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TORTURA 
Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 
TORTURA 
• Convenção contra Tortura e Outros tratamentos 
ou penas cruéis, desumanas e degradantes: 
Decreto 40, de 15 de fevereiro de 1991. 
• Convenção Interamericana para prevenir a tortura: 
Decreto 98.386, de 9 de novembro de 1989. 
 
TORTURA COMO CRIME PRÓPRIO PRATICADO 
PELO AGENTE PÚBLICO 
TORTURA 
Convenção contra Tortura e Outros tratamentos ou penas 
cruéis, desumanas e degradantes 
Decreto 40, de 15 de fevereiro de 1991, que aprovou o Decreto Legislativo nº 
4, de 23 de maio de 1989. 
 
Art. 1º 
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer 
ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira 
pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma 
terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar 
ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado 
em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos 
são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício 
de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu 
consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores 
ou sofrimentos que sejam conseqüência unicamente de sanções legítimas, 
ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. 
TORTURA 
Convenção Interamericana para prevenir e 
punir a tortura 
 Decreto 98.386, de 9 de novembro de 1989, que aprovou o Decreto 
Legislativo nº 5, de 31 de maio de 1989. 
 
Artigo 3 
Serão responsáveis pelo delito de tortura: 
a) Os empregados ou funcionários públicos que, atuando 
nesse caráter, ordenem sua execução ou instiguem ou 
induzam a ela, cometam-no diretamente ou, podendo impedi-
lo, não o façam. 
b) As pessoas que, por instigação dos funcionários ou 
empregados públicos a que se refere a alínea a, ordenem 
sua execução, instiguem ou induzam a ela, cometam-no 
diretamente ou nele sejam cúmplices. 
Tratamento Constitucional 
Art. 5º, inciso III, CRFB: “ninguém será submetido a 
tortura nem tratamento desumano degradante” 
 
Art. 5º, inciso XLIII, CRFB: “a lei considerará crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
prática de tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os 
que, podendo evitá-los, se omitirem.” 
Histórico da Tipificação da Tortura 
Art. 61, II, “d”, CP: circunstância agravante; 
 
Art. 121, §2º, III, do CP: Homicídio qualificado 
 
 
Art 121, CP - Matar alguem: 
[...] 
§2º Se o homicídio é cometido: 
[...] 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura 
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum; 
 
Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, 
quando não constituem ou qualificam o crime: 
[...] 
II - ter o agente cometido o crime: 
[...] 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro 
meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo 
comum; 
Histórico da Tipificação da Tortura 
Art. 322, CP: Crime de Violência Arbitrária 
 
Art. 350, CP: Crime de Abuso de Poder 
 
Art. 3º, “i”; art. 4º, “b”, da Lei 4.898/65: Crimes de abuso de 
autoridade 
 
Art. 3º, Lei, 4.898/65. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
[...] 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
 
Art. 322, CP – Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. 
 
Art. 350, CP - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: 
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução 
de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança; 
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo 
oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; 
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não 
autorizado em lei; 
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. 
Art. 233, Lei 8.069/90: “Submeter criança ou adolescente sob sua 
autoridade, guarda ou vigilância a tortura: 
Pena - reclusão de um a cinco anos. 
§1º Se resultar lesão corporal grave: 
Pena - reclusão de dois a oito anos. 
§2º Se resultar lesão corporal gravíssima: 
Pena - reclusão de quatro a doze anos. 
§3º Se resultar morte: 
Pena - reclusão de quinze a trinta anos.” 
 
 
Histórico da Tipificação da Tortura 
- Violação ao princípio da legalidade estrita; tipicidade 
- STF, HC 70389/SP, Rel. Min. Sydney Sanches, Tribunal Pleno, 
23.06.94. 
- Art. 233 do ECA foi revogado pela Lei 9.455/97, art. 4º. 
Aspectos gerais 
• Competência 
– Regra: competência da Justiça Comum Estadual 
 
 JUSTIÇA FEDERAL: 
- Quando o delito for praticado, no exercício das funções, 
por servidor público federal, bem como, por militar das 
forças armadas. 
- STJ já reconheceu a competência da Justiça Federal 
quando o crime, embora praticado por servidor estadual, 
teve como vítima preso provisório recolhido por 
determinação de Juiz Federal. (STJ, CC 40666/RJ, Rel. 
Min. Jorge Scartezzini, 3ª Seção, 10.03.04) 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL 
 
Art. 109, CRFB – Aos juízes federais compete processar e julgar: 
[...] 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento 
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades 
autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
 
 
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa; 
b) Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) Em razão de discriminação racial ou religiosa 
 
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento 
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo 
 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. 
 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
 
 
[...] 
 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem submete pessoa presa 
ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou 
mental por intermédio de prática de ato não previsto em lei 
ou não resultante de medida legal. 
 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando 
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las incorre na pena de 
detenção de um a quatro anos. 
 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, 
a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos; se 
resulta morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos. 
 
Tortura 
Prova Art. 1º, I, “a” 
Crime 
ou Meio 
Art. 1º, I, “b” 
Discriminatória Art. 1, I, “c” 
Pena ou 
Castigo 
Art. 1º, II 
Do 
encarcerado 
Art. 1º, §1º 
Omissiva ou 
Imprópria 
Art. 1º, §2º 
Qualificada Art. 1º, §3º 
TORTURA-PROVA 
OBS.: Tortura confissão / tortura persecutória / tortura 
probatória / tortura institucional / tortura inquisitorial 
Art. 1º. Constitui crime de torturaI – constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) Com o fim de obter informação, declaração ou confissão 
da vítima ou de terceira pessoa; 
Imp.!: especialização do CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
 
Art. 146, CP - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou 
depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de 
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
TORTURA-PROVA 
Classificação: 
- Comum: qualquer pessoa pode cometer 
• Causa de aumento do § 4º, I: agente público; 
 II: contra criança, gestante, 
portador de deficiência, 
adolescente ou maior de 
60 anos; 
 
QUESTÃO 
(CESP/UnB - TJ/AC – Juiz Substituto – 2007) Sendo crime próprio, o crime 
de tortura é caracterizado por seu sujeito ativo, que deve ser funcionário 
público. 
Alternativa errada. 
 
