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CRIMINOLOGIA Mod III

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III. O MÉTODO DA CRIMINOLOGIA.
1. EMPIRISMO.
O método empírico foi difundido pelo positivismo, elevando a Criminologia ao patamar de ciência autônoma.
É o método utilizado pela moderna criminologia e se baseia na análise, observação e indução.
Os fatos são examinados e analisados na busca de um ponto comum. Daí dizer-se que esse método é indutivo, pois parte do geral para o particular, sendo um verdadeiro método experimental.
É também um método científico, empregado preferencialmente pela Criminologia para o estudo do comportamento delitivo.
Permite ao investigador, com base na observação dos fatos, formular hipóteses e, a partir da análise dos referidos fatos, confirmá-las ou rejeitá-las.
A Criminologia é empírica porque:
a. seu objeto (delito, delinqüente, vítima e controle social) é real, podendo ser verificado e medido pois é um fenômeno da realidade;
b. suas conclusões baseiam-se nos fatos e na observação;
c. as hipóteses formuladas, com base nos fatos, prevalecem sobre os argumentos subjetivos;
d. parte do conhecimento e da explicação da realidade, da forma como ela se apresenta, para aproximar-se do fenômeno delitivo, tendo como objetivo obter informações diretas.
Entretanto, a complexidade e a imprevisibilidade do comportamento humano impossibilitam as generalizações, limitando a aplicação do método empírico, daí decorrendo as críticas ao método.
Isso pode ser suprido por análises qualitativas capazes de captar e interpretar outras facetas do drama gerado pelo crime.
Assim, a associação com outros métodos científicos não empíricos permitirá análise mais ampla e abrangente do problema humano e comunitário que resultam do crime, encarado como um fenômeno humano e cultural. 
2. INTERDISCIPLINARIDADE 
A Criminologia necessita dos conhecimentos da Biologia, Psicologia e Sociologia Criminais, que também se ocupam do crime como fenômeno individual e social, para completar a análise baseada no empirismo.
Mas sua função vai além, na medida em que promove a integração e coordenação das informações destes outros setores, o que lhe permite eliminar contradições e corrigir conclusões através do confronto.
Essa interdisciplinaridade faz parte da natureza totalizadora do saber cientifico e não retira a autonomia da Criminologia.
3. Métodos e técnicas de investigação.
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO.
Podem ser classificados como:
- Quantitativos: explicam a etiologia (gênese) e o desenvolvimento de um processo. Exemplos: estatísticas (principal), questionários e medições. 
- Qualitativos: permitem a análise em profundidade. Exemplos: observação participante e entrevista.
- Transversais: partem de uma medição do fenômeno analisado (métodos estatísticos).
- Longitudinais: baseiam em varias medições em diferentes momentos. Exemplos: estudos do acompanhamento (por exemplo, estudo de carreiras criminais) e biografias criminais.
 São os mais usados atualmente pela Criminologia, apesar da complexidade e do custo, por serem imprescindíveis para a captação da dinâmica e evolução de um fenômeno no tempo.
TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO.
a. Reconhecimentos médicos: incluem investigações clínicas e laboratoriais, exame psiquiátrico, neurológico e exames subsidiários como eletroencefalograma.
b. Exploração: através de exame psiquiátrico especializado, procura captar a personalidade do sujeito, no todo ou em parte, para detectar a existência de psicopatologia.
c. Entrevista: realizada por técnico em pesquisa, podendo ser informal (perguntas livres) ou estandartizada (perguntas padronizadas).
Grawitz divide as entrevistas em:
- livre - utiliza técnicas de psicanálise e psiquiatria, conferindo maior profundidade e liberdade às respostas, além da análise da forma como os entrevistados se manifestam.
- profunda – o campo de análise é mais restrito e profundo (por exemplo, evidenciar a motivação), limitando-se a sugerir temas em vez de formular perguntas.
