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MHA7 Tosse (causas)


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Tosse | Luís Felipe Inácio Almeida | Medicina UFPB Turma 100 
MHA7 – 18/07/2017 
Professora: Juliana 
TOSSE 
Aula de Juliana + aula de RR na pneumo + artigo sobre IVAS 
A tosse é o mecanismo de defesa do organismo para retirar secreções e corpos estranhos das vias aéreas 
desencadeado pelo estímulo de receptores localizados no aparelho respiratório. 
É uma expiração explosiva e acompanhada de um ruído característico cujo objetivo é a limpeza das vias aéreas inferiores e 
da laringe. 
≠Espirro que visa a limpeza da nasofaringe e fossas nasais. 
Esses dois mecanismos são dispensáveis, pois o mecanismo mucosiliar juntamente com os macrófagos alveolares são o 
mecanismo de defesa normalmente empregado. E nem sempre a tosse tem o sentido de defesa. Pode ser apenas irritativo, 
sem o que expelir. 
Tosse é um sinal de alerta de que algo não está bem. A princípio é benéfica, deve ser usada para o diagnóstico. Já fica 
a primeira lição da aula: quanto mais alta a doença, mais tosse tem, pois tem mais receptores. Uma pneumonia no alvéolo 
pode não dar tosse, pode dar sinal sistêmico de toxemia, mas não tosse. 
Reflexo defensivo importante que protege da aspiração de corpos estranhos e promove a eliminação de secreções e 
partículas da via respiratória. 
É um dos sintomas mais comuns no consultório médico. É causa de outras queixas, como exaustão, insônia, dor 
músculo esquelética, rouquidão. Quando tosse, usa uma musculatura que normalmente não se usa. 
Mas além de um sintoma, sabemos que na verdade a tosse é um mecanismo de defesa das VAS extremamente 
importante e que assim como espirros, sibilos e secreção (muco) são sintomas causados na tentativa de proteção do nosso 
sistema respiratório. 
O receptor da tosse é parte do mecanismo de defesa. O mesmo mecanismo do broncoespasmo. Se o equilíbrio de 
proteção da via aérea for quebrado, o organismo manda fechar a passagem. Tudo isso se for doença é alguma coisa que não 
foi bem tratada. Se só abrir o broncoespasmo e não tratar a causa. Mesma coisa na tosse é preciso tratar a causa da tosse para 
sessar o estimulo. 
Esquema do reflexo da tosse 
 
Tosse ineficaz: 
Fase nervosa: inibição do centro nervoso da tosse ou interrupção ao nível da placa motora. 
Fase inspiratória: o pulmão não se insufla adequadamente. 
Fase compressiva: impossibilidade do fechamento da glote. 
Fase explosiva: diminuição do fluxo aéreo. 
 
 
Tosse | Luís Felipe Inácio Almeida | Medicina UFPB Turma 100 
Principais causas de Tosse 
Inflamatórios Extramurais Intramurais Químicos Térmicos Reflexos 
-Rinosinusite 
(resfriado e gripe) 
-Laringite 
-Traqueite 
-Bronquite 
-Bronquiolite 
-Pneumonia 
-Abscesso pulmonar 
 
-Aneurisma da 
aorta 
-Granulomas 
-Neoplasias 
pulmonares e 
mediastinais 
-Derrame 
pleural 
 
-Broncoespasmo 
-Granulomatose 
endobrônquica 
-Pneumonite 
intersticial aguda 
-Edema pulmonar 
-Atelectasia 
-Aspiração de corpo 
estranho 
-Inalação de 
gases 
irritantes 
-Fumaça de 
cigarro 
-Fumaças 
químicas 
-Inibidores da 
ECA 
-Ar frio 
-Ar muito 
quente 
 
