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PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO CIVIL E PENAL

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FACCREI – FACULDADE CRISTO REI 
FACED – FACULDADE EDUCACIONAL DE CORNÉLIO 
PROCÓPIO 
CORNÉLIO PROCÓPIO – PR 
 
 
 
 
 
 
 
EMANUEL DA SILVA ALVES FERREIRA 
JÚLIA SILVA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO REFERENTE AO 2º BIMESTRE 
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
Cornélio Procópio/PR 
2017 
 
FACCREI – FACULDADE CRISTO REI 
FACED – FACULDADE EDUCACIONAL DE CORNÉLIO 
PROCÓPIO 
CORNÉLIO PROCÓPIO – PR 
 
 
 
 
EMANUEL DA SILVA ALVES FERREIRA 
JÚLIA SILVA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO REFERENTE AO 2º BIMESTRE 
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
 
 
Trabalho apresentado à 
disciplina de Psicologia Aplicada ao 
Direito, do Primeiro Período do 
Curso de Direito, como requisito final 
de avaliação sob a orientação da 
professora Cristiane Fernandes. 
 
 
 
 
 
Cornélio Procópio/PR 
2017 
INTRODUÇÃO 
A psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano e o que 
está por trás dele, as condições de personalidade, nível mental, entre outros. É 
divida em vários ramos: Psicologia clínica, Psicologia educacional, Psicologia 
forense, Psicologia Criminal, Psicologia Jurídica, entre outras. 
O presente trabalho trata da Psicologia Jurídica aplicada ao Direito Civil e 
Penal. Abordando como a mesma influência nas áreas de formação e rompimento 
de vínculo familiar, no casamento e divórcio, em relações de paternidade, interdição 
e adoção dentro do Direito Civil. E na criminologia e modalidades de crime dentro do 
Direito Penal. Além de conceituar alguns desses temas e discorrer sobre eles, os 
relacionando com alguns artigos dos Códigos e leis brasileiras. 
Na área Civil, a psicologia busca regular as relações entre os indivíduos e os 
bens, avaliando o comportamento humano e instruindo-o. Sua atuação muitas vezes 
até restabelece vínculos familiares, ajuda aos pais com relação aos filhos e aos 
filhos com relação aos pais. Trata do emocional de ambos. Além de direcioná-los 
frente a uma situação litigiosa. É também indispensável nos processos de adoção. 
Se tratando da área criminal, a importância da Psicologia se dá pela busca 
dos fatores que contribuíram para a conduta delitiva, estudando não só as causas da 
criminalidade, mas analisando o perfil do indivíduo, onde define o nível mental do 
criminoso e os traços característicos de sua personalidade. Pois não basta somente 
analisar o crime, já que a análise psicológica do criminoso pode dar um 
direcionamento diferente ao julgamento do crime em questão. 
A psicologia e o Direito, quando subordinadas, são capazes de auxiliar 
juízes em suas decisões, baseando-se até mesmo em leis que tiram a culpabilidade 
daqueles que são considerados incapazes de entender o caráter ilícito do fato. 
 
 
 
