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FÁRMACOS ANTIARRITMICOS Arritmia cardíaca – Qualquer mudança na sequência normal de impulsos elétricos causando ritmos de batimentos cardíacos anormais. Podem fazer com que o coração bombeie sangue de maneira menos eficiente. Drogas antiarrítmicas são úteis na prevenção ou reversão de alterações no ritmo cardíaco. Principais causas das arritmias cardíacas: Distúrbios eletrolíticos, Isquemia aguda, cardiomiopatias, Hipóxia, fármacos, Hipertireoidismo, Alcalose / acidose metabólica. Classifição de Singh-Vaughan Willians: Antiarrítmicos não são exatamente específicos; Metabólitos ativos podem exercer atividade em outras classes; Alguns antiarrítmicos não são classificados: Adenosina/digoxina/MgSO4; - Na fase 2 A célula está despolarizada, refratária ao estímulo. Então, o estímulo elétrico vem despolarizando as fibras cardíacas. A fase 2 corresponde ao período refratário absoluto, a célula está insensível a novos estímulos, pois todos o s canais de Naestão inativos. A metade da fase 3 corresponde ao período refratário relativo, pois já há canais de Na livres. - Os canais de Na são sensíveis a voltagem, então a partir do momento em que há repolarização eles vão se recuperando. Os canais de Ca não são voltagem dependentes, mas sim tempo dependentes. - Isso explica o fato da despolarização ser rápida, pois ocorre através de canais de Na, e o platô mais demorado, pois são canais lentos de Ca que estão atuando. - O estado dos canais de sódio (abertos na fase 0, inativos na fase 2 e em repouso na fase 4) é importante, pois algumas drogas, principalmente os bloqueadores de canais de sódio, só atuam em canais abertos ou inativos, não atuam em canais em repouso. - Uma das formas de tratar a arritmia é prolongar o potencial de ação, assim outros estímulos anormais não vão se propagar pelo coração. - A despolarização de células miocárdicas é dependente de sódio; já a despolarização de células marca-passo é dependente de cálcio. - Normalmente o NSA comanda o coração porque sua despolarização é mais rápida. - O potencial de ação atrial é menor que o ventricular, assim no átrio os canais de Na ficam abertos / inativos muito menos tempo que em repouso. Lidocaína é um antiarrítmico ventricular, tem mínimo efeito atrial . Isso ocorre po rque ela só atua em canais de Na abertos e inativos, e se na maior parte do tempo no átrio esses canais estão em repouso ela não tem efeito. Assim, Lidocaína não funciona em nenhuma arritmia atrial. Existem 3 mecanismos que geram arritmia cardíaca: Automaticidade alterada, Reentrada e Atividade deflagrada ou disparo. Automaticidade alterada: há inclinações diferentes na atividade elétrica, aumenta a taxa de despolarização ou não. Quem pode fazer isso são os sistemas nervosos simpático, parassimpático, nervo vago. Reentrada: normalmente o estímulo vem do nodo sinoatrial e se dispersa pelo coração para haver contração. A partir do momento que há um bloqueio unidirecional o estímulo só se propaga pelo outro lado, e a via bloqueada é uma via de condução lenta. Dessa forma, quando o estímulo consegue chegar ao local a célula já está no período refratário relativo (já há canais de Na livres) ou recuperada, pronta para fazer uma nova despolarização. Assim, forma-se um ciclo arrítmico. Para suprimir uma arritmia dessas pode-se prolongar o potencial de ação, pois assim quando o estímulo chegar a célula estará em período refratário absoluto, então o estímulo não se propaga. Agentes antiarrítmicos classe I: Bloqueadores dos canais de Na - Diminuem a automacidade das cel do nó AS ao: deslocar o limiar p/ potenciais mais positivos e diminuir a inclinação da despolarização da fase 4. - Em consequência do bloqueio dos canais de Na, há um menor nº de canais disponíveis p/ abertura em resp a despolarização da memb, elevando assim o limiar p/ o disparo do pot de ação e lentificando a taxa de despolarização. - Ambos os efeitos estendem a duração da fase IV e diminuem a frequência cardíaca. - Além de diminuir a automacidade do nó AS, os