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A codificação no Brasil: formação e evolução do estado democrático de Direito e legislação nacional CF/EC/Tratados internacionais de Direitos Humanos (na CF) TIDH não na CF Complementares, Ordinárias, Resoluções e Decretos Portarias ministeriais Infra-legais Infra constitucionais Pirâmide de Kelsen 1824 1822 - Independência - enquanto Colônia, não havia necessidade/sentido de uma constituição própria 4 poderes: Moderador - exercido pelo Imperador Catolicismo é a religião oficial Voto restrito (censitário) 1891 1889 - Proclamação da República Rui Barbosa 3 poderes Separação entre Igreja e Estado Positivismo - Estado funcional Burocracia pública Instituição do Habeas corpus 1934 Tenentismo; café com leite; oligarquia; Getúlio Vargas 1932 - Movimento Constitucionalista - SP Diretrizes trabalhistas - sociais Voto obrigatório para maiores de 18 anos 1937 Integralistas x socialistas/comunistas Estado novo Outorgada (sem Assembléia); revogou a de 34; dissolveu o Congresso; ilegalidade dos partidos políticos; suspende a liberdade de imprensa Eleição indireta para Presidente 1946 Nova Assembléia Nacional Constituinte Retomada da democracia Restabelecimento dos direitos individuais Volta da eleição direta Autonomia para estados e municípios Vargas - 51-24/08/54 (PTB) JK - 56-61 (Plano de desenvolvimento) Jânio - jan-ago/61 (governo populista/renúncia) João Goulart - 61-31/03/1964 (PTB; auge da Guerra Fria; reformas de base - inclusive agrária; medo do comunismo) Regime militar - 64-85 66-67 - governo militar envia modelo de Constituição para o Congresso; já haviam excluído os partidos, só havia o ARENA e o MDB (oposição); já haviam as perseguições políticas e a censura. 1967 Concentra no Poder Executivo a maior parte do poder de decisão Confere somente ao Executivo o poder de legislar em matérias de segurança e orçamento Estabelece eleições indiretas para presidente Tendencia a centralização Estabelece a pena de morte para crimes de segurança nacional Restringe o direito de greve Ampliação da justiça militar Abre espaco para futuras leis de censura e banimento Atos institucionais - AIs - 1968 AI5 - o golpe dentro do golpe Entre 74 e 75 - milagre econômico, endurecimento do regime, crise do México/petróleo Hélio Bicudo, promotor - Esquadrão da Morte 78 - cai a força política 84 - Diretas já 85 - caiu a emenda das diretas; última eleição indireta - Tancredo Neves (nunca toma posse) e José Sarney Quem escreveu a Constituição de 88? Assembléia Nacional Constituinte 1986 - urnas - deputados e senadores 1988 Direito de voto aos analfabetos Voto facultativo aos jovens entre 16 e 18 anos Direitos trabalhistas Eleições diretas Sistema polipartidário Direitos e garantias fundamentais Código de Hamurábi e Lei de Talião (3500 aC) Direito primitivo e direito arcaico 1 - força 2 - regras não escritas, moral, direito baseado nos costumes Seres humanos evoluem como gregários - em grupos Surgimento das primeiras regras: primeira delas é a proibição de incesto não escrita. A guerra do fogo - Jean Jacques Annaud A origem da família, da propriedade e do Estado - Engels Transição das formas arcaicas para as primeiras civilizações Surgimento das cidades e urbanização Invenção e domínio da escrita Comércio e propriedade privada Há sofisticação das leis/regras pela sofisticação dos conflitos. TRIBOS, CLÃS E COMUNIDADES ARCAICAS Normas não escritas (líder de tribos/religião, xamã, druída) Tradição oral Notadamente de natureza consuetudinária Inequívoco teor sagrado PERFIL GERAL DO DIREITO NO MUNDO ANTIGO Direito penal - ramo por excelência (regras criminais e coesão social) Penas muito cruéis Ordalhos - juízos divinos Lei de Talião e penas pecuniárias Vingança privada: tônica do sentido punitivo das sociedades (não há monopólio da violência) Lévi Strauss - primeira lei do direito arcaico - proibição do incesto - predisposição genética 1ª religião monoteísta: hebraica, cristianismo e islamismo O que nos difere dos primatas: somos seres gregários (vivemos em grupos - primeiros conflitos) Código de Hamurábi e Lei de Talião (autodefesa) Mesopotâmia (sécs XVIII/XVII aC) - relatos arqueológicos Em um bloco de 2,25x1,90, recebeu das mãos de Deus Sol - porta da cidade Em escrita cuneiforme, foi encontrada em 1901 - Museu do Louvre Centralização do poder (Direito é poder; a pedra unifica a legislação) Ligado à noção de sagrada - no cume da pedra estava Hamurabi Aspecto formal Prólogo: autolaudatório - elogiando