
Habilitação – Cartório de Registro Civil
Processo
Certidão
Proclamas
Intervenção judicial 
	Curiosidade: Lei dos Registros Públicos – Lei dos Registros Públicos – artigos 67 a 76 - fala sobre o casamento (habilitação, formalidades, etc).[4: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6015compilada.htm]
Modalidades:Cartório civil
Juiz de paz [5: Vide anexo 01]
Casamento religioso com efeito civil
Formas especiais:
por procuração – art. 1.542, CC
moléstia grave – art. 1.539, CC
Nuncupativo – art. 1.540/1.541, CC.
	Nuncupativo – declaração de vontade de forma oral (não escrita)
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
Dirimentes absolutos – artigo 1.521, CC.
Causas suspensivas - artigo 1.523, CC.
Impedimentos (motivos) dirimentes absolutos:
Não tem prazo para serem alegados
Motivos eugênicos (genéticos) ou morais
CAPÍTULO III
Dos Impedimentos
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
CAPÍTULO IV
Das causas suspensivas
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.
	
Há multiplicidade de vínculos parentais e algumas decisões dos Tribunais mudam paradigmas. Exemplo, o RE 898060 do STF que reconheceu o vínculo parental socioafetivo.[6: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/RE898060.pdf - Anexo 02]
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO – art. 1.517, CC.
Suprimento judicial de idade
Suprimento judicial de consentimento
Casamento homoafetivo (ADI 4277/DF-STF e Res. 175 do CNJ)[7: Anexo 03][8: Anexo 04]
Forma e local da celebração – art. 1542
Doença grave – art. 1539
Prova do casamento – art. 1543
Posse do estado de casado – art. 1545
INVALIDADE DO CASAMENTO
Inexistente – nulo – art. 1548
Falta de consentimento
Coação
Celebração sem formalidades legais
Putativo – art. 1561
Má-fé
Boa-fé
Erro essencial – art. 1557
Aula 23/02/17
CASAMENTO
Invalidade – art. 1521
Nulidade – art. 1548
Casamento anulável – art. 1523 [9: Todos os artigos já estão transcritos anteriormente.]
EFICACIA DO CASAMENTO
Nome – art. 1565 – refere-se ao direito de personalidade
Planejamento familiar – não obrigatoriedade de ter filhos – motivo genético ou outro
	Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
Efeitos pessoais – art. 1511 e 1566
Comunhão de vida
Fidelidade
Mesmo domicilio – regra
Sustento dos filhos
Respeito e consideração mútuos
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
EFEITOS PATRIMONIAIS
Sustento 
Alimentos
Regime de bens
Bem de família
Patrimônio comum (alienação, outorga)
Herdeiro necessário
Sucessão
Direito real de habitação
Direção da sociedade conjugal
RECORDANDO
			18 – capacidade plena
Idade núbil	16 – precisa autorização de AMBOS os pais[10: Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.]
			Menos de 16 anos – suprimento de idade e autorização
Utilização da ESCADA PONTEANA para o casamento como NEGOCIO JURIDICO ESPECIAL
	
	
	EFICACIA
	
	VALIDADE
	
	EXISTENCIA 
	Maiores e capazes
	
	Partes
	Livre
	
	Vontade
	Lícito
	
	Objeto
	Prescrita em lei 
	
	forma
	
	
	
	
	
ANULAÇÃO
	COAÇAO
	4 ANOS DO CASAMENTO
	CONJUGE COATO
	MENORES 16 ANOS
	180 DIAS
	
	
	
