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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE ENSINO Segunda Lei de Newton Roteiro de Física Experimental 1 Experimento 5 Maceió 2016 1 1 Introdução Teórica Newton enunciou sua segunda lei como: “A variação da quantidade de movimento é proporcional à força motriz imprimida e atua na direção da reta segundo a qual a força é dirigida.” Com o termo “quantidade de movimento” Newton se referia a uma grandeza hoje chamada momento linear. O momento �⃗� de uma massa 𝑚 movendo-se com velocidade vetorial �⃗� é: 𝑝 = 𝑚�⃗� (1) Para Newton, a expressão “força motriz” significava a força resultante 𝐹𝑅⃗⃗⃗⃗⃗ Esta força é expressa pela soma vetorial de todas as forças atuantes no corpo estudado. 𝐹𝑅⃗⃗⃗⃗⃗ = 𝐹1⃗⃗ ⃗⃗ + 𝐹2⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝐹3⃗⃗⃗⃗⃗ + ⋯ (2) Se a constante de proporcionalidade entre a “força motriz” e a “variação do momento” for igual a 1, então a segunda lei de Newton torna-se: �⃗� = 𝑑�⃗� 𝑑𝑡 (3) Além disso, se admitirmos que a massa do objeto é independente do tempo t, então: 𝑑�⃗� 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 (𝑚�⃗�) = 𝑚 𝑑�⃗⃗� 𝑑𝑡 = 𝑚�⃗� (4) Dessa forma, reescrevemos a equação (3) como: 𝐹𝑅⃗⃗⃗⃗⃗ = 𝑚�⃗� (5) A equação (5) é a forma mais conhecida da segunda lei de Newton, contudo, ela consiste em um caso particular em que a massa de um corpo é constante [1]. Agora consideremos um sistema como o da figura 1, constituído por um corpo B, de massa m preso a outro corpo A de massa M através de uma corda inextensível de massa desprezível, passando por uma polia de massa também desprezível e sem atrito. Como resultado do movimento, o corpo A desliza sobre um plano horizontal sem atrito. 2 Para encontrar a aceleração do sistema, devemos considerar as equações de movimento conjuntamente. Assim, em módulo, temos que: 𝑇 = 𝑀𝑎 (corpo 1) 𝑚𝑔 − 𝑇 = 𝑚𝑎 (corpo 2) O que, ao somar as duas equações, resulta em: 𝑚𝑔 = (𝑚 + 𝑀)𝑎 (6) Note que, se for possível transferir massa do corpo A para o corpo B, mantém-se fixa a massa total do sistema, mas varia-se a força externa (gravidade) que atua apenas em B. Desa forma, é possível verificar a 2ª Lei de Newton para uma força variável atuando em uma mesma massa. É possível verificar o papel da inércia (massa) nesse contexto, se mantivermos uma força externa fixa e variando a massa total do sistema. Ao aumentar a massa, para uma mesma força, a aceleração diminui, diminuindo a capacidade do corpo de mudar o seu estado de movimento (velocidade). 2 Objetivos Neste experimento, analisaremos como a mudança nas variáveis envolvidas na segunda Lei de Newton afetam as relações entre cada termo da segunda lei de Newton. Investigar as proporções entre as grandezas relacionadas pela da segunda lei de Newton Estudar a relação entre trabalho de uma força e a variação da energia cinética; Interpretação e análise de gráficos. Figura 2: Esquema de ligação do cronômetro com a chave liga-desliga e o sensor S2 – Fonte: Referência [2] 3 3 Materiais Utilizados Material Quantidade Trilho 120 cm 1 Cronômetro digital multifunção com fonte DC 12 V 1 Sensores fotoelétricos com suporte fixador (S1 e S2) 2 Eletroímã com bornes e haste 1 Fixador de eletroímã com manípulos 1 Chave liga-desliga 1 Y de final de curso com roldana raiada 1 Suporte para massas aferidas – 9 g 1 Massa aferida 10 g com furo central de Ø2,5 mm 1 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø2,5 mm 2 Massas aferidas 10 g com furo central de Ø5 mm 2 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø5 mm 4 Massas aferidas 50 g com furo central de Ø5 mm 2 Cabo de ligação conjugado 1 Unidade de fluxo de ar 1 Cabo de força tripolar 1,5 m 1 Mangueira aspirador Ø1,5” 1 Pino para carrinho para fixá-lo no eletroímã 1 Carrinho para trilho cor azul 1 Pino para carrinho para interrupção de sensor 1 Porcas borboletas 3 Arruelas lisas 7 Manípulos de latão 13 mm 4 Pino para carrinho com gancho 1 Balança eletrônica 1 4 Procedimentos Experimentais Parte I: Relação entre força resultante e aceleração 1. Montar o equipamento conforme o esquema de ligação do cronômetro na figura 2, escolhendo a função F2 do cronômetro. 