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1 Análise e interpretação do relatório do MEC/Inep Todas as escolas deveriam iniciar pela reflexão: melhorar em que sentido? Quais as mudanças devem ser discutidas para que o projeto da escola se aproxime do ideal expresso na Constituição Federal para termos uma educação plena, revestida dos princípios democráticos, que resultem na formação de um homem produtivo, cidadão cumpridor dos seus deveres e capaz de exigir os seus direitos nas situações em que se sentir prejudicado? O aluno, por sua vez, deve receber a sua nota e analisar os próprios erros sob a orientação da escola ou individualmente, levando em conta que pode obter sucesso em outras oportunidades estabelecendo um plano pessoal de trabalho para corrigir as suas deficiências e lacunas relativas aos conteúdos em que não foi bem. No entanto, observa-se que é comum a escola não trabalhar as informações recebidas ou considerar apenas os aspectos quantitativos, as tabelas apresentadas no relatório. Falando de aprendizagem de qualidade, a leitura que normalmente a escola faz, inclui apenas os dados de desempenho em números: nota do aluno, média do Saeb, aprovação no vestibular etc. A escola se prende às notícias divulgadas e com o fato de ter se saído bem com a média de seus alunos. Quando seu resultado é negativo, procura ignorar e nega ter conhecimento do fato. Pedro Demo (2002), em seu livro, observa que há em geral, uma precariedade metodológica na análise dos dados apresentados. Para ele qualquer análise deve extrapolar a questão quantitativa, no entanto, ele aponta que o conceito de qualidade é variável. Quase sempre é definida pelo que ela não é. Dificilmente há clareza de parâmetros para aferição da qualidade. O autor destaca que a qualidade 2 tem uma característica mais perceptível que é o seu sentido de intensidade e isto a distingue da quantidade. Ele inclui um exemplo esclarecendo o seu pensamento: “Saber pensar” também exige tempo de estudo, mas é, sobretudo qualidade da aprendizagem ligada a habilidades básicas do ser humano, à capacidade de aprofundamento e raciocínio completo, à versatilidade da argumentação e do espírito crítico, à criatividade de propostas próprias e autônomas, à conquista da emancipação, e assim por diante. (p. 69) Continuando essa reflexão, entendemos como ele que o fato do aluno permanecer na escola por um tempo maior não garante que tenha desenvolvido as competências necessárias para que possa ser considerado um aluno crítico ou reflexivo. Para sabermos, a partir do seu nível de escolarização e das suas notas, se ele realmente atendeu às características apontadas por Demo (2002), teremos que realizar uma análise do significado qualitativo das suas aprendizagens. Ele sugere haver caminhos que possibilitam uma análise da qualidade, pautando-se na quantidade sem, no entanto, ficar preso no universo dos dados concretos, mas principalmente, elaborando-se interpretações a partir desses dados. A escola deve pautar o seu currículo em conteúdos e atividades que possibilitem ao aluno desenvolver plenamente as suas capacidades e talentos, deve oportunizar ações em que desperte um sentido de humanidade e compreensão com a fraqueza do outro, que ele entenda o valor do trabalho como realização pessoal.
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