Buscar

Resumo Direito Penal - 3º Semestre FMU

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 24/02
Aula Passada – Concurso de pessoas, crimes plurisubjetivos e mono objetivos. Concurso necessário – Exige 2 ou mais agentes para que o crime exista.
Teoria Objetiva e formal – Autor é aquele que participa. A participação pode ser moral ou material (ex: Sujeito dá a arma ou o veículo para fuga).
Natureza Jurídica para o concurso de pessoas: Teorias:
Teoria pluralista: Diz que existem tantos crimes quantos forem participantes do delito. Número de crimes é correspondente ao número de agentes. Ex.: Se 5 agentes participam de um roubo, então são 5 roubos.
Teoria dualista: O crime praticado pelo autor é diferente do crime praticado pelo partícipe, cada um responderia por um crime distinto.
Teoria Unitária: Havendo concurso de agentes, haverá um só crime. Essa é a teoria adotada pelo Código Penal. Art. 29, CP.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
 § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Não importa se é autor ou partícipe, se colaborou de alguma forma para o crime, responderá por esse crime. Todos responderão pela mesma infração (OBS: §2º).
Exceções pluralísticas da teoria unitária ou monista: Um agente responde por um crime e outro agente responde por um outro crime. Ex.: Crime de Aborto (arts. 124, 125, 126, 127 e 128 CP). A gestante pode provocar um aborto em si mesma, ou consentir que alguém lhe provoque. Art. 126: Provocar aborto com o consentimento da gestante. Ambos responderão por um crime, mas não respondem pelo mesmo crime, por isso é uma exceção. A gestante responde pelo art. 124 e quem provocou o aborto responde pelo artigo 126. MAS ISSO É EXCEÇÃO, a diferença é a pena. Art. 124 – De 1 a 3 anos. Art. 126 – De um a 4 anos. Quem provoca o aborto pode ser penalizado mais severamente. É uma exceção da teoria monista/unitária.
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
 Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico
Em uma obra irregular, deram propina ao fiscal da prefeitura. Quem deu o dinheiro fez corrupção ativa, quem recebeu praticou corrupção passiva. Os dois não respondem pelo mesmo crime, se trata de uma exceção à teoria monista/unitária.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Requisitos do concurso de agentes, caso não preencha esses requisitos, o concurso não estará configurado:
Pluralidade de comportamento: Não posso ter um agente que faz tudo e outro que não faz nada. Os agentes devem praticar condutas criminosas.
Nexo de causalidade: Comportamento, seja do autor ou partícipe, deve ser relevante e eficaz. O autor pratica os atos descritos no CP (tipicidade do ato), o partícipe tem que participar eficazmente para a prática criminosa.
Vínculo subjetivo: Os agentes possuem prévio ajuste para praticar o ato ilícito, eles estão cientes que estão contribuindo um com o outro para a prática criminosa. CONLUIO. Eles combinam para a prática de um crime, por isso não existe concurso de agentes no crime culposo, pois não dá para combinar previamente que vou ter uma atitude culposa.
Mesma infração penal: Os agentes devem praticar a mesma infração penal, se um agente quer praticar uma coisa e o outro agente quer praticar outra coisa, não há concurso de agentes.
Autoria (espécies):
Autoria Mediata: O autor mediato realiza a ação por intermédio de um autor imediato. Imediato é quem faz primeiro, vem na frente, mediato é quem fica por trás, dá suporte para o imediato. Ex.: Médico no plantão. Chega um inimigo do médico no OS, o médico quer se livrar dele, quer mata-lo, então prescreve um medicamento que vai funcionar como um veneno letal, e quem aplica é a enfermeira. O autor imediato é a enfermeira, o autor mediato é o médico. O médico não praticou a conduta típica, “matar alguém, Art. 121 CP”, mas ele foi o idealizador (teoria do domínio do fato) para ser responsabilizado. A enfermeira não agiu com dolo nem culpa, foi apenas um instrumento para o médico. Outro ex.: Dar o revólver para uma criança de 3 anos e pedir para atirar na mamãe, isso é autoria mediata (criança) e o pai seria o autor imediato.
Autoria Colateral: A e B querem matar C., Mas A não faz nenhum ajuste com B para a prática do homicídio, eles não combinaram nada. Por coincidência, eles fazem uma tocaia para C, e quando C passa os dois atiram, isso é autoria colateral, não há o vínculo subjetivo. Por intermédio da perícia, quem deu o tiro fatal (atingiu a cabeça) será responsabilizado por homicídio consumado, e o outro (tiro atingiu o pé por exemplo) será responsabilizado por homicídio tentado. Se houvesse o vínculo subjetivo, os dois responderiam pelo crime consumado (concurso de agentes).
Autoria Incerta: A e B estão de tocaia, atiram em C, mas a perícia não consegue determinar qual arma e projétil matou C, é o caso da autoria incerta. Não dá para saber quem foi o autor, os dois responderão por tentativa de homicídio. O juiz é obrigado a fazer uma interpretação mais favorável ao réu, pois se entende que nem todos colaboraram eficazmente para consumação do homicídio e, como a autoria é incerta, não tem como saber de quem foi a responsabilidade pelo crime consumado.
Punibilidade: Outras hipóteses da teoria monista: §1º e §2º do art. 29:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
 § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Participação de menor importância (art. 29, §1º): Partícipe que não teve participação tão eficaz para consumação do crime. Tem que analisar o caso concreto, aqui nos referimos ao partícipe, se uma participação for de grande importância ou menor importância. Se for de menor importância, sua pena será de 1/6 a 1/3 da pena do autor. Ex.: Roubo à banco, todos saem após o assalto e tem alguém esperando com o carro para fuga. Ele não é o autor, e sim o partícipe. Nesse caso específico, a maioria dos juízes entende que essa participação não é de menor importância, mas pode ser interpretado como sendo de menor importância, ou seja, uma participação menos intensa. Outro ex.: Roubo de carga de caminhão. Eles pegam o motorista levam para um lugar ermo, a quadrilha contrata alguém só para quebrar o sinal do rastreador por 500 reais. Tudo depende do entendimento do caso concreto, isso gera debate, discussão.
Cooperaçãodolosamente distinta (art. 29, §2º): Sujeito participou do crime mas desejava outro resultado. Ex.: 2 agentes se uniram para bater em alguém, dar uma surra em alguém, um se excedeu e acabou matando a vítima. Um dos agentes queria apenas lesionar a vítima, o outro pega um tijolo e joga na cabeça da vítima. Um deles não desejava cometer o homicídio, então ele responderia por crime de lesão corporal grave, um desejava a morte da vítima, o outro não. Mas é difícil os tribunais reconhecerem a cooperação dolosamente distinta em caso de latrocínio, pois a parte assume o risco.
Aula 03/03
Teoria Monista (art. 29, CP) – Quem concorre para a infração penal incide nas penas a este cominadas, na medida da sua culpabilidade. Todos respondem pela mesma infração penal. Existem exceções, Ex.: §1º do Art. 29. Se a participação não foi tão importante, tão relevante, pode ter sua pena diminuída.
Pergunta de prova: O autor realiza a conduta descrita no CP, o partícipe não, ele só participa, mas não realiza a conduta típica. Pergunta: Sujeito que estava no carro para dar fuga do ladrão do banco pode ser considerado partícipe? Resposta: Cooperação dolosamente distinta, §2º do art. 29. Exemplo: Crime de latrocínio. 2 agentes vão roubar a vítima, um dispara e mata para roubar, o outro só ficou olhando. Quem não atirou será enquadrado apenas no crime de roubo. Mas se houve o conluio (vínculo subjetivo, eles combinaram), mesmo que um só atire, o outro também será enquadrado no crime de latrocínio.