 
PSICOLOGIA E DIREITO CIVIL 
A psicologia caminha ao lado do comportamento humano, avaliando-o. Ela 
regula as relações entre os indivíduos e os bens. Partindo disso, é natural que ela 
faça parte do ramo Civil do Direito. E uma das áreas em que ela se manifesta 
frequentemente é no Direito da família, como na formação e rompimento de vínculo 
familiar, no casamento e divórcio, em relações de paternidade, interdição e adoção 
por exemplo. Tais áreas serão um pouco mais aprofundadas adiante. 
FORMAÇÃO E ROMPIMENTO DE VÍNCULO FAMILIAR 
Nos últimos séculos, com o advento da modernidade, a sociedade se tornou 
muito mais complexa, ocorreram diversas mudanças culturais, de comportamento, 
cultura, crenças e valores. Com isso, foi alterado também a dinâmica da família, e os 
papéis familiares não possuem mais um contorno nítido e bem definido. A mulher 
passou a ter mais espaço na sociedade, ingressou no mercado de trabalho, e os 
papéis se tornaram difusos. 
As famílias atualmente são extremamente influenciadas pela cultura 
midiática, pela economia e por todas as mudanças e avanços tecnológicos pelo qual 
a sociedade vem passando. Isso acaba se refletindo nas atitudes, provocando 
muitas vezes conflitos, desejos e fantasias. 
É sabido que a formação de vínculos afetivos, familiares, se dá por meio de 
um processo que envolve afeto, carinho, responsabilidade, tolerância, segurança, 
entre tantas coisas boas. Mas em contra partida, pode acarretar aspectos negativos 
também como mágoas, ressentimentos, frustrações, entre tantos sentimentos que 
vão acumulando e muitas até aumentando durante a vida conjugal. Estas condutas 
trazem reflexos para todos envolvidos na dinâmica familiar, levando até ao 
rompimento do vínculo. 
Os laços afetivos são formados desde o início da vida do indivíduo, e vão 
sendo construídos ao longo dos anos. Tais laços podem possuir boa formação, bem 
como deficiências nessa construção, principalmente nos casos de separação dos 
pais e destruição da estrutura familiar. O que pode resultar em problemas na vida 
escolar da criança, comprometendo seu desenvolvimento emocional e de 
aprendizagem, ocasionando até mesmo déficit de atenção. Tais situações podem 
levar a formação de adultos com sérios problemas de personalidade, transgressão 
às leis, levando até à insanidades mentais. 
Nesse sentido, a psicologia é de fundamental importância. Tanto para 
instruir as famílias para que possam construir vínculos familiares de qualidade, 
quanto para ajudar a regular a situação em casos de rompimento dos mesmos. 
Buscando minimizar os efeitos de tal rompimento. 
Ela instrui, por exemplo, aos pais em como tratar da situação, como se 
portar com relação aos filhos, sem deixar que os problemas afetem o 
relacionamento entre pai ou mãe e filho. Ou trata com os filhos sobre suas emoções, 
buscando fazê-los entender sobre os acontecimentos para que suas atitudes não 
sejam reflexos de sentimentos ruins acumulados. 
CASAMENTO E DIVÓRCIO 
O casamento diz respeito a união entre homem e mulher com o objetivo de 
criar um vínculo pessoal e matrimonial entre os envolvidos. 
Este está elencado nos artigos abaixo, ambos do Código Civil brasileiro: 
 
“Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, 
com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.” 
“Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem 
e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo 
conjugal, e o juiz os declara casados.” 
 
O casamento pode trazer diversos benefícios, desenvolvendo ajuda mútua 
entre as partes, bem como ser insatisfatório. Os parceiros podem evoluir em 
diferentes ritmos e direções opostas. E é nesse sentido que começam a surgir 
inúmeros problemas no convívio e no relacionamento, Com isso, muitos casais 
recorrem a terapias psicológicas para tentar “salvar” o casamento. Ou então optam 
pela separação ou divórcio, direito abordado no Código Civil brasileiro: 
 
“Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: 
I - pela morte de um dos cônjuges; 
II - pela nulidade ou anulação do casamento; 
III - pela separação judicial; 
IV - pelo divórcio.” 
 
A psicologia elenca alguns motivos para o divórcio, que decorrem de fatores 
psicológicos (inconscientes) da pessoa, entre eles: a opção do conjugue (devido as 
inúmeras alterações e evoluções da vida a dois perante a nova rotina, aos filhos, 
aspectos que potencializam a ansiedade, entre outros); a não valorização dos afetos 
e outras questões emocionais (muitas vezes se perde ou diminui questões simples, 
como de afeto e carinho por exemplo, o que leva a uma carência emocional e até ao 
fim do casamento); e o aparecimento de problemas conjugais e ausência de diálogo 
(muitas vezes os problemas pessoais ou profissionais se manifestam no seio 
familiar, que associados aos de caráter conjugal, levam a problemas que nemsempre são falados ou discutidos abertamente por meio do diálogo, levando ao 
divórcio). 
O divórcio é um momento de crise na vida pessoal dos envolvidos, que 
chega até mesmo acarretar depressão e angústia intensa. Por isso, muitos que o 
enfrentam procuram um tipo de tratamento psicológico antes, durante ou após a 
separação. Estudos mostram que o processo de recuperação psicológica da crise do 
divórcio leva cerca de dois anos para acontecer. E estes tratamentos, se bem 
orientados, permitem reduzir as perturbações no relacionamento, podendo até 
reerguê-lo. 
Outro fator que é uma preocupação freqüente dos pais diante de um divórcio 
são os filhos do casal. Onde o mais importante deve ser a educação dos filhos, 
respeitando os direitos e deveres destes. Essa situação, bem como os direitos e 
deveres do casal com relação aos filhos estão dispostos nos termos do CAPÍTULO 
XI "Da Proteção da Pessoa dos Filhos” do código civil brasileiro. 
As reações nas crianças diante da separação dos pais são as mais diversas, 
dentre elas a depressão, raiva intensa, comportamentos rebeldes, tristeza profunda, 
declínio no rendimento escolar, entre outras. E nesse sentido também é de extrema 
importância o acompanhamento dos filhos com psicólogo. 
PATERNIDADE 
A paternidade não consiste somente em colocar o nome nos documentos do 
filho, mais ela é responsável pelo modo de desenvolvimento da criança nos âmbitos 
afetivos, emocionais, comportamentais entre outros. Por esses motivos, psicólogos e 
representantes da vara da família desenvolvem projetos de incentivo ao 
reconhecimento de paternidade, ou para aqueles que renunciam ao reconhecimento 
voluntário, o exame de DNA têm grande importância, para que não exista uma 
sensação de abandono e repúdio. 
Toda a criança precisa crescer com uma noção de família, ou pelo menos 
com a figura de ambos os pais para que possa ter uma base de desenvolvimento. E 
é neste contexto que entra em cena a psicologia, dando um direcionamento para os 
pais que não convivem juntos, mas procuram estar presentes na vida dos filhos, ou 
ajudando os casos onde o pai não deseja conviver com a mãe ou com o próprio 
filho. 
Uma criança não pode ter um desenvolvimento apenas material, onde os 
pais pensam que podem suprir todas as necessidades com presentes ou 
instrumentos do tipo. A atenção, o afeto o cuidado e a presença da figura paterna 
são necessários para que o lado emocional, social e cognitivo da criança se 
desenvolva sem nenhum problema. 
INTERDIÇÃO 
A interdição é considerada por alguns doutrinadores como uma área da 
ciência, que cuida do relacionamento entre a saúde mental e o direito, ou seja, ela é 
responsável por considerar a incapacidade total ou parcial de alguém perante 
assuntos jurídicos. 
Para a confirmação deste ato é necessário que o juiz nomeie um perito 
formado em psicologia, que através de um psicodiagnóstico fornece elementos 
sobre as condições de personalidade e nível mental, com o objetivo de levar a ele 
elementos que influenciem nas decisões quanto a anulação do casamento e 
testamento. 
A ação de interdição está elencada nos seguintes artigos do Código Civil 
brasileiro: 
 