(CESP/UnB – PC/ES – agente de polícia – 2008) O crime de tortura é crime 
comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de 
agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a 
incidência de aumento de pena. 
Alternativa correta. 
 
TORTURA-PROVA 
PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO 
 
Art. 5º, LVI, CRFB – são inadmissíveis, no processo, as provas 
obtidas por meios ilícitos. 
 
 
- formal: o tipo penal consuma-se independente da 
obtenção do resultado. 
* Fernando Capez; Victor Eduardo Rios Gonçalves – crime 
material (provocação do sofrimento físico ou mental) 
 
 OBS.: se o resultado ocorrer (obtenção da 
informação/declaração / confissão) → PROVA OBTIDA 
POR MEIO ILÍCITO (art. 5º, LVI, CRFB) 
 
TORTURA-PROVA 
- Doloso; 
- Comissivo; 
- De dano; 
- Instantâneo; 
- Admite tentativa. 
 
(CESPE/Unb – PC/ES – agente de polícia – 2008) Se um policial civil, 
para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a 
este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal injusto e grave 
dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a 
vítima do constrangimento não confessar a prática do delito, negando 
a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime comum 
do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. 
 
Alternativa errada. 
TORTURA-CRIME 
OBS.: Tortura-meio 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
[...] 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
OBS1.: [...] natureza criminosa 
 
E se for contravenção penal? 
Responderá por mero CONSTRANGIMENTO ILEGAL, art. 
146, CP. 
TORTURA-CRIME 
Vítima da tortura que pratica a conduta criminosa 
 
AUTOR da tortura responderá: 
 
TORTURA-CRIME + CRIME QUE A VÍTIMA FOI 
CONSTRANGIDA A 
PRATICAR 
 
Autor mediato – ART. 22, CP. 
 
Art. 22, CP – Se o fato é cometido sob coação irresistível 
ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente 
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor a 
coação ou da ordem. 
TORTURA-CRIME 
Exemplo: JÚLIO, constrange MARCUS, mediante grave 
ameaça, a matar NELSON, o que efetivamente é realizado 
por MARCUS. 
Nesta hipótese, JÚLIO responderá pela TORTURA-CRIME 
(art. 1º, I, “b”, Lei 9.455/97) contra MARCUS, em concurso 
com o crime de HOMICÍDIO (art. 121, caput, CP), contra 
NELSON, na qualidade de autor mediato. 
MARCUS nada responderá pois agiu sob coação moral 
irresistível, EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE, na 
modalidade de INEXIBILIDADE DO CONDUTA DIVERSA. 
Posicionamento diverso: FERNANDO CAPEZ defende a 
aplicação do princípio da CONSUNÇÃO. 
TORTURA-CRIME 
- Comum; 
- Formal; 
- Doloso; 
- Comissivo; 
- De dano; 
- Instantâneo; 
- Admite tentativa. 
Lembrete: 
Tortura-Prova e Tortura-Crime→ Delitos de INTENÇÃO ou de 
TENDÊNCIA INTERNA TRANSCENDENTE 
Crimes de intenção 
OU 
Tendência interna 
Transcendente 
Delitos de resultado 
cortado 
O agente pretende 
alcançar algo 
(especial fim de 
agir) 
Delitos mutilados de 
dois atos 
O criminoso pratica 
a primeira conduta 
como passo prévio 
de uma segunda. 
TORTURA-DISCRIMINATÓRIA 
OBS.: Tortura racismo / tortura preconceituosa. 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
[...] 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
OBS.: EQUIVOCO DO LEGISLADOR? 
→ Não há descrição, no tipo penal, da conduta sob a qual a 
vítima ficaria constrangida a realizar; 
→ Verbo constranger usado no sentido de humilhar, 
embaraçar? 
TORTURA-DISCRIMINATÓRIA 
MOTIVO DA TORTURA 
RACIAL OU RELIGIOSA 
 
DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, FILOSÓFICA, POLÍTICA, 
IDEOLÓGICA, não configuram a TORTURA 
DISCRIMINATÓRIA. 
 
TORTURA-DISCRIMINATÓRIA 
- Comum; 
- Formal / Material; 
- Doloso; 
- Comissivo; 
- De dano; 
- Instantâneo; 
- Admite tentativa. 
QUESTÃO 
(CESPE/Unb – PC/ES – agente de polícia – 2008) Considerando que 
X, imputável, motivado por discriminação quanto à orientação sexual 
de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e moral, 
mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física 
resultantes de choques elétricos, queimaduras de cigarros, execução 
simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-
á na figura típica do crime de tortura discriminatória. 
Alternativa errada. 
TORTURA-CASTIGO 
OBS.: Tortura-pena/ tortura-punitiva. 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
[...] 
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento 
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo: 
TORTURA-CASTIGO 
• Crime próprio: 
 Sujeito ativo: quem tem a guarda, poder ou 
vigilância; 
 Sujeito passivo: pessoa sobre quem recai a guarda, 
poder ou vigilância. 
 
• Crime material; 
• Crime doloso; 
• Crime de dano; 
• Crime comissivo; 
• Admite tentativa 
TORTURA-CASTIGO 
INTENSO SOFRIMENTO FISICO OU MENTAL? 
 
