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SAÚDE DO HOMEM

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Prévia do material em texto

SaúdeSexual
Archimedes Nardozza Júnior
Adriano Fregonesi
Aguinaldo César Nardi
Carmita Abdo
Renato Falci Júnior
Saude do Homem - fasc 1 - saude sexual AP_2a.indd 1 15/4/2009 16:36:01
Iniciativa e Realização:
Saude do Homem - fasc 1 - saude sexual AP_2a.indd 2 15/4/2009 16:36:08
SaúdeSexual
Diretoria da Sociedade Brasileira 
de Urologia:
Secção São Paulo – Biênio 2008/2009
Presidente: Ubirajara Ferreira
 Vice-Presidente: Rodolfo Borges dos Reis
 1o Secretário: Wagner Eduardo Matheus
 2o Secretário: Rodrigo Sousa Madeira Campos
 1o Tesoureiro: Archimedes Nardozza Júnior
 2o Tesoureiro: Fabiano André Simões
Delegados: 
Celso Gromatzky
 Douglas Otto Verndl
 José Carlos Souza Trindade Filho
 Limirio Leal da Fonseca Filho
 Miguel Zerati Filho
 Renato Falci Júnior
Suplentes Delegados: 
Antonio Corrêa Lopes Neto
 César Nardy Zillo
 Sérgio Félix Ximenes
 Walter Antonio Melarato Júnior
Expediente
Coordenação do Projeto: Wagner Eduardo Matheus • Ubirajara Ferreira
Coordenação Editorial: Archimedes Nardozza Júnior
Projeto Visual Gráfi co: Lado a Lado comunicação & marketing
(11) 3057 3962 • www.ladoalado.com.br
Saude do Homem - fasc 1 - saude sexual AP_2a.indd 3 16/04/2009 15:38:37
Aos colegas urologistas,
Desde o começo desta gestão, sempre estivemos preocupados em ampliar o 
campo de trabalho da classe urológica.
Aproveitando o direcionamento da política de saúde do homem em Brasília, 
a Sociedade Brasileira de Urologia – secção São Paulo (SBU-SP) está 
empenhada em transformar o urologista no “Médico do homem”.
Pensando nisso, criamos o Projeto de Saúde do Homem, que será composto 
de quatro fascículos distribuídos da seguinte forma: Saúde Sexual, Cânceres, 
Perfi l Laboratorial do Homem e Tudo Sobre o Check-Up.
Os fascículos serão distribuídos bimestralmente, e o último será entregue no 
evento de Saúde do Homem, em agosto de 2009.
Com isso, esperamos estar contribuindo na formação dos colegas neste novo 
papel do urologista.
Dr. Ubirajara Ferreira
Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção São Paulo
Dr. Wagner Eduardo Matheus
Coordenador do Projeto Saúde do Homem
Editorial
Saude do Homem - fasc 1 - saude sexual AP_2a.indd 4 15/4/2009 16:36:41
Sumário
I. Distúrbios do Desejo ...............................................................................6
• Diminuição da Libido ........................................................................6
• Aumento da Libido ............................................................................7
II. Distúrbios de Ereção ..............................................................................9
• Doença de Peyronie .......................................................................15
III. Distúrbios do Orgasmo e Ejaculação .....................................................17
• Ejaculação Precoce ..........................................................................17
• Ejaculação Retrógrada .....................................................................19
• Anejaculação ....................................................................................21
• Ejaculação Retardada e Anorgasmia ...............................................21
IV. DAEM e Hipogonadismo .......................................................................22
V. Tamanho do Pênis ................................................................................27
Referências ...............................................................................................30
I. Distúrbios do Desejo
• Diminuição da Libido
• Aumento da Libido
II. Distúrbios de Ereção
• Doença de Peyronie 
Saude do Homem - fasc 1 - saude sexual AP_2a.indd 5 15/4/2009 16:36:42
6
Diminuição da Libido
1. Tratamento da depressão, se esta for a causa:
• inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) (dosagem variável);
• psicoterapia/terapia sexual – em casos de disfunção psicogênica ou mista.
Antídotos para disfunção sexual induzida por antidepressivo, s/n:
• bupropiona (150 a 300 mg/dia); 
• inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) [ver agentes orais para 
disfunção erétil (DE)].
2. Terapia androgênica (em caso de homem com hipogonadismo do adulto)
• Testosterona (oral, gel, injetável, adesivo transdérmico).
 A terapia hormonal masculina só é indicada quando houver quadro clínico 
característico de distúrbio androgênico do envelhecimento masculino 
(DAEM) e níveis de testosterona abaixo do normal (menos de 300 ng/dL).
 Benefícios e riscos devem ser monitorados a cada três meses.
 Todas as opções de tratamento devem ser discutidas com o paciente.
 Devem ser observadas as contraindicações relativas e absolutas 
para a terapia hormonal:
 Absolutas: câncer de próstata não tratado; câncer de mama em ho-
mens; hipertrofi a prostática não tratada.
 Relativas: apneia do sono; doença pulmonar obstrutiva crônica; in-
sufi ciência cardíaca congestiva; doenças renais (síndrome nefrótica); 
hepatopatias; hiperprolactinemia.
I. Distúrbios do Desejo
Saude do Homem - fasc 1 - saude sexual AP_2a.indd 6 15/4/2009 16:36:48
7
• Tipos
Aumento da Libido
Um programa abrangente, envolvendo farmacoterapia, psicoterapia individual ou de grupo, 
terapia de casal ou familiar, deve ser oferecido e mantido por tempo indeterminado, depen-
dendo da gravidade do quadro e das possíveis complicações. 
