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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Av. Antônio Carlos, nº6627, Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, CEP 31.270-010 Fone: (31) 3409-5225 / http://www.eci.ufmg.br/ Curso de Graduação em Museologia Disciplina: Fundamentos da Museologia Fundamentos da Ciência da Informação Docente: Letícia Julião Cristina de Freitas Rocha Discentes: Bruno Ribeiro Diniz de Rezende Alves Fabio Darlan Antunes da Fonseca Layla Merli Antonio Costa Coimbra TRABALHO INTERDISCIPLINAR OBSERVATÓRIO DE MUSEUS UFMG - Belo Horizonte 2017 O Museu Histórico Abílio Barreto e sua Estruturação nos Parâmetros da Museologia Bruno Ribeiro Diniz de Rezende Alves; Fábio Darlan Antunes Fonseca; Layla Merli Antônio Costa Coimbra. -UFMG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FUNDAMENTOS DA MUSEOLOGIA - Letícia Julião - FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - Eliane Cristina de Freitas Rocha- Resumo: Este artigo tem como foco de pesquisa e análise o Museu Histórico Abílio Barreto da Cidade de Belo Horizonte. O decorrimento deste artigo se dará através de informações cedidas pelas mídias digitais pertencentes ao Museu e de entrevistas realizadas com a Coordenadoria do Museu e a Coordenadora de Ações Educativas. Espera-se com esta pesquisa explanar certas áreas específicas, discussões e debates de temas abordados nas Disciplinas de Fundamentos da Museologia e Fundamentos da Ciência da Informação. Palavras-chave: Artigo Científico. Museu. Histórico. Abílio Barreto. Análise. Pesquisa. Estudo de Caso. Museologia. Ciência da Informação Introdução A partir dos estudos desenvolvidos em conjunto nas disciplinas de Fundamentos da Museologia e Fundamentos da Ciência da Informação, levantaremos a questão da relação do museu e a incorporação do seu trabalho cotidiano nas pressupostas teorias e metodologias abordadas pela Museologia. INÍCIO Dos anos 30 aos 40 a cidade de Belo Horizonte viu crescer um projeto de recuperação de sua memória. Empreendido por um funcionário público dedicado, o projeto de se criar um museu que contasse a história da cidade de Belo Horizonte cresceu, de certa forma, atrelado à figura de Abílio Barreto, amigo pessoal de Juscelino Kubitscheck. Capaz de convencer o então prefeito de Belo Horizonte, Abílio tornou sua a tarefa de empreender e criar o que já estava esboçado: o Museu Histórico da Cidade. Desde sua fundação em 1941, por ato do prefeito municipal, o museu sempre buscou suprimir lacunas, lançar indagações sobre o passado e levantar subsídios para o futuro, cuidando para que não se perdesse a memória sobre a criação da capital e a evolução da cidade em seus primeiros anos, suas personagens, seus costumes, sua política, sua transformação em cidade grande, em metrópole. Nos últimos 10 anos, com a administração democrático-popular na Prefeitura de Belo Horizonte, o Museu passou por um processo de revitalização e fomento, que incluiu a restauração completa do velho casarão da Fazenda do Leitão, única edificação remanescente do Curral Del Rei e diversas exposições, palestras, debates publicações, intervenções, visitado por milhares de estudantes, cidadãos, e moradores antigos em busca de uma visão do passado bucólico de uma quase extinta “Cidade Jardim”. Agora sob o nome de Museu Histórico Abílio Barreto, essa instituição tem como missão, resgatar e arquivar os registros de um tempo anterior à própria construção da nova capital, sendo este também o maior desafio da instituição. Desta forma, ao longo de sua historia a Instituição consolidou seu papel de referência na cidade, consciente de que os nascidos em Belo Horizonte anseiam em conhecer suas origens. Como dois parentes de uma mesma família, convivendo no mesmo espaço, mas separados pelo tempo, cada um trazendo os traços de sua geração, O Museu Histórico Abílio Barreto, ou MHAB, resgatou a história de uma cidade que ainda era bastante jovem (tinha por volta de 40 anos quando o museu fora criado) e manteve viva a memória, que agora pode ser sentida e revisitada graças ao empenho de várias gerações de dirigentes e funcionários que passaram pelo museu. A própria sede é testemunha da O origem da cidade, a casa da Fazenda do Leitão é o único exemplar de uma época apagada no tempo. Mas sempre de olho no futuro, o anexo, moderno, robusto em ferramentas para a salvaguarda de seu acervo e para comportar suas reservas técnicas, foi construído recentemente, exemplificando a identidade da cidade de Belo Horizonte, onde suas transformações entram em contraste com seus casarões, inovação e tradição lado a lado. CERVO A política de recolhimento de acervo implantada por Abílio Barreto praticamente