Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACCREI – FACULDADE CRISTO REI FACED – FACULDADE EDUCACIONAL DE CORNÉLIO PROCÓPIO CORNÉLIO PROCÓPIO – PR EMANUEL DA SILVA ALVES FERREIRA JÚLIA SILVA DE ARAÚJO AVALIAÇÃO REFERENTE AO 2º BIMESTRE PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO Cornélio Procópio/PR 2017 FACCREI – FACULDADE CRISTO REI FACED – FACULDADE EDUCACIONAL DE CORNÉLIO PROCÓPIO CORNÉLIO PROCÓPIO – PR EMANUEL DA SILVA ALVES FERREIRA JÚLIA SILVA DE ARAÚJO AVALIAÇÃO REFERENTE AO 2º BIMESTRE PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia Aplicada ao Direito, do Primeiro Período do Curso de Direito, como requisito final de avaliação sob a orientação da professora Cristiane Fernandes. Cornélio Procópio/PR 2017 INTRODUÇÃO A psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano e o que está por trás dele, as condições de personalidade, nível mental, entre outros. É divida em vários ramos: Psicologia clínica, Psicologia educacional, Psicologia forense, Psicologia Criminal, Psicologia Jurídica, entre outras. O presente trabalho trata da Psicologia Jurídica aplicada ao Direito Civil e Penal. Abordando como a mesma influência nas áreas de formação e rompimento de vínculo familiar, no casamento e divórcio, em relações de paternidade, interdição e adoção dentro do Direito Civil. E na criminologia e modalidades de crime dentro do Direito Penal. Além de conceituar alguns desses temas e discorrer sobre eles, os relacionando com alguns artigos dos Códigos e leis brasileiras. Na área Civil, a psicologia busca regular as relações entre os indivíduos e os bens, avaliando o comportamento humano e instruindo-o. Sua atuação muitas vezes até restabelece vínculos familiares, ajuda aos pais com relação aos filhos e aos filhos com relação aos pais. Trata do emocional de ambos. Além de direcioná-los frente a uma situação litigiosa. É também indispensável nos processos de adoção. Se tratando da área criminal, a importância da Psicologia se dá pela busca dos fatores que contribuíram para a conduta delitiva, estudando não só as causas da criminalidade, mas analisando o perfil do indivíduo, onde define o nível mental do criminoso e os traços característicos de sua personalidade. Pois não basta somente analisar o crime, já que a análise psicológica do criminoso pode dar um direcionamento diferente ao julgamento do crime em questão. A psicologia e o Direito, quando subordinadas, são capazes de auxiliar juízes em suas decisões, baseando-se até mesmo em leis que tiram a culpabilidade daqueles que são considerados incapazes de entender o caráter ilícito do fato. PSICOLOGIA E DIREITO CIVIL A psicologia caminha ao lado do comportamento humano, avaliando-o. Ela regula as relações entre os indivíduos e os bens. Partindo disso, é natural que ela faça parte do ramo Civil do Direito. E uma das áreas em que ela se manifesta frequentemente é no Direito da família, como na formação e rompimento de vínculo familiar, no casamento e divórcio, em relações de paternidade, interdição e adoção por exemplo. Tais áreas serão um pouco mais aprofundadas adiante. FORMAÇÃO E ROMPIMENTO DE VÍNCULO FAMILIAR Nos últimos séculos, com o advento da modernidade, a sociedade se tornou muito mais complexa, ocorreram diversas mudanças culturais, de comportamento, cultura, crenças e valores. Com isso, foi alterado também a dinâmica da família, e os papéis familiares não possuem mais um contorno nítido e bem definido. A mulher passou a ter mais espaço na sociedade, ingressou no mercado de trabalho, e os papéis se tornaram difusos. As famílias atualmente são extremamente influenciadas pela cultura midiática, pela economia e por todas as mudanças e avanços tecnológicos pelo qual a sociedade vem passando. Isso acaba se refletindo nas atitudes, provocando muitas vezes conflitos, desejos e fantasias. É sabido que a formação de vínculos afetivos, familiares, se dá por meio de um processo que envolve afeto, carinho, responsabilidade, tolerância, segurança, entre tantas coisas boas. Mas em contra partida, pode acarretar aspectos negativos também como mágoas, ressentimentos, frustrações, entre tantos sentimentos que vão acumulando e muitas até aumentando durante a vida conjugal. Estas condutas trazem reflexos para todos envolvidos na dinâmica familiar, levando