Medicamentoso
• Fármacos mais indicados são os ISRS (fl uoxetina, sertralina, paroxetina) e os estabili-
zadores de humor. 
• Os fármacos de ação antiandrogênica, como o acetato de medroxiprogesterona não 
são utilizados para este fi m, no Brasil. 
• É recomendável tatear a dose terapêutica, instruindo o paciente sobre os possíveis 
efeitos colaterais e dando a este a incumbência de alcançar a dose que cause alívio, 
sem aplacar completamente a libido.
Os esquemas mais recomendados são:
1. Inibidores da recaptação da serotonina (ISRS): 
 fl uoxetina apresenta boa resolutividade, baixo custo e manejo conhecido; é utilizada 
entre 20 e 80 mg/dia (tatear a dose, pois a inibição completa do desejo sexual 
interfere negativamente na adesão terapêutica);
 sertralina é indicada para pacientes com sintomas físicos e que façam uso de outros 
medicamentos (menor índice de interação medicamentosa); dose de 100 a 200 mg/dia;
Forma de reposição Via Dose Duração
Undecanoato IM 1.000 mg/3 meses 90 d
Cipionato IM 
200-400 mg/ 
2-4 semanas
12 d
Propionato/isocaproato IM 250 mg/2-4 semanas 10 d
Adesivos transdérmica 5 mg/dia 24 h
Gel (1%) transdérmica 5-10 mg/dia 24 h
Metiltestosterona oral 10-30 mg/dia 6-10 h
Undecanoato (cp) oral 40-160 mg/dia 3-4 h
Mesterolona (cp) oral 50-75 mg/dia 8 h
Saude do Homem - fasc 1 - saude sexual AP_2a.indd 7 15/4/2009 16:36:49
8
 paroxetina em casos com signifi cativos sintomas ansiosos; 20 a 60 mg/dia, conforme 
a intensidade da sintomatologia.
2. Estabilizadores de humor 
 Alterações de humor e não resposta aos ISRS indicam a prescrição deste grupo farma-
cológico como primeira escolha:
 topiramato – na dose de 200 mg/dia;
 lamotrigina – nas dosagens de 200 a 400 mg/dia.
3. Associação de ISRS e estabilizador de humor: nos casos de ausência ou insufi ciência de res-
posta terapêutica esperada ao ISRS ou na concomitância de alterações de humor signifi -
cativas (depressão, irritabilidade e excitação).
4. ISRS e naltrexona: recomendam-se doses de 150 mg/dia; nessa dosagem, é fundamental 
solicitar controles séricos das enzimas hepáticas.
Psicoterápico
Fortalece os mecanismos de autorregulação e a capacidade para estabelecer relações inter-
pessoais signifi cativas e estáveis. Basicamente três são os principais medos dos portadores 
de compulsão sexual (da intimidade; da perda do controle e de ficar só), os quais norteiam a 
condução da psicoterapia desses sujeitos. 
1. Psicoterapia psicodinâmica individual
 Tem como principais metas: ampliar o autocontrole do indivíduo e desenvolver a capacidade 
de estabelecer relações afetivas signifi cantes.
2. Psicoterapia psicodinâmica de grupo
 Segue as etapas da psicoterapia individual. O grupo favorece a constituição de ambien-
te terapêutico acolhedor e de cumplicidade, propicia a convivência com outras pes-
soas com histórico e mecanismos de ação semelhantes, possibilitando a identifi cação 
do problema e difi cultando a manutenção da negação, exatamente pela integração do 
sujeito ao grupo.
3. Psicoterapia de casal ou família
 O estímulo à compulsão pode vir da família, quando esta apresenta psicodinâmicas 
relacionais disfuncionais, codependentes e de muito sofrimento. A dinâmica code-
pendente do casal e dos familiares também precisa ser enfrentada, como uma opo-
sição à terapêutica.
4. Grupos de autoajuda
 Como adjuvantes do tratamento das compulsões. 
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9
Defi nição
É a incapacidade permanente ou recorrente de o homem ter ou manter uma 
ereção sufi ciente para uma relação sexual. É aceito que o tempo para o estabe-
lecimento do diagnóstico da DE seja de três meses, exceto nos casos induzidos 
por trauma ou cirurgia quando esse período pode ser menor que o tempo 
estipulado anteriormente.
As principais causas são:
Orgânicas:
1. Vasculogênica
a. Arterial
i. Hipertensão
ii. Dislipidemia
iii. Sedentarismo
iv. Tabagismo
v. Obesidade
vi. Doença coronariana
vii. Doença arterial oclusiva periférica 
b. Cavernosa
i. Disfunção veno-oclusiva
ii. Fibrose cavernosa (pós-priapismo, por exemplo)
c. Mista
II. Distúrbios de Ereção
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10
2. Neurogênica: 
a. Acidente vascular cerebral (AVC)
b. Mal de Parkinson
c. Trauma raquimedular
d. Neuropatias periféricas
e. Esclerose múltipla
3. Fatores endócrinos
a. Diabetes melito tipo 2
b. Diabetes melito tipo 1
c. Hipogonadismo
d. Hiperprolactinemia
e. Hipo e hipertireoidismo
4. Iatrogênica
a. Induzida por medicamentos.
b. Pós-cirúrgica (prostatectomia radical, por exemplo)
c. Pós-radioterapia
5. Outras doenças
a. Sintomas do trato urinário inferior
b. Insufi ciência hepática
c. Doenças respiratórias e apneia do sono
d. Insufi ciência renal
e. Insufi ciência cardíaca
6. Outros fatores
a. Idade
b. Alcoolismo
c. Drogadição
d. Pós-trauma de bacia ou de pênis
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11
Psicogênicas:
• Estresse emocional
• Coerção sexual
• Coerção pré-puberal
• Problemas de relacionamento: confl itos conjugais, separação.
