Buscar

DA EXTRAÇÃO À PRODUÇÃO: CORANTES NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

DA EXTRAÇÃO À PRODUÇÃO: CORANTES NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES
OLGADO, Augusto Franco Silva1; OLIVEIRA, Anderson Luciano Cruz de 2; RODRIGUES, Kenia Mara Gonçalves 3; BENJAMIN, Wilson de Sousa 4.
UNIUBE 
UNIVERSIDADE DE UBERABA
klifetwd@gmail.com3; gestor.quimica@uniube.br
RESUMO
Este artigo apresenta a importância do uso de corantes extraídos de produtos naturais e renováveis, assim como também traz experiências sobre a extração e aplicação de três tipos de corantes (urucum, açafrão e beterraba). A utilização de corantes naturais era altamente explorada por povos antigos, sendo ainda bastante utilizada em diversas culturas, como por exemplo os indígenas. Há vários produtos encontrados no meio ambiente que proporciona eficácia na extração de seu corante, como também há diversos solventes disponíveis para auxiliar na extração da cor. De acordo com as extrações realizadas obteve-se maior sucesso nas de açafrão e urucum, sendo a de beterraba realizada em álcool etílico com uma textura que manchava em diversos tons a aplicação. Os corantes ficaram uniformes nas três modalidades de aplicações, sendo em papel, creme e tecido, e sua reação perante a luz também foi positiva não desgastando a cor.
Palavras-Chaves: Aplicação, Coloração, Mordente, Solvente, Tonalidade
INTRODUÇÃO
Corantes Naturais são substâncias, que como o próprio nome já diz, extraídas de fontes naturais e renováveis que alteram a cor do material em que foi adicionado. Sua utilização ocorre desde os tempos antigos no Antigo Egito, China e Índia, em produção de pinturas artísticas e maquiagem. (MENDA, 2011)
O primeiro registro escrito conhecido que faz referência aos corantes naturais e à sua utilização na China data de 2600 a.C (PEZZOLO,2007). Ainda segundo Pezzolo, em função da dificuldade de obtenção de algumas cores, estas eram destinadas a determinadas classes. Dentre elas a cor vermelha era de mais difícil acesso por sua difícil extração ficando seu uso exclusivo para a realeza. Egípcios utilizavam sais de antimônio para colorir pálpebras, Índios coloriam sua pele e cabelos em diversas tradições religiosas e culturais, em Roma pastas eram fabricadas com extração de vegetais para pintura de faces para personagens teatrais. 
Os corantes naturais de origem animal e vegetal era largamente utilizado, mas com a descoberta do corante sintético foram viabilizados quantidades e custos da produção e assim o corante natural, visto que se trata de uma coloração mais sensível que a sintética pois, pode facilmente ser alterada e minimizada através da ação da absorção de luz, foi rapidamente substituído. (MENDA, 2011)
Porém após a década de 50 onde começaram a ser realizados testes para comprovar o malefício dos corantes sintéticos, a população passou a se interessar mais no que se refere ao que é ecologicamente correto e no qual possa ser menos nocivo à saúde. (MAIMON, 2000)
A produção dos corantes naturais contribui para a economia pois o Brasil se torna importante fornecedor da matéria-prima levando em consideração a riqueza que possuímos em biodiversidade. (Segundo, FERREIRA, 1998, p. 2)
O Brasil possui um dos mais ricos e variados sistemas florestais do nosso planeta. É preciso saber usar esta riqueza natural de modo prático e autossustentável, tirando das nossas árvores, em suas flores, seus frutos, suas cascas e suas folhas, as mais variadas cores para aplicá-las no dia-a-dia da produção artesanal e industrial.
Outro fator importante é a maneira em que a água usada no processo de tingimento dos diversos produtos são devolvidos a natureza. Em todo o processo é usado uma grande quantidade de água para o processo de tingimento e após o processo é lançada em rios, o que faz com que os despejos dessas águas sejam de forma bem menos danosa utilizando-se de corantes naturais pois corantes sintéticos causam graves casos de degradação ao solos, rios e fauna. 
