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Apostila Instituições de Direito

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UNIP - Curso de Contábeis - Disciplina: Instituições de Direito
Série: 2 e 3º Semestre - Professor: Edílson Mendes – 2013
INSTITUIÇÕES DE DIREITO
Introdução ao Direito 
Origem e finalidade do Direito
O Direito faz parte de nossas vidas desde o início da civilização. Estamos permanentemente envolvidos com relações de direito as quais não podemos evitar.
Diversos são os significados para a palavra Direito como norma, lei, regra, faculdade etc.
Por definição, Direito é o conjunto de princípios, regras e de instituições destinado a regular a vida humana em sociedade.
Em análise aos elementos constantes no conceito apresentado, vejamos:
(i) O Direito representa um conjunto, pois é composto de várias partes organizadas, formando um sistema;
(ii) Na qualidade de ciência, possui princípios próprios (exemplos: princípio da boa-fé, razoabilidade, proporcionalidade);
(iii) O Direito possui diversas regras sendo que, algumas delas, estão sintetizadas em códigos e em inúmeras leis esparsas;
(iv) Instituições são entidades que perduram no tempo. O Direito tem várias delas, como os sindicatos, os órgãos do Poder Judiciário, do Poder Executivo etc.
No início da civilização, imperava a lei do mais forte. De modo a garantir sua sobrevivência, o homem primitivo buscava recursos para enfrentar seus inimigos naturais para, aos poucos, submetê-los ao seu domínio.
O homem, como ser gregário, vivia em grupos e, na vigência da lei do mais forte surgiam rivalidades envolvendo o patrimônio ou suas mulheres. Desse modo, aparece o primeiro elemento do direito: o respeito pela coisa alheia. O homem começou a compreender que o direito é o respeito à propriedade, à vida e à liberdade de outrem.
A fim de disciplinar e viabilizar a vida social tornou-se necessário a imposição de regras para organizar a conduta das pessoas, umas com relação às outras. Vivendo em sociedade, o homem encontra na ordem jurídica o instrumento para sua sobrevivência. 
Enfim, o Direito tem por finalidade a realização da paz e da ordem social atingindo, inclusive as relações individuais das pessoas.
Direito Natural x Direito Positivo
Até aqui sabemos que para que haja paz e ordem social os homens são submetidos compulsoriamente às regras impostas pelo Estado. No entanto, é interessante conhecer o chamado Direito Natural que nasce a partir do momento que surge o homem.
O direito natural pode ser entendido como uma idéia abstrata do Direito, o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e anterior. Em outras palavras, seria um sistema de normas que independe do direito positivo que por sua vez, é o complexo de normas jurídicas válidas num dado país.
O direito natural antecede e subordina o direito positivo (ou direito posto) que prescreve comportamentos e tem origem político/social. Tomas Hobbes descreve o direito natural como “a liberdade que cada homem tem de usar livremente o próprio poder para a conservação da vida e, portanto, para fazer tudo aquilo que o juízo e a razão considerem como os meios idôneos para a consecução desse fim” (Leviatã, 1ª parte, cap. XIV). Entretanto, Hobbes considera que o direito natural só leva à guerra de todos contra todos e à destruição mútua, sendo necessária a criação de um direito positivo, garantido pelo poder centralizado que estabelecerá regras de convívio e pacificação.
Assim, a fim de promover a paz e ordem social, o Estado impõe regras de conduta por meio de seus órgãos legislativos. No entanto, a imposição dessas regras apenas se torna eficaz quando os sujeitos que a elas estão submetidos sofrem uma sanção no caso de seu descumprimento. Em outras palavras, a sanção no Direito existe para que a norma seja cumprida, quando a submissão não ocorre espontaneamente.
Conforme exposto anteriormente, o direito positivo, também denominado pelos juristas de direito objetivo é o complexo de normas jurídicas válidas num dado país, sendo a regra vigente positiva para reger as relações humanas, imposta coercitivamente à obediência de todos, a fim de disciplinar a atividade dos homens, instituindo e mantendo a ordem social.
Em contraposição ao direito objetivo, existe o direito subjetivo que é a prerrogativa que as pessoas possuem para exigir seu direito quando violado. Assim, podemos citar como exemplo o art. 1228 do Código Civil que assegura ao proprietário a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Se alguém se apodera injustamente de um bem seu, poderá acionar o Poder Judiciário (direito subjetivo) para o reconhecimento de um direito, que o direito objetivo me concede.
Direito Público x Direito Privado
Apesar da unidade do sistema normativo, o Direito divide-se em dois grandes ramos: O Direito Público e o Direito Privado.
O Direito Público envolve a organização do Estado, em que são estabelecidas normas de ordem pública, que não podem ser mudadas pela vontade das partes, como a obrigação de pagar tributos. É o conjunto de normas que regulam as atividades da União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, autarquias e demais entidades de caráter público, criadas por lei, portanto, Poder Público
O Direito Público se subdivide ainda em Direito Externo e Interno. O Direito Externo é composto por regras, convenções ou tratados que disciplinam as relações entre as Nações, onde o Brasil sempre está presente em um dos pólos, como país soberano.
O Direito Público Interno é aquele que vigora apenas dentro do nosso país e abrange diversos ramos do Direito, tais como: Direito Constitucional, Administrativo, Tributário, Processual e Penal.
Por sua vez, Direito Privado é o conjunto de normas que regulam as atividades dos particulares. No que se refere ao Direito Privado, este se encontra subdividido em Direito Comum e Direito Especial. A classificação em Direito Comum se dá por exclusão, ou seja, não sendo norma enquadrada no Direito Especial, será, então, de Direito Comum representado pelo Direito Civil. Os ramos que compõem o Direito Especial são: o Direito do Consumidor e o Direito do Trabalho.
Ramos do Direito Positivo 
Conforme exposto no texto anterior, o Direito Positivo subdivide-se em Direito Público e Direito Privado. Neste momento contemplaremos um panorama sobre os diversos ramos do direito positivo.
Direito (Público) Interno
Direito Constitucional – visa a regulamentar a estrutura básica do Estado e suas metas, além de fixar os direitos fundamentais da pessoa humana.
Direito Administrativo – conjunto de regras destinadas ao funcionamento da administração pública no que concerne às relações entre a Administração e administrados.
Direito Tributário - cuida da forma de instituição e arrecadação de tributos e tem por escopo a obtenção da receita para o Estado.
Direito Processual – disciplina a atividade do Poder Judiciário e dos que a ele recorrem.
Direito Penal – visa à repressão dos delitos; é um conjunto de leis que define os crimes e estabelece as penas.
Direito Privado
Direito Civil – regula as relações jurídicas das pessoas. O Código Civil de 2002 é dividido em Parte Geral e Parte Especial. Na Parte Geral são tratadas, entre outras matérias, das pessoas naturais e jurídicas, do domicílio, dos bens, dos fatos e negócios jurídicos. A Parte Especial versa sobre obrigações e contratos, títulos de crédito, direito de empresa, sociedades simples e empresariais, direito das coisas, direito de família, tutela e curatela, direito das sucessões.
Direito do Trabalho – regula a relação de emprego e as situações conexas (empregados domésticos, avulsos, temporários e pequenos empreiteiros), bem como a aplicação das medidas de proteção ao trabalhador.
Direito do Consumidor – conjunto de regras protetoras das relações de consumo, para impor aos fabricantes ou intermediários a responsabilidade pela qualidade dos produtos com a intervenção do Estado para evitar que cláusulas contratuais sejam impostas unilateralmentepelos produtores e vendedores aos adquirentes de bens de consumo para uso próprio. Inclui um regime jurídico geral baseado no controle da proteção da saúde, na qualidade dos produtos e serviços e na proteção contra a publicidade e as informações enganosas.
