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Sistema Nervoso RESUMO

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SISTEMA NERVOSO CENTRAL
	O sistema nervoso desempenha as seguintes funções:
coordenar as demais funções;
integrar as sensações com as idéias;
adaptar o organismo às mudanças que ocorrem dentro dele e no meio ambiente.
Ele origina-se do folheto embrionário mais externo, o ectoderma. As primeiras evidências aparecem em embrião por volta do 19º dia, como um espessamento longitudinal do ectoderma, ao longo da linha média dorsal – placa neural.
O primeiro indício de formação do sistema nervoso consiste em um espessamento do ectoderma situado acima da notocorda, formando-se a chamada placa neural. A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa e adquire um sulco logitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda para formar a goteira neural. Os lábios da goteira neural se fundem para formar o tubo neural. Sabe-se que para a formação desta placa neural e subseqüente desenvolvimento do tubo neural, tem importante papel a ação indutora da notocorda e do mesoderma.
Divisão do Sistema Nervoso
	O sistema nervoso didáticamente pode ser dividido de várias maneiras, morfológicamente, funcionalmente, embriológicamente, etc.
	Aqui será considerada a divisão morfologicamente, e posteriormente será tratado sobre as outras divisões do Sistema Nervoso.
	Morfologicamente o Sistema Nervoso pode ser dividido em:
	I-) Sistema Nervoso Central
	Encéfalo
	Telencéfalo
Diencéfalo
Mesencéfalo
Metencéfalo - ponte
 - cerebelo
Mielencéfalo (bulbo)
	
	Medula Espinhal
	
	II-) Sistema Nervoso Periférico
	Nervo
	Cranianos 
Espinhais
	
	Gânglios
	Motores
Sensitivos
O sistema nervoso é formado por 2 tipos de células:
neurônios – células altamente especializadas em condutibilidade e excitabilidade
neuróglias – células de sustentação com função trófica
Neurônios
Morfologicamente ele apresenta:
corpo celular.
prolongamento citoplasmático.
O corpo celular (= pericário - peri=próximo, cário=núcleo).
Como nas outras células é formado por citoplasma e núcleo, com forma e volume variáveis.
No citoplasma (= neuroplasma) encontram-se fibrilas mais finas do que as musculares e são chamadas de neurofibrilas, e o corpúsculo de Nissl, responsável pela síntese de proteínas.
No prolongamento citoplasmático também existem neurofibrilas. Os prolongamentos podem ser classificados como:
dendritos (dendron=árvore) – estruturalmente apresenta várias ramificações (em forma de árvore). O número de dendritos varia de zero à vários. Funcionalmente costuma-se afirmar que eles aproximam o estímulo para o corpo celular. Segundo Hollinshead aparentemente auxilia na nutrição das células, devido superfície bastante ampla.
axônio (= cilindro eixo) – quase não apresenta ramificações, exceto na região terminal, onde existem as ramificações terminais.
O seu diâmetro varia de 1 a 18 (m. Quanto maior o diâmetro de um axônio, tanto mais rapidamente se faz a condução do impulso nervos (Cosneza pg3). Assim a velocidade do impulso nervoso é variável, nas fibras de diâmetro maior a velocidade é de 120 m/S, e nas de diâmetro menor de 0,3 m/S.
Comprimento varia de mm a cm ou pés. Ex aquele cujo pericário esta na medula espinhal e inervam a musculatura do pé
O seu número varia de 1 a 2, mas em alguns livros é considerado apenas 1.
Funcionalmente costuma-se afirmar que ele afasta o estímulo do corpo celular.
Os neurônios apresentam coloração cinza, devido a presença de pigmentos e alguns ficam bastante escuros e recebem o nome de substância negra (no mesencéfalo).
O axônio próximo do corpo celular (no sistema nervoso central) é envolvido por um bainha lipoproteica, chamada de mielina. O axônio envolvido pela bainha de mielina ao entrar no sistema nervoso periférico passa a ser envolvido também por uma bainha de neurolema (célula de Schwann). 
A bainha de neurolema (ou neurilema), que é uma dependência da célula Schwann (alguns consideram como a própria bainha – Gray pequeno capa marron pg 726, é considerada como a responsável pela mielinização no sistema nervoso periférico. Esta bainha passa envolver a bainha de mielina quando se constituem os nervos, (que são feixes de fibras nervosas fora do Sistema Nervoso Central). 
Parece que o axônio também exerce papel preponderante como controlador da síntese e da manutenção da mielina. Ele seria. Talvez, o indutor da rotação da célula de Schwann em torno de si próprio e, consequentemente contribuiria para formação de numerosas camadas helicoidais de membranas, as quais apostas, originam a bainha de mielina.
O revestimento de mielina é segmentar e cada segmento envolvido por bainha de neurolema fica entre 2 constrições, as quais recebem o nome de nó de Ranvier. O espaço entre dois nós de Ranvier recebe o nome de segmento internodal. (Nó de Ranvier consegue aumentar a velocidade da condução do impulso nervoso de até 100 vezes)
O termo fibra nervosa refere-se ao axônio com bainha de mielina (fibras mielínicas), e para algumas não possuem, ou possuem pequena quantidade de mielina ( fibras amielínicas). 
As células de Schwann envolvem as fibras amielínicas também.
No Sistema Nervoso periférico as fibras nervosas após o revestimento de neurilema são envolvidas por lâminas de tecido conjuntivo endoneuro, perineuro e epineuro.
No Sistema Nervoso Central a mielinização esta na dependência dos oligodendrógias (tipo de neuroglia).
