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Universidade de Cruz Alta Centro de Ciências da Saúde e Agrárias Fisiologia Humana Fisiologia do Sistema Renal Profa. Luana Possamai Menezes 16 de Novembro de 2016 ANATOMIA FUNCIONAL DO RIM ANATOMIA FUNCIONAL DO RIM Se localizam na parede posterior do abdome, fora da cavidade peritonial; Cada rim pesa cerca de 150 g e tem tamanho de um punho fechado; Em condições normais, o fluxo sanguíneo para os 2 rins corresponde a 21% do DC (1.200 ml/min). ANATOMIA FUNCIONAL DO RIM FUNÇÃO DOS RINS Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico; Regulação da osmolaridade dos líquidos corporais e das concentrações dos eletrólitos; Regulação do equilíbrio ácido-básico; Excreção de produtos de degradação metabólica e substâncias químicas estranhas; Secreção de hormônios (ex:eritropoetina); Gliconeogênese (síntese de glicose). FUNÇÃO DOS RINS Na presença de doença renal crônica ou de insuficiência renal aguda, essas funções homeostáticas encontram-se comprometidas e verifica-se rápida ocorrência de graves anormalidades no volume e na composição dos líquidos corporais; Ocorre acúmulo de: potássio, ácidos, líquidos e outras substâncias em grau suficiente que pode levar à morte; O que pode ser feito? Hemodiálise. formação de urina sede INGESTÃO DE ÁGUA PERDA DE ÁGUA (*) BALANÇO DA ÁGUA (*) respiração, suor, urina e fezes A manutenção do meio interno pelos rins O equilíbrio entre a perda e a ingestão de água A manutenção do meio interno pelos rins Quando ocorre um aumento da ingestão de água, os rins aumentam a formação urinária. A manutenção do meio interno pelos rins O aumento da excreção urinária provocará desidratação e sede. Enquanto não houver a reposição da água necessária, os rins diminuirão a formação urinária. A manutenção do meio interno pelos rins Mediante o aumento da ingestão de água, os rins aumentarão a formação urinária enquanto houver uma diminuição da osmolalidade plasmática. O sistema urinário A unidade funcional renal: néfron NÉFRON NÉFRON Cada rim é constituído de cerca de 1 milhão de néfrons, cada um dos quais é capaz de formar urina; O rim não tem capacidade de regenerar novos néfrons (em caso de lesão, doença renal e envelhecimento, verifica-se ↓ gradual do número de néfrons); A formação da urina resulta da filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. NÉFRON Excreção urinária = filtração glomerular – reabsorção tubular + secreção tubular. 1. Filtração (não seletiva, todos os solutos do plasma são filtrados); 2. Reabsorção: Algumas substâncias são seletivamente reabsorvidas dos túbulos renais de volta ao sangue, enquanto outras são secretadas para o lúmen tubular (altamente seletiva); os íons são altamente reabsorvidos (sódio, potássio, cloreto), mas suas intensidades de absorção e excreção urinária são variáveis, dependendo das necessidades do organismo; 3. Secreção: Responsável por quantidade significativa de íons potássio, hidrogênio e algumas outras substâncias que aparecem na urina. NÉFRON A função básica é a de “limpar” ou “aclarar” ou ainda “depurar” o plasma sanguíneo, dele retirando as substâncias indesejáveis durante a passagem pelo rim, ao mesmo tempo em que retém no sangue todas as substâncias ainda necessárias; Ex: produtos finais do metabolismo como uréia e creatinina são retiradas do sangue;; Ex: íons sódio, cloreto, potássio e outros íons são também eliminados quando presentes no sangue em quantidades excessivas. FILTRAÇÃO NÉFRON Intensidade normal de formação do filtrado é de 125 ml/min = 180 l/dia = 179 l/dia são reabsorvidos e apenas 1 litro é eliminado pela urina; Substâncias reabsorvidas ativamente = glicose, aa, proteínas, ácido úrico, a maioria dos íons (sódio, potássio, magnésio, cálcio, cloreto e bicarbonato) REABSORÇÃO ATIVA DE ÍONS O corpo precisa conservar certa proporção dos íons, mas também precisa eliminar seus excessos; Quando a quantidade do íon presente no sangue é muito grande, o íon é, em sua maior parte, excretado; Quando sua quantidade no sangue é muito reduzida, proporções muito maiores são reabsorvidas; A substância que é absorvida com maior intensidade é o cloreto de sódio (reabsorvidos cerca de 1.200 g/dia) e é regulada em parte pelo hormônio ALDOSTERONA. PROCESSAMENTO TUBULAR DO FILTRADO Reabsorção de água e solutos filtrados a partir do lúmen tubular se dá através de células epiteliais tubulares. Os solutos são transportados através das células por difusão passiva ou transporte ativo, ou