-Irritação do meato 
auditivo externo 
-Irritação dos seios 
para nasais 
-Irritação das paredes 
da faringe 
-Refluxo 
gastroesofágico 
A tosse pode ser classificada quanto ao tempo: 
Tosse aguda ≤3 semanas. 
Tosse Subaguda 3 – 8 semanas 
Tosse crônica > 8 semanas 
Aguda 
 As principais causas são infecções virais e traqueobronquite; depois exacerbações de asma, bronquiectasias, DPOC 
leve, EAD e rinossinusopatias; Exposição a alérgenos ou agentes irritativos; e Doenças com risco de complicação: Penumonia, 
asma grave, DPOC, EAD, embolia pulmonar. 
 Resfriado comum e gripe: A diferença entre os dois (os dois são virais), mas a gripe é da família influenza, dá uma 
doença viral mais grave geralmente. O resfriado é uma doença mais branda, menos sintoma sistêmico. Até que se 
prove o contrário, todos são virais até bronquite, não precisam de antibiótico. A principal causa de tosse não deve 
tomar antibiótico. 
Gotejamento pós-nasal + mucosa inflamada + aumento da sensibilidade dos receptores -> Tosse 
 Traqueobronquite: IRA manifestada predominantemente por tosse, com/sem expectoração, tendo ou não 
características purulentas, com menos de 3 semanas e sem achados radiológicos para outras doenças. 
Origem viral e pode ter associação bacteriana 
 Sinusite aguda: A maioria é viral, suspeitar de envolvimento de bactéria pela duração dos sintomas. Rx da face não 
vale a pena fazer em crianças pela não visualização dos seios paranasais. 
+10 dias com secreção esverdeadaTratamento com ATB (14 dias amoxicilina-clavulanato ou cefalosporina de 2ª 
geração para poder pegar bem Streptococcus e Haemophilus); 
Anti-histaminico só se a secreção estiver fuida!! 
Pode ser definida como infecção bacteriana dos seios paranasais, com duração menor de 30 dias, no qual os sintomas 
desaparecem completamente. Os seios mais freqüentemente comprometidos são o maxilar e etmoidal. Os agentes 
bacterianos mais comuns são o Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae não-tipável e a Moraxella 
catarrhalis. 
A etmoidite costuma aparecer após os seis meses de idade. 
A infecção maxilar produz manifestações clínicas após o primeiro ano de vida. 
A sinusite frontal é rara antes dos 10 anos de idade. 
 Medicamentosa: IECA, 𝛽-bloqueador (pacientes com asma e DPOC) 
Subaguda 
 As principais causas: pós-infecciosa ou hiper-reatividade brônquica transitória. 
O diagnóstico é feito por exclusão, não acha causa, histórico IVAS (sem evidência de pneumonia) nas últimas 3 
semanas. 
O mecanismo da tosse é igual ao do resfriado comum: gotejamento pós-nasal + inflamação e lesão de 
mucosa. Pode ser responsável pelo agravo do refluxo gastroesofágico. Principal causa é infecção viral, B. pertussis, 
M. pneumoniae. Geralmente é autolimitada. 
Tosse | Luís Felipe Inácio Almeida | Medicina UFPB Turma 100 
A história do nariz. Dois terços são para trás e um terço só pra frente. O nariz irritado goteja secreção mucosa para trás 
e causa a tosse. Se inflama pega um monte de receptor de tosse. Então vai tossir muito. Se o caba for alérgico vai tossir mais 
ainda. O estímulo é mais inflamatório. 
Crônica 
1ª etapa é a realização de uma Anamnese e Exame Físico que só isso vai dar 70% dos diagnósticos. As 3 
principais causas: Tosse Variante da asma, DRGE, rinossinusite crônica cônica (Rinite) 
 Tosse variante da asma (Tosse alérgica): exame físico normal e função pulmonar normal. Há exacerbação 
noturna ou depois de um exercícioFecha o diagnóstico: Resolução com o tratamento para asma. 
Trata por 3 meses no mínimo, depois diminui a dose de corticoide se a paciente melhora. Caso ele piore com a 
diminuição da dose faz-se o aumento da dose de corticoide inalatório. 
 DRGE: pirose, regurgitação, dor torácica não coronariana... 
O pigarro é um sinal de refluxo, estímulo no esôfago terminal por reflexo do vago pode dar broncoespasmo, imagine 
tosse se ficar estimulando (comer muito, comer com gás, tem muito mais com digestão de proteína, mais difícil de 
digerir). 
Características que sugerem que a tosse crônica seja decorrente de DRGE: 
 Ausência de exposição a agentes irritantes; 
 Não ser fumante na atualidade; 
 Não estar em tratamento com IECA; 
 Rx do tórax normal ou sem alteração inespecíficas; 
 Participação de asma descartada: não melhora com tratamento de asma e teste negativo de provocação com 
metacolina. 
 Participação de sinusite descartada. 
 Participação de bronquite eosinofilica descartada. 
 Bronquiectasia: tosse crônica produtiva com expectoração de grande quantidade de secreção mucoide, 
purulenta ou escarro sanguinolento. Diagnóstico por TC. 
 Tuberculose: Tosse e expectoração pelo período de 3 semanas ou mais. Tosse psicogênica: melhora com o sono e o diagnóstico é de exclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tosse | Luís Felipe Inácio Almeida | Medicina UFPB Turma 100 
 
Rinofaringite aguda 
 
Sinusite aguda 
 
Laringite viral aguda 
Sinais e Sintomas 
 
Pode apresentar-se, na criança maior, com febre alta, 
prostração, mialgia e calafrios. Os sintomas de coriza, tosse e 
faringite podem ficar em segundo plano frente às manifestações 
sistêmicas mais intensas. Febre, diarreia, vômitos e dor 
abdominal são comuns em crianças mais jovens. Tosse e fadiga 
podem durar várias semanas. 
Ao exame físico, percebe-se congestão da mucosa nasal e 
faríngea e hiperemia das membranas timpânicas. 
 
