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ED Micro clínica AV1

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Estudo Dirigido – Microbiologia Clínica (AV1) 
Defina e explique as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica do ciclo diagnóstico. 
Fase pré-analítica = Coleta de amostras, coleta apropriada, estabelecer ocasiões ótimas para a coleta, quantidade suficiente de amostra, etc.
Fase analítica = Vai desde o momento em que a amostra é aceita pelo laboratório, passa por microscopia, seleção do meio de cultura, incubação do material, visualização das colônias, identificação da amostra, antibiograma, etc. 
Fase pós-analítica = relato de resultados (separação entre relatos urgente e importantes); interação com epidemiologistas; análise dos resultados e manutenção de amostras e registros. 
Qual a importância de se realizar um diagnóstico precoce de uma faringite bacteriana?
Não deixar que a bactéria caia na corrente sanguínea.
Quais as características dos streptococcus alfa, beta e gama hemolíticos?
Alfa-hemolítico = Hemólise parcial em ágar-sangue.
Beta-hemolítico = Hemólise total em ágar-sangue. 
Gama-hemolítico = Não há hemólise em ágar-sangue, apenas formação de colônias. 
Qual o agente bacteriano mais comum de infecções de orofaringe?
S. pyogenes. 
Qual o microorganismo que pode causar infecções de orofaringe e quando visto ao microscópio se assemelha á caracteres chineses?
Corynebacterium diphteriae.
Descreva a coleta ideal do material de orofaringe. 
Colocar luz na cavidade oral. Solicitar que o paciente abra bem a boca e diga “aaa”. A língua é pressionada com uma espátula e um swab é orientado sobre a língua até a faringe posterior especialmente nas áreas edemaciadas, adjacentes aos pontos com pus ou placas; 
Ter cuidado para não encostar nas paredes laterais da cavidade bucal ou a língua para minimizar a contaminação com bactérias comensais; Após a coleta o swab deve ser colocado imediatamente em um tubo estéril; 
Encaminhar ao laboratório em até 12 horas em temperatura ambiente.
Quais os meios de cultura mais indicados para semeadura de material oriundo do TRS?
Ágar-sangue e ágar-chocolate. 
Qual a finalidade de se realizar a prova da catalase? Descreva seu procedimento.
Prova da catalase: É indicado para detectar staphylococcus. Catalase é a enzima que quebra H202, gerando H20 + O2. Podemos fazer esse teste em uma lâmina, colocando o material nela. Esfregue a colônia na lâmina, coloque uma gota de peróxido de hidrogênio. Se por acaso houver a formação de bolhas, o teste será positivo. Se não formar bolhas, o teste é negativo. No caso de trato respiratório superior com material de orofaringe, se der bolhas, será positivo para staphylococcos (o primeiro a se pensar é no aureus). Se não der bolhas, começamos a pensar em outras bactérias. 
Quais os testes microbiológicos utilizados para diagnóstico de Staphylococcus aureus? Descreva-os. 
Coagulase positiva e DNAse positiva. 
Prova da DNAase: Usado para identificar staphylococcos. Semeia-se a bactéria em um meio com DNA. As colônias que suspeitamos que sejam staphylococcos crescerão. Se forem mesmo staphylococcos, eles secretam DNAase, que quebra DNA do meio. Uma maneira de evidenciar o DNA é colocar ácido clorídrico, mas vai condensar o DNA. Se por acaso a bactéria secreta DNAase, na hora em que colocarmos o HCl, há a formação de um halo, pois o DNA já foi degradado (não foi condensado). Nesse caso, o teste é positivo para S. Aureus.
Prova da coagulase: Identifica a capacidade do microorganismo formar coágulos no plasma. Existe o teste ''livre'' e o ''ligado''. Livre: Usar o tubo de ensaio estéril com plasma de coelho. Colocar a colônia e incubar á 37°C, em banho-maria. Essa incubação pode ter resultado em até 24h. Inverte-se o tubo de ensaio e se ele ainda estiver líquido, é um teste negativo. Se inverter o tubo e ele estiver sólido, o resultado é positivo para staphylococcos aureus. Esse teste é o mais indicado pois é o mais controlado e coloca a bactéria em condições ótimas. 