entre células, por difusão; A água é transportada através da células e entre as células tubulares por osmose. TAXAS DE FILTRAÇÃO, REABSORÇÃO E EXCREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS Quantidade filtrada Quantidade reabsorvida Quantidade excretada Glicose (g/dia) 180 180 0 Bicarbonato (mEq/dia) 4.320 4.318 2 Sódio 25.560 25.410 150 Cloreto 19.440 19.260 180 Uréia 46,8 23,4 23,4 Creatinina 1,8 0 1,8 FENÔMENO DA AUTO-REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR FENÔMENO DA AUTO-REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR A Reabsorção pelos túbulos é dependente da intensidade com que o filtrado glomerular flui para o sistema tubular = Intensidade for grande, nenhum dos seus constituintes será reabsorvido de forma adequada, do contrário também, se pequenas quantidades de filtrado são formadas por min, praticamente todo o filtrado é reabsorvido (a água, uréia e todos os produtos do metabolismo). FENÔMENO DA AUTO-REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR Esse controle é realizado em cada néfron = auto-regulação da filtração glomerular por 2 mecanismos: 1) feedback vasoconstritor sobre a arteríola aferente: para reduzir a filtração quando ela está muito intensa; 2) feedback vasodilatador sobre a arteríola eferente: aumentar a filtração quando ela está muito reduzida. APARELHO JUSTAGLOMERULAR APARELHO JUSTAGLOMERULAR Área de contato íntimo entre o túbulo distal com as duas arteríolas (aferente e eferente), onde existe esse contato as células são mais densas e maior número = Mácula densa; Essas células musculares lisas (células justaglomerulares) contém grânulos e esses grânulos contém um precursor do hormônio renina, que desempenha um papel muito importante da constrição da arteríola eferente e no controle da pressão arterial. MECANISMO VASOCONSTRITOR DA ARTERÍOLA AFERENTE Quando a intensidade da formação do filtrado é muito grande, o líquido filtrado flui com muita rapidez para o sistema tubular, o que não permite que seja adequadamente processado; Como resultado = ↑ aumento da concentração de NaCl, e este íon faz com que a arteríola aferente se contraia, o que reduz a intensidade da filtração e ↓ de íons de NaCl = processamento adequado da filtração. MECANISMO VASOCONSTRITOR DA ARTERÍOLA EFERENTE Quando a filtração fica muito reduzido (↓ da concentração de NaCl), um mecanismo automático faz com que as arteríolas se contraiam, o que aumenta a intensidade da formação do filtrado glomerular até o normal; Esse mecanismo é a liberação de renina pelas células justaglomerulares no líquido intersticial que circunda o rim para formar a angiotensina I e II,e é essa angiontensina que provoca constrição da arteríola eferente = fazendo com que o fluxo do líquido cresça até um valor adequado. EFEITO DA PRESSÃO ARTERIAL ↑ da PA ocasiona um ↑ na formação da urina, por 2 mecanismos: 1. Discreto ↑ da pressão glomerular = ↑ aumento da intensidade de filtração glomerular; 2. Discreto ↑ da pressão dos capilares peritubulares = ↓ intensidade de reabsorção de líquidos pelos túbulos; O aumento da PA até 200 mmHg aumento o débito urinário em até 8 x; Inversamente, a redução da PA faz com que ocorra retenção no corpo dos líquidos e eletrólitos ingeridos, até que a PA aumente. MICÇÃO Micção = esvaziamento da bexiga Transporte = urina formada em cada um dos rins é coletada pela pelve de cada rim→ ureter → bexiga urinária; Ureter → bexiga = peristaltismo; Infecções graves e anomalias = destroem esse peristaltismo = acúmulo de urina na pelve, provocando distensão e infecção que pode passar para o rim. A estagnação da urina pode causar a precipitação de substâncias cristalinas = sais de cálcio = pedras nos rins (cálculos) = dores e impedimento do fluxo de urina. MICÇÃO Bexiga cheia = 200 – 400 ml (músculo liso); Bexiga muito cheia = 600 – 700 ml (pressão) → terminações neurais especializadas, situadas na parede vesical (“receptores do estiramento”) são excitados → esses transmitem impulsos nervosos pela via neural aferente visceral até a medula espinhal → desencadeia um reflexo subconsciente (reflexo da micção) → são transmitidos por nervos parassimpáticos (nervos pélvicos) → parede da bexiga = esfíncter interno da uretra, a parede vesical contrai para gerar pressão na bexiga e o desejo consciente de urinar = relaxamento do esfíncter externo. Referência Guyton AC, Hall J E. Tratado de Fisiologia Médica. Editora: Guanabara Koogan. 2011.
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