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Direito Processual Penal I

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Aula-25/04/2016 – Início do 2º Bimestre
DENÚNCIA E QUEIXA
Conceito – peça acusatória iniciadora da ação penal, que consiste em uma exposição por escrito de fatos que constituem, em tese, ilícito penal, com a manifestação expressa da vontade de que se aplique a lei penal a quem é presumivelmente seu autor e a indicação das provas em que se alicerça a pretensão punitiva (Fernando Capez).
A denúncia é a peça acusatória inaugural da ação penal pública (condicionada ou incondicionada)
A queixa é a peça acusatória inicial da ação penal privada.
Requisitos da denúncia- art. 41 do CPP.
Endereçamento da denúncia: o endereçamento equivocado caracteriza mera irregularidade. O que causa nulidade não é o endereçamento errado, mas sim o Juiz incompetente remeter ao Juiz competente antes de recebê-la.
Descrição completa dos fatos: todas as circunstâncias, mais importante, pois, no processo penal, cabe ao réu defender-se dos fatos, sendo irrelevante a classificação jurídica descrita.
- O que limita a sentença são os fatos. A narração incompleta pode ou não acarretar a nulidade da denúncia. Só haverá nulidade se a deficiência inviabilizar o exercício do direito de defesa.
A descrição deve ser precisa, não se admitindo a imputação vaga e imprecisa.
O autor deve incluir na peça inicial todas as circunstâncias que cercam o fato, sejam eles elementares ou acidentais, que possam, de alguma forma, influir na apreciação do crime e na fixação e individualização da pena;
Na hipótese de concurso de agentes (coautoria e participação), é necessária a descrição individualizada da conduta de cada um.
Exceções:
- crimes de autoria coletiva (praticados por multidão);
- delitos societários (diretores se escondem atrás da pessoa jurídica).
Denúncia Alternativa:
É aquela que atribui ao réu mais de uma conduta penalmente relevante de forma alternada, de modo que, se uma delas não ficar comprovada, o réu poderá ser condenado subsidiariamente pela outra.
Para Grinover e outros, a denúncia alternativa não pode ser aceita, pois torna a acusação incerta, dificultando muito, e as vezes até inviabilizando, o exercício da defesa.
Afrânio Silva Jardim defende sua admissibilidade.
Classificação jurídica dos fatos: não é essencial, pois o réu se defende dos fatos e não da acusação jurídica (juria novit curia – o Juiz conhece o direito).
Não vincula o juiz, que poderá dar àquele definição jurídica diversa. O Juiz só está adstrito aos fatos narrados na peça acusatória;
A classificação jurídica da conduta pode ser alterada até a sentença, quer por aditamento da peça inicial (art. 569 do CPP), quer por ato do juiz (Art. 383 do CPP – emendatio libelli; corrigir a acusação) ou do Ministério Público (art. 384 do CPP).
Assim, o Juiz não pode rejeitar a denúncia por entender errada a classificação do crime, bem como, nesse momento, dar uma classificação jurídica diversa porque a fase correta para isso é a sentença;
O recebimento da denúncia é uma decisão de mera prelibação, sem o exame aprofundado da prova; não há prova produzida pelo crivo do contraditório. O recebimento com classificação diversa é recebimento parcial e, portanto, dele cabe recurso.
Qualificação do denunciado ou fornecimento de dados que possibilitem sua identificação: individualizar quem está sendo acusado.
Não havendo dados para a qualificação do acusado, a denúncia deverá oferecer seus dados físicos (traços característicos), desde que possível sua caracterização. (ver art. 259 do CPP).
Rol de testemunhas: a denúncia é o momento oportuno para se arrolarem testemunhas, sob pena de preclusão. Perdida essa oportunidade, dependerá do consentimento do Juiz (art. 209, CPP).
O arrolamento de testemunhas é facultativo.
Pedido de condenação: não se exige fórmula sacramental (peço a condenação), basta que fique implícita essa vontade. A falta acarreta irregularidade.
Nome, cargo e posição funcional: só haverá nulidade quando essa falta inviabilizar por completo a identificação da autoria da denúncia.
Assinatura: a falta de assinatura não invalida a peça, se não houver dúvidas quanto à sua autenticidade.
- Para a propositura da queixa são necessários os mesmos requisitos da denúncia acrescidos do art. 44 do CPP.
- Na procuração devem constar o fato criminoso e o autor, caso contrário o advogado poderá responder por um crime.
OBS.: Tratando-se de simples erro periférico, sem qualquer relevância, o juiz deverá receber, desde logo, a denúncia ou queixa, até porque a incorreção, a par de não comprometer o esclarecimento da verdade, é possível de ser corrigida até a prolação da sentença (art. 569 do CPP).
- OMISSÕES
- As omissões podem ser supridas até a sentença (art. 569);
- Podem ser retificados dados;
- Aditar para incluir novos acusados, ou para imputar aos existentes novos delitos.
- Em qualquer caso, deverão ser tomadas providências para assegurar a observância de todas as garantias do devido processo legal (nova citação; reabertura da instrução; vista à parte para se manifestar a respeito de documentos que tenham sido juntados, etc.)
- As falhas e omissões da queixa em relação a formalidades secundárias também poderão ser sanadas a qualquer tempo, até a sentença.