- Diferente dos outros tipos penais previstos na Lei de 
Tortura, o tipo em comento exige intenso sofrimento físico 
ou mental, não se caracterizando como qualquer 
violência ou ameaça. Assim, há de ser causado um 
sofrimento profundo, atroz, desnecessário e cruel na 
vítima, ainda que não se trate de dor física; 
- Dor profunda na vítima. 
 
- INTENSO SOFRIMENTO → Lesão leve, grave ou 
gravíssima? 
TORTURA-CASTIGO 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) 
anos; se resulta morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 
(dezesseis) anos. 
 
Lesão Grave → Art. 129, § 1º, CP 
Lesão Gravíssima → Art. 129, §2º, CP 
 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
[...] 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incuravel; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos 
TORTURA-CASTIGO 
INTENSO SOFRIMENTO FISICO OU MENTAL? 
 
 
LESÃO LEVE 
INTENSO: ELEMENTO NORMATIVO DO TIVO 
MAUS-TRATOS XTORTURA-CASTIGO 
TORTURA-CASTIGO 
MAUS-TRATOS 
Art. 136, CP - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer 
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho 
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
TORTURA-CASTIGO 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
[...] 
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de 
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma 
de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo: 
TORTURA-CASTIGO 
MAUS-TRATOS 
- Dolo de exposição à perigo; 
 
TORTURA-CASTIGO 
- Dolo de dano; 
 
Lembrete: teoria do dolo (vontade consciente do fim) 
- Elemento intelectivo: 
- Proposição de um fim; 
- Seleção dos meios de ação para realizar o fim; 
- Representação dos efeitos necessários ou possíveis da ação; 
- Elemento volitivo 
- Atos preparatórios; 
- Atos executórios; 
- Exaurimento. 
 
TORTURA DO ENCARCERADO 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
[...] 
§1º Na mesma pena incorre quem submeter pessoa presa 
ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou 
mental por intermédio da prática de ato não previsto em 
lei ou não resultante de medida legal. 
Art. 45, Lei 7.210/84. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem 
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. 
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e 
moral do condenado. 
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. 
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. 
TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA 
Art. 1º. Constitui crime de tortura 
[...] 
§2º Aquele que se omite em face dessas condutas, 
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre 
na pena de detenção de um a quatro anos. 
TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA 
Dever de evitá-las: instituiu figura privilegiada de 
garantidor (art. 12, §3º, CP) 
 
Art. 13, §2º, CP - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia 
e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem 
 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA 
Dever de apurá-las: especialização do crime de 
prevaricação ou condescendência criminosa; 
 
Prevaricação 
Art. 319, CP - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
 
Condescendência criminosa 
Art. 320, CP - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA 
Dever de apurá-las: 
 
 
Art. 66, Dec. Lei 3.688/41. Deixar de comunicar à autoridade competente: 
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, 
desde que a ação penal não dependa de representação; 
II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de 
outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a 
comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal: 
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. 
TORTURA QUALIFICADA 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) 
anos; se resulta morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 
(dezesseis) anos. 
 
 
Remissão: 
- Lesão grave – art. 129, §1º, CP 
- Lesão Gravíssima – art. 129, §2º, CP 
TORTURA QUALIFICADA 
Art. 129, CP. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incuravel; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
TORTURA QUALIFICADA 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, 
a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos; se resulta 
morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos. 
 
 
OBS.: crime preterdoloso → resultado a título de culpa. 
 
OBS2.: Homicídio qualificado pela tortura (art. 121, §2º, III, CP) 
 X 
 Tortura qualificada pela morte (1º, §3º, Lei 9.455/97) 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
§4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: 
I – se o crime é cometido por agente público; 
 
OBS.: conceito de “agente público” será o previsto no art. 5º, Lei 4.898/65 ou 
art. 327, CP. 
 
 
Art. 5º, Lei 4.898/65 – Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce 
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
 OU 
Art. 327, CP – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
§4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: 
I – se o crime é cometido por agente público; 
 
 
OBS2.: CONFLITO APARENTE COM A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE 
(LEI 4.898/65); 
 
Art. 3º, Lei 4.898/65. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
 
 
OBS3.: causa de aumento não incide no §1º (TORTURA DO 
ENCARCERADO) e do §2º (TORTURA IMPRÓPRIA) 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
§4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: 
[...] 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, 
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
 
 
OBS1.: criança <12 anos; adolescente ≥ 12 e <18 anos; 
Art. 2º, Lei 8.069/90 (ECA) – Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa 
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos 
de idade. 
 
§4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: 
[...] 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, 
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
 
OBS2.: maior de 60 anos? Amplamente majoritário que ≥ 60 anos (Lei 
10.741/03) 
 
OBS3.: não incide a agravante genérica do art. 61, II, “h”, do CP. 
Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 
§4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: 
[...] 
III – se o crime é cometido mediante seqüestro; 
 
OBS1.: Não incide o art. 148, CP (seqüestro) 
 
Art. 148, CP - Privar alguém de sua liberdade, medianteseqüestro ou 
cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
 
 
EFEITO AUTOMÁTICO DA CONDENAÇÃO 
§5º A condenação acarretará a perda do cargo, função 
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo 
dobro do prazo da pena aplicada. 
 
OBS1.: Trata-se de efeito automático da condenação, prescindindo-se 
de declaração e motivação expressa na sentença. 
STJ, HC 47846/MG, Rel. Min. Og Fernandes, 6ª Turma, 11.12.09 
 
Remissão: ≠ 92, I, CP 
 
Art. 92, CP - São também efeitos da condenação: 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, 
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a 
Administração Pública; 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos 
nos demais casos. 
TORTURA COMO CRIME EQUIPARADO A 
HEDIONDO 
§6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou 
anistia 
 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese 
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado 
 
Art. 5º, XLIII, CRFB – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem; 
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL 
2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime 
não tenha sido cometido em território nacional, sendo a 
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob 
jurisdição brasileira. 
 