Participação impunível (Art. 31 CP).
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
Instigação: Estimular uma ideia criminosa que já existe. Auxílio: Ajuda material prestada por alguém.
Aquele que se ajusta, instiga ou auxilia, não será punido se não houver o início do ato executório, se não houver ao menos a tentativa. Exemplo: Eu contrato um pistoleiro para matar minha namorada. Enquanto o pistoleiro não for atrás dela e atirar, eu não cometi um crime, os atos executórios da conduta típica não foram iniciados. Salvo disposição expressa em contrário. Exemplo: Caso eu me associar e me organizar com várias pessoas para matar alguém, isso é uma associação criminosa. Nós não cometemos o crime de homicídio, mas cometemos o crime de associação criminosa. Essa é uma exceção (Art. 288, CP). Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. Outra exceção: Quem instiga e não tem ato executório de conduta típica não comete crime, mas se induzir ao suicídio comete crime, pois tem um artigo que tipifica essa conduta.
Participação mediante omissão:
Nexo de causalidade: Deve haver um nexo entre a omissão do partícipe e o delito que será praticado pelo autor principal.
Dever jurídico de agir – A pessoa tem o dever jurídico de agir, de interceder, se opor à prática do crime.
Vínculo subjetivo – Vínculo psicológico, intenção prévia de praticar um crime. Ex.: Algumas pessoas se reúnem para furtar uma empresa, e o vigia da empresa está conluiado, ele deixa o alarme desligado para que a quadrilha possa entrar na empresa à noite e roubar. O vigia tinha o dever jurídico de agir, ele é o vigia, há vínculo subjetivo, ele estava conluiado e quis fazer isso. O vigia será responsabilizado pelo furto, tem nexo de causalidade. Ele não pratica a conduta do roubo, da subtração, apenas facilitou o ingresso dos ladrões no imóvel, mas responde criminalmente pelo crime de roubo.
Conivência:
Não existe o dever jurídico de agir. Efeitos: Pessoa não faz nada para evitar o resultado, ela não responde por aquele crime, mas responde por uma infração penal autônoma. Ex.: Mãe atira o bebê na piscina. Alguém que sabe nadar assiste e não faz nada. Essa pessoa será responsabilizada por omissão de socorro. A pessoa não tem o dever jurídico de agir (não era salva vidas), mas sabe nadar e não faz nada para socorrer o bebê. Outro ex.: Alguém estranho entra na sala do seu amigo e rouba o notebook, você não faz nada. Você não deveria, não tem o dever jurídico de agir, mas poderia agir se quisesse.
Omissão de socorro: Alguém para o meu carro e pede socorro por ter sido atropelado, eu não paro e vou embora. Se eu pudesse fazer alguma coisa eu posso ser processado por isso, mas se eu não pudesse fazer nada, não serei processado. Ex.: Vejo um ladrão armado saindo do banco com dinheiro, eu não posso fazer nada, não há condição de agir naquele instante. Porém, se eu tenho o dever de agir (art. 13 CP: O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido) e me omito, eu vou ser responsabilizado por aquele crime.
Comunicabilidade ou incomunicabilidade (Art. 30, CP):
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Circunstâncias: Dados que estão ao redor do crime, a sua falta não interfere na comunicação do crime, na tipificação, o crime existe, mas a pena pode ser modificada. Algumas circunstâncias agravam ou atenuam a pena. Ex.: Praticar o crime por motivo fútil ou torpe. Se eu mato alguém por vingança, é considerado homicídio por tipo torpe. Se eu tirar o tipo torpe, o crime não deixa de existir, mas a pena é menor. Motivo fútil: Mato por um copo de pinga. Se eu tirar essa circunstância, o homicídio continua existindo, não elimina o tipo penal, mas modifica a pena.
Condições pessoais, caráter pessoal: Situações, qualidade do agente, diz respeito somente ao agente. Situações do agente. Ex.: Se o sujeito era menor de 18 anos na época dos fatos, se torna inimputável. Ou então, se o sujeito é reincidente, a pena pode ser aumentada.
Elementares: Palavras que constroem o tipo penal. Se eu tirar um elementar o crime deixa de existir. Ex.: art. 121 CP: Matar alguém. Se eu tiver a palavra “matar”, o crime não existe. É uma condição elementar para a tipificação da conduta. Se eu tirar uma palavra do tipo penal, ou o crime se transforma ou deixa de existir. Só se comunicam aos partícipes quando forem por eles conhecida. Ex.: Art. 312: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. O tipo penal contém as palavras “funcionário público”. O agente só praticará o crime de peculato se ele souber que o sujeito é funcionário público; se ele desconhecer essa informação, não responderá por crime de peculato, e sim por outro crime.
Circunstâncias e condições podem ser objetivas (materiais, modo de execução do crime) e subjetivas (pessoais, qualidade do sujeito ativo, do agente).
Circunstâncias objetivas: Quem pratica o homicídio por asfixia, agrava a pena. Se o agente utilizar determinadas formas para praticar o homicídio, tortura, meio cruel, etc., pode agravar sua pena. Só se comunica aos partícipes quando eles conhecem as circunstâncias ou condições. Ex.: Eu contratei uma pessoa para matar alguém – Matador fica no estacionamento esperando, entra no carro, quando o alvo entra no carro é morto por asfixia. O mandante do crime não mandou matar por asfixia, ele só mandou matar. Então ele não responderá pela qualificadora da asfixia, somente o executor do crime. Não se comunica com o mandante do crime. O executor do crime terá pena diferente do mandante.
Circunstâncias subjetivas: Pessoais, por exemplo, se o agente for menor de 18 anos, ou se nos crimes sexuais o agente era o pai da vítima, ou o padrasto, isso pode agravar sua pena. Não se comunicam aos demais participantes. Se o sujeito é reincidente sua pena será maior, se não é reincidente, sua pena será menor. Ex.: 2 agentes praticaram o crime de estupro, um deles era tio da vítima, são circunstâncias subjetivas, pessoais, não se comunicam e cada um terá uma pena diferente.
Sanção Penal (SANÇÃO/PENAS)
Preceito e Sanção – Preceito primário e preceitosecundário – Ex.: Art. 121 – Matar alguém. Esse é o preceito primário, é o comando proibitório. Preceito secundário: É a pena. Consequência jurídica prevista para quem infringe a norma.
Espécies de Sanção Penal: Pena aplicada aos imputáveis e medida de segurança aplicada aos inimputáveis. Inimputáveis: Através de laudo pericial, se verifica a inimputabilidade (art. 26 CP), ou seja, o agente não tinha condição de compreender o caráter ilícito de sua conduta, nesse caso se aplica a medida de segurança. Semi imputáveis – Tinham parcial compreensão da sua conduta. Menor de idade: Não se aplica sanção penal, e sim uma medida sócia educativa.
Pena: Sanção penal imposta pelo estado em razão da prática de uma infração penal consistente na restrição ou privação de um bem jurídico. A infração penal é praticada, o estado deve dar uma resposta para esta infração, que seria a sanção, a pena.
Aula 10/03
Reincidência (Arts. 63 e 64 CP):
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
Reincidência: Situação de quem pratica um fato criminoso após ter sido definitivamente condenado por crime anterior.
Requisitos (Art. 63, CP e art. 7º da LCP):
(Lei de Contravenções Penais) Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.