"Art. 9º Serão registrados em registro público: 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para os atos da vida civil; 
II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua 
vontade; 
III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; 
IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; 
V - os pródigos. 
Art. 1.768. A interdição deve ser promovida: 
I - pelos pais ou tutores; 
II - pelo cônjuge, ou por qualquer parente; 
III - pelo Ministério Público. 
Art. 1.771. Antes de pronunciar-se acerca da interdição, o juiz, assistido por 
especialistas, examinará pessoalmente o arguido de incapacidade. 
Art. 1.772. Pronunciada a interdição das pessoas a que se referem os 
incisos III e IV do art. 1.767, o juiz assinará, segundo o estado ou o 
desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela, que poderão 
circunscrever-se às restrições constantes do art. 1.782. 
Art. 1.773. A sentença que declara a interdição produz efeitos desde logo, 
embora sujeita a recurso." 
ADOÇÃO 
O processo de adoção se baseia na lei 12.010/09 do estatuto da criança e 
do adolescente, o art. 39 deixa mais claro tais situações: 
 
"Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á 
segundo o disposto nesta Lei. 
 § 1ºA adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve 
recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança 
ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único 
do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência. 
 § 2ºÉ vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, 
de 2009) Vigência." 
 
Para que o processo de adoção se concretize é de extrema necessidade 
que exista uma ligação entre o direito, psicologia e o serviço social. A atuação 
destes mecanismos deve acontecer desde o rompimento de relacionamento da 
criança ou adolescente e continuar com o serviço até mesmo depois da adoção 
acontecer para garantir os direitos fundamentais das crianças presentes no art.50 do 
estatuto da criança e do adolescente 
 
“Art. 50. 
 § 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de 
um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe 
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio 
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia 
do direito à convivência familiar. 
 § 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação 
referida no § 3odeste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes 
em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a 
ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da 
Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis 
pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de 
garantia do direito à convivência familiar. 
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e 
nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de 
pessoas ou casais habilitados à adoção. 
 § 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais 
residentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de 
postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5odeste 
artigo. 
 § 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de 
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de 
informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. 
 § 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em 
condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na 
comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua 
habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 
5odeste artigo, sob pena de responsabilidade. 
 § 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela 
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior 
comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. 
 § 10. A adoção internacional somente será deferida se, após 
consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido 
pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos 
cadastros estaduale nacional referidos no § 5odeste artigo, não for 
encontrado interessado com residência permanente no Brasil. 
 § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em 
sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e 
recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em 
programa de acolhimento familiar. 
 § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos 
postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. 
 § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de 
candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos 
desta Lei quando: 
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; 
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente 
mantenha vínculos de afinidade e afetividade; 
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de 
criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo 
de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e 
não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações 
previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.” 
 
