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DESENVOLVIMENTO DOS RELACIONAMENTOS SOCIAIS Cap 11. do livro: A criança em Desenvolvimento. Autora: Hellen Bee Explanações iniciais... De acordo com Willard Hartup ( 1989) citato por Bee ( 1996) existem 2 tipos de relacionamentos: 1º Relacionamentos Verticais; 2º Relacionamentos Horizontais. Relacionamentos Verticais São aqueles que envolvem um apego a uma pessoa com maior poder social ou conhecimento; Progenitor; Professor; Irmão mais velho; São relacionamentos complementares e não recíproco; Relacionamentos Verticais Podem exercer vínculos poderosos em ambas as direções; Porém os comportamentos concretos um com o outro não são os mesmos; Ex: A criança busca conseguir a atenção. E o adulto presta cuidados. Relacionamentos Horizontais São relacionamentos recíprocos e igualitários ; Os indivíduos envolvidos podem ser companheiros da mesma idade, têm igual poder social e seu comportamento mútuo vem do mesmo repertório. Relacionamentos verticais e horizontais Para Hartup ambos relacionamentos são fundamentais para o desenvolvimento social da criança; Apresentam diferentes funções na construção das habilidades sociais e afetivas; Relacionamentos Verticais: são necessários para proporcionar à criança proteção segurança; Nesse relacionamento a criança cria seus modelos funcionais internos e aprende habilidades sociais fundamentais. Relacionamentos verticais e horizontais Relacionamentos Horizontais: amizades e grupos de iguais as crianças pratica seu comportamento social e adquire habilidades sociais que só podem ser aprendidas num relacionamento entre iguais: cooperação- competição e intimidade. Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia Ideia inicial: Jonh Bowlby citado por Bee (1996, p. 313) nos diz: “ A propensão a estabelecer sólidos vínculos emocionais com determinados indivíduos é um componente básico da natureza humana, já presente em forma germinal no neonato.” Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia É um relacionamento que têm um valor de sobrevivência, por trazer cuidados ao bebê; São construídos e mantidos por um repertório interligado de comportamentos instintivos que criam e sustentam a proximidade entre mãe e a criança ou entre outros pares vinculados. Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia Vínculo afetivo Laço relativamente durável em que o parceiro é importante como um indivíduo único e não pode ser trocado por nenhum outro. Existe o desejo de manter uma proximidade com o parceiro. ( Ainsworth, citado por Bee) Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia Apego É uma subvariedade do vínculo emocional em que o senso de segurança de uma pessoa está estreitamente ligado ao relacionamento. É a base segura! Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia O relacionamento da criança com o progenitor é um apego; Já o relacionamento do progenitor com a criança não é um apego; Critério da análise nessa relação: segurança! Um relacionamento com um parceiro adulto ou amigo muito íntimo provavelmente será de apego. Os vínculos afetivos e apegos são estados internos. Não podemos vê-los diretamente. Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia Comportamento de apego São todos aqueles comportamentos que permitem a uma criança ou adulto conseguir e manter a proximidade em relação a uma pessoa a quem é apegado. Isso pode incluir: sorrir, fazer contato visual, chamar a pessoa, agarrar, chorar. Teoria do Apego- Conceitos e Terminologia Os comportamentos de apego são eliciados primeiramente quando o indivíduo precisa de cuidados, amparos ou conforto. Ex: as necessidades do bebê no dia a dia gera um comportamento de apego; Já uma criança mais velha só apresentará um comportamento de apego quando estiver assustada, cansada ou sob o efeito de algum estresse; É o padrão desses comportamentos, não sua frequência que nos diz alguma coisa sobre a força ou qualidade do apego ou do vínculo afetivo. Quais são os nossos relacionamentos que se classificam como apego e como vínculos afetivos? Formação do vínculo dos pais com a criança Vínculo Inicial Hipótese central dos pediatras Marslhall Klauss e John Kennel (1976) citado por Bee (1996): “As primeiras horas depois do nascimento do bebê são um