Lei
Antes de adentrarmos no conceito de lei convém trazer ao conhecimento as chamadas “Fontes do direito” que tem por objetivo estabelecer como o Direito se expressa. São os meios pelos quais se formam as regras jurídicas. As fontes do direito podem ser divididas em diretas (lei e o costume) e indiretas (doutrina e jurisprudência).
Lei é a norma formulada pelo Legislativo e o costume é a reiteração constante de uma conduta, na convicção de ser a mesma obrigatória, prática geral aceita como sendo o Direito. Na falta de lei sobre determinado assunto, pode o juiz decidir a questão de acordo com o costume.
Doutrina é a interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria em comentários, aulas, tratados, pareceres, monografias etc.
Jurisprudência, por sua vez, é a interpretação da lei feita pelos juízes e tribunais nas suas decisões. É comum dizer que a jurisprudência está firmada quando uma questão é julgada e decidida reiteradamente do mesmo modo.
Interessante colocar em foco a diferença conceitual entre lei, norma, regra e princípio para que assim talvez se compreenda uma das grandes polêmicas acerca da convergência das normas contábeis brasileiras aos princípios do IFRS (International Financial Reporting Standards).
Primeiramente, norma é regra de conduta, podendo ser jurídica, moral ou técnica. Norma jurídica é uma regra de conduta imposta, admitida ou reconhecida pelo ordenamento jurídico. É comum o uso de norma e lei como expressões equivalentes. Entretanto é importante ressaltar que norma abrange também o costume e os princípios gerais do direito.
O costume é a vontade social decorrente de uma prática reiterada, de certo hábito, de seu exercício. O costume é espontâneo, é elaborado e cumprido pelo grupo. A lei é decorrente do Poder Legislativo, tem um processo técnico para sua elaboração, sendo escrita.
Princípios são standards jurídicos, são gerais, possuindo um grau de abstração muito maior do que o da norma.
Miguel Reale, eminente jurista brasileiro, menciona a chamada tridimensionalidade do Direito que pode ser entendido como Fato, Valor e Norma.
À medida que a sociedade deseja tutelar fatos que lhe são importantes, que ocorrem na sociedade, tais fatos são valorados por meio da norma, que pretende regular as condutas das pessoas, de acordo com os fatos e valores.
A norma, por sua vez, é externalizada por meio de regras ou princípios. Os sistemas jurídicos podem ser classificados basicamente em duas famílias: as originárias do sistema romano-germânico e do common law. No sistema romano-germânico (code law) impera a lei, que rege as relações entre as pessoas. No sistema common law valem as decisões judiciais, partindo-se do caso concreto, indicando precedentes, que são seguidos para casos semelhantes. O juiz faz a lei. A Inglaterra e os Estados Unidos adotam o sistema common law. O Brasil adotam o code law.
Voltando ao assunto convergência das normas contábeis brasileiras aos princípios do IFRS e sabendo que este é um organismo eminentemente europeu e estadunidense, e, portanto, com sistemas jurídicos baseado no common law, emitem princípios contábeis. Diante de princípios contábeis, não haverá para o contabilista brasileiro regras que ditam procedimentos. Haverá sim, a necessidade de o contabilista aplicar juízo de valor ao caso concreto para a aplicação dos princípios.
Conceito de Lei
As leis contêm normas que devem ser observadas por todos, e, por isso, devem ser claras e objetivas. A lei jurídica reveste-se de imperatividade, generalidade e permanência. É imperativa visto que impõe condutas e deveres; é geral, pois são aplicáveis e oponíveis a todos em uma sociedade e tem validade permanente exceto no caso de outra lei a revogar ou tenha a referida lei caráter temporário.
Trata-se de uma regra geral e obrigatória emanada pelo Poder Legislativo e editada no interesse do povo, mediante processo específico de elaboração. Hierarquicamente as leis se classificam em normas constitucionais, que estão em patamar acima de todas as demais, leis complementares, leis ordinárias e as leis delegadas. Além destas normas temos ainda os decretos legislativos, resoluções do legislativo e as medidas provisórias que possuem força de lei.
Leis complementares se referem a matérias infraconstitucionais mais específicas, que exigem aprovação por quorum especial no Poder Legislativo.
Leis ordinárias, por sua vez, são elaboradas pelo Poder Legislativo federal, estadual e municipal, cada qual em seu campo de atuação definido pela Constituição Federal. Por fim, as leis delegadas são elaboradas pelo Poder Executivo, sob expressa autorização do Poder Legislativo.
No sistema constitucional brasileiro, o conceito de lei é muito importante, pois dele dependem todas as garantias e direitos individuais estabelecidos no art. 5º da Constituição Federal que preceitua: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Quando uma lei está em processo de elaboração, após a sanção do projeto por parte do Presidente da República, vem a sua publicação no Diário Oficial para dar conhecimento a todos. 
Vigência da Lei
A obrigatoriedade da lei vincula-se a sua vigência, ou seja, a partir do momento que produz efeitos jurídicos. Esse dia pode ou não ser fixado pela própria lei em questão. Muitas vezes, coincide com a própria data da publicação; outras vezes, a data é determinada pelo legislador. Caso não seja fixado período algum para o início da vigência da nova lei, ela começa a vigorar em todo país 45 dias depois de oficialmente publicada.
Conforme consta no art. 3º da Lei de Introdução do Código Civil, a partir do momento em que a lei se torna obrigatória, ninguém pode escusar-se de cumpri-la alegando ignorar a sua existência.
Após a entrada em vigor, as leis se tornam permanentes e, pelo princípio da continuidade, estarão em vigor até que outra lei as revogue, sendo certo de que o fato de uma lei não ser aplicada, mesmo que por muito tempo, não significa que esteja revogada.
A revogação também pode ser entendida como expressa, pela qual a lei nova textualmente assim dispõe ou tácita, na qual as disposições da lei nova que sejam incompatíveis com as da lei antiga, revogam as disposições da anterior nestes itens específicos. Vale lembrar que mesmo que a lei revogadora não esteja mais vigente, por qualquer motivo, uma lei por ela revogada não retorna sua vigência, exceto se o legislador assim expressamente determinar.
Ressalte-se que as medidas provisórias não convertidas em lei suspendem, mas não revogam, as leis ordinárias que tratem da mesma matéria.
As leis podem também conter em si próprias, uma data para o término de sua vigência, hipótese na qual, mesmo sem outra lei que a revogue, perderá sua validade.
	
Retroatividade
Depois de ser aprovada, a lei deve ser publicada para que entre em vigor. Assim, as leis, via de regra, são feitas para valer em período futuro, em nome da segurança jurídica e da consolidação das situações dos negócios realizados com base nas leis vigentes.
No entanto, existirão situações nas quais a lei nova terá de interagir com situações ou fatos acontecidos na vigência de lei anterior caso em que surgirá um conflito de leis no tempo que será solucionado pelo princípio da irretroatividade das leis.
As hipóteses de retroatividade de uma lei estão sujeiras a ela não ofender, em hipótese alguma, o direito adquirido (que é aquele originado da lei anterior) e a coisa julgada (decisão judicial de que não caiba mais recurso).
Nesse sentido, o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal preceitua: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Lei de Introdução do Código Civil (LICC)– art. 6º: A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada.
Conforme parágrafo primeiro do art. 6º da LICC, ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. O parágrafo segundo do mesmo artigo esclarece que consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterada, a arbítrio de outrem.
Direito Constitucional
Direito Constitucional
O Direito Constitucional é o ramo do Direito que estuda a estrutura do Estado (País), os direitos, as garantias fundamentais dos cidadãos e os princípios básicos que orientam a elaboração de toda a legislação infraconstitucional[1].
A Constituição da República Federativa do Brasil (CF), promulgada em 1988, constitui nossa maior lei, a que orienta todas as outras. Assim, nenhuma outra norma de direito em nosso país pode afrontar os mandamentos estabelecidos na CF sob pena de declaração de sua inconstitucionalidade.