Trata-se de hipótese de EXTRATERRITORIALIDADE 
INCONDICIONADA. 
-Princípio da personalidade passiva ou da defesa; 
-Princípio da Justiça Universal 
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL 
Art. 7º, CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo 
Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes 
condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL 
ABUSO DE AUTORIDADE 
Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965 
 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
 
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade 
administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas 
funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei. 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à 
autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar 
processo-crime contra a autoridade culpada. 
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a 
exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo 
de três, se as houver. 
 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
 NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE 
REPRESENTAÇÃO? 
LEBRETE: 
Ação Penal 
Pública 
Incondicionada 
Condicionada 
REPRESENTAÇÃO 
do ofendido 
Requisição do 
Ministro da Justiça 
Privada 
Personalíssima 
Privada em sentido 
estrito 
Subsidiária da 
Pública 
 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
 NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE 
REPRESENTAÇÃO? 
 ESTARIA A LEI AFIRMANDO QUE OS CRIMES 
DE ABUSO DE AUTORIDADE SERIAM DE 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A 
REPRESENTAÇÃO? 
 TERIA A NATUREZA DE CONDIÇÃO ESPECIAL DA 
AÇÃO? CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE? 
 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
 NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE 
REPRESENTAÇÃO? 
EXERCÍCIO DO DIREITO DE PETIÇÃO 
DELATIO CRIMINIS POSTULATÓRIA 
Art. 5º, XXXIV, “a”, CRFB – são a todos assegurados, independentemente 
de pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em 
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
 
Art. 1º, Lei 5.249/67 – A falta de representação do ofendido, nos casos de 
abusos previstos na Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, não obsta a 
iniciativa ou o curso da ação penal. 
 AÇÃO NOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE 
AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA 
Art. 100, CP - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a 
declara privativa do ofendido. 
 
§1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando 
a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da 
Justiça. 
STJ, HC 59591/RN. Rel. Min. Félix Fischer, 5ª Turma, 15.08.06 
 
“Em se tratando de crime de abuso de autoridade – Lei nº 4.898/65 – eventual falha na 
representação, ou mesmo sua falta, não obsta a instauração da ação penal. Isso nos 
exatos termos do art. 1º da Lei nº 5.249/67, que prevê, expressamente, não existir, 
quanto aos delitos de que trata, qualquer condição de procedibilidade.” 
 AÇÃO NOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE 
(CESP/Unb – TJ/AC – Juiz Substituto – 2007) Com relação ao crime de abuso 
de autoridade, inexiste condição de procedibilidade para a instauração de ação 
penal correspondente. 
Alternativa está correta. 
 
 
(CESP/Unb – PC/ES – Agente da Polícia Civil – 2008) A ação penal por crime 
de abuso de autoridade é pública condicionada à representação do cidadão, 
titular do direito fundamental lesado. 
Alternativa errada. 
 FORMALIDADE DA REPRESENTAÇÃO 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à 
autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar 
processo-crime contra a autoridade culpada. 
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a 
exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo 
de três, se as houver.O NÃO CUMPRIMENTO DE EVENTUAL 
FORMALIDADE NÃO GERA QUALQUER TIPO 
DE NULIDADE OU IRREGULARIDADE 
 SUJEITO PASSIVO DO ABUSO DE AUTORIDADE 
Dupla subjetividade: 
• Sujeito passivo mediato: ESTADO; 
• Sujeito passivo imediato: PESSOA FÍSICA (maior, menor, capaz ou 
incapaz, ncional ou estrangeira) 
 
OBS.: Gilberto Passos de Freitas; Vladimir Passos de Freitas: INCLUEM A 
PESSOA JURÍDICA COMO VÍTIMA (hipóteses de violação ao direito de 
associação ou reunião) 
 SUJEITO ATIVO DO ABUSO DE AUTORIDADE 
 
Art. 5º. Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce 
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
IMP.! Não é imprescindível que a autoridade esteja no desempenho 
das funções, mas basta que atua em razão da função. 
 
• Interpretação restritiva – Não são considerados autoridades: 
- Pessoa que exerça mera atividade de interesse público, pois não 
exerce função pública; 
- Funcionário público aposentado; 
- Quem exerce mero “munus público”, ex.: tutores, curadores, 
advogados dativos, inventariantes judiciais, síndicos falimentares, 
depositário judicial,... 
 SUJEITO ATIVO DO ABUSO DE AUTORIDADE 
 
IMPORTANTE! 
Não basta ser AUTORIDADE! 
O agente tem que capacidade de DETERMINAR, de SUBORDINAR 
ou de FAZER OBEDECER! 
PODER MÍNIMO DE CORREÇÃO 
 
COMPETÊNCIA: 
 
 
REGRA 
JUSTIÇA ESTADUAL COMUM 
COMPETÊNCIA: 
JUSTIÇA FEDERAL COMUM: Sujeito ativo for servidor federal 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
[...] 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse 
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
 
OBS1.: MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS? 
Competência da JUSTIÇA FEDERAL COMUM – abuso de autoridade NÃO É 
CRIME MILITAR. 
SUM. 172, STJ – Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de 
abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. 
 