Quanto ao número de prolongamentos citoplasmáticos os neurônios podem ser classificados como:
unipolar – não apresenta dendrito
a1) pseudo-unipolar – apresenta apenas um prolongamento citoplasmático, o dendraxonio, que após afastar-se um pouco do corpo celular divide-se em dois prolongamentos diametralmente oposto, um central e outro periférico.
bipolar – apresenta 2 prolongamentos citoplasmáticos diametralmente opostos.
multipolar – apresenta vários dendritos e apenas um axônio.
Mais sobre - Número de neurônio – conexões sinápticas e meio ambiente – ver o livro do Cosenza na página 17.
b-) Neuróglias
São encontradas principalmente no sistema nervoso central.
	São células de sustentação com funções trófica e de reparação do tecido nervoso. 
	As neuróglias quanto ao tamanho são classificadas como:
b.1 Macróglias - Este tipo de células não estabelece sinapse e possuem a capacidade de se multiplicarem, particularmente quando há lesão no tecido nervoso. 
		As astróglias participam da cicatrização do sistema nervoso, ajudando na produção de tecido cicatricial.
		Os prolongamentos das astróglias se dirigem aos vasos sanguíneos envolvendo-os e isolando-os dos demais elementos do tecido nervoso. Ele participam da regulação do fluxo sanguíneo, aumentando-o quando os neurônios estão ativos necessitando de mais oxigênio e glicose.
		As astróglias também fazem parte da barreira hematoencefálica, controlando a passagem de algumas substâncias do sangue para o sistema nervoso. Esta barreira impede a passagem de muitas toxinas do sangue para o sistema nervoso defendendo-o, mas também impedem a passagem de alguns medicamentos no mesmo sentido, e neste caso ela não é benéfica. 
b.1.1 astróglias protoplasmáticas – apresentam grande número de ramificações e são encontradas na substância cinzenta.
b.1.2 astróglias fibrosas – apresentam menor quantidade de ramificações e são encontradas na substância branca.
b.1.3 oligodendróglia – localizada ao redor do pericário e fibras de mielina. A sua função primordial parecer ser a de formação de mielina para os axônio no sistema nervoso central.
b.2 Micróglias – são células fagocitárias e não apresentam ramificações. No SNC do adulto elas parece inativas, todavia são ativadas por qualquer processo inflamatório ou degenerativo.
b.3 Epêndima – é uma lâmina de tecido epitelial que reveste o interior das cavidades encefálicas. Ela une-se com a pia-máter e vai formar o plexocorióide, que vai produzir o liquor. 
Considerando-se a presença ou ausência da mielina ao redor dos axônios observa-se no sistema nervoso a presença de duas colorações cinzenta (substância cinzenta) e branca (substância branca).
Portanto, nos locais onde os corpos celulares dos neurônios se reúnem formam a substância cinzenta, e nos locais onde as fibras nervosas são revestidas pela de mielina formam a substância branca.
A substância cinzenta é encontrada:
 No sistema nervoso central.
1.1No encéfalo 
córtex cerebral (telencéfalo)
córtex do cerebelo
núcleos da base
1.2 Na medula espinhal – no interior, ao redor do canal central, formando uma figura semelhante a letra H.
No sistema nervoso periférico
Nos gânglios sensitivos – nas raízes dorsais dos nervos espinhais, primeiro neurônio da cadeia aferente (sensitivo) somático ou visceral. O neurônio é do tipo pseudounipolar.
Nos gânglios motores (gânglios autônomos) – formando a cadeia simpática. São os neurônios cujo corpo celular estão neuro-eixo e as fibras vão terminar nos gânglios viscerais, denominados de pré-ganglionares e os neurônios, cujo corpo celular está no gânglio visceral e as fibras vão terminar no tecido visceral são denominadas pós-ganglionares.
Os neurônios são estimuláveis e se dispõem em cadeias - cadeias neuronais – para conduzir os impulso nervosos
A intercomunicação entre neurônios é feita por meio de sinapses.
Sinapses – é contato funcional que existe entre duas células nervosas. Este termo também é usado para denominar o contato funcional que existe entre terminações de fibras nervosas motoras e fibras musculares.
A sinapse ocorre na substância cinzenta.
Os neurônios através da sinapse estabelecem as vias:
a-) vias aferentes ou sensitivas ou centrípetas (da periferia para o centro).
b-) vias eferentes ou motoras ou centrífugas (do centro para periferia).
a-) vias aferentes – conduzem impulsos originados em receptores da região estimulada par os centros nervosos – localizados no neuro-eixo (encéfalo+ medula espinhal).
	Receptores – corpúsculos especializados e terminações nervosas livres.
Receptores
1-) exteroceptivas – localizados no “exterior” (superfície externa) do corpo (pele, retina e ouvido externo).
2-) proprioceptivos – localizados no interior do corpo (tendões, músculos e osso).
3-) interoceptivos – localizados na paredes das vísceras.
b-) vias eferentes -conduzem os impulsos no sentido oposto – dos centros nervosos para os órgãos de respostas, os efetores.
	Efetores – tecido muscular estriado, tecido muscular liso e glândulas.
	As vias aferentes e eferentes localizam-se em parte no neuro-eixo, como vias ascendentes, de associação e descendentes e fora dele como nervos e gânglios.
Os axônios constituem no interior do neuro-eixo (encéfalo + medula espinhal), as vias ascendentes, de associação e descendentes, isto é a substância branca, e fora do neuro-eixo as fibras aferentes (sensitivas) e aferentes (motoras) do nervos espinhais, cranianos e viscerais.
Este complexo “excitação-resposta” (excitação - vias aferentes, centros nervoso, vias eferentes - efetores) – constituem o arco reflexo.