sustentou os mais de 60 anos da instituição. Mantendo-se durante os seus primeiros 50 anos, abrigada no interior da casa velha de fazenda. A instituição viu a consolidação do seu papel de referência na cidade, não obstante a deterioração física de boa parte do acervo originalmente reunido. Acompanhou ainda que de longe, movimentos conceituais que se abateram museus sobre a história a historiografia, a memória, o papel dos museus e o patrimônio histórico e artístico no Brasil. Apesar dos poucos recursos despendidos com a cultura pelos sucessivos governos municipais nos anos da ditadura e mesmo nos primeiros anos da redemocratização, os diferentes diretores se empenharam em manter vivo o museu, cuidando para que não se perdesse uma memória sobre a construção da capital e a evolução da cidade em seus primeiros anos. O Museu Histórico Abílio Barreto tem por função promover o recolhimento, a preservação, a pesquisa e a divulgação do acervo histórico relativo à cidade de Belo Horizonte; sua finalidade é tornar público o acesso aos bens culturais preservados, fomentando, dessa maneira, a participação dos cidadãos na construção da memória e do conhecimento sobre a cidade. Contribui, assim, para a formação de uma consciência crítica sobre a relação passado-presente e para o exercício da cidadania. Com o objetivo de imprimir uma abordagem museológica mais dinâmica, abrangente e sintonizada com as demandas culturais contemporâneas, o MHAB iniciou, a partir de 1993, um amplo processo de revitalização institucional, direcionando suas ações para a pesquisa, informação, educação e lazer. O programa previa dotá-lo de infraestrutura imprescindível a seu funcionamento: quadro de pessoal especializado e interdisciplinar devido à variedade de seu acervo; processamento técnico e preservação do acervo; calendário de exposições; serviço de ação educativa e cultural e, finalmente, um plano de gerenciamento do seu espaço físico, prevendo a restauração da antiga sede e a construção de uma nova, capaz de atender às necessidades funcionais do Museu. A O redimensionamento dos espaços do Museu foi fundamental no processo de sua transformação em centro de convergência e irradiação da história e da cultura de Belo Horizonte, possibilitando uma gestão sustentada em ações que garantem a um só tempo, a preservação, a investigação e a comunicação. Possui um acervo operacional, remetendo ao conceito de Território Museu ou Cidade Museal, que consiste em espaços de memória fora dos limites do museu, geralmente entendido como um patrimônio tombado ou um marco/monumento histórico, onde o corpo de funcionários é multidisciplinar e com formações diversas, perpassando várias áreas de conhecimento, desde o museólogo e o artista visual, bemcomo o historiador, o conservador e os bibliotecários, até mesmo o geólogo, o arquiteto o engenheiro e o educador. Suas reservas técnicas contam com objetos muitas vezes de caráter singular em sua tipologia, obras raras ou únicas, existentes somente nas dependências da instituição, tais como: Coleções de Livros pertencentes a Abílio Barreto dos mais variados temas, objetos tridimensionais, acervo textual, fotográfico, bibliográfico, jornalístico e cartográfico. STRUTURAÇÃO O Museu Histórico Abílio Barreto é dividido em seis setores, cada um com autonomia no seu módulo, mas todos eles respondendo ao Conselho do museu: 1. Administrativo, 2. Educativo, 3. Conservação e Restauração, 4. Pesquisa, 5. Biblioteca, 6. Gestão de Processamento Técnico de Acervo. 1. ADMINISTRATIVO Dentre as suas atribuições está o de Recursos Humanos e Administração do Financeiro da Instituição, vale ressaltar que a folha de pagamento não entra em sua funcionalidade, o pagamento de funcionários e serviços fica a encargo da Fundação de Amigos do Museu Histórico Abílio Barreto. O setor administrativo fica somente responsável pela distribuição e remanejamento de verba. E 2. EDUCATIVO Com o intuito de atender e servir de forma plural o público com características diversificadas, conta com quatro Linhas de Mediação, sendo elas: Comissão Construtora, Museu da Cidade, Cidade Viva, O Museu e a Cidade sem Fim. O visitante tem a possibilidade de escolher a forma como irá interagir com o circuito expositivo do museu, criando assim, uma experiência única com o acervo. 3. CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO Setor responsável pela manutenção, limpeza, acondicionamento do acervo, tanto das três reservas técnicas, bem como dos objetos expostos ou pertencentes às exposições itinerantes de media ou curta duração que perpassam os domínios da instituição. 