• Problemas com o emprego: desemprego, diminuição de renda.
• Depressão
• Insatisfação com a vida
• Atitude pessimista
Diagnóstico e exames complementares
O diagnóstico da DE é eminentemente clínico, ou seja, com base nos dados de história 
médica e exame físico. 
A medida sérica da testosterona, a glicemia de jejum e o perfi l lipídico são a avaliação básica 
da DE. O ideal seria a medida da testosterona livre por método dialítico, no entanto, é muito 
caro e pouco disponível. O índice de testosterona livre calculado segundo Vermeullen é uma 
boa alternativa nessa avaliação. Não havendo possibilidade desse exame, a testosterona total 
deve ser utilizada.
Exames mais específi cos como cavernosografi a, cavernosometria, testes neurológicos e ou-
tros são relegados a casos muito especiais por motivos médicos legais ou quando o paciente 
deseja saber a causa da DE.
O US Doppler colorido com ereção fármaco induzida prévia tem sido utilizado para avaliar 
baixo fl uxo arterial e disfunção veno-oclusiva também em casos especiais.
Tratamento
O tratamento muitas das vezes se faz apenas por orientação do homem ou do casal sobre 
sua sexualidade ou de ambos.
Se o paciente apresentar baixos níveis de testosterona, medidos duas vezes consecutivas, a 
conduta é a reposição hormonal.
Não havendo sucesso na orientação do paciente e da parceira, e os exames da investigação 
mínima da DE estando normais, instaura-se o tratamento propriamente dito.
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121212
O paciente deve ser orientado que não é a intenção desse tratamento a cura da DE e, sim, 
seu controle.
Em algumas situações especiais, a DE acaba sendo curada, são elas:
• reposição hormonal com melhora da DE;
• problemas psicossociais transitórios (confl ito conjugal, por exemplo);
• colocação de prótese peniana.
O tratamento deve ser escalonado, do menos invasivo e mais tolerado para o mais invasivo 
e menos tolerado.
Algumas drogas via oral já foram utilizadas para tratar a DE, no entanto, nenhuma classe foi 
tão efetiva, segura e com tão poucos efeitos colaterais quanto os inibidores de PDE.
Atualmente, temos quatro dessas drogas no mercado. A pioneira foi a sildenafi la, vieram a 
seguir a tadalafi la, a vardenafi la e alodenafi la.
Todas apresentam mecanismo de ação semelhante. Diferem na farmacocinética, sendo 
que a meia-vida da tadalafi la é em torno de 18 horas e das outras três drogas, em torno 
de quatro horas.
Os principais efeitos colaterais desses medicamentos são relacionados ao relaxamento da 
musculatura lisa de vasos ou órgãos ocos: cefaleia, rubor facial, congestão nasal e pirose. 
Dores lombares ou musculares podem ocorrer mais frequentemente com a tadalafi la. No 
entanto, a taxa de abandono do medicamento relacionado aos efeitos colaterais é baixa.
Nenhum desses medicamentos deve ser utilizado quando o paciente estiver usando nitratos 
de qualquer natureza e sob qualquer via.
Os inibidores da PDE não são efetivos quando o impulso nervoso do nervo eferente não 
consegue chegar aos corpos cavernosos, por exemplo, secção dos nervos erigentes na 
prostatectomia radical e na neuropatia diabética. Pacientes que apresentam corpos caver-
nosos com grande percentual de fi brose também não responderão adequadamente aos 
inibidores da PDE.
Quando não existe resposta satisfatória aos inibidores da PDE, o passo seguinte é a injeção 
intracavernosa de drogas vasoativas. Tais medicamentos relaxam ou interferem na contra-
ção da musculatura lisa cavernosa. 
Os principais medicamentos que relaxam a musculatura lisa são a prostaglandina E1 (alpros-
tadil), a papaverina, a clorpromazina e a fentolamina. Essas medicações podem ser utilizadas 
isoladamente ou em assosiações:
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13
1. Bimix (papaverina + fentolamina ou papaverina + alprostadil).
2. Trimix (papaverina + fentolamina + alprostadil ou papaverina 
+ clorpromazina + alprostadil).
Alguns cuidados devem ser tomados quando se escolher esse método:
• Tomar muito cuidado em pacientes com coagulopatias pelo 
risco de hematoma e com história de priapismo, pelo risco de 
novamente vir a desenvolver o quadro.
• Orientar o paciente muito bem sobre a forma de se usar o me-
dicamento e onde aplicá-lo. Explicar que a injeção só pode ser 
aplicada na face lateral do pênis, nunca na face dorsal, ventral 
e na glande. O paciente só deve sair do consultório para usar 
o medicamento se estiver sem dúvidas sobre o uso.
• Orientá-lo sobre ereção prolongada. Se a ereção se prolongar 
por mais de quatro horas, procurar pronto-socorro.
• Explicar ao paciente que esse tipo de tratamento pode evoluir com fi brose do corpo caver-
noso, sendo assim, é prudente o paciente ser avaliado frequentemente pelo urologista.
Próteses penianas
Quando não houve sucesso em nenhuma terapia anterior, o paciente pode ser submetido à 
colocação de prótese peniana.É de suma importância a orientação do paciente:
• Sempre obter consentimento informado.
• Explicar que o pênis dele poderá reduzir de tamanho.