OBS2.: STF já afirmou a competência da Justiça Federal para o julgamento de abuso 
de autoridade praticados por PMs contra índio (STF, RE 206608/RR, Rel. Min. Néri 
da Silveira, 17.09.99), mas essa decisão contrasta com a posição atual do STF no tema, 
que afirma estar limitada a competência federal às causas que envolvam interesse 
coletivo, e não meramente individual, da comunidade indígena. 
COMPETÊNCIA: 
(CESP/Unb – PRF – 2008) Compete à justiça militar processar e julgar militar 
por crime de abuso de autoridade, desde que este tenha sido praticado em 
serviço 
Alternativa está errada. 
 INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
 
Art. 6º, Lei 4.898/65. O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção 
administrativa civil e penal. 
[...] 
§3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
 
Art. 61, Lei 9.099/95. Consideram-se infrações penais de menor potencial 
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a 
que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou 
não com multa. 
(STJ, HC 59591/RN. Rel. Min. Félix Fischer, 5ª Turma, 15.08.06) 
 
 
 INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
 
 
 
APLICA O PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
 
 
 
NÃO APLICA O PROCEDIMENTO ESPECIAL DA LEI 4.898/65 
 
 
 
DOS CRIMES 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
c) ao sigilo da correspondência; 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
h) ao direito de reunião; 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
DOS CRIMES 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento 
não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção 
de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja 
comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, 
emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio 
em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância 
recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra 
despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando 
praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, 
deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de 
liberdade. 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
CLASSIFICAÇÃO: 
- Crime próprio → somente autoridade 
-Crime de atentado → não cabe tentativa. 
- Crime formal; 
- Forma livre; 
- Comissivo; 
- Instantâneo; 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
Remissão: 
Art. 5º, XV, CRFB - é livre a locomoção no território nacional em tempo 
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
Especialização do crime de SEQUESTRO 
Art. 148, CP – Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou 
cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
Remissão: 
 
Se for criança ou adolescente: 
Art. 230, caput, Lei 8.069/90 (ECA). Privar a criança ou o adolescente de sua 
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato 
infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
 
 
DETENÇÃO MOMENTÂNEA X DETENÇÃO PARA AVERIGUAÇÃO 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
Remissão: 
Art. 5º, XI, CRFB - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial; 
 
 
 
Durante o dia? 
-Critério da luz solar; (Guilherme de Souza Nucci) 
-Critério do horário: 
-6h as 18h (Gilberto Passo de Freitas e Vladimir Passos de Freita) 
-6h as 20h (Paulo Rangel) 
 
 
 
Art. 150, CP - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra 
a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas 
dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o 
emprego de violência ou de arma, ou porduas ou mais pessoas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à 
violência. 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário 
público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades 
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
Art. 150, CP [...] 
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em 
suas dependências: 
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão 
ou outra diligência; 
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali 
praticado ou na iminência de o ser. 
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou 
atividade. 
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": 
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto 
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; 
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
Conflito aparente de normas–CRIME DE INVASÃO DE DOMICÍLIO: 
 
Art. 150, CP – Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou 
contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em 
suas dependências: 
[...] 
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário 
público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades 
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 
 
Lei 4.898/65 revogou tacitamente o §2º, Art. 150, CP 
 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
(CESPE/Unb – PC/ES – Agente de Polícia Civil – 2008) Se um delegado de 
polícia, mediante fundadas suspeitas de que um motorista esteja 
transportando em seu caminhão certa quantidade de substância entorpecente 
para fins de comercialização, determina a execução de busca no veículo, sem 
autorização judicial, resultando infrutíferas as diligências, uma vez que nada 
tenha sido encontrado, essa conduta da autoridade policial caracterizará o 
crime de abuso de autoridade, pois, conforme entendimento doutrinário 
dominante, o veículo automotor onde se exerce profissão ou atividade lícita é 
considerado domicílio 
 
Alternativa errada. 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
c) ao sigilo da correspondência; 
Remissão: 
Art. 5º, XII, CRFB – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por 
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
 
 
 
ESTADO DE DEFESA/SÍTIO 
Art. 136, CRFB. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para 
preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a 
ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade 
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua 
duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites 
da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: 
I - restrições aos direitos de: 
[...] 
b) sigilo de correspondência; 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
c) ao sigilo da correspondência; 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS: 
CRIME DE VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA 
 
 
Art. 151, CP - Devassar indevidamente o conteúdo de 
correspondência fechada, dirigida a outrem: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
 
 
Art. 40, Lei 6.538/78 (Serviços Postais) – Devassar indevidamente o 
conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: 
Pena - detenção, até 6 (seis) meses, ou pagamento não excedente a 
20 (vinte) dias-multa. 
 
Aplica-se o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE, quando sujeito ativo 
for AUTORIDADE (Lei, 4.898/65) 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
c) ao sigilo da correspondência; 
Art. 41, XV e §único, da Lei 7.210/84 
Art. 240, §1º, “f”, CPP 
TERMINAR 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
c) ao sigilo da correspondência; 
(CESPE/Unb – PC/ES – Agente de Polícia Civil – 2008) Caso, no decorrer do 
cumprimento de mandado de busca e apreensão determinado nos autos de 
ação penal em curso, o policial responsável pela diligência apreenda uma 
correspondência destinada ao acusado e já aberta por ele, apresentando-a 
como prova no correspondente processo, essa conduta do policial encontrar-
se-á resguardada legalmente, pois o sigilo da correspondência, depois de sua 
chegada ao destino e aberta pelo destinatário, não é absoluto, sujeitando-se 
ao regime de qualquer documento. 
 
Alternativa correta. 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
d) à liberdade de consciência e crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
Remissão: 
Art. 5º, VI, CRFB – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma 
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
 
Art. 5º, VIII, CRFB – ninguém será privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-
se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei; 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
d) à liberdade de consciência e crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
Conflito aparente: CÓDIGO PENAL 
 
Art. 208, CP - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de 
crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática 
de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto 
religioso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada 
de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. 
 