Há entendimentos contrários segundo os quais tais irregularidades só podem ser retificadas enquanto não fluir o prazo decadencial.
- Quando a eventual inépcia da denúncia, tal vício deverá ser arguido até a sentença condenatória, sob pena de preclusão (entendimento do STF).
- PRAZO PARA A DENÚNCIA
- 15 dias, se o indiciado estiver solto, e 5 dias, se estiver preso (art. 46 do CPP).
- O excesso de prazo não invalida a denúncia;
- Prazos especiais:
10 dias – crimes eleitorais;
2 dias para crimes contra a economia popular;
48 horas para abuso de autoridade;
10 dias para crimes previstos na lei de drogas, etc...
- PRAZO PARA A QUEIXA
- 06 meses, contados do dia em que o ofendido vier a saber quem é o autor do crime.
- Trata-se de prazo de direito material;
- No caso de ação privada subsidiária, o prazo será de 06 meses, a contar do esgotamento do prazo para o oferecimento da denúncia.
- Para os sucessores, em caso de morte ou de ausência do ofendido, o prazo é o mesmo (art. 38 do CPP).
Aula-26/04/2016
-ADITAMENTO DA QUEIXA:
- O MP pode aditar a queixa (art. 45 do CPP)
- Não será admitido aditamento para imputar ao querelado novos crimes, ou para incluir outros ofensores, além dos já existentes.
- Na hipótese de não ser conhecida a identidade do coautor ou partícipe do crime de ação penal privada, como fica a questão envolvendo princípio da indivisibilidade (art. 49)?
- O prazo para aditamento da queixa pelo MP é de três dias, a contar do recebimento dos autos pelo órgão ministerial.
- Tratando-se de ação penal privada subsidiária da pública, o MP poderá, além de aditar queixa, repudiá-la, oferecendo denúncia substituta (art. 29).
- CAUSAS DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA:
- A denúncia será rejeitada quando for inepta (inciso I), quando faltar qualquer pressuposto processual ou condição da ação penal (inciso II), ou ainda faltar justa causa para o exercício da ação penal (inciso III).
Denúncia manifestamente inepta
- A denúncia será inepta quando não preencher os requisitos formais mínimos para o seu processamento.
- Eugênio Pacelli de Oliveira afirma que em atenção ao princípio da ampla defesa, saberia a rejeição da denúncia por inépcia, na medida exata em que esta não atendesse aos requisitos previstos no citado artigo 41.
Falta de pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
Pressupostos processuais – requisitos necessários para a existência e validade da relação jurídica processual (pressupostos de existência e validade)
Um órgão jurisdicional competente, não suspeito ou impedido, a inexistência de coisa julgada ou de litispendência, a ausênciade nulidade, etc.
Condições da ação – são os requisitos essenciais para que se possa exercer o direito de ação e, assim, ter direito ao julgamento do mérito. a) possibilidade jurídica do pedido; b) legitimidade da parte (legitimatio ad causam) ou legitimidade de agir; e c) interesse de agir ou interesse legítimo.
Possibilidade jurídica do pedido: “significa tipicidade da conduta descrita”
- Possibilidade jurídica do pedido significa o exame que deve ser feito, pelo Juiz, da ação posta em juízo, no sentido de examinar se há, ou não, viabilidade jurídica em função do ordenamento positivo.
Legitimidade da parte (legitimatio ad causam) ou legitimidade de agir: a pertinência subjetiva da ação.
- Esta somente poderá ser exercida pelo titular de uma situação jurídico-material. Em suma: é a parte legítima para promover a ação o titular do interesse em lide. Legitimado para figurar no polo ativo é indicado pela lei (Ministério Público nas ações públicas e ofendido ou seu representante legal, nas privadas). E o legitimado passivo é o indigitado autor da infração penal.
Interesse de agir ou interesse legítimo: significa a necessidade e utilidade de vir a juízo.
- Necessidade esta presumida no processo penal, pois o direito de punir é de coação indireta, ou seja, somente se aplicar por meio do processo.
- Utilidade / adequação do provimento jurisdicional para realizar a pretensão punitiva estatal (se estiver extinta a punibilidade, por exemplo, não há nenhuma utilidade do processo, uma vez que será impossível a aplicação do jus puniendi).
Faltar justa causa para o exercício da ação penal
- É a ausência de qualquer elemento indiciário da existência do crime ou de sua autoria.
- A inicial, para ser recebida, deve estar acompanhada de um suporte probatório que demonstre a idoneidade, a verossimilhança da acusação.
Fundamentos do recebimento
- O recebimento da denúncia ou queixa implica escolha judicial entre a aceitação e a recusa da acusação, tendo, por essa razão, conteúdo decisório, a merecer adequada fundamentação.
- Embora não pareça certo dispensar toda e qualquer motivação, a jurisprudência tendo entendido que a decisão que recebe a denúncia não tem carga decisória e, portanto, não precisa ser fundamentada.
Recurso
- Da decisão que recebe a denúncia ou queixa, não cabe, em regra, qualquer recurso. (pode ser impetrado habeas corpus)
- Em crime da competência originária dos tribunais superiores cabe agravo (Lei nº 8.038/90, art. 39), tanto da decisão que recebe como da que rejeita.
- Da decisão que rejeita a denúncia e a queixa cabe recurso em sentido estrito (art. 581, I, do CPP).

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