	
DIVORCIO
Da Dissolução da Sociedade e do vínculo Conjugal
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.
Parágrafo único. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, não poderá importar restrições aos direitos e deveres previstos neste artigo.
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente competirá aos cônjuges.
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão.
EMENDA CONSTITUCIONAL 66/10 - dá nova redação ao par. 6º do art. 226 da CONSTITUIÇÃO FEDERAL, que dispõe sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprindo o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos.
Art. 1º O § 6º do art. 226 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 226. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio."
FORMAS DE REQUERER A EXTINÇÃO DO CASAMENTO
JUDICIAL	consensual
		Litigioso
Obrigatório quando há filhos menores ou incapazes
EXTRAJUDICIAL		Tabelionato de notas através de escritura pública
Efeitos
Nome
Partilha de bens
Alimentos
EXTINÇÃO DO VÍNCULO CONJUGAL
Art. 1571
Morte
Nulidade
Anulabilidade
Divórcio
Separação judicial/desquite – antes de 2010
PERGUNTAS PARA A PROXIMA AULA
Quem pode opor causas suspensivas ao casamento?
Quem pode opor causas impeditivas ao casamento?
Sobre a pluralidade do conceito de família, a CF/88, em sua redação original, reconhece expressamente quais entidades familiares?
O roldescritivo do artigo 226 da CF/88 é exemplificativo ou taxativo? Explique.
Qual a idade mínima prevista no Código Civil para que homens e mulheres posam convolar núpciais?
Regiane, solteira, com 16 anos de idade, órfã de mãe, é devidamente autorizada pelo seu pai, casa-se com Jarbas, filho de sua tia materna, sendo ele solteiro e capaz, com 23 anos. Pergunta-se: o casamento é válido? Explique. 
RESPOSTAS:
Podem opor causas suspensivas ao casamento aqueles elencados no artigo Art. 1.524 do Código Civil, ou seja: “As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.” 
As causas impeditivas podem ser opostas por qualquer pessoa, conforme disposto no artigo 1.522 do Código Civil, ou seja: “Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
 Reconhece expressamente, além do casamento, a união estável como entidade familiar. Trata-se daquele convívio público, contínuo e duradouro entre homem e mulher, com o intuito de constituir família. Por sua vez, concebeu também como família a comunidade formada por pais, ou qualquer deles e os seus filhos, sendo chamada de família monoparental (Art. 226 da CF-88).
O rol é considerado exemplificativo, pois não só as famílias decorrentes do vinculo consanguíneo e do matrimonio atingem seu fim, portanto, trata-se de uma norma de inclusão para as demais espécies de famílias. (Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.)
Conforme dispõe o Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
O casamento é valido. Inicialmente, porque com o falecimento da mãe, tornando-se órfã, o pátrio poder passa a ser exercido exclusivamente pelo pai. E não há impedimento em casar com o primo, porque ele é parente consangüíneo de quarto grau.
PODER FAMILIAR
(art. 226/227 – Patrio Poder, art. 1916, CC)
CONCEITO - conjunto de direitos e obrigações quanto a pessoa e bens do filho menor, não emancipado, exercido pelos pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho.
(poder natural, que nasce com a criança, não é de terceiros, é só dos pais)
Evolução histórica -evoluiu com a família e o conceito de família. 
Antes era um poder absoluto, exercido pelos pais, sem interferência do Estado, inclusive podendo dispor dos filhos como objetos (podiam ser vendidos ou escravizados).
O CC/16 instituiu o poder do pai – pátrio poder
O Estatuto da Mulher Casada reconhece o poder da mãe.
A partir de 1988, ambos passam a exercer o pátrio poder.
Hoje o poder não é absoluto, é relativo, já que o Estado intervém nessa relação.
Características:
Irrenunciável – regra geral – adoção é exceção
Inalienável – regra sem exceção
Prescritível -não é perpétuo
Direto de proteção- usar o pátrio poder em benefício da criança
Temporariedade – até atingir a maioridade civil ou a emancipação
Sujeitos:
Ativo - pai e mãe (somente), sendo que um assume integralmente na morte do outro ou pela destituição do pátrio poder
Passivo - filho menor não emancipado, filhos incapazes (porém a responsabilidade não é automática, tem que fazer a interdição)
Artigo 1634, CC – compete aos pais no exercício do Poder Familiar...
ATENÇÃO AO ARTIGO 1634!
Do Exercício do Poder Familiar
Art. 1.634.  Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:   
I - dirigir-lhes a criação e a educação;  
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; 
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; 
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; 
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município;
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; 
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;  
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.  
EXTINÇÃO – art. 1635
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
SUSPENSÃO – art. 1637 
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
DESTITUIÇÃO – art. 1638
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
Da proteção da pessoa dos filhos – art. 1583 e ss. do CC
(envolve questão multidisciplinar – psico, social, econômico)
CAPÍTULO XI
Da Proteção da Pessoa dos Filhos
Art. 1.583.  A guarda será unilateral ou compartilhada.   .
§ 1o  Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.         .
§ 2o  Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.           
I - (revogado);  II - (revogado);  III - (revogado
§ 3º  Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos
§ 4o  (VETADO).         
§ 5º  A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.          
Art. 1.584.  A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:           
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;       .
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.          .
§ 1o  Na audiência de conciliação, o juizinformará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.          .
§ 2o  Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.        
§ 3o  Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe.         
§ 4o  A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor.          
§ 5o  Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.           
§ 6o  Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação.           
Art. 1.585.  Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584.           
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais.
Art. 1.587. No caso de invalidade do casamento, havendo filhos comuns, observar-se-á o disposto nos arts. 1.584 e 1.586.
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados convenientemente.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Parágrafo único.  O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente.       (Incluído pela Lei nº 12.398, de 2011)
Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores estendem-se aos maiores incapazes.
Guarda dos filhos:
Unilateral ou exclusiva – art. 1583, §1º e 5º
Alternada – em período exclusivos de guarda
Nidação ou aninhamento (só existe na Inglaterra – os pais saem, a criança fica na casa e eles se revesam no período determinado)
Compartilhada – art. 1583, §1º, 2ª. Parte e §2º
Atribuida à terceiro – art. 1584, §5º. ( e Lei 13508/14)
Princípio do melhor interesse da criança
Fixação da residencia (domicilio) – onde a criança pode ser encontrada
Cônjuge culpado – não existe mais essa figura desde a Lei do Divorcio.
Direito de visitas – um tem a guarda, o outro tem o direito – art. 1589, CC
Dever de fiscalização – art. 1589, CC
Alimentos – art. 1590, CC
Síndrome de Alienação Parental – Lei 12318/10 
Abandono moral – cabível indenização?
(pensão/carência afetiva/convívio)
PARENTESCO – art.1591 a 1595
Conceito: relação jurídica calçada na afetividade e reconhecida pelo direito entre pessoas integrantes do mesmo grupo familiar, seja pela ascendência, descendência ou colateralidade, independentemente da natureza.
(conjuge não é parente – sogra é para sempre, porque eu não posso casar com ela – relação de parentesco ≠ conceito família)
Tipos: natural, civil ou por afinidade
Classificação:
Natural – consanguíneos
Civil – legal, jurídico (adoção, reconhecimento paternidade, socioafetivo, reprodução heterologa assistida)
Por afinidade – travado entre um dos cônjuges ou companheiros e os parentes do outro.
Classificação quanto a linhas
RETA – vertical – ascendentes, descendentes e colateral
GRAU – nível de distância entre cada linha, contando a partir de cada pessoa em relação ao seu parente mais próximo.
COLATERAL – descendem de ancestral comum sem descenderem um dos outros, ou aqueles que sem descenderem uns dos outros, derivam do mesmo tronco comum
	2º GRAU
	AVÓS
	
