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FACULDADE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE JÉSSICA COSTA DA SILVA CONFLITO APARENTE DE NORMAS MARIA HELENA DINIZ SÃO PAULO 2017 ALUNO (A): JÉSSICA COSTA DA SILVA RA: 46464 SEMESTRE: 1º, SALA 206 CURSO: DIREITO PROFº WASHINGTON RESUMO DO LIVRO CONFLITO APARENTE DE NORMAS O conflito aparente de normas é a existência de duas ou mais normas que aparentemente regulam o mesmo fato, então teríamos um fato que em tese é regulado por duas normas, o exemplo típico que nós poderíamos citar seria crime de homicídio e do infanticídio. Temos no crime de homicídio o Art 121 CP, que prevê: Matar alguém. E temos o infanticídio Art 123 CP, que prevê: Matar o próprio filho durante o parto ou logo após em decorrência do estado puerperal. Aparentemente nós temos duas normas que estão regulando o mesmo fato (matar alguém), mas isso é apenas uma aparência de conflito, pois não há um conflito real, se existisse um conflito real nós teríamos uma Antinomia, e essa antinomia deveria ser regulada, deveria ser resolvida de outra forma, na verdade o que se trata é apenas tão somente uma aparência de conflito que é resolvida através de princípios. Requisitos para conflito aparente de normas: 1 – unidade de fato, ou seja, tem-se que ter apenas e tão somente um fato, um único fato que é regulado por duas ou mais normas. Se tivermos mais de um fato, não teríamos conflito aparente de normas, teríamos concurso de crimes (Quando o agente pratica crimes da mesma espécie e em condições de execução semelhantes, os subsequentes serão continuação do primeiro, sendo aplicada a pena de um só dos crimes, ou a mais grave, se diversas, aumentada de um sexto a dois terços). 2 – Pluralidade de Normas; ou seja, aquele único fato é regulado por duas ou mais normas coexistentes, ex: homicídio e infanticídio. O homicídio – Matar alguém; o Infanticídio – matar o próprio filho durante o parto ou logo após. E temos um único fato, que no caso seria a morte de uma criança. Não há entre essas duas normas conflito de tempo, elas vigoram ao mesmo tempo, vigoram concomitantemente, isso significa que não existe entre elas nenhum problema e revogação em decorrência de que uma norma é mais benéfica do que outra, em decorrência da retroatividade ou não dessas normas, elas existem ao mesmo tempo. O Art 121 e o Art 123 do CP estão lá e entraram em vigor no mesmo dia e são normas coexistentes, então para haver conflito aparente de normas, é necessário a unidade de fato e a pluralidade de normas. Principio da especialidade: A norma especial prevalece sobre a norma geral, isso significa que nós temos uma norma geral que é de menor alcance, e uma norma especial que possui outros elementos alem daqueles contidos na norma geral. Ex: Art 121 – Matar alguém é a norma geral. Art 123 – infanticídio, norma especial. O Art 123 é uma norma especial porque ele contém todos os elementos que contém o homicídio, e também outros elementos que são chamados especializantes, e essa norma especial engloba a norma geral. A norma geral seria o fato de matar alguém, enquanto a norma especial é a mãe que mata o próprio filho durante o parto ou logo após em decorrência do estado de puerperal, ou seja, nós temos na norma especial tudo que contém na norma geral: Matar alguém. Na norma especial também temos MATAR e ALGUÉM, só que esse alguém é alguém especial, no caso o próprio filho, além disso, há outros elementos, quais seja essa morte tem que ocorrer durante o parto, ou logo após o parto, mas em decorrência de um estado puerperal, portanto a norma especial existe outros elementos, então essa norma especial prevalece sobre a norma geral na existência de um eventual conflito. Não existe revogação na norma geral, a norma geral continua em vigor, podemos por outro lado dizer que há revogação abstrata, mas não é revogação real, porque o Art 121 e Art 123 estão no CP em vigor, na verdade o correto é afirmar prevalência da norma especial, sobre a norma geral, ou seja, ela irá prevalecer sobre a norma geral. Principio da Subsidiariedade: O principio da subsidiariedade determina a aplicação da norma principal em prejuízo da norma subsidiaria, temos