até ao rompimento do vínculo. Os laços afetivos são formados desde o início da vida do indivíduo, e vão sendo construídos ao longo dos anos. Tais laços podem possuir boa formação, bem como deficiências nessa construção, principalmente nos casos de separação dos pais e destruição da estrutura familiar. O que pode resultar em problemas na vida escolar da criança, comprometendo seu desenvolvimento emocional e de aprendizagem, ocasionando até mesmo déficit de atenção. Tais situações podem levar a formação de adultos com sérios problemas de personalidade, transgressão às leis, levando até à insanidades mentais. Nesse sentido, a psicologia é de fundamental importância. Tanto para instruir as famílias para que possam construir vínculos familiares de qualidade, quanto para ajudar a regular a situação em casos de rompimento dos mesmos. Buscando minimizar os efeitos de tal rompimento. Ela instrui, por exemplo, aos pais em como tratar da situação, como se portar com relação aos filhos, sem deixar que os problemas afetem o relacionamento entre pai ou mãe e filho. Ou trata com os filhos sobre suas emoções, buscando fazê-los entender sobre os acontecimentos para que suas atitudes não sejam reflexos de sentimentos ruins acumulados. CASAMENTO E DIVÓRCIO O casamento diz respeito a união entre homem e mulher com o objetivo de criar um vínculo pessoal e matrimonial entre os envolvidos. Este está elencado nos artigos abaixo, ambos do Código Civil brasileiro: “Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.” “Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.” O casamento pode trazer diversos benefícios, desenvolvendo ajuda mútua entre as partes, bem como ser insatisfatório. Os parceiros podem evoluir em diferentes ritmos e direções opostas. E é nesse sentido que começam a surgir inúmeros problemas no convívio e no relacionamento, Com isso, muitos casais recorrem a terapias psicológicas para tentar “salvar” o casamento. Ou então optam pela separação ou divórcio, direito abordado no Código Civil brasileiro: “Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges; II - pela nulidade ou anulação do casamento; III - pela separação judicial; IV - pelo divórcio.” A psicologia elenca alguns motivos para o divórcio, que decorrem de fatores psicológicos (inconscientes) da pessoa, entre eles: a opção do conjugue (devido as inúmeras alterações e evoluções da vida a dois perante a nova rotina, aos filhos, aspectos que potencializam a ansiedade, entre outros); a não valorização dos afetos e outras questões emocionais (muitas vezes se perde ou diminui questões simples, como de afeto e carinho por exemplo, o que leva a uma carência emocional e até ao fim do casamento); e o aparecimento de problemas conjugais e ausência de diálogo (muitas vezes os problemas pessoais ou profissionais se manifestam no seio familiar, que associados aos de caráter conjugal, levam a problemas que nemsempre são falados ou discutidos abertamente por meio do diálogo, levando ao divórcio). O divórcio é um momento de crise na vida pessoal dos envolvidos, que chega até mesmo acarretar depressão e angústia intensa. Por isso, muitos que o enfrentam procuram um tipo de tratamento psicológico antes, durante ou após a separação. Estudos mostram que o processo de recuperação psicológica da crise do divórcio leva cerca de dois anos para acontecer. E estes tratamentos, se bem orientados, permitem reduzir as perturbações no relacionamento, podendo até reerguê-lo. Outro fator que é uma preocupação freqüente dos pais diante de um divórcio são os filhos do casal. Onde o mais importante deve ser a educação dos filhos, respeitando os direitos e deveres destes. Essa situação, bem como os direitos e deveres do casal com relação aos filhos estão dispostos nos termos do CAPÍTULO XI "Da Proteção da Pessoa dos Filhos” do código civil brasileiro. As reações nas crianças diante da separação dos pais são as mais diversas, dentre elas a depressão, raiva intensa, comportamentos rebeldes, tristeza profunda, declínio no rendimento escolar, entre outras. E nesse sentido também é de extrema importância o acompanhamento dos filhos com psicólogo. PATERNIDADE A paternidade não consiste somente em colocar o nome nos documentos do filho, mais ela é responsável pelo modo de desenvolvimento da