período crítico para mãe desenvolver um vínculo com seu bebê. Segundo os autores as mães às quais é negado este contato inicial provavelmente formarão vínculos mais frágeis e correrão um risco maior de vários transtornos em sua relação com o bebê.” Vínculo Inicial Essa hipótese permitiu a entrada e a presença do pai durante o parto; Porém esta hipótese atualmente é contestada! O contato imediato parece não ser necessário nem suficiente para a formação de um vínculo afetivo estável e duradouro entre pais e filhos. (Myres 1987 citado por Bee 1996); Estudos mostram certos efeitos benéficos a curto prazo do contato muito precoce. Há poucas indicações de um efeito duradouro. Vínculo Inicial Estudos mostram que no caso de mães como as primíparas ( mães muito jovens, ou mães que vivem na pobreza com risco maior com a maternidade) existe alguns sinais de que o contato precoce pode fazer alguma diferença. Tais como prevenir de abusos e negligências. Por fim, na maioria das mães, nem o contato precoce nem o prolongado parece ser um ingrediente essencial para formar um vínculo afetivo sólido. Entrelaçamento dos comportamentos de Apego Entrelaçamento dos comportamentos de Apego O que é essencial é a oportunidade para os pais e o bebê desenvolverem um padrão mútuo interligado de comportamento de apego. Desenvolver uma sincronia. (Isabella, Belsky & Von Eye, 1989 citado por Bee 1996); “Saber dançar essa dança específica que é o de cuidar de um bebê” Dançamos de maneiras semelhantes! Adultos automaticamente apresentam um padrão de comportamento inconfundível. Entrelaçamento dos comportamentos de Apego Comportamentos interativos como: sorrir, levantar as sobrancelhas, abrir os olhos; Usam padrões de entonação semelhantes; Usam inflexões crescente de voz quando querem que o bebê façam a sua parte na interação; Entonação decrescente quando querem acalmá-lo. Entrelaçamento dos comportamentos de Apego Para o adulto, o ingrediente crítico para a formação do vínculo parece ser a oportunidade de desenvolver uma verdadeira mutualidade- praticar a dança até que os parceiros acompanhe a orientação um do outro de maneira fácil e prazerosa; Quando mais suave e predizível o processo se torna, mais satisfatório ele parece ser para os pais e mais sólido se torna seu vínculo com o bebê. Entrelaçamento dos comportamentos de Apego Essa etapa parece ser muito mais importante do que o contato inicial no nascimento para estabelecer um vínculo sólido dos pais com o bebê. Vínculos entre Pai- criança Vínculos entre Pai- criança Assim como nas mães o vínculo com o Pai depende do desenvolvimento da mutualidade do que com o contato imediato; A mutualidade está no mesmo repertório de comportamento de apego; Pai toca- conversa- acaricia- sorrir para o bebê; Vínculos entre Pai- criança Pais passam mais tempo brincando com o bebê com mais algazarra física e normalmente a mãe com cuidados da rotina; Estudos revelam que essas diferenças sexuais nos comportamentos dos pais podem ser reflexos de papel com base cultural e também ser diferenças instintivas inatas. No entanto, tem que se refletir sobre os modelos de família em que o pai é o principal cuidador! Processo de apego : da criança ao progenitor Processo de apego : da criança ao progenitor O vínculo do bebê com o progenitor emerge gradualmente. Bowlby (1969) citado por Bee (1996) sinaliza essas fases: Fase 1- Orientação e sinalização sem foco; Fase 2 – Foco em uma ou mais figura; Fase 3 – Comportamento com base segura. Fase 1- Orientação sem foco Fase 2- Foco em uma ou mais figuras Fase 3 Comportamento com base segura 0 6 12 18 24 Idade do bebê em meses Medo de desconhecidos Ansiedade de separação Referenciamento social Permanência do objeto Fase 1- orientação sem foco Fase do bebê início da vida; Presente uma série de padrões inatos – reflexos; Apresentam comportamentos que promovem a proximidade; Chorar- fazer contato visual – chorar- aconchegar-se- responde aos esforços dos cuidados sendo tranquilizados; Comportamento de apego são emitidos, em vez de serem dirigidos para uma pessoa específica; Há poucas evidências de apego; Porém as raízes de apego são encontradas nessa fase; As interações formam a base para o apego emergente no bebê. Fase 2- Foco em uma ou mais figuras Fase dos 3 meses