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DESENVOLVIMENTO DOS RELACIONAMENTOS SOCIAIS 27 0

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DESENVOLVIMENTO DOS RELACIONAMENTOS SOCIAIS
Cap 11. do livro: A criança em Desenvolvimento.
Autora: Hellen Bee
Explanações iniciais...
De acordo com Willard Hartup ( 1989) citato por Bee ( 1996) existem 2 tipos de relacionamentos:
1º Relacionamentos Verticais;
2º Relacionamentos Horizontais.
Relacionamentos Verticais
São aqueles que envolvem um apego a uma pessoa com maior poder social ou conhecimento;
Progenitor;
Professor;
Irmão mais velho;
São relacionamentos complementares e não recíproco;
Relacionamentos Verticais
Podem exercer vínculos poderosos em ambas as direções;
Porém os comportamentos concretos um com o outro não são os mesmos;
Ex: A criança busca conseguir a atenção. E o adulto presta cuidados.
Relacionamentos Horizontais 
 São relacionamentos recíprocos e igualitários ;
Os indivíduos envolvidos podem ser companheiros da mesma idade, têm igual poder social e seu comportamento mútuo vem do mesmo repertório.
Relacionamentos verticais e horizontais
Para Hartup ambos relacionamentos são fundamentais para o desenvolvimento social da criança;
Apresentam diferentes funções na construção das habilidades sociais e afetivas;
Relacionamentos Verticais: são necessários para proporcionar à criança proteção segurança;
Nesse relacionamento a criança cria seus modelos funcionais internos e aprende habilidades sociais fundamentais.
Relacionamentos verticais e horizontais
Relacionamentos Horizontais: amizades e grupos de iguais as crianças pratica seu comportamento social e adquire habilidades sociais que só podem ser aprendidas num relacionamento entre iguais: cooperação- competição e intimidade.
Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia
Ideia inicial: Jonh Bowlby citado por Bee (1996, p. 313) nos diz:
“ A propensão a estabelecer sólidos vínculos emocionais com determinados indivíduos é um componente básico da natureza humana, já presente em forma germinal no neonato.”
Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia
É um relacionamento que têm um valor de sobrevivência, por trazer cuidados ao bebê;
São construídos e mantidos por um repertório interligado de comportamentos instintivos que criam e sustentam a proximidade entre mãe e a criança ou entre outros pares vinculados.
Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia
Vínculo afetivo
Laço relativamente durável em que o parceiro é importante como um indivíduo único e não pode ser trocado por nenhum outro.
Existe o desejo de manter uma proximidade com o parceiro. ( Ainsworth, citado por Bee)
Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia
Apego
É uma subvariedade do vínculo emocional em que o senso de segurança de uma pessoa está estreitamente ligado ao relacionamento.
É a base segura!
Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia
O relacionamento da criança com o progenitor é um apego;
Já o relacionamento do progenitor com a criança não é um apego;
Critério da análise nessa relação: segurança!
Um relacionamento com um parceiro adulto ou amigo muito íntimo provavelmente será de apego.
Os vínculos afetivos e apegos são estados internos.
Não podemos vê-los diretamente.
Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia
Comportamento de apego
São todos aqueles comportamentos que permitem a uma criança ou adulto conseguir e manter a proximidade em relação a uma pessoa a quem é apegado.
Isso pode incluir: sorrir, fazer contato visual, chamar a pessoa, agarrar, chorar.
Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia
Os comportamentos de apego são eliciados primeiramente quando o indivíduo precisa de cuidados, amparos ou conforto.
Ex: as necessidades do bebê no dia a dia gera um comportamento de apego; Já uma criança mais velha só apresentará um comportamento de apego quando estiver assustada, cansada ou sob o efeito de algum estresse;
É o padrão desses comportamentos, não sua frequência que nos diz alguma coisa sobre a força ou qualidade do apego ou do vínculo afetivo.
Quais são os nossos relacionamentos que se classificam como apego e como vínculos afetivos?
Formação do vínculo dos pais com a criança
Vínculo Inicial
 Hipótese central dos pediatras Marslhall Klauss e John Kennel (1976) citado por Bee (1996):
“As primeiras horas depois do nascimento do bebê são um período crítico para mãe desenvolver um vínculo com seu bebê. Segundo os autores as mães às quais é negado este contato inicial provavelmente formarão vínculos mais frágeis e correrão um risco maior de vários transtornos em sua relação com o bebê.” 