Em nosso estudo, veremos como são criadas as Constituições, como são definidos os poderes do Estado e os direitos e deveres individuais e coletivos.
O conhecimento de nossa Constituição é fundamental para qualquer estudioso do direito e, em especial, para todos os cidadãos brasileiros.
[1] Legislação infraconstitucional: são todas as leis que vigoram no país, além da Constituição Federal.
O ESTADO
Conceito de Constituição
Constituição é uma lei. A diferença entre ela e as outras leis é que a Constituição é a lei maior, a que orienta todas as outras. Ela define a forma do Estado e a forma e o regime de governo, os poderes do Estado e, no Brasil, a estrutura dos Estados e Municípios.
Além da dimensão do Estado, seus deveres e poderes, estabelece ainda os direitos fundamentais de todos os cidadãos, brasileiros e estrangeiros, que aqui residam.
A Constituição Federal ainda recebe outras denominações como Carta Magna e Lei Maior.
Noções de Estado, formas e regimes de governo
A nossa CF inicia-se com o seguinte texto:
Título I
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania; 
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana; 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V – o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou, diretamente, nos termos desta Constituição.
Já no art. 1º podemos destacar várias definições e conceitos.
O Brasil é uma República. É uma Federação e é indissolúvel a união dos Estados e Municípios. É Estado Democrático de Direito.
Também nesse art. 1º estão dispostos alguns dos princípios ou fundamentos que orientam nosso país. Somos um Estado Soberano, respeitamos a dignidade da pessoa humana, a cidadania, a livre iniciativa, a valorização social do trabalho e o pluralismo político.
Veremos, a seguir, o significado de boa parte desses conceitos.
Estado
Estados são entidades soberanas, ou seja, não se submetem ao ordenamento jurídico de outras nações ou países.
Conceitualmente, o Estado é pessoa jurídica formada por um povo que vive em um determinado território e subordinada a uma autoridade soberana.
O Brasil adota a forma Federativa de Estado, isto é, é um Estado dividido em territórios (Estados Membros e Municípios).
Essa forma de Estado estabelece poderes autônomos às suas entidades participantes, mas não oferece soberania.
Outra forma de Estado que existe é a unitária, em que há um único poder, central, sem a divisão em unidades menores. A França e a Itália são exemplos de países que adotam a forma de Estado unitário.
Formas e Regimes de Governo
Vimos que o Brasil é uma República Federativa e constitui-se em um Estado Democrático de Direito.
Logo é Federação, é República e é Democracia.
República é uma forma de governo. Atualmente, no mundo, existem Monarquias e Repúblicas.
Monarquia é governo de uma autoridade permanente, o monarca. Mesmo em sua forma parlamentarista, há a figura de um chefe de Estado, como na Espanha e Inglaterra.
República é governo transitório, temporário, com governantes eleitos para um certo e determinado período.
O Brasil é República e é democrática, isto é, os governantes são eleitos pelo povo, escolhidos democraticamente por meio do sufrágio universal (o voto de todos).
Somos uma República Democrática Presidencialista.
Dois são os regimes de governo: Parlamentarista (governo de um parlamento, com um primeiro ministro). Esse regime de governo surgiu na Europa, nas monarquias, em que o monarca (chefe do Estado) divide o poder com um primeiro ministro (chefe do governo), nomeado dentre os membros do parlamento.
No Presidencialismo há a figura de um único chefe de Estado e de governo.
Poder Constituinte
A Constituição nasce de um instituto denominado Poder Constituinte. É por esse poder que um grupo de pessoas elabora o que será a Constituição de seu país.
Em 1988, por um Congresso Constituinte, o Brasil ganhou sua sétima Constituição.
As Constituições podem ser criadas a partir de Assembléias Constituintes ou de Congressos Constituintes. A diferença entre elas é que na primeira, o povo escolhe pessoas exclusivamente para escrever a Constituição e, ao terminar a tarefa, a Assembléia é extinta. Na segunda são eleitos deputados e senadores que, além de suas funções normais, também devem escrever a Constituição.
Esse processo de criação de uma Constituição é denominado poder originário.
Além da criação ou elaboração da Constituição, também podem ser convocados tanto Congresso quanto Assembléia para uma reforma da Constituição atual.
A essa forma, dá-se o nome de poder constituinte derivado.
Isso se dá porque a Assembléia formada para a revisão ou reforma da Constituição é criada no âmbito desta e somente tem poderes restritos, não podendo gerar uma nova Constituição.
Processo Legislativo
A lei nasce por intermédio do processo legislativo. Esse processo está definido nos arts. 59 a 69 da CF.
Processo legislativo é o conjunto de regras que disciplina a elaboração da lei.
O processo legislativo prevê a elaboração de:
Emendas à Constituição – são normas que visam alterar a Constituição, modificando os textos anteriores, acrescentando ou mesmo eliminando os já existentes. Por serem de tão grande importância, exigem para sua aprovação um quorum�[1] bastante elevado e uma grande quantidade de votos a favor. A Emenda é apresentada em qualquer uma das duas casas: Senado ou Câmara, e deve obter na casa inicial 3/5 dos votos de seus membros em dois turnos. Isto é, precisa ser aprovada por 3/5 em uma votação e por 3/5 em uma nova votação.
Leis Complementares – são leis que complementam, regulamentando o texto constitucional. Exigem, para sua aprovação, a maioria absoluta�[2] dos votos de cada uma das casas do Congresso.
Leis Ordinárias – são as leis de ordem, as leis que orientam todas as atividades do país. Entre elas podemos destacar os códigos (Civil e Penal, por exemplo) e exigem para sua aprovação a maioria simples�[3], desde que presente a maioria absoluta de cada casa. Obtém maioria simples a lei, em cuja votação o número de aprovações é maior do que o número de reprovações. 
Leis Delegadas – são leis em que o Congresso delega ao Presidente da República, o poder para elaborar e promulgar determinada lei. Essa delegação é uma transferência de poder do Congresso e é feita por uma Resolução. Nem toda matéria pode ser objeto de delegação, conforme determina o art. 68 da CF, em seu § 1º. Essas leis se equiparam às leis ordinárias e podem ser por essas emendadas ou revogadas.
Medidas Provisórias – foram instituídas com a nova Constituiçãode 1988. Está definida no art. 62 da CF, com a seguinte redação: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las, de imediato, ao Congresso Nacional”. Para sua edição há exigência de relevância e urgência. Tanto a relevância quanto a urgência expressas no texto dizem respeito à sociedade como um todo. Não se admite edição de Medida Provisória para assunto que não seja de cunho geral e nem requeira urgência para sua adoção. As Medidas Provisórias (MP) sofreram uma modificação em sua forma. Caso não sejam convertidas em lei no prazo de 60 dias com direito a uma reedição por mais 60 dias perderão sua eficácia desde sua edição.
Repare que a CF não está entre as normas integrantes do processo legislativo. Isso se dá por ser a Constituição antecedente ao processo definido na própria CF.
Todas as demais normas legais passam por um processo chamado processo legislativo.
Cada uma delas tem uma característica particular e um processo exclusivo.
Da organização dos poderes
São três os poderes do nosso Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. Essa clássica tripartição dos poderes tem o intuito de fazer com que, quem faz as leis, não as execute e nem as julgue. Quem as executa, não as produza e não as julgue. E quem as julga, não as elabore nem as execute.
Poder Legislativo – poder encarregado da aprovação das leis e da fiscalização dos atos do Executivo. Há legislativo nos três níveis de nosso Estado: Federal, Estadual e Municipal. Há também o legislativo do Distrito Federal�[4].
O legislativo federal é formado pelo Congresso Nacional, composto por Senado e Câmara dos Deputados. Já o legislativo estadual é a Assembléia Legislativa que abriga os deputados estaduais e, no caso do DF, os deputados distritais. Por fim, o legislativo municipal é a Câmara Municipal que abriga os vereadores.