- de respostas livres – dá mais liberdade e possibilidade de reflexão. 
- centradas – perguntas baseadas em hipóteses previamente elaboradas, possibilitando análise profunda e comparativa.
- de perguntas abertas – as perguntas são precisas e dão margem de liberdade apenas ao entrevistado.
- de perguntas fechadas – restringe as respostas a alternativas ou a uma lista.
 Quanto ao direcionamento da conversa, a entrevista pode ser:
- dirigida – o investigador orienta o sentido desejado.
- não dirigida – a orientação é mínima para que se possa detectar a percepção do examinado, fazendo com que este se sinta compreendido.
Quanto ao modo de conversa:
- entrevista direta – perguntas explícitas.
- entrevista indireta – perguntas que não evidenciam o objetivo pretendido.
Dependendo do destinatário, tem-se a entrevista:
- convencional bilateral - há um entrevistador e um entrevistado;
- comum com pluralidade sucessiva de entrevistados - são ouvidos o examinado e seus familiares;
- de grupo - são ouvidos vários entrevistados ao mesmo tempo;
- interrogatório cruzado – há pluralidade de entrevistadores e de entrevistados.
A entrevista pode ser oral ou escrita, sendo esta última usada quando o destinatário é a coletividade.
Pesquisa panel – utilizada para se detectar mudanças de opinião e de conduta através da entrevista de determinados setores da sociedade, em épocas diferentes.
d. Questionário: é quantitativo, utilizado em grandes amostras de população, pressupondo-a homogênea e limitando as possibilidades de resposta.
e. Observação: surgiu com a Antropologia Social.
Requer conhecimentos psicológicos e psiquiátricos do investigador e padronização do objeto, sendo utilizada como complemento de outras técnicas.
A observação pode ser estruturada ou não, e o observador pode ficar à distância (observação externa) ou integrar-se no contexto (observação ativa, participante). Neste último caso, corre-se o risco de perda da neutralidade e distanciamento do objeto.
f. Discussão em grupo: juntamente com a psicanálise, tem papel importante na análise e terapia da personalidade, e na terapia de grupo, objetivando que cada pessoa experimente como os demais enfrentam seus problemas.
g. Experimentação: consiste em provocar uma situação de fato, na busca de um fator causal.
Pode ser:
- de laboratório – utiliza um grupo experimental e um grupo controle, ambos observados em situações artificiais;
- de campo – quando efetivada no habitat natural dos envolvidos.
A pesquisa de campo busca relacionar fenômenos sociais com o comportamento criminoso.
Entretanto, a falta de homogeneidade dos grupos e as alterações na forma de vida e nas amizades dos envolvidos, quando agrupados para análise, podem interferir nos resultados.
A experimentação abala a constância das condições a que o homem está acostumado na sociedade.
h. Testes psicológicos: provocam reações no indivíduo a fim de estudar sua personalidade.
As diferenças individuais tornam distintas as reações, permitindo análise estatística.
Os testes psicológicos dão uma idéia da personalidade no momento do exame, baseada em deduções, mas não refletem a personalidade no momento do fato.
Dividem-se em:
- testes de eficiência (testes de inteligência, de aptidões);
- testes de personalidade (questionários, testes objetivos e testes projetivos de personalidade).
i. Métodos de medição: quantificam aspectos qualitativos, usando escalas.
São utilizados na Sociologia em relação a atitudes, percepções e comportamentos individuais ou de grupo, e na Psicologia da Personalidade para verificar a incidência de certa qualidade.
j. Métodos sociométricos: investigam as variações da relação de cada membro com o grupo.
k. Métodos Longitudinais.
- Estudo de casos – é utilizado para obter informação completa do indivíduo (comportamento, história familiar etc), sendo limitado pelo subjetivismo do investigador.- Biografias escritas pelos próprios delinqüentes ou por terceiro – são vistas com reservas.