Qual a finalidade da realização do teste de CAMP? Relate seu procedimento. 
Prova da CAMP: Para identificar Streptococcos agalactiae. É realizado sempre em ágar-sangue. Teremos uma placa de petri, que é ágar-sangue. Semeia-se a bactéria em ágar-sangue, mas primeiro é preciso semear a bactéria S. aureus. Coloca o S. aureus, coloca a bactéria que não sabemos qual é e semeia-a perpendicularmente, sem encostar no aureus. Incubar á 37°C e deixar por 24h, esperando a bactéria crescer. Se por acaso a bactéria formar ''setas'', o teste é positivo para S. agalactiae. A seta, como está em ágar-sangue, significa a hemólise das hemácias. Isso porque o S. agalactiae é beta-hemolítico. Quando ele está perto do aureus, as hemolisinas do mesmo potencializa a hemólise total do agalactiae. 
Quais os testes diagnósticos utilizados para se observar a presença de streptococcus pyogenes?
Teste da Bacitracina: Consiste em semear a bactéria de maneira confluente, no ágar-sangue. Depois de semeada, coloque em um disco contendo bacitracina (antibiótico). Incuba o material á 37°C, de 24h a 48h. Observa-se a formação de halo de inibição. Caso forme, será positivo para S. pyogenes. 
Teste do PYR: Verifica a degradação enzimática do reagente PYR. Pode ser realizado em uma lâmina, onde colocamos a bactéria e vemos a degradação desse reagente. Se a bactéria conseguir degradar enzimaticamente o PYR, o produto formado dessa degradação será colorimétrico (ficará rosa) e será positivo para S. pyogenes. 
Qual o princípio do teste rápido?
Sua detecção é por coaglutinação, ELISA ou aglutinação em partículas de látex (possuem anticorpos); Possui maior rapidez e possibilidade de fazer o diagnóstico da infecção mesmo em pacientes com uso de antimicrobianos. Identificar a presença de antígenos.
Descreva os procedimentos para realização da prova de bilesolubilidade e optoquina. Qual a finalidade destes testes?
Prova da bile-solubilidade: Para identificar S. pneumoniae. Utiliza a bile de boi. Se tiver presença de pneumococos, a bile de boi acaba ativando enzimas autolíticas do pneumococos, que fazem degradação da bactéria. Coloca-se a bile de boi em um tubo de ensaio e aguarde. Se o tubo continuar turvo, o teste é negativo. Se o tubo ficar limpo, com depósitos de bactérias apenas, o teste será positivo para S. pneumoniae. 
Prova da optoquina: Também serve para identificar pneumococos. A optoquina é um antibiótico. Semeia a bactéria de maneira confluente na placa de petri, contendo a optoquina. Incuba-se o material. Se na incubação houver a formação de um halo de inibição ao redor do disco, significa que a bactéria é sensível á esse antibiótico. Com isso, se ela for sensível, o teste é positivo para pneumococos, que são sensíveis a optoquina. 
Qual é o meio de cultura indicado para o crescimento de H. Influenzae? Quais testes microbiológicos são indicados para seu diagnóstico? Descreva-os.
Ágar-chocolate.
Prova do satelismo: Identifica H. influenzae do tipo B. Pega-se uma placa de petri e utiliza ágar-sangue para cultivar. O H. influenzae B não cresce nesse meio (cresce em ágar-chocolate). Utilizamos o S. epidermidis e o semeamos. Eles secretam fator V de crescimento, que ajudam o H. influenzae a crescer. Se houver mesmo crescimento junto ao S. epidermidis, chegamos ao diagnóstico de H. influenzae B. 
