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ansiolíticos farmacologia

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Profa. Dra. Patrícia Corrêa Dias 
Curso de Farmácia - Unimep 
ANSIOLÍTICOS, HIPONÓTICOS E ANTICONVULSIVANTES 
ANSIEDADE 
Forma de inibição do comportamento 
que ocorre em resposta a eventos 
ambientais que são novos, não 
recompensadores ou punitivos. 
QUADROS DE ANSIEDADE 
Queixa verbal, efeitos somáticos e autonômicos e interferência 
nas atividades produtivas normais 
A ansiedade é produtiva na medida em que é 
capaz de nos motivar para a realização de 
alguma atividade e obtenção de coisas que se 
deseja; e passa a ser patológica, quando nos 
impede de caminhar/prosseguir e tomar as 
providências necessárias para tais feitos. 
PROVA DE 
FARMACOLOGIA!!! 
• A manifestação central é o ataque de pânico - conjunto de manifestações de 
ansiedade com início súbito, rico em sintomas físicos e com duração limitada (cerca 
de dez minutos). 
 
• Os sintomas típicos são: sensação de sufocação, de morte iminente, taquicardia, 
tonteiras, sudorese, tremores, sensação de perda do controle ou de “ficar louco”, 
alterações gastrointestinais. 
ANSIEDADE 
Transtorno do Pânico 
• Os sintomas de ansiedade ocorrem em situações nas quais a pessoa é observada 
pelos outros (escrever, assinar, comer e fazer apresentações na presença dos outros). 
 
• Em contato com os outros, especialmente estranhos, o paciente sofre de sintomas 
como tremores, sudorese, enrubescimento, dificuldade de concentração (“branco na 
cabeça”), palpitações, tonteira e sensação de desmaio. 
 
• Diferentemente dos ataques de pânico, os sintomas surgem durante as situações 
sociais temidas e duram até o contato com os outros terminar. 
ANSIEDADE 
Transtorno de Ansiedade Social – Fobia Social 
• Obsessões são pensamentos, imagens e impulsos que ocorrem de modo repetitivo, 
intrusivo, usualmente associados com ansiedade, que a pessoa não consegue 
controlar, apesar de reconhecer seu caráter anormal. 
 
• Compulsões são atos ou comportamentos, recorrentes e repetitivos, que o paciente é 
forçado a realizar, sob pena de entrar em um estado de acentuada ansiedade. 
 
• As compulsões costumam se elaborar em rituais com atos relacionados à limpeza, 
verificação e contagem. O paciente toma dez, trinta banhos por dia, de acordo com um 
esquema predeterminado. Lava as mãos toda vez que se encosta a certo tipo de 
objeto. Conta as cadeiras de um cinema para se sentar, exatamente em determinada 
posição. Certifica-se, inúmeras vezes, de que não deixou uma porta aberta. 
 
• As obsessões e as compulsões surgem, ou tornam-se evidentes, no início da vida 
adulta. Tendem a piorar com a evolução da doença e a ocupar uma parcela cada vez 
maior do tempo do indivíduo. 
 
• O grau de incapacitação é sempre considerável e pode atingir extremos quando o 
paciente torna-se paralisado pelos sintomas. 
ANSIEDADE 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo 
• As manifestações de ansiedade oscilam ao longo do tempo, mas não 
ocorrem na forma de ataques, nem se relacionam com situações 
determinadas. 
 
• Estão presentes na maioria dos dias e por longos períodos, de muitos meses 
ou anos. O sintoma principal é a expectativa apreensiva ou preocupação 
exagerada, mórbida. A pessoa está a maior parte do tempo preocupada em 
excesso. Além disso, sofre de sintomas como inquietude, cansaço, 
dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, insônia e 
sudorese. O início do transtorno de ansiedade generalizada é insidioso e 
precoce. Os pacientes informam que sempre foram “nervosos”, “tensos”. A 
evolução se dá no sentido da cronicidade. 
ANSIEDADE 
Transtorno da Ansiedade Generalizada 
TAG 
• Agentes com capacidade de deprimir a função do SNC, provocando 
calma/sonolência/sedação 
 
• Ansiolíticos – tratamento dos distúrbios da ansiedade 
• Hipnóticos – tratamento da insônia 
ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
• Utilizados comumente com os mesmos objetivos 
A 
N 
S 
I 
E 
D 
A 
D 
E 
 
S 
O 
N 
O 
L 
Ê 
N 
C 
I 
A 
CONJUNTAMENTE 
ANSIOLÍTICOS 
CLASSIFICAÇÃO 
• Benzodiazepínicos 
• Agonistas do receptor 5HT 
• Barbitúricos 
• Antagonistas dos receptores beta (simpatolíticos) 
• Anti-histamínicos (anti H1 – antialérgicos) 
• Outros (hidrato de cloral, meprobamato e paraldeído) 
BENZODIAZEPÍNICOS 
• Os fármacos sedativos mais antigos se misturavam com os anestésicos 
gerais e de acordo com a dose, levavam à anestesia e óbito por 
depressão respiratória, até que fossem introduzidos os 
benzodiazepínicos 
 