	
	
	
	
	
	1º GRAU
	PAIS
	
	3º GRAU
	
	
	2º GRAU
	TIO
	
	EU
	IRMÃO
	
	
	
	
	4º GRAU
	1º GRAU
	FILHOS
	SOBRINHO
	PRIMO
	
	
	3º GRAU
	
	2º GRAU
	NETOS
	
	
Como fazer a contagem das linhas e graus: 
Meu pai é meu parente em 1 grau em linha reta, assim como meu filho.
Já meu irmão é meu parente de 2º grau porque nós temos um ascendente em comum de 1º grau. Ou seja, para chegar no meu irmão, na arvore genealógica legal, eu preciso subir 1 grau em linha reta e contar mais 1 grau na linha transversal (ou colateral).
Para chegar ao meu primo, eu tenho que subir 2 graus em linha reta, contar 1 grau na linha colateral e descer 1 grau. Então ele é meu parente de 4 grau.
Ou seja, primeiro é preciso achar o ascendente comum na linha reta e depois contar os graus na linha colateral.
(vide exercício da família Simpson)
Efeitos do parentesco: 
Patrimoniais 
Impedimentos (para casamento, adoção)
Obrigações (alimentos)
FILIAÇÃO E RECONHECIMENTO DE FILHOS
Conceito – relação de parentesco em 1ºgrau, e em linha reta que se estabelece entre filhos e seus pais biológicos ou afetivos.
Grau de parentesco que liga uma pessoa àquelas que a geraram como se a tivessem gerado.
Principio da igualdade – também se aplica no direito sucessório quanto a partilha.
Art. 227, § 6º CF, art.1596,CC
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Reconhecimento voluntário – conceito: ato formal de livre vontade, irretratável, incondicional e personalíssimo, praticado ordinariamente pelo pai.[11: Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.]
Pode ser extrajudicial
Por ser feito por relativamente incapaz (16 anos - reconhece com assistência dos pais)
Nascituros - pode ser feito por menor de 16 anos.
Presunção legal – presunção relativa de paternidade
Depois do exame de DNA não existe mais presunção absoluta, só relativa
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade. – a impotência é fato que deve ser comprovado 
Posse do estado de filho – direito de personalidade, cabível ao “filho de criação”, desde que reconhecida publicamente (apresenta como filho, refere-se como filho, é de conhecimento público que, apesarde não ser biológico, o pai o considera filho).
Prova de filiação – art. 1.603, CC
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
Reconhecimento		filhos havidos fora do casamento (art. 1.611)
				Ação negatória de paternidade
				Impugnação (art. 1.614)
				Investigação de paternidade (Lei 8560/ 92)
LEI Nº 8.560, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1992.
	
	Regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1° O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro de nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação expressa e direta perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Art. 2° Em registro de nascimento de menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial remeterá ao juiz certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser averiguada oficiosamente a procedência da alegação.
§ 1° O juiz, sempre que possível, ouvirá a mãe sobre a paternidade alegada e mandará, em qualquer caso, notificar o suposto pai, independente de seu estado civil, para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é atribuída.
§ 2° O juiz, quando entender necessário, determinará que a diligência seja realizada em segredo de justiça.
§ 3° No caso do suposto pai confirmar expressamente a paternidade, será lavrado termo de reconhecimento e remetida certidão ao oficial do registro, para a devida averbação.
§ 4° Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a notificação judicial, ou negar a alegada paternidade, o juiz remeterá os autos ao representante do Ministério Público para que intente, havendo elementos suficientes, a ação de investigação de paternidade.
§ 5o  Nas hipóteses previstas no § 4o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção.  
 § 6o  A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a quem tenha legítimo interesse de intentar investigação, visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade.  
Art. 2o-A.  Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos
Parágrafo único.  A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório. .
Art. 3° E vedado legitimar e reconhecer filho na ata do casamento.
Parágrafo único. É ressalvado o direito de averbar alteração do patronímico materno, em decorrência do casamento, no termo de nascimento do filho.
Art. 4° O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento.
Art. 5° No registro de nascimento não se fará qualquer referência à natureza da filiação, à sua ordem em relação a outros irmãos do mesmo prenome, exceto gêmeos, ao lugar e cartório do casamento dos pais e ao estado civil destes.
Art. 6° Das certidões de nascimento não constarão indícios de a concepção haver sido decorrente de relação extraconjugal.
§ 1° Não deverá constar, em qualquer caso, o estado civil dos pais e a natureza da filiação, bem como o lugar e cartório do casamento, proibida referência à presente lei.
§ 2º São ressalvadas autorizações ou requisições judiciais de certidões de inteiro teor, mediante decisão fundamentada, assegurados os direitos, as garantias e interesses relevantes do registrado .
Art. 7° Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se fixarão os alimentos provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite.
Art. 8° Os registros de nascimento, anteriores à data da presente lei, poderão ser retificados por decisão judicial, ouvido o Ministério Público.
Art. 9° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 10. São revogados os arts. 332, 337 e 347 do Código Civil e demais disposições em contrário.
ADOÇÃO 
Ver: ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/1990
Lei da Adoção – nº 12.010/2009
Conceito 
Quem pode adotar
Quem não pode adotar
Quem pode ser adotado
Requisitos
Efeitos da adoção
CONCEITO – ato jurídico solene e personalíssimo de natureza complexa por depender de decisão judicial, por meio do qual algum estranho é introduzido na família do adotante como filho.
(outro conceito jurídico: É a inclusão de uma nova família, de forma definitiva e com aquisição de vínculo jurídico próprio de filiação, de uma criança/adolescente cujos pais morreram, aderiram expressamente ao pedido, são desconhecidos ou mesmo não podem ou não querem assumir suas funções parentais, motivando a que a autoridade em processo regular lhes tenha decretada a perda do poder familiar)
QUEM PODE ADOTAR – regra geral, qualquer pessoa capaz, não importando sexo, estado civil ou nacionalidade.
o adotante tem que ter no mínimo 18 anos, pode ser homem ou mulher, ou outro gênero e também pode ser estrangeiro (Art. 42. ECA:  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil)
O adotante tem que ser pelo menos 16 anos mais velho do que o adotado (art. 42, §3º, ECA)
QUEM NÃO PODE ADOTAR - Os ascendentes (avós paternos e maternos) e os irmãos do adotando (já são parentes)
QUEM PODE SER ADOTADO - Menores até 18 anos, à data do pedido. Ou até 21 anos se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. 
Mas também pode ser adotado um adulto, ou seja, pessoas que já atingiram a maioridade civil também podem ser adotadas, respeitada a diferença mínima de dezesseis anos entre adotante e adotado. Nesta hipótese, a adoção dependerá da assistência do Poder Público e de uma sentença constitutiva, que criará o vínculo jurídico de adoção. Assim, um homem de quarenta anos poderá ser adotado, por exemplo, por um outro adulto de setenta anos.
REQUISITOS:
Adotante – maior de 18 anos, casado ou união estável (mas os divorciados também podem adotar, desde que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão (art. 42, §4º, ECA)
EFEITOS DA ADOÇÃO:
PESSOAIS	PARENTESCO
		PODER FAMILIAR
		NOME E SOBRENOME (DIREITO DE PERSONALIDADE)
PATRIMONIAIS	ALIMENTOS
			PENSÃO ALIMENTÍCIA
			HERANÇA (DIREITOS SUCESSÓRIOS)
P1 – 30/03 – 8H
Art. 1511 a 1638, CC
(+ Lei da Adoção , + ECA, + Lei do divórcio, + Lei de investigação de paternidade)
Conceito de família 
Casamento (art. 1511 a 1524) 
União homoafetiva
(não estudar habilitação, celebração, provas, procedimento)
Impedimentos (art. 1548 a 1570)
Divórcio (art. 1571, 1579, 1581 e 1582 + Lei do Divórcio)
Filiação (investigação de paternidade, Lei 8560/92)
Reconhecimento dos filhos
Guarda dos filhos – regras
Parentesco – graus 
										Aula 25/04/17