• Orientar sobre a irreversibilidade da cirurgia por causa da destruição dos corpos cavernosos.
• Não haverá alteração de libido e orgasmo.
• Poderá haver alteração da sensibilidade, dependendo da abordagem cirúrgica.
• A cirurgia poderá ser realizada sob anestesia local, bloqueio espinhal ou até mesmo 
anestesia geral.
Existem dois tipos de próteses penianas: as maleáveis e as infl áveis. As infl áveis, por sua vez, 
têm dois modelos: de dois e três volumes.
Algumas complicações podem acontecer durante ou após a colocação das próteses. Mas a 
mais temida é a infecção. Para preveni-la, devemos tomar alguns cuidados: 
• Uso profi lático de antibióticos. A melhor alternativa é a vancomicina, no entanto, ou-
tros antibióticos teem sido usados com sucesso, como é o caso de fl uoroquinolonas 
e aminoglicosídeos.
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14
• Antissepsia rigorosa e técnica cirúrgica asséptica.
• Evitar contato da luva e da prótese com a pele do paciente.
• Não operar o paciente diabético descompensado (avaliado pela hemoglobina glicada).
• Não operar o paciente com algum foco infeccioso, principalmente próximo ao 
sitio cirúrgico.
Quando existe infecção da prótese, algumas condutas podem ser tomadas:
• Antibioticoterapia apenas se não houver sinal de comprometimento sistêmico, princi-
palmente em pacientes diabéticos, ou local (presença de grande quantidade de pus e 
sinais de necrose).
• Retirada das próteses e recolocação após três meses.
• Retirada das próteses e recolocação de outra na mesma internação após lavagem con-
tínua com antibióticos (conduta de exceção e realizada apenas por equipe ou cirurgião 
experiente com a técnica).
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15
Doença de Peyronie 
Caracteriza-se por formação de placas fi brosas na túnica albugínea. Estima-se que a incidên-
cia seja próxima a 1% nos homens. A idade média de aparecimento dos primeiros sintomas 
é 53 anos.
Diagnóstico
Clínico: apresenta-se em duas fases, a aguda e a crônica, sem divisão precisa de tempo 
entre elas.
Fase aguda: representada pela fase inicial, ocasião em que o paciente apresenta pelo menos um 
dos seguintes sinais ou sintomas: ereções dolorosas, tortuosidade peniana ou placa palpável.
Fase crônica: segue a fase aguda. Caracteriza-se pela diminuição da dor (até um terço dos 
pacientes pode passar por ambas as fases sem manifestar dor) e estabilização da curvatura. 
A placa geralmente é dorsal, local da inserção das fi bras do septo dos corpos cavernosos. 
Considera-se a que a doença está estável somente após um período de 12 a 18 meses após 
os primeiros sintomas. Portanto, somente após esse período, deve-se avaliar a sequela e 
planejar sua eventual correção.
Imagem: pode-se identifi car a placa de fi brose acompanhada de calcifi cação por radiografi a 
em fi lme de mamografi a, ultrassonografi a ou ressonância magnética.
Tratamento clínico: a história natural e o espectro da doença difi cultam a avaliação da efi cá-
cia das diferentes drogas. Isso é confi rmado pelo fato de pacientes com doença de Peyronie 
seguidos por cinco anos sem tratamento apresentarem até 14% de resolução espontânea e 
até 46% da redução da curvatura. 
Tratamento sistêmico: 
• Vitamina E: utilizada na dose de 600 mg por dia não mostrou ser melhor que o placebo 
quanto ao resultado fi nal. No entanto, estudos não controlados demonstraram melhora 
da dor quando usada na fase inicial.
• Colchicina: na dose de 2 mg/dia, associada a 400 mg de vitamina E. Essa associação 
mostrou-se benéfi ca em relação ao placebo, havendo melhora da curvatura peniana e 
diminuição da placa. No entanto, a colchicina pode apresentar efeitos colaterais como 
diarreia, náuseas, elevação das enzimas hepática e leucopenia.
• Para-aminobenzoato de potássio: nos estudos controlados, não mostrou efi cácia tanto 
na fase aguda quanto na crônica.
• Em síntese, as evidências apontam eventual benefício no uso da associação de colchi-
cina e vitamina E na fase inicial da doença.
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16
Tratamento intralesional: 
• O verapamil (10 mg) aplicado na lesão, semanalmente, por oito a 12 semanas, parece 
ter efeito na diminuição da placa. No entanto, não existem estudos controlados que 
confi rmem esse dado 
• Litotripsia na placa é controverso, faltando evidências para sua recomendação.
Tratamento cirúrgico: o paciente somente é candidato a tratamento cirúrgico se estiver na 
fase crônica da doença, portanto, com curvatura estável, ereções preservadas e se a curvatu-
ra for impeditiva para a atividade sexual. 
Existem dois princípios técnicos: os procedimentos que geram encurtamento contralateral à 
placa – plicatura ou corporoplastia – e os procedimentos que incisam ou excisam a placa. 
Nestes, torna-se necessário o uso de enxerto. Diversos enxertos já foram descritos, o que 
indica que não existe um enxerto ideal. Entre eles: fáscia temporal, dura mater, veia safena, 
pericárdio bovino, derme, pericárdio de cadáver, fáscia lata, dacron, goretex, albugínea, 
entre outros. Cogita-se que o enxerto talvez não seja necessário com base em experiência 
clínica de pacientes que necessitaram da remoção do enxerto por infecção e permaneceram 
sem a partir de então. No entanto, não existe estudo clínico que confi rme esse dado.