• Primeiro – clordiazepóxido (1961) 
• Núcleo químico comum dos BDZ (os fármacos variam 
de acordo com os substituintes) 
• Anel benzeno (A) fundido a um anel diazepínico de 7 
membros (B) 
FÁRMACOS E MARCAS 
cloxazolam 
diazepam 
alprazolam 
clonazepam 
bromazepam 
midazolam 
flurazepam 
flunitrazeapm 
AÇÕES FARMACOLÓGICAS 
• Redução da ansiedade e agressividade 
• Sedação e indução ao sono 
• Redução do tônus muscular e coordenação motoras 
• Efeito anticonvulsivante 
Ações depressoras 
gerais 
Diminui a atividade 
(e a ansiedade) 
MECANISMO DE AÇÃO 
ÁCIDO GAMA AMINOBUTÍRICO 
GABA 
• NT Presente no SNC (sistema nigroestiriado e 
substância cinzenta) 
• Principal NT inibitório em várias vias do SNC 
 
• Receptores GABA A – terminações pós 
sinápticas - acoplados a canis de ânions 
(aumento da permeabilidade ao Cl- cloreto) 
 
• Receptores GABA B – terminações pré e pós 
sinápticas (acoplados à proteína G – aumentam a 
condutância ao K+ e inibição dos canais de Ca++ 
 
• Término de ação: recaptação ou metabolização – 
GABA transaminase 
ANSIEDADE 
• Aumentam as ações inibitórias do 
GABA via ligação com o receptor 
GABA A (receptor que opera canal 
iônico – Cl -) 
 
• O GABA e os BDZ ligam-se a locais 
(receptores) distintos no canal de Cl - 
 
• Os BDZ aumentam a afinidade do 
GABA pelo seu local de ligação no 
canal e ocorre uma exacerbação da 
ação inibitório do GABA – aumento da 
entrada de Cl - e hiperpolarização 
celular (ação depressora – 
incapacidade de desencadear novo 
potencial de ação) 
MECANISMO DE AÇÃO DOS BDZ 
A SINAPSE GABAÉRGICA 
MECANISMO DE AÇÃO 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
BDZ 
sem BDZ 
com BDZ 
GABA e BDZ ligam-se a 
locais – sítios – 
independentes no mesmo 
complexo receptor – canal 
iônico - Cl – 
 
Os BDZ aumentam a 
afinidade do receptor pelo 
GABA 
O RECEPTOR GABA A 
canal regulado por ligante 
Pentâmero de 3 unidades – α, β, γ 
UMA EXPLICAÇÃO SIMPLIFICADA 
• Bem absorvidos via oral (podem ser administradod ev) 
• Ligação significativa com proteínas plasmáticas 
• Elevada lipossolubilidade (acúmulo no tecido adiposo) 
• Metabolizados e excretados como glicuronídeos na urina 
• Ação curta ou prolongada (depende da capacidade de formação de metabólitos 
ativos de ação prolongada – ex.: nordiazepam, com meia vida de 60 horas 
• Ação curta – metabolizados diretamente como glicuronídeos e eliminados na 
urina) 
BDZ 
ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS GERAIS 
FARMACINÉTICA (BIOTRANSFORMAÇÃO) E 
DURAÇÃO DE AÇÃO 
Meia vida de 60 horas 
FARMACINÉTICA (BIOTRANSFORMAÇÃO) E 
DURAÇÃO DE AÇÃO 
• Superdosagem aguda (sono prolongado, com paciente despertável, sem 
deprimir respiração ou função cardiovascular 
 
• Para reversão, pode ser utilizado um antagonista de BDZ- flumazenil 
EFEITOS COLATERAIS NA SUPERDOSAGEM 
• Sonolência 
• Confusão 
• Déficit de coordenação motora 
• Tolerância e dependência (a retirada causa 
aumento dos sintomas da ansiedade, 
tremorese tontura 
EFEITOS COLATERAIS 
Lista B1 da Portaria 344/98 – notificação B azul 
• Os BDZ s são capazes de apagar 
a memória durante alguns eventos 
onde o paciente esteja sob sua 
influência (outros depressores não 
têm este efeito). Com isso 
procedimentos cirúrgicos menores 
podem ser realizados sem deixar 
lembranças desagradáveis. 
AMNÉSIA ANTERÓGRADA 
Ex.: endoscopia e outros 
BDZ E ALCOOL 
+ 
BDZs 
interação 
sinergismo de efeitos depressores 
depressão respiratória 
morte 
ÁLCOOL 
• Potencializa as ações do GABA 
 
• Inibe entrada de cálcio 
(canais regulados por voltagem) 
 
• Inibe função de receptores NMDA 
 (ligante – glutamanto) 
• Hipnóticos e sedativos mais antigos (podem causar morte 
por depressão respiratória e cardiovascular, de acordo com 
a dose) 
 
