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RESUMO sobre o texto Modelo familiar

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No capítulo três, do livro “Famílias: funcionamento e tratamento.”, o autor, Salvador Minuchin, aborda questões acerca do modelo familiar e seu papel dentro do contexto social contemporâneo, para, a partir daí, poder entender e compreender o funcionamento do sistema familiar. No início, ele mostra como a estrutura familiar se molda e se desenvolve conforme a necessidade de adaptação incitada pela conjuntura atual de cultura e sociedade, que incluem desde novas correntes de pensamento à novas realidades econômicas. Como exemplo disso, Minuchin traz a intensificação do relacionamento extrafamiliar como via de educação e aprendizado, uma vez que os progenitores, ou responsáveis (os quais, anteriormente, detinham a maior parte dessa tarefa), estão incumbidos de atividades atribuídas por uma sociedade industrial e moderna, para atingirem um bem estar econômico. 
Dando continuidade, o autor lembra a importância do sentido de pertencimento e da família enquanto matriz do amadurecimento psicossocial de seus membros, e fala da manutenção de um padrão transacional baseado num conjunto invisível de exigências funcionais que definem uma estrutura familiar. Essa estrutura, segundo o texto, oferece resistência às mudanças e mantém os padrões preferidos, mas deve ser capaz de adaptações à medida que for necessário, mantendo a existência continuada da mesma. 
Seguindo o raciocínio, é comentado sobre a sustentação de subsistemas dentro dessa estrutura, que podem ser formados segundo a geração, sexo, interesse ou função, onde o indivíduo pode ingressar em diferentes relações complementares. Assim, a organização de subsistemas de uma família fornece treinamento essencial no processo de manutenção do “eu sou” diferenciado, ao tempo em que possibilita o exercício de habilidade interpessoais em diferentes níveis. 
O autor nos apresenta o conceito de fronteiras como sendo as regras que definem quem participa e como participa de um subsistema. Elas podem ser nítida, difusa, rígida, coalisão, associação, superenvolvimento, conflito e desvio. Além do mais, a função das fronteiras é de proteger a diferenciação do sistema, sendo que cada subsistema tem funções especificas e faz exigências especificas a seus membros. Em função disso, é ressaltado que a sua nitidez dentro de uma família é um instrumento útil para avaliar o funcionamento do sistema. Tal observação quanto a nitidez das fronteiras dos subsistemas faz-se necessário na medida em que tenta-se evitar problemas em decorrência de extremos que, no casso das fronteiras, são chamados de emaranhamento e desligamento, e podem indicar áreas de possível patologia na estrutura do subsistema. Nestas situações, as intervenções de um terapeuta para reconstruir as fronteiras podem se fazer necessárias.
No que tange o subsistema conjugal, o autor reforça que é preciso que seja estabelecido uma fronteira que o proteja da interferência das exigências e necessidades de outros sistemas, notadamente quando a família tem filhos. Caso contrário, se a fronteira em torno dos esposos é inadequadamente rígida, o sistema pode ser estressado por seu isolamento, ou, caso seja frouxa, pode possibilitar que filhos e parentes afins se intrometam no funcionamento do subsistema deles. Nesse sentido, é chamado a atenção para os impactos que o subsistema parental, um novo nível de formação familiar, pode gerar no subsistema conjugal, notadamente quando no processo de socialização a criança e exposta a um ambiente extra familiar estressante.
Nesta questão aparece a dificuldade no processo de educar, visto que é conflituoso, pois de um lado está inerente a função de proteger e gerir sem deixar de controlar e reprimir; por outro lado os filhos não podem crescer e se tornarem individualizados sem rejeitar e atacar. O processo parental difere conforme a idade dos filhos. Quando pequenos necessitam de nutrição, mais tarde busca-se controlar e orientar, e na adolescência aparecem os conflitos pois as exigências dos pais vão chocar com a necessidade de autonomia dos filhos apropriada à idade. Desse modo, a família passa a sofre constantes pressões externas e internas e isto requer constante transformação nas relações e posições de seus membros dentro do sistema, para que este mantenha continuidade. O autor salienta que, uma forma de lidar com algumas dessas questões no subsistema paternal está relacionado ao apoio à responsabilidade e obrigação dos pais de determinar regras familiares para assegurar o direito a obrigação do filho em crescer e desenvolver autonomia.
No que concerne ao subsistema fraternal, Minuchin ratifica que este é o primeiro laboratório social, no qual as crianças têm a oportunidade de experimentar relações com iguais, apoiando, isolando, escolhendo um bode-expiatório e aprendendo umas com as outras. Nesse contexto, se a família da criança tem modos muito idiossincrásicos, as barreiras entre àquela e o mundo extrafamiliar podem se tornar inadequadamente rígido, gerando como consequência a dificuldade de a criança ingressar em outros sistemas sociais.
	Por fim, o autor frisa que a família está submetida à pressão interna, decorrentes de mudanças evolutivas nos seus próprios membros e subsistemas, e à pressão externa, proveniente das exigências para se acomodar às instituições sociais significativas, que têm um impacto sobre os membros familiares. No entanto, as acomodações a novas situações geram estresses inerentes a este processo de mudanças e continuidade. Assim, se a família responde com rigidez a todos esses estresses, ocorrerão padrões disfuncionais dentro do sistema familiar.
REFERÊNCIA:
MINUCHIN, Salvador. Um Modelo Familiar. In:______. Famílias: Funcionamento e Tratamento. Trad. J.A. Cunha. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 1982. cap 3, p. 52-69.

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