Ou seja, verifica-se a reincidência nos seguintes casos:
A) caso o agente tenha tido condenação anterior por crime e prática de novo crime, será reincidente. (Crime, crime) – Base no Art. 63 CP.
B) caso o agente tenha tido condenação anterior por contravenção penal e nova prática de contravenção penal. (Contravenção, contravenção) – Base no art. 7º LCP.
C) caso o agente tenha tido condenação anterior por crime e pratica uma contravenção penal, será considerado reincidente (crime, contravenção).
D) SOMENTE NESTE CASO NÃO SERÁ CONSIDERADO REINCIDENTE, caso o agente tenha tido condenação anterior por contravenção penal, e pratique um crime posterior (contravenção, crime).
Qualquer um está sujeito à prática de um crime. Por exemplo: Crime de trânsito, atropelamento. Mas esse crime pode ficar como uma marca indelével na vida do sujeito, 30 anos após cometer um crime, ele será considerado reincidente? Não. A reincidência tem uma eficácia temporal, que se chama período depurador da reincidência (Art. 64, I CP). – 5 Anos após cumprido a pena ou julgado extinta a pena, o sujeito volta à ser considerado réu primário, mas apenas após 5 anos do cumprimento da pena. (Art. 64, II CP) – Crimes militares próprios e políticos não são crimes considerados para fins de reincidência. Perdão judicial também não gera reincidência, às vezes as consequências do crime são tão gravosas para o réu que não gera reincidência, ex.: Matei meu filho num acidente de carro sem querer.
Espécies de reincidência:
A) Reincidência real: O agente iniciou o cumprimento ou cumpriu integralmente a pena do crime anterior.
B) Reincidência ficta: O agente sequer chegou a iniciar o cumprimento da pena anterior.
Outras questões: Às vezes o juiz tem vários processos, mas ainda não foi condenado. Alguns chamam de tecnicamente primário (tem um processo, mas ainda não foi condenado). Portanto, o juiz não pode analisar o caso de forma a majorar a pena do réu, o juiz não pode aumentar a pena do réu, pelo princípio constitucional da presunção da inocência, o juiz não sabe se ele vai ser condenado, então ele é réu primário. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado do processo.
Outra questão: Crime + Crime = Reincidência. Mas e se no primeiro crime a pena foi apenas pena de multa? STJ acha que sim, é reincidência, ou seja, condenação anterior com pena de multa e novo crime gera reincidência (Súmula 241 STJ).
Fixação da pena (Art. 59, CP):
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Juiz verifica se tem antecedentes, se é reincidente, “bis in idem” (valorar a pena do réu 2 vezes, não posso aumentar a pena do réu em 2 vezes por antecedentes ou 2 vezes por reincidência, juiz estará cometendo “bis in idem”. Mas se o réu tiver 2 condenações anteriores distintas, o juiz pode considerar as duas para aumentar a pena em um lado por antecedentes e outro por reincidência).
Defensoria pública do estado de SP disse que a reincidência prejudicava o réu duas vezes, o réu já foi condenado pela sua pena anterior, ele cumpriu a pena anterior e, portanto, não deve mais nada. Se eu aumentar a pena do novo crime com base na reincidência, estaria incorrendo em “bis in idem”. STF rechaçou essa tese e disse que o instituto da reincidência é constitucional, pois o sujeito tem que ser julgado de maneira diferente do réu primário.
Prova da reincidência no processo penal
Confissão: Serve para caracterizar a reincidência? Não. Réu não é um técnico jurídico, ele não sabe se houve o período depurador ou não, se já teve processo criminal anterior transitado em julgado, etc.
Certidão cartorária: Certidão de “objeto e denúncia, condenação, data dos fatos, resumo do processo, etc.” – Serve para caracterização da reincidência.
Deve haver a data do trânsito em julgado para saber se já houve a incidência do período depurador. Com a certidão, o juiz pode avaliar se o réu tem antecedentes ou não.
Folha de Antecedentes: É um relatório de todos os processos que o réu tem, serve para configurar a reincidência? Depende. Se a folha tiver a data do trânsito em julgado e a data do cumprimento da pena, ela serve para caracterizar a reincidência.
Reincidência específica: Condenação anterior pelo mesmo crime ou pela mesma contravenção. – Sujeito cometeu furto, posteriormente comete novamente furto. Ele tem uma condenação anterior pelo mesmo tipo penal.
Efeitos da reincidência:
A) Agravante: Juiz vai dizer que o réu é reincidente, portanto ele aumenta a pena (geralmente um sexto da pena).
B) A reincidência em crime doloso impede a substituição da pena restritiva de liberdade por pena alternativa. Nesse caso, o reincidente vai para a cadeia.
C) Prescrição da pretensão executória: Quando o réu é reincidente, o prazo da prescrição aumenta.
D) Crimes hediondos: Sujeito condenado primário por crime hediondo, vai fazer jus à progressão da pena após 2/5 da pena. Ao ser reincidente, vai fazer jus à progressão da pena após 3/5 da pena.
Aula 14/03
Período depurador começa a ser contado após o cumprimento da sentença.
PPL (Pena privativa de liberdade): Espécies:
Reclusão: Pode ser cumprida nas 3 modalidades, regime fechado, semiaberto e aberto.
Regimes prisionais (art. 33, §2º, alínea a)
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadasas hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
Sistema progressivo de cumprimento de pena – A pena deve ser cumprida do regime mais gravoso para o regime mais brando, para que o condenado possa se ambientar ao convívio social. No semiaberto, o condenado tem saídas temporárias. Se a pena for menor que 8 anos o juiz pode fixar regime fechado também? Depende. Se o réu for reincidente, o juiz pode fixar regime fechado sim, ou caso o réu não seja reincidente, o juiz deve fundamentar a decisão. Mas a regra é que, se a pena for acima de 8 anos, o réu iniciará o cumprimento no regime fechado, não importa de quantos anos seja a pena.
Lei dos crimes hediondos (Lei nº 8.072/90), art. 2º, §1º - Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto;
Porém, o STF, julgando recurso 11.840, julgou a inconstitucionalidade do regime inicial fechado (declaração incidental de inconstitucionalidade), pois fere o princípio da individualização das penas; o juiz deve julgar de acordo com o caso concreto.
Art. 34, CP - Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução.
Necessidade de realização de exame criminológico do indivíduo para saber se essa pessoa está apta a ingressar no regime fechado e em qual penitenciária.
Art. 8º LEP O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.
Os presos mais perigosos devem ser separados dos menos perigosos. Mas na prática isso não é observado com muito rigor.
Art. 33, §2º, b) - o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
Condenado com pena superior há 4 anos e inferior há 8 anos, se não for reincidente, poderá cumprir no regime Semiaberto.
Art. 35 CP estabelece um exame criminológico de classificação para o ingresso do condenado no regime semiaberto. Mas na prática não funciona bem assim, tem muitos presos condenados no regime semiaberto que aguardam vaga no regime fechado, esperando para ir para o regime semiaberto.
Exame criminológico: Antigamente para o preso progredir de regime, era obrigatório o exame psicológico, faziam uma entrevista com o preso para saber se ele está apto a ir para um regime mais brando ou não. Hoje basta um parecer do diretor do presídio de boa conduta carcerária. Mas o juiz ainda pode pedir o exame criminológico, desde que o faça de forma fundamentada.
Regime semiaberto: Preso trabalha durante o dia em uma colônia industrial e agrícola, tem direito às saídas em feriados, saída temporária para que o preso se acostume à sociedade. Uns não voltam e, se forem presos novamente, regridem para o regime fechado.