Poder Executivo – é o poder encarregado de conduzir as políticas públicas nacionais, da execução das leis e de cuidar das relações internacionais. É também dividido pelos três níveis de Estado: a Presidência da República, o órgão executivo federal; o governo dos Estados, o órgão executivo estadual e as Prefeituras Municipais, os órgãos executivos municipais.
Poder Judiciário – é o poder encarregado de resolver as questões que se apresentem quer entre Estado e sociedade, quer entre os membros da sociedade entre si. Esse poder é o único que se distribui somente entre os níveis Federal e Estadual. No nível Federal temos a Justiça Federal com suas Varas Federais distribuídas pelas capitais e principais cidades dos Estados e os tribunais superiores: Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). No nível estadual, temos a Justiça Estadual, denominada Justiça Comum, composta por Varas Estaduais, Varas Especiais e Tribunais de Justiça.
Do Controle da Constitucionalidade das Leis
A Constituição Federal é a lei maior de nosso país. Nenhuma outra lei pode desrespeitar os princípios e as exigências nela estabelecidas.
Para que tal respeito seja atendido, existe o chamado Controle de Constitucionalidade das Leis que é exercido pelo Juiz nos casos isolados, sempre que provocados pelos interessados. Assim, qualquer pessoa que se sinta ofendida por uma lei e entenda que sua constitucionalidade é duvidosa, pede em juízo que o Juiz repare o dano e pode aí obter a solução. Entretanto, essa decisão do Juiz somente se presta a auxiliar aquele que recorreu ao juízo. Outros casos devem exigir a mesma providencia, para que tenham o mesmo benefício.
Quando o problema afeta toda a sociedade, é proposta uma Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADin) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o guardião maior da Constituição. Aceita a Adin pelo STF, a norma agressora, lei federal ou estadual perde sua vigência e não se aplica mais a caso nenhum.
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
A CF reserva um título (Título II) somente para os Direitos e Garantias Fundamentais. Há uma distinção entre direitos e garantias. Direitos são princípios e normas estabelecidos e colocados à disposição dos cidadãos. Garantias são os instrumentos de que a sociedade dispõe para obtenção dos seus direitos.
Instrumentos de Garantia Constitucionais
No Título II da CF, temos cinco instrumentos de Garantia Constitucional. São eles: 
Habeas corpus – é o mais tradicional instrumento de garantia de direitos. Diz respeito à manutenção da capacidade de ir e vir de cada cidadão, mas somente em função do abuso de poder ou por ilegalidade. Pode ser concedido em caráter preventivo, nos casos em que se pretenda impedir a ilegalidade ou o abuso antes de sua ocorrência e em caráter repressivo, nos casos em que já tenha ocorrido qualquer um dos dois afrontamentos.
Habeas data – é um instrumento novo, inexistente em nossas Cartas anteriores. Por ele, o paciente (aquele que o solicita) garante acesso a informações relativas à sua pessoa, constantes em registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Mandado de segurança – é um instrumento que completa os dois anteriores. Quando não couber nenhuma das peças anteriores, poderá o cidadão entrar com tal peça jurídica quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Mandado de injunção – serve para obtenção de direitos e liberdades estabelecidas na CF e das vantagens relativas à nacionalidade e à cidadania.
Ação popular – instrumento útil para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
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Direito Administrativo
Conteúdo
Direito Administrativo
Aqui iniciamos o estudo do Direito Administrativo, o direito que trata da determinação dos poderes do Estado Administrador. O Estado, embora tenha seus três poderes, exerce em todos eles uma atividade administrativa. Esse é o objeto do presente estudo.
Da Administração Pública
Introdução
Vimos que o Estado possui ou é dividido em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Sabemos também quais são as principais funções de cada um deles.
Por exemplo, sabemos que o Judiciário tem como principal função a solução de casos em que surjam dúvidas ou conflitos jurídicos. Mas é certo que o Judiciário, para desenvolver essa atividade, necessita de material humano, de equipamentos, de material de escritório, móveis, prédios, veículos, entre outros.
Todo esse aparato, que não pertence à atividade principal do poder judiciário, deve ser contratado, adquirido, alugado, utilizado.
E Estado não pode, pelo bem da moralidade e da garantia do uso dos bens públicos, contratar aleatoriamente seus funcionários. Há de escolhê-los via concurso público.
Também não pode comprar seus equipamentos na loja da esquina.
Nem alugar ou comprar o primeiro prédio que encontre, nem o primeiro veículo que ache bom.
Tudo deve ser feito, na administração do Estado, de forma burocratizada, possibilitando a maior transparência e a maior licitude.
Além disso o Estado, por seus representantes, exerce um grande poder.
Esse poder não pode ser aplicado ou usado arbitrariamente, isto é, conforme a vontade do agente público, sem restrições nem condições.
Ainda, o Estado é o encarregado de atender a todas as necessidades da população. Para tanto deve montar um corpo de atividades que supra a contento tais clamores. Não podendo realizar tudo, o Estado delega poderes a terceiros, para que realizem muitas dessas atividades.
Como se percebe, o Estado administra. E como administrador, deve seguir regras.
Uma vez que a atividade estatal está relacionada diretamente aos anseios da população, pode se deve ter uma certa preferência nos seus contratos, já que tudo o que contrata é para o bem do serviço público.
De forma indireta, acabamos de definir o Direito Administrativo.Direito Administrativo é o conjunto de normas que regulamentam a atividade administrativa do Estado, seus agentes e seus serviços.
Da Administração Pública
Poderes e Deveres do Administrador Público
O administrador público tem poderes, sem os quais não há como administrar. Mas, na administração pública, sempre que se delega um poder a um agente, simultaneamente, a este se delega um dever.
É o que se chama Poder-Dever de agir. O agente público tem poder 
de agir, mas tem também o dever de agir. Por exemplo: o Prefeito tem poder de exigir o imposto predial (IPTU) de todos os imóveis de seu Município. Mas tem, também, a obrigação de exigir esse imposto, no prazo certo, sob pena de ser responsabilizado pela não-prática do ato.
Os poderes do agente público podem ser: Vinculado ou Discricionário. Vinculado é o poder que permite ao agente executar suas atividades exatamente conforme as exigências da lei. Por exemplo, a lei determina, em certos casos, a aplicação de multa. Assim, resta ao agente público cobrar essa multa.
Discricionário, que não se confunde com arbitrário, é o poder do agente de executar suas atividades dentro de uma quantidade de opções todas legais. Por exemplo: a lei possibilita ao agente que aplique uma multa ou, simplesmente, uma advertência. O agente pode escolher, entre as duas penalidades, a mais condizente com o caso.
Poder de Polícia
Cabe à administração pública exercer o controle e bom uso, por parte dos particulares de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. À ela é reservado o poder de fiscalizar as atividades e os usos e autuar toda e qualquer irregularidade que encontre.
Não se confunde essa atividade do administrador com a da polícia judiciária ou de manutenção da ordem pública.
Estas últimas se dirigem à manutenção da ordem por parte das pessoas e a polícia administrativa tem sua função restrita ao uso de bens, atividades e direitos.
Umas agem em relação às pessoas (polícia judiciária ou de manutenção); a outra, em relação às coisas (polícia administrativa).
Organização Administrativa
A administração pública brasileira divide-se em: administração direta e indireta.
A Administração Direta é a exercida pelos próprios órgãos de Estado, ministérios, secretarias, repartições e outros. Esses órgãos não são dotados de personalidade jurídica própria.
Todos os órgãos da Administração Direta se subordinam à entidade maior que os agrega: União, Estados Membros e Municípios.
Assim, temos a União ou o Governo Federal com seus Ministérios e Secretarias, como: Ministério da Comunicação, Ministério da Cultural; os Estados e Municípios com suas secretarias como: Secretaria da Educação, Secretarias da Fazenda e outras.
A Administração Indireta pode ser subdividida em: Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades Autônomas de Economia Mista e Fundações Públicas.
