Processo Legislativo: fase de iniciativa - Resumo (parte 1)

1 Introdução O processo legislativo tem 3 fases: Fase de Iniciativa. Fase Constitutiva. Fase Complementar. A fase de Iniciativa pode ser: Geral. Concorrente. Privativa. Popular. Conjunta. art. 67 da CRFB/88. Parlamentar ou extraparlamentar. A fase Constitutiva pode ser: De deliberação parlamentar, se dividindo em discussão e votação. De deliberação executiva, que pode ser a sanção ou o veto. A fase Complementar pode ser: De promulgação. De publicação. Processo Legislativo - Parte 1 Direito Constitucional II 2 O parágrafo único diz que cabe à Lei Complementar dispor sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. A Lei complementar que dispõe sobre as técnicas de elaboração, redação, alteração e consolidação das leis, é a Lei Complementar n. 95/98, alterada pela LC nº 107/2001. Qual a importância de estudar o processo legislativo? É importante a gente saber o trâ - mite correto, porque caso essas regras não sejam respeitadas, a lei pode acabar cheia de vícios, e pode inclusive ser considerada inconstitucional. Processo Legislativo Vícios O processo legislativo consiste nas regras de procedimento, previstas constitucionalmen - te, pra elaboração das espécies normativas. Artigo 59 da CRFB/88 - Estabelece que o processo legislativo envolve a elaboração das seguintes espécies legislativas: I - Emendas à Constituição. II - Leis complementares. III - Leis ordinárias. IV - Leis delegadas. V - Medidas provisórias. VI - Decretos legislativos. VII - Resoluções. Uma espécie normativa pode apresentar vício formal (subjetivo ou objetivo) e vício mate - rial, que caracterizam a inconstitucionalidade. Vício formal: refere-se ao processo de formação da lei, o processo legislativo. Nesse caso, o problema pode estar tanto na fase de iniciativa, e aí o vício é formal subjetivo, quanto nas outras fases no processo, e aí o vício vai ser formal objetivo. Vício material: refere-se ao conteúdo da espécie normativa, ou seja, à matéria tra - tada por essa espécie normativa. Por isso é necessário um controle prévio ou preventivo, realizado não só pelo Poder Legis - lativo, mas também pelo Poder Executivo, que se dá por meio do veto. Além disso, o Poder Judiciário também pode realizar esse controle prévio mas somente se for acionado. Existe também um controle repressivo ou posterior, que tem como objeto a lei ou ato normativo já constituídos, Esse controle repressivo ou posterior é realizado pelo sistema difuso ou concentrado. 3 Iniciativa geral A regra geral pra iniciativa está prevista no caput do art. 61 da CRFB/88. De acordo com o artigo 61, a iniciativa das leis complementares e das leis ordinárias cabe: A qualquer Deputado Federal ou Senador da República. À Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Naciona. Ao Presidente da República. Ao Supremo Tribunal Federal. Aos Tribunais Superiores. Ao Procurador-Geral da República. Aos cidadãos. Iniciativa concorrente Iniciativa \u201cprivativa\u201d (reservada ou exclusiva) Está relacionada à competência atribuída pela Constituição a mais de uma pessoa ou ór - gão pra dar início ao processo legislativo. A iniciativa pra elaborar leis complementares e ordinárias na iniciativa concorrente, é concedida: A qualquer Deputado Federal ou Senador da República. À Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional. Ao Presidente da República. Aos cidadãos. A iniciativa privativa refere-se ao fato de que em alguns casos, só algumas pessoas po - dem dar início ao processo legislativo. Caso isso não seja respeitado, pode ocorrer vício formal de iniciativa, que caracteriza a inconstitucionalidade do ato normativo. STF: entende que em regra não é possível obrigar alguém ou algum órgão que tenha po - der de iniciativa privativa a iniciar processo legislativo. Isso porque o fato de essa pessoa ou de esse órgão ter competência exclusiva traz também discricionariedade pra decidir o melhor momento pra encaminhar projeto de lei. Mas havendo prazo \ue234xado na cons - tituição, como o caso do art. 35, §2º do ADCT, ou em emenda, como no art. 5º da EC n. 42/2003, essa obrigação pode ocorrer. 4 A iniciativa privativa é exclusiva : Do Presidente da República. Dos Governadores dos Estados e do DF. Dos Prefeitos. Do Judiciário. Dos Tribunais de Contas. Da Câmara dos Deputados. Do Senado Federal. Iniciativa reservada ao Presidente da República A iniciativa privativa do Presidente da República está prevista no art. 61, §1º da CRFB: ela - boração de leis que: I - \ue234xem ou modi\ue234quem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: Criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e au - tárquica ou aumento de sua remuneração. Organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, servi - ços públicos e pessoal da administração dos Territórios. Servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria. Organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI. Militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, pro - moções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. 