Divisão do Sistema Nervoso
	O sistema nervoso didáticamente pode ser dividido de várias maneiras, morfológicamente, funcionalmente, embriológicamente, etc.
	Aqui será considerada a divisão morfologicamente.
	Morfologicamente o Sistema Nervoso pode ser dividido em:
	I-) Sistema Nervoso Central
	Encéfalo
	Telencéfalo
Diencéfalo
Mesencéfalo
Metencéfalo - ponte
 - cerebelo
Mielencéfalo (bulbo)
	
	Medula Espinhal
	
	II-) Sistema Nervoso Periférico
	Nervo
	Cranianos 
Espinhais
	
	Gânglios
	Motores
Sensitivos
Funcionalmente o sistema nervoso pode se dividido em:
	S. Nervoso Somático
	Aferente = sensitivo
Eferente = motor
	
	S. Nervoso Visceral
	Aferente = sensitivo
Eferente = motor
	
S. N. Autônomo
I-) Sistema Nervoso Central
Ia-) Medula Espinhal
	O estudo do sistema nervoso central deve iniciar-se pela medula espinhal, que é a parte mais simples deste sistema.
	Etmológicamente medula significa miolo e indica o que está dentro, assim tem-se:
Medula óssea, o que está dentro do osso
Medula da supra-renal, o que está dentro da glândula de mesmo nome.
Medula espinhal, o que está dentro do canal vertebral.
	Conceito – medula espinhal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso, que está situada dentro do canal vertebral, sem ocupá-lo totalmente.
	O seu comprimento é de 42 a 45 cm no homem adulto, na mulher é um pouco mais curta.
	Seu diâmetro é de mais ou menos 1 cm, e o seu peso é de mais ou menos 30 g.
	Os seus limites são:
Superior – um plano transversal passando inferiormente ao forame magno, ou um plano transversal passando superiormente às primeiras radículas de C1.
Inferior – importância clínica no adulto, na altura de L2.
	A medula tem a forma cilindrica, mas ligeiramente achatada no sentido ântero-posterior, e o seu diâmetro não é uniforme.
	Ela apresenta duas dilatações, que recebem o nome de intumescências cervical e lombar. Essas dilatações se formam devido ao acúmulo de neurônio nesta regiões, onde os grosso nervos dos plexos cervical e lombo-sacral fazem conexão. São os nervos que inervam os membros superiores e inferiores, repectivamente.
	A medula espinhal termina inferiormente afilando-se, formando o cone medular, que vai continuar-se com o filamento terminal.
	A medula espinhal apresenta na sua superfície externa vários sulco longitudinais:
Fissura mediana anterior
Sulco lateral anterior
Sulco lateral posterior
Sulco mediano posterior
Sulco intermédio posterior
	O sulco intermédio posterior está presente apenas na parte cervical.
	Dos sulcos laterais, anterior e posterior, emergem as radículas, anteriores (ou motores, ou eferentes)e posteriores (ou sensitivas, ou aferentes), dos nervos espinhais, respectivamente.
	Na medula espinhal a substância cinzenta( que é formada pelos corpos celulares dos neurônios) está localizada internamente, na medula, envolvida por substância branca.
	Na substância cinzenta distinguem-se 3 colunas:
Coluna anterior
Coluna lateral
Coluna posterior
	A coluna lateral está presente apenas nas porções torácica e lombar da medula espinhal.
	No centro da substância cinzenta está o canal central da medula, ou epêndima.
	A substância branca, que é formada por fibras de mielína, que sobem e descem na medula, pode ser separada em 3 funículos, ou cordões, de cada lado, pelos sulcos.
Funículo anterior
Funículo lateral
Funículo posterior, que é dividido pelo sulco intermédio, na porção cervical da medula espinhal em fascículos grácil (medial) e cuneiforme (lateral).
	Como já foi dito anteriormente, dos sulcos laterais emergem as radículas, que vão formar as raízes dos nervos espinhais.
	As duas raízes (anterior e posterior) se unem para formar os nervos espinhais, que são em número de 31 ou 33 pares assim distribuidos: 8 cervicais, 12 torácico, 5 lombares, 5 sacrais e 1 ou 3 coccígeos.
	As raízes posteriores, de todos os nervos espinhais, apresentam uma dilatação, que é um gânglio sensitivo, formado pelos corpos celulares de neurônios pseudo-unipolares.
	No canal vertebral, abaixo de L2, existem apenas meninges e raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, além do filamento terminal, formando a cauda equina.
	A cauda equina se forma pela diferença de crescimento, entre as partes óssea e nervosa. Até o 4º mês de vida intra uterina a medula espinhal ocupa totalmente o canal vertebral. A partir deste período a parte óssea tem um crescimento maior do que a parte nervosa, dando origem a cauda equina.
Envoltórios da Medula Espinhal
	Como todo o sistema nervosos central, a medula espinhal é envolvida por 3 folhetos chamados de meninges, que recebem os nome de dura-máter, aracnóidee pia-máter.
	A dura-máter é o folheto externo, mais espesso, podendo por isso ser chamado de paquimeninge, as outras duas meninges podem ser chamadas de leptomeninge.
	A dura-máter é rica em fibras de colágeno, é mais espessa e mais resistente. Cranialmente ela se continua com a dura-máter do encéfalo, que é formada por 2 folhetos. Inferiormente ela termina em fundo de saco ao nível de S2. Do nível de S2 partem prolongamentos laterais da dura-máter, que se continuam com o tecido conjuntivo que envolvem as raízes dos nervos desta altura.