ASPECTOS PATRIMONIAIS DO DIREITO DE FAMILIA
REGIME DE BENS ENTRE CONJUGES
CONCEITO - pelo regime de bens do casal ficam identificados os bens que compõem os acervos do patrimônio de cada um dos cônjuges e os que foram destacados para compor a massa da comunhão, destinada ao alicerce patrimonial da estrutura da família.
(o regime e bens tem influência direta na dissolução do casamento e no direito sucessório)
(patrimônio - conjunto de bens, direitos e obrigações de uma família ou empresas)
ESPÉCIES
	a. Regime de Comunhão parcial de bens (legal ou supletivo)
	b. Regime de Comunhão Universal de bens 
	c. Regime deSeparação Total de bens
	d. Regime de participação final dos aquestos
PACTO ANTENUPCIAL
Conceito - contrato solene e condicional, por meio do qual os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará para ambos, após o casamento
Capacidade – plena, após os 18 anos (é um contrato)
		- a partir dos 16 (idade núbil), assistido pelos pais
		- menores de 16 anos, somente com separação legal ou obrigatória (artigo 1641 do CC)
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;          
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
ESTIPULAÇÕES PERMITIDAS
Patrimonial (Não pode sobre filhos, pensão alimentícia)
Vício de cláusula não contamina a convenção
Nulidade do pacto não interfere no casamento, porque é acessório
PRINCÍPIOS
Art. 1639, § 2o - É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Conclusões:
Imutabilidade ou Irrevogabilidade – antes de 77, absoluto - hoje, relativo
autorização judicial
juiz vai avaliar se há dívida (ou motivos)
Variedade – 4 tipos
Estipulação – livre
ADMINISTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE BENS 
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647;
II - administrar os bens próprios;
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.
- vênia conjugal:
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.
- suprimento – menores de 16 ou maiores de 70 anos:
Súmula 377
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. 
- separação legal ou obrigatória:
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Art. 1648 – suprimento – manifestação de consentimento de um dos cônjuges ao outro para prática de determinados atos, sob pena de invalida-los.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.
§ 1o As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
§ 2o A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3o Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.
Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal.
Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial.
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns.
Definição – aquele em que há, em regra, a comunicabilidade dos bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento por um ou ambos os cônjuges, preservando-se assim como patrimônio pessoal e exclusivo de cada um os bens adquiridos por causa anterior ou recebidos a título oneroso a qualquer tempo.
Comunicabilidade – não é absoluta ((ex.: bens gratuitos)
Exceções: 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Bens sub-rogados (depende de prova) – substituídos
Ex.: um tem um patrimônio e o outro também, mas vendem e com o dinheiro compram um outro bem em conjunto, que passa a ser do casal, mas eu posso provar a minha participação se essa for maior.
Quais os bens que não se comunicam?
- aqueles recebidos de doações para apenas um dos cônjuges (mãe para filho, sem ônus, é apenas do filho, não do casal)
- anteriores ao casamento
- herança (recebimento sem ônus)
- obrigações (cada um paga as suas dívidas)
- bens de uso pessoal (livros, instrumentos profissionais, escova de dentes, etc.)
										Aula 27/04/17
REGIME DE BENS
COMUNHÃO TOTAL (UNIVERSAL) DE BENS
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Art. 1667 - Conceito: Determina uma fusão do patrimônio anterior dos cônjugese a comunicabilidade dos bens havidos a título gratuito ou oneroso, no curso do casamento.
Art. 1668 - análise
I – doação com cláusula incomunicabilidade – tem que constar da escritura de doação a incomunicabilidade – e qualquer sub-rogação também.
II – herdeiro fideicomissário – confuso
III – dívidas (origem, utilização)
IV – doação
V – os do anterior
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhão universal o disposto no Capítulo antecedente, quanto à administração dos bens.
Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges para com os credores do outro.
SEPARAÇÃO CONVENCIONAL ou absoluta
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
Pacto antenupcial (2 massas) – respeito ao princípio da autonomia de vontade na disponibilidade de bens patrimoniais
Conceito – os cônjuges pretendem, por meio da vontade manifestada no pacto antenupcial, resguardar a exclusividade e a administração de seu patrimônio pessoal, anterior ou posterior ao matrimônio (não há meação)
REGIME DE PARTICIPAÇÃO DOS AQUESTOS
Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aqüestos, computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da dissolução.
Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge.
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de terceiros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso pessoal do outro.
Art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro.
Parágrafo único. Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens.
Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial.
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos aqüestos à data em que cessou a convivência.
Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-proprietário.
Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante autorização judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.
Art. 1.685. Na dissolução da sociedade conjugal por morte, verificar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros na forma estabelecida neste Código.
Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
Regime híbrido – parcial/total
Por esse regime, durante o casamento, cada cônjuge possui patrimônio próprio e administração exclusiva, cabendo-lhe na época de dissolução da sociedade conjugal/divórcio, direitos de meação sobre os bens aquestos onerosos adquiridos pelo casal.
 PARTILHA DE BENS
Cláusula de dureza
Art. 1574 Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.
ITCMD (doação) – desigualdade – ou ITBI (p/ venda)
Mancomunhão – durante o casamento tudo é dois dois (duas mãos – em comum)
Cotas de Pessoa Jurídica
Usucapião familiar – 2 anos
Doação em favor de terceiro – promessa de doação como cláusula do divórcio, é aceita na jurisprudência (mas fora disso, não)
USUFRUTO E ADMINISTRAÇÃO DOS FILHOS MENORES
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar:
I - são usufrutuários dos bens dos filhos;
II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade.
Usufruto legal (art. 1689) – legal e automático
Prestação de contas (tutor, curador) – pais NÃO
Alienação de bens:
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:
I - os filhos;
II - os herdeiros;
III - o representante legal.
Autorização judicial – mesmo sendo os pais para alienar:
ECA, Art. 201. Compete ao Ministério Público 
(...) VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: 
 Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível,em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
Excluídos da administração:
Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais:
I - os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento;
II - os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exercício de atividade profissional e os bens com tais recursos adquiridos;
III - os bens deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos, ou administrados, pelos pais;
IV - os bens que aos filhos couberem na herança, quando os pais forem excluídos da sucessão.
BEM DE FAMÍLIA
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
Lei 8009/90 - Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Conceito – imóvel utilizado como residência da entidade familiar, decorrente de casamento, união estável, entidade monoparental, ou entidade de outra origem, protegido por previsão legal específica.. 
Quando houver vários, é convencional – por escritura pública
Lei 8009/90 – Lei de impenhorabilidade 
RESP STJ/RS 621399
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL MOVIDA EM FACE DE BEM SERVIL À RESIDÊNCIA DA FAMÍLIA. PRETENSÃO DA ENTIDADE FAMILIAR DE EXCLUSÃO DO BEM DA EXECUÇÃO FISCAL. POSSIBILIDADE JURÍDICA E LEGITIMIDADE PARA O OFERECIMENTO DE EMBARGOS DE TERCEIRO. É BEM DE FAMÍLIA O IMÓVEL PERTENCENTE À SOCIEDADE, DÊS QUE O ÚNICO SERVIL À RESIDÊNCIA DA MESMA. RATIO ESSENDI DA LEI Nº 8.009/90. 1. A lei deve ser aplicada tendo em vista os fins sociais a que ela se destina. Sob esse enfoque a impenhorabilidade do bem de família visa a preservar o devedor do constrangimento do despejo que o relegue ao desabrigo. 2. Empresas que revelam diminutos empreendimentos familiares, onde seus integrantes são os próprios partícipes da atividade negocial, mitigam o princípio societas distat singulis, peculiaridade a ser aferida cum granu salis pelas instâncias locais. 3. Aferida à saciedade que a família reside no imóvel sede de pequena empresa familiar, impõe-se exegese humanizada, à luz do fundamento da república voltado à proteção da dignidade da pessoa humana, por isso que, expropriar em execução por quantia certa esse imóvel, significa o mesmo que alienar bem de família, posto que, muitas vezes, lex dixit minus quam voluit. 4. In casu, a família foi residir no único imóvel pertencente à família e à empresa, a qual, aliás, com a mesma se confunde, quer pela sua estrutura quer pela conotação familiar que assumem determinadas pessoas jurídicas com patrimônio mínimo. 5. É assente em vertical sede doutrinária que "A impenhorabilidade da Lei nº 8.009/90, ainda que tenha como destinatários as pessoas físicas, merece ser aplicada a certas pessoas jurídicas, às firmas individuais, às pequenas empresas com conotação familiar, por exemplo, por haver identidade de patrimônios." (FACHIN, Luiz Edson. "Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo", Rio de Janeiro, Renovar, 2001, p. 154). 6. Em conseqüência "(...) Pequenos empreendimentos nitidamente familiares, onde os sócios são integrantes da família e, muitas vezes, o local de funcionamento confunde-se com a própria moradia, DEVEM BENEFICIAR-SE DA IMPENHORABILIDADE LEGAL." [grifo nosso] 7. Aplicação principiológica do direito infraconstitucional à luz dos valores eleitos como superiores pela constituição federal que autoriza excluir da execução da sociedade bem a ela pertencente mas que é servil à residência como único da família, sendo a empresa multifamiliar. 8. Nessas hipóteses, pela causa petendi eleita, os familiares são terceiros aptos a manusear os embargos de terceiro pelo título que pretendem desvincular, o bem da execução movida pela pessoa jurídica. 9. Recurso especial provido.(STJ - REsp: 621399 RS 2003/0221656-9, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 19/04/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 20/02/2006 p. 207)
STJ Súmula 364 - O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Em grandes patrimônios, quando há vários bens imóveis, o instituído para bem de família, não pode ser superior a 1/3 do patrimônio (Art. 1711, 2ª parte)
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
- impenhorável
- inalienável
- cônjuges, com filho, até maioridade – convencional
- mesmo sendo alugado para prover renda – tendo apenas um imóvel, este é protegido pela impenhorabilidade
- vaga na garagem – se a matrícula é diferente do imóvel, só um é protegido (ou o apartamento ou a vaga)
 
