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© Aldário Bordonalli 1 EE 521EE 521 Introdução à Teoria EletromagnéticaIntrodução à Teoria Eletromagnética Corrente Estacionária Quadro 2 Corrente Estacionária Corrente Estacionária � Corrente e densidade de corrente. � Velocidade de cargas e fluxo da corrente � Equação da continuidade. � Classificação dos materiais. � Condutores. � Lei de Ohm. � Resistência elétrica. � Força eletromotriz. Quadro 3 Corrente Estacionária Corrente Estacionária � Lei de Joule. � Condições de contorno condutores (perfeitos ou não). � Materiais dielétricos. � Tempo de relaxação. � Condições de contorno envolvendo dielétricos (perfeitos ou não). � Capacitância e exemplos. Quadro 4 Introdução � Chegou a hora de se observar a aplicação das leis e dos métodos vistos até agora a alguns materiais com os quais se pode precisar trabalhar na prática. � Após a definição de corrente e densidade de corrente, e tendo desenvolvido a equação fundamental da continuidade, o condutor será apresentado. � Na sequência, define-se a Lei de Ohm em suas duas formas, microscópica e macroscópica. � Com estes resultados, será possível definir resistência e determinar valores para algumas das formas geométricas mais simples que os resistores podem assumir. Quadro 5 Introdução II � Mais adiante, as considerações de força eletromotriz poderão ser traçadas, resultando na lei de Kirchhoff para tensões. � A equação da continuidade é então usada para também definir a lei de Kirchhoff para correntes e, mais tarde, para se obter o tempo de relaxamento do material. � A lei de Joule pode então ser introduzida e a dissipação de energia calculada. � As condições de contorno a que as superfícies dos condutores devem estar submetidas serão obtidas. Quadro 6 Introdução III � Depois de uma breve consideração geral sobre o semicondutor, a polarização de materiais elétricos será investigada, com a introdução da permissividade relativa, ou constante dielétrica. � As condições de contorno dos dielétricos serão também obtidas. � Conhecendo-se condutores e dielétricos, chega-se aos capacitores e alguns exemplos serão analisados. � Os princípios fundamentais do eletromagnetismo de que dependem resistores e capacitores serão nesta etapa estudados, ficando o indutor para mais tarde. © Aldário Bordonalli 2 Quadro 7 Corrente � Cargas elétricas em movimento constituem uma corrente, medida em ampère (A) → a corrente é definida como a razão em que o movimento de cargas, passando por um determinado ponto ou atravessando um determinado plano de referência, constitui-se em 1 coulomb por segundo: � A corrente é, então, definida como o movimento de cargas positivas, embora a condução nos metais seja constituída pelo movimento de elétrons. � Na teoria dos campos, o interesse é, em geral, em situações que ocorrem em um ponto em vez de numa grande região → assim, o conceito de densidade de corrente, medida em ampères por metro quadrado (A/m2) se torna mais útil. dt dQI = Quadro 8 Densidade de corrente � Densidade de corrente é um vetor representado por J → seja o incremento de corrente ∆I que atravessa uma superfície incremental ∆S que é normal à densidade de corrente, de maneira que: � No caso mais geral em que a densidade de corrente não é perpendicular à superfície, generaliza-se para: � A corrente total é, então, dada por: SJI n∆=∆ SJI rr ∆⋅=∆ ∫ ⋅= S SdJI rr Quadro 9 Densidades de corrente e de carga � A densidade de corrente pode ser relacionada à velocidade de deslocamento de uma densidade volumétrica de carga em um ponto. � Considere o elemento de carga da figura, tal que: � Para simplificar a apresentação, considera-se que o elemento volumétrico de carga esteja orientado com os seus eixos paralelos aos eixos coordenados e que possua somente a componente x da velocidade. LSvQ vv ∆∆=∆=∆ ρρ v Quadro 10 Densidade de corrente e de carga � No intervalo de tempo ∆t, o elemento de carga moveu-se uma distância ∆x, conforme mostrado na figura. � Para o deslocamento do incremento de carga através de um plano de referência perpendicular à direção do movimento, em um intervalo incremental de tempo ∆t, a corrente resultante fica: LSvQ vv ∆∆=∆=∆ ρρ xSQ v ∆∆=′∆ ρ xvv vSt xS t QI ∆= ∆ ∆∆= ∆ ′∆ =∆ ρρ xvx vS IJ ρ= ∆ ∆ = vJ v rr ρ= Quadro 11 ComentáriosComentários � A última equação demonstra muito claramente que a carga em movimento constitui uma corrente. � Este tipo de corrente é denominado corrente de convecção e ρvv é a densidade de corrente de convecção. � Note que a corrente de convecção é linearmente relacionada à densidade volumétrica de carga assim como à velocidade. Quadro 12 Exemplo 1 Dado J = 10y2z ax – 2x2y ay + 2x2y az A/m2, determine (a) a corrente total atravessando a superfície x = 3, 2 ≤ y ≤ 3, 3,8 ≤ z ≤ 5,2, na direção ax, e (b) o módulo da densidade de corrente no centro desta área. ( ) ( )∫ ∫∫ ⋅+−=⋅= 2,5 8,3 3 2 222 ˆˆ2ˆ2ˆ10 xzyx S adydzayxayxazySdJI rr (a) Deve-se aplicar a relação entre a corrente e a densidade de corrente: ==⋅= ∫ ∫∫ 2,5 8,3 23 2 3 2,5 8,3 3 2 2 2 1 3 11010 zydydzzySdJI S rr A399=I © Aldário Bordonalli 3 Quadro 13 Exemplo 1 (cont.) (b) Para o módulo da densidade de corrente no centro desta área, deve-se determinar o ponto central. Assim, para as coordenadas já informadas, o ponto é (3; 2,5; 4,5). Assim: ( ) ( ) ( ) 242424 222 44100,,,, ˆ2ˆ2ˆ10,, zxyxzyzyxJzyxJ azxayxazyzyxJ zyx ++== +−= r r ( ) 2A/m1,2965,4;5,2;3 =J Quadro 14 Conservação das cargasConservação das cargas � Embora se suponha o estudo de campos estáticos no tempo, a introdução do conceito de corrente é logicamente seguida de uma discussão sobre a conservação de cargas e a equação da continuidade. � O princípio da conservação da carga estabelece simplesmente que as cargas não podem ser nem destruídas e nem ser criadas. � Contudo, quantidades iguais de carga positiva e negativa podem ser simultaneamente criadas, obtidas por separação, destruídas ou perdidas por recombinação. Quadro 15 Equação da continuidadeEquação da continuidade � A equação da continuidade decorre do princípio da conservação da carga, quando se considera uma região confinada por uma superfície fechada. � A corrente através da superfície fechada é: � Este é o fluxo para fora da superfície, fluxo de cargas positivas, que deve ser balanceado por um decréscimo de cargas positivas (ou talvez um acréscimo de cargas negativas). � Dentro da superfície fechada, a carga denotada por Qi decresce, então, numa razão de -dQi/dt, e o princípio da conservação de cargas requer, então: ∫ ⋅= S SdJI rr dt dQSdJI i S −=⋅= ∫ rr Quadro 16 ComentáriosComentários � É bom responder a uma pergunta frequente: "Não há erro de sinal? Não seria I = dQ/dt?". � A presença ou a ausência de sinal negativo depende de que carga e que corrente é considerada. � Na teoria de circuitos, associa-se o fluxo de corrente em um terminal de um capacitor com a razão no tempo do acréscimo de cargas na placa correspondente. � No caso da corrente da equação anterior, tem-se um fluxo para fora → a definição de corrente como movimento de carga envolve contagem de elementos de carga fluindo de algum lugar para outro. � Se fosse o contrário, o incremento de carga ∆Q representaria um acréscimo na quantidade de carga para um dado sentido em relação a um ponto de referência, e, a corrente nessa região deveria, então, ser dada por +dQ/dt. Quadro 17 AplicandoAplicando--se o teorema da divergênciase o teorema da divergência� A última equação mostra a chamada forma integral da equação da continuidade. � A forma diferencial ou pontual da equação da continuidade é a forma obtida mudando-se a integral para uma integral de volume pelo teorema da divergência: � A derivada transforma-se em derivada parcial (ρv pode depender do espaço) ao fazê-la aparecer dentro da integral, de maneira que, no final: ( ) −=⋅∇=⋅ ∫∫∫ volume v volume S dv dt ddvJSdJ ρ rrrr t J v ∂ ∂ −=⋅∇ ρ rr Quadro 18 InterpretandoInterpretando � Lembrando a interpretação física de divergência, esta última equação indica que a corrente ou carga por segundo que sai de um pequeno volume é igual à razão de decréscimo de carga por unidade de volume em cada ponto. � A aplicação deste princípio será mais explorado quando do estudo do fluxo de carga do interior de superfícies em condutores e dielétricos. © Aldário Bordonalli 4 Quadro 19 Exemplo 2 Numa região próxima à origem, há uma densidade de corrente apontando radialmente para fora, dada por J = 10r -1,5 ar A/m2. (a) Qual é a corrente que atravessa a superfície esférica r = 1 mm? (b) Qual é a taxa de variação de ρv para r = 1 mm? (c) Com que taxa está aumentando a carga no interior da esfera r = 1 mm? ( ) ( )[ ] ( ) A40 ˆsinˆ10 2 0 0 25,1 rrI addrarSdJI rr S pi φθθ pi pi = ⋅=⋅= ∫ ∫∫ − rr (a) Deve-se