	A aracnóide, é o folheto intermediário, justaposto à dura-máter. Dela partes várias fibras, em direção à pia-máter, formando um emaranhado conhecido com o nome de trabéculas aracnóideas. Ela é avascular.
	A pia-máter é a meninge interna e mais delicada, que adere a superfície externa da medula espinhal, chegando a penetrar na fissura mediana anterior.
	Quando a medula espinhal termina no cone medular, a pia-máter se continua com o nome de filamento terminal, que perfura o saco dural, na altura de S2, onde recebe vários filamentos da dura-máter e passa a receber o nome de filamento da dura-máter espinhal e vai inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix, com o nome de filamento inferior da medula espinhal, ou ligamento coccígeo.
	As meninges que envolvem a medula espinhal delimitam 3 cavidades ou espaços:
a-) epidural ou extradural – delimitado pela dura-máter e periósteo do canal vertebral. Ele apresenta grande quantidade de tecido adiposo e um grande número de vv., o plexo vertebral interno.
b-) subdural – delimitado pela dura-máter e aracnóide, é uma fenda estreita que contém uma pequena quantidade de líquor, o suficiente apenas para evitar a aderência das paredes.
c-) subaracnoídeo – delimitado pela aracnóide e pia-máter, contém uma grande quantidade de liquor. Este espaço se comunica com o IV ventrículo do encéfalo.
Ib1 ) BULBO
	O mielencéfalo pode ser chamado também de bulbo ou medula oblonga.
	O bulbo, para alguns autores, faz parte do tronco encefálico.
	O tronco encefálico é a parte do sistema nervoso central entre a medula espinhal e o diencéfalo, portanto ele é formado pelo mesencéfalo ponte e bulbo.
	O bulbo continua-se inferiormente com a medula espinhal e superiormente com a ponte.
	Limite inferior – não é bem delimitado, mas afirma-se que seria um plano transversal tangente inferiormente ao forame magno, ou superiormente as primeiras radículas de C1.
	Limite superior – sulco bulbopontino, que corresponde a margem inferior da ponte.
	Forma: semelhante a um cone truncado com a base maior voltada para cima.
	A superfície da ponte é percorrida por 3 sulcos longitudinais, que hora são mais paralelos, hora são menos paralelos. Estes sulcos são continuações dos sulcos da medula espinhal e delimitam as áreas anterior (ou ventral), lateral e posterior (ou dorsal) do bulbo, que parecem continuação direta dos funículos da medula espinhal.
	A fissura mediana anterior termina cranialmente no sulco bulbopontino, no ponto chamado forame cego.
	De cada lado da fissura mediana anterior existe uma saliência que recebe o nome de pirâmide - decussação das pirâmides - .
	Entre os sulcos laterais anterior e posterior, na área lateral do bulbo, existe uma eminência oval chamada oliva.
	Ventralmente à oliva emerge, do sulco lateral anterior, os filamentos radiculares do nervo hipoglosso (XII par de nervo craniano).
	Do sulco lateral posterior emergem os filamentos radiculares que formam os nervos glossofaríngeo (IX par), o vago (X par) e o acessório (XI par).
	Metade caudal do bulbo, ou porção fechada do bulbo, é percorrida por um estreito canal, que continua-se diretamente com o canal central da medula espinhal. Esse canal abre-se superiormente para formar o IV ventrículo.
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Ib.2.1) Ponte
		A ponte pode ser chamada de protuberância.
		Localização no tronco encefálico: entre o bulbo e o mesencéfalo.
		Localização no crânio: ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e dorso da fossa hipofisária do esfenóide.
		A parte ventral está separada do bulbo pelo sulco bulbopontino e do mesencéfalo pela margem superior da ponte.
		A sua base está localizada ventralmente e apresenta estriações transversais, devido a presença de numerosos feixes de fibras transversais que percorrem.
		As fibras transversais convergem lateralmente formando um volumoso feixe que recebe o nome de pedúnculo cerebelar médio, ou braço da ponte.
		O limite entre a ponte e o braço da ponte é a emergência do nervo trigêmeo (V par de nervo).
		Percorrendo longitudinalmente a superfície ventral da ponte existe um sulco mediano chamado basilar, onde aloja-se a a. basilar.
		Do sulco bulbopontino emergem, de cada lado, no sentido de medial para lateral, os nervos abducente (VI par), facial (VII par) e vestíbulo-coclear (VIII par).
		Na face dorsal não existe linha de demarcação entre a ponte e o bulbo, ambos formam o assoalho do IV ventrículo.
Ib.2.2) Cerebelo
		Localização: dorsalmente à ponte e ao bulbo, formando o teto do IV ventrículo.
		Relação com esqueleto: repousa na fossa cerebelar, do osso occipital, e está separado do lobo occipital do telencéfalo pela tenda do cerebelo (prega da dura-máter).
		O cerebelo liga-se:
ao bulbo e medula pelo pedúnculo cerebelar inferior
a ponte pelo pedúnculo cerebelar médio.
ao mesencéfalo pelo pedúnculo cerebelar superior.
Funções do cerebelo: equilíbrio, coordenação motora e controle do tônus muscular.
SegundoNOBACK (PG 253) - é grande coordenador da ação muscular e desempenha função importante no aprendizado motor. Sincroniza a contração dos músculos individualmente e entre grupos, uniformizando as suas respostas.
Segundo COSENZA (PG 86) é que apesar da sua importância nos processos motores, o cerebelo não é imprescindível para os movimentos e as lesões cerebelares não provocam paralisia.