Aplica-se o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE, quando sujeito ativo 
for AUTORIDADE (Lei, 4.898/65) 
 
 
 
 
 
Conflito aparente: TORTURA DISCRIMINATÓRIA 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I – Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
[...] 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa. 
 
A Lei de TORTURA será SEMPRE ESPECIAL em relação ao 
ABUSO DE AUTORIDADE. 
 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
d) à liberdade de consciência e crença; 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
f) à liberdade de associação; 
Remissão: 
Art. 5º, XVII, CRFB – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de 
caráter paramilitar; 
Art. 5º, XVIII, CRFB – a criação de associações e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal 
em seu funcionamento 
Art. 5º, XIX, CRFB – as associaçõessó poderão ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, 
no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
Art. 5º, XX, CRFB – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
f) à liberdade de associação; 
Art. 39, Decreto-Lei 3.688/41 – Associação Secreta 
Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam periodicamente, sob 
o compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou 
administração da associação. 
Penal – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos 
de réis. 
 
Contravenção flagrantemente INCONSTITUCIONAL. 
 
 
 
 
Art. 288, CP – Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim 
de cometer crimes: 
Pena - reclusão, de um a três anos 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
Remissão: 
Art. 14, CRFB – A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto 
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
 
 
Art. 60 § 4º, CRFB - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
[...] 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
Conflito aparente: CÓDIGO ELEITORAL – Lei 4.737/65 
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a 
inscrição requerida: 
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa 
 
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor: 
Pena – Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
 
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado 
de partido ou candidato, com violação do disposto no art. 236: 
Pena – Reclusão até quatro anos 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
Conflito aparente: CÓDIGO ELEITORAL – Lei 4.737/65 
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a 
votar ou não votar em determinado candidato ou partido: 
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa 
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e 
comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada. 
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, 
no seu funcionamento sob qualquer pretexto: 
Pena – Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa. 
 
O CÓDIGO ELEITORAL será SEMPRE ESPECIAL em relação ao ABUSO 
DE AUTORIDADE. 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
h) ao direito de reunião; 
Remissão: 
Art. 5º, XVI, CRFB – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais 
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio 
aviso à autoridade competente; 
ESTADO DE DEFESA/SÍTIO 
Art. 136, CRFB. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para 
preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a 
ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade 
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua 
duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites 
da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: 
I - restrições aos direitos de: 
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
Remissão: 
Art. 5º, caput, CRFB – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
[...] 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
 
 
 
 
 
Art. 322, CP (Violência arbitrária) – Praticar violência, no exercício de função ou a 
pretexto de exercê-la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à 
violência. 
 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
Art. 322, CP (Violência arbitrária) – Praticar violência, no exercício de função ou a 
pretexto de exercê-la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à 
violência. 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA + LESÃO CORPORAL 
 art. 322, CP art. 129, caput, CP 
 §1º, CP 
 §2º, CP 
CONCURSO MATERIAL 
Art. 69, CP 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
Art. 322, CP (Violência arbitrária) – Praticar violência, no exercício de função ou a 
pretexto de exercê-la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à 
violência. 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA FOI REVOGADA TACITAMENTE PELO ART. 3º, 
“g”, LEI 4.898/65 
 
 
 
 
 
HÁ CONCURSO ENTRE O ABUSO DE AUTORIDADE E 
A LESÃO CORPORAL? 
 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
HÁ CONCURSO ENTRE O ABUSO DE AUTORIDADE E 
A LESÃO CORPORAL? 
 
-JURISPRUDÊNCIA - CONCURSO MATERIAL COM LESÃO CORPORAL; 
 
- Guilherme de Souza NUCCI – LESÃO LEVE fica absorvida (princípio da consunção); 
LESÃO GRAVE há concurso formal; 
 
- FERNANDO CAPEZ – CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO COM LESÃO CORPORAL 
 
 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
ABUSO DE AUTORIDADE, na modalidade de atentado à 
incolumidade física do indivíduo, praticado por MILITAR 
 
Art. 209, Decreto Lei 1.001/69 (CPM) – Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano.. 
 
 Art. 9º, CPM – Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
[...] 
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei 
penal comum, quando praticados: 
[...] 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza 
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra 
militar da reserva, ou reformado, ou civil; 
 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
ABUSO DE AUTORIDADE, na modalidade de atentado à 
incolumidade física do indivíduo, praticado por MILITAR? 
 
ABUSO DE AUTORIDADE + LESÃO CORPORAL (CRIME MILITAR) 
 Art. 3º, “i”, Lei 4.898/65 Art. 209 c/c 9º, II, “c”, COM 
 
Súmula 90, STJ – Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar 
pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneoa 
aquele. 
Súmula 172, STJ – Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de 
abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. 
 
 
CISÃO OBRIGATÓRIA DE PROCESSOS 
Art. 79, CPP – A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, 
salvo: 
I – No concurso entre a jurisdição comum e a militar. 
 
 
 
 
 
Conflito aparente: TORTURA – LEI 9.455/97 
 
A Lei de TORTURA será SEMPRE ESPECIAL em relação ao ABUSO DE 
AUTORIDADE. 
 