Regime aberto: Se aplica ao condenado não reincidente cuja pena seja igual ou inferior há 4 anos. Se for reincidente, irá cumprir no regime semiaberto. Só irá cumprir no regime fechado se o juiz fundamentar sua decisão. No regime aberto, ele é obrigado a trabalhar ou estudar e nos períodos noturno ou de folga ele é obrigado a se recolher à sua casa. Mas se ele não ficar em casa à noite e nos seus períodos de folga, ninguém fiscaliza, mas se ele se envolver em confusão e parar numa delegacia, o juiz pode regredir o seu regime para o semiaberto ou fechado.
Outras:
Casa albergado – Serve para o cumprimento de pena dos condenados no regime aberto. Problema – Nem todas as comarcas possuem casa do albergado, inclusive São Paulo. Nesse caso, o preso fica em casa durante à noite e nos períodos de folga. Também se aplica à condenados maiores de 70 anos, doença grave, ou condenada com filho menor, ou gestante – Art. 117 LEP:
Art. 117 (LEP). Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante.
Caso o sujeito esteja cumprindo a pena no regime aberto, se ele praticar um outro crime ou não pagar a multa, pode regredir de regime. Ele deve obedecer algumas regras.
Prisão Simples: Sem rigor penitenciário, somente para contravenções penais. Não pode ficar junto com outros presos no regime fechado ou semiaberto. Deve ter um presídio próprio.
Regime Especial (Art. 37, CP). Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, separadas dos homens, em penitenciária feminina.
CF art. 5º, L: L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; Mulheres devem permanecer com os filhos durante a amamentação, só até os 6 meses. Depois a mãe é separada do bebê.
LEP, art. 82, §1º - Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso. §1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. Além das mulheres, quem for maior de 60 anos também deve ter um estabelecimento prisional adequado.
Regime disciplinar diferenciado (Art. 52 da LEP): 
Art. 52 LEP. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; II - recolhimento em cela individual; III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.
Não é um regime imposto durante a fixação da pena pelo juiz (como por exemplo, regime fechado ou aberto), é aplicado para o preso em virtude de algo que acontece dentro da prisão. O sujeito está preso e pratica um crime doloso de falta grave que promova a desordem no presídio. Tanto o preso que está aguardando sua condenação (preso provisório) ou o condenado podem ir para esse regime. Por exemplo: Preso cometeu um homicídio doloso, é colocado em Regime Disciplinar Diferenciado, isso é imposto também para líderes de facções criminosas. O Regime Disciplinar Diferenciado tem duração máxima de 360 dias. Se houver prática de nova falta grave, é possível repetir o RDD, o limite é um sexto da pena aplicada. Se a pena foi de 6 anos, o máximo que o preso pode ficar é 1 ano no RDD. Preso será recolhido em cela individual, tem direito à 2 visitas semanais e pode sair da cela 2 horas por dia para banho de sol.
Remissão: Art. 126 LEP: Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividadede ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. §4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. §5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. §6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do §1o deste artigo. §7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. §8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
Condenado tem o direito de reduzir o tempo de duração da pena seja pelo trabalho ou pelo estudo. É aplicado para o preso do regime fechado ou semiaberto, desde que ele trabalhe. Também é possível para o condenado que esteja em livramento condicional (Nesse caso, somente frequentando cursos). Uma das condições para o LC é que ele já trabalhe, como ele já trabalha, ele faz jus à remição através de um curso. Condenado por crime hediondo ou reincidente também tem direito à remição.
Contagem: Desconta um dia de pena para cada 12 horas de frequência em cursos, ou um dia de pena há cada 3 dias trabalhados. O preso ainda pode cumular trabalho com estudo e reduzir mais rápido ainda a pena.
Art. 126, §4º LEP: §4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. – Se acidentou com acidente de trabalho, ele continuará com a remição.
Art. 128, LEP: Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos. O tempo remido é computado como pena cumprida.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. – Casos em que o condenado perde o tempo remido, ele pode no máximo perder 1/3 do tempo remido.
Preso no regime aberto só faz jus à remissão pelo estudo, pois uma das condições do regime aberto já é o trabalho. Art. 126, §5º - Qualquer curso que ele fizer, ele ganha um dia para cada 12 horas de curso. No caso de cursos para conclusão do ensino fundamental, médio ou superior, ele ganha remição de mais 1/3 de tempo além do normal. CNJ tem uma recomendação, para as penitenciárias que não são equipadas para trabalho ou estudo, pode haver remição para leituras de livros.
Detração Penal: Art. 42 CP - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. Contagem na PPL do tempo de prisão provisória ou administrativa assim como o tempo de internação no Hospital de Custódia. Sujeito está preso cautelarmente em prisão provisória por 1 ano até sair a sentença. Na sentença, foi condenado há 6 anos de prisão. Ele só tem que cumprir mais 5 anos após a sentença, a prisão provisória é computada.
Temos a prisão preventiva, a prisão em flagrante, a sentença de pronúncia e a prisão temporária (na fase de investigação, duração de 5 dias). Pode haver detração de pena restritiva de direitos? Sujeito foi condenado há 2 anos de prisão, mas foi convertida a PPL em PRD (prestação de serviços comunitários). Ele só cumpriu 6 meses de pena restritiva de direitos e o juiz converte em PPL. Quanto ele tem que cumprir? 2 anos que é o total da pena imposta ou 1 ano e meio? O correto é ele cumprir 1 ano e meio, ou seja, Pena Restritiva de Direitos substitui a PPL e o juiz desconta o prazo que já foi cumprido. É possível a detração em pena de multa? Ele foi preso por 6 meses, o juiz impôs uma pena de multa apenas na sentença. Ele pode não pagar a multa devido ao período que ele ficou preso? Há a detração? Próxima aula.
Aula 17/03
Detração – Contagem do tempo de prisão provisória na PPL. Pessoa ficou um ano preso provisoriamente e depois recebe pena de 6 anos, ele só precisará cumprir 5 anos, o juiz competente para isso é o juiz de execuções criminais.
Em relação à pena de multa, é possível a detração? Ficou 6 meses preso provisoriamente, juiz deu a pena de 3 meses + multa, ele pode deixar de pagar a multa? Não. Pena de multa não paga é convertida em dívida ativa, e não em PPL. Portanto, não há detração, a liquidação da pena de multa deve ser feita.
Pena Restritiva de Direitos: Art. 43 em diante CP. Conceito: Opção sancionatória criada pelo legislador e substitutiva da PPL. Sempre aplicaremos em substituição à PPL, desde que o condenado preencha certos requisitos. Primeiro, o juiz aplica a PPL e, depois, ele vê se o caso é de substituição por PRD (Art. 44, CP).
Condições: Quais as condições para o juiz substituir a PPL por PRD? A pena aplicada para o crime não pode ser maior que 4 anos, no máximo deve ser de 4 anos, para crimes dolosos. Para crimes culposos, a pena pode ser maior que 4 anos.
Suficiência: Que a medida seja suficiente, que servirá para a correção e prevenção da conduta criminosa praticada pelo agente. Juiz vai verificar se ele merece a substituição com base nos antecedentes, conduta social, personalidade, etc. – Art. 44, III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
Impedimentos: Quando o crime for cometido com violência ou grave ameaça, não pode substituir PPL por PPD. Por exemplo, Art. 157 CP – Subtrair coisa móvel alheia mediante grave ameaça. Não pode fazer a substituição da PPL por PPD mesmo que for menor que 4 anos.