Para Ferreira (1998), tingir com corantes vegetais é relativamente simples, mas fixar as cores exige um profundo domínio de alguns princípios químicos, físicos, matemáticos e botânicos. 
Analisando a importância do referido assunto, os autores do presente artigo têm como objetivo para a esta pesquisa a utilização de corantes naturais extraídos de fontes renováveis, para usar como tinturas para tecidos gerando assim menor impacto ambiental. Para isso, foi realizada a extração do corante do urucum, açafrão e da beterraba e adicionado a matérias primarias para testar a efetividade da coloração assim como a sua fixação em tecidos no decorrer do tempo e da incidência de luz.
METODOLOGIA
Para realizar este estudo foi classificado em etapas:
Seleção do material;
Fabricação, aplicação e viabilidade dos mordentes;
Extração;
Aplicação no tecido;
Aplicação no papel;
Aplicação em creme corporal;
Produção da cartela de cores.
3.1- Seleção do material:
Foram compradas em um mercado o pó de urucum, o de açafrão e a beterraba, aproximadamente 500 g de cada, também foram separados os recipientes de metal (bacias), uma colher de madeira, 1 litros de etanol, 1 litro de acetona, o tecido a ser tingido e os materiais para fabricação dos mordentes, papéis classificados A4, creme corporal sem coloração, os quais foram comprados em farmácia e supermercados, uma xícara de chá de alume, duas colheres de creme de tártaro, 500 gramas de casca de eucalipto e uma colher de chá cheia de sulfato de cobre.
3.2- Fabricação, aplicação E viabilidade dos mordentes:
Os mordentes utilizados foram o de alume e o de sulfato de cobre, os mesmos são os mordentes mais comuns, pois são facilmente encontrados em lojas de ferramentas e farmácias, misturaram-se os dois mordentes, pois quando se mistura dois mordentes obtém-se melhores resultados, cores mais vivas, lembrando que os mesmos alteram a coloração de um mesmo corante, entretanto o de alume e que dá os melhores resultados, pois e mais barato, confiável e produz cores mais vivas.
Para produzir o mordente de alume, adicionou-se uma xícara de chá de alume, duas colheres de mesas rasas de tártaro em cinco litros de água, dissolvendo os produtos químicos em água morna e após deixado o tecido de molho por 24 horas.
Para a produção do mordente de Sulfato de Cobre, misturou-se 500 g de eucalipto com uma colher de chá cheia de sulfato de cobre, após a adição foi levado a fervura em 5 litros de água, logo em seguida se mergulhou o tecido e esteve de molho por 24 horas.
3.3- Extração
Após separar os materiais para a extração, deu início aos procedimentos:
Beterraba: Foi adicionado a beterraba descascada e em lascas em recipiente de metal e com aproximadamente 1 litros de álcool etílico e tampado por papel alumínio por 24 horas, logo em seguida foi feita a filtração para retirar resíduos e evaporado em temperatura ambiente, registrada em torno de 25°C, por 24 horas, até que o corante ficou com uma coloração escura.
Urucum /açafrão: O procedimento de extração foi o mesmo para os dois. Inicialmente juntou-se o pó em recipiente metálico e realizada a extração com mistura de 500 ml de acetona para cada composto, onde foi filtrada e mantido em temperatura ambiente média de 25°C para evaporação por 24 horas. 
3.4- Aplicação: 
Mergulhou-se o tecido a ser tingido nos recipientes de metal, e ali permaneçam por aproximadamente uma hora, e após o molho estacionário por 24 horas foi encaminhado para enxague. Lembrando que antes de aplicar o tecido no corante, o tecido tem que ser mergulhado nos mordentes para os mesmos reajam com o tecido antes da tintura, após aplicar o mordente enxaguar com abundância o tecido. Ao final da aplicação do corante lava-se bastante até que a água da lavagem saia limpa. Após esta limpeza somente com água, lavar novamente com água e sabão e secar o mesmo.
Os papéis foram adicionados na solução e retirados logo em seguida absorvendo a coloração e foram colocados em ambiente externo na sombra para a secagem. 