 
 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
[...] 
j) aos direitos e garantias legais asseguradas ao exercício profissional; 
Remissão: 
Art. 5º, XIII, CRFB – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
 
 
 
 
Art. 7º, incisos, Lei 8.906/94 (EOAB) – Prevê direitos e garantias dos 
advogados; 
 
 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
OBSERVAÇÕES GERAIS 
- Não repete a formula do “crime de atentado”; 
- Em tese, cabe tentativa; 
- Art. 4º é ESPECIAL em relação ao art. 3º 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
Remissão: 
Art. 5º, LXI, CRFB – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos 
casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
 
Art. 5º, LXIII, CRFB – o preso será informado de seus direitos, entre os quais 
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
 
Art. 5º, LXIV, CRFB – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por 
sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
 
 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
Formalidades legais da prisão 
Arts. 282 a 316 CPP 
 
 
 
 
-ORDENAR → crime formal; 
- EXECUTAR → crime material; 
 
 
 
 
OBS.: Guilherme de Souza NUCCI 
Se a pessoa permanecer presa, haveria concurso material com o crime 
de sequestro (art. 148, CP) 
E o princípio da especialidade??? 
 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
Conflito aparente de normas 
CRIME DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER 
 
Art. 350, caput, CP – Ordenar ou executar medida privativa de 
liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de 
poder: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
 
REVOGADO TACITAMENTE PELO ART. 4º, “a”, LEI 4.898/65 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
Conflito aparente de normas: 
Art. 230, Lei 9.069/90 (ECA) – Privar a criança ou o adolescente de 
sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante 
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária 
competente: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à 
apreensão sem observância das formalidades legais. 
 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
(CESPE/Unb – Delegado de Polícia Civil/RR – 2003) A autoridade policial, 
suspeitando que um menor de treze anos de idade havia participado de 
subtração de toca-fitas de veículos estacionados nas adjacências de uma 
delegacia, efetuou a sua prisão, sem exigência do flagrante de ato infracional 
ou de ordem escrita da autoridade judiciária competente. Nessa situação, a 
autoridade policial praticou crime tipificado no Estatuto da Criança e do 
Adolescente 
 
Alternativa correta. 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
Remissão: 
Art. 5º, III, CRFB – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; 
 
Art. 5º, XLIX, CRFB – é assegurado aos presos o respeito à integridade física 
e moral; 
- Crime próprio; 
- Doloso; 
- Material; 
- Comissivo; 
- Admite tentativa; 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
Conflito aparente de normas 
CRIME DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER 
 
Art. 350, caput, CP 
[...] 
Parágrafo único – Na mesma pena incorre o funcionário que: 
[...] 
III – submeter pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei. 
 
REVOGADO TACITAMENTE PELO ART. 4º, “b”, LEI 4.898/65 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
Conflito aparente de normas 
CRIME DE TORTURA DO ENCARCERADO 
 
Art. 1º, Lei 9.455/97. Constitui crime de tortura: 
[...] 
§1º. Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita 
a medida de segurança a sofrimento físico ou mental por intermédio da 
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. 
 
LEI DE TORTURA É ESPECIAL EM RELAÇÃO AO ABUSO DE 
AUTORIDADE 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
Conflito aparente de normas: 
 
Art. 232, Lei 9.069/90 (ECA) – Submeter criança ou adolescente sob 
sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa; 
Remissão: 
Art. 5º, LXII, CRFB – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada; 
 
Art. 306, CPP – A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa por ele 
indicada. 
 
 
 
 
Deixar de comunicar a prisão à família ou pessoa por ele 
indicada? 
ATÍPICO! 
 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa; 
-Crime próprio; 
- Mera conduta; 
- Omissivo; 
- Não admite tentativa; 
- Doloso; 
- Instantâneo; 
 
Obs.: Guilherme de Souza NUCCI – defende que o crime é formal. 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa; 
Conflito aparente de normas: 
 
Art. 231, Lei 9.069/90 (ECA) – Deixar a autoridade policial responsável 
pela apreensão de criança ou adolescentede fazer imediata comunicação 
à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa 
por ele indicada: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa; 
(CESPE/Unb – Agente de Polícia Civil PC/ES – 2008) Considerando que 
determinada autoridade policial execute a prisão em flagrante de um autor 
de furto, lavrando, logo após, o respectivo auto de prisão, a partir de 
então, essa autoridade policial deverá, entre outras providências, 
comunicar a prisão ao juiz competente, dentro de 24 horas, sob pena de 
incorrer em abuso de autoridade. 
 
Alternativa correta. 
Art. 306, CPP – A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa 
por ele indicada. 
§1º Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será encaminhado ao 
juiz competente o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as oitivas 
colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral 
para a Defensoria Pública. 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
d) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal 
que lhe seja comunicada; 
Remissão: 
Art. 5º, LXV, CRFB – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária; 
 
 
 
 
 
-Crime de mão-própria – só o juiz pode praticar, não admitindo co-autoria; 
- Mera conduta; 
- Omissivo; 
- Não admite tentativa; 
- Doloso; 
- Instantâneo; 
 
Obs.: Guilherme de Souza NUCCI – defende que o crime é material. 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
d) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal 
que lhe seja comunicada; 
Conflito aparente de normas: 
 
Art. 234, Lei 9.069/90 (ECA) – Deixar a autoridade competente, sem justa 
causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão 
logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: 
Pena – detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
d) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal 
que lhe seja comunicada; 
(CESP/Unb - MP/RR – Oficial de Promotoria – 2008) O juiz 
competente que deixa de ordenar o relaxamento de prisão em 
flagrante ilegal que lhe foi comunicado não comete abuso de 
autoridade, mas será responsável pelo tempo de prisão ilegal do preso 
e terá de indenizá-lo. 
 
Alternativa errada. 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; 
Remissão: 
Art. 5º, LXVI, CRFB – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
Art. 322 a 350, CPP – disposições sobre fiança; 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; 
-Crime de próprio; 
- Mera conduta; 
- Comissivo (levar à prisão) / omissivo (nela deter); 
- Doloso; 
- Instantâneo; 
 
Obs.: Guilherme de Souza NUCCI – defende que o crime é material. 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, 
custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança 
não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao valor; 
g) Recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de 
importância recebida a título de carceragem, custas, emolumento ou de 
qualquer outra despesa; 
DISPOSITIVO NÃO TEM MAIS APLICAÇÃO PRÁTICA NA 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA! 
 