- Estudos de seguimentos, acompanhamentos – utilizados em relação à carreira criminal e à reinserção social, permitindo estudo da origem do comportamento e da reincidência.
l. Estudos paralelos e investigações com grupos controle – comparam 2 (dois) grupos homogêneos quanto a um determinado fator, sendo um deles composto por delinqüentes e o outro por não delinqüentes.
Tentam estabelecer a relação causal, sendo utilizados pela Biologia Criminal no estudo de comportamento de gêmeos.
A dificuldade de encontrar grupos homogêneos é o obstáculo à utilização dessa técnica.
m. Métodos Estatísticos.
- Estatística de massa - abrange toda a atividade criminosa de uma população.
- Estatística de série - engloba número restrito de casos e verifica as estatísticas anteriores, confirmando-as ou contradizendo-as.
 - Estatísticas estáticas – baseiam-se na observação do objeto em repouso, por um período de tempo (por exemplo, total da criminalidade feminina em um ano), expressando números absolutos.
- Estatísticas dinâmicas – apreciam a criminalidade em movimento, com suas oscilações, sendo suas cifras relativas.
- Estudos ou esquemas de prognóstico – avaliam a probabilidade de delinqüir.
- Estatísticas de informe de autodenúncia e pesquisas de vitimização – destinam-se ao conhecimento da criminalidade real, não registrada.
As estatísticas de informe de autodenúncia e as pesquisas de vitimização evidenciam a chamada cifra negra, composta pelos casos não denunciados por diferentes motivos.
Outras vezes, a denúncia é oferecida, mas o resultado é negativo ou, se condenado, o infrator não cumpre a pena. Daí o comprometimento das estatísticas oficiais, pois se baseiam apenas nos casos que chegaram ao conhecimento do judiciário, foram julgados e cumpriram a pena.
Assim, a cifra negra expressa a relação entre o número efetivo de delitos cometidos e o de delitos que compõem as estatísticas oficiais.
A lei das relações constantes não valorizava a cifra negra por considerá-la constante, uma vez que a criminalidade real e a registrada também o seriam. 
Foi questionada pela Sociologia que, através da pesquisa social, objetiva conhecer a cifra negra (criminalidade real), ressaltando as particularidades do agressor e da vítima, além da análise sócio estrutural da própria etiologia desta cifra.
Os informes de autodenúncia objetivam, por meio de formulários dirigidos à população, obter informação sobre eventual participação em atividade delitiva, denunciada ou não.
Precedem as pesquisas de vitimização, tendo pretensões qualitativas em relação à etiologia do delito e às características do infrator.
Estimam as taxas de prevalência (número de casos novos) em certos delitos e grupos e têm a vantagem de obter informações sobre características pessoais.
Revelam o volume da criminalidade não registrada.
Entretanto, detectam apenas a criminalidade de adultos e, nem sempre, o fato relatado é crime, mas conduta problemática.
As pesquisas de vitimização permitem a comparação das taxas de criminalidade real e oficial a partir do relato de denúncia ou não do crime, além da análise do comportamento da vítima.
Quanto às fontes, temos as estatísticas policiais, judiciais e penitenciárias.
As estatísticas policiais fornecem informações completas e confiáveis da realidade, distinguindo os delitos conhecidos, dos delitos esclarecidos.
As estatísticas judiciais são importantes na análise da evolução da criminalidade, pois refletem o que acontece em todas as instâncias e a realidade penitenciária.
Referem-se a delitos apreciados, sentenças condenatórias e número de condenações, mas não refletem o número de delitos cometidos naquele período examinado.
A informação é incompleta e parcial.
As estatísticas penitenciárias englobam três setores:
- estabelecimentos penitenciários, com sua distribuição geográfica e finalidade;
- séries cronológicas relativas a número de reclusos, delitos cometidos, entradas e liberações condicionais, situações processuais etc.
- dados sobre a população reclusa, novos ingressos, além das suas classificações por idade, sexo, penas impostas.

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