então o inverso do principio da especialidade, porque no principio da especialidade, temos a aplicação da norma especial com prejuízo da norma geral, já nesse caso primeiro aplicamos a norma principal, apenas se não for possível aplicar a norma subsidiaria. A própria norma indica quando ela é subsidiaria, como por exemplo, o Art 132 CP – Crime de periclitação da vida, expor a vida ou a saúde de outrem em perigo direto ou indireto; Pena: detenção de 3 meses a 1 ano, se o fato não constitui crime mais grave. Ou seja, ela apenas se aplicará caso não haja morte. Principio da Consunção/Absorção: Ele determina a aplicação da norma de maior gravidade e prejuízo da norma de menor gravidade, o motivo disso são duas coisas: 1º Porque a norma menos grave é uma normal fase de realização de norma mais grave. 2º A norma menos grave foi um meio para o crime mais grave que é o fim. Ex: É possível alguém matar sem antes cometer lesão corporal? Não, é impossível matar sem cometer lesão corporal. Sendo assim, pois a lesão corporal foi tão grave que acometeu na morte da vitima. Principio da Alternatividade: Ele prevê, ele preconiza que diante da existência de vários núcleos de um Art, temos a necessidade de optar por um, ou seja, a pessoa invade uma residência, porta quantidade de droga que caracteriza trafico, subtrai bens da vitima e ainda estupra e mata a dona da residência, dentre os delitos temos que apregoar o crime de maior gravidade. Critérios de Solução de uma Antinomia: Critério Cronológico: Norma posterior prevalece sobre norma anterior. Critério da Especialidade: Norma especial prevalece sobre norma geral. Critério Hierárquico: Norma superior prevalece sobre a norma inferior. Ordem de Valoração dos Critérios de Solução de Antinomia: 1º) Hierárquico; 2º) Especialidade; 3º) Cronológico. Classificação das Antinomias: - Antinomia de 1º grau: conflito de normas que envolve apenas um dos critérios expostos; - Antinomia de 2º grau: choque de normas válidas que envolve dois dos critérios antes analisados. Havendo a possibilidade ou não de solução, conforme os meta-critérios de solução de conflito, é pertinente a seguinte visualização: - Antinomia aparente: situação em que há meta-critério para solução de conflito (antinomias de 1º e 2º graus); - Antinomia real: situação em que não há meta-critério para solução de conflito. Solução de uma Antinomia de Primeiro Grau: No caso de conflito entre norma posterior e norma anterior, valerá a primeira, pelo critério cronológico (art. 2º da LICC), caso de antinomia de primeiro grau aparente. Norma especial deverá prevalecer sobre norma geral, emergencial que é o critério da especialidade, outra situação de antinomia de primeiro grau aparente; Havendo conflito entre norma superior e norma inferior, prevalecerá a primeira, pelo critério hierárquico, também situação de antinomia de primeiro grau aparente. Solução de uma Antinomia de Segundo Grau: Em um primeiro caso de antinomia de segundo grau aparente, quando se tem um conflito de uma norma especial anterior e outra geral posterior, prevalecerá o critério da especialidade, valendo a primeira norma; Havendo conflito entre norma superior anterior e outra inferior posterior, prevalece também a primeira (critério hierárquico), outro caso de antinomia de segundo grau aparente. Antinomia Real: É quando se tem conflito entre uma norma geral superior e outra norma, especial e inferior. Ambas as soluções apresentadas são insatisfatórias. A solução deve ser encontrada, por força da integração da norma jurídica. Havendo essa antinomia real, dois caminhos de solução podem ser percorridos, um pela via do Poder Legislativo e outro pelo Poder Judiciário: PeloPoder Legislativo, cabe a edição de uma terceira norma, dizendo qual das duas normas em conflito deve ser aplicada; Pelo Poder Judiciário, a adoção do princípio máximo de justiça, podendo o magistrado, o juiz da causa, de acordo com a sua convicção e aplicando os arts. 4º e 5º da LICC, adotar uma das duas normas, para solucionar o problema. (aplicação de critérios constitucionais de igualdade, isonomia, razoabilidade e proporcionalidade).
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