Para os pacientes que apresentam DE associada ou ereção de má qualidade, deve-se indi-
car a colocação de prótese peniana que, na maioria das vezes, também corrige a curvatura. 
Caso haja um encurtamento excessivo da albugínea que limite a retifi cação do pênis, mes-
mo com a prótese, deve-se realizar incisão da placa e colocação de enxerto sintético sobre 
a prótese, cobrindo o defeito originado pela incisão da placa e retifi cação do pênis.
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17
III. Distúrbios do 
Orgasmo e Ejaculação
Ejaculação Precoce
Defi nição
É a ejaculação que ocorre sempre ou quase sempre antes de um minuto após 
a penetração vaginal; é a incapacidade de retardar a ejaculação em todas ou 
quase todas as penetrações vaginais. Sempre acompanhada de consequências 
pessoais negativas como ansiedade, frustração ou até mesmo de evasivas em 
relação à intimidade sexual.
Existem dois tipos de ejaculação: primária, quando o indivíduo nunca conse-
guiu controlar a ejaculação; e secundária, depois de já ter controlado a ejacu-
lação, apresenta a ejaculação rápida, geralmente associada à DE. Tratando-se 
a DE com inibidores da PDE, geralmente o paciente consegue novamente o 
controle ejaculatório.
Tratamento
Psicoterapia
O processo prevê técnicas: comportamental, cognitiva e outras técnicas psi-
coterápicas.
A terapia psicossexual:
1. Fornece informações sobre sexualidade, reeducando tanto o paciente 
quanto a parceira. 
2. Reduz os focos de ansiedade associados às interações afetivas ou relacio-
nadas à atividade sexual por meio de técnicas cognitivo-comportamentais, 
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181818
nas quais a prescrição de tarefas objetiva a desensibilização (redução da ansiedade). 
As técnicas de treinamento do controle ejaculatório, tais como a técnica de Semans 
(stop-start), auxiliam o homem a estar dentro da mulher. Com a redução da ansiedade, 
pode ele prolongar o tempo para a ejaculação, ou seja, quebra o refl exo condicionado 
penetração-ejaculação.
3. Propõe mudanças no comportamento sexual individual ou do casal, estimulando a 
comunicação.
O período de terapia é de quatro a seis meses, com uma a três sessões semanais.
A participação da parceiracontribui para melhores resultados.
Medicamentos
Os principais medicamentos utilizados para tratar a ejaculação precoce são:
• Antidepressivos ISRS: fl uoxetina, paroxetina, sertralina e citalopram.
• Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina e clomipramina.
• Alguns medicamentos ansiolíticos em casos selecionados: alprazolam e lorazepam.
• Ultimamente, alguns estudos teem demonstrado a efi cácia dos inibidores da PDE em 
aumentar o tempo de latência ejaculatória, tanto em monoterapia quanto em associa-
ção com os ISRS.
• Anestésicos tópicos, como a lidocaína, têm sido usados isoladamente ou em associa-
ção com os inibidores da recaptação da serotonina. Esse tipo de tratamento pode anes-
tesiar a glande do paciente a ponto de o paciente não ter sensação prazerosa assim 
como pode anestesiar a vagina da parceira.
Principais antidepressivos utilizados para o tratamento da ejaculação precoce:
Droga Dose
Paroxetina 20 – 40 mg
Fluoxetina 20 – 40 mg
Sertralina 50 – 100 mg
Citalopram 30 – 60 mg
Clomipramina 10 – 50 mg
Dapoxetina 30 – 60 mg
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Waldinger em 2003 realizou uma metanálise de estudos de todas as dro-
gas utilizadas para o tratamento da ejaculação precoce e verifi cou que 
somente 14,4% dos estudos haviam sido realizados conforme critérios 
estabelecidos para medicina baseada em evidências e que estudos usan-
do critérios subjetivos de resposta ao tratamento ou mesmo questionários 
de ejaculação precoce demonstraram uma grande variabilidade. Portanto, 
torna-se difícil estabelecer que medicamento deve ser utilizado.
Os antidepressivos tricíclicos e também os inibidores da recaptação da 
serotonina podem apresentar efeitos colaterais importantes a ponto de 
muitos pacientes abandonarem o tratamento. Os principais efeitos co-
laterais são: náuseas, fadiga, insônia, constipação e inapetência. Podem 
também levar à diminuição da libido e à DE.
A administração de inibidores da recaptação da serotonina quatro a seis 
horas antes da relação sexual é bem tolerada, mas menos efetiva que 
quando o o medicamento é tomado diariamente.
A dapoxetina é um ISRS de meia-vida curta. Os dados sugerem que a administração desse medi-
camento uma a duas horas antes da relação sexual é efetiva e bem tolerada, superior à do place-
bo e aumenta o tempo de latência ejaculatória duas a três vezes ao tempo antes do tratamento. 
A integração de profi ssionais da saúde mental e urologistas é a melhor alternativa para o 
paciente com ejaculação precoce.
Ejaculação Retrógrada
Defi nição
É a ejaculação para a bexiga, ou seja, o colo vesical permanece aberto durante a fase de 
emissão do sêmen. A ejaculação retrógrada classifi ca-se como: anatômica, neurológica, far-
macológica e idiopática.
• Anatômico
 Ressecção transuretral da próstata
 Adenomectomia aberta da próstata
 Ressecção do colo vesical (doença de Marion)
 Fibrose do colo vesical
 Válvula de uretra posterior
 Extrofi a vesical
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• Neurológica
 Cirurgias que lesam o plexo simpático toraco lombar e seus ra-
mos (cirurgias colo retais, linfadenectomia retroperitoneal, etc).
 Trauma raquimedular.