criança nos âmbitos afetivos, emocionais, comportamentais entre outros. Por esses motivos, psicólogos e representantes da vara da família desenvolvem projetos de incentivo ao reconhecimento de paternidade, ou para aqueles que renunciam ao reconhecimento voluntário, o exame de DNA têm grande importância, para que não exista uma sensação de abandono e repúdio. Toda a criança precisa crescer com uma noção de família, ou pelo menos com a figura de ambos os pais para que possa ter uma base de desenvolvimento. E é neste contexto que entra em cena a psicologia, dando um direcionamento para os pais que não convivem juntos, mas procuram estar presentes na vida dos filhos, ou ajudando os casos onde o pai não deseja conviver com a mãe ou com o próprio filho. Uma criança não pode ter um desenvolvimento apenas material, onde os pais pensam que podem suprir todas as necessidades com presentes ou instrumentos do tipo. A atenção, o afeto o cuidado e a presença da figura paterna são necessários para que o lado emocional, social e cognitivo da criança se desenvolva sem nenhum problema. INTERDIÇÃO A interdição é considerada por alguns doutrinadores como uma área da ciência, que cuida do relacionamento entre a saúde mental e o direito, ou seja, ela é responsável por considerar a incapacidade total ou parcial de alguém perante assuntos jurídicos. Para a confirmação deste ato é necessário que o juiz nomeie um perito formado em psicologia, que através de um psicodiagnóstico fornece elementos sobre as condições de personalidade e nível mental, com o objetivo de levar a ele elementos que influenciem nas decisões quanto a anulação do casamento e testamento. A ação de interdição está elencada nos seguintes artigos do Código Civil brasileiro: "Art. 9º Serão registrados em registro público: III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; V - os pródigos. Art. 1.768. A interdição deve ser promovida: I - pelos pais ou tutores; II - pelo cônjuge, ou por qualquer parente; III - pelo Ministério Público. Art. 1.771. Antes de pronunciar-se acerca da interdição, o juiz, assistido por especialistas, examinará pessoalmente o arguido de incapacidade. Art. 1.772. Pronunciada a interdição das pessoas a que se referem os incisos III e IV do art. 1.767, o juiz assinará, segundo o estado ou o desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela, que poderão circunscrever-se às restrições constantes do art. 1.782. Art. 1.773. A sentença que declara a interdição produz efeitos desde logo, embora sujeita a recurso." ADOÇÃO O processo de adoção se baseia na lei 12.010/09 do estatuto da criança e do adolescente, o art. 39 deixa mais claro tais situações: "Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei. § 1ºA adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência. § 2ºÉ vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência." Para que o processo de adoção se concretize é de extrema necessidade que exista uma ligação entre o direito, psicologia e o serviço social. A atuação destes mecanismos deve acontecer desde o rompimento de relacionamento da criança ou adolescente e continuar com o serviço até mesmo depois da adoção acontecer para garantir os direitos fundamentais das crianças presentes no art.50 do estatuto da criança e do adolescente “Art. 50. § 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. § 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3odeste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. § 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. § 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5odeste artigo. § 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. § 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5odeste artigo, sob pena de responsabilidade. § 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. § 10. A adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estaduale nacional referidos no § 5odeste artigo, não for encontrado interessado com residência permanente no Brasil. § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento familiar. § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.” As avaliações para a escolha dos adotantes realizadas pelos profissionais auxiliares do juízo são de fundamental importância para se conhecer o perfil do adotante, já na análise