As colorações foram adicionadas, com auxílio de um conta gotas, em 50 mL de creme branco ondepara cada amostra de corante foi utilizado o valor médio de proporção de 1:3 de corante. 
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das extrações realizadas, a extração da beterraba pode ser considerada a mais viável economicamente por se tratar de uma coloração fácil de ser extraída pelo solvente, porém sua aplicação se mostrou menos eficiente por apresentar manchas de diversas tonalidades do corante. Já a extração do urucum e do açafrão, por ser melhor fixada na extração com a acetona como solvente, tornou a extração com um custo triplicado em comparação a extração da beterraba com álcool etílico, porém com um maior poder de absorção pelo material e com uma exata tonalidade. 
As colorações extraídas se revelaram com alta fixação em qualquer material que foram adicionadas, mesmo durante o processo de extração em que todos os equipamentos utilizados adquiriram a coloração do experimento em questão. 
A amostra da coloração em papel revelou-se viável e garantida pois a quantidade de corante absorvida pelo papel sulfite fora a mínima obtendo um alto rendimento. 
A amostra de creme corporal possui um limite de corante a ser adicionado para que não seja manchado a pele de quem o utilizar. Para isso deve-se obedecer a proporção de 1 parte de corante para 3 partes de creme.
5.CONCLUSÃO
Com a produção deste artigo foi entendido que a utilização de corantes naturais proporciona uma maior proteção ao meio ambiente sem danifica-lo com agentes nocivos à natureza. As extrações possuem um custo moderado e uma dificuldade mediana, entretanto, o custo benefício a longo prazo se torna positivo.
Foi visto que a extração dos corantes utilizados com solvente retira a cor da matéria-prima com considerável facilidade, e suas aplicações foram satisfatórias tanto quanto durante a aplicação quanto depois da secagem e tempo decorrido.
As amostras de tecido ao ser coloridos de maneira sem química possuem uma perfeita fixação, porém ao ser adicionado mordentes ao tecido a fixação e tonalidade da cor se revelou mais intensa e duradoura. 
As amostras de papéis são de rápida absorção e numa coloração uniforme sendo totalmente reaproveitada podendo assim se tratar de um método eficiente de reciclagem desta papel. 
As amostras no creme, é essencial respeitar a quantidade moderada de coloração ao mesmo, pois se ultrapassado o nível limite a coloração extraída pode tingir a pele no local em que fora utilizado. 
Também foi observado que a coloração extraída com acetona se revelou com um melhor fator de absorção sendo que a amostra que foi extraída do álcool etílico manchou as amostras com várias tonalidades. 
Por fim, os processos de extração até a aplicação podem ser considerados de simples execução e obteve resultados satisfatórios.
6. REFERÊNCIAS
NINA, Corantes naturais - tingindo tecidos. Disponível em:<<http://www.hi erophant.com.br/arcano/post/view/nina/120>>Acesso em: 01 mai 2017.
FERREIRA, E.L. Corantes Naturais da Flora Brasileira: Guia Prático de tingimento com plantas. Curitiba: Optagraf Editora e Gráfica Ltda, 1998.
PEZZOLO, D.B. Tecidos: história, tramas e usos. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007
MATTOS, K.M.C,A. Valorização econômica do meio ambiente dentro do contexto do desenvolvimento sustentável. Revista Gestão Industrial. v. 01, n. 02: pp. 105-117, 2005.
DIAS, Marcelo Vizeu, GUIMARÃES, Pedro I.C., MERÇON, Fábio; Extração e Emprego como Indicadores de pH; Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/ online/qnesc17/a07.pdf>>Acesso em: 20 Mai 2017.
 
VIEIRA, Rosilei; CROMATOGRAFIA EM PAPEL (extração corantes a partir dos vegetais); Disponível em:<http://rosebiolog ica.blogspot.com.br/2009/06/cromatografia-em-papel-extracao-de_22.html>Acesso em: 01 Mai 2017.
MENDA, Mari, ; Química Viva: Corantes e Pigmentos. CRQ- Conselho Regional de Química Disponível em: <http://www.crq4.
org.br/quimicaviva_corantespigmentos> Acesso em: 03 Abr 2017

Outros materiais