Reincidência específica: Art. 44, §3º - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. Exemplo: Condenado possui condenação anterior transitado em julgado e pratica o mesmo tipo criminal, então ele não faz jus à troca de PPL por PPD.
Modos de substituição (Art. 44, §2º) - Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. Se a pena aplicada pelo juiz for igual ou menor que 1 ano, o juiz escolhe se aplica a multa ou somente a PRD. Se for maior que um ano, e que não exceda 4 anos, o juiz pode aplicar uma multa e uma PRD ou 2 PRD.
Concurso de Crimes: Quando o sujeito na mesma ação pratica 2 ou mais infrações. O que deve ser verificado para substituição de PPL? Ex.: Crime de furto, art. 155 CP. Juiz aplicou pena mínima, de 1 ano. Cabe PRD. Mas o sujeito praticou também os crimes do art. 311 e 288. Sujeito foi condenado nos artigos 155, 311 e 288. Juiz aplicou pena mínima para todas as infrações penais, 1 ano, 3 anos e 1 ano respectivamente. As penas devem ser somadas, dando uma pena total de 5 anos. Para substituir as penas, o juiz leva em consideração o total da pena, portanto não fará jus à substituição da PPL. Se a soma fosse de 4 anos, daria para aplicara substituição da PPL pela PRD.
Duração: Qual a duração da PRD? Art. 55, CP As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46. Terá a mesma duração da pena de PPL para prestação de serviços comunitários (pode cumprir em menos tempo), interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana.
Prestação pecuniária: Art. 45, §2º - Pagamento de dinheiro à vítima, ou aos dependentes (caso a vítima tenha morrido), ou ainda uma instituição beneficente. Juiz vai fixar de 1 até 360 salários mínimos (341 mil reais) – Valor máximo. Se existe uma vítima individualizada, juiz vai fixar a prestação pecuniária para reparar a vítima. Senão, vai verificar a situação econômica do réu e pedir para pagar a uma instituição beneficente. É praxe no meio forense substituir a prestação pecuniária por entrega de cestas básicas, desde que o beneficiário aceite. Em crime de violência doméstica, não se admite entrega de cestas básicas, nos outros crimes pode. Qual a diferença entre prestação pecuniária e multa? A reparação. A natureza jurídica da prestação pecuniária é indenizatória, e a natureza jurídica da multa é a punição, ela é punitiva. A destinação da prestação pecuniária é a vítima ou entidade beneficente, a destinação da multa é para o fundo penitenciário. A pena pecuniária não paga pode ser convertida em PPL. A multa já não pode ser convertida em PPL, vira dívida ativa. PODE CAIR NA PROVA.
Perda bens/valores: Art. 45, §3º - A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime.
Natureza jurídica: Não é indenização. Vai profundo penitenciário, tem natureza de pena, é punitiva.
Art. 5º, XLVI, CF: A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; - Conforme a CF, a pena pode ser de perda de bens. Limite: Qual foi o prejuízo suportado pela vítima e qual foi o valor do provento do crime? O que for maior. O máximo que ele pode decretar como pena de bens ou valores é o que for maior entre o prejuízo e o valor do provento. Ex.: Quebram o vidro do carro ou a porta e roubam um moletom. O prejuízo é muito maior que o provento nesse caso, pois o valor do moletom é bem inferior ao do vidro ou porta do carro.
Prestação de Serviços Comunitários: Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superior a seis meses de privação da liberdade; § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado; § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais; § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho; § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.
Só pode ser aplicado se a PPL for superior há 6 meses. Se for inferior há 6 meses não pode. A prestação de serviços comunitários do artigo 46 CP consiste em atribuições gratuitas ao condenado em entidades públicas ou privadas. Ex.: Escola, hospital, etc. Geralmente, esse trabalho é imposto conforme as aptidões do condenado.
Tempo de cumprimento da prestação de serviços: 1 hora de trabalho por dia de condenação. Se for condenado por 1 ano, terá que trabalhar 365 horas. No limite de 8 horas semanais. E essa jornada não pode atrapalhar sua atividade profissional. Se ele trabalha, poderá trabalhar 4 horas no sábado e 4 horas no domingo. Se estiver desempregado, pode trabalhar mais. Mas a pena não pode terminar antes de 6 meses (limite é sempre a metade da pena aplicada), nem se ele trabalhar muito.
Art. 148 LEP - Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal. Se a pessoa quebrou a perna e ficou impossibilitada de trabalhar, o condenado pode trocar a prestação de serviços para outra pena restritiva de direitos (PRD).
Interdição Temporária de Direitos: Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo (Ex.: Assessor de deputado); II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público (Ex.: Crimes de sonegação fiscal – Proibição de exercer qualquer papel de gerência na empresa. Advogado condenado por se apropriar de dinheiro, pode ser impedido de advogar como pena); III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo (foi tacitamente revogado, pois já tem o art. 292 do CTB Lei 9503/97). IV – Proibição de frequentar determinados lugares (proibição de frequentar certos lugares de reputação duvidosa. Ex.: Bares, boates). V - Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos (proibição de se inscrever em concursos, para punir quem compra ou vende a prova de concurso público antes mesmo da prova acontecer).
Art. 48 CPArt. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. Restrição aos sábados e domingos por 5 horas diárias. Tem que ir na casa do albergado assistir palestra por 5 horas. A lei não fala de feriado, pois a lei penal não permite interpretação in mallam partem. Texto da lei é claro: Sábado ou domingo. E se a comarca não tiver casa do albergado? Então deve ficar na sua casa. Em São Paulo é assim. O tempo de cumprimento é o mesmo da PPL.
Lei 11343/06 (Lei de Drogas), Art. 33, §4º - Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Cabe a conversão em Pena Restritiva de Direitos? É possível a substituição da Pena Privativa de Liberdade por tráfico de drogas por Pena Restritiva de Direitos? (PERGUNTA DE PROVA).
Resposta: Pena imposta para crimes dolosos de até 4 anos cabem pena restritiva de direitos. No caso do tráfico é de 5 anos. Mas, se o réu é primário, não possui antecedentes, sua pena pode ser reduzida de 1/6 a 2/3. Aí eu cairia a pena de 5 anos para 1 ano e 8 meses. No Art. 33, §4º da Lei de Drogas, está escrito: “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, porém, o STF, julgando HC, declarou a inconstitucionalidade dessa expressão, entendendo que o juiz deveria verificar caso a caso para decidir se a substitui a PRL ou não.O que vigora hoje no STF é que crime de tráfico admite a Pena Restritiva de Direitos.
Conceito de Pena de Multa: Obrigação imposta ao condenado de pagar determinada quantia em dinheiro destinada ao fundo penitenciário.
Cominação: Preceito secundário da norma, pena prevista para o tipo penal. Pode ser: a) comum: A multa é a única pena prevista para o tipo penal. Única pena do tipo penal. Ex.: Lei das Contravenções penais (Decreto lei 3688/41). b) Multa alternativa: Juiz escolhe se vai aplicar a PPL ou a multa. Ex.: Art. 140 do CP. c) cumulativa: PPL e multa. Ex.: Art. 155 CP. d) substitutiva ou vicariante – Art. 60, §2º e art. 44, §2º. Nesse caso, juiz aplica a PPL e a substitui por multa. No Art. 60, §2º:
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. §2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. – Diz que pode ser feito para penas de prisão de até 6 meses.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: §2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. – Diz que pode ser feito para penas de prisão de até 1 ano.