As avaliações para a escolha dos adotantes realizadas pelos profissionais 
auxiliares do juízo são de fundamental importância para se conhecer o perfil do 
adotante, já na análise local o perito realiza entrevistas na casa dos candidatos para 
efetuarem uma análise do seu modo de vida social, profissional, bem como as 
condições em que vivem. E o papel do psicólogo é entender o porque querem adotar 
e o significado que a criança terá para o adotante. 
PSICOLOGIA E DIREITO PENAL 
O Direito busca a fixação de um padrão de conduta, tem caráter preventivo, 
manifestado por meio de suas normas. Mas muitas vezes ocorre exatamente o 
contrário do que é preconizado, pois a norma jurídica não basta para inibir os 
comportamentos indesejáveis. E como ele trata do comportamento humano, atua em 
um campo de intersecção com as ciências humanas e de saúde, as quais os objetos 
também focaliza o comportamento humano. 
Os comportamentos indesejáveis do ser humano levam a definir o conceito 
de Criminologia e das modalidades do crime. Tais assuntos serão discorridos mais 
abaixo. 
A psicologia está presente na área do Direito Penal, estudando o 
comportamento humano no âmbito das relações com a justiça 
CRIMINOLOGIA 
A criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, que estuda o crime, 
o infrator, a vítima, e o controle social do comportamento delitivo. Se ocupa das 
teorias do direito penal. E muitas vezes os seus estudos são com base na 
psicologia e sociologia. 
Segundo García-Pablos de Molina e Luiz Flávio Gomes, trata-se de: 
 
[...] uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do 
estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do 
comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, 
contrastada, sobre a gênese, a dinâmica e as variáveis principais do crime. 
Defende a importância do crime não ser julgado somente pelo delito em si, 
mas considera essencial a compreensão do motivo que levou o indivíduo praticar 
determinado crime. Segundo alguns estudiosos, não há como conhecer o criminoso 
sem estudar sua vida psíquica, haja vista que os atos do mesmo correspondem ao 
comendo psíquico, como por exemplo situações de abandono. 
Sendo assim, a psicologia criminal vai estudar a personalidade, buscando 
tais fatores que influenciaram o criminoso cometer o delito. 
Partindo dessa análise, há o mesocriminoso (atuação anti-social por força do 
meio exterior); o mesocriminoso preponderante (maior preponderância de fatores 
ambientais); o mesobiocriminoso (possui determinantes tanto ambientais, quanto 
biológicas); o biocriminoso preponderante (portador de alguma anomalia biológica 
insuficiente para levá-lo ao crime, mas capaz de torná-lo vulnerável em uma 
situação exterior, respondendo-a com facilidade); e o biocriminoso puro (atua em 
virtude de perturbações mentais). 
Com isso, para o juiz decretar uma pena, levará em conta também a análise 
psicológica do acusado, podendo até isentá-lo da pena. Um exemplo disso, são 
pessoas que são detectadas com alguma doença mental , ou como incapaz de 
entender o caráter ilícito da atitude, como tipificado nos termos do Artigo 26 do 
Código Penal brasileiro: 
 
“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)” 
 
Transtornos de personalidade é outro comportamento estudado pela 
psicologia em casos de crimes. Estes revelam uma insensibilidade pelos 
sentimentos alheios, torna o indivíduo indiferente, o que pode levá-lo a um 
comportamento delituoso. BONGER (LEAL, 2008, p.174) afirma que: 
 
[...] para a polícia é útil saber quais são os tipos psicológicos mais 
suscetíveis ao cometimento de determinado tipo de delito. Também é 
importante que os promotores e juízes conheçam o grau de perigo para a 
segurança pública que é inerente a certos tipos de delinquentes, a fim de 
fixarem as penas e demais medidas corretivas. 
 
Agora, quando o indivíduo é uma pessoa dotada de princípios e boa 
formação, e acaba por ter seu equilíbrio rompido e cometer um delito por reação, se 
trata de uma conduta psicologicamente atípica, crime eventual. 
Grande parte dos teóricos da área de psicologia, afirmam que grande parte 
dos delinquentes sofre de perturbações afetivas. 
A atuação da Psicologia no campo do Direito se faz utilizando métodos, 
técnicas, exames psicológicos e criminológicos. Esses podem ser apresentados pela 
depressão, ansiedade, sentimento de culpa, entre outros. 
Dentro desse assunto, é de suma importância elencar as modalidades de 
crime existentes. 
MODALIDADES DE CRIME 
A modalidade de crime só é considerada como tal a partir da materialidade 
dos fatos, porem antes, esta ação percorre um caminho subjetivo que vai da leve 
sugestão interna ou desejo à intenção, decisão e o efetivo cometimento, e aí está a 
psicologia, que ajuda a entender inúmeros fatores por trás de uma ação. Já no 
direito os fatores que levam às modalidades de crime se dividem em seis, são eles: 
1º DELITO CULPOSO: consiste na prática de ato voluntário, porém, com 
resultados involuntários (EX: Atropelar alguém sem intenção). O Código Penal traz 
três situações que se aplicam como crime culposo: a imprudência, a imperícia e a 
negligencia. 
 
“Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 Parágrafo único- Salvo os casos expressos em lei, ninguém 
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica 
dolosamente.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).” 
 
Para a psicologia, todas as situações descritas acima tiram os 
acontecimentos das mãos do acaso e as transfere para as mãos do autor, mesmo 
que se reconheça inconsciência do ato delituoso. 
2º DELITO DOLOSO: ocorre ato voluntário com resultado esperado. Para tal 
ato existem dois conceitos em que o inconsciente do individuo se apoia para 
cometer os delitos: 
-projeção: consiste em atribuir a alguém o próprio insucesso (EX: matar 
alguém por este estar com a mulher desejada) 
-racionalização: acontece quando se inventa uma razão pra o delito (EX: 
"não ser desmoralizado perante a sociedade") 
 
“Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o 
risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” 
 
O delito doloso é facilmente justificado pelo desequilíbrio emocional, pois tal 
atitude daria fim a qualquer conflito em que o estresse se acumula e precisa ser 
liberado de alguma forma. 
3º DELITO OCASIONAL: delito praticado por agente até então socialmente 
ajustado e obediente à lei, que só chegou à ação antissocial respondendo a uma 
forte solicitação externa, ou seja, os pequenos delitos se tornam costumeiros, 
principalmente quando não se tem uma punição e se tem também a de grande 
proporção, como os homicídios. 
4º DELITO PSICOTICO: Prática criminosa em função de um transtorno 
mental. Diversas doenças psicológicas podem levar a comportamentos delituosos, 
então se faz necessário diagnóstico por especialista e é indispensável que o quadro 
seja predominante ao tempo da ação. 
Pode ocorrer a qualquer tempo e em qualquer lugar, gerando temor ao 
observador de que o comportamento se repita. 
5º DELITO NEUROTICO: O delito é encarado como uma manifestação de 
conflitos entre o sujeito ele mesmo, o que reflete no ato inconsciente de punição. 
6º DELITO PROFILÁTICO: O agente entende que estará evitando um mal 
maior e não revela remorso (EX: Eutanásia), essas ações de grupos que atuam 
movidos por poderosas crenças comuns, pode haver interpretação de que suas 
ações tenham genuína missão de melhorias sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Com a realização do presente trabalho, podemos concluir que a psicologia é 
de suma importância e se relaciona diretamente com o Direito por tratar de questões 
que envolvem o comportamento humano. 
Sua importância se dá também pelo fato de valer-se de laudos, pareces, 
perícias e orientações psicológicas, analisando a personalidade humana, os 
aspectos psicológicos que o levou a praticar tal ato, e até tratando do emocional do 
mesmo. 
Com relação às ares de formação e rompimento de vínculo familiar, bem 
como no casamento e divórcio, a psicologia atua regulando tais relações, 
fornecendo terapias psicológicas para tratar do emocional e psicológico. Há casos 
em que essas terapias até restauraram relacionamentos que estavam a beira de se 
desfazer. Sua atuação também pode impedir que os filhos desenvolvam problemas 
na fase adulta como, por exemplo, distúrbios psicológicos. 
Com relação às ações penais, ela busca analisar o que leva as pessoas a 
cometerem delitos, identificar problemas psicológicos dos mesmos, solucionando o 
que o Direito não consegue fazer sozinho, através da interdição que é uma área da 
ciência psicológica que relaciona a saúde mental com o Direito, por meio de 
psicodiagnósticos que tem um grande poder de influencia nas decisões do juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
FIORELLI, José Osmir. Psicologia Jurídica. 6.ed. São Paulo: Atlas S.A., 2015. 
SILVA, Deny Savia Martins da. A Psicologia e o Direito Civil. Disponível em: 
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-psicologia-e-o-direito-
civil/67678> Acesso em: 23 jun. 2017 
GOOS, Alessandra Fabiana Giliolli. Formação e rompimento dos laços afetivos. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000905.pdf> 
Acesso em: 23 jun.2017

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