aplicar a relação entre a corrente e a densidade de corrente, assumindo coordenadas esféricas: ( ) A97,3mm1 =I Quadro 20 Exemplo 2 (cont.) (b) A taxa de variação de ρ é obtida utilizando-se a equação da continuidade e calculando-se o divergente de J para r = 1 mm: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )smC1058,1mm1 101 5 mm1 5 1011 38 53 5 5,12 2 2 2 ×−= ∂ ∂ × −= ∂ ∂ −= ∂ ∂ ∂ ∂ −= ∂ ∂ −=⋅∇−= ∂ ∂ − − t t r r t rr rr Jr rr J t v v v r v ρ ρ ρ ρ rr Quadro 21 Exemplo 2 (cont.) (c) A taxa com que a carga no interior da esfera deve aumentar para compensar a carga que deixa a superfície de r = 1 mm é obtida diretamente dos fundamentos que acabam por definir a equação da continuidade: ∫ ⋅=−= S i SdJ dt dQI rr ( ) ( ) sC97,3mm1 40 −= −= dt dQ rr dt dQ i i pi Porém, este resultado já foi calculado no item (a), pois considerou-se a superfície em questão como fechada (casca esférica). Desta forma, pode-se escrever que: Quadro 22 Fluxo em materiaisFluxo em materiais � Os físicos descrevem o comportamento dos elétrons em torno do núcleo positivo do átomo em função da energia total do elétron em relação a uma referência zero para um elétron no infinito. � A energia total é a soma da energia cinética com a potencial. � Como energia deve ser dada a um elétron para puxá-lo para fora o núcleo, a energia de cada elétron em um átomo é uma quantidade negativa. � Mesmo que esse modelo tenha algumas limitações, é conveniente associar estes valores de energia com órbitas em torno do núcleo, sendo as energias mais negativas correspondentes às órbitas de menor raio. � De acordo com a teoria quântica, somente níveis discretos de energia ou estados de energia são permitidos em um dado átomo e o elétron deve, portanto, absorver ou emitir quantidades discretas de energia, ou quanta, para passar de um nível a outro. � Um átomo normal na temperatura zero absoluto tem um elétron que ocupa cada um dos mais baixos níveis de energia, começando a partir do núcleo e continuando até que o suprimento de elétrons seja esgotado. Quadro 23 Condutor metálicoCondutor metálico � Em um sólido cristalino, como metal ou diamante, os átomos são dispostos muito próximos, muitos elétrons estão presentes e outros níveis de energia são permissíveis por causa das forças de interação entre os átomos. � Verifica-se que as energias que podem ser atribuídas aos elétrons estão agrupadas em largas faixas, ou bandas, cada uma constituindo níveis discretos muito numerosos e próximos. � Na temperatura zero absoluto, um sólido normal tem cada nível ocupado, começando do mais baixo e prosseguindo até que todos os elétrons estejam localizados. � Os elétrons com níveis mais altos de energia, ou elétrons de valência, estão localizados na banda de valência. � Se existem níveis permissíveis mais altos na banda de valência ou se a banda de valência entra levemente na banda de condução, então uma quantidade adicional de energia cinética pode ser dada por um campo externo, aos elétrons de valência, resultando num fluxo de elétrons. � Este sólido é chamado condutor metálico. Quadro 24 Fluxo em materiaisFluxo em materiais � Mostram-se, abaixo, as bandas de valência preenchidas e as bandas de condução vazias para diferentes materiais a 0 K. © Aldário Bordonalli 5 Quadro 25 Isolante e semicondutorIsolante e semicondutor � Se o elétron ocupar o nível mais alto da banda de valência e se existir uma faixa de energia proibida (gap) entre as bandas de valência e condução, então o elétron não pode aceitar uma quantidade adicional de energia em pequenas quantidades e o material é um isolante. � Observar que, se uma quantidade muito grande de energia puder ser transferida para o elétron, ele pode ser suficientemente excitado para pular a faixa proibida, para dentro da região onde a condução pode ocorrer facilmente → ruptura do isolante (ou ruptura do dielétrico). � Uma condição intermediária ocorre quando somente uma pequena região proibida separa duas bandas → pequenas quantidades de energia em forma de calor, luz, ou campo elétrico, podem aumentar a energia do elétron no topo da banda completa e prover a base para a condução. � Estes materiais são “isolantes" que dispõem de muitas propriedades dos condutores e são chamados semicondutores. Quadro 26 Avaliando o condutorAvaliando o condutor � Seja um condutor, onde os elétrons de valência, ou de condução ou livres, movem-se sob influência de um campo elétrico. � Com o campo E, um elétron tendo uma carga Q = -e sofrerá uma força tal que: � No espaço livre, este elétron aceleraria e sua velocidade (e energia) cresceria continuamente. � Num material cristalino, o deslocamento do elétron é impedido por contínuas colisões com a estrutura cristalina termicamente excitada e uma velocidade média constante é logo atingida. � Esta velocidade vd é chamada velocidade de arrastamento (drift) e é linearmente relacionada à intensidade de campo elétrico pela mobilidade µe do elétron no dado material. EeF rr −= Ev ed rr µ−= Quadro 27 Mobilidade e velocidadeMobilidade e velocidade � Para bons condutores, como o alumínio, cobre, ouro e prata, a velocidade de drift de alguns centímetros por segundo é suficiente para produzir um sensível aumento da temperatura e poder causar o derretimento do fio se o calor não for rapidamente removido por condução térmica ou irradiação. � Seja condutor, onde os elétrons de valência, ou de condução, ou livres, movem-se sob influência de um campo elétrico, pode-se obter por substituição que: � Na equação acima, ρe é a densidade de carga do elétron livre, já que a densidade de carga total ρv é zero, pois cargas iguais positivas e negativas estão presentes no material neutro. � Para um condutor, a relação mais usual entre J e E é dada pela condutividade σ, definindo a chamada forma pontual ou local da Lei de Ohm: EJ rr σ= EJ ee rr µρ−= Quadro 28 Alguns valoresAlguns valores 6,17 × 1070,0056PRATA 5,80 × 1070,0032COBRE 3,82 × 1070,0012ALUMÍNIO σ (S/m)µe (m2/V.s)MATERIAL Quadro 29 Condutividade e resistênciaCondutividade e resistência � A condutividade é uma função da temperatura. � A resistividade, que éo inverso da condutividade, varia quase linearmente com a temperatura em torno da temperatura ambiente. � Para o alumínio, cobre e prata, a resistividade cresce cerca de 0,4% para cada 1 K de crescimento na temperatura. � Para vários materiais a resistividade cai abruptamente a zero à temperatura de alguns graus Kelvin → propriedade da supercondutividade. � Cobre e prata não são supercondutores, embora o alumínio o seja (para temperaturas abaixo de 1,14 K). Quadro 30 Isotropia e anisotropiaIsotropia e anisotropia � Os condutores metálicos obedecem à Lei de Ohm com rigor e ela é uma relação linear. � A condutividade é constante em largas faixas de densidade de corrente e de intensidade de campo elétrico. � A Lei de Ohm e os condutores metálicos são também descritos como isotrópicos, ou seja, têm iguais propriedades em todas as direções. � Um material que não é isotrópico é chamado anisotrópico (será visto oportunamente). © Aldário Bordonalli 6 Quadro 31 Condutividade e mobilidadeCondutividade e mobilidade � Das duas equações definidas anteriormente, pode-se concluir que: � Da definição de mobilidade, é interessante notar que uma temperatura mais alta implica maior vibração dos átomos ou moléculas da estrutura cristalina, causando um maior impedimento ao deslocamento do elétron para um dado campo elétrico. � Assim, com a maior temperatura, a velocidade de drift fica mais baixa e, consequentemente, a mobilidade, levando a condutividade a ser mais baixa e resistividade mais alta. eeµρσ −= Quadro 32 Lei de Ohm macroscópicaLei de Ohm macroscópica � A aplicação da Lei de Ohm de um ponto de vista macroscópico (visível a olho nu) leva a uma relação mais familiar, provavelmente vista em cursos de circuitos elétricos. � Inicialmente, considera-se que J e E sejam uniformes conforme mostrado na região cilíndrica abaixo. b a Quadro 33 ResistênciaResistência � Sendo J e E uniformes, então: � A relação entre a diferença de potencial entre os dois terminais do cilindro para a corrente que entra no terminal positivo, contudo, é identificada a partir da teoria elementar de circuitos como resistência do cilindro e, portanto: I S LV L VE S IJ ELVLELELdELdEV JSSdJI baab a b a b ab S σ σσ =∴⇒=== =⇒⋅=⋅−=⋅−=⋅−= =⋅= ∫∫ ∫ rrrrrrrr rr S LReRIV σ == Quadro 34 Resistência para campo não uniformeResistência para campo não uniforme � A última equação é a conhecida Lei de Ohm e permite a obtenção da resistência R, medida em ohms (Ω), de objetos condutores que possuam campos uniformes. � Se os campos não forem uniformes, a resistência pode ainda ser definida pela relação entre V e I, onde V é a diferença de potencial entre