Os dois artigos dizem que o réu não pode ser reincidente, os dois dizem sobre a suficiência da pena, a multa seria suficiente para o transgressor. Nos termos do Art. 60 §2º, é possível substituir a PPL por multa quando o crime for praticado mediante violência ou grave ameaça, já o art. 44 §2º não admite essa possibilidade conforme seu inciso I: aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo.
Pagamento: Critério da fixação de dias multa. Juiz vai dar multa no mínimo de 10 e no máximo de 360 dias multa. Não basta fixar a quantidade de dias multa, mas o valor de cada dia multa. Como o juiz faz? Artigo 49, §1º:
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. §1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
Mínimo do valor do dia multa é de 1/30 do salário mínimo e o máximo é 5x o valor do salário mínimo. De 10 a 360 dias multa. Quantidade de dias multa acompanha a PPL aplicada pelo juiz. Quantidade de dias multa acompanha o sistema trifásico. O valor de dias multa é baseado no poder econômico do réu.
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. § 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. A multa pode ainda ser aumentada até o triplo.
Exceção: Lei de Drogas. Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de uns trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Nesse caso, o mínimo é 40 dias multa e o máximo é 100 dias multa, sendo que o dia multa pode ser no mínimo 1/30 do salário mínimo e no máximo 3x o salário mínimo.
Pagamento: Após o trânsito em julgado, é feito um cálculo e nos termos do artigo 50 o condenado tem que pagar a multa em 10 dias. É possível o parcelamento da multa. É possível também o desconto na folha de pagamento do empregado. Após a multa ser paga, o juiz declara extinta a pena. Se a multa não for paga, de acordo com o art. 51 CP, a multa se transforma em dívida ativa. O réu não pode ser preso se não pagar a multa, após se transformar em dívida de valor, somente será exigível do condenado. Se ele morrer, os sucessores não têm que pagar a dívida. Após virar dívida de valor, o prazo prescricional é de 5 anos pelo Código Tributário. Art. 52: Se o condenado ficar doido, louco, ou seja, sem capacidade de cognição, a cobrança da multa será suspensa.
Questão de Prova: O condenado cumpriu a Pena Privativa de Liberdade, mas não pagou a multa, o juiz pode extinguir a pena? Sim, o juiz pode, de acordo com o STJ, mas a multa fica como dívida ativa na Fazenda Pública.
HC e multa: Súmula 693 do STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Se a multa não paga não pode ser convertida em prisão, também não pode impetrar HC contra decisão de pena de multa, segundo STF.
Ex.: Art. 155 CP Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. – Sujeito foi condenado há 1 ano de prisão e 10 dias multa. Essa PPL pode ser convertida por multa? De acordo com o art. 49 CP, sim. Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. – Nesse caso, o sujeito ficaria condenado há 10 dias multa + 10 dias multa.
Sistema trifásico: Art. 59 CP. 1ª Fase – Circunstâncias judiciais para fixar a pena base. 2ª fase – Circunstâncias agravantes (art. 61 e 62 CP) e circunstâncias atenuantes (art. 65 e 66 do CP. 3ª Fase – Causas de aumento e causas de diminuição. Estão previstas em vários dispositivos tanto na parte geral como parte especial do CP. SISTEMA TRIFÁSICO CAI NA PROVA.
O Artigo 68 tem as 3 fases. Na primeira fase, o juiz não pode fixar a pena aquém do mínimo e além do máximo. Na segunda fase, também não, somente na terceira fase ele pode fazer isso.
1ª FASE ARTIGO 59 CP – CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS PARA FIXAR A PENA BASE
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
2ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES (ART. 61 E 62 CP)
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime; a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquercalamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada.
 Agravantes no caso de concurso de pessoas
 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que; I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES (ART. 65 E 66 CP):
 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
 Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
3ª FASE: CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO. PREVISTAS EM VÁRIOS DISPOSITIVOS TANTO NA PARTE GERAL COMO PARTE ESPECIAL DO CP. O ARTIGO 68, CP TEM AS 3 FASES.
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
 Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
Aula 24/03
Sistema trifásico – art. 68 caputs. Possui 3 fases. Primeira fase: Fixação da pena base, o juiz olha as circunstâncias judiciais que constam no artigo 59 do CP. 2ª fase: Circunstâncias agravantes e atenuantes. Agravantes previstos no artigo 61 e 62 e atenuantes nos artigos 65 e 66. 3ª fase – Causas de diminuição e causas de aumento que estão espalhadas no código penal.
1ª fase – A pena sempre deve ficar entre o mínimo e o máximo.
2ª fase – A mesma coisa, entre o mínimo e o máximo.
Ex.: Roubo, pena de 4 a 10 anos. Na terceira fase a pena pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo, mas só na terceira fase.
Circunstâncias judiciais para fixar a pena base – art. 59:
a) Culpabilidade: Grau de reprovabilidade da conduta, ou a intensidade do dolo. Ex.: Todos os crimes são graves, mas o legislador já criou uma pena para aquela conduta como pertinente para punição, de finalidade repressiva e preventiva. Todo crime é reprovável, mas alguns possuem algo que torna aquela conduta ainda mais reprovável, dolo ainda mais intenso. Crime de roubo – Agente aponta a arma para a vítima e fala: “Me dá sua bolsa senão eu te mato” – Grave ameaça. Nessa mesma ação, o sujeito pode aterrorizar mais a vítima, agride a vítima desnecessariamente. Nesse caso houve uma culpabilidade maior, dolo mais intenso, não havia necessidade de agredir a vítima, isso que o juiz deve verificar caso a caso.
b) Antecedentes – Um tempo atrás, a jurisprudência era no sentido de que qualquer anotação criminal, qualquer inquérito, ação penal, processos da época que ele era adolescente poderiam ser considerados como mal antecedentes. Isso até 1988. CF trouxe o princípio da presunção de inocência – Ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Jurisprudência com isso se modificou pela súmula 444 do STJ. Maus antecedentes – Qualquer ação penal transitada em julgado.
c) Conduta social – Juiz pode avaliar a conduta social do sujeito, para fixar a pena base – Relacionamento familiar e social. Juiz vê que o sujeito já foi preso 10x por não pagar a pensão alimentícia. Isso não é maus antecedentes, mas mostra que ele tem uma conduta social desfavorável. Para ele agravar a pena, precisa haver prova no processo.
d) Personalidade do agente – Se confunde um pouco com conduta social. Alguém que sempre arruma confusão. Juiz vai verificar seu caráter, seu temperamento, seu perfil psicológico e até mesmo sua periculosidade. Comum verificar que o réu é temido no lugar que ele mora, diz respeito à sua personalidade.
e) Motivos – O que levou o agente à prática do crime. Podem ser reprováveis ou não. Empregada é bem paga mas furta a jóia valiosa da sua patroa pois ela a invejava. Isso é um motivo fútil. Mas pode ser também para alimentar o filho dela. Se o motivo constituiu uma qualificadora para o crime, não podemos considerar somente o crime. Crime de homicídio, qualificador por motivo torpe. Ele deixa de ser um homicídio qualquer, um homicídio simples e passa ‘a ser um homicídio qualificado. Se o motivo torpe já serve para qualificar, não posso agravar 2x a pena do réu pelo mesmo motivo. “Leis In Idem” não são toleradas no Direito Penal. Segundo Damásio, correspondem ao “porquê” da prática da infração penal. Ex.: sentimento de honra ferida, revolta contra um ato injusto, amor à família ou à Pátria, gratidão, prepotência, cobiça, vingança, amor, luxúria, malvadez etc.
f) Circunstâncias do crime – “Modos operandi”, ou sejam, o meio, o método utilizado pelo agente para a prática do crime, instrumentos empregados para a prática do crime, tempo de duração, e até o tipo de organização que foi feito para a prática do crime. Ex.: 11 Homens e um segredo. Crime foi muito bem organizado. Furto ao Banco Central, envolveu um planejamento de meses.
g) Consequências do crime: Furto de um celular é diferente de uma empresa de valores mediante explosão aonde extraem milhões e milhões de reais. Crimes sexuais: A vítima suporta um trauma psicológico profundo. Crime de extorsão mediante sequestro, se consuma com a privação de liberdade da vítima. Família pagou o resgate, houve uma consequência mais desfavorável, isso pode aumentar a pena base.
h) Comportamento da vítima: Conduta da vítima pode fomentar a prática do crime. Sujeito compra um Rolex de 10 mil e vai passear na Praça da Sé. Crimes Sexuais: Sendo que a vítima estava durante um ato sexual e o sujeito fez algo que ela não queria. Mas tudo demanda prova.