Vínculo Inicial
Essa hipótese permitiu a entrada e a presença do pai durante o parto;
Porém esta hipótese atualmente é contestada!
O contato imediato parece não ser necessário nem suficiente para a formação de um vínculo afetivo estável e duradouro entre pais e filhos. (Myres 1987 citado por Bee 1996);
Estudos mostram certos efeitos benéficos a curto prazo do contato muito precoce. Há poucas indicações de um efeito duradouro.
Vínculo Inicial
Estudos mostram que no caso de mães como as primíparas ( mães muito jovens, ou mães que vivem na pobreza com risco maior com a maternidade) existe alguns sinais de que o contato precoce pode fazer alguma diferença. Tais como prevenir de abusos e negligências.
Por fim, na maioria das mães, nem o contato precoce nem o prolongado parece ser um ingrediente essencial para formar um vínculo afetivo sólido.
Entrelaçamento dos comportamentos de Apego
Entrelaçamento dos comportamentos de Apego
O que é essencial é a oportunidade para os pais e o bebê desenvolverem um padrão mútuo interligado de comportamento de apego.
Desenvolver uma sincronia. (Isabella, Belsky & Von Eye, 1989 citado por Bee 1996);
“Saber dançar essa dança específica que é o de cuidar de um bebê”
Dançamos de maneiras semelhantes!
Adultos automaticamente apresentam um padrão de comportamento inconfundível.
Entrelaçamento dos comportamentos de Apego
Comportamentos interativos como: sorrir, levantar as sobrancelhas, abrir os olhos;
Usam padrões de entonação semelhantes;
Usam inflexões crescente de voz quando querem que o bebê façam a sua parte na interação;
Entonação decrescente quando querem acalmá-lo.
Entrelaçamento dos comportamentos de Apego
Para o adulto, o ingrediente crítico para a formação do vínculo parece ser a oportunidade de desenvolver uma verdadeira mutualidade- praticar a dança até que os parceiros acompanhe a orientação um do outro de maneira fácil e prazerosa;
Quando mais suave e predizível o processo se torna, mais satisfatório ele parece ser para os pais e mais sólido se torna seu vínculo com o bebê.
Entrelaçamento dos comportamentos de Apego
Essa etapa parece ser muito mais importante do que o contato inicial no nascimento para estabelecer um vínculo sólido dos pais com o bebê.
Vínculos entre Pai- criança
Vínculos entre Pai- criança
Assim como nas mães o vínculo com o Pai depende do desenvolvimento da mutualidade do que com o contato imediato;
A mutualidade está no mesmo repertório de comportamento de apego;
Pai toca- conversa- acaricia- sorrir para o bebê;
Vínculos entre Pai- criança
Pais passam mais tempo brincando com o bebê com mais algazarra física e normalmente a mãe com cuidados da rotina;
Estudos revelam que essas diferenças sexuais nos comportamentos dos pais podem ser reflexos de papel com base cultural e também ser diferenças instintivas inatas. 
No entanto, tem que se refletir sobre
os modelos de família em que o pai é
o principal cuidador! 
Processo de apego : da criança ao progenitor
Processo de apego : da criança ao progenitor
O vínculo do bebê com o progenitor emerge gradualmente.
Bowlby (1969) citado por Bee (1996) sinaliza essas fases:
Fase 1- Orientação e sinalização sem foco;
Fase 2 – Foco em uma ou mais figura;
Fase 3 – Comportamento com base segura.
Fase 1- Orientação sem foco
Fase 2- Foco em uma ou mais figuras
Fase 3 Comportamento com base segura
0
6
12
18
24
Idade do bebê em meses
Medo de desconhecidos
Ansiedade de separação
Referenciamento social
Permanência do objeto
Fase 1-
orientação sem foco
Fase do bebê início da vida;
Presente uma série de padrões inatos – reflexos;
Apresentam comportamentos que promovem a proximidade;
Chorar- fazer contato visual – chorar- aconchegar-se- responde aos esforços dos cuidados sendo tranquilizados;
Comportamento de apego são emitidos, em vez de serem dirigidos para uma pessoa específica;
Há poucas evidências de apego;
Porém as raízes de apego são encontradas nessa fase;
As interações formam a base para o apego emergente no bebê.