 Neuropatia autonômica ( diabetes, por exemplo)
 Esclerose múltipla.
• Farmacológica
 Alfa bloqueadores, principalmente a tamsulosina.
 Anti psicóticos (clorpromazina, por exemplo).
 Anti depressivos.
 Diuréticos tiazídicos.
Diagnóstico
É realizado por intermédio da história de nenhuma ou pouca ejaculação. 
Nos antecedentes pessoais, pesquisar sobre as doenças, condições e dro-
gas listadas anteriormente.
Para confi rmação, solicitar exame de urina pós-ejaculação. O encontro 
de cinco a dez espermatozoides em campo de alta magnifi cação, após 
centrifugação, confi rma o diagnóstico de ejaculação retrógrada.
Tratamento
Dependerá do fator desencadeante da ejaculação retrógrada. Nos casos de 
pós-cirurgias de próstata, colo vesical ou mesmo a fi brose deste, a litera-
tura é pobre sobre tratamentos efetivos para este fi m. Portanto, a melhor 
conduta é a orientação do paciente e, se necessitar de espermatozoides 
para fertilização, usar algum método de coleta dos espermatozoides.
Quando a etiologia é farmacológica, a conduta é a suspensão do medica-
mento que produziu o quadro. Geralmente, o sintoma desaparece após 
a retirada da droga.
Nos casos de pacientes com doenças neurológicas como trauma raqui-
medular, neuropatia autonômica ou esclerose múltipla, o principal medi-
camento utilizado é a imipramina. Mas com resultados bastante variáveis. 
A resposta dependerá do grau de comprometimento do colo vesical. A 
dose utilizada varia de 25 a 75 mg. 
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Anejaculação
A anejaculação pode ser devida a:
• agenesia das vesículas seminais e próstata;
• obstrução dos ductos ejaculatórios;
• extirpação cirúrgica da próstata e vesículas (prostatovesiculectomia radical).
Também pode ser diagnóstico diferencial da ejaculação retrógrada.
Se o paciente não tem os órgãos de produção do esperma, não existe proposta terapêutica. 
Caso a anejaculação seja um caso de ejaculação retrógrada, deverá ser tratada como tal.
Ejaculação Retardada e 
Anorgasmia
Defi nição
Ejaculação retardada é a difi culdade persistente e recorrente em alcançar a ejaculação após 
estímulo sexual sufi ciente. 
Anorgasmia é quando o indivíduo não consegue chegar ao orgasmo.
Causas
• Abuso de bebidas alcoólicas.
• Psicotrópicos.
• Hipogonadismo.
• Culpa e ansiedade por ejacular por motivos religiosos.
• Medo de engravidar a parceira.
• Homens que preferem a masturbação à parceira.
Tratamento
• Específi co para a etiologia do problema.
• Abordagem multidisciplinar com urologista e terapeuta sexual.
• Na maioria das vezes, o pacientes necessitará de psicoterapia.
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Com o envelhecimento, os níveis séricos de testosterona apresentam um declínio 
progressivo. A seguir, observe qual a porcentagem aproximada de homens que 
apresentam níveis de testosterona abaixo do normal, conforme faixa etária:
• 8% entre 40 e 49 anos; 
• 12% entre 50 e 59 anos;
• 19% entre 60 e 69 anos;
• 26% entre 70 e 79 anos; 
• 49% acima de 80 anos. 
Esse declínio pode levar a alterações clínicas também denominadas distúrbio 
androgênico do envelhecimento masculino (DAEM) ou Hipogonadismo de iní-
cio tardio (HIT).
 
Classifi cação de Hipogonadismo: 
1. Hipogonadismo primário (causas testiculares):
 • síndrome de Klinefelter;
 • orquite; 
 • anorquia congênita ou adquirida; 
 • criptorquidia;
 • tumores testiculares.
2. Hipogonadismo secundário:
 • Causas hipotalâmicas:
 hipogonadismo hipogonadotrófi co idiopático;
 síndrome de Kallmann;
IV. DAEM e Hipogonadismo
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 atraso constitucional no crescimento e no desenvolvimento.
 • Causas hipofi sárias:
 hipopituitarismo;
 tumores hipofi sários.
3. Resistência do órgão-alvo
 • Feminilização devida à resistência androgênica ou defi ciência de 5 alfa-redutase.
 • Defi ciência estrogênica devida à defi ciência de aromatase.
4. Hipogonadismo relacionado à idade
 • DAEM
Testosterona
O andrógeno plasmático testosterona é produzido em sua maioria (95%) nos testículos pelas 
células de Leydig e o restante pela glândula adrenal, sendo regulado por um sistema de feed-
back negativo que engloba o eixo hipotálamo-hipofi sário. A maior parte desse hormônio 
encontra-se ligada às proteínas plasmáticas, e apenas de 1% a 2% encontram-se na forma 
livre. As proteínas mais importantes são a globulina transportadora(sexual hormone binding 
globulin – SHBG), responsável pela ligação de 60% da testosterona sérica, e a albumina, que 
se liga a aproximadamente 38% da testosterona.
A testosterona livre e a ligada à albumina são denominadas frações biodisponíveis, e a forte 
ligação à SHBG (mil vezes maior que à albumina) não permite dissociação signifi cativa. A 
ação da testosterona é mediada por sua ligação ao receptor de andrógeno (RA). Ela pode 
agir diretamente ou após redução a di-hidrotestosterona ou conversão a estradiol. 
