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Resumo crédito tributário

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 O crédito tributário representa o instante da exigibilidade da relação jurídico-
tributária. Inicia-se com o lançamento tributário, conforme art. 142 do CTN, definindo-
se, logo, como uma obrigação tributária “lançada” ou ainda, como obrigação tributária 
em estado ativo. 
 O lançamento é o responsável por fazer exigível a obrigação tributária, 
quantificando-a e qualificando-a. Desta forma, vez que é ilíquida e inexigível, necessita 
dos atributos de certeza e liquidez, atributos estes garantidos pela atuação do Fisco 
com o lançamento. Uma vez formalizado, não há mais “obrigação tributária”, mas sim 
crédito tributário. O lançamento é o instrumento que confere ao Fisco a percepção do 
importe tributário a que tem direito devido ao fato gerador, habilitando o sujeito ativo 
a cobrar administrativa ou judicialmente. 
 Diante de tais ensinamentos, apreende-se que crédito tributário é a obrigação 
tributária tornada líquida e certa por intermédio do lançamento. Portanto, para haver 
lançamento – e, assim, crédito tributário –, é mister que exista fato gerador e, 
portanto, obrigação tributária. 
Finalidades do lançamento: 
-Verificar a ocorrência do fato gerador; 
-Determinar a matéria tributável; 
-Calcular o montante do tributo devido; 
-Identificar o sujeito passivo; 
-Propor, se caso for, a aplicação da penalidade cabível. 
Considerações sobre o lançamento: 
-Segundo a doutrina majoritária, o lançamento é um procedimento administrativo, ou 
seja, indica um conjunto de atos organizados tendentes a uma finalidade identificada. 
No caso do lançamento, a finalidade a que se visa é a própria constituição do crédito 
tributário. 
 -Possui natureza jurídica mista ou dúplice para o lançamento, isto é, constitutiva do 
crédito tributário e declaratória da obrigação tributária. 
-Segundo o art. 142, parágrafo único, do CTN, “a atividade administrativa de 
lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional”. 
-A base de cálculo do gravame deverá ser convertida em moeda nacional, utilizando-se 
a taxa de câmbio do dia da ocorrência do fato imponível da obrigação. 
Revisões de lançamento: 
a) O lançamento revisível: análise do art. 145 do CTN; 
 a.1) art. 149 do CTN. 
b) O lançamento revisível: análise do art. 146 do CTN. 
Modalidades de lançamento: 
a) Direto, de ofício ou ex officio (art. 149, I, do CTN) - é aquele em que o Fisco, por 
meio da autoridade administrativa, dispondo de dados suficientes em seus registros 
para efetuar a cobrança do tributo, realiza -o, dispensando o auxílio do contribuinte; 
b) Misto ou por declaração (art. 147 do CTN) - é aquele realizado com base na 
declaração do sujeito passivo, que presta à autoridade lançadora as informações 
necessárias à sua confecção; 
c) Por Homologação ou autolançamento (art. 150 do CTN) - é aquele em que o 
contribuinte auxilia ostensivamente o Fisco na atividade do lançamento, recolhendo o 
tributo, antes de qualquer providência da Administração, com base em montante que 
ele próprio mensura. 
 A homologação do pagamento resolve (desfaz) os efeitos do ato (ou seja, a 
extinção do crédito tributário), o que significa dizer, estranhamente, que, se houver a 
precisão no pagamento, e este for conferido, a extinção do crédito será desfeita, 
enquanto que a não homologação do lançamento resolve (desfaz) os efeitos do ato 
(i.e., extinção do crédito tributário). 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E DECADÊNCIA 
 A decadência (do latim cadeus, de cadere, na acepção de “perecer, cair ou 
cessar”) é uma forma extintiva de direito subjetivo (do sujeito ativo), constante numa 
relação jurídica de direito material, substantivo ou substancial. 
 A decadência nasce em razão da omissão ou inação do sujeito ativo no exercício 
da faculdade de proceder ao lançamento e, a partir desse momento, interrompe o 
processo de positivação do direito tributário. Provoca, assim, uma espécie de 
“autofagia do direito”, motivada pelo tempo. Mostra-se, na máxima: “um direito que 
extingue um direito, produzindo novo direito.” 