4. PESQUISA Com o intuito de fomentar e movimentar a produção de artigos, atualizar as informações do seu acervo e criar pré-projetos para futuras exposições. Tem a responsabilidade também de alimentar os meios midiáticos, dos quais se utiliza para divulgar e notificar a comunidade de suas atividades e eventos sazonais. 5. BIBLIOTECA Conta com um montante substancial de obras raras, folhetins, revistas, jornais livros e periódicos advindos desde a sua fundação, armazenados e disponíveis para consulta mediante a um requerimento prévio, sua biblioteca é referência e fonte de pesquisa para temas diversos, seja para o público acadêmico ou apenas curiosos sobre a história da capital mineira. 6. GESTÃO DE PROCESSAMENTO TÉCNICO DE ACERVO Tem como prioridade a salvaguarda do seu acervo, de modo a fazer com que a tríade: pesquisa, comunicação e preservação sejam realizadas. Muitas são as ações desenvolvidas pelo corpo técnico responsável por esse setor. Dentre elas, suas funções no que tangem a gestão e ao controle do acervo, tem como objetivo: interpretar, organizar, documentar, recuperar e disponibilizar materiais para os outros setores da instituição. Essas etapas são fundamentais para o tratamento da informação dos objetos musealizados e das práticas administrativas. COMUNIDADE E O MUSEU O casarão, sede da antiga Fazenda do Leitão, destaca-se no Museu Histórico Abílio Barreto como um elo entre o Arraial do Curral Del Rey e a Cidade de Belo Horizonte. Partindo desse grande objeto, a comunidade ao visitar as instalações do museu é convidada a conhecer e refletir sobre a história da construção da nova capital de Minas Gerais, o impacto social no território e sobre como a cidade se configura. Nesta vertente de visita, propõem-se questionamentos em suas visitas guiadas sobre a prática museal: O que é o ato de musealizar um objeto? Como opera um museu histórico? Um museu pode falar somente de suas coleções? Um museu consegue falar da vida? Buscando assim, exercitar e incentivar leituras acerca da vida na cidade, partindo do acervo e da prática museal. Trabalhando também temas diversos que dizem respeito à vida na cidade: questões trazidas pelos grupos sociais diversos que a habitam, sempre em diálogo com o acervo aqui constituído. Proporcionando espaço para temas como Direitos do Cidadão, formas de ocupação e intervenção urbana, mobilidade, entre outros. PLICANDO A TEORIA MATEMÁTICA A teoria matemática da comunicação baseia-se em disseminar o máximo de informações possíveis aos seus destinatários (visitantes do museu), baseada em princípios matemáticos e estatísticos, utilizando-se de cálculos para estabelecer condições favoráveis para a transmissão e transferência de uma mensagem. Tentamos relacionar a transmissão de informação com os elementos do museu e suas funcionalidades. O processo de recebimento de informação no museu pode ocorrer de duas formas: no processo de pesquisa (conhecimento comunicado, pesquisa de determinado assunto) e informação-coisa (objetos, dados e documentos repassam a informação de modo concreto). De acordo com esses parâmetros, evidenciamos que o MHAB busca na medida de suas limitações, do seu setor educativo e de seus meios midiáticos, transmitir para o público em geral de modo interativo informações claras e concisas sem perder o foco original de sua instituição, utilizando-se também no setor educativo de jogos, brincadeiras e roteiros personalizados previamente estabelecidos, direcionando o entendimento da exposição, fazendo com que o receptor tenha uma maior assimilação das informações transmitidas. A A ONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante ao tema proposto e aqui exposto e explanado por nós, chegamos ao consenso de que o Museu Histórico Abílio Barreto proporciona um diálogo sobre relações entre o público e o privado, suas inúmeras formas de ocupar a cidade, sejam de forma política, artística ou como meio de lazer e entretenimento, sempre em conjunto com um público transformador e de voz ativa. Como casa museal e de geradora de conhecimento, tem suas funções bem estruturadas e delegadas ao seu mais de 30 funcionários, todos muito bem capacitados e preparados para lidar com o rico acervo salvaguardado pela instituição. EFERÊNCIAS PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Fundação Municipal de Cultura. Museu Histórico Abílio Barreto. Belo Horizonte, s/ data. Folder institucional elaborado para o MHAB Amigos do MHAB. Disponível em: < http://www.amigosdomhab.com.br/aamhab_1.html > Acessado em: 01/06/2017 Educativo MAHB para todos. Mediações 2017. PDF - Fornecido pelo Setor Educativo do Museu Histórico Abílio Barreto. Entrevista realizada em loco com: Letícia Schirm, pesquisadora e Historiadora do MHAB. C R
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