4 2. Com o cabo apropriado conectar a chave liga-desliga ao cronômetro. 3. Ligar o eletroímã à fonte de tensão variável deixando em série a chave liga-desliga. 4. Com uma balança verifique a massa do carrinho, MC =________kg. 5. Suspender no suporte de massas aferidas (mS = 9 g) uma massa aferida mA de 10g (conferir o peso da mesma na balança). Massa suspensa: m = mA + ms = 0,019 kg. 6. Força resultante no sistema: FR = mg = __________ N (use g = 9,81 m/s2). 7. Adicionar ao carrinho mais duas massas de 20g e uma 10g, totalizando 50g (conferir as massas na balança). Assim o sistema terá uma massa total MT = Mc + mS + 50g + 10g 8. Fixar o carrinho no eletroímã e ajustar a tensão aplicada para que o carrinho fique na iminência do movimento. 9. Posicionar o sensor S2 a uma distância x = 0,300 m do carrinho. Este deslocamento dever ser medido entre o pino central do carrinho e o centro de S2. 10. Zerar o cronômetro (reset) e desligar1 o eletroímã liberando o carrinho. 11. Anotar na tabela 1 o intervalo de tempo registrado no cronômetro, repetindo o procedimento três vezes. Ao final calcular o tempo médio tm. 12. Com base em tm, calcular a aceleração através de 𝑎 = 2∆𝑥/𝑡𝑚 2 13. Calcular a razão F/a e comparar com o valor da massa total do sistema. 14. Acrescentar ao suporte uma massa aferida total de 20 g (conferir o peso da mesma na balança). Massa suspensa: m = 0,029 kg, deixando 40g no carrinho 15. Transferir a massa acrescentada ao carrinho para o suporte, variando de 10 em 10 g, até que se tenha 60g no suporte e 0g acrescida ao carrinho. 16. Construir o gráfico FR = f(a) (força resultante em função da aceleração). 17. Determinar os coeficientes angular e linear do gráfico FR = f(a). 1Nota: o desligamento do eletroímã por meio da chave lig/des deve ser feito em movimento firme e único a fim de evitar o acionamento do cronômetro antes da liberação do carrinho. Figura 2: Esquema de ligação do cronômetro com a chave liga-desliga e o sensor S2 – Fonte: Referência [3] 5 Coeficiente angular A =________ Coeficiente linear B =________ Δx (m) m (kg) FR (N) Tempos (s) tm a (m/s2) FR / a (Kg) t1 t2 t3 0,300 Tabela 1: Valores das massas e seus respectivos tempos e força resultante Questões 1) Qual a forma do gráfico FR = f(a)? Essa forma mostra que aceleração e força resultante são direta ou inversamente proporcionais? 2) Qual o significado físico do coeficiente angular do gráfico FR = f(a)? E do coeficiente linear? 3) Com base nos resultados desse experimento, é válida a afirmação de Newton sobre a causa da variação do movimento? Comente. Parte II: Relação entre aceleração e massa 1. Suspender no suporte de massas aferidas (9 g) uma massa de 30g (conferir o peso da mesma na balança). Massa suspensa: m = 0,039 kg. 2. Força resultante no carrinho: FR = mg = __________ N (use g = 9,81 m/s2). Essa força será mantida constante. 3. Fixar o carrinho no eletroímã e ajustar a tensão aplicada para que o carrinho fique na iminênciado movimento. 4. Posicionar o sensor S2 a uma distância x = 0,300 m do carrinho. Este deslocamento dever ser medido entre o pino central do carrinho e o centro de S2. 5. Zerar o cronômetro (reset) e desligar o eletroímã liberando o carrinho. 