Fase 2- Foco em uma ou mais figuras
Fase dos 3 meses de vida;
Apresentam comportamentos de apego de forma limitada;
Sorri para as pessoas que cuidam regularmente e pode não sorrir facilmente para um desconhecido;
Ainda não tem um apego totalmente desenvolvido;
Nenhuma pessoa ainda se tornou a base segura;
As crianças nessa fase não manifestam nenhuma ansiedade especial por serem separadas do progenitor e nenhum medo por desconhecidos.
Fase 3- Comportamento com base segura
Fase presente em torno dos 6 meses de idade;
Muda seu modo de comportamento;
Por volta dos 7 meses começa a arrastar-se engatinhar-se e pode aproximar-se do cuidador e atraí-lo;
Usa de expressões “vem aqui”;
Usam expressões de proximidade;
Nessa fase seleciona a pessoa mais importante como uma base segura;
Normalmente será aquela que cuida dela;
Fase 3- Comportamento com base segura
Porém não existe apenas uma única base segura, pode-se manifestar no pai e na mãe, cuidadora, avó dentre outros;
Em uma situação de estresse ela vai manifestar preferência por alguma dessas pessoas. 
O apego claramente manifestado se apresenta entre os 6 a 8 meses;
Pode aparecer outros comportamentos relacionados também, como:
 Medo dos desconhecidos;
E protesto pela separação.
Medo do desconhecido e protesto pela separação
Muito presente em crianças até os 12 -15 meses de idade;
Depois dessa faixa etária tendem a desaparecer;
O medo do desconhecido vem primeiro, depois a ansiedade de separação;
Este padrão normalmente desaparece em quase todas as crianças até a metade do segundo ano de vida;
Os pais podem aproveitar a fase do referenciamento social para reduzir o medo da criança;
É mais provável que a criança aceite uma pessoa desconhecida se vir os pais conversando e sorrindo primeiro para o estranho.
Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar
Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar
Por volta dos 2 a 3 anos de idade a maioria dos comportamentos de apego torna-se menos visível;
Porém estes não desapareceram completamente;
Podemos ver crianças de 2 anos de idade ainda querendo sentar no colo do pai ou da mãe;
Buscam ficar próximas quando a mãe retorna depois de ter estado ausente;
São capazes de explorar cada vez mais situações não assustadoras ou não-estressantes sem aparente angústia a partir de sua base segura.
Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar
Por volta dos 4 anos de idade o apego parece mudar de qualidade;
Compartilha com a mãe um relacionamento que não depende totalmente da interação com proximidade física;
A criança percebe que o relacionamento continua quando elas estão separadas;
Nessa idade ficam menos perturbadas com a separação;
Mas ficam preocupadas se não sabem o que está acontecendo ou não compartilham o planejamento.
Quando a criança entende isso os comportamentos de apego ficam ainda menos visíveis;
Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar
Entre as crianças em idade elementar comportamentos de apego são visíveis somente em situações estressantes;
Por volta dos 7 a 8 anos de idade, vemos comportamentos de base segura muito menos óbvios;
Menos afeto manifestado em relação aos pais;
Relacionamento Pais –filhos na adolescência
Aumento de conflito;
Apego aos pais.
Relacionamento Pais –filhos na adolescência
Aumento do conflito
O impulso para autonomia aumenta os conflitos;
Pequenas desavenças acerca de questões cotidianas, regras- regulamentos, modo de vestir-se, saídas com namorados, notas, ajuda domésticas;
Tornam-se mais impacientes uns com os outros.
Relacionamento Pais –filhos na adolescência
Aumento do conflito
Os conflitos não significam que os relacionamentos estão se desafazendo;
Pode ser considerado saudável para o processo de individuação e separação;
Alguns conflitos são gerados pelas mudanças hormonais da puberdade;
Essas mudanças mudam as expectativas que os pais tem em relação aos filhos- passam a orientar e controlar o adolescente para ajudar a evitar os perigos de uma independência muito grande.
Relacionamento Pais –filhos na adolescência
Apego aos pais
Paradoxalmente em meio ao conflito familiar temporariamente há o apego emocional;
Apego aos pais permanece forte;
Relacionamento com os companheiros são importantes, proporcionam apoio;
Porém os pais permanecem centrais- como base de bem-estar, felicidade e segurança.

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