local o perito realiza entrevistas na casa dos candidatos para efetuarem uma análise do seu modo de vida social, profissional, bem como as condições em que vivem. E o papel do psicólogo é entender o porque querem adotar e o significado que a criança terá para o adotante. PSICOLOGIA E DIREITO PENAL O Direito busca a fixação de um padrão de conduta, tem caráter preventivo, manifestado por meio de suas normas. Mas muitas vezes ocorre exatamente o contrário do que é preconizado, pois a norma jurídica não basta para inibir os comportamentos indesejáveis. E como ele trata do comportamento humano, atua em um campo de intersecção com as ciências humanas e de saúde, as quais os objetos também focaliza o comportamento humano. Os comportamentos indesejáveis do ser humano levam a definir o conceito de Criminologia e das modalidades do crime. Tais assuntos serão discorridos mais abaixo. A psicologia está presente na área do Direito Penal, estudando o comportamento humano no âmbito das relações com a justiça CRIMINOLOGIA A criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, que estuda o crime, o infrator, a vítima, e o controle social do comportamento delitivo. Se ocupa das teorias do direito penal. E muitas vezes os seus estudos são com base na psicologia e sociologia. Segundo García-Pablos de Molina e Luiz Flávio Gomes, trata-se de: [...] uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, a dinâmica e as variáveis principais do crime. Defende a importância do crime não ser julgado somente pelo delito em si, mas considera essencial a compreensão do motivo que levou o indivíduo praticar determinado crime. Segundo alguns estudiosos, não há como conhecer o criminoso sem estudar sua vida psíquica, haja vista que os atos do mesmo correspondem ao comendo psíquico, como por exemplo situações de abandono. Sendo assim, a psicologia criminal vai estudar a personalidade, buscando tais fatores que influenciaram o criminoso cometer o delito. Partindo dessa análise, há o mesocriminoso (atuação anti-social por força do meio exterior); o mesocriminoso preponderante (maior preponderância de fatores ambientais); o mesobiocriminoso (possui determinantes tanto ambientais, quanto biológicas); o biocriminoso preponderante (portador de alguma anomalia biológica insuficiente para levá-lo ao crime, mas capaz de torná-lo vulnerável em uma situação exterior, respondendo-a com facilidade); e o biocriminoso puro (atua em virtude de perturbações mentais). Com isso, para o juiz decretar uma pena, levará em conta também a análise psicológica do acusado, podendo até isentá-lo da pena. Um exemplo disso, são pessoas que são detectadas com alguma doença mental , ou como incapaz de entender o caráter ilícito da atitude, como tipificado nos termos do Artigo 26 do Código Penal brasileiro: “Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” Transtornos de personalidade é outro comportamento estudado pela psicologia em casos de crimes. Estes revelam uma insensibilidade pelos sentimentos alheios, torna o indivíduo indiferente, o que pode levá-lo a um comportamento delituoso. BONGER (LEAL, 2008, p.174) afirma que: [...] para a polícia é útil saber quais são os tipos psicológicos mais suscetíveis ao cometimento de determinado tipo de delito. Também é importante que os promotores e juízes conheçam o grau de perigo para a segurança pública que é inerente a certos tipos de delinquentes, a fim de fixarem as penas e demais medidas corretivas. Agora, quando o indivíduo é uma pessoa dotada de princípios e boa formação, e acaba por ter seu equilíbrio rompido e cometer um delito por reação, se trata de uma conduta psicologicamente atípica, crime eventual. Grande parte dos teóricos da área de psicologia, afirmam que grande parte dos delinquentes sofre de perturbações afetivas. A atuação da Psicologia no campo do Direito se faz utilizando métodos, técnicas, exames psicológicos e criminológicos. Esses podem ser apresentados pela depressão, ansiedade, sentimento de culpa, entre outros. Dentro desse assunto, é de suma importância elencar as modalidades de crime existentes. MODALIDADES DE CRIME A modalidade de crime só é considerada como tal a partir da materialidade dos fatos, porem antes, esta ação percorre um caminho subjetivo que vai da leve sugestão interna ou desejo à