de vida; Apresentam comportamentos de apego de forma limitada; Sorri para as pessoas que cuidam regularmente e pode não sorrir facilmente para um desconhecido; Ainda não tem um apego totalmente desenvolvido; Nenhuma pessoa ainda se tornou a base segura; As crianças nessa fase não manifestam nenhuma ansiedade especial por serem separadas do progenitor e nenhum medo por desconhecidos. Fase 3- Comportamento com base segura Fase presente em torno dos 6 meses de idade; Muda seu modo de comportamento; Por volta dos 7 meses começa a arrastar-se engatinhar-se e pode aproximar-se do cuidador e atraí-lo; Usa de expressões “vem aqui”; Usam expressões de proximidade; Nessa fase seleciona a pessoa mais importante como uma base segura; Normalmente será aquela que cuida dela; Fase 3- Comportamento com base segura Porém não existe apenas uma única base segura, pode-se manifestar no pai e na mãe, cuidadora, avó dentre outros; Em uma situação de estresse ela vai manifestar preferência por alguma dessas pessoas. O apego claramente manifestado se apresenta entre os 6 a 8 meses; Pode aparecer outros comportamentos relacionados também, como: Medo dos desconhecidos; E protesto pela separação. Medo do desconhecido e protesto pela separação Muito presente em crianças até os 12 -15 meses de idade; Depois dessa faixa etária tendem a desaparecer; O medo do desconhecido vem primeiro, depois a ansiedade de separação; Este padrão normalmente desaparece em quase todas as crianças até a metade do segundo ano de vida; Os pais podem aproveitar a fase do referenciamento social para reduzir o medo da criança; É mais provável que a criança aceite uma pessoa desconhecida se vir os pais conversando e sorrindo primeiro para o estranho. Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar Por volta dos 2 a 3 anos de idade a maioria dos comportamentos de apego torna-se menos visível; Porém estes não desapareceram completamente; Podemos ver crianças de 2 anos de idade ainda querendo sentar no colo do pai ou da mãe; Buscam ficar próximas quando a mãe retorna depois de ter estado ausente; São capazes de explorar cada vez mais situações não assustadoras ou não-estressantes sem aparente angústia a partir de sua base segura. Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar Por volta dos 4 anos de idade o apego parece mudar de qualidade; Compartilha com a mãe um relacionamento que não depende totalmente da interação com proximidade física; A criança percebe que o relacionamento continua quando elas estão separadas; Nessa idade ficam menos perturbadas com a separação; Mas ficam preocupadas se não sabem o que está acontecendo ou não compartilham o planejamento. Quando a criança entende isso os comportamentos de apego ficam ainda menos visíveis; Os apegos nos anos pré-escolares e escola elementar Entre as crianças em idade elementar comportamentos de apego são visíveis somente em situações estressantes; Por volta dos 7 a 8 anos de idade, vemos comportamentos de base segura muito menos óbvios; Menos afeto manifestado em relação aos pais; Relacionamento Pais –filhos na adolescência Aumento de conflito; Apego aos pais. Relacionamento Pais –filhos na adolescência Aumento do conflito O impulso para autonomia aumenta os conflitos; Pequenas desavenças acerca de questões cotidianas, regras- regulamentos, modo de vestir-se, saídas com namorados, notas, ajuda domésticas; Tornam-se mais impacientes uns com os outros. Relacionamento Pais –filhos na adolescência Aumento do conflito Os conflitos não significam que os relacionamentos estão se desafazendo; Pode ser considerado saudável para o processo de individuação e separação; Alguns conflitos são gerados pelas mudanças hormonais da puberdade; Essas mudanças mudam as expectativas que os pais tem em relação aos filhos- passam a orientar e controlar o adolescente para ajudar a evitar os perigos de uma independência muito grande. Relacionamento Pais –filhos na adolescência Apego aos pais Paradoxalmente em meio ao conflito familiar temporariamente há o apego emocional; Apego aos pais permanece forte; Relacionamento com os companheiros são importantes, proporcionam apoio; Porém os pais permanecem centrais- como base de bem-estar, felicidade e segurança.
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