6. Anotar na tabela 1 o intervalo de tempo registrado no cronômetro, repetindo o procedimento três vezes. Ao final calcular o tempo médio tm. 7. Com base em tm, calcular a aceleração através de 𝑎 = 2∆𝑥/𝑡𝑚 2 8. Calcular a força resultante experimental através da equação 5. 9. Comparar os valores das duas colunas de força. 10. Acrescentar ao carrinho uma massa aferida total de 10 g (conferir o peso da mesma na balança). Massa suspensa: M’c = Mc + 0.010 kg. 6 11. Repetir os procedimentos variando a massa acrescentada ao carrinho até 60 g, variando de 10 em 10 g. Obs: ajustar o fluxo de ar do trilho no máximo, pois o acréscimo de massa no carrinho pode causar atrito. Δx (m) M’c (kg) 1/ M’c (kg-1) FR (N) t1 (s) t2 (s) t3 (s) tm (s) a (m/s2) M.a (N) 0,300 Tabela 2: Valores das massas e seus respectivos tempos 12. Construir o gráfico a = f(M) (aceleração em função da massa) utilizando os dados da tabela 2. 13. Linearizar o gráfico a = f(M). Para linearizar, formar a tabela a (m/s2) versus 1 𝑀 𝑘𝑔−1. 14. Determinar os coeficientes angular e linear do gráfico𝑎 = 𝑓( 1 𝑀 ). Coeficiente angular A =________. Coeficiente linear B =________. Questões 1) De acordo com a tolerância de 5%, definida pelo fabricante do equipamento, pode-se afirmar que a terceira coluna (força resultante) é igual à última coluna (produto da massa pela aceleração)? 2) Qual o significado físico do coeficiente angular da reta do gráfico𝑎 = 𝑓( 1 𝑀 )? 3) Qual a relação de proporcionalidade entre a aceleração e a massa do sistema sob a ação de uma força resultante de intensidade constante? Parte III: Relação entre trabalho e variação da energia cinética 1. Manter a montagem dos experimentos anteriores (partes I e II), escolher a função F2. 2. Colocar no suporte para massas aferidas (9 g) uma massa de 30g. Com a aceleração da gravidade (g) local determine P = m∙g =________N. O barbante deve ter comprimento suficiente para que o suporte para massas aferidas não venha a tocar o chão ao final do deslocamento. 3. Posicionar o sensor (S2) a uma distância x = 0,100 m do carrinho. Este deslocamento deve ser medido entre o pino central do carrinho e o centro de S2. 4. Anotar na tabela 3 a massa total do sistema (usar a balança para medir a massa envolvida no experimento): Massa total M = MT = Mc + mS + 30g = ________kg. 7 5. Fixar o carrinho ao eletroímã e ajustar a tensão aplicada para que o carrinho fique na iminência do movimento. 6. Desligar2 o eletroímã liberando o carrinho e anotar na tabela 3 o tempo indicado no cronômetro. 7. Repetir os procedimentos (5) e (6) colhendo três valores de tempo para o mesmo deslocamento, anotando na tabela 3 e calculando o tempo médio. 8. Reposicionar o S2 em 0,100 m (∆x = 0,200 m), e assim sucessivamente até completar a tabela 3. 9. Determinar os valores da velocidade inicial, final e da aceleração do carrinho. 10. De posse dos dados da tabela 3, calcular os valores para a energia cinética e trabalho da força aceleradora sobre o carrinho, preenchendo a tabela 4. M(Kg) FR Δx t1 (s) t2 (s) t3 (s) tm (s) V0 (m/s) V (m/s) a (m/s2) Tabela 3: Valores de deslocamentos e seus respectivos tempos médios (tm) Ec0 Ecf ΔEc W (J) Tabela 4: Valores de energia cinética e trabalho 11. Considerando a tolerância de 5%, pode-se afirmar que a quarta coluna da tabela 4 (trabalho realizado) é igual à terceira coluna (variação da energia cinética)? Fisicamente o que isso representa? Referências Bibliográficas [1] KELLER, Frederick. Física Volume 1. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004. [2] http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Dinamica/sistemas.php. Acessado em 09/09/2016 [3] Manual de instruções e guia de experimentos Azeheb, Trilho de ar linear.
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