Autarquias – são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, com patrimônios próprios e atribuições típicas de Estado. Diferente de todas as demais entidades da Administração Indireta é a única a exercer atividade típica da Administração Pública. Assim, às autarquias é negada a possibilidade de exercer atividades econômicas, restritas estas aos agentes econômicos privados.
Empresas Públicas – são entidades de direito privado, embora sejam de capital público. São criadas para exercer atividades econômicas, não próprias de Estado. Essas atividades devem ser restritas à necessidade imperiosa ou conveniência administrativa. Assim são entendidas as atividades necessárias ou estratégicas que não podem ou não devem ser desempenhadas pelos particulares.
Sociedades Anônimas de Economia Mista – são sociedades com todas as características das empresas privadas, criadas na modalidade de sociedades por ações. A sua grande diferença ou o seu maior predicado é ser constituída por capital predominantemente público, do Estado. Pode exercer atividade lucrativa e econômica.
Fundações públicas – são entidades dotadas de patrimônio público que exercem atividades de interesses sociais ou coletivos, como os de educação, ensino, pesquisa, assistência social, entre outros.
Serviços Públicos Delegados
Além dos serviços prestados pelos órgãos da administração direta e pelos prestados pela administração indireta (autarquias, empresas públicas, de economia mista, fundações e paraestatais sociais), o Estado também delega serviços a terceiros em três modalidades:
Concessão de Serviços Públicos – é a modalidade de delegação em que o particular (concessionário) executa determinado serviço, por própria conta e risco e no próprio nome. Esse serviço é remunerado por tarifa, que pe o preço do serviço, e a concessão é objeto de contrato ou norma legal. A atividade de fornecimento de energia elétrica é um bom exemplo de um serviço executado por concessão. Os serviços oferecidos em concessão são aqueles que o Estado considera próprios e privativos do Poder Público. Não há transferência de titularidade nessa concessão, mas tão-somente o exercício de uma atividade pública. Além disso, certos serviços, considerados de execução exclusiva do Estado, como saúde, educação e segurança, não podem ser objeto de contrato de concessão. 
Permissão – esta modalidade de delegação é semelhante à da concessão. A permissão não é cedida por contrato, e, sim, por ato unilateral do Poder Público. Nessa modalidade a Administração estabelece os requisitos para a prestação do serviço e delega a execução a particulares (permissionários) que demonstrem capacidade para seu desempenho. 
Autorização – é a modalidade de delegação em que a Administração consente a particulares, por ato unilateral e precário, a execução de serviços que atendam interesses coletivos, sem regulamentação específica. Há, também, remuneração tarifada, ou seja, os preços são estabelecidos pela Administração.
Delegar serviços, ou seja, transferir a execução de serviços para terceiros, é uma forma de o Estado conseguir suprir várias necessidades ou anseios da comunidade, sem precisar, diretamente, envolver-se nessas atividades. Por exemplo, os serviços de telecomunicação fazem parte do serviço delegado a terceiros.
O Estado e a forma de contratar
Contratos Administrativos
Contratos são acordos de vontade das partes. São firmados livremente pelas partes, criando direitos e obrigações recíprocas. Nos contratos administrativos, deve prevalecer a vontade do Estado, já que se prestam sempre ao atendimento das necessidades da comunidade.
Segundo o doutrinador Hely Lopes Meirelles, “Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com particular ou outra entidade administrativa, para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração”.
O contrato administrativo, ao contrário do contrato comum, por dirigir-se à consecução dos objetivos de interesse público, necessita ter as condições estabelecidas pela Administração, não se admitindo a possibilidade de imposição da vontade do contratado a respeito das condições.
Possui cláusulas exorbitantes, as que criam vantagens para a Administração contratante. São elas:
Alteração e rescisão unilateral do contrato – por essa cláusula, a Administração pode alterar as cláusulas de um contrato em andamento ou mesmo rescindir esse contrato, sempre que não seja mais de interesse público. 
Equilíbrio econômico-financeiro – como contratado objetiva certo lucro quando assume o contrato administrativo, é justo que ele não passe a ter prejuízo em caso de alteração ou rescisão unilateral por parte da Administração. Assim, segundo essa cláusula, será sempre mantida uma equação entre o custo e a remuneração pelo serviço executado ou suspenso de forma a indenizar o contratado. 
Reajuste de preços e tarifas – também, para não prejudicar tanto o consumidor do serviço nem o fornecedor, é efetuado, periodicamente, em reajuste de preços e tarifas de forma a permanecerconstante o equilíbrio econômico-financeiro. 
Controle do Contrato e aplicação de penalidades contratuais – à Administração é permitido exercer o controle do cumprimento do contrato e a aplicação de penalidades de forma a garantir sua boa execução. Somente à Administração é reservada a possibilidade de aplicar penalidades diretamente aos contratados e essa cláusula é mera decorrência do poder do Estado de acompanhar, modificar e controlar a execução do contrato. De nada valeria esse controle se não pudesse a Administração aplicar penalidades nos casos necessários.
Licitação Pública
O Estado contrata pessoas e serviços, vende, compra, realiza obras. O contrato, visto anteriormente, só se realiza, em regra, após efetuado o processo licitatório.
E licitação pública, segundo Hely Lopes Meirelles, é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.
Atualmente, a licitação pública é regida pela Lei n. 8.666/93 e alterações.
Trata-se de um processo formal, público, que visa à igualdade dos participantes, ao respeito ao sigilo das propostas e à vinculação ao edital. Obriga, ainda, ao julgamento objetivo e à adjudicação compulsória.
Estes são os princípios que regem a Licitação Pública.
A licitação tem por objeto a obra, o serviço, a compra, a alienação, a locação ou a concessão.
Modalidades da Licitação
A licitação apresenta as seguintes modalidades: convite, tomada de preço, concorrência, concurso, leilão e pregão.
Convite – é modalidade bastante simples de contratação. Por ela, o órgão interessado na contratação chama, por carta convite, empresas previamente cadastradas, para que apresentem suas propostas em relação ao serviço ou obra ou compra pretendidos. Presta-se para contratações de pequeno porte ou valor. Essa modalidade dispensa a publicação do edital, mas exige a resposta de pelo menos três licitantes com condições de contratar. Tem como limites de contratação os valores:
Para obras e serviços de engenharia R$ 150.000,00 
Para compras e outros serviços R$ 80.000,00
Tomada de preço – é uma modalidade intermediária. Exige publicidade, ou seja, a publicação dos editais é obrigatória. Além do chamamento das empresas previamente cadastradas, obriga a Administração ao envio de edital às entidades de classe que as representam. Exige julgamento por comissão. Tem como limites de contratação os valores:
Para obras e serviços de engenharia R$ 1.500.000,00 
Para compras e outros serviços R$ 650.000,00
Concorrência Pública – esta é a mais rigorosa modalidade de contratação. Exige edital público, aberto a todo e qualquer interessado, utilizada para compras e contratações de grande valor. Por ser um processo aberto a qualquer interessado, tem uma primeira fase de habilitação preliminar e seu julgamento é por comissão. Tem como limites mínimos de contratação os valores:
Para obras e serviços de engenharia (acima de) R$ 1.500.000,00 
Para compras e outros serviços (acima de) R$ 650.000,00 
Concurso – é modalidade de licitação utilizada para escolha de trabalho técnico ou artístico, basicamente de criação intelectual. Não exige o formalismo da concorrência, por ser modalidade especial de contratação, embora exija o respeito aos princípios da publicidade e da igualdade entre os participantes. 
Leilão – é modalidade utilizada para a venda de bens móveis. Não exige habilitação prévia e seu processo é instantâneo com as ofertas verbais.
Direito Civil
Inadimplemento das obrigações
A falta de pagamento, ou de cumprimento das obrigações, gera efeitos negativos ao devedor. São eles: mora, perdas e danos, juros moratórios e cláusula penal.