As manifestações iniciais de IVAS passam a se prolongar por 
mais de 10 dias ou, após período de melhora clínica, há 
persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução e 
secreção nasal purulenta). Esse quadro pode ser acompanhado 
de halitose. Costuma haver tosse diurna, com piora à noite. Em 
alguns casos, pode ocorrer febre. Nas formas moderadas a 
graves, ou em crianças maiores, as manifestações citadas 
podem ser mais intensas, acompanhando-se, eventualmente, 
de edema palpebral, cefaleia, prostração, desconforto ou dor, 
espontâneos ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) ou 
nos dentes1. A celulite periorbitária é um sinal de etmoidite. 
Ao exame do nariz, pode constatar-se congestão da mucosa e 
presença de secreção purulenta no meato médio. Na 
orofaringe pode se observar gota purulenta pós-nasal. 
Pródromos: coriza, obstrução nasal, tosse seca e 
febre baixa. 
Evolução: tosse rouca, disfonia, afonia ou choro 
rouco e estridor inspiratório. Em casos de 
obstrução mais grave, surge estridor mais intenso, 
tiragem supra-esternal, batimentos de asa do nariz, 
estridor expiratório e agitação. Nos casos 
extremos, além de intensa dispneia e agitação, 
surgem palidez, cianose, torpor, convulsões, apnéia 
e morte. 
Complicações Infecção bacteriana associada: otite média aguda e sinusite. 
(Febre +72h) 
Dificuldade respiratória -> Bronqueolite aguda, Pneumonia, 
Laringite. 
Sinusite crônica, osteíte frontal, osteomielite maxilar, celulite 
periorbitária, abscesso orbitário e subperiosteal, Meningite, 
trombose de seio cavernoso e sagital superior, abscesso 
epidural, empiema subdural e abscesso cerebral. 
Obstrução de vias aéreas de grau variável. 
Diagnóstico Clínico. 
Diferencial: Infecções virais e bacterianas. Surgimento de 
quadro de IVAS de repetição suspeitar de rinite alérgica. 
História Clínica + Sinais Sintomas. Exame Radiológico raramente 
necessário. 
Avaliação Otorrinolaringológica: 
Recorrência, Cronicidade e Complicações. 
Clínico. 
Diagnóstico Diferencial: laringite espasmódica, 
epiglitete aguda, malformação congênita, corpo 
estranho, laringotraqueíte bacteriana, laringite 
diftérica, laringoedema alérgico e abscesso 
retrofaríngeo. 
Exames 
Complementares 
Identificação do agente etiológico desnecessária. Apenas em 
casos de epidemias para controle sanitário. 
Hemograma: alterações compatíveis com infecção bacteriana. 
Imagem (Rx e TC): investigar complicações ósseas. 
Punção aspirativa: crianças imunodeficientes. 
Endoscopia nasal: Problema anatômico. 
Broncoscopia flexível se houver suspeita de 
malformação. 
Radiografia em caso de suspeita de corpo estranho. 
Tratamento Geral  Repouso no período febril; 
 Hidratação e dieta conforme aceitação; 
 Higiene e desobstrução nasal (Pode-se usar descongestionante); 
 Antitérmico e analgésico: acetaminofeno ou ibuprofeno. 
 Repouso 
 Umidificação do ar 
 Analgésico e antitérmico. 
 Descongestionantes 
 Alimentação leve 
 Hidratação 
 Umidificação do ambiente 
 Manter ambiente limpo. 
 Corticoterapia inalatória: Dexametasona. 
Tratamento 
específico 
Não há tratamento específico para infecção viral. 
Influenza A pode-se usar Amantadina (crianças maiores que 1 
ano). 
 ATB: amoxicilina (c/s clavulanato) claritromicina ou 
azitromicina. 
Substitui o ATB se não melhorar em 72h. Casos graves interna e 
ATB-intravenoso 
 Corticoide 
 Drenagem em casos complicados. 
 
Prognóstico Doença autolimitada (5-7 dias), apresenta bom prognóstico em 
crianças previamente hígidas. Lactentes, desnutrição ou estado 
de imunodepressão são fatores de risco para complicações. 
Bom prognóstico. 
Criança com Rinite alérgica é propensa a casos de repetição ou 
crônicos. 
Baixo risco de mortalidade. 
Vírus Influenza associado a um curso mais grave. 
Tosse | Luís Felipe Inácio Almeida | Medicina UFPB Turma 100 
 
 
Informação e 
Instrução para a 
família 
 Desaconselhar o uso de antimicrobianos, antitussígeno e anti-
histamínico. 
 Higiene das mãos. 
 Alertas sobre as complicações 
 Persistência dos sintomas retornar ao médico. 
 Retorno em 2 semanas. 
 Evitar fumaça. 
Piora dos sintomas procurar uma emergência. 
Medidas 
preventivas 
 Higiene adequada. 
 Evitar contato com pessoas doentes 
 Vacinação 
 Tratar rinite alérgica, quando presente (profilaxia). 
 Evitar mergulhos durante IVAS. 
 Evitar tabagismo (ativo e passivo). 
 Correção cirúrgica de fatores predisponentes. 
Evitar contato com pessoas doentes e crianças 
menores de 2 anos.