O estudo da anatomia comparada indica a existência de três fases na filogênese do cerebelo, as quais estão relacionadas com a complexidade de movimentos realizados pelo grupo de vertebrados característicos em cada fase:
		Anatomicamente distinguem-se no cerebelo:
uma porção mediana ímpar – vermis
duas massas laterais – hemisférios cerebelares
O vermis é pouco separado dos hemisférios na parte superior, mas inferiormente é bem separado por dois sulcos.
A superfície apresenta sulcos com direção predominantemente transversal.
Os sulcos delimitam lâminas finas – as folhas do cerebelo. Existem sulcos mais profundos, as fissuras, que dividem o cerebelo em lóbulos. Cada lóbulo pode conter uma ou mais folhas.
O córtex cerebelar é formado por uma fina camada de substância cinzenta, que envolve o corpo medular do cerebelo, que é de substância branca. No interior do corpo medular existem 4 pares de núcleos de substância cinzenta, os núcleos centrais do cerebelo, que recebem o nome de denteado, globoso, emboliforme e fastigial.
A divisão do cerebelo em lóbulos não tem nenhum significado funcional e a sua importância é apenas topográfica.
IV Ventrículo
	É uma cavidade delimitada anteriormente pelo bulbo e ponte (assoalho) e posteriormente pelo cerebelo (teto). Essa cavidade comunica-se cranialmente com o III ventrículo através do aqueduto cerebral (aqueduto mesencefálico), inferiormente continua-se com o canal central da medula espinhal. Essa cavidade comunica-se também com o espaço subaracnóideo através das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka) e da abertura mediana do IV ventrículo (forame de Magendie).
Ib.3) Mesencéfalo
	Localização: entre a ponte e o diencéfalo.
	Limite superior: um plano transversal tangente inferiormente aos corpos mamilares e comissura posterior (ambos pertencentes ao diencéfalo).
	O mesencéfalo é atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral, que liga o III com o IV ventrículo.
	A parte do mesencéfalo posteriorao aqueduto cerebral recebe o nome de tecto do mesencéfalo, e a parte anterior recebe o nome de pedúnculo, que é dividido pela substância negra em base (anteriormente) e tegmento (posteriormente).
	Ventralmente temos dois pedúnculos cerebrais.
	Na superfície do mesencéfalo encontram-se dois sulcos longitudinais, o sulco lateral do mesencéfalo e o sulco medial do pedúnculo cerebral.
	Do sulco medial emerge o nervo oculomotor ou motor ocular comum (III par de Nervo craniano).
	Os pedúnculos cerebrais aparecem como 2 grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar profundamente no cérebro.
	Entre os dois pedúnculos existe uma depressão profunda e triangular, a fossa interpeduncular, no interior da qual existem os orifícios que são as passagens de vasos, a substância perfurada posterior.
	Na face posterior do mesencéfalo (no tecto) notam-se 4 eminências arredondadas, são os colículos superiores e inferiores, separados por dois sulcos em forma de cruz.
	Cada colículo liga-se a uma eminência oval do diencéfalo, os corpos geniculados. Os superiores com os corpos geniculados laterais nem sempre são fáceis de serem identificados.
	Superiormente e medialmente ao colículo superior existe o corpo pineal – estrutura do diencéfalo.
	Inferiormente a cada colículo inferior emerge o nervo troclear ou patético (IV par de nervo craniano) é o único nervo que emerge da face posterior do encéfalo, ele é muito delgado.
I.b4) Diencéfalo
	Para alguns autores o diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro.
	O diencéfalo é uma estrutura ímpar e mediana, visto na parte inferior do cérebro.
	O diencéfalo está entre o telencéfalo superiormente e o mesencéfalo inferiormente.
	O diencéfalo é dividido em: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. Alguns autores dividem em: tálamo, hipotálamo, epitálamo e metatálamo, mas o metatálamo pode ser considerado como uma parte do tálamo.
	Será considerado a primeira divisão.
	Com exceção do subtálamo as demais partes participam da delimitação do III ventrículo.
	O III ventrículo é uma fenda estreita e mediana, que comunica-se com o IV ventrículo através do aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais através dos forames interventricular (Monroe).
	Nas paredes laterais do III ventrículo existe uma depressão que vai do aqueduto cerebral ao forame interventricular, que recebe o nome de sulco hipotalâmico. A porção da parede superior ao sulco recebe o nome de tálamo e a inferior é o hipotálamo. Entre as paredes laterais existe uma trave de substância cinzenta, a aderência intertalâmica, que nos brasileiros em 29,5% dos casos está ausente, e nos indivíduos da raça negra a percentagem da ausência é maior do que na branca.
	No assoalho do III ventrículo encontram-se as seguintes formações, de anterior para posterior: quiasma óptico, infundíbulo, túber cinéreo e corpos mamilares, pertencentes ao hipotálamo.
	Na parede posterior do III ventrículo está o epitálamo, acima do sulco hipotalâmico.
	No teto do III ventrículo a tela corióide insere-se em um feixe de fibras nervosas, as estrias medulares do tálamo.
	Tálamo – são 2 massas ovais, volumosas, de substância cinzenta.
	Localização – porção látero-dorsal do diencéfalo.
	Na sua extremidade anterior existe uma dilatação, o tubérculo anterior do tálamo, que participa da delimitação do forame interventricular. Na sua extremidade posterior existe uma dilatação maior do que na anterior, que está sobre os corpos geniculados e recebe o nome de pulvinar do tálamo.
	Os corpos geniculados mediais – parte da via auditiva.
	Os corpos geniculados laterais – parte da via óptica.
	Alguns autores consideram os corpos geniculados como o metatálamo.
	A face lateral do tálamo é separado do telencéfalo pela cápsula interna – compacto feixe de fibras que liga o córtex cerebral aos centros nervosos subcorticais.