Teste dos discos com fatores de crescimento: A bactéria não cresce muito bem em ágar-sangue, a não ser que possuam fatores de crescimento. Semeia a bactéria em um meio que não seja ágar-chocolate e vai colocar discos que contenham fator X e fator V. Se por acaso houver crescimento da bactéria ao redor desses discos, o teste é positivo para H. influenzae. 
Quais infecções são mais comuns no TRI?
Agudas: 
Bronquite 
Traqueíte
Coqueluche (é uma bronquite) 
Bronquiolite (mais grave) 
Pneumonia 
 Crônicas 
Tuberculose (mais grave) 
Empiema (pus em cavidades pré-estabelecidas).
Qual o agente etiológico da coqueluche? Descreva brevemente os sinais e sintomas da doença. 
Bordetella pertussis. Febre baixa, coriza, espirros, lacrimejamento, falta de apetite, mal-estar(estágio catarral); O estágio paroxístico é de início repentino e esses episódios são breves, mas ocorrem um atrás do outro, sucessivamente, sem que o doente tenha condições de respirar entre eles e são seguidos por uma inspiração profunda que provoca um som agudo. No estágio de convalescença, os sintomas vão regredindo até desaparecerem completamente. 
Qual é a amostra mais comum de coleta do TRI? Relate os procedimentos indicados para sua coleta e o porquê da mesma ser tão controversa.
Escarro expectorado:
Escovação dos dentes e gargarejo com água imediatamente antes de se obter a amostra reduz o número de bactérias contaminantes da orofaringe. 
Evitar bochecho e gargarejo com substância antibacteriana 
Imediatamente levada para o laboratório 
Amostra logo ao acordar, pois elas contêm secreções acumuladas durante a noite, nas quais as bactérias patogênicas mais provavelmente estarão concentradas. 
É uma controvérsia pois é mais fácil de ser contaminada por bactérias orais.
Além do escarro, quais são as outras amostras clínicas oriundas do TRI?
Aspirado endotraqueal, broncoscopia flexível (biópsia, lavado bronquioalveolar e escovagem) e lavagem bronquioalveolar. 
Como podemos agrupar/classificar as micobactérias?
Espécies de crescimento lento; 
Espécies de crescimento rápido; 
Micobactérias que ainda não foram cultivadas devido a necessidades especiais. 
Quais as características das micobactérias em função da complexidade de sua parede celular?
Crescimento lento por conta da parede celular; resistência à antibióticos; são bacilos álcool-ácido-resistentes. 
É possível corar micobactérias pelo método de GRAM? Por que?
Não, porque são bactérias álcool-ácido-resistentes. Sua parece celular não é convencional se comparada á bactérias GRAM positivas e negativas, sendo composta por muitos ácidos e proteínas. 
Qual o exame laboratorial preconizado pelo Ministério da Saúde para diagnóstico da tuberculose? Em quais amostras as micobactérias podem ser isoladas?
Fazer baciloscopia e cultura do material.
Amostras respiratórias => Expectoração ou nebulização.
Hemoculturas => Frascos com agentes líticos 
Fezes frescas;
Amostras “estéreis” => LCR e outros líquidos corporais. 
Qual seria a maneira mais rápida de diagnóstico da tuberculose a partir de qualquer amostra clínica?
PCR (biologia molecular).
Quais os procedimentos importantes no momento de preparo da amostra de escarro quando há suspeita de tuberculose?
Digestão e descontaminação.
Quais as diferenças clínicas e microbiológicas da lepra tuberculóide para a lepra lepromatosa?
Lepra tuberculóide: Tem poucas lesões; poucos parasitas por lesão; sem acometimento nervoso.
Lepra lepromatosa: Tem muitas lesões, principalmente no rosto; muitas micobactérias por lesão; acometimento nervoso. 
Como é possível chegar ao diagnóstico laboratorial da hanseníase?
Apenas biópsia e baciloscopia.

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