Hamurábi Corpo das leis - conjunto dos artigos Epílogo - como devem ser seguidas as leis 3 classes sociais Awilum - Elite - filhos do homem - homens livres Mushkenum - homens livres de menor status social Ardum - escravos - conquistados pelos militares As penas eram diferentes para cada classe. Ex.: o Exército, se roubado, não poderia se vingar. Lei de Talião é a lei do “olho por olho” - e está dentro do código (Art. 196-214) Mesopotâmia - atual Irã - delta dos rios Tigre e Eufrates Civilizações hídricas - sobreviviam dos recursos dos rios Previa prisões, multas e autodefesa - penas cruéis Poder: Linhagem hereditária Grandes feitos militares (Alexandre, o grande) Contato com Deus (místico) Hamurábi - feitos militares e relações religiosas Não tinha igualdade entre as partes - privilégio das elites Matérias sobre as quais o Código versava Crimes e punições (caso fosse contra um escravo, a pena era pecuniária em geral) Comércio Familia, adoção e casamento Propriedade Contratos de locação Penhora Compra e venda Herança e escravidão Grécia - a ruptura de uma ilustração no mundo antigo Direito -> Dikáion -> justiça Valorização da filosofia, autonomia das cidades-estado, valorização da oratória, da persuasão Fustels de Coulanges: A cidade antiga (direito/antes do período clássico) - consuetudinário, ritualístico/sagrado, tradição oral, escravos, lei eterna/imutável a reger o homem instintivamente Influência grega no direito ocidental Influência da filosofia grega: reflexão metódica sobre a liberdade, a política e a ética; Os gregos descartavam a idéia de que as leis são reveladas por deuses exclusivamente, ou que são tradições herdadas; A solidariedade física exige regras universais que valham para todos os casos e que não sejam a simples aplicação da prudência a caso concreto; Reflexão filosófica: haveria um direito comum a todos os povos, um direito das gentes ou natural? Sócrates (469-399 aC) Platão (428-348 aC) Aristóteles (384-322 aC) Direito Grego Cronologia Período arcaico - sec VIII - 480 aC Período clássico - 480 aC - 388 aC Roma - 388 aC - 150 aC Contexto das cidades-Estado Confederação contra os persas Esparta x Atenas - Guerra do Peloponeso Felipe da Macedônia - pai de Alexandre Magno Atenas Cidades-estado - autonomia Democracia - participação Influência da filosofia no dia-a-dia - persuação/oratória/retórica Os juristas - não existia carreira pública; juiz - influente entre homens livres; logógrafos - redigia discursos jurídicos, não era remunerado, defende posições Organização judiciária em Atenas Tribunais notáveis Aerópago - concede justiça - 9 membros vitalícios (famílias importantes, aristocratas), crimes políticas Heliaia - congregação - até 6000 cidadãos - sorteio - assuntos relacionados a cidadania Resolução de controvérsias A confusão de leis, a ausência de juízes profissionais, a facciosidade (população fragmentada), levava a usar os tribunais com fins políticos. Nos tribunais era preciso provar o direito (a lei, os costumes), além dos fatos, também não haveria execução judicial. O queixoso recebia o julgamento e se encarregava de executá-lo em princípio ou passava por execução penal. Provas - Aristóteles classificou as provas Naturais: leis, testemunhas, contratos, juramentos, evidências (provas materializadas) Artificiais: raciocínio, indícios, presunção- eloquência (capacidade de convencimento pelo discurso e oratória) A lei positiva As principais leis gregas - líderes políticos - Dracon (621aC) e Sólon (594aC) Dracon - severo, rigoroso, pena de morte na maioria dos conflitos; suprimia a justiça familiar, causava revoltas Sólon - reformador, aristocrata - anulou dívidas, direitos de propriedade, liberdade/autonomia para mulheres na família Direito penal ateniense: penas de multa, desterro (exílio), confisco, prisão, distinção entre homicídio doloso e culposo, adultério era considerado crime (pena - separação), restrição a prostituição. Direito Romano História Geral Romana Realeza/monarquia (753-509 aC) - sociedades patriarcais; pontífice é autoridade religiosa República (509-27 aC) - senadores, cônsules, pretor (autoridade urbana de Roma) Império (27 aC-476 dC) - direito se desenvolve para organizar o império administrativa Ocidente - Roma; Oriente - Bizâncio, Constantinopla Histórico jurídico Período arcaico (753 aC-séc II aC) Realeza -> parte da República Direito dos povos antigos - mistura direito, moral e religião Direito costumeiro - consuetudinário Na República - 3 classes sociais Patrícios - chefes das famílias, primeiros senadores Clientes - vassalos dos patrícios Plebeus - periferia de Roma, não tinham posse das propriedades, viviam de bicos Conflitos entre patrícios e plebeus Lei de 12 tábuas Inspirada nas leis de Sólon Assegura direitos aos plebeus Positivação do direito guardado pelos patrícios e pontífices Laicizada Escrita em placas de bronze, perdeu-se na guerra com os galeses em 387 aC Menção à jurisprudência Pretor - gestor do espaço urbano Período clássico (séc II aC; séc II dC) Pretor vira autoridade jurídica Divisão do processo em fases processuais In iure Apud iudicen In iure - conduzida pelo pretor: magistrado; transformava a controvérsia civil em controvérsia jurídica; cabe ao pretor observar os argumentos das partes e fixar como a demanda deve ser julgada - instruções por escrito, documentos solenes denominados fórmulas, que pela primeira vez criam a possibilidade da formulação de súmulas (precedentes) Apud iusem - conduzida por árbitro (escolhido pelas partes), fase decisória do processo, segue as diretrizes formuladas pelo pretor, encerra a demanda. O processo formular - fórmulas Conjunto de inovações no direito romano implementada pelos pretores, fundamentada na criação de fórmulas para solucionar as causas jurídicas. Surgimento de uma cultura jurídica fundada nos precedentes. Corpo estratificado de regras aceitas e copiadas pelos pretores que se sucediam. Desenvolvimento da jurisprudência clássica. Período tardio Bizâncio - Justiniano - 530 dC Corpus Juris Civilis - reunião de livros jurídicos (Compêndio de Direito Civil) I - Código de Justiniano - constituições imperiais II - Digesto ou pandectas - doutrinas III - Institutas - preceitos jurídicos IV - Novelas - novas leis para revitalizar o direito Heranças do Direito Romano Princípios gerais do direito civil Proteção da posse da boa fé Obrigações - a palavra é um instrumento de vontade Cognitivo extra ordinem - centraliza o juízo e introduz a possibilidade de apelação Direito na Idade Média Feudalismo - “Estados” fragmentados Barão feudal Monarquia - tribunais reais - seculares Igreja - tribunas eclesiais - sagrados Nobreza Europa/Inglaterra - Magna Carta de 1215 Juízes julgavam conforme costumes locais. O Rei impõe a centralização de juízo. Commom law Não se trata de direito consuetudinário, mas jurisprudencial em que o poder judiciário cria o direito A regra de direito é formatada sob um prisma nitidamente casuístico O papel da jurisprudência é mais relevante que o da legislação escrita Adota-se a regra do precedente A doutrina, na Inglaterra, exerceu papel sistematizador A base da Commom law é a razão em que procura estabelecer soluções justas em face das circunstâncias dos casos concretos. Direito canônico - séc XI - Papa Gregório Ainda vigente, hoje voltado internamente à própria cidade Da Igreja Católica Apostólica Romana Grande direito escrito da Europa Medieval Capilaridade pela extensão do Império Romano O Código do direito canônico é o conjunto de normas (cânones) que orientam a disciplina eclesiástica, definem a hierarquia administrativa, os direitos e deveres dos fiéis católicos, os sacramentos e possíveis sanções por transmissão das normas (leis próprias da Igreja) O Rei está no interior da Igreja e não acima dela Centralidade do poder do Papa perante toda a Igreja Imposição do celibato como regra geral Primeira classe de juristas profissionais (canonistas, legisladores - autoridades religiosas, e intérpretes do direito canônico) Criação de milícia papal Princípios - dá autonomia à Igreja perante as monarquias Influências no direito ocidental Jurisdição territorial - divisão do território Criação da teoria da personalidade jurídica (Igreja foi a primeira pessoa jurídica) - por que? Para que pudesse ter propriedades, distribuir responsabilidades Direito de família - casamento, separação Penas canônicas Espirituais Excomunhão Penitências Interdição da sepultura cristã Perda de direitos eclesiásticos Temporais Pecuniárias - multa/confisco Exílio Prisão Processo inquisitorial (séc XII e XIII) Inquisição, denúncia de heresia Ofício do Papa - determina a abertura do processo (O Santo Ofício) e define quem seria o inquisidor (investigador, promotor e juiz) Movidos por interesses políticos Dois juízes indicados pelo Papa Permitida a tortura para obtenção de provas Bernardo Gui - Manual do Inquisidor Quem eram os hereges? Mulheres - bruxas, judeus, homossexuais, templários
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