	Hipotálamo: área relativamente pequena do diencéfalo, localizada abaixo do tálamo, limitada pelo sulco hipotalâmico. É muito importante no controle das atividades viscerais. O hipotálamo ajuda a formar a parede lateral e o assoalho do III ventrículo.
	Formando o assoalho do III ventrículo, como parte do hipotálamo encontram-se as seguintes estruturas: corpos mamilares, quiasma óptico, túber cinéreo (entre quiasma óptico e corpos mamilares) e infundíbulo da hipófise.
	Algumas da atividades que ele participa – controle do sistema nervoso autônomo, controle da temperatura, controle das emoções, regulação do sono e vigília, regulação da fome, regulação da sede, metabolismo da gordura e carboidratos, regulação da diurese e regulação da adenohipófise. Pg 197 do Machado.
	Epitálamo: é o limite posterior do III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico. Os seus elementos mais visíveis são o corpo pineal (glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e mediana) e as comissuras (conjunto de fibras que cruzam transversalmente o plano mediano) das habênulas e posterior.
	Subtálamo: zona de transição entre o diencéfalo e o mesencéfalo. É mais fácil de ser observado em corte frontal. Localiza-se abaixo do tálamo, limitado lateralmente pela cápsula interna (massa de substância branca) e medialmente pelo hipotálamo. O elemento mais evidente é o núcleo subtalâmico.
Ib.5) Telencéfalo
	Alguns autores consideram-no como cérebro. Ele desenvolve-se muito nos sentidos ântero-posterior e látero-lateral, ocupando 80% da cavidade craniana e envolvendo as demais partes do encéfalo.
	Ele compreende dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo), e uma pequena parte mediana, que forma a porção anterior do III ventrículo, que recebe o nome de corpo caloso.
	A fissura que separa os dois hemisférios incompletamente é a fissura longitudinal do cérebro.
	Cada hemisfério cerebral apresenta:
uma cavidade no seu interior, ventrículo lateral, que comunica-se com o III ventrículo através do forame interventricular.
3 faces: medial, inferior e súpero-lateral.
3 pólos: frontal, occipital e temporal.
o córtex é formado por substância cinzenta e a medula por substância branca, o centro branco medular, no interior do qual existem volumosas massas de substância cinzenta, os núcleos da base, que recebem os nome de: amigdalóide, caudado, claustrum e lentiformem (dividido em globo pálido e putamem).
córtex apresenta várias depressões, os sulcos, que delimitam os giros ou circunvoluções, que apresentam variações individuais. A presença dos sulcos é importante porque eles aumentam a superfície sem aumentar muito o volume do cérebro. 2/3 da área ocupada pelo córtex cerebral está escondida nos sulcos. Entre os vários, 3 são importantes: central (ou de Rolando) e o lateral (ou de Sylvius), que estão localizados na face súpero-lateral, e o parieto-occipital, que está na face medial. Esses sulcos dividem os hemisférios cerebrais em lobos: frontal, parietal, occipital, temporal e da insula.
MENINGES
São semelhantes as que revestem a medula espinhal. A grande diferença está na dura-máter.
A dura-máter que reveste o encéfalo é formada por 2 folhetos, externo e interno. O folheto interno continua-se com a dura-máter da medula espinhal e o externo funciona como periósteo, fortemente aderido aos ossos.
Em algumas áreas o folheto interno destaca-se do folheto externo, formando pregas, que vão dividir a cavidade craniana em compartimentos. As principais pregas são: foice do cérebro, tenda do cerebelo, foice do cerebelo e diafragma da sela.
Em outros locais os folhetos separam-se e formam cavidades que são revestidas por endotélio, no interior das quais circula sangue, são os chamados seios da dura-mater.
Os principais seios da dura-máter são: sagital superior, sagital inferior, reto, transverso, occipital e sigmóide.
Os seios comunicam-se entre si e o sigmóide continua-se com a veia jugular interna.
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ESTRUTURAS DA MEDULA ESPINHAL
	Termos usados nos estudos de estruturas:
Substânciacinzenta – tecido nervoso constituídos de neuróglias, corpos celulares de neurônios e fibras predominantemente amielínicas.
Substância branca – tecido nervoso formado de neuróglias e fibras predominantemente mielínicas.
Núcleo – massa de substância cinzenta dentro de substância branca, ou grupo delimitado de neurônios com aproximadamente a mesma estrutura e função.
Córtex – substância cinzenta que se dispõem em camada fina na superfície do cérebro ou cerebelo.
Tracto – feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem origem, função e destino. As fibras podem ser mielínicas ou amielínicas. Na denominação de um tracto usa-se dois nomes separados por um hífem. O primeiro indica a origem e o segundo o destino. Pode haver um terceiro nome, indicando a posição do tracto. Ex. tracto córtico-espinhal lateral, indica um conjunto de fibras que se originam no córtex e terminam na medula espinhal e estã localizadas no funículo lateral da medula espinhal.
Fascículo – geralmente se refere a um tracto mais compacto, mas pode ser empregado mais por tradição, do que uma diferença existente entre eles.
Lemnisco – o termo significa fita. É empregado para alguns feixes de fibras sensitivas que levam impulsos nervosos ao tálamo.
Funículo – o termo significa cordão e é usado para a substância branca da medula espinhal.
Decussação – com junto de fibras nervosas que cruzam o plano sagital mediano obliquamente, e que tem aproximadamente a mesma direção.
Comissura – conjunto de fibras que cruzam o plano sagital mediano perpendicularmente e por conseguinte, com direção diametralmente opostas, Ex. corpo caloso.
