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TORTURA Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 TORTURA • Convenção contra Tortura e Outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas e degradantes: Decreto 40, de 15 de fevereiro de 1991. • Convenção Interamericana para prevenir a tortura: Decreto 98.386, de 9 de novembro de 1989. TORTURA COMO CRIME PRÓPRIO PRATICADO PELO AGENTE PÚBLICO TORTURA Convenção contra Tortura e Outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas e degradantes Decreto 40, de 15 de fevereiro de 1991, que aprovou o Decreto Legislativo nº 4, de 23 de maio de 1989. Art. 1º 1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam conseqüência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. TORTURA Convenção Interamericana para prevenir e punir a tortura Decreto 98.386, de 9 de novembro de 1989, que aprovou o Decreto Legislativo nº 5, de 31 de maio de 1989. Artigo 3 Serão responsáveis pelo delito de tortura: a) Os empregados ou funcionários públicos que, atuando nesse caráter, ordenem sua execução ou instiguem ou induzam a ela, cometam-no diretamente ou, podendo impedi- lo, não o façam. b) As pessoas que, por instigação dos funcionários ou empregados públicos a que se refere a alínea a, ordenem sua execução, instiguem ou induzam a ela, cometam-no diretamente ou nele sejam cúmplices. Tratamento Constitucional Art. 5º, inciso III, CRFB: “ninguém será submetido a tortura nem tratamento desumano degradante” Art. 5º, inciso XLIII, CRFB: “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.” Histórico da Tipificação da Tortura Art. 61, II, “d”, CP: circunstância agravante; Art. 121, §2º, III, do CP: Homicídio qualificado Art 121, CP - Matar alguem: [...] §2º Se o homicídio é cometido: [...] III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: [...] II - ter o agente cometido o crime: [...] d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; Histórico da Tipificação da Tortura Art. 322, CP: Crime de Violência Arbitrária Art. 350, CP: Crime de Abuso de Poder Art. 3º, “i”; art. 4º, “b”, da Lei 4.898/65: Crimes de abuso de autoridade Art. 3º, Lei, 4.898/65. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: i) à incolumidade física do indivíduo; [...] Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Art. 322, CP – Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. Art. 350, CP - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança; II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. Art. 233, Lei 8.069/90: “Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura: Pena - reclusão de um a cinco anos. §1º Se resultar lesão corporal grave: Pena - reclusão de dois a oito anos. §2º Se resultar lesão corporal gravíssima: Pena - reclusão de quatro a doze anos. §3º Se resultar morte: Pena - reclusão de quinze a trinta anos.” Histórico da Tipificação da Tortura - Violação ao princípio da legalidade estrita; tipicidade - STF, HC 70389/SP, Rel. Min. Sydney Sanches, Tribunal Pleno, 23.06.94. - Art. 233 do ECA foi revogado pela Lei 9.455/97, art. 4º. Aspectos gerais • Competência – Regra: competência da Justiça Comum Estadual JUSTIÇA FEDERAL: - Quando o delito for praticado, no exercício das funções, por servidor público federal, bem como, por militar das forças armadas. - STJ já reconheceu a competência da Justiça Federal quando o crime, embora praticado por servidor estadual, teve como vítima preso provisório recolhido por determinação de Juiz Federal. (STJ, CC 40666/RJ, Rel. Min. Jorge Scartezzini, 3ª Seção, 10.03.04) COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL Art. 109, CRFB – Aos juízes federais compete processar e julgar: [...] IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; Art. 1º. Constitui crime de tortura I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) Em razão de discriminação racial ou religiosa II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. Art. 1º. Constitui crime de tortura [...] § 1º Nas mesmas penas incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental por intermédio de prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las incorre na pena de detenção de um a quatro anos. § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos; se resulta morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos. Tortura Prova Art. 1º, I, “a” Crime ou Meio Art. 1º, I, “b” Discriminatória Art. 1, I, “c” Pena ou Castigo Art. 1º, II Do encarcerado Art. 1º, §1º Omissiva ou Imprópria Art. 1º, §2º Qualificada Art. 1º, §3º TORTURA-PROVA OBS.: Tortura confissão / tortura persecutória / tortura probatória / tortura institucional / tortura inquisitorial Art. 1º. Constitui crime de torturaI – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Imp.!: especialização do CONSTRANGIMENTO ILEGAL Art. 146, CP - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. TORTURA-PROVA Classificação: - Comum: qualquer pessoa pode cometer • Causa de aumento do § 4º, I: agente público; II: contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 anos; QUESTÃO (CESP/UnB - TJ/AC – Juiz Substituto – 2007) Sendo crime próprio, o crime de tortura é caracterizado por seu sujeito ativo, que deve ser