Mora 
É o atraso. Tanto pode incidir em mora o devedor que não cumpre a prestação devida, quanto o credor que se recusa a receber essa prestação. A mora é um bom indicador da importância de dois pontos destacados anteriormente: o lugar e o tempo de pagamento. Tendo-se claro o lugar de pagamento, sabe-se quem está em mora: o devedor ou o credor Estipulado o tempo de pagamento, sabe-se a partir de quando é constituída a mora.
A mora enseja juros moratórios e correção monetária a serem exigidos pelo atraso cometido pelo devedor. Se for o credor em mora, desobriga-se o devedor à conservação da coisa e, se o fizer, ao ressarcimento pelo prejuízo tido.
Das Perdas e Danos 
Se a prestação, em conseqüência da mora, já não interessa ao credor, este pode recusar o recebimento e exigir perdas e danos. Imagine que, em um negócio jurídico, Fulano contrate com Sicrano a retirada de móveis de um imóvel que aquele precisa entregar, livre de coisas e pessoas até determinada data. Não cumprindo Sicrano sua prestação, Fulano perderá o negócio seguinte, correspondente à entrega do imóvel. Sicrano, estando em mora, de nada mais adianta cumprir sua prestação posteriormente, porque esta já não interessa mais a Fulano. Nesse caso é cabível a exigência de perdas e danos ao invés do cumprimento da prestação.
As perdas e os danos podem ser de dois tipos: danos emergentes e lucros cessantes.
Danos Emergentes que são aqueles que surgem em função do que efetivamente o credor perdeu. Por exemplo: se um automóvel se desgoverna e atinge o muro de uma residência, surge um prejuízo ao proprietário do imóvel atingido e por esse prejuízo são devidos os danos emergentes.
Por outro lado, suponha que, em vez de atingir o muro de uma residência, o veículo atinge a fachada de um estabelecimento comercial que, por causa da ocorrência, deverá suspender suas atividades por sete dias. Nesse caso, o credor fica impossibilitado de auferir lucro com seu negócio e a ele são devidos os lucros cessantes
Juros moratórios ou juros legais
Nos negócios é comum se estipularem juros e correção monetária advindas da falta de cumprimento das prestações. Caso isso não ocorra, serão devidos os juros iguais aos cobrados para pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Da Cláusula Penal
A cláusula penal é a estipulação, em contrato, de um valor a ser pago em caso de descumprimento de prestação. É também chamada de multa convencional, porque é estabelecida de comum acordo entre as partes.Tem, como restrição, a impossibilidade de atingir valor maior do que o da obrigação principal.
Direito do Trabalho
Conteúdo
Inicialmente, o Código Civil Brasileiro tratava do contrato de trabalho em pouco mais de vinte artigos, sob o título de "contratos de locação de serviços".
Do Direito Civil desmembraram-se diversos ramos especializados do Direito Privado, dentre eles, o Direito do Trabalho.
A sua origem está interligada com a revolução industrial, a invenção das máquinas, o aparecimento das fábricas e o desenvolvimento capitalista.
Da necessidade de proteger o trabalhador na sua condição de ser humano, de cercear a liberdade contratual, quanto esta nada mais representava do que a vontade do economicamente mais forte, de substituir a igualdade formal pela igualdade real – a legislação do trabalho, em meio século transformou-se em “Direito do Trabalho”, com finalidades, princípios e institutos próprios, propondo-se a compensar, com uma superioridade jurídica, a inferioridade econômica do trabalhador.
Assim, podemos concluir que a Revolução Industrial foi um marco da história universal, principalmente no que se refere ao surgimento do Direito do Trabalho no nosso país.
Os escritores contemporâneos resolveram adotar a denominação “Direito do Trabalho”, pelo fato deste ramo do direito ter surgido em virtude do trabalho, com o único intuito de regular e proteger as relações do trabalho sejam elas individuais ou coletivas.
Direito do Trabalho é o ramo da ciência jurídica que regula o contrato de trabalho entre empregado e empregador, e as conseqüências dele decorrentes.
Quanto a classificar o Direitodo Trabalho como pertencente ao Público ou ao Direito Privado, os autores se colocam em três posições básicas:
a) Direito do Trabalho no Direito Privado;
b) Direito do Trabalho no Direito Público; e
c) Em nenhum dos dois ramos.
Alguns autores afirmam que o Direito do Trabalho pertence ao Direito Público, porque as suas normas são de ordem pública, ou seja, imperativa.
Porém, várias são as normas de ordem pública que encontramos no Direito Privado, que não se refere ao Direito do Trabalho.
Outra corrente majoritária afirma que o Direito do Trabalho pertence ao Direito Privado. O Direito do Trabalho desmembrou-se do Direito Civil e Direito Comercial. Os quais pertencem ao ramo do Direito Privado. Com o transcorrer do tempo, o Direito do Trabalho não se desvinculou deste campo, pois o núcleo está intimamente ligado com a relação de emprego, instituto tipicamente de ordem privada, e portanto, de Direito Privado.
Fontes do Direito do Trabalho
Tradicionalmente, as fontes do direito dividem-se em: formais e materiais.
As fontes materiais são os valores sociais que o direito positivo ampara as realidades sociais de onde o direito emana. Já as fontes formais são as formas com que se apresenta uma regra jurídica, por exemplo, leis, decretos etc.
Segundo alguns autores, as fontes formais podem dividir-se em: fontes formais primárias ou imediatas – quando se impõe por sua própria força, como a lei - e fontes formais mediatas ou secundárias – que complementam as primárias, como a jurisprudência e os princípios gerais do direito.
“Na falta de disposições legais ou contratuais, as autoridades e a Justiça do Trabalho decidirão pela jurisprudência, analogia, equidade e outros princípios e normas gerais do direito, principalmente do direito do trabalho, e ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado” (art. 8º da CLT).
Vejamos, a seguir, os conceitos das Fontes do Direito materiais e formais:
Leis – lei é a norma jurídica emanada do Poder Legislativo, sancionada e promulgada pelo Presidente da República. A lei é fonte formal do direito.
Decreto-Lei – é um ato expedido pelo Poder Executivo em período revolucionário ou de transição, quando não existe Poder Legislativo regular, modificando ou revogando leis e outras fontes formais em vigor. Tem a mesma eficácia das leis, e é fonte formal do direito. As normas básicas sobre Direito do Trabalho estão contidas na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que é um decreto-lei (Decreto-Lei n° 5.452, de 01/05/1943). 
Contrato de Trabalho – juridicamente, é um acordo entre duas ou mais pessoas, transferindo entre si algum direito ou se sujeitando a alguma obrigação. Assim, podemos dizer que contrato individual de trabalho é o acordo entre empregado e empregador, fixando direitos e obrigações de ambas as partes. 
Jurisprudência – é um conjunto de julgados de um ou vários tribunais, ou o entendimento dominante nos tribunais sobre determinada matéria. Ela complementa a lei mediante a interpretação, tornando-a mais precisa e inteligível. 
Enunciados e Súmulas – os Enunciados do Tribunal Superior do Trabalho – TST são recomendações traduzindo a jurisprudência dominante daquele Pretório. Não são de cumprimento obrigatório, mas praticamente são observados e constituem fontes formais. O artigo 902 da CLT permitia que o TST expedisse prejulgados, com força obrigatória para os demais tribunais e juízes. Porém, com o advento da Lei n° 7.033, de 5/10/1982, que revogou o artigo 902 da CLT, o TST transformou os prejulgados em Súmulas. A partir de 1985, o TST resolveu que os verbetes das Súmulas de jurisprudência passariam a denominar-se Enunciados, sendo esta a sua denominação atual. 
Dissídios Coletivos – são processos da competência originária dos Tribunais Regionais do Trabalho – TRT, para a solução dos conflitos coletivos entre os sindicatos. Os dissídios movidos pelo sindicato de trabalhadores contra os sindicatos de empregadores são denominados convenções coletivas. Os dissídios movidos pelo sindicato dos trabalhadores e, diretamente contra uma ou mais empresas são denominados acordos coletivos. As decisões proferidas pelos TRTs nos dissídios coletivos são denominadas sentenças normativas. 