Premissas da decadência: 
a)A decadência atinge o direito subjetivo do sujeito ativo, constante numa relação 
jurídica de direito material, substantivo ou substancial; 
b) a decadência decorre sempre de lei, sendo tratada, com exclusividade, em lei de 
normas gerais, ou seja, a lei complementar do CTN, em seu art. 173. Tal entendimento 
deflui da leitura do art. 146, III, “b”, da CF, tendo sido ratificado pelo teor da Súmula 
Vinculante n. 8, em junho de 2008; 
c) à decadência aplicam -se os princípios da legalidade e da segurança jurídica; 
d) antes do lançamento somente ocorre a decadência; 
e) ocorrendo a decadência, não se opera a prescrição. Com efeito, “constituído o 
crédito tributário pelo lançamento, cessa a cogitação de decadência para iniciar -se a 
cogitação de prescrição. Onde termina a primeira, começa imediatamente a segunda, 
sem qualquer hiato”. 
f) é possível a restituição de tributo atingido pela decadência; 
g) Na recente visão do STJ, em sede de recurso repetitivo, “a decadência, consoante a 
letra do art. 156, V, do CTN, é forma de extinção do crédito tributário. Sendo assim, 
uma vez extinto o direito, não pode ser reavivado por qualquer sistemática de 
lançamento ou autolançamento, seja ela via documento de confissão de dívida, 
declaração de débitos, parcelamento ou de outra espécie qualquer.” 
 O art. 150, § 4º, CTN é considerado a regra especial de decadência. O preceptivo 
alcança, com exclusivismo, os tributos lançados por homologação, com a típica 
antecipação de pagamento. O prazo é de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador. 
Exceções do Art. 150, §4°: 
a) Se a lei não fixar outro prazo para a homologação, o que só poderá fazê-lo pra 
menos; 
b) Se houver prova da ocorrência de dolo, fraude ou simulação: neste caso, avoca -se a 
aplicação do art. 173, I, CTN. 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E PRESCRIÇÃO 
 “Ao tratar dos institutos jurídicos da decadência e prescrição, o CTN apresenta 
alguns paradoxos ou equívocos se confrontados com os conceitos dos dois institutos 
no plano da teoria geral do Direito Civil. Todavia, é assente a ideia de que a decadência 
atrela-se ao direito de constituir o crédito tributário e a prescrição ao da ação para a 
satisfação do referido crédito” 
 A prescrição é o fato jurídico que determina a perda do direito subjetivo de 
ajuizamento da ação de execução (fiscal) do valor do tributo. 
Semelhanças entre a prescrição e a decadência: 
a) Segundo o CTN, são causas extintivas do crédito tributário (art. 156, V, CTN); 
b) Não extinguem o “direito objetivo” (normas jurídicas), mas o direito subjetivo, isto 
é, a faculdade do sujeito de exercer uma conduta diante da ocorrência de um fato; 
c) Nascem em razão da realização do fato jurídico de omissão no exercício de um 
direito (subjetivo), que se extingue, caso ele não seja exercido durante um certo lapso 
temporal; 
d) Interrompem o processo de positivação do direito tributário, provocando um tipo 
de autofagia do direito; 
e) Surgem da necessidade de o direito lidar com a questão do tempo, garantindo a 
expectativa de segurança jurídica, sem pretensão imediata de se fazer “justiça”; 
f) Encontram respaldo em lei de normas gerais, o próprio CTN, conforme o art. 146, III, 
“b”, CF (v.g., a prescrição, no art. 174 do CTN e a decadência, no art. 173 do CTN). 
g) A decadência e a prescrição podem ter seus prazos interrompidos ou suspensos: o 
tema é deveras controvertido, principalmente na seara da decadência, até porque a 
interrupção de prescrição está textualmente admitida no CTN (art. 174, parágrafoúnico, I ao IV); 
h) Ambas podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz, ou seja, pode o magistrado 
decretar de ofício a decadência e a prescrição, em cobrança judicial, quando 
evidenciados tais vícios (art. 269 do CPC [atual art. 487, II, do NCPC]); 
i) Admitem a restituição do tributo “decaído” ou “prescrito”; 
j) Não se aplicam as disposições do CTN, afetas à decadência e à prescrição, ao FGTS. 
A falta de recolhimento no devido prazo do valor tributário corretamente declarado 
acarreta relevantes consequências: 
(I) autorização para inscrição em dívida ativa; 
(II) fixação do termo a quo do prazo de prescrição; 
(III) inibição de certidão negativa de débito (Súmula n. 446 do STJ: “Declarado e não 
pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de 
certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.”); e 
(IV) afastamento da possibilidade de denúncia espontânea. 
 O art. 174, parágrafo único, I a IV, do CTN prevê as situações em que o prazo de 
prescrição será interrompido, zerando-se a contagem do quinquênio, com a integral 
devolução do tempo ao interessado, sendo a causa interruptiva o dies a quo do novo 
prazo de prescrição, podendo ser: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (LC n. 118/2005); 
II – pelo protesto judicial; 
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em 
reconhecimento do débito pelo devedor.

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