Lei 8009/90 – art. 3º - exceções
III - IV – V – VI – VII 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;   (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015) \não pode mais penhorar o imóvel por débito trabalhista com empregada do lar
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação
ALIMENTOS
Conceito – prover em virtude das relações parentais, para quem não pode prove-los por si mesmo, todos os recursos necessários para sua subsistência, neles compreendidos, não só que é imprescindível para a vida, mas também as necessidades de vestuário, educação, habilitação, assistência médica e lazer.
	- Relação de parentesco
	- Ato ilícito
	- Contrato
	- Intervivos
	- Causa mortis
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Fundamentos: constitucionais:
Princípio da dignidade da pessoa humana
Princípio da relatividade
Classificação
Quando à natureza:
Naturais – básicos(A–S–M)
Côngruos – outros (alimentos civis, aqueles necessários para manutenção do padrão de vida da parte)
Quando à causa jurídica:
Legais – devidos em decorrência da relação de família (imposto por lei) – Art.1694
Gravídicos – Lei 11.804/08
Voluntários – intervivos ou causa mortis
Indenizatórios – fundamento no ato ilícito
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Quanto ao momento da reclamação:
Atuais – liminar
Pretéritos – sentença onde fixou alimentos – não pode cobrar os pretéritos – indevidos
Futuros – devidos a partir fixação da sentença ou liminar
(fixados os alimentos, quando criança fizer dezoito anos, pode cobrar TODOS os atrasados, porque contra menos não há prescrição)
3 últimos – prisão civil
2 anos – para maiores – execução sob pena de penhora
Obrigação Alimentar
Transmissível aos herdeiros – só com fixação anterior
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
Divisível – se o devedor principal não puder, os demais parentes
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Condicional – parentesco – possibilidade de quem paga, necessidade de quem precisa
Art. 1694, § 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Recíproco – pais x filhos e vice-versa
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Mutável – variável de valor/situação financeira
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
Características
Direito personalíssimo
Irrenunciável – não é absoluta
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
Incessível (cessão – ceder) – não é negociável
Incompensável – pensão não se compensa com dívida recíproca (parte final do art.1707)
Impenhorável
Imprescritível – não prescreve, só as prestações
Irrepetível – ação regressa
Intransacionável
No caso de união estável, é cabível a prestação de contas dos alimentos
Pressupostos
Existência de vínculo familiar – colateral até segundo grau
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Necessidade de alimentado
Possibilidade econômica do alimentante		BINÔMIO:
Proporcionalidade fixação					Regra geral 1/3 dos rendimentos
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Causas de extinção
Morte do alimentando
Fim da necessidade do alimentando
Falta de capacidade do alimentante
Casamento (União estável – concubinato)
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos.
Indignidade
Art. 1708, Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Aula 11/05/17
UNIÃO ESTÁVEL
Conceito – a união estável é a convivência não adulterina, nem incestuosa, sob o mesmo teto ou não, entre duas pessoas, de forma pública, continua e duradoura, com objetivo de constituir família
Rejeição – ausência de tutela legal em razão da indissolubilidade do casamento
SAGA		tolerância - ±1963 – previdênciapas sa a aceitar a/o companheira/o, indenização por serviços domésticos presados, Sumula 380 STF (Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum)
Valorização – CF/88 – art. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
Lei 8971/94 derrogada pela Lei 9278/96 (lei da união estável)
Requisitos – art. 1.723, CC
União afetiva entre duas pessoas
Convivência pública – more uxória
Convivência continua e duradoura
Intenção de constituir família (“ficada” – Resp.557365. STJ)
Direito civil. Recurso especial. Ação de investigação de paternidade. Exame pericial (teste de DNA). Recusa. Inversão do ônus da prova. Relacionamento amoroso e relacionamento casual. Paternidade reconhecida. - A recusa do investigado em se submeter ao teste de DNA implica a inversão do ônus da prova e conseqüente presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor. - Verificada a recusa, o reconhecimento da paternidade decorrerá de outras provas, estas suficientes a demonstrar ou a existência de relacionamento amoroso à época da concepção ou, ao menos, a existência de relacionamento casual, hábito hodierno que parte do simples 'ficar', relação fugaz, de apenas um encontro, mas que pode garantir a concepção, dada a forte dissolução que opera entre o envolvimento amoroso e o contato sexual. Recurso especial provido. (STJ - REsp: 557365 RO 2003/0105996-8, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 07/04/2005, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: --> DJ 03/10/2005 p. 242)