Em adultos saudáveis, os níveis séricos matinais de testosterona variam entre 315 e 1.000 
ng/dL (11 a 35 nmol/L), com produção diária de 4 a 10 mg. A concentração plasmática 
apresenta ritmo circadiano, com níveis máximos durante a manhã e mínimos ao fi nal da 
tarde, sendo a variação ao redor de 35%
Diversos fatores, como a idade, o alcoolismo, o tabagismo, o estresse, e as alterações do 
hormônio tireoideano podem levar a aumento do SHBG, tornando inativa a maioria do hor-
mônio circulante. Portanto, mesmo com nível de testosterona total normal, podemos ter al-
terações que podem levar à DAEM. Dessa maneira, a dosagem de testosterona deve sempre 
estar relacionada com os níveis de SHBG.
A dosagem da testosterona livre calculada pode ser obtida com os valores da testosterona 
total, albumina e SHBG, acessando o site www.issam.ch/freetesto.htm. Os valores normais e 
relacionados ao diagnóstico de DAEM estão a seguir:
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Níveis normais plasmáticos de testosterona:
• Testosterona total < 300 ng/dL ou 10,4 nM/L 
• Testosterona livre calculada < 0,255 nmol/L ou 7,35 ng/dL
• Testosterona biodisponível < 3,8 nmol/L ou 110 ng/dL
Níveis de testosterona relacionados ao DAEM:
• Testosterona total entre 7 e 12,2 nM/L (200 a 350 ng/dL) associados a sintomas 
de hipogonadismo
• Testosterona total < 7 nM/L – Diagnóstico de hipogonadismo
Características clínicas principais:
• início insidioso;
• diminuição da libido;
• disfunção erétil;
• Suor intenso;
• mudança no humor, depressão e fadiga;
• diminuição da atividade intelectual;
• alteração da orientação espacial; 
• diminuição da massa muscular;
• diminuição dos pelos corporais e alterações cutâneas;
• modifi cações do padrão do sono;
• aumento da gordura visceral (barriga).
Fatores de Risco:
• vida sedentária;
• obesidade; 
• tabagismo;
• alcoolismo;
• síndrome metabólica: hiperlipidemia + diabetes.
Tratamento:
A reposição hormonal é indicada para pacientes que apresentem quadro clínico e laborato-
rial, e, além disso, não tenham contraindicação absoluta para seu uso, como no câncer de 
próstata e de mama. 
Como o quadro clínico é muito subjetivo, uma adequada análise laboratorial é obrigatória. 
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A reposição androgênica deve prover uma quantidade fi siológica de testosterona, mantendo 
os níveis séricos dentro dos limites da normalidade, e procurando ao máximo:
• perfi l seguro;
• ausência de efeitos adversos;
• fácil administração; 
• posologia prática.
A testosterona e seus derivados estão disponíveis comercialmente em preparações orais, 
bucais, transdérmicas e injetáveis.
Apresentações farmacológicas da testosterona:
Apresentação Via Dose Posologia Comentário
Bucal Gengival 30 mg 2 x/dia
Não disponível no 
Brasil
Injetável
Intramuscular 
(enantato e 
cipionato)
200-400 mg
Cada 1-2 
semanas
Aplicação frequente
Flutuação dos níveis 
séricos
Injetável de 
depósito 
Intramuscular 
(undesilato)
1.000 mg Trimestral
Posologia adequada
Níveis séricos mais 
estáveis
Transdérmica 
(gel)
Tópica
50 mg (5 g 
gel)
1 x/dia
Pode ser absorvido pela 
parceira
Mais fi siológico
Adesivo 
cutâneo
Tópica 2,5/5 mg 1 x/dia
Elevado índice de 
dermatite. Necessita 
troca frequente do local 
de aplicação
Adesivo 
escrotal
Tópica 10 a 15 mg 1 x/dia
Necessita raspagem dos 
pelos
Dermatite associada
Comprimidos
Oral 
(undecanoato)
80 mg 2 x/dia
Não causa toxicidade 
hepática
A apresentação bucal, transdérmica e gel não são disponíveis no Brasil. Entretanto, a forma 
gel pode ser encontrada em farmácias de manipulação, utilizando como veículo o DMSO que 
tem a função de melhorar a absorção através da pele. A concentração inicial é de 50 mg/mL, 
podendo ser alterada de acordo com a evolução clínica. A aplicação é de 1 mL pela manhã.
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As injeções intramusculares sob as formas de absorção rápida (cipionato e enantato) apre-
sentam fl utuação dos níveis hormonais chegando a valores suprafi siológicos de 1.400 Mg/dL 
no quarto dia após aplicação, o que favorece efeitos colaterais como: policitemia, aumento 
da apoptose de células neuronais e ginecomastia, devendo, portanto, ser evitadas.
Contraindicações:
Absolutas:
• câncer de próstata ativo; 
• câncer de mama ativo.
Realtivas:
• policitemia;
• apneia do sono não tratada;
• insufi ciência cardíaca severa; 
• sintomas do trato urinário inferior (LUTS) importantes. 
Pacientes submetidos a tratamento curativo do câncer de próstata que apresentam hipogo-
nadismo sintomático são candidatos à reposição hormonal, desde que não haja evidência de 
doença residual ou recorrente.
A administração de testosterona em indivíduos selecionados com câncer de próstata 
tratados por braquiterapia ou prostatectomia radical não demonstrou recorrência da 
doença, entretanto, o paciente deve ser orientado quanto aos riscos e benefícios do tra-
tamento e tem de aderir a um acompanhamento frequente e rigoroso. 
Seguimento
O toque retal e PSA servem como referência da saúde da próstata previamente ao início da 
reposição hormonal e devem ser repetidos trimestralmente até 12 meses antes do tratamento 
e anualmente depois deste. 