as duas superfícies especificadas no material e I é a corrente total que atravessa a superfície mais positiva dentro do material. � Trabalhando um pouco com as equações integrais definidas anteriormente e a Lei de Ohm, pode-se escrever uma expressão geral para a resistência quando os campos são não uniformes: ∫ ∫ ⋅ ⋅− == S a bab SdE LdE I VR rr rr σ Quadro 35 ObservaçãoObservação � Na equação anterior: – a integral de linha é tomada entre duas equipotenciais no condutor e a integral de superfície é tomada sobre a mais positiva destas duas equipotenciais. � Com o que foi desenvolvido até momento, ainda não se pode resolver problemas não uniformes, porém, isto será possível de ser feito oportunamente. � Como um exemplo da determinação da resistência de um cilindro, considere um fio de cobre de 1 mm de raio e 820 m de comprimento. � A área da seção reta é, portanto, pi x 10-6 m2, e a resistência do fio é de R = 4,5 Ω. Quadro 36 Exemplo 3 Determine o módulo da densidade de corrente no interior de uma amostra de alumínio se: (a) a intensidade do campo elétrico é 70 mV/m; (b) a velocidade de arrastamento dos elétrons é 10-4 m/s; (c) a amostra tem a forma de um cubo de 1 mm de lado, onde flui uma corrente total de 2,5 A; (d) a amostra tem a forma de um cubo de 1 mm de lado, com uma diferença de potencial de 75 µV entre faces opostas. 237 mMA6,210701082,3 =→×××= ===→= − JJ EEJJEJ AlAlAl σσσ rrrr (a) Da tabela anterior, deve-se utilizar o valor de condutividade para o alumínio de 3,82 × 107 S/m. Além disto: © Aldário Bordonalli 7 Quadro 37 Exemplo 3 (cont.) (b) o módulo da densidade de corrente no interior de uma amostra de alumínio quando a velocidade de arrastamento dos elétrons é 10-4 m/s pode ser obtida utilizando-se o valor da mobilidade dado na tabela anterior: mmV3,83 102,1 10 3 4 =→ × = ===→−= − − EE EEvvEv eedded µµµ rrrr 237 mMA18,3103,831082,3 =→×××= = − JJ EJ Alσ Quadro 38 Exemplo 3 (cont.) (c) o módulo da densidade de corrente no interior de uma amostra de alumínio quando se tem uma amostra que tem a forma de um cubo de 1 mm de lado e onde flui uma corrente total de 2,5 A é obtida, para esta figura geométrica simples, por meio de: ( ) 2 23 mMA5,2 101 5,2 = × = = ⋅= − ∫ J J JAI SdJI S rr Quadro 39 Exemplo 3 (cont.) (d) o módulo da densidade de corrente no interior de uma amostra de alumínio quando se tem uma amostra que tem a forma de um cubo de 1 mm de lado, com uma diferença de potencial de 75 µV entre faces opostas, pode ser obtida utilizando-se a forma macroscópica da lei de Ohm: 2 3 67 mMA86,2 101 10751082,3 = × ××× = = = ==== − − JJ L VJ A A L VJ RA V A IJ R VIRIV Al Al σ σ Quadro 40 Exemplo 4 Encontre a tensão entre os terminais de um condutor de cobre se ele: (a) tem uma seção reta circular com um diâmetro igual a 1,778 x 10-4 m, seu comprimento é igual a 30,48 m e transporta uma corrente de 8 mA; (b) é um cilindro vazado de raio interno de 2 mm, raio externo de 3 mm, cujo comprimento é 200 m e conduz uma corrente de 20 A. ( ) V169,0108210788,1108,5 48,30 3 247 2 =→× ×× = =→=→= − − VV I r LVI A LVRIV CuCu pi piσσ (a) Para uma seção reta circular, de diâmetro igual a 1,778 x 10-4 m e comprimento é igual a 30,48 m, e utilizando-se o valor de condutividade para o cobre de 5,80 × 107 S/m, pode-se utilizar a forma macroscópica da lei de Ohm: Quadro 41 Exemplo 4 (cont.) (b) Para um cilindro vazado de raio interno de 2 mm, raio externo de 3 mm e comprimento é 200 m, e assumindo uma corrente de 20 A, repete-se o procedimento do item (a) ( ) ( ) ( )[ ] V39,4 20 102103108,5 200 23237 22 = ×−×× = − =→=→= −− V V I rr LVI A LVRIV inoutCuCu pi pipiσσ Quadro 42 Campo conservativo e a integral de linhaCampo conservativo e a integral de linha � Anteriormente, foi demonstrado que o campo elétrico estático é conservativo e que integral de linha de E em torno de qualquer superfície fechada é zero. � Para um material ôhmico, pode-se escrever que: � A equação acima afirma que uma corrente estática não pode ser mantida na mesma direção em um circuito fechado por um campo eletrostático. � Uma corrente estacionária num circuito é resultado do movimento de portadores de cargas, os quais, em seus caminhos, colidem com átomos e dissipam energia no circuito. 010 =⋅⇒=⋅ ∫∫ LdJLdE rrrr σ © Aldário Bordonalli 8 Quadro 43 Energia para o circuitoEnergia para o circuito � Esta energia deve vir de um campo não conservativo, uma vez que um portador de carga completando um circuito fechado num campo conservativo não ganha nem perde energia. � A fonte para o campo não conservativo pode ser baterias elétricas, geradores elétricos, células fotovoltáicasou outros dispositivos. � Estas fontes elétricas de energia, quando conectadas a um circuito elétrico, são consideradas como fontes da força que atuam nos portadores de carga. � Esta força se manifesta como um vetor intensidade de campo elétrico equivalente que é sobreposto ao circuito. Quadro 44 Energia para o circuitoEnergia para o circuito � Considere uma bateria elétrica com dois eletrodos 1 e 2, como no diagrama mostrado abaixo. � Uma reação química cria um acúmulo de cargas positivas e negativas respectivamente nos eletrodos 1 e 2. � Estas cargas geram uma intensidade de campo elétrico E dentro e fora da bateria. + + ++ + + – – – –– – – – – – + + + + E Ei 21 Quadro 45 Força eletromotrizForça eletromotriz � Dentro da bateria, E deve ser de magnitude igual, porém, de sentido oposto a um Ei não conservativo, produzido pela reação química, pois não há fluxo de corrente numa bateria aberta e a força líquida agindo nos portadores de carga deve ser nula. � A integral de linha de Ei do eletrodo negativo para o positivo no interior da bateria é definida como força eletromotriz (fem) da bateria. + +++ + + – – – –– – – – – – + + + + E Ei 21 Quadro 46 Calculando a Calculando a femfem � A unidade de medida da fem é volt (V), apesar do nome desta grandeza ser “força” e dar a idéia de que a medida seria em newton (N). � A fem é uma medida da potência (strength) de uma fonte não conservativa. � Para E, vale que: ∫∫ ⋅−=⋅= 1 2 1 2 fonte interior fem LdELdEi rrrr 0 1 2 2 1 fonte interior fonte exterior =⋅+⋅=⋅ ∫∫∫ LdELdELdEC rrrrrr Quadro 47 A A femfem como diferença de potencialcomo diferença de potencial � Combinando as últimas duas equações: � Pela equação acima, a fem da fonte pode ser escrita como a integral de linha do campo conservativo E e interpretada como um aumento de tensão. � Apesar da natureza não conservativa de Ei, a fem pode ser expressa como uma diferença de potencial entre os terminais positivo e negativo. 2112 2 1 femfem fonte exterior VVVLdE −==⇒⋅= ∫ rr Quadro 48 A A femfem e a lei de Ohme a lei de Ohm � Quando um resistor semelhante ao estudado anteriormente é conectado aos terminais 1 e 2 da bateria, completando o circuito, a intensidade de campo elétrico total deve ser utilizada juntamente com a forma pontual da lei de Ohm, de maneira que: � Deve-se esclarecer que Ei existe apenas no interior da bateria enquanto que E existe no interior e exterior da fonte. ( )iEEJ rrr += σ © Aldário Bordonalli 9 Quadro 49 A lei de tensão de A lei de tensão de KirchhoffKirchhoff � Rescrevendo-se a equação anterior e aplicando a integral de linha ao redor de um circuito fechado (neste caso, um circuito composto por bateria e resistor), tem-se que: � Se o resistor tem uma dada condutividade, comprimento e área de seção transversal, a integral de linha da densidade de corrente pode ser rescrita como RI. � Se mais de uma fonte de força eletromotiva e mais de um resistor são considerados num caminho fechado, pode-se generalizar o resultado para: ( ) fem1 =⋅=⋅+⇒=+ ∫∫ CC ii LdJLdEE JEE rrrrr r rr σσ ∑ ∑= j k kk IRjfem Quadro 50 ComentáriosComentários � A expressão anterior é uma representação da lei de tensão de Kirchhoff. � Ela define que, em torno de um caminho fechado em um circuito elétrico, a soma algébrica das fem’s (aumento de tensão) é igual à soma algébrica das quedas de tensão nos resistores. � Ela se aplica a qualquer caminho fechado de uma rede. � A direção do caminho seguido pode ser arbitrário, e as correntes nos diferentes resistores não são necessariamente as mesmas. � A lei de tensão de Kirchhoff é a base para a análise de malhas na teoria de circuitos. Quadro 51 A lei de corrente de A lei de corrente de KirchhoffKirchhoff � O princípio da conservação da carga é um dos postulados fundamentais da física e estabelece que cargas não podem ser criadas ou destruídas e que todas as cargas, estejam elas em movimento ou em repouso, dever sempre ser contabilizadas. � A consequência deste princípio foi a equação da continuidade vista anteriormente: � No caso de correntes estacionárias, a densidade volumétrica de carga não varia com o tempo e, então: t J v ∂ ∂ −=⋅∇ ρ rr 0=⋅∇ J rr Quadro 52 A lei de corrente de A lei de corrente de KirchhoffKirchhoff IIII � A relação anterior é pontual e vale também quando a densidade de cargas é nula (fonte de fluxo nula). � Além disto, ela significa que as linhas de fluxo de correntes estacionárias se fecham sobre si (divergente do vetor nulo), ao contrário do que acontece para ao intensidade de campo elétrico, onde as linhas originam-se e/ou terminam em cargas. � Assim, para qualquer superfície fechada: � A equação acima pode ser, então, rescrita como: ( ) 0=⋅∇=⋅ ∫∫ volume S dvJSdJ rrrr 0=∑ j jI Quadro 53 Dissipação de potênciaDissipação de potência � Anteriormente, quando da introdução dos condutores, foi mencionado que elétrons de condução num condutor sofrem um movimento macroscópico de arrasto quando sujeitos à influência de um campo elétrico. � Do ponto de vista microscópico, estes elétrons colidem com átomos da estrutura cristalina. � Portanto, energia é transmitida do campo elétrico aos átomos em agitação térmica. Quadro 54 Trabalho e potênciaTrabalho e potência � O trabalho ∆w feito por um campo elétrico E para mover uma carga q a uma distância ∆l é: � A potência associada a este trabalho é dada por: � Lembrando que, acima, vd é a velocidade de arrastamento, a potência total entregue aos portadores de carga num volume dv é: � Na expressão acima, N é o número de portadores de carga por unidade de volume. lEqw rr ∆⋅=∆ d t vEq t wp r r ⋅= ∆ ∆ = →∆ 0 lim dvvqNEpdP i idii i i ⋅== ∑∑ rr © Aldário Bordonalli 10 Quadro 55 Lei de JouleLei de Joule � O termo entre parênteses da última equação é uma maneira alternativa de escrever: � O produto escalar acima define uma densidade de potência sob condição de corrente estacionária, de forma que, para um dado volume V, a potência total convertida em calor é dada por: � A equação acima define a lei de Joule → por exemplo, para um condutor com seção transversal constante tal que dv = ds.dl, onde dl é na direção de J, pode-se escrever que: JE dv dP rr ⋅= ∫ ⋅= V dvJEP rr 2RIPRIV VIdsJdlEP SL =∴= == ∫∫ Quadro 56 Propriedades dos condutoresPropriedades dos condutores � Para se poder concluir sobre propriedades dos materiais, mais uma vez, por alguns instantes, as condições estabelecidas pelo regime estático devem ser deixadas de lado e permite-se ao tempo variar por uma fração de microssegundo → com isto, é possível ver o que acontece quando uma distribuição de cargas é subitamente desbalanceada dentro de um material condutor. � Suponha que, para argumentar, de repente, apareça um certo número de elétrons dentro de um material condutor. � Campos elétricos são estabelecidos por estes elétrons que não são contra- balanceados por quaisquer cargas positivas → os elétrons começam a acelerar-se um para longe do outro. � Isto continua até que os elétrons atinjam a superfície do condutor, ou até que um número igual de elétrons seja injetado na superfície. � Ali, o fluxo de elétrons é interrompido, pois o material que envolve o condutor é um isolante que não possui uma conveniente banda de condução → nenhuma carga pode permanecer dentro do condutor em equilíbrio → se isto acontecer o campo elétrico resultante forçará a carga para a superfície. Quadro 57Propriedades dos condutores IIPropriedades dos condutores II � Por isso, o resultado final dentro do condutor é uma densidade de carga zero e uma densidade de carga superficial na superfície externa. � Esta é uma das duas características de um bom condutor. � A outra característica, estabelecida para condições estáticas na qual a corrente não pode fluir, resulta diretamente da Lei de Ohm: o campo elétrico dentro de um condutor homogêneo é zero. � Fisicamente, observa-se que, se um campo elétrico estiver presente, os elétrons de condução mover-se-ão produzindo uma corrente, levando, assim, a uma condição não-estática. � Resumindo, para a eletrostática, nenhuma carga e nenhum campo elétrico pode existir dentro de um material condutor. � Entretanto, pode aparecer carga na superfície como densidade superficial de carga, e a próxima investigação diz respeito ao campo elétrico externo ao condutor. Quadro 58 Propriedades dos condutores IIIPropriedades dos condutores III � Assim, devem-se relacionar os campos externos à carga na superfície do condutor. � Se o campo elétrico externo for decomposto em dois componentes, um tangencial e um normal à superfície do condutor, o tangencial é zero → se não fosse zero, uma força tangencial seria aplicada aos elementos de carga da superfície, resultando em sua movimentação e, portanto, em condição não estática. � Desde que condições estáticas sejam consideradas, o campo elétrico tangencial e a densidade de fluxo elétrico tangencial são nulos. � A Lei de Gauss responde às perguntas para o componente normal. � O fluxo elétrico que deixa um pequeno incremento de superfície deve ser igual à carga existente nesta superfície incremental. � O fluxo não pode deixar a carga na direção tangencial, pois este componente é zero, e não pode penetrar no condutor, pois lá o campo total também é zero → ele deve, portanto, deixar a superfície normalmente. � Quantitativamente, a densidade do fluxo elétrico, em coulombs por metro quadrado, deixando normalmente a superfície é igual à densidade de carga superficial, em coulombs por metro quadrado, ou Dn = ρS. Quadro 59 Fronteira condutorFronteira condutor--vácuo (CV)vácuo (CV) � Se resultados anteriores são usados e fazendo-se uma análise mais cuidadosa, assume-se uma fronteira entre o condutor e o vácuo, conforme a figura abaixo. � Observar as componentes normal e tangencial de D e E no vácuo. � Ambos os campos são zero no condutor. Quadro 60 Campo tangencialCampo tangencial � O campo tangencial pode ser determinado aplicando-se em torno de um pequeno percurso fechado abcda: � A integral pode ser desdobrada em quatro partes. � Lembrando-se que E = 0 V/m dentro do condutor, faz-se o comprimento de a até b ou de c até d ser igual a ∆w e de b até c ou de d até a ser ∆h, obtendo-se: 0=⋅∫ LdE rr 0=⋅+⋅+⋅+⋅ ∫∫∫∫ a d d c c b b a LdELdELdELdE rrrrrrrr 0 2 0 2 = ∆ ++ ∆ −∆ hEhEwE nnt © Aldário Bordonalli 11 Quadro 61 Campo normalCampo normal � Se ∆h é feito tender a zero, mantendo-se ∆w pequeno, mas finito, não faz diferença que os campos normais sejam iguais em a ou b, pois ∆h força essas diferenças a se tornarem muito pequenas, desprezíveis e, então: � A condição para campo normal é encontrada mais prontamente considerando-se Dn em vez de En e escolhendo-se um pequeno cilindro como superfície gaussiana. � Seja a altura deste cilindro ∆h e a área do topo circular e da base serem ∆S → mais uma vez, faz-se ∆h tender a zero e usa-se a Lei de Gauss: snsn ladobasetopo S DSQSD QSdDSdDSdDQSdD ρρ =⇒∆==∆ =⋅+⋅+⋅⇒=⋅ ∫∫∫∫ rrrrrrrr 00 =⇒=∆ tt EwE Quadro 62 Condições de contorno CVCondições de contorno CV � Estas são as condições de contorno desejadas para a fronteira condutor- vácuo na eletrostática: � O fluxo elétrico deixa o condutor numa direção normal à sua superfície e o valor da densidade de fluxo elétrico é numericamente igual à densidade superficial de carga. � A consequência imediata e importante do módulo do campo elétrico tangencial ser igual a zero é o fato de que a superfície condutora é uma superfície equipotencial. � O cálculo da diferença de potencial entre dois pontos na superfície pela integral de linha leva a um resultado zero, porque o caminho pode ser escolhido sobre a superfície onde E.dL = 0. snn ED ρε == 0 0== tt DE Quadro 63 ResumindoResumindo � Para resumir os princípios que se aplicam a condutores em campos eletrostáticos, podem- se estabelecer os três itens que se seguem: – A intensidade de campo elétrico dentro de um condutor é zero. – A intensidade de campo eletrostático na superfície de um condutor é, em qualquer ponto, normal à superfície. – A superfície condutora é equipotencial. Quadro 64 Exemplo 5 O ponto P(-2, 4, 1) está na superfície de um condutor onde vale que E = 400 ax – 290 ay + 310 az V/m. Sabendo-se que o condutor está situado no vácuo, determinar: (a) En no ponto P; (b) Et no ponto P; (c) ρs no ponto P. V/m583 310290400 222 = ++== n n E EE r (a) Como a intensidade do campo elétrico na superfície de um condutor é, em qualquer ponto, normal à superfície, então: V/m0=tE (b) Como a afirmação acima é a única opção válida para o campo, então: Quadro 65 Exemplo 5 (cont.) (c) Para se determinar ρs no ponto P, basta utilizar o fato de que, fora do condutor, vale: 2 9 0 nC/m15,5 58310 36 1 = ×= = = − s s ns sn E D ρ pi ρ ερ ρ Quadro 66 SemicondutoresSemicondutores � É hora agora de apresentar um outro tipo de material, o material semicondutor intrínseco, como o germânio puro ou silício. � Neste material, dois tipos de portadores de carga estarão