Ex.: Pena do crime de furto, de 1 a 4 anos. O juiz vai analisar as circunstâncias judiciais, em tese ele começa com 1 ano de reclusão, mas se ele notar circunstâncias desfavoráveis ele pode aumentar um pouco. Não existe um patamar, o juiz decide, fica a seu critério. Geralmente o juiz aumenta em 1/6. Na fixação da pena, o juiz percorre o sistema trifásico. Após, com base no art. 33, ele vai determinar qual o regime aplicado, fixando o regime, ele verifica se pode substituir a PPL por outra espécie de pena: Pena Restritiva de Direitos ou SURSIS. Essa é a primeira fase do sistema trifásico.
Agravantes: Se motivo fútil ou torpe já qualificam o crime, não vai agravar. Art. 61.
a) Reincidência: Se comprova a reincidência pela certidão em pé ou pela folha de antecedentes (desde que transitado em julgado).
b) Motivo fútil: Motivo tolo. Motivo torpe: Motivo repugnante, desprezível.
c) Artigo 61, b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. – Pratica um crime para que não se descubram as provas ou incriminem outro crime. Ex.: Furto um computador para ninguém perceber que guardava fotos de crianças nuas. Alínea c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido – Pessoa que disfarça a verdadeira intençãona hora de praticar o crime.
Qualificador de homicídio não pode ser usada como circunstância agravante.
Ex.: Art. 121, §2º, II, III e IV: Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. § 2° Se o homicídio é cometido: II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; Crime de homicídio que foi praticado por motivo fútil e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima. 2 operários brigam por causa do ovo da marmita. Um deles, quando seu desafeto estava de costas, pega a faca e espeta nas costas. Temos uma qualificadora por motivo fútil e outra que tornou impossível a defesa da vítima. Essas qualificadoras são também circunstâncias agravantes. Juiz pode falar que o crime é qualificado por motivo fútil, e em relação à defesa da vítima ele pode dizer que é circunstância agravante (sobre a vítima estar de costas e não conseguir se defender). Juiz pode fazer isso para que não entre em “bis in idem”. Segundo Damásio: Os elementares correspondem aos elementos específicos do crime. As qualificadoras são circunstâncias legais especiais do crime, previstas na Parte Especial do Código. Quando uma das circunstâncias agravantes funciona como elementar ou como circunstância qualificadora não se aplica a agravação do art. 61. De outra forma, haveria bis in idem. Se a circunstância constitui elemento do tipo, não há motivo para a agravação da pena. Se a circunstância genérica (ou qualificativa) do art. 61 funciona como circunstância qualificadora do tipo penal, se houvesse a incidência da agravação, o sujeito teria a pena aumentada duas vezes em face do mesmo fato ou motivo”. Ou seja, quando uma circunstância agravante estiver descrita no tipo penal como qualificadora, não se aplica a agravação do art. 61.
Um Exemplo do Damásio: Suponha-se que o sujeito cometa crime de bigamia (art. 235). Um dos sujeitos passivos desse crime é o “cônjuge” do primeiro casamento. Assim, a circunstância “cônjuge” do art. 61, II, e), última figura, constitui o crime de bigamia, pelo que não tem aplicação a circunstância agravante.
Pode cair na PROVA: Bis in Idem: Artigo 61, caput. - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime. As circunstâncias agravantes previstas no art. 61 não podem ser consideradas caso haja qualificadores do crime. Não se aplicam para homicídio qualificado, por exemplo, a não ser que eu tenha um homicídio duplamente qualificado. Nesse caso, o juiz pode usar uma qualificadora e uma circunstância agravante. Mas nunca pode usar a mesma como qualificadora e como agravante, duas vezes.
2) Agravantes genéricos: Art. 129, §9º - Circunstância agravante do art. 61, g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão. Posso aplicar esse agravante ao crime de peculato (funcionário público)? Não. Não pode aplicar essa causa de aumento para o crime de peculato, senão eu caio em “bis in idem” - Se tem a expressão, não posso aplicar o mesmo agravante. Sempre que houver uma circunstância agravante para um crime qualificado, e a agravante for a mesma da qualificadora, isso agrava a situação do réu e será considerada “bis in idem”, ou seja, juiz não pode fazer.
Agravantes art. 61:
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; - Para que seja aplicado o agravante, é necessário que se tenha conhecimento da gravidez da mulher.
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; Ex.: Filme Titanic, acontece um crime de homicídio durante o naufrágio. Nesse caso a pena pode ser agravada.
l) em estado de embriaguez preordenada; Ex.: Eu não bebo nada, peço um copo de água e me dão um copo de pinga, eu bebo tudo achando que era água, saio na rua e mato alguém. Essa é a embriaguez de caso fortuito, na embriaguez pré-ordenada, é diferente, a pessoa se embriaga propositadamente para criar coragem para cometer um crime.
3) Agravantes em concurso de pessoas Art. 62.
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
I – Promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes - Teoria do domínio do fato, quem organiza, dirige os outros agentes, ele é o mandante.
II – Coage ou induz outrem à execução material do crime Coação moral e irresistível – É excludente da culpabilidade. Ex.: Quadrilha ia na casa do gerente do banco, sequestrava a família e pedia para o gerente ir pegar o cofre para salvar a família. O gerente não vai ser responsabilizado pelo furto. Mas os agentes que coagiram sim, e ainda terão o agravante do art. 62, II.
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal. Quem instiga um deficiente mental, por exemplo. 
IV - Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
Circunstâncias atenuantes:
4) Atenuantes genéricas - Art. 65:
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - Ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; - Podem ter a pena reduzida
II - O desconhecimento da lei; em algumas circunstâncias isso pode ser um atenuante (pessoa do campo, do interior, rude), apesar do princípio da inescusabilidade da lei.
III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; - Se trata de uma modalidade privilegiada do homicídio, art. 121, §1º - Causa de diminuição da pena.
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; não se confunde com o art. 15 CP. Já houve a consumação do crime, mas o agente procura amenizar, paga o tratamento da vítima, vai na casa visitar, etc. Não se confunde com o art. 16 CP também, arrependimento posterior (só é considerado até o recebimento da denúncia). Não é admissível em crimes com violência e grave ameaça. Essa atenuante somente pode ser considerada até a sentença do juiz.