funcionário público. Alternativa errada. (CESP/UnB – PC/ES – agente de polícia – 2008) O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de aumento de pena. Alternativa correta. TORTURA-PROVA PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO Art. 5º, LVI, CRFB – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. - formal: o tipo penal consuma-se independente da obtenção do resultado. * Fernando Capez; Victor Eduardo Rios Gonçalves – crime material (provocação do sofrimento físico ou mental) OBS.: se o resultado ocorrer (obtenção da informação/declaração / confissão) → PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO (art. 5º, LVI, CRFB) TORTURA-PROVA - Doloso; - Comissivo; - De dano; - Instantâneo; - Admite tentativa. (CESPE/Unb – PC/ES – agente de polícia – 2008) Se um policial civil, para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento não confessar a prática do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. Alternativa errada. TORTURA-CRIME OBS.: Tortura-meio Art. 1º. Constitui crime de tortura I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: [...] b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; OBS1.: [...] natureza criminosa E se for contravenção penal? Responderá por mero CONSTRANGIMENTO ILEGAL, art. 146, CP. TORTURA-CRIME Vítima da tortura que pratica a conduta criminosa AUTOR da tortura responderá: TORTURA-CRIME + CRIME QUE A VÍTIMA FOI CONSTRANGIDA A PRATICAR Autor mediato – ART. 22, CP. Art. 22, CP – Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor a coação ou da ordem. TORTURA-CRIME Exemplo: JÚLIO, constrange MARCUS, mediante grave ameaça, a matar NELSON, o que efetivamente é realizado por MARCUS. Nesta hipótese, JÚLIO responderá pela TORTURA-CRIME (art. 1º, I, “b”, Lei 9.455/97) contra MARCUS, em concurso com o crime de HOMICÍDIO (art. 121, caput, CP), contra NELSON, na qualidade de autor mediato. MARCUS nada responderá pois agiu sob coação moral irresistível, EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE, na modalidade de INEXIBILIDADE DO CONDUTA DIVERSA. Posicionamento diverso: FERNANDO CAPEZ defende a aplicação do princípio da CONSUNÇÃO. TORTURA-CRIME - Comum; - Formal; - Doloso; - Comissivo; - De dano; - Instantâneo; - Admite tentativa. Lembrete: Tortura-Prova e Tortura-Crime→ Delitos de INTENÇÃO ou de TENDÊNCIA INTERNA TRANSCENDENTE Crimes de intenção OU Tendência interna Transcendente Delitos de resultado cortado O agente pretende alcançar algo (especial fim de agir) Delitos mutilados de dois atos O criminoso pratica a primeira conduta como passo prévio de uma segunda. TORTURA-DISCRIMINATÓRIA OBS.: Tortura racismo / tortura preconceituosa. Art. 1º. Constitui crime de tortura I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: [...] c) em razão de discriminação racial ou religiosa; OBS.: EQUIVOCO DO LEGISLADOR? → Não há descrição, no tipo penal, da conduta sob a qual a vítima ficaria constrangida a realizar; → Verbo constranger usado no sentido de humilhar, embaraçar? TORTURA-DISCRIMINATÓRIA MOTIVO DA TORTURA RACIAL OU RELIGIOSA DISCRIMINAÇÃO SEXUAL, FILOSÓFICA, POLÍTICA, IDEOLÓGICA, não configuram a TORTURA DISCRIMINATÓRIA. TORTURA-DISCRIMINATÓRIA - Comum; - Formal / Material; - Doloso; - Comissivo; - De dano; - Instantâneo; - Admite tentativa. QUESTÃO (CESPE/Unb – PC/ES – agente de polícia – 2008) Considerando que X, imputável, motivado por discriminação quanto à orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos, queimaduras de cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se- á na figura típica do crime de tortura discriminatória. Alternativa errada. TORTURA-CASTIGO OBS.: Tortura-pena/ tortura-punitiva. Art. 1º. Constitui crime de tortura [...] II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo: TORTURA-CASTIGO • Crime próprio: Sujeito ativo: quem tem a guarda, poder ou vigilância; Sujeito passivo: pessoa sobre quem recai a guarda, poder ou vigilância. • Crime material; • Crime doloso; • Crime de dano; • Crime comissivo; • Admite tentativa TORTURA-CASTIGO INTENSO SOFRIMENTO FISICO OU MENTAL? - Diferente dos outros tipos penais previstos na Lei de Tortura, o tipo em comento exige intenso sofrimento físico ou mental, não se caracterizando como qualquer violência ou ameaça. Assim, há de ser causado um sofrimento profundo, atroz, desnecessário e cruel na vítima, ainda que não se trate de dor física; - Dor profunda na vítima. - INTENSO SOFRIMENTO → Lesão leve, grave ou gravíssima? TORTURA-CASTIGO § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos; se resulta morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos. Lesão Grave → Art. 129, § 1º, CP Lesão Gravíssima → Art. 129, §2º, CP Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: [...] § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos TORTURA-CASTIGO INTENSO SOFRIMENTO FISICO OU MENTAL? LESÃO LEVE INTENSO: ELEMENTO NORMATIVO DO TIVO MAUS-TRATOS XTORTURA-CASTIGO TORTURA-CASTIGO MAUS-TRATOS Art. 136, CP - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. TORTURA-CASTIGO Art. 1º. Constitui crime de tortura [...] II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo: TORTURA-CASTIGO MAUS-TRATOS - Dolo de exposição à perigo; TORTURA-CASTIGO - Dolo de dano; Lembrete: teoria do dolo (vontade consciente do fim) - Elemento intelectivo: - Proposição de um fim; - Seleção dos meios de ação para realizar o fim; - Representação dos efeitos necessários ou possíveis da ação; - Elemento volitivo - Atos preparatórios; - Atos executórios; - Exaurimento. TORTURA DO ENCARCERADO Art. 1º. Constitui crime de tortura [...] §1º Na mesma pena incorre quem submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. Art. 45, Lei 7.210/84. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. § 2º É vedado o emprego de cela escura. § 3º São vedadas as sanções coletivas. TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA Art. 1º. Constitui crime de tortura [...] §2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA Dever de evitá-las: instituiu figura privilegiada de garantidor (art. 12, §3º, CP) Art. 13, §2º, CP - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA Dever de apurá-las: especialização do crime de prevaricação ou condescendência criminosa; Prevaricação Art. 319, CP - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Condescendência criminosa Art. 320, CP - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. TORTURA OMISSIVA / TORTURA IMPRÓPRIA Dever de apurá-las: Art. 66, Dec. Lei 3.688/41. Deixar de comunicar à autoridade competente: I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desde que a ação penal não dependa de representação; II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal: Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. TORTURA QUALIFICADA § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos; se resulta morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos. Remissão: - Lesão grave – art. 129, §1º, CP - Lesão Gravíssima – art. 129, §2º, CP TORTURA QUALIFICADA Art. 129, CP. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. TORTURA QUALIFICADA § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos; se resulta morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos. OBS.: crime preterdoloso → resultado a título de culpa. OBS2.: Homicídio qualificado pela tortura (art. 121, §2º, III, CP) X Tortura qualificada pela morte (1º, §3º, Lei 9.455/97) CAUSAS DE AUMENTO DE PENA §4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: I – se o crime é cometido por agente público; OBS.: conceito de “agente público” será o previsto no art. 5º, Lei 4.898/65 ou art. 327, CP. Art. 5º, Lei 4.898/65 – Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. OU Art. 327, CP – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA §4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: I – se o crime é cometido por agente público; OBS2.: CONFLITO APARENTE COM A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 4.898/65); Art. 3º, Lei 4.898/65. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; OBS3.: causa de aumento não incide no §1º (TORTURA DO ENCARCERADO) e do §2º (TORTURA IMPRÓPRIA) CAUSAS DE AUMENTO DE PENA §4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: [...] II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; OBS1.: criança <12 anos; adolescente ≥ 12 e <18 anos; Art. 2º, Lei 8.069/90 (ECA) – Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. §4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: [...] II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; OBS2.: maior de 60 anos? Amplamente majoritário que ≥ 60 anos (Lei 10.741/03) OBS3.: não incide a agravante genérica do art. 61, II, “h”, do CP. Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime: h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; CAUSAS DE AUMENTO DE PENA CAUSAS DE AUMENTO DE PENA §4º Aumenta-se a pena de 1/6 até 1/3: [...] III – se o crime é cometido mediante seqüestro; OBS1.: Não incide o art. 148, CP (seqüestro) Art. 148, CP - Privar alguém de sua liberdade, medianteseqüestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos. EFEITO AUTOMÁTICO DA CONDENAÇÃO §5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. OBS1.: Trata-se de efeito automático da condenação, prescindindo-se de declaração e motivação expressa na sentença. STJ, HC 47846/MG, Rel. Min. Og Fernandes, 6ª Turma, 11.12.09 Remissão: ≠ 92, I, CP Art. 92, CP - São também efeitos da condenação: I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. TORTURA COMO CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO §6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado Art. 5º, XLIII, CRFB – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. Trata-se de hipótese de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA. -Princípio da personalidade passiva ou da defesa; -Princípio da Justiça Universal EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL Art. 7º, CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL ABUSO DE AUTORIDADE Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965 DIREITO DE REPRESENTAÇÃO Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei. Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. DIREITO DE REPRESENTAÇÃO Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO? LEBRETE: Ação Penal Pública Incondicionada Condicionada REPRESENTAÇÃO do ofendido Requisição do Ministro da Justiça Privada Personalíssima Privada em sentido estrito Subsidiária da Pública DIREITO DE REPRESENTAÇÃO Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO? ESTARIA A LEI AFIRMANDO QUE OS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE SERIAM DE AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO? TERIA A NATUREZA DE CONDIÇÃO ESPECIAL DA AÇÃO? CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE? DIREITO DE REPRESENTAÇÃO Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO? EXERCÍCIO DO DIREITO DE PETIÇÃO DELATIO CRIMINIS POSTULATÓRIA Art. 5º, XXXIV, “a”, CRFB – são a todos assegurados, independentemente de pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. Art. 1º, Lei 5.249/67 – A falta de representação do ofendido, nos casos de abusos previstos na Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, não obsta a iniciativa ou o curso da ação penal. AÇÃO NOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA Art. 100, CP - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. §1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. STJ, HC 59591/RN. Rel. Min. Félix Fischer, 5ª Turma, 15.08.06 “Em se tratando de crime de abuso de autoridade – Lei nº 4.898/65 – eventual falha na representação, ou mesmo sua falta, não obsta a instauração da ação penal. Isso nos exatos termos do art. 1º da Lei nº 5.249/67, que prevê, expressamente, não existir, quanto aos delitos de que trata, qualquer condição de procedibilidade.” AÇÃO NOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE (CESP/Unb – TJ/AC – Juiz Substituto – 2007) Com relação ao crime de abuso de autoridade, inexiste condição de procedibilidade para a instauração de ação penal correspondente. Alternativa está correta. (CESP/Unb – PC/ES – Agente da Polícia Civil – 2008) A ação penal por crime de abuso de autoridade é pública condicionada à representação do cidadão, titular do direito fundamental lesado. Alternativa errada. FORMALIDADE DA REPRESENTAÇÃO Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.O NÃO CUMPRIMENTO DE EVENTUAL FORMALIDADE NÃO GERA QUALQUER TIPO DE NULIDADE OU IRREGULARIDADE SUJEITO PASSIVO DO ABUSO DE AUTORIDADE Dupla subjetividade: • Sujeito passivo mediato: ESTADO; • Sujeito passivo imediato: PESSOA FÍSICA (maior, menor, capaz ou incapaz, ncional ou estrangeira) OBS.: Gilberto Passos de Freitas; Vladimir Passos de Freitas: INCLUEM A PESSOA JURÍDICA COMO VÍTIMA (hipóteses de violação ao direito de associação ou reunião) SUJEITO ATIVO DO ABUSO DE AUTORIDADE Art. 5º. Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. IMP.! Não é imprescindível que a autoridade esteja no desempenho das funções, mas basta que atua em razão da função. • Interpretação restritiva – Não são considerados autoridades: - Pessoa que exerça mera atividade de interesse público, pois não exerce função pública; - Funcionário público aposentado; - Quem exerce mero “munus público”, ex.: tutores, curadores, advogados dativos, inventariantes judiciais, síndicos falimentares, depositário judicial,... SUJEITO ATIVO DO ABUSO DE AUTORIDADE IMPORTANTE! Não basta ser AUTORIDADE! O agente tem que capacidade de DETERMINAR, de SUBORDINAR ou de FAZER OBEDECER! PODER MÍNIMO DE CORREÇÃO COMPETÊNCIA: REGRA JUSTIÇA ESTADUAL COMUM COMPETÊNCIA: JUSTIÇA FEDERAL COMUM: Sujeito ativo for servidor federal Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: [...] IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; OBS1.: MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS? Competência da JUSTIÇA FEDERAL COMUM – abuso de autoridade NÃO É CRIME MILITAR. SUM. 172, STJ – Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. OBS2.: STF já afirmou a competência da Justiça Federal para o julgamento de abuso de autoridade praticados por PMs contra índio (STF, RE 206608/RR, Rel. Min. Néri da Silveira, 17.09.99), mas essa decisão contrasta com a posição atual do STF no tema, que afirma estar limitada a competência federal às causas que envolvam interesse coletivo, e não meramente individual, da comunidade indígena. COMPETÊNCIA: (CESP/Unb – PRF – 2008) Compete à justiça militar processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, desde que este tenha sido praticado em serviço Alternativa está errada. INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO Art. 6º, Lei 4.898/65. O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. [...] §3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. Art. 61, Lei 9.099/95. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (STJ, HC 59591/RN. Rel. Min. Félix Fischer, 5ª Turma, 15.08.06) INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO APLICA O PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO NÃO APLICA O PROCEDIMENTO ESPECIAL DA LEI 4.898/65 DOS CRIMES Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. DOS CRIMES Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] CLASSIFICAÇÃO: - Crime próprio → somente autoridade -Crime de atentado → não cabe tentativa. - Crime formal; - Forma livre; - Comissivo; - Instantâneo; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; Remissão: Art. 5º, XV, CRFB - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Especialização do crime de SEQUESTRO Art. 148, CP – Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; Remissão: Se for criança ou adolescente: Art. 230, caput, Lei 8.069/90 (ECA). Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; DETENÇÃO MOMENTÂNEA X DETENÇÃO PARA AVERIGUAÇÃO Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] b) à inviolabilidade do domicílio; Remissão: Art. 5º, XI, CRFB - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Durante o dia? -Critério da luz solar; (Guilherme de Souza Nucci) -Critério do horário: -6h as 18h (Gilberto Passo de Freitas e Vladimir Passos de Freita) -6h as 20h (Paulo Rangel) Art. 150, CP - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou porduas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] b) à inviolabilidade do domicílio; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] b) à inviolabilidade do domicílio; Art. 150, CP [...] § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. Conflito aparente de normas–CRIME DE INVASÃO DE DOMICÍLIO: Art. 150, CP – Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: [...] § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. Lei 4.898/65 revogou tacitamente o §2º, Art. 150, CP Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] b) à inviolabilidade do domicílio; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] b) à inviolabilidade do domicílio; (CESPE/Unb – PC/ES – Agente de Polícia Civil – 2008) Se um delegado de polícia, mediante fundadas suspeitas de que um motorista esteja transportando em seu caminhão certa quantidade de substância entorpecente para fins de comercialização, determina a execução de busca no veículo, sem autorização judicial, resultando infrutíferas as diligências, uma vez que nada tenha sido encontrado, essa conduta da autoridade policial caracterizará o crime de abuso de autoridade, pois, conforme entendimento doutrinário dominante, o veículo automotor onde se exerce profissão ou atividade lícita é considerado domicílio Alternativa errada. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] c) ao sigilo da correspondência; Remissão: Art. 5º, XII, CRFB – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; ESTADO DE DEFESA/SÍTIO Art. 136, CRFB. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: [...] b) sigilo de correspondência; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] c) ao sigilo da correspondência; CONFLITO APARENTE DE NORMAS: CRIME DE VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA Art. 151, CP - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 40, Lei 6.538/78 (Serviços Postais) – Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena - detenção, até 6 (seis) meses, ou pagamento não excedente a 20 (vinte) dias-multa. Aplica-se o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE, quando sujeito ativo for AUTORIDADE (Lei, 4.898/65) Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] c) ao sigilo da correspondência; Art. 41, XV e §único, da Lei 7.210/84 Art. 240, §1º, “f”, CPP TERMINAR Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] c) ao sigilo da correspondência; (CESPE/Unb – PC/ES – Agente de Polícia Civil – 2008) Caso, no decorrer do cumprimento de mandado de busca e apreensão determinado nos autos de ação penal em curso, o policial responsável pela diligência apreenda uma correspondência destinada ao acusado e já aberta por ele, apresentando-a como prova no correspondente processo, essa conduta do policial encontrar- se-á resguardada legalmente, pois o sigilo da correspondência, depois de sua chegada ao destino e aberta pelo destinatário, não é absoluto, sujeitando-se ao regime de qualquer documento. Alternativa correta. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] d) à liberdade de consciência e crença; e) ao livre exercício do culto religioso; Remissão: Art. 5º, VI, CRFB – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Art. 5º, VIII, CRFB – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir- se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] d) à liberdade de consciência e crença; e) ao livre exercício do culto religioso; Conflito aparente: CÓDIGO PENAL Art. 208, CP - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Aplica-se o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE, quando sujeito ativo for AUTORIDADE (Lei, 4.898/65) Conflito aparente: TORTURA DISCRIMINATÓRIA Art. 1º Constitui crime de tortura: I – Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: [...] c) em razão de discriminação racial ou religiosa. A Lei de TORTURA será SEMPRE ESPECIAL em relação ao ABUSO DE AUTORIDADE. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] d) à liberdade de consciência e crença; e) ao livre exercício do culto religioso; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] f) à liberdade de associação; Remissão: Art. 5º, XVII, CRFB – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; Art. 5º, XVIII, CRFB – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento Art. 5º, XIX, CRFB – as associaçõessó poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; Art. 5º, XX, CRFB – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] f) à liberdade de associação; Art. 39, Decreto-Lei 3.688/41 – Associação Secreta Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam periodicamente, sob o compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação. Penal – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Contravenção flagrantemente INCONSTITUCIONAL. Art. 288, CP – Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena - reclusão, de um a três anos Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; Remissão: Art. 14, CRFB – A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: Art. 60 § 4º, CRFB - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...] II - o voto direto, secreto, universal e periódico; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; Conflito aparente: CÓDIGO ELEITORAL – Lei 4.737/65 Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição requerida: Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor: Pena – Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato, com violação do disposto no art. 236: Pena – Reclusão até quatro anos Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; Conflito aparente: CÓDIGO ELEITORAL – Lei 4.737/65 Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido: Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada. Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto: Pena – Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa. O CÓDIGO ELEITORAL será SEMPRE ESPECIAL em relação ao ABUSO DE AUTORIDADE. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] h) ao direito de reunião; Remissão: Art. 5º, XVI, CRFB – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; ESTADO DE DEFESA/SÍTIO Art. 136, CRFB. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; Remissão: Art. 5º, caput, CRFB – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Art. 322, CP (Violência arbitrária) – Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; Art. 322, CP (Violência arbitrária) – Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA + LESÃO CORPORAL art. 322, CP art. 129, caput, CP §1º, CP §2º, CP CONCURSO MATERIAL Art. 69, CP Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; Art. 322, CP (Violência arbitrária) – Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA FOI REVOGADA TACITAMENTE PELO ART. 3º, “g”, LEI 4.898/65 HÁ CONCURSO ENTRE O ABUSO DE AUTORIDADE E A LESÃO CORPORAL? Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; HÁ CONCURSO ENTRE O ABUSO DE AUTORIDADE E A LESÃO CORPORAL? -JURISPRUDÊNCIA - CONCURSO MATERIAL COM LESÃO CORPORAL; - Guilherme de Souza NUCCI – LESÃO LEVE fica absorvida (princípio da consunção); LESÃO GRAVE há concurso formal; - FERNANDO CAPEZ – CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO COM LESÃO CORPORAL Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; ABUSO DE AUTORIDADE, na modalidade de atentado à incolumidade física do indivíduo, praticado por MILITAR Art. 209, Decreto Lei 1.001/69 (CPM) – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.. Art. 9º, CPM – Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: [...] II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados: [...] c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; ABUSO DE AUTORIDADE, na modalidade de atentado à incolumidade física do indivíduo, praticado por MILITAR? ABUSO DE AUTORIDADE + LESÃO CORPORAL (CRIME MILITAR) Art. 3º, “i”, Lei 4.898/65 Art. 209 c/c 9º, II, “c”, COM Súmula 90, STJ – Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneoa aquele. Súmula 172, STJ – Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. CISÃO OBRIGATÓRIA DE PROCESSOS Art. 79, CPP – A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: I – No concurso entre a jurisdição comum e a militar. Conflito aparente: TORTURA – LEI 9.455/97 A Lei de TORTURA será SEMPRE ESPECIAL em relação ao ABUSO DE AUTORIDADE. Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] i) à incolumidade física do indivíduo; Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: [...] j) aos direitos e garantias legais asseguradas ao exercício profissional; Remissão: Art. 5º, XIII, CRFB – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; Art. 7º, incisos, Lei 8.906/94 (EOAB) – Prevê direitos e garantias dos advogados; Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] OBSERVAÇÕES GERAIS - Não repete a formula do “crime de atentado”; - Em tese, cabe tentativa; - Art. 4º é ESPECIAL em relação ao art. 3º Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; Remissão: Art. 5º, LXI, CRFB – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; Art. 5º, LXIII, CRFB – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; Art. 5º, LXIV, CRFB – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; Formalidades legais da prisão Arts. 282 a 316 CPP -ORDENAR → crime formal; - EXECUTAR → crime material; OBS.: Guilherme de Souza NUCCI Se a pessoa permanecer presa, haveria concurso material com o crime de sequestro (art. 148, CP) E o princípio da especialidade??? Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; Conflito aparente de normas CRIME DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER Art. 350, caput, CP – Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: Pena - detenção, de um mês a um ano. REVOGADO TACITAMENTE PELO ART. 4º, “a”, LEI 4.898/65 Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; Conflito aparente de normas: Art. 230, Lei 9.069/90 (ECA) – Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: a) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; (CESPE/Unb – Delegado de Polícia Civil/RR – 2003) A autoridade policial, suspeitando que um menor de treze anos de idade havia participado de subtração de toca-fitas de veículos estacionados nas adjacências de uma delegacia, efetuou a sua prisão, sem exigência do flagrante de ato infracional ou de ordem escrita da autoridade judiciária competente. Nessa situação, a autoridade policial praticou crime tipificado no Estatuto da Criança e do Adolescente Alternativa correta. Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Remissão: Art. 5º, III, CRFB – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Art. 5º, XLIX, CRFB – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; - Crime próprio; - Doloso; - Material; - Comissivo; - Admite tentativa; Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Conflito aparente de normas CRIME DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER Art. 350, caput, CP [...] Parágrafo único – Na mesma pena incorre o funcionário que: [...] III – submeter pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei. REVOGADO TACITAMENTE PELO ART. 4º, “b”, LEI 4.898/65 Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Conflito aparente de normas CRIME DE TORTURA DO ENCARCERADO Art. 1º, Lei 9.455/97. Constitui crime de tortura: [...] §1º. Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. LEI DE TORTURA É ESPECIAL EM RELAÇÃO AO ABUSO DE AUTORIDADE Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] b) Submeter pessoa presa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; Conflito aparente de normas: Art. 232, Lei 9.069/90 (ECA) – Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; Remissão: Art. 5º, LXII, CRFB – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; Art. 306, CPP – A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa por ele indicada. Deixar de comunicar a prisão à família ou pessoa por ele indicada? ATÍPICO! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; -Crime próprio; - Mera conduta; - Omissivo; - Não admite tentativa; - Doloso; - Instantâneo; Obs.: Guilherme de Souza NUCCI – defende que o crime é formal. Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; Conflito aparente de normas: Art. 231, Lei 9.069/90 (ECA) – Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescentede fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena - detenção de seis meses a dois anos. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] c) Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; (CESPE/Unb – Agente de Polícia Civil PC/ES – 2008) Considerando que determinada autoridade policial execute a prisão em flagrante de um autor de furto, lavrando, logo após, o respectivo auto de prisão, a partir de então, essa autoridade policial deverá, entre outras providências, comunicar a prisão ao juiz competente, dentro de 24 horas, sob pena de incorrer em abuso de autoridade. Alternativa correta. Art. 306, CPP – A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa por ele indicada. §1º Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as oitivas colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] d) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; Remissão: Art. 5º, LXV, CRFB – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; -Crime de mão-própria – só o juiz pode praticar, não admitindo co-autoria; - Mera conduta; - Omissivo; - Não admite tentativa; - Doloso; - Instantâneo; Obs.: Guilherme de Souza NUCCI – defende que o crime é material. Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] d) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; Conflito aparente de normas: Art. 234, Lei 9.069/90 (ECA) – Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena – detenção de seis meses a dois anos. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] d) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; (CESP/Unb - MP/RR – Oficial de Promotoria – 2008) O juiz competente que deixa de ordenar o relaxamento de prisão em flagrante ilegal que lhe foi comunicado não comete abuso de autoridade, mas será responsável pelo tempo de prisão ilegal do preso e terá de indenizá-lo. Alternativa errada. Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; Remissão: Art. 5º, LXVI, CRFB – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Art. 322 a 350, CPP – disposições sobre fiança; Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; -Crime de próprio; - Mera conduta; - Comissivo (levar à prisão) / omissivo (nela deter); - Doloso; - Instantâneo; Obs.: Guilherme de Souza NUCCI – defende que o crime é material. Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao valor; g) Recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumento ou de qualquer outra despesa; DISPOSITIVO NÃO TEM MAIS APLICAÇÃO PRÁTICA NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; Remissão: Art. 5º, caput, CRFB - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; Conflito aparente de normas: Art. 138 a 140, CP – CRIMES CONTRA A HONRA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; Súmula Vinculante nº 11 do STF Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] h) O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; Conflito aparente de normas: Art. 232, Lei 9.069/90 (ECA) Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] i) Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. Conflito aparente de normas CRIME DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER Art. 350, CP [...] Parágrafo único – Na mesma pena incorre o funcionário que: II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; REVOGADO TACITAMENTE PELO ART. 4º, “i”, LEI 4.898/65 Art. 4º. Constitui também abuso de autoridade: [...] i) Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. Conflito aparente de normas: Art. 235, Lei 9.069/90 (ECA) – Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: Pena - detenção de seis meses a dois anos. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE!!! CONCEITO DE AUTORIDADE Art. 5º - Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. SANÇÕES • Administrativa • Civil • Penal Art. 6º O abuso de autoridade sujeitaráo seu autor à sanção administrativa, civil e penal. [...] §4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. NÃO CONSTITUI “BIS IN IDEM”! SANÇÃO ADMINISTRATIVA Art. 6º [...] §1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em: a) advertência; b) repreensão; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; d) destituição de função; e) demissão; f) demissão, a bem do serviço público. SANÇÃO ADMINISTRATIVA Art. 7º Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato. §1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. §2º Não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). (Lei 8.112/90) §3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil. Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar. SANÇÃO CIVIL Art. 6º. [...] §2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. [...] Art. 11º À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. SANÇÃO PENAL Art. 6º. [...] §3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. Arts. 12 a 28 → procedimento especial MULTA Art. 60, CP - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. § 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. Lei 7.209/84, art. 2º - São canceladas, na Parte Especial do Código Penal e nas leis especiais alcançadas pelo art. 12 do Código Penal, quaisquer referências a valores de multas, substituindo-se a expressão multa de por multa. SANÇÃO PENAL Art. 6º. [...] §3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Art. 61, Lei 9.099/95. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. APLICA-SE O PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO!!! NÃO SE APLICA O PROCEDIMENTO ESPECIAL DA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE!!!! OBS.: Posicionamento diverso → Guilherme de Souza NUCCI; Cezar Roberto BITENCOURT PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO Resta alguma hipótese de aplicação do procedimento especial da Lei 4.898/65? Declínio de competência do JECRIM?! Art. 61, § único, Lei 9.099/95. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. Art. 77, §2º, Lei 9.099/95. Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei. PROCEDIMENTO SUMÁRIO Art. 538, CPP. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. SANÇÃO PENAL Art. 6º. [...] §3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos. PENA DE PERDA DO CARGO Art. 6º, §3º, “c”, Lei 4.898/65 → natureza de PENA; Art. 92, I, CP → natureza de EFEITO DA CONDENAÇÃO. Art. 92, CP - São também efeitos da condenação: I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (CESP/Unb – Procurador do Município – 2007) O abuso de autoridade sujeita seu autor a sanção administrativa, civil e penal, constituindo a perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo de até 3 anos sanção de natureza penal a ser aplicada de acordo com as regras do Código Penal. Alternativa correta. PENA DE PERDA DO CARGO SANÇÃO PENAL PARA POLICIAL Art. 6º. [...] §5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA LEVA-SE EM CONTA APENAS A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Art. 109, CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto nos §§1º e 2º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: [...] VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. STJ, Informativo nº 227 → AP 334-ES, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, 3.11.2004. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA DA PENA DE MULTA Art. 6º, Lei 4.898/65 [...] §4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. Art. 114, CP - A prescrição da pena de multa ocorrerá: I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA DA PENA DE PERDA DO CARGO Art. 6º, Lei 4.898/65 [...] §4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 ASPECTOS GERAIS Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL ASPECTOS GERAIS Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Art.
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