• Ações semelhantes aos estágios de anestesia geral, 
induzida pelos anestésicos inalatórios 
 
• Utilizados como anticonvulsivantes (fenobarbital tem ação 
anticonvulsivante específica) e indutores de anestesia geral, 
predominantemente 
 
• Epilepsia: Distúrbio cerebral crônico de diversas 
etiologias caracterizado por manifestaçoes recorrentes 
clinicamente diversificadasse as quais figuram as 
convulsões 
 
• Lipossolúveis (tiopental – um dos mais lipossolúveis 
utilizados como indutores de anestesia geral – ev) 
 
• Potentes indutores de enzimas hepáticas – citocromo P450 
(biotransformação) 
BARBITÚRICOS 
MECANISMO DE AÇÃO 
BARBITÚRICOS 
• Aumentam as ações 
inibitórias do GABA 
(aumenta a efetividade da 
sinapse GABAérgica) via 
ligação com o receptor GABA 
A (receptor que opera canal 
iônico) 
 
• O GABA e os barbitúricos 
ligam-se a locais (receptores) 
distintos no canal de Cl- 
 
• Aumentam a afinidade do 
GABA pelo seu local de 
ligação no canla e ocorre uma 
exacerbação da ação 
inibitório do GABA – aumento 
da entrada de Cl – e 
hiperpolarização celular (ação 
depressora – incapacidade de 
desencadear novo potencial 
de ação) 
tiopental 
pentobarbital 
Fenobarbital 
(ação prolongada – meia vida de 24 
a 96 horas) 
FÁRMACOS E MARCAS 
AGONISTAS DA SEROTONINA – 5HT 
• A serotonina participa do controle da ansiedade e da resposta agressivas 
 
• BUSPIRONA – POTENTE ATIVIDADE ANSIOLÍTICA 
 
• Possui elevada afinidade pelos receptores 5HT 1A e se liga a receptores de 
dopamina (podem inibir a deflagração de neurônios, embora sejam agonistas 
 
• Não causam sedação ou redução da coordenação motoras e nem 
dependência/abstinência 
 
• Causa náuseas, tonturas, cefaleia 
FÁRMACO E MARCAS 
buspirona 
SUGESTÃO DE LEITURA 
• Classe das azapironas – buspirona é o único fármaco dessa classe no Brasil. 
 
• Duas hipóteses para o mecanismo de ação (ambas decorrentes de sua ação agonista 
parcial dos receptores 5-HT1A) 
 
• Atuação nos receptores pré-sinápticos somatodendríticos (auto-receptores), diminuindo a 
freqüência de disparos do neurônio serotonérgico présináptico; 
 
• Atuação como agonista parcial nos receptores pós-sinápticos, competindo com a 
serotonina pelos receptores e, consequentemente, reduzindo sua ação. 
 
BUSPIRONA 
• Estudos de comparação têm mostrado que a resposta à buspirona é comparável a do 
alprazolam, lorazepan, oxazepam e clorazepato 
 
• Aparentemente, a buspirona não acarreta riscos de abuso, dependência ou abstinência 
 
• Mais ainda, estudo de metanálise sugere que a buspirona seria eficaz em pacientes com TAG 
com sintomas depressivos. 
 
• Tem como desvantagem um início de ação mais demorado, precisando de cerca de duas 
semanas para que surjam os primeiros efeitos benéficos. Como a meia-vida de excreção varia 
de duas a oito horas, deve ser administrada três vezes ao dia. 
 
• Atualmente, alguns autores avaliam que a dose terapêutica eficaz deve variar entre 30 mg/dia 
a 60 mg/dia. Uma tentativa terapêutica adequada consiste na administração de até 60 mg por 
pelo menos quatro semanas. 
 
• Aparentemente, a buspirona é menos eficaz que os BZD nos sintomas somáticos e 
autonômicos do TAG; é mais indicada quando predominam os sintomas psíquicos, como 
preocupações, tensão e irritabilidade. 
 
• Os efeitos adversos mais comumente associados ao uso da buspirona são náusea, vertigem, 
cefaléia e, ocasionalmente, nervosismo e excitação. 
 
• Apesar desse perfil favorável, o uso clínico da buspirona não conseguiu superar os BZD,19 
havendo uma série de questionamentos sobre sua eficácia ou potência ansiolítica. Mais ainda, 
parece haver uma menor resposta à buspirona em pacientes com uso prévio de BZD. 
BUSPIRONA 
ZOLPIDEM 
• Hipnótico/sedativo não benzodiazepínico (imidazopiridina) 
• Mecanismo de ação semelhante aos BDZ (induz o sono rapidamente e prolonga sua duração) 
EPILEPSIA 
Os BDZ são utilizados na terapêutica da epilepsia e há outras classes de 
fármacos para esta finalidade 
EPILEPSIA: 
 
• Incidência de cerca de 0,5 a 1% da população 
 
• Sem causa