5 O STF entendeu que as matérias dispostas no art. 165, I, II e III da CRFB também são de iniciativa privativa do Presidente, dá uma olhada: I - O plano plurianual. II - As diretrizes orçamentárias. III - Os orçamentos anuais. Competência privativa do Presidente e organização do Ministério Público Em relação às matérias de competência privativa do Presidente, a alínea d do §1º do art. 61, CRFB/88 diz o seguinte: § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...) II - disponham sobre: (...) Organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como nor - mas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Cabe ao Presidente propor a elaboração de lei complementar de organização do MPU. Só que o art. 128, §5º da CRFB estabelece competência \u201cconcorrente\u201d entre o Presidente e o Procurador Geral da República. Essas regras são aplicadas também no âmbito estadual e distrital. Em âmbito estadual, concorrem então pra legislar sobre normas especí\ue234cas do MP local, o Governador do Estado e o Procurador-Geral de Justiça. Em âmbito distrital, a iniciativa sobre organização do MP do DF e dos Territórios é concorrente entre o Presidente e o Procurador-Geral da República, perante o Congresso Nacional. O MP junto ao Tribunal de Contas é considerado pelo STF um MP especial, e não integra o MP comum, conforme o art. 130, CRFB/88. A iniciativa de lei nesse caso é privativa da Corte de Contas. Iniciativa reservada aos Governadores dos Estados e do DF e aos prefeitos Princípio da simetria e princípio da separação dos Poderes: partir das hipóteses constitu - cionais de iniciativa privativa do Presidente da República e pensar nelas no âmbito esta - dual, no âmbito distrital e no âmbito municipal. As mesmas matérias que a gente acabou de ver no caso do Presidente, vão ser inicia - das pelos Chefes do Executivo desses âmbitos, ou seja, os Governadores dos Estados, o Governador do Distrito Federal e os Prefeitos. Caso isso não aconteça, a gente vai estar diante de uma inconstitucionalidade formal subjetiva. 6 Iniciativa reservada ao Judiciário As matérias que são de iniciativa privativa do STF, dos Tribunais Superiores e dos Tribu - nais de Justiça, estão lá no artigo 96, da CRFB. Além da previsão do artigo 96, o artigo 93 da CRFB prevê que a lei complementar que vai dispor sobre o Estatuto da Magistratura deve ser de iniciativa do STF. O Presidente da República não tem iniciativa privativa pra dispor sobre essas matérias, em todas as unidades da federação. A atribuição do Presidente se restringe ao âmbito federal e em cada unidade federativa ao respectivo Chefe do Poder Executivo. Iniciativa reservada aos Tribunais de Contas Assuntos exclusivos da Câmara dos Deputados e dos Senado Federal O artigo 73 da CRFB determina que: Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. Cabe ao TCU propor ao Poder Legislativo projetos de lei referentes às matérias previs - tas no art. 96 da CRFB, como por exemplo, a criação e a extinção de cargos e a remune - ração dos seus serviços auxiliares, e também a \ue234xação do subsídio dos seus membros. Esse entendimento se estende também para as demais Cortes de Contas, como está previsto no artigo 75 da CRFB/88. Compete tanto à Câmara dos Deputados quanto ao Senado Federal dispor sobre: A organização. A funcionamento. A polícia. A criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções dos serviços das Casas Legislativas. A iniciativa de lei para \ue234xação da respectiva remuneração, de acordo com os parâme - tros previstos na lei de diretrizes orçamentárias. Em relação à Câmara dos Deputados isso está previsto no art. 51, inciso IV da CRFB, e em relação ao Senado Federal, a previsão é do art. 52, inciso XIII, CRFB. 7 Iniciativa de matéria tributária Não é possível a gente falar em iniciativa reservada de matéria tributária. Art. 61, §1º, II, b, CRFB/88: Art. 61 § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: II - disponham sobre: (...) Organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, servi - ços públicos e pessoal da administração dos Territórios. STF: essa exclusividade é em iniciar o processo legislativo sobre matéria tributária só em relação aos Territórios Federais. No âmbito da União, dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios, a ini - ciativa de leis sobre matéria tributária é concorrente entre os Chefes do Executivo e os membros do Legislativo, podendo haver também iniciativa popular, nos termos do §2º do art. 61.

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