bloqueadores dos canais de Na atuam sobre os miocitos ventriculares, diminuindo a reentrada. - os bloqueadores dos canais de Na diminuem a probabilidade de reentrada e evitam a ocorrência de arritmias por: diminuir a velocidade de condução e aumentar o período refratário dos miocitos ventriculares. Antiarrítmicos classe IA - se ligam preferencialmente aos canais de Na abertos - exercem bloqueio moderado sobre os canais de Na e prolongam a repolarização tanto das cel do no AS quanto dos miocitos ventriculares. - através dos bloqueios do canais de Na, esses agentes diminuem a veloc de ascensão da fase 0, o que diminui a veloc de condução através do miocárdio. - também bloqueiam os canais de K e reduzem a corrente de K p/ fora da cel, responsável pela repolarizacao da memb. Esse prolongamento da repolarizaçao aumenta o período refratário efetivo das cel. - Diminuem a taxa de despolarização; - aumentam a duração do pot de ação; - aumentam o período refratário efetivo; - diminuem a condução AV; - diminuem a contratilidade; QUINIDINA - substituída por agentes da classe 3 (amiodarona) para a conversão farmacológica do flutter atrial ou da fibrilação atrial em ritmo sinual normal. Mec de ação - Bloqueia a liberação de transmissores do nervo vago e exerce efeito anticolinérgico (vagolítico)pode aumentar a veloc de condução no nó AV. - efeito dependente de K+ - prolonga PR, QRS e QT Indicação - Restauração do ritmo sinusal no flutter atrial e fibrilação atrial após digitálicos - Após conversão elétrica de arritmias atriais - Taquicardia ventricular - Complexos prematuros de origem atrial, AV ou ventricular - Desfibrilação elétrica - Taquicardia repetitiva associada a Síndrome de Wolff-Parkinson-White Efeitos adv - GI: Diarréia, naúseas, cefaléia, tontura - Vasodilatação e depressão do miocárdio - Hipersensibilidade: febre, rash cutâneo, trombocitopenia, agranulocitose - Pró-arritmias: bloqueio AV e intraventricular, taquicardia ventricular (Síncope da Quinidina), Torsades de Pointes - perda audição, distúrbios visuais, confusão, delírio, psicose Precauções - Idosos - ↑QRS (>50%) - ↑QT (>500 ms) Contraindicação - Administração parenteral - Bloqueio AV - indivíduos com prolongamento de QT e aqueles que fazem uso de medicação que predispõe o prolongamento de QT. - hiperpotassemia - trombocitopenia - síndrome do no AS - bloqueio de ramo - miastenia grave - insuf hepática Farmacocinética - adm oral - metab por enz do citocromo P450 no fígado. - Eliminação renal (10 – 50 % inalterada) - Faixa terapêutica = 2 – 4 μg/ml •Biodisponibilidade = 80 % - t1/2 =7-9h Antiarrítmicos classe IB - Alteram o pot de ação ventricular ao bloquear os canais de Na e ao encurtar a repolarização. Esse efeito pode ser mediado pela capacidade dos fármacos de bloquear os poucos canais de Na de inativação tardia durante a fase 2 do pot de ação cardíaco. - ligam-se aos canais de Na tanto abertos quanto inativos. - principal característica diferencial dos agentes antiarrítmicos IB é a sua dissociação rapida dos canais de Na. - exercem pouco efeito sobre o tec cardíaco normal. - como os miocitos cardíacos isquêmicos tem tendência a disparar com mais frequência, os canais de Na permanecem mais tempo no estado aberto ou inativado, atuando como melhor alvo p/ bloqueio pelos antiarrítmicos da classe IB. - diminui taxa max de despolarização; - diminui duração do pot de ação; - aumenta período refratárioefetivo - condução AV - contratilidade LIDOCAÍNA Mec de ação - tem ação direta nos tecidos cardíacos, particularmente na rede de Purkinje. Deprime levemente a fase 0 da despolarização e pode encurtar a duração do potencial de ação. - Age preferencialmente em tecido isquêmico. - Não altera PR, QRS ou QT Indicações - tratamento das arritmias ventriculares em situações de emergência - Taquicardia ventricular (cirurgia cardíaca, anestesia geral, IAM) - Intoxicação digitálica Efeitos adv - Sonolência, tontura - Parestesia - confusão mental - contraturas musculares - Convulsão - depressão respiratória - Bradicardia - hipotensão - Febre, rash cutâneo, choque anafilático Contraindicação - Idosos - Insuficiência hepática ou renal grave - Hipersensibilidade - Bloqueio AV severo - Profilaticamente ou em caso de bradicardia associadas a taquiarritmia ventricular (atropina ou marcapasso) Farmacocinética - metab desetilada no fígado - Eliminação renal (10 % inalterada) - t1/2 =1-2h Antiarrítmicos classe IC - são os mais potentes bloqueadores dos canais de Na e exercem pouco ou nenhum efeito sobre a duração do pot de ação. - suprimem as contrações ventriculares prematuras. - diminui taxa max de despolarização; - duração do potencias de ação; - período refratário efetivo - diminui condução AV; - diminui contratilidade; - impedem a taquicardia supraventricular paroxística e a fibrilação atrial. PROPAFENONA Mec de ação - elevada afinidade pelos canais rápidos de sódio que bloqueiam, diminuindo assim a queda dos potenciais de ação das fibras auriculares, ventriculares e de Purkinje nas quais retardam a condução. - Bloqueio canal de K+ e receptor β adrenérgico - Efeito inibitório sobre condução fibra de His-Purkinje, com alargamento de PR e QRS deixando inalterada miocárdio vizinho Indicação - Taquicardia ventricular e supraventricular (Síndrome Wolf-Parkinson-White e fibrilação atrial) com risco de vida na ausência de cardiopatia estrutural - Arritmias ventriculares Efeitos adv - Tontura, delírio, gosto metálico - Náuseas e vômitos - Bradicardia sinusal, broncoespasmo (derivado de bloqueio de receptor β) - Aumento da frequência/intensidade de TV reentrante - Agravamento da arritmia ventricular em pacientes com flutter atrial Contraindicação - TV ou TSV sem risco de vida - ICC grave ou não controlada, choque cardiogênico - Transtorno de condução SA, AV e intraventricular - Síndrome de doença sinusal - Bradicardia grave, hipotensão, DPOC - Insuficiência renal e hepática Farmacocinética - Metabolismo hepático(CYP2D6) - t1/2 =2-10h - Eliminação renal (18 – 38 % inalterada) Agentes antiarrítmicos classe II: Beta-Bloqueadores: ATENOLOL - atuam através da inibição do influxo simpático p/ as regiões de regulação do ritmo cardíaco. - bloqueiam a estimulação simpática dos beta1-adrenergicos nos nós AS e AV. - afetam os potenciais de ação dos nós AS e AV através da: diminuição da frequência de despolarização da fase 4 e prolongam a repolarizão. - A diminuição da frequência da despolarização da fase 4 resulta em automaticidade diminuída, o que reduz a demanda de O2 do miocárdio. A repolarizacao prolongada do nó AV aumenta o período refratário efetivo diminuindo a infidencia de reentrada. - utilizado no tratamento das arritmias supraventriculares e ventriculares precipitadas por estimulação simpática. - diminui taxa de despolarização; - aumenta período refratário efetivo; - diminui condução AV; - diminui contratilidade; Indicação - Taquicardias sinusais por ansiedade, feocromocitoma ou tireotoxicose - Controle da frequência ventricular em taquiarritmias atriais - Arritmias ventriculares induzidas pelo exercício Síndrome congênita de QT longo Efeitos adv - Inotropismo e cronotropismo negativo - bradicardia sinusal, bloqueio AV - Broncoespasmo - Fadiga, depressão, sonolência, alucinações - Pode precipitar angina, IAM, hipertensão (retirada gradual x supra- regulação) Contraindicação - ICC - asma - Bradicardia sinusal severa, bloqueio AV - Diabetes, hipoglicemia, insuficiência renal ou hepática Farmacocinética - Metabolismo hepático - Eliminação renal - t1/2 = 3 - 5 h Agentes antiarrítmicos classe III: Bloqueadores de canais de potássio - bloqueiam os canais de K. - quando ocorre bloqueio dos canais de K uma corrente de K hiperpolarizante menor é gerada. Os bloqueadores dos canais de K produzem uma fase de platô mais longa e prolongam a repolarização. - O prolongamento da duração do platô aumenta o período refratário efetivo, que diminui a incidência de reentrada. AMIODARONA Mec de ação - aumenta período refratário efetivo através do bloqueio dos canais de K responsáveis pela repolaricação, esse prolongamento da duração do potencial de