Elementos caracterizadores acidentais
Tempo – não tem tempo definido
Prole 
Coabitação – Sumula 382, STF (A vida em comum sob o mesmo teto, "more uxorio", não é indispensável à caracterização do concubinato).
Impedimentos para a configuração – art. 1723, §1º, CC.
(São os mesmos do casamento:
Art. 1.521. Não podemcasar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte)
Efeitos pessoais – art. 1724, CC (As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos).
Efeitos patrimoniais – art. 1725, CC (Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens)
Regra – regime da comunhão parcial de bens; ou faz contrato de convivência e fixa o regime.
Sumula 377, STF – “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.” - e da união estável também.
Concubinato – art. 1727, CC. (As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.)
Impedidos de casar – vide CC
Não reconhece direitos da União Estável
Dissolução da União Estável
Morte
Casamento
Vontade
Curiosidade – União Estável Putativa – Diz-se putativo o casamento que, embora nulo ou anulável, foi contraído de boa-fé, por um só ou por ambos os cônjuges, reconhecendo-lhe efeitos a ordem jurídica. O termo vem do latim, putare, que significa “imaginar”. A união estável putativa nada mais é do que uma interpretação analógica ao casamento putativo, que resguarda os efeitos conferidos a união estável quando um dos companheiros, agindo de boa-fé, acreditava manter um relacionamento livre de quaisquer impedimentos. Ou ainda, é aquela união em que pelo menos um dos companheiros esteja de boa-fé, ou seja, desconheça que exista algum impeditivo legal para sua caracterização.
TÍTULO III
DA UNIÃO ESTÁVEL
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
TUTELA E CURATELA - Dos Direitos Assistenciais 
TUTELA (art. 1728 a 1766)
Conceito – encargo legal (determinado por lei) que se atribui a uma determinada pessoa, maior e capaz, para cuidar de pessoa menor e administrar seus bens, na ausência, impedimento ou falecimento de seus pais.
(abrange os cuidados pessoais e a administração dos bens)
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.
Espécies
Testamentaria – art. 1729
Legitima – art. 1731
Dativa – art. 1732
Menores abandonados – art. 1734
De fato 
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico.
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar.
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangüíneos do menor, por esta ordem:
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor.
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela;
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário.
Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor.
§ 1o No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposição testamentária sem indicação de precedência, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe sucederão pela ordem de nomeação, se ocorrer morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento.
§ 2o Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou tutela.
Art. 1.734.  As crianças e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou que tiverem sido suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou serão incluídos em programa de colocação familiar, na forma prevista pela Lei no8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Quem não pode exercer a tutela?
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I - aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;
III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;
IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena;
V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI - aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutel
Escusa de tutores
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
I - mulheres casadas;
II - maiores de sessenta anos;
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
IV - os impossibilitados por enfermidade;
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
VII - militares em serviço.
Art. 1.737. Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar parente idôneo, consangüíneo ou afim, em condições de exercê-la.
Art. 1.738. A escusa apresentar-se-á nos dez dias subseqüentes à designação, sob pena de entender-se renunciado o direito de alegá-la; se o motivo escusatório ocorrer depois de aceita a tutela, os dez dias contar-se-ão do em que ele sobrevier.
Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto não tiver provimento, e responderá desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer.
Garantias da tutela
Prestar caução – art. 1745
Receber remuneração - art. 1743 – 1752, VII - 1766
Protutor (fiscal do tutor) – art. 1742
Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um protutor.
Art. 1.743. Se os bens e interesses administrativos exigirem conhecimentos técnicos, forem complexos, ou realizados em lugares distantes do domicílio do tutor, poderá este, mediante aprovação judicial, delegar a outras pessoas físicas ou jurídicas o exercício parcial da tutela.
Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos que,