intenção, decisão e o efetivo cometimento, e aí está a psicologia, que ajuda a entender inúmeros fatores por trás de uma ação. Já no direito os fatores que levam às modalidades de crime se dividem em seis, são eles: 1º DELITO CULPOSO: consiste na prática de ato voluntário, porém, com resultados involuntários (EX: Atropelar alguém sem intenção). O Código Penal traz três situações que se aplicam como crime culposo: a imprudência, a imperícia e a negligencia. “Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único- Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).” Para a psicologia, todas as situações descritas acima tiram os acontecimentos das mãos do acaso e as transfere para as mãos do autor, mesmo que se reconheça inconsciência do ato delituoso. 2º DELITO DOLOSO: ocorre ato voluntário com resultado esperado. Para tal ato existem dois conceitos em que o inconsciente do individuo se apoia para cometer os delitos: -projeção: consiste em atribuir a alguém o próprio insucesso (EX: matar alguém por este estar com a mulher desejada) -racionalização: acontece quando se inventa uma razão pra o delito (EX: "não ser desmoralizado perante a sociedade") “Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” O delito doloso é facilmente justificado pelo desequilíbrio emocional, pois tal atitude daria fim a qualquer conflito em que o estresse se acumula e precisa ser liberado de alguma forma. 3º DELITO OCASIONAL: delito praticado por agente até então socialmente ajustado e obediente à lei, que só chegou à ação antissocial respondendo a uma forte solicitação externa, ou seja, os pequenos delitos se tornam costumeiros, principalmente quando não se tem uma punição e se tem também a de grande proporção, como os homicídios. 4º DELITO PSICOTICO: Prática criminosa em função de um transtorno mental. Diversas doenças psicológicas podem levar a comportamentos delituosos, então se faz necessário diagnóstico por especialista e é indispensável que o quadro seja predominante ao tempo da ação. Pode ocorrer a qualquer tempo e em qualquer lugar, gerando temor ao observador de que o comportamento se repita. 5º DELITO NEUROTICO: O delito é encarado como uma manifestação de conflitos entre o sujeito ele mesmo, o que reflete no ato inconsciente de punição. 6º DELITO PROFILÁTICO: O agente entende que estará evitando um mal maior e não revela remorso (EX: Eutanásia), essas ações de grupos que atuam movidos por poderosas crenças comuns, pode haver interpretação de que suas ações tenham genuína missão de melhorias sociais. CONCLUSÃO Com a realização do presente trabalho, podemos concluir que a psicologia é de suma importância e se relaciona diretamente com o Direito por tratar de questões que envolvem o comportamento humano. Sua importância se dá também pelo fato de valer-se de laudos, pareces, perícias e orientações psicológicas, analisando a personalidade humana, os aspectos psicológicos que o levou a praticar tal ato, e até tratando do emocional do mesmo. Com relação às ares de formação e rompimento de vínculo familiar, bem como no casamento e divórcio, a psicologia atua regulando tais relações, fornecendo terapias psicológicas para tratar do emocional e psicológico. Há casos em que essas terapias até restauraram relacionamentos que estavam a beira de se desfazer. Sua atuação também pode impedir que os filhos desenvolvam problemas na fase adulta como, por exemplo, distúrbios psicológicos. Com relação às ações penais, ela busca analisar o que leva as pessoas a cometerem delitos, identificar problemas psicológicos dos mesmos, solucionando o que o Direito não consegue fazer sozinho, através da interdição que é uma área da ciência psicológica que relaciona a saúde mental com o Direito, por meio de psicodiagnósticos que tem um grande poder de influencia nas decisões do juiz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIORELLI, José Osmir. Psicologia Jurídica. 6.ed. São Paulo: Atlas S.A., 2015. SILVA, Deny Savia Martins da. A Psicologia e o Direito Civil. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-psicologia-e-o-direito- civil/67678> Acesso em: 23 jun. 2017 GOOS, Alessandra Fabiana Giliolli. Formação e rompimento dos laços afetivos. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000905.pdf> Acesso em: 23 jun.2017
Compartilhar