ação diminui a reentrada. - classe I: bloqueia os canais de Na e diminui a frequência de disparo nas cel marcapasso - classe IV: pode causar bloqueio no nó AV e bradicardia. - Bloqueio de canais de Na+, Ca2+ e de receptor β adrenérgico (NC). Prolonga PR e QT - impedem a saída de K, aumentando o K intracel, que elevará o aumento do intervalo QT, que prolonga o pot de ação no ventrículo (prolongando a fase 3, repolarizaçao) e aumentam a refratariedade pelo aumento do pot de ação, que diminuirá o automatismo. Indicação - Tratamento de arritmias - Tratamento e profilaxia de fibrilação ventricular recorrente em pacientes refratários (IV) - Taquicardia ventricular hemodinamicamente instável em pacientes refratários (IV) - Arritmias ventriculares com risco de vida em pacientes refratários - Manutenção de ritmo sinusal em pacientes com fibrilação atrial paroxística ou persistente - Taquicardia ectópica juncional pós-operatória - Prevenção de taquiarritmias atriais e reentrada nodal AV Efeitos adv - Hepatite - exacerbação da arritmia - piora ICC - disfunção tireoidiana - fibrose pulmonar - Sintomas neurológicos: tremores, distúrbios do sono, ataxia, abalos, neuropatia - Fotossensibilização (cor azul-acinzentada) Contraindicação - Síndrome da doença sinusal - choque cardiogênico - bloqueio cardíaco de 2º ou 3º grau - disfunção grave do nó AS com bradicardia sinusal Farmacocinética - Metabolismo hepático (CYP3A4 - metabólito ativo) - Eliminação biliar - t1/2 = 2 – 10 dias Agentes antiarrítmicos classe IV: Bloqueadores dos canais de cálcio Verapamil, Nifedipina - atuam preferencialmente nos tec nodais AS e AV, visto que esses tec marcapasso dependem das correntes de Ca para a fase de despolarização do potencial de ação. - exercem pouco efeito sobre os tec dependentes dos canais de Na rápidos, como as fibras de Purkinje e o musc atrial e ventricular. - lentificam a ascensão do pot de ação nas cel do nó AV, resultando em diminuição da veloc de condução através do nó AV. Mec de ação - Diminui automatismo, por diminuir a abertura do canal de cálcio no nodo S.A. - Por impedir a entrada de Ca no nodo AV, diminui veloc de condução no nodo AV, tendo aumento do intervalo PR, aumentando a refratariedade Indicação - Mais eficazes em arritmiais atriais do que ventriculares - Taquicardia supraventricular reentrante - Redução da frequência ventricular nas taquiarritmiais atriais - Taquicardia ventricular esquerda idiopática Efeitos adv - Cefaléia, constipação (Verapamil) - Hipotensão - bloqueio AV - edema - redução do inotropismo Contraindicação - Disfunção ventricular esquerda - Hipotensão - Falência cardíaca - Bloqueio AV severo Farmacocinética - t1/2 = 2,8 – 7,4 h - Metabolismo hepático (metabólito ativo) - Eliminação renal (30 % inalterado) Classe V: Outros antiarrítmicos Adenosina Mec de ação - através da estimulaçãoda classe P1 de recep purinérgicos, a adenosina abre um canal de K acoplado a prot G, e inibe a condução nodal AS, atrial e nodal AV. - também inibe a potencialização da ativ dos canais de Ca pelo AMPc e suprime os potenciais de ação dependentes de Ca. - Aumento do período refratário do nodo AV - Inibição da condução nodo AV Indicação - conversão da taquicardia supraventricular paroxística de complexo estreito em ritmo sinusal normal. -Taquicardia supraventricular: taquicardia reentrante nodal AV - taquicardias AV Farmacocinética - meia vida plasmática menos de 10 seg - Metabolismo pelas hemácias - Eliminação renal (metabólitos inativos) - Administração em bolus Efeitos adv - cefaleia - rubor - dor torácica - inibição excessiva do no AV ou do nó AS - broncoconstrição em paciente com asma - arritmia transitória no inicio na adm Contraindicação - Bloqueio AV - Asmáticos Magnésio Mec ação - Influência na Na/K ATPase, canais de Na, K e Ca Indicação - Arritmias provocadas por digitálicos em pacientes com hipomagnesemia - Torsades de Pointes em pacientes com hipomagnesemia ou mesmo com normomagnesemia Farmacocinética - 1grama EV em 20 minutos
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