Elevação do PSA maior que 0,5 mg/mL nos primeiros três a seis meses de tratamento deve 
ser investigada.
A realização de biópsia só é indicada nos casos de alteração do toque retal ou PSA.
Outros exames recomendados são a densitometria óssea bianual para seguimento da massa 
óssea, quando disponível, e hematócrito seriado, para avaliação de eritrocitose.
No primeiro ano após o início do tratamento os seguintes exames devem ser realizados tri-
mestralmente: hemograma, perfi l lipídico, PSA, enzimas hepáticas, testosterona e SHB.
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V. Tamanho do Pênis
A autoestima masculina pode ser afetada quando o homem se sente inferio-
rizado por acreditar que seu pênis é pequeno. Essa sensação (com base real 
ou imaginária) é frequente, atingindo homens de todas as faixas etárias. Esse 
processo geralmente inicia-se na infância.
Malformações da genitália masculina e hipoplasia do pênis são condições ana-
tômicas que afetam a imagem corporal, porém a grande maioria de homens 
com queixas de pênis pequeno apresenta o órgão dentro de medidas conside-
radas normais.
O comprimento do pênis deve ser considerado normal a partir de 4 cm em 
estado de fl acidez e de 7,5 cm quando está em ereção. As médias registradas 
para o homem adulto são de 8,5 a 9,4 cm em fl acidez e de 12,9 a 14,1 cm em 
ereção. As variações decorrem das técnicas de medição utilizadas. Da fl acidez 
para a ereção, o pênis aumenta em média 4,5 cm em seu comprimento.
Cirurgia do Aumento Peniano
Os primeiros procedimentos cirúrgicos para aumento peniano datam da década 
de 1970. Foram realizados em pacientes com: anomalias congênitas ou adqui-
ridas, tais como epispádias; extrofi a vesical; atrofi as genitais consequentes a 
lesão medular.
A cirurgia do aumento peniano pode ser indicada em algumas situações es-
peciais: casos comprovadosde micropênis e epispádias; casos severos de hi-
pospádias; retrações ou encurtamentos consequentes à doença de Peyronie; 
amputações parciais por neoplasia e outros defeitos traumáticos adquiridos; 
retrações penianas, em pacientes com lesão medular com o objetivo de facilitar 
a implantação de próteses e coletores urinários penianos.
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Técnicas Cirúrgicas
As técnicas mais utilizadas para o alongamento da haste peniana são:
• secção do ligamento suspensor do pênis;
• lipectomia ou lipoaspiração da gordura pré-púbica;
• avanço da pele abdominal inferior para o pênis por meio de técnicas cutâneas de 
rotação de retalho;
• zetaplastia da trave peniano-escrotal ventral.
Para aumento da circunferência do pênis empregou-se inicialmente injeção de gordura autó-
loga subcutânea. Mais recentemente, enxertos de derme desepitelizada, retirados da região 
inguinal ou glútea e colocados entre o dartos e a fáscia de Buck.
Nas reconstruções penianas são utilizadas técnicas de enxertia da albugínea e colocação de 
próteses intracavernosas.
Extensores Penianos
Não existe na literatura médica especializada estudo clínico ou experimental cientifi camente 
revisado e aceito, com bom nível de evidência, relatando utilização e resultados de equipa-
mentos para alongamento peniano.
A hipótese de uma eventual hiperplasia do tecido cavernoso, que resultaria em aumento da 
haste peniana, não tem comprovação científi ca.
Complicações
1. A secção do ligamento suspensor diminui o ângulo de elevação do pênis ereto, que 
fi ca com menos de 90º, ou seja, mesmo rígido, o órgão fi ca voltado para baixo. Essa 
situação geralmente não compromete a função sexual.
2. O encurtamento peniano pode ocorrer se não forem utilizadas condutas para prevenir 
a readerência do ligamento ao púbis no pós-operatório imediato.
3. O avanço da pele abdominal inferior em direção ao pênis, por meio de técnicas cutâ-
neas de rotação de retalho, zetaplastia ou plástica V-Y, pode ocasionar cicatrizes hiper-
trófi cas e/ou retráteis, levando a deformidades e diminuição do órgão.
4. Essa complicação é mais comum nos avanços V-Y muito amplos, realizados na junção 
peno-púbica.
5. As técnicas de aumento da circunferência peniana podem ocasionar danos à estrutura 
do pênis: lesões neurológicas e arteriais, levando a hipoestesia, infecção do leito ope-
ratório, abscesso suprapúbico, fístulas e disfunção erétil. Após a cirurgia, os pacientes 
apresentam um edema signifi cante que pode persistir por até seis meses.
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Resultados
Há poucos dados na literatura, avaliando o aumento do pênis 
após cirurgias. O ganho médio varia de 1 a 2 cm. A liberação do 
ligamento suspensor, o aumento da convexidade peniana com o 
avanço da pele do abdome inferior, a lipectomia púbica e a libe-
ração da trave peniano-escrotal dão a ilusão de um pênis mais 
longo. Não há dados quanto ao aumento do pênis em ereção após 
tais procedimentos.
Recomendações
O aumento peniano, como procedimento cosmético do pênis nor-
mal, é ainda uma técnica investigacional, reservada a pacientes 
selecionados. Só poderá ser realizada em centros médicos cre-
denciados, de acordo com as normas de pesquisa envolvendo 
seres humanos, estabelecidas pela Resolução 196/96 do Conselho 
Nacional de Saúde e pela Resolução 1476/97 do Conselho Federal 
de Medicina.
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Referências
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Apoio: Iniciativa e Realização:
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