 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência 
legal; 
Remissão: 
Art. 5º, caput, CRFB - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência 
legal; 
Conflito aparente de normas: 
 
Art. 138 a 140, CP – CRIMES CONTRA A HONRA 
 
 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência 
legal; 
Súmula Vinculante nº 11 do STF 
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por 
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do 
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual 
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência 
legal; 
Conflito aparente de normas: 
 
Art. 232, Lei 9.069/90 (ECA) Submeter criança ou adolescente sob 
sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a 
constrangimento: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
i) Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir 
imediatamente ordem de liberdade. 
Conflito aparente de normas 
CRIME DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER 
 
Art. 350, CP [...] 
 
Parágrafo único – Na mesma pena incorre o funcionário que: 
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando 
de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de 
liberdade; 
 
REVOGADO TACITAMENTE PELO ART. 4º, “i”, LEI 4.898/65 
 
 
 
Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: 
[...] 
i) Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir 
imediatamente ordem de liberdade. 
Conflito aparente de normas: 
 
Art. 235, Lei 9.069/90 (ECA) – Descumprir, injustificadamente, prazo 
fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! 
 
 
 
CONCEITO DE AUTORIDADE 
 
Art. 5º - Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce 
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
SANÇÕES 
• Administrativa 
• Civil 
• Penal 
 
 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitaráo seu autor à sanção administrativa, 
civil e penal. 
[...] 
§4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma 
ou cumulativamente. 
 
NÃO CONSTITUI “BIS IN IDEM”! 
 
 
SANÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
Art. 6º [...] 
§1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do 
abuso cometido e consistirá em: 
a) advertência; 
b) repreensão; 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta 
dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
d) destituição de função; 
e) demissão; 
f) demissão, a bem do serviço público. 
SANÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
Art. 7º Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção 
administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a 
instauração de inquérito para apurar o fato. 
§1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis 
municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o 
respectivo processo. 
§2º Não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas 
reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as 
disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). (Lei 8.112/90) 
§3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de 
aguardar a decisão da ação penal ou civil. 
 
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil 
ou militar. 
SANÇÃO CIVIL 
 
Art. 6º. [...] 
§2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no 
pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. 
[...] 
Art. 11º À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. 
SANÇÃO PENAL 
 
Art. 6º. [...] 
§3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
 
Arts. 12 a 28 → procedimento especial 
 
MULTA 
Art. 60, CP - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica 
do réu. 
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação 
econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. 
 
 
Lei 7.209/84, art. 2º - São canceladas, na Parte Especial do Código Penal e nas leis especiais 
alcançadas pelo art. 12 do Código Penal, quaisquer referências a valores de multas, substituindo-se a 
expressão multa de por multa. 
 
SANÇÃO PENAL 
 
Art. 6º. [...] 
§3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
 
Art. 61, Lei 9.099/95. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos 
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 
(dois) anos, cumulada ou não com multa. 
 
APLICA-SE O PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO!!! 
NÃO SE APLICA O PROCEDIMENTO ESPECIAL DA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE!!!! 
 
OBS.: Posicionamento diverso → Guilherme de Souza NUCCI; Cezar Roberto BITENCOURT 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
 
Resta alguma hipótese de aplicação do procedimento 
especial da Lei 4.898/65? 
 
Declínio de competência do JECRIM?! 
 
Art. 61, § único, Lei 9.099/95. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz 
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento 
previsto em lei. 
 
Art. 77, §2º, Lei 9.099/95. Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem 
a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o 
encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei. 
 
 PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
Art. 538, CPP. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado 
especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de 
outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. 
SANÇÃO PENAL 
 
Art. 6º. [...] 
§3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
 
PENA DE PERDA DO CARGO 
 
Art. 6º, §3º, “c”, Lei 4.898/65 → natureza de PENA; 
Art. 92, I, CP → natureza de EFEITO DA CONDENAÇÃO. 
Art. 92, CP - São também efeitos da condenação: 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos 
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração 
Pública; 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos 
demais casos. 
(CESP/Unb – Procurador do Município – 2007) O abuso de autoridade 
sujeita seu autor a sanção administrativa, civil e penal, constituindo a perda do 
cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por 
prazo de até 3 anos sanção de natureza penal a ser aplicada de acordo com 
as regras do Código Penal. 
 
Alternativa correta. 
PENA DE PERDA DO CARGO 
 
SANÇÃO PENAL PARA POLICIAL 
 
Art. 6º. [...] 
§5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de 
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o 
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo 
de um a cinco anos. 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA 
 
 
LEVA-SE EM CONTA APENAS A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
 
Art. 109, CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o 
disposto nos §§1º e 2º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena 
privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
[...] 
VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. 
 
 
STJ, Informativo nº 227 → AP 334-ES, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, 3.11.2004. 
 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA DA PENA DE MULTA 
 
 
Art. 6º, Lei 4.898/65 [...] 
§4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou 
cumulativamente. 
 
 
Art. 114, CP - A prescrição da pena de multa ocorrerá: 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando 
a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. 
 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA DA PENA DE PERDA DO 
CARGO 
 
 
 
Art. 6º, Lei 4.898/65 [...] 
§4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou 
cumulativamente. 
 
 
 
 
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE 
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 
ASPECTOS GERAIS 
 
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. 
 
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze 
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de 
idade. 
 
 
Art.

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