presentes: elétrons e lacunas (ou buracos). � Os elétrons são os do topo da banda de valência preenchida que receberam quantidades suficientes de energia (normalmente térmica) para atravessar a banda proibida relativamente estreita e atingir a banda de condução. � Em semicondutores típicos, a energia necessária para atravessar a banda proibida é da ordem de 1 elétron-volt. � As posições vagas deixadas pelos elétrons representam estados de energia não preenchidos na banda de valência podendo também “mover-se” de átomo para átomo no cristal. © Aldário Bordonalli 12 Quadro 67 Semicondutor intrínsecoSemicondutor intrínseco ElElElElééééctronsctronsctronsctrons ElElElElééééctronctronctronctron ElElElElééééctronctronctronctron ElElElElééééctronctronctronctron Quadro 68 Condutividade em semicondutoresCondutividade em semicondutores � A vaga é chamada lacuna (ou buraco), e muitas propriedades dos semicondutores podem ser descritas tratando-se a lacuna como se ela tivesse uma carga positiva igual a +e, uma mobilidade µh e uma massa efetiva comparável, porém menor que a do elétron. � Ambos os portadores movem-se em um campo elétrico e em direções opostas; por isso, cada um contribui com uma parcela da corrente total que é na mesma direção que a provida pelo outro. � A condutividade no semicondutor é, portanto, função de ambas as concentrações e mobilidades, a do elétron e a da lacuna: hhee µρµρσ +−= Quadro 69 ComentáriosComentários � Para uma amostra de germânio puro, ou intrínseco, as mobilidades do elétron e do buraco a 300 K são 0,36 e 0,17 m2/V.s, respectivamente, enquanto que para outro semicondutor, o silício, as mobilidades são respectivamente 0,12 e 0,025 m2/V.s, ou seja, de 10 a 100 vezes as do alumínio, cobre, prata e outros condutores metálicos. � As concentrações de elétrons e buracos dependem fortemente da temperatura → a 300 K, as densidades volumétricas de carga de elétrons e de buracos são de 4,0 C/m3 em magnitude no germâniointrínseco e 0,011 C/m3 no silício intrínseco → estes valores levam à condutividade de 2,1 S/m no germânio e 0,0016 S/m no silício. � Quando a temperatura aumenta, a mobilidade decresce mas a densidade de carga cresce muito rapidamente. � Como resultado, a condutividade do germânio cresce por um fator de 10 quando a temperatura passa de 300 para 360 K e decresce por um fator de 10 quando a temperatura cai de 300 para cerca de 255 K. � Note que a condutividade em um semicondutor intrínseco cresce com a temperatura, enquanto que a do condutor metálico decresce com a temperatura → esta é uma das características que diferencia os condutores metálicos dos semicondutores intrínsecos. Quadro 70 ComentáriosComentários � Os semicondutores intrínsecos também satisfazem à forma pontual (ou local) da Lei de Ohm; isto é, a condutividade é razoavelmente constante com o aumento da corrente e com a direção da densidade de corrente. � O número de portadores de carga e a condutividade podem ser grandemente aumentados se acrescentam-se pequenas quantidades de impurezas. � Materiais "doadores" fornecem elétrons adicionais e formam semicondutores do tipo "n", enquanto os "receptores (ou aceitadores)" fornecem lacunas extras e formam semicondutores do tipo "p". � O processo é conhecido como "dopagem", e uma concentração de doadores no silício, menor que uma parte de 107, causa um aumento na condutividade por um fator igual a 105. � A faixa de condutividade (S/m) é muito extensa quando se parte dos materiais isolantes passando pelos semicondutores até aos melhores condutores → varia de 10-17 para o quartzo, até 10-7 para os plásticos isolantes pobres, sendo aproximadamente unitário para os semicondutores e quase 108 para condutores metálicos na temperatura ambiente. � Estes valores cobrem uma larga variação de cerca de 25 ordens de grandeza. Quadro 71 DopagemDopagem Tipo n Tipo p Quadro 72 Finalmente, o dielétrico ...Finalmente, o dielétrico ... � Embora os isolantes e materiais dielétricos tenham sido mencionados anteriormente, ainda não foram fornecidas relações quantitativas em que eles estejam envolvidos. � Na sequência, será visto que o dielétrico em um campo elétrico pode ser considerado como um arranjo microscópico de dipolos elétricos no vácuo, os quais são constituídos por cargas positiva e negativa e cujos centros não coincidem. � Estas cargas não são livres e não contribuem para o processo de condução. � Muito ao contrário, elas são ligadas em um ponto por forças atômicas e moleculares e podem apenas sofrer pequenos deslocamentos em resposta às forças externas. � Elas são chamadas "cargas ligadas" ou "cargas de polarização", em oposição às cargas livres que determinam a condução. © Aldário Bordonalli 13 Quadro 73 Cargas de polarizaçãoCargas de polarização � Estas cargas podem ser tratadas como quaisquer outras fontes de campo eletrostático. � Diante deste novo quadro, será necessário introduzir novos parâmetros ao sistema, a constante dielétrica, ou permissividade relativa, e a permissividade. � Numa primeira análise, se a introdução da constante dielétrica (e, paralelamente, da permissividade) fosse deixada de lado, isto implicaria em considerar cada carga dentro de um pedaço de material dielétrico. � Isto complicaria e muito o uso das equações apresentadas até o momento em forma não modificada para o dielétrico. � Deve-se, portanto, dedicar algum tempo ao estudo dos dielétricos de maneira qualitativa, introduzindo a polarização P, a permissividade ε, e a permissividade relativa εR, desenvolvendo, então, algumas relações quantitativas que envolvem essas novas grandezas. Quadro 74 Armazenamento de energia elétricaArmazenamento de energia elétrica � A característica que todos os dielétricos têm em comum, sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos, e sejam ou não de natureza cristalina, é a capacidade de armazenar energia elétrica. � Este armazenamento faz-se por um deslocamento nas posições relativas das cargas negativas e positivas contra as forças molecular e atômica normais do átomo. � Este deslocamento contra as forças de restauração é análogo ao levantamento de um peso ou compressão de uma mola e representa energia potencial. � A fonte de energia é o campo externo → a movimentação das cargas deslocadas resulta, talvez, de uma corrente transitória através da bateria que produz o campo. Quadro 75 Mecanismo de deslocamentoMecanismo de deslocamento � O mecanismo real do deslocamento de carga difere nos vários materiais dielétricos existentes. � Algumas moléculas, chamadas moléculas polares, têm um deslocamento permanente existente entre os centros de gravidade da carga positiva e da carga negativa e cada par de cargas age como um dipolo. � Normalmente, os dipolos estão orientados em maneira aleatória no interior do material, e a ação do campo externo é alinhar estas moléculas até certo ponto numa dada direção. � Um campo suficientemente forte pode mesmo produzir um deslocamento adicional entre as cargas positivas e negativas. � Uma molécula não polar não tem este arranjo em dipolo antes de o campo ser aplicado. � As cargas positivas e negativas deslocam-se em direções opostas contrariamente à sua mútua atração, produzindo um dipolo que é alinhado com o campo elétrico externo. Quadro 76 AlinhamentoAlinhamento dos dos dipolosdipolos Quadro 77 Dipolos novamenteDipolos novamente???? � Qualquer tipo de dipolo pode ser descrito por seu momento de dipolo p, como foi introduzido anteriormente: � Se existem n dipolos idênticos por unidade de volume num volume ∆v, então, o momento de dipolo total é obtido por uma soma vetorial: � Define-se, agora, a polarização P como o momento de dipolo por unidade de volume: dQp rr = ∑∑ ∆ = ∆ = == vn i ii vn i itot dQpp 11 rrr ∑ ∆ = →∆ ∆ = vn i i v p v P 10 1lim r r Quadro 78 Vetor polarizaçãoVetor polarização � O vetor polarização é um campo vetorial contínuo, mesmo sendo óbvio que ele é essencialmente indefinido em pontos no interior do átomo ou da molécula. � Deve-se pensar, então, que o seu valor em um dado ponto é o valor médio tomado em uma amostra ∆v suficientemente grande para conter muitas moléculas, mas ainda suficientemente pequena para ser considerada incremental. � A intenção agora é a de mostrar que a densidade volumétrica de carga de polarização age como uma densidade volumétrica de carga livre ao produzir um campo externo, obtendo-se um resultado similar ao da lei de Gauss. © Aldário Bordonalli 14 Quadro 79 Dielétrico de moléculas não polaresDielétrico de moléculas não polares � Para ser específico, suponha que um dielétrico contenha moléculas não polares → nenhuma molécula tem um momento de dipolo e, portanto, P = 0 C.m em todo o volume do material. � Em algum lugar do interior do dielétrico, seleciona-se um elemento incremental de superfície ∆S, como mostra a figura, e examina-se o movimento das cargas de polarização através de ∆S quando um campo elétrico é aplicado. Quadro 80 AplicandoAplicando--se se EE ...... � O campo elétrico produz um momento p = Qd em cada molécula, de modo que p e d formam um ângulo θ com ∆S. � Cada molécula inicialmente localizada no elemento de volume ½.d.cos(θ).