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; - Não se confunde com o art. 22 CP. Aqui se considera coação a que poderia resistir, no art. 22 fala-se em coação moral irresistível. Resistível seria: Se não trouxer o cofre do banco, eu mato sua calopsita. Não é uma excludente de culpabilidade, mas é um atenuante. Outro ex.: Superior dá uma ordem esdrúxula ao subordinado, que segue a ordem e comete um crime. Isso é atenuante, mas não exclui a culpabilidade.
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; não tem distinção se é autoridade judicial ou policial. Antigamente, não concediam esse atenuante em caso de confissão qualificada (ex.: confesso, mas justifico que foi legítima defesa). Hoje em dia, o entendimento é pacífico que pode haver circunstância atenuante para confissão qualificada, mesmo que seja mentira (ex.: não foi legítima defesa, mas o réu diz que foi). STJ Súmula 545 - Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal.
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Se não provocou o crime, tem atenuante. Ex.: Metrô Sé, 18:00h, trem para na plataforma e não abre a porta. Após 10 minutos parado, alguém grita vamos quebrar. Você vai e quebra inflamado pela multidão.
Artigo 66 CP - Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. – Qualquer outro fator que o juiz ache relevante.
Questão de Prova:Primeira fase da dosimetria da pena: Juiz não pode fixar a pena aquém do mínimo e além do máximo. O que acontece se o juiz está diante de um crime de furto, mas não há nada desfavorável, não há nada agravante? Então ele fixa a pena em 1 ano, que é a pena mínima. E se na segunda fase o réu confessar? O juiz pode reduzir mais ainda a pena? De acordo com a Súmula 231 do STJ, não. Não pode reduzir a pena abaixo do mínimo, mesmo com a confissão do réu.
6) Concurso de Circunstâncias agravantes e atenuantes – Art. 67 CP Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
Quando temos os 2, agravantes e atenuantes, o juiz deve dar maior importância para aquelas que dizem respeito aos motivos do crime, para a reincidência e para a personalidade do agente. Exemplo: Terceira fase: Juiz viu que o réu era reincidente e confessou o crime. Juiz vai dar mais valor à reincidência (aumenta a pena em 1/3) do que à confissão (diminui a pena em 1/6). A reincidência é preponderante. Outro ex.: Na segunda fase tem 2 agravantes e 1 atenuante, a agravante anula a atenuante e sobra uma agravante. Juiz aumenta 1/6 da pena. Isso não está na lei, virou uma praxe dos juízes, se convencionou pela prática forense.
7) Causas de aumento: Arts. 70 e 71, arts. 121, §1º - 129, §4º. “Aumenta-se a pena de 1/3 até a metade”. Estará escrito sempre assim na cominação do tipo penal, é fácil de identificar.
8) Causas de diminuição: Art. 14, II; Art. 16; Art. 26, § único; Art. 121, §1º; Art. 129, §4º - “A pena será diminuída de” – É uma causa de diminuição.
9) Concursos de causas de aumento e causas de diminuição – Art. 68, §único. Havendo causas de aumento ou diminuição na parte especial, o juiz poderá optar por um só aumento ou uma só diminuição. Ex.: Art. 157 – Para o crime de roubo tem 5 causas de aumento, o juiz vai escolher um só aumento. Isso está na sumula 443 do STJ – Juiz não pode aumentar em metade com base apenas na quantidade de motivos de aumento, ele deve fundamentar qualquer aumento superior à 1/3, não apenas citando a causa de aumento, ou dizendo que o crime tem 3 causas de aumento, por exemplo. § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Aula 31/03
Tabela da lousa:
	Crime
	Furto
	Sentença 
	Trânsito 
	Furto
	10/01/00
	20/11/01
	31/03/02
	Roubo
	25/11/01
	30/01/02
	10/06/03
	Extorsão
	30/05/03
	20/08/04
	10/06/06
Qualificadora estipula um quantum, como é o caso do furto. Ex.: §4º do Art. 155. Temos qualificadores do crime de furto. Também temos qualificadores para o crime de homicídio. Já o crime de roubo (art. 157, §2º) não possui qualificadora, a pena aumenta de 1/3 à metade. Quando o crime é qualificado, o juiz já parte das penas previstas para o crime qualificado desde a primeira fase. No caso de roubo, temos causas de aumento e não qualificadoras, o juiz vai partir da pena que está no caput do art. 157. Na terceira fase que ele vai ver o que está no art. 157, §2º, e também na terceira fase que ele vai aplicar as causas de aumento de 1/3 à metade. Lembrando que na primeira e na segunda fase a pena nunca pode ficar aquém do mínimo e além do máximo previsto na lei. O que não pode haver é “bis in idem”, prejudicar o réu pelo mesmo motivo duas vezes.
Tentativa – Art. 14, II, §único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. – Causa de diminuição.
Limite das penas – Máximo de tempo que uma pessoa pode ficar presa é de 30 anos. CF não permite prisão perpétua. Quando sujeito pega pena de 300 anos, juiz unifica as penas para 30 anos. Mas existe uma exceção – Art. 75, §2º. Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido. Ex.: Pegou 30 anos, cumpriu 10 anos, depois de 10 anos ele mata um outro preso na cadeia, e pegou mais 90 anos de pena. Juiz unifica de novo para 30 anos, mas neste caso despreza o tempo já cumprido. Então ele cumpre um total de 40 anos. Sempre será desprezado o tempo que ele já cumpriu, quando cometer novo crime durante o cumprimento da pena. Súmula 715 STF – Para benefícios como progressão de pena, é usado a sentença total, por exemplo, 300 anos.
Concurso de crimes – Juiz deve verificar a espécie, material, formal e continuado.
Quando não existe concurso de crimes? Crime completo – Várias elementares na sua construção típica. Ex.: Crime de roubo: Subtrair para si ou outrem... São várias elementares. Violência, grave ameaça. Não há concurso de crimes, pois se trata do mesmo fato típico. 2ª hipótese: Crime permanente – Quando o resultado se prolonga no tempo. Ex.: Sequestro. Vítima ficou sequestrada por 10 dias, são 10 sequestros? Não, apenas 1 sequestro. Crime habitual também não é concurso de crimes. Crime de conteúdo múltiplo ou variado – Aquele que possui vários verbos na sua construção típica – Vender, guardar. Ex.: Crime de tráfico. Nesses casos, não haverá concurso de crimes.
a) Material (art. 69 CP) - Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. §1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. §2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
Para configuração – Pluralidade de crimes e pluralidade de condutas. 2 ou mais condutas e, consequentemente, 2 ou mais crimes. Pode ser homogêneo (crimes da mesma espécie) ou heterogêneo (crimes distintos).
Sujeito ingressa na casa da vítima para roubar e estuprar a filha da vítima. Isso é concurso material. Como fixamos a pena? Mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, as penas serão aplicadas CUMULATIVAMENTE, ou seja, serão somadas. Primeiro se cumpre a pena mais grave, e depois a pena mais branda. É possível substituir nesse caso acima a PPL por PRD? Juiz vai somar as penas. Foi até 4 anos? Dá para substituir; superou os 4 anos? Não pode substituir.
b) Concurso formal (art. 70, CP) - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
Em uma só ação se pratica 2 ou mais crimes. Conduta única, não tem pluralidade de condutas, ao contrário do concurso material. Uma conduta única resulta numa pluralidade de crimes. Esses são os requisitos do concurso de crimes formal. Também pode ser homogêneo ou heterogêneo. Homogêneo: Da mesma espécie. Heterogêneo: De espécies diferentes. 
Concurso Formal Homogêneo: Ex.: Sujeito entra armado no ônibus

Continue navegando