Fibras de projeção – são fibras que saem fora dos limites desta área ou órgão.
Fibras de associação – são fibras que associam pontos mais ou menos distantes de uma área ou órgão, sem entretanto abandoná-lo.
Formação reticular – é um agregado mais ou menos difuso de neurônios de tamanho e tipo diferente, separados por uma rede de fibras nervosas, que ocupam a parte central do tronco encefálico. Ela é uma estrutura intermediária entre as substâncias, branca e cinzenta.
	É uma formação muito antiga do sistema nervoso, que, embora pertencendo basicamente ao tronco encefálico, estende-se um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais elevados da medula espinhal. Esta formação desempenha um papel importante na ativação do córtex cerebral. Ela não apresenta uma estrutura homogênea, podendo-se delimitar grupos mais ou menos bem definidos de neurônio, que constituem os núcleos da formação reticular. (pg 196 Angelo Machado).
Considerações sobre a estrutura do tronco encefálico
	Existem algumas diferenças entre a estrutura da medula espinhal e a do tronco encefálico, apesar de ambos pertencerem ao sistema nervoso segmentar. Uma dela é a fragmentação longitudinal e transversal da substância cinzenta do tronco encefálico, formando-se assim, os núcleos dos nervos cranianos. Esta fragmentação da substância cinzenta do tronco encefálico se deve a dois fatos:
a-) o aparecimento de um grande número de fibras de direção transversal, pouco freqüente na medula; ( as fig. 16.1 e 16.2 da pg 164 do livro do Ângelo Machado explica bem esta segmentação da substância cinzento do tronco encefálico)
b-) a presença de uma rede de fibras e corpos celulares que preenchem os espaços situados entre os núcleos e os tractos mais compacto. Esta rede recebe o nome de formação reticular, e tem uma formação intermediária entre as substâncias branca e cinzenta.
	Como o tronco encefálico seria uma continuidade da medula espinhal, os núcleos dos nervos espinhais encontrados no tronco encefálico podem ter uma área correspondente na medula espinhal.
A-) Substância Cinzenta do Bulbo
	A organização interna das porções caudais é bastante semelhante à da medula espinhal, mas ao nível da oliva já não existem aparentemente qualquer semelhança.
A1-) Substância cinzenta homóloga à da medula espinhal (núcleos dos nervos cranianos)
Netter – 110 e 111
Sobotta – 514, 515, 516, 517
1-) núcleo ambíguo – núcleo motor para a musculatura estriada de origem branquimomérica. Deles saem as fibras eferentes viscerais especiais do IX, X e XI pares de nervos craniano, destinados à musculatura da laringe e faringe. Localização – profundamente no interior do bulbo.
2-) núcleo do hipoglosso – fibras eferentes somáticas – Localização – triângulo dos hipoglosso, assoalho do IV ventrículo.
3-) Núcleo dorsal do vago – neurônio pré-ganglionares parassimpáticos – Localização – triângulo do vago, assoalho do IV ventrículo. Correspondência – coluna lateral da medula espinhal.
4-) núcleos vestibulares – sensitivos – recebe as fibras que penetram pela porção vestibular do VIII par. Localização – área vestibular do assoalho do IV ventrículo. Atingindo o bulbo apenas os núcleos vestibulares inferior e medial.
5-) Núcleo do tracto solitário – sensitivo – recebe fibras aferentes viscerais gerais dos nn. VII, IX e X e fibras aferentes viscerais especiais – relacionadas à gustação. Localização – 
6-) Núcleo do tracto espinhal do nervo trigêmeo – recebe fibras aferentes somáticas gerais – trazendo sensibilidade de quase toda cabeça pelos nervos V, VII, IX e X, (dos últimos 3 vem sensibilidade do pavilhão e conduto auditivo externo). Localização – 
7-) núcleo salivatório inferior – origina fibras pré-ganglionares parassimpáticas – emergem pelo nervo IX e atingem a parótida. Localização - .
A2-) Substância Cinzenta Própria do Bulbo
1-) Núcleos grácil e cuneiformes – 
2-) Núcleo olivar inferior – grande massa de substância cinzenta que correspondem à oliva. Liga-se ao cerebelo – fibras olivo-cerebelares, que estão envolvidas na aprendizagem motora, fenômeno que nos permite realizar determinadas tarefas com velocidade e eficiência cada vez maiores, quando elas são repetidas várias vezes.
3-) Núcleos olivares acessórios medial e dorsal – estrutura, conexão e função do núcleo olivar inferior.
Ver esquema da pg 170 do livro do Ângelo – 
B-) Substância Cinzenta da Ponte
	A ponte é formada por uma parte ventral (base da ponte) e uma parte dorsal (tegmento da ponte), e entre elas observa-se um conjunto de fibras mielínicas, de direção transversal, que recebe o nome de corpo trapezóide. 
	O tegmento tem uma estrutura muito semelhante ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo, já a base da ponte tem uma estrutura diferente das outras partes do tronco encefálico.
	A base da ponte apareceu durante a filogênese, juntamente neocerebelo e o neocórtex, mantendo íntimas conexões com estas áreas do encéfalo	A substância cinzenta esta no tegmento da ponte, com exceção dos núcleos pontinos (pequenos aglomerados de neurônios dispersos em toda base da ponte).
 A substância cinzenta do tegmento esta representada pelos núcleos dos nervos cranianos e pela substância cinzenta própria da ponte.
B1 - Núcleos dos Nervos Cranianos
	1-) Núcleo do nervo vestíbulo-coclear – fibras sensitivas do nervo vestíbulo-coclear, cujas funções e conexões são diferente e portanto devem ser estudados separadamente.