Sentenças normativas – decisão proferida pelos Tribunais do Trabalho, nos dissídios coletivos, aplicáveis a todos os membros daquela categoria. 
Regulamento de empresa – é um conjunto sistemático de regras sobre condições gerais de trabalho, prevendo diversas situações a que os interessados se submeterão na solução de casos futuros. Geralmente são unilaterais, ou seja, são elaborados unicamente pelo empregador e impostos aos trabalhadores, que nenhuma participação tem no sei processo de formação. 
Usos e Costumes – são institutos que apresentam pontos de contato, porém não se confundem. Uso representa uma conduta generalizada, sem a idéia de que o procedimento adotado tenha força obrigatória. Costume consiste na repetição, por um período razoavelmente longo, de um determinado comportamento, havendo, por parte dos que assim procedem, a idéia de que sua conduta é necessária.
Doutrina – é a opinião dos mestres, sobre questões de direito. Pode influenciar na criação de normas. A doutrina jamais cria normas de comportamento impostas pelo Estado.
Princípios Gerais do Direito
Princípios Gerais do Direito são enunciações que buscam orientar a criação e a interpretação do direito positivo ou ordem jurídica.
São fontes do direito material.
Os princípios gerais não devem ser confundidos com os princípios orientadores do Direito do Trabalho.
Equidade – é um processo de retificação das distorções da injustiça da lei, ou um processo de criação de norma jurídica que integrará o ordenamento.
Direito Comparado – o direito do trabalho é tipicamente universalista, porque as suas normas são identificadas em sistemas jurídicos de diversos continentes. Havendo omissão, na teoria geral do nosso direito do trabalho, o aplicador poderá buscar, nos princípios informadores de outros sistemas jurídicos, os subsídios para a solução do caso concreto submetido à sua apreciação.
Os métodos de interpretação do Direito do Trabalho são os mesmos do direito comum, com algumas características próprias. Ao interpretar uma norma jurídica podemos adotar uma ou mais técnicas interpretativas.
Princípios orientadores do Direito do Trabalho
Os princípios têm várias funções: informadoras, normativa e interpretativa. O uruguaio Américo Plá Rodriguez, que se destacou no estudo dos Princípios do Direito do Trabalho, enumera seis princípios como sendo do Direito do Trabalho:
a) princípio da proteção – também denominado de princípio mais favorável, tem por finalidade equilibrar a desigualdade que resulta da superioridade econômica do empregador em relação ao empregado, dando a este superioridade jurídica.
b) princípio da irrenunciabilidade dos direitos – em regra, o trabalhador não poderá renunciar aos direitos trabalhistas previstos em lei. No caso de haver renúncia pelo trabalhador, esta será nula de pelo direito, conforme art. 9° da CLT. Há exceções, por exemplo: acordo em audiência (concessões recíprocas), redução de salário disposto em convenção ou acordo coletivo (art. 7°, VI, CF) etc.
c) princípio da continuidade da relação de emprego – em regra, os contratos de trabalho são pactuados por tempo indeterminado, havendo exceções: contrato por tempo determinado e trabalho temporário.
d) princípio da primazia da realidade – no Direito do Trabalho, os documentos oriundos de uma relação de trabalho não têm grande importância, uma vez que só prevalecerão se estiverem em concordância com a realidade dos fatos. Em geral, os fatos reais são mais importantes do que os documentos assinados pelo trabalhador.
e) princípio da razoabilidade – não é um princípio específico do Direito do Trabalho. Trata de um padrão de conduta humana, ou seja, o ser humano deve proceder conforme a razão, de qualquer homemmédio ou comum.
f) princípio da boa-fé – também não é um princípio específico do Direito do Trabalho e corresponde à convicção de que empregado e empregador agirão sempre com honestidade e lealdade, durante o pacto laboral.
Contrato de trabalho e relação de trabalho
Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. É o ajuste de vontades pelo qual uma pessoa física se compromete a prestar pessoalmente serviços mediante pagamento de salário. O contrato individual de trabalho tem como características a subordinação, a pessoalidade, a não-eventualidade e a remuneração.
Conceito de empregado
É toda pessoa física que presta serviços de natureza não-eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário (art. 3º da CLT).
Trabalhador não-eventual é aquele que exerce uma atividade de natureza contínua ou permanente, não importando se de prazo determinado ou não. Para caracterizar o trabalho não-eventual, não é necessário que o empregado trabalhe diariamente na empresa, bastando trabalhar uma ou duas vezes por semana, desde que, nos mesmos dias das semanas e nos mesmos horários.
Tipos especiais de empregado
Como tipos especiais de empregado, podem-se citar:
a) Empregado rural – pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não-eventual a empregador rural diretamente em atividade agrícola ou pecuária ou em atividade industrial em estabelecimento agrário, sob a dependência deste e mediante salário.
b) Empregado doméstico – é aquele que presta serviços continuados, de natureza não-econômica, à pessoa ou à família, no âmbito residencial. 
c) Empregado em domicílio - é aquele que presta serviços em sua habitação ou em oficina de família, por conta do empregador que o remunere. O vínculo empregatício fica configurado através da subordinação, que se traduz na submissão do empregado à ordens do empregador, pela obrigação de produzir tantas peças por dia, pela impossibilidade de vender as peças que produz, e por não ficar com o lucro da venda.
d) Empregado aprendiz – é o maior de 14 e menor de 24 anos, que recebe formação profissional metódica no trabalho ou é matriculado em curso do Serviço Nacional de Aprendizagem ou outra entidade qualificada. Sua jornada não excede a 6 horas e o seu salário é o salário-mínimo hora.
e) Empregado público – é aquele que presta serviços a órgãos públicos, sem possuir, no entanto, as qualidades de funcionário público. Não se inclui no quadro do funcionalismo público.
f) Empregado acionista – nada impede que o empregado seja também acionista da empresa. Entretanto, caso detenha quantidade de ações suficiente para definir os rumos da empresa, desaparecerá a subordinação, descaracterizando a relação empregatícia.
g) Diretor de sociedade – para a caracterização da relação de emprego é necessário que haja subordinação. Quando um empregado assume o cargo de diretor de companhia, se ainda houver subordinação, permanecerá a relação trabalhista. Porém, se ao diretor é dado o pleno poder de direção, o contrato de trabalho será suspenso, não se computando o tempo de serviço durante o exercício da direção. É o que determina a Súmula 269 do Tribunal Superior do Trabalho:
“O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego”.
h) Estagiário – não é empregado e, portanto, não existem direitos e obrigações trabalhistas. O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza. O estagiário poderá receber bolsa de estudos, ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada pelas partes. Ressalte-se que a jornada de trabalho do estagiário deverá ser compatível com o seu horário escolar.
i) Trabalhador autônomo – é a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. Não é subordinado, presta serviços com habitualidade, e assume os riscos inerentes à sua atividade.
j) Terceirizado – com vistas à diminuir os custos operacionais e pela necessidade de especialização nos serviços, as empresas atualmente contratam terceiros para desempenhar algumas atividades que não constituem seu objeto principal. A contratação envolve tanto a produção de bens como de serviços, a exemplo da contratação de serviços de limpeza, de vigilância, de locação de serviços etc. Há dois tipos de terceirização: lícita e ilícita. A terceirização lícita é aquela que observa os preceitos legais relativos aos direitos dos trabalhadores, não pretendendo fraudá-los, ou seja, não pode haver os requisitos legais pertinentes a relação de emprego no trabalho do terceirizado, principalmente o requisito da subordinação direta. Já a terceirização ilícita é aquela que se refere à contratação permanente de terceiro, que pode dar ensejo a fraudes e a prejuízos aos trabalhadores.