∆S abaixo da superfície contribui, então, para o movimento da carga +Q através de ∆S para cima da superfície. � De modo similar, cada molécula no volume ½.d.cos(θ).∆S acima da superfície provê uma passagem de -Q através de ∆S para baixo da superfície. Quadro 81 Carga de polarização totalCarga de polarização total � Como há n moléculas/m3, a carga líquida ∆Qp (lembrando-se que se tratam cargas de polarização e nãode cargas livres) que atravessa a superfície incremental é n.Q.d.cos(θ).∆S, orientada no sentido ascendente, ou seja: � Em termos de polarização, tem-se que: � Se ∆S é interpretado como um elemento de uma superfície fechada orientado para fora da superfície S, a integração da equação acima representa a carga total que sai deste volume e, portanto, a carga líquida ainda dentro do volume é o negativo desta integral (orientação contrária a de dS), ou: SdnQQp rr ∆⋅=∆ SPQp rr ∆⋅=∆ ∫ ⋅−= Sp SdPQ rr Quadro 82 Densidade de fluxo no dielétricoDensidade de fluxo no dielétrico � Esta última equação tem grande semelhança com a Lei de Gauss → assim, pode-se partir para uma generalização da definição de densidade de fluxo elétrico para um outro meio qualquer que não seja o vácuo. � Inicialmente, escreve-se a lei de Gauss em função de ε0E e QT, sendo que esta última é uma modificação para o que foi visto anteriormente e leva em consideração a carga de polarização Qp e a carga livre Q que são envolvidas por uma superfície S: � Rearranjando, tem-se que: � Assim, define-se D de forma mais geral: PED rrr += 0ε ∫ ⋅=+= SpT SdEQQQ rr 0ε ( ) ∫∫ ⋅=⋅+=−= SSpT SdDSdPEQQQ rrrrr0ε Quadro 83 Relações de divergênciaRelações de divergência � Observar que o “universo” de densidades de carga aumentou, pois valem as relações: � Com o auxílio do auxilio do teorema da divergência, podem-se transformar das relações anteriores para a forma de relações de divergência: ∫∫∫ === VV TTV pp dvQdvQdvQ ρρρ ( ) ( ) ( ) ρ ρεεε ρ =⋅∇→⋅∇=⋅= =⋅∇→⋅∇=⋅= −=⋅∇→⋅∇−=⋅−= ∫∫ ∫∫ ∫∫ DdvDSdDQ EdvESdEQ PdvPSdPQ VS TVST pVSp rrrrrr rrrrrr rrrrrr 000 Quadro 84 IsotropiaIsotropia � Apenas as duas expressões que relacionam a carga livre serão enfatizadas daqui por diante. � Para se fazer o uso real desses novos conceitos, é necessário conhecer-se a relação entre a intensidade de campo elétrico E e a polarização P resultante. � Este relacionamento será, claro, uma função do tipo de material, e deve-se limitar a discussão somente ao caso dos materiais isotrópicos, para os quais E e P estão linearmente relacionados. � Em um material isotrópico, os vetores E e P são sempre paralelos. © Aldário Bordonalli 15 Quadro 85 AnisotropiaAnisotropia � Embora na sua maioria os dielétricos usados na Engenharia sejam lineares para campos de força moderados a fortes e sejam também isotrópicos, cristais simples podem ser anisotrópicos. � A natureza periódica dos materiais cristalinos obriga os momentos dos dipolos a serem formados com mais facilidade ao longo dos eixos cristalinos, e não necessariamente na direção do campo aplicado. � Por exemplo, em materiais ferrelétricos, o relacionamento entre P e E é não somente não-linear mas também mostra o efeito de histerese, isto é, a polarização produzida por um dado campo elétrico depende do passado da amostra. � Exemplos importantes desse tipo de dielétricos são o titanato de bário e o sal de Rochelle. Quadro 86 PermissividadePermissividade � Rescrevendo-se D para um meio isotrópico, e utilizando-se a relação entre P e E, tem-se: � Nas equações acima, definiram-se a susceptibilidade χe, a permissividade ε e a permissividade relativa (ou constante dielétrica) εr. ( ) rer r e e ED ED ED EP PED εεεχε ε εε χε εχ ε 0 0 0 0 0 1 1 =+= = = += → = += rr rr rr rr rrr Quadro 87 Anisotropia novamenteAnisotropia novamente � Materiais dielétricos anisotrópicos não podem ser descritos em termos de simples suscetibilidade ou permissividade. � Em vez disso, deve-se assumir que cada componente de D pode ser função de cada componente de E, sendo a relação simples D = εE substituída por três equações: � Os nove valores εij são coletivamente chamados de tensor. � Neste caso, D e E (e P) não são mais paralelos e, embora D = ε0E + P permanece uma equação válida para materiais anisotrópicos e ser possível usar D = εE quando ε é interpretado como um tensor, a atenção será concentrada em materiais isotrópicos lineares, ficando o caso geral para um curso mais avançado. zzzyzyxzxz zyzyyyxyxy zxzyxyxxxx EEED EEED EEED εεε εεε εεε ++= ++= ++= Quadro 88 Resumo dielétricosResumo dielétricos � Em suma, tem-se uma relação entre D e E que, agora, depende da natureza do material dielétrico presente: � O vetor D ainda relaciona-se às cargas livres, seja pela forma pontual, ou seja pela forma integral da lei de Gauss: � O uso da permissividade relativa torna desnecessárias as considerações acerca de polarização, momento de dipolos e cargas de polarização. � Contudo, quando um material anisotrópico ou não-linear tiver que ser considerado, a permissividade relativa na forma escalar simples apresentada não é mais aplicável. EED r rrr εεε 0== QSdDD S =⋅=⋅∇ ∫ rrrr ρ Quadro 89 Exemplo 6 Encontre a polarização no interior de um material que: (a) tenha uma densidade de fluxo elétrico igual a 1,5 µC/m2 em um campo elétrico de 15 kV/m; (b) tenha D = 2,8 µC/m2 e χe = 1,7; (c) tenha 1020 moléculas/m3, cada uma com um momento de dipolo igual a 1,5 x 10-26 C.m quando E = 105 V/m; (d) tenha E = 50 kV/m e εr = 4,4. 2 396 00 µC/m367,1 101510 36 1105,1 = ××−×= −=→+= −− P P EDPPED pi εε rrr (a) Para este item, utiliza-se a definição de D, levando em consideração que E e P têm a mesma direção: Quadro 90 Exemplo 6 (cont.) (b) A polarização no interior de um material que tenha D = 2,8 µC/m2 e χe = 1,7 pode ser obtida manipulando-se as relações entre os diferentes vetores: ( ) 2 59 0 5 11 6 11 00 µC/m763,1 10173,110 36 17,1 V/m10173,1 10387,2 108,2 F/m10387,21 = ×××= = ×=→ × × =→= ×=→+== − − − − P P EP EEDE e er pi εχ ε εχεεεε © Aldário Bordonalli 16 Quadro 91 Exemplo 6 (cont.) (c) A polarização no interior de um material que tenha 1020 moléculas/m3, cada uma com um momento de dipolo igual a 1,5 x 10-26 C.m quando E = 105 V/m pode ser obtida manipulando-se as relações: 2 2620 µC/m5,1 105,110 = ××=→= − P PnpP (d) A polarização no interior de um material que tenha E = 50 kV/m e εr = 4,4 pode ser obtida manipulando-se as relações: ( ) ( ) 2 39 0 µC/m503,1 105010 36 114,41 = ×××−=→−= − P PEP r pi εε Quadro 92 Condições de contorno: dielétricosCondições de contorno: dielétricos � Como resolver um problema em que haja dois materiais dielétricos diferentes, ou um dielétrico e um condutor? � Este é outro exemplo de condição de contorno, como aquele onde descobriu-se que, na superfície de um condutor, os campos tangenciais são nulos e a densidade do fluxo elétrico normal é igual à densidade de carga superficial no condutor. � Agora, serão dados passos na direção de se resolverem problemas de fronteira entre dois dielétricos ou problemas de fronteira dielétrico- condutor, pela determinação do comportamento dos campos na interface dielétrica. Quadro 93 Diagrama de referênciaDiagrama de referência � O diagrama abaixo servirá de referência para a determinação do comportamento de E e D na fronteira entre os meios dielétricos: Quadro 94 Componentes tangenciaisComponentes tangenciais � Considere uma superfície entre os dois dielétricos que têm permissividades ε1 e ε2 e ocupam as regiões 1 e 2. � Similarmente ao caso do condutor, primeiramente, as componentes tangenciais serão analisadas e, para isto, faz-se uso do fato de que: � Desmembrando-se a integral em quatro partes, fazendo-se∆h tender a zero de maneira ao caminho tender à superfície, e mantendo-se ∆w pequeno, mas finito, fica-se com: 0=⋅∫ LdE rr 21 tt EE = 021 =∆−∆ wEwE tt Quadro 95 Componentes tangenciais IIComponentes tangenciais II � A continuidade das componentes tangenciais de E nos dois meios sugere que a lei de Kirchhoff das tensões é ainda aplicável a este caso, uma vez que a diferença de potencial entre dois pontos na superfície separados por uma distância ∆w é a mesma imediatamente acima e abaixo da fronteira: � Se o campo elétrico tangencial é contínuo através da fronteira o mesmo não pode ser dito de D uma vez que: 2 2 21 1 1 εε t tt t DEED === 2 1 2 1 ε ε = t t D D Quadro 96 Componentes normaisComponentes normais � A