– Núcleo coclear – são dois, dorsal e ventral – localização – pedúnculo cerebelar inferior, quando volta-se para penetrar no cerebelo. (fig 32.5).
- Núcleos vestibulares – recebem impulsos originados na parte vestibular do ouvido interno e que informam sobre a posição e os movimentos da cabeça. São em número de 4 ( lateral, medial, superior e inferior) e estão localizados no assoalho do IV ventrículo ( área vestibular). Lâminas 109A e 118 – Sobotta fig 513
2-) Núcleos dos Nervos Facial e Abducente – O núcleo do nervo VII formam u feixe compacto localizado logo abaixo do assoalho do IV ventrículo – colículo facial. O núcleo do nervo VI é circundado medial, posterior e lateralmente, pelo feixe do nervo VII, por isso, lesões conjuntas de ambas estruturas podem ocorre. Lâminas 109A e 111.
3-) Núcleos Salivatório Superior e Lacrimal – Estes núcleos pertencem à parte craniana do sistema nervosoparassimpático, dando origem às fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo intermédio e atingem as glândulas submandibular, sublingual e lacrimal.Lâmina 111.
4-) Núcleos do Nervo Trigêmeo – na ponte encontram-se os seguintes núcleos do trigêmeo
4.1 – núcleo sensitivo principal – fibras relacionadas com sensibilidade somática geral
4.2 – núcleo do tracto mesencefálico – fibras relacionadas com sensibilidade somática geral
4.3 – núcleo motor – fibras eferentes viscerais especiais.
Observando-se um corte transversal ao nível da penetração do nervo V, vê-se medialmente o núcleo motor e lateralmente o núcleo sensitivo principal, que é uma continuação cranial do núcleo do tracto espinhal, e estende-se cranialmente em direção ao mesencéfalo para o tracto mesencefálico do trigêmeo.
B2 - Substância Cinzenta Própria da Ponte
	Núcleos pontinos
	Núcleo olivar superior
	Núcleo do corpo trapezóide
	Núcleo do lemnisco lateral
C-) Substância Cinzenta do Mesencéfalo
	Relembrando o mesencéfalo é dividido em tecto e pedúnculo cerebral, pelo aqueduto cerebral e este último é dividido em base (anterior) e tegmento (posterior) pela subtância negra. O aqueduto cerebral é circundado por uma espessa camada de substância cinzenta, que recebe o nome de substância cinzenta central ou periaqueductal.
C1-) Tecto do mesencéfalo
	Em vertebrados inferiores esta porção do mesencéfalo é um centro nervoso muito importante, relacionado com a integração de várias funções sensoriais e motoras. Durante a evolução parte de suas funções foi assumida pelo córtex cerebral, diminuindo consideravelmente sua importância nos mamíferos.
	Nos mamíferos o tecto do mesencéfalo é representado pelas 4 eminências (colículos superiores e inferiores) e a área pré-tectal.
	Colículos superiores (relacionados como órgão da visão) – é formado por uma série de camadas constituídas alternativamente por substância branca e cinzenta, sendo que a mais profunda confunde-se com a substância cinzenta central. Estes colículos são importantes para certos reflexos que regulam o movimento dos olhos no sentido vertical. Por eles também passam fibras oriundas da retina, que atingem o colículo pelo tracto óptico e braço do colículo superior. Sobotta fig 509
	Colículos inferiores (relacionados com a audição) – eles diferem dos anteriores, por serem formados por uma área bem delimitada de substância cinzenta – núcleo do colículo inferior
	Área pré-tectal – também chamada de núcleo pré-tectal – área de limites pouco definidos, localizado na extremidade rostral do colículo superior, no limite entre mesencéfalo e diencéfalo.
C2-) Base do pedúculo cerebral
	Formado por fibras descendentes que formam vários tractos- não tem descrição de substância cinzenta.
C3-) Tegmento do mesencéfalo
	É uma continuação do tegmento da ponte. Nele são encontradas as substâncias cinzentas, que são os núcleos dos nervos craniano, e a própria do mesencéfalo.
	Núcleos de nervos cranianos
	1-) Núcleo do nervo troclear – localização – inferior ao colículo inferior. Suas fibras saem pela sua face dorsal, contornam a substância cinzenta central, cruzando com a do lado oposto. Este nervo apresenta duas particularidades: é o único que emerge da face dorsal do tronco encefálico e suas fibras decussam antes de emergir do SNC.
	2-) Núcleo do nervo oculomotor – localização – ao nível do colículo superior – é muito complexo. Ele apresenta uma parte somática e outra visceral ( Edinger-Westphal). 
	3-) Núcleo mesencefálico do Trigêmeo - 
	Substância Cinzenta própria do Mesencéfalo
	Núcleo Rubro – em secções transversais aparecem como uma secção circular, mas na realidade sua forma é oblonga. Esta relacionado com o controle da motricidade somática. Recebe fibras 	do cerebelo e áreas motoras do córtex cerebral.
	Substância Negra – situada entre a base e o tegmento do pedúnculo cerebral. Os neurônios deste núcleo apresentam inclusão de melanina.
Figs 19-2 Machado e Lâminas 110 e 111 do Neter
Referências
Cosenza, R. M. Fundamentos de neuroanatomia. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
Erhart, E.A. Neuroanatomia. 5ª. ed. São Paulo: Atheneu Editora São Paulo S.A., 1974.
Machado, A. Neuroanatomia Funcional. 2ª. ed. São Paulo:Livraria Atheneu Editora, 1993.
Noback, C.R. et al. Neuroanatomia – estrutura e função do sistema nervoso humano. 5ª. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1999.
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