Conceito de empregador
Conforme conceitua o art. 2º da CLT, empregador é a pessoa física ou jurídica, individual ou coletiva, que, assumindo riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
A lei estabelece que equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos de relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
A doutrina e a jurisprudência acrescentaram outras figuras que equiparam-se ao empregador, a exemplo do condomínio, da massa falida, da família, das autarquias etc.
Trabalho
Direito do Consumidor
Conceito de Consumidor - Conceito de Fornecedor - Política Nacional de Consumo - Direitos Básicos do Consumidor - Práticas Comerciais - Da Proteção Contratual
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR
O CPDC é inovador na medida em que se diferencia de outras esferas jurídicas no país. De uma forma geral, no direito, aquele que alega o fato tem o ônus da prova. Na relação de consumo estabelecida pelo CPDC, há a inversão do ônus da prova. Neste caso, quando um consumidor alega ter um produto ou um serviço viciado, acaba por transferir ao fornecedor a responsabilidade de provar o contrário e/ou se defender da situação. Popularmente a sociedade diz que o "cliente sempre tem razão". Será que é verdade que o cliente sempre tem razão? E quando alguém agir de má fé. Também tem razão?
A intenção de propor um estudo sobre a relação de consumo, é importante para criar a cultura na sociedade de que seus direitos devem ser respeitados, e a situação mais direta, mais próxima desta lógica é o dia-a-dia do consumidor com aqueles que são denominados como fornecedores pelo CPDC. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire um produto ou um serviço como destinatário final. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira que desenvolva atividade de montagem, construção, importação, distribuição, comercialização etc, de um produto ou de um serviço. Produto é todo bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. Serviço, são aqueles obtidos mediante remuneração, inclusive os de natureza bancária, securitária, financeira e de crédito, salvo as decorrentes de caráter trabalhista. 
Consumidor - é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Fornecedor - é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Produto - é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Serviço - é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Dos Direitos Básicos do Consumidor
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
O fabricante, o produtor, o construtor e o importador e o fornecedor de serviços respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
O Produto é defeituoso - quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
- O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
- O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
- O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
- O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
- O comerciante é igualmente responsável, quando: 
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Responsabilidade solidária:
Havendo mais de um responsável por ter causado o dano, todos responderão solidariamente pela reparação. São responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
Produtores de bens de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios:
- de qualidade ou quantidade 
- que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam 
- ou lhes diminuam o valor, 
- vícios decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem 
- ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: (NECESSÁRIO NOTIFICAÇÃO POR ESCRITO) 
PRODUTOS:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; (restituição de eventual diferença de preço)
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço. 
SERVIÇOS:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; poderá ser confiada a terceiros;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
As partes podem convencionar o prazo - não podendo ser inferior a 7 nem superior a 180 dias.
- Produtos in natura - é responsável perante o consumidor o fornecedor imediato - exceto identificado o produtor.
Reparação de qualquer produto - obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.
Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. – Serão compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
A garantia legal - vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Cláusula que impossibilitem, exonerem ou atenuem a obrigação de indenizar são nulas.
Da Decadência e da Prescrição
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
Vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
5 anos para pleitear reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Fornecedor - recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade: o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque.
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; (amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento)
IV - impingir-lhe seus produtos ou serviços aos ignorantes;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviçossem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor. (orçamento tem prazo de dez dias e se aprovado obriga os contraentes - não responde por quaisquer ônus ou acréscimos)
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. 
Crimes contra as relações de consumo: 
- Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos. nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
- Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores -conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente.
- Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente.
- Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
- Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
- Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança.
- Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo.
- Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor.
- Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer.
- Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros.
- Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata.
Concorrência - Incide as penas na medida da culpabilidade - o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover o ato criminoso. 
Fonte: Material extraído do site da UNIP.
Anexo:
Ramos do Direito
Direito Natural - O homem sempre teve consciência de direitos fundamentais decorrentes de sua natureza, que não viessem de pactos, contratos, convenções ou tratados. De certa forma existem tendências gerais, comuns a todos os homens, de iguais emoções, impulsionando-os. Atos humanos seriam acolhidos ou repudiados por uma consciência coletiva, capaz, naturalmente de separar o bem, do mal. O certo do errado, o direito do torto, o justo do injusto.
O direito natural é a idéia abstrata de direito, ou seja, aquilo que corresponde ao sentimento de justiça da comunidade.
Os gregos criticavam as leis e mostravam-se céticos ao direito, porque diziam eles que as leis eram feitas exclusivamente com motivações políticas, e ditadas por elas.
É famosa a passagem, que afirmavam que aquilo que é natural é em todos os lugares. O mesmo fogo, diziam, que arde na Grécia arde na Pérsia, porém as leis vigentes na Grécia divergem daquelas vigentes na Pérsia. Logo o fogo é natural; o direito, simplesmente artificial.
Direito Positivo - Ao contrário do direito natural, o Direito Positivo é aquele conjunto de regras elaborados e vigentes num determinado país em determinada época. São as normas, as leis, todo o sistema normativo posto, ou seja, vigente no país.
Exemplo: Código Civil, Código Penal, Código Comercial, Código de Defesa do Consumidor, Leis esparsas...
DIREITO POSITIVO & DIREITO NATURAL
O direito positivo, por exemplo, uma lei, não obriga ao pagamento de duplicata prescrita, ao passo que para o direito natural esse pagamento seria devido e correto.
Direito Internacional
PÚBLICO - É um conjunto de normas que regulam as relações entre os Estados membros da comunidade internacional e organismos análogos. 
Ex: ONU (Organização das Nações Unidas), OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Ex: Tratado de Kyoto, Declaração Universal dos Direitos Humanos, etc.
-A sociedade internacional caracteriza-se por ser universal, igualitária, aberta, sem organização rígida e com Direito originário.
Universal porque abrange todos os entes do Globo terrestre.
Igualitária porque supõe igualdade formal entre os seus membros.
Aberta porque todos os entes, ao reunirem certas condições, dela se tornam membros sem necessidade de aprovação dos demais.
-A cooperação internacional é a regra que motiva o relacionamento entre os membros, portanto, não há hierarquia entre as normas internacionais e as normas internas de um país.
PRIVADO - É um conjunto de normas internas de cada país, elaboradas e instituídas especialmente para definir se em determinados casos se aplicará a lei interna ou a lei de outro país. Pelo Direito Internacional Privado regula-se; Conflito de leis no espaço; O comércio entre empresas privadas, com sede em países diferentes; a situação do estrangeiro; a nacionalidade; a validade ou não de sentenças estrangeiras; bens referentes a legitima de estrangeiro, etc.
Direito Nacional - É o sistema legal elaborado para ser posto, vigente, em determinada época, dentro das fronteiras de um país. Só é válido dentro da jurisdição do país que o elaborou. Não se aplica a países vizinhos.
PÚBLICO - É composto predominantemente por normas de ordem pública, que são normas imperativas, obrigatórias.
Ex: Se houve um homicídio, mesmo que a vítima concorde em não punir o assassino, haverá punição, pois se trata de norma de ordem pública, prevista no Código Penal.
PRIVADO - É composto predominantemente por normas de ordem privada, o que significa dizer que são normas de caráter supletivo, vigoram apenas enquanto os interessados não dispuserem do contrário, ou seja, enquanto à vontade deles permanecer, a norma é lei entre as partes.
Ex: um contrato de compra e venda, celebrado entre um proprietário de um Hotel e alguém que quer vender um automóvel. O Hotel compra o automóvel. Se houver desistência do negócio, ou qualquer aditamento no contrato, valerá o que foi estipulado pela primeira vez no contrato.
Ex: A divisão de despesas com a construção de um muro. As partes podem dispensar a divisão, ou até omitirem-se quanto a isso, pois se trata de norma de ordem privada e precisa ser combinada. Art.588 ( 1o do Código Civil.
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