condição para campo normal é encontrada mais prontamente considerando-se Dn em vez de En e escolhendo-se um pequeno cilindro como superfície gaussiana. � Sejam a altura deste cilindro ∆h e a área do topo circular e da base ∆S → mais uma vez, faz-se ∆h tender a zero e usa-se a Lei de Gauss na superfícies superior e inferior: � Mas qual é a densidade superficial de carga? SQSDSDQSdD snnS ∆==∆−∆⇒=⋅∫ ρ21 rr snn DD ρ=− 21 © Aldário Bordonalli 17 Quadro 97 Componentes normais IIComponentes normais II � Ela não pode ser uma densidade superficial de cargas de polarização pois se leva em conta a polarização do dielétrico pelo uso de uma constante dielétrica diferente da unidade → isto é, em vez de considerar cargas de polarização no espaço livre, considera-se um acréscimo na permissividade. � Por outro lado, é extremamente estranho que qualquer carga livre esteja na interface, pois nenhuma carga livre é disponível no dielétrico perfeito que é considerado. � Esta carga deve, então, ter sido colocada lá deliberadamente, desbalanceado assim a quantidade total de cargas no dielétrico. � Excetuando-se este caso especial, pode-se, então, considerar ρs = 0 na superfície, chegando-se a: 21 nn DD = Quadro 98 Componentes normais IIIComponentes normais III � Portanto, tem-se continuidade para as componentes normais de D na superfície de separação entre dois dielétricos. � Por outro lado: � Assim, a componente normal do campo elétrico é descontínua. � Como ficaria, então, a combinação destes resultados tangenciais e normais na superfície de separação entre os dois dielétricos? 222111 nnnn EDDE εε === 2211 nn EE εε = Quadro 99 Na fronteira entre dielétricosNa fronteira entre dielétricos � As considerações anteriores podem ser combinadas para mostrar a variação dos vetores D e E na superfície de separação entre os dielétricos. � A interpretação dos resultados pode levar a uma situação para D como, por exemplo, a que está mostrada ao lado. � Assumir que D1 (e E1) faça um ângulo α1 com a tangente à superfície. Quadro 100 Na fronteira entre dielétricos IINa fronteira entre dielétricos II � Como os componentes normais de D são contínuos, pode-se escrever que: � A razão entre os componentes tangenciais, como concluído anteriormente, é dada por: � Dividindo ambos os resultados: ( ) ( ) 222111 sinsin nn DDDD === αα ( ) ( ) 2 1 22 11 2 1 cos cos ε ε α α == D D D D t t ( ) ( )1 2 1 2 tantan αε ε α = Quadro 101 Na fronteira entre dielétricos IIINa fronteira entre dielétricos III � Para que a situação da figura ao lado seja satisfeita, ou seja, ter α2 > α1, conclui-se que seria necessário que ε1 > ε2. � A direção de E em cada lado da fronteira é idêntica à direção de D, pois D = εE. � O módulo de D na região 2 pode ser encontrado trabalhando-se as últimas equações: � E o módulo de E na região 2 fica: ( ) ( )12 2 1 2 1 2 12 cossin αε ε α += DD ( ) ( )12 2 2 1 1 2 12 sincos αε ε α += EE Quadro 102 ComentáriosComentários � Olhando-se as duas últimas equações, conclui-se que D é maior na região de maior permissividade (a menos que α2 = α1 = 90o, quando a magnitude não varia) e E é maior na região de menor permissividade (a não ser quando α2 = α1 = 0°, quando sua magnitude é invariável). � As condições de contorno ou as relações de módulo e direção derivadas delas permitem encontrar o campo rapidamente em cada lado da fronteira se o campo do outro lado é conhecido. © Aldário Bordonalli 18 Quadro 103 Condições de contorno: Condições de contorno: dielétrico/condutordielétrico/condutor � As condições de contorno existentes na interface entre um condutor e um dielétrico são mais simples de obter que as condições acima. � Primeiro, já se sabe que D e E são zero dentro do condutor. � Segundo, os campos tangenciais E e D precisam ser zero para satisfazer ambos: � Finalmente, a aplicação da Lei de Gauss mostra, uma vez mais, que D e E são normais ao condutor e que Dn = ρs e En = ρs/ε. � Com isto, conclui-se, que as condições de contorno desenvolvidas anteriormente para condutores no espaço livre são válidas para fronteira dielétrico-semicondutor se εo é substituído por ε: EDeLdE rrrr ε==⋅∫ 0 snntt EDeED ρε ==== 0 Quadro 104 Exemplo 7 A região z < 0 contém um material dielétrico para o qual εr1 = 2,5, enquanto que z > 0 caracteriza-se por εr2 = 4. Sabendo-se que E1 = -30 ax + 50 ay + 70 az V/m, determine: (a) En1; (b) Et1; (c) Et1; (d) E1; (e) θ1. V/mˆ50ˆ30 V/mˆ70 ˆ70ˆ50ˆ30 1 1 1 yxt zn zyx aaE aE aaaE +−= = ++−= r r r (a e b) Trata-se de uma superfície de separação que corresponde ao plano xy em z = 0. Da definição de E1, podem- se determinar as componentes normais e tangenciais à superfície como: Quadro 105 Exemplo 7 (cont.) (c) O módulo da componente tangencial do campo na região 1 é: V/m1,91 705030 ˆ70ˆ50ˆ30 1 222 11 1 = ++== ++−= E EE aaaE zyx r r V/m3,58 5030 1 22 11 = +== t tt E EE r (d) O módulo do campo na região 1 é: Quadro 106 Exemplo 7 (cont.) (e) O ângulo θ1 é definido como o ângulo o vetor intensidade de campo elétrico na região 1 e sua componente normal (eixo z). Assim: ( ) ( ) °= = =→= 8,39 rad6945,0 1,91 70 coscos 1 1 1 1 1 1 θ θ θθ E En E1 En1 Et1 θ1 Quadro 107 Exemplo 8 A região z < 0 contém um material dielétrico para o qual εr1 = 2,5, enquanto que z > 0 caracteriza-se por εr2 = 4. Sabendo-se que E1 = -30 ax + 50 ay + 70 az V/m, determine: (a) Dn2; (b) Dt2; (c) D2; (d) P2; (e) θ2. 2 2 9 2 1101112 nC/m547,1 705,210 36 1 = ×××= === − n n nrnnn D D EEDD pi εεε (a) Para a resolução deste exercício, serão utilizados resultados obtidos no exemplo anterior. Pelas condições de contorno na superfície entre dielétricos, pode-se escrever que: Quadro 108 Exemplo 8 (cont.) (b) Pelas condições de contorno na superfície entre dielétricos, pode-se escrever que: 2 2 9 2 1202 12012222 12 nC/m06,2 3,58410 36 1 = ×××= = ∴ === = − t t trt trttt tt D D ED EEED EE pi εε εεεε © Aldário Bordonalli 19 Quadro 109 Exemplo 8 (cont.) (c) Pelas condições de contorno na superfície entre dielétricos, pode-se escrever que: ( ) 2 2 9 2 220222 12 nC/mˆ768,1ˆ061,1 ˆ50ˆ30410 36 1 ˆ50ˆ30 yxt yxt trtt yxtt aaD aaD EED aaEE +−= +−×××= == +−== − r r rrr rr pi εεε 2 2 9 2 1101112 nC/mˆ547,1 ˆ705,210 36 1 zn zn nrnnn aD aD EEDD = ×××= === − pi εεε rrrr 2 2 nC/mˆ547,1ˆ768,1ˆ061,1 zyx aaaD ++−=∴ r Quadro 110 Exemplo 8 (cont.) (c) Pelas condições de contorno na superfície entre dielétricos, pode-se escrever que: ( ) ( ) 2 2 2202022022 2 9 2 20 2 2222 nC/mˆ161,1ˆ326,1ˆ796,0 1 V/mˆ75,43ˆ50ˆ30 410 36 1 ˆ547,1ˆ768,1ˆ061,1 zyx r zyx zyx r aaaP EEEDP aaaE aaa E DEED ++−= −=−=−= ∴ ++−= ×× ++− = =→= − r rrrrr r r r rrr εεεεε pi εε ε Quadro 111 Exemplo 8 (cont.) (e) O ângulo θ2 é definido como o ângulo o vetor intensidade de campo elétrico na região 2 e sua componente normal (eixo z). Assim: ( ) ( ) °= = =→= 1,53 rad9267,0 547,1 06,2 tantan 2 2 2 2 2 2 θ θ θθ n t D D D2 Dn2 Dt2 θ2 Quadro 112 Cargas e Cargas e EE dentro do condutordentro do condutor � Anteriormente, foi postulado que as cargas introduzidas no interior de um condutor movem-se para a superfície do condutor e se redistribuem de tal maneira que a intensidade do campo elétrico e a densidade volumétrica de cargas são nulas após o equilíbrio. � Para provar esta afirmação e calcular o tempo médio que se leva para que o equilíbrio seja alcançado, combina-se a lei de Ohm pontual e a equação da continuidade, para condutividade constante, de forma que: t E EJ t J v v ∂ ∂ −=⋅∇⇒ = ∂ ∂ −=⋅∇ ρ σ σ ρ rr rr rr Quadro 113 Cargas e Cargas e EE dentro do condutor IIdentro do condutor II � Para um meio simples, onde D = εE, a equação anterior se torna: � Cuja a solução é: � Acima, ρv0 é a densidade de carga inicial para t = 0 s. 0=+ ∂ ∂ ⇒ =⋅∇ ∂ ∂ −=⋅∇ v v v v tE t E ρ ε σρ ε ρ ρ σ rr rr ( )t vv e εσρρ −= 0 Quadro 114 Tempo de relaxaçãoTempo de relaxação � Ambos ρv e ρv0 podem ser funções do espaço e a equação anterior diz que a densidade de carga num determinado lugar irá decrescer exponencialmente com o tempo. � O tempo de relaxação é definido como o tempo para o qual a carga diminui 1/e (ou aproximadamente 36,8%): � Para o cobre, τr = 1,52 × 10-19 s. ε σ τ =r © Aldário Bordonalli 20 Quadro 115 Condutores em dielétricoCondutores em dielétrico � Considere dois condutores mergulhados num dielétrico homogêneo, como na figura ao lado. � O condutor M2 tem uma carga total positiva +Q, enquanto M1 tem uma carga igual e negativa. � Não existem outras cargas presentes, e a carga total do sistema é zero. Quadro 116 CapacitânciaCapacitância � Sabe-se, agora, que a carga é levada para a superfície do condutor, passando a ser tratada como uma densidade superficial de cargas, e, também, que o campo elétrico é normal às superfícies condutoras. � Cada condutor é uma superfície eqüipotencial. � Como M2 tem uma carga positiva, o fluxo elétrico está dirigido de M2 para M1 e M2 está no potencial mais positivo. � Em outras palavras, precisa-se realizar-se trabalho para levar uma carga positiva de M1 para M2. � Designa-se a diferença de potencial entre M2 e M1 por Vo. � Define-se a capacitância deste sistema de dois condutores como a razão entre o módulo da carga total em cada condutor e a diferença potencial entre os condutores: oV QC = Quadro 117 Generalizando a definição ...Generalizando a definição ... � Em termos gerais, determina-se Q por meio de uma integral de superfície sobre o condutor mais positivo e encontra-se Vo deslocando-se uma carga unitária positiva da placa negativa para a positiva: � A capacitância é independente do potencial e da carga total, pois sua razão é constante. � Se a densidade de carga é aumentada por um fator N, a Lei de Gauss indica que a densidade de fluxo elétrico ou a intensidade de campo elétrico também aumenta desse fator N e, com ele, a diferença de potencial. � A capacitância é uma função somente de dimensões físicas do sistema de condutores e da permissividade do dielétrico homogêneo. � A capacitância é medida em farads (F), onde um farad é definido como 1 C/V, porém, valores comuns de capacitância são frações muito pequenas de um farad. ∫ ∫ + − ⋅− ⋅ = LdE SdE C S rr rr ε Quadro 118 Capacitor de placas paralelasCapacitor de placas paralelas � Pode-se aplicar a definição de capacitância a um sistema simples de dois condutores em que os condutores são idênticos, infinitos, planos e paralelos com separação d, como ao lado. � Escolhendo para o condutor inferior a posição z = 0 e para o superior z = d, uma superfície uniforme de cargas ±ρs em cada condutor leva a um campo uniforme, como já esperado: z s aE ˆ ε ρ = r Quadro 119 ObtendoObtendo--se se QQ e e VVoo � Observar que o resultado anterior é o mesmo que calculado anteriormente se εo é substituído por ε, e vale que: � A carga no condutor inferior deve ser positiva pois D é dirigido para cima e o valor normal de D é igual à densidade superficial de cargas na superfície (Dn = Dz). � No condutor superior, Dn = -Dz e lá a superfície de cargas é o negativo daquela do condutor inferior. � A diferença de potencial entre esses condutores é, portanto: zszz aaDD ˆˆ ρ== r ddzLdEV s d s o ε ρ ε ρ =−=⋅−= ∫∫ 0.inf .sup rr Quadro 120 Capacitância: placas paralelasCapacitância: placas paralelas � Desde que a carga total em cada condutor é infinita, a capacitância é infinita → a resposta em uma situação prática é obtida considerando-se planos, cada um com área S, cujas dimensões lineares são muito maiores que a separação d. � O campo elétrico e a distribuição de cargas são, então, quase uniformes em todos os pontos não adjacentes ao perímetro. � Como a região de perímetro pouco contribui para a capacitância total, pode-se aproximar o resultado e escrever uma expressão que se tornará útil no futuro: d S V QC dV SQ o s o s ε ε ρ ρ ==⇒ = = © Aldário Bordonalli 21 Quadro 121 Energia armazenadaEnergia armazenada � Finalmente, a energia total armazenada no capacitor é: � A equação acima indica que a energia armazenada em um capacitor, para uma diferença de potencial fixa, cresce com a constante dielétrica do meio. SddzdSdvEW s S d s volume E ε ρ ε ρ εε 2 0 0 2 2 2 1 2 1 2 1 = == ∫ ∫∫ C QQVCVd d SW oosE 2 2 2 22 2 1 2 1 2 1 2 1 ==== ε ρε Quadro 122 Capacitor coaxialCapacitor coaxial � Como primeiro exemplo, seja um capacitor coaxial ou cabo coaxial com raio interno a, raio externo b e comprimento L. � De estudos anteriores, tem-se que: � Então: LQ a bLdEVaE ll a b o l ρ piε ρ piερ ρ ρ = =⋅−== ∫ ln2 ˆ 2 rrr ( ) a b L V QC o ln 2piε == Quadro 123 Capacitor esféricoCapacitor esférico � Seja um capacitor esférico constituído de duas calotas esféricas concêntricas de raios a e b, b > a, onde a região entre as esferas é preenchida por um dielétrico com a permissividade ε. � De estudos anteriores, tem-se que: � Então: � Se a esfera de fora se tornar infinitamente grande, obtêm-se a capacitância de um condutor esférico isolado, −=⋅−== ∫ ba QLdEVa r QE a b or 11 4 ˆ 4 2 piεpiε rrr baV QC o 11 4 − == piε aC piε4= Quadro 124 Capacitor esférico e dois meiosCapacitor esférico e dois meios � Para o condutor esférico isolado, assumir que o meio 1 de ε = ε1 se estende de a até r1, e que, após r1, o meio 2 é o vácuo. � Da continuidade da componente normal de D entre os meios vale para r > a: � Para a a < r < r1: � Para a r1 <r < ∞, utilizando a condição de descontinuidade de E: ra r QD ˆ 4 2pi = r r a r QEED ˆ 4 21 111 piε ε =→= rrr r a r QEEE ˆ 4 20 21120 piε εε =→= rrr Quadro 125 Capacitor esférico e dois meios IICapacitor esférico e dois meios II � A diferença de potencial fica: � Portanto: + −= −−−=−= ∫∫ ∞ ∞ 1011 2 0 2 1 1111 4 44 1 1 rra QV dr r Qdr r QVVV o ra r ao εεpi piεpiε 1 1011 11114 − + −== rraV QC o εε pi Quadro 126 Múltiplos dielétricosMúltiplos dielétricos � A fim de estudar o problema de múltiplos dielétricos com um pouco mais de detalhe, considere um capacitor de placas paralelas com área S e espaçamento d, pressupondo-se que d seja pequeno quando comparado às dimensões lineares das placas. � A capacitância é ε1S/d quando utiliza-se um dielétrico de permissividade ε1. � Agora, substitui-se parte deste dielétrico por um outro de permissividade ε2, de maneira que a fronteira entre os dois dielétricos seja paralela às placas do capacitor e d = d1 + d2, onde d1 é a espessura do meio 1 e d2 a do meio 2. � Como a definição de capacitância C = Q/V envolve uma carga e uma tensão, pode-se considerar uma e depois encontrar a outra em função da primeira. © Aldário Bordonalli 22 Quadro 127 Múltiplos dielétricos: placas paralelasMúltiplos dielétricos: placas paralelas � A capacitância não é função de nenhuma delas, mas dos dielétricos e da geometria. � Suponha que se estabeleça uma diferença de potencial Vo entre as placas. � As intensidades do campo elétrico nas duas regiões, E1 e E2, são ambas uniformes e Vo = E1d1 + E2d2. � Na interface dos dielétricos, E é normal e Dn1 = Dn2 ou ε1E1 = ε2E2. � Assim: ( ) 22111 2211 2211 dd VE EE dEdEV o o εε εε + = → = += Quadro 128 Múltiplos dielétricos: placas paralelas IIMúltiplos dielétricos: placas paralelas II � A densidade superficial de cargas vale, portanto: � Como D1 = D2, o módulo da densidade superficial de cargas é o mesmo em cada placa e a capacitância é, então: 2211 1111 εε ερ dd VED os + === ( ) ( ) 212211 11 11 CCSdSdV S V QC o s o + = + === εε ρ Quadro 129 ComentáriosComentários � De quanto mudará o método de solução ou a resposta se um terceiro plano condutor for colocado na interface dos dois meios dielétricos? � Espera-se encontrar, agora, cargas superficiais em cada lado do condutor e as grandezas destas cargas deveriam ser iguais. � Em outras palavras, não se espera que linhas de campo elétrico passem diretamente de um lado para outro da placa condutora mas que terminem em um lado deste condutor e continuem do outro lado. � A capacitância não se modifica desde que, claro, o condutor tenha espessura desprezível. � A adição de um condutor espesso faria crescer a capacitância se a separação entre as placas externas do capacitor fosse mantida constante. � Este exemplo faz parte do teorema mais geral que estabelece que a substituição de qualquer porção de um dielétrico por um corpo condutor causaria um acréscimo da capacitância. Quadro 130 Fronteira normalFronteira normal � Se a fronteira dielétrica for colocada normalmente às placas do capacitor e se os dielétricos ocuparem áreas S1 e S2, então uma diferença de potencial Vo produziria os campos E1 = E2 = Vo/d. � Estes são campos tangenciais na interface e devem ser iguais. � Então, podem-se encontrar, em sucessão, D1, D2, ρs1ρs2 e Q, obtendo uma capacitância: 21 2211 CC d SSC +=+= εε Quadro 131 Exemplo 9 Na figura ao lado, considere εr1 = 4, εr2 = 6, d1 = 3 mm, d2 = 2 mm, S= 12 cm2 e ρs = 240 nC/m2. Determine E em cada região, bem como a tensão entre as placas. kV/m786,6 410 36 1 10240 nC/m240 1 9 9 10 1 1 1 1 2 1 = ×× × === == − − n r nn n sn E DDE D pi εεε ρ Para o meio 1, na fronteira entre o dielétrico e o condutor, pode-se escrever que: Quadro 132 Exemplo 9 (cont.) Para o meio 2, na fronteira entre os dielétricos, utiliza-se a condição de contorno que trata da descontinuidade da componente normal do campo elétrico: kV/m524,4 10786,6 6 4 2 3 2 1 2 1 1 2 1 2 = ××= == n n n r r nn E E EEE ε ε ε ε © Aldário Bordonalli 23 Quadro 133 Exemplo 9 (cont.) Finalmente, como o campo é uniforme em cada região, pode- se escrever diretamente que: V4,29 10310786,610210524,4 3333 1122 = ×××+×××= += −− o o nno V V dEdEV A capacitância total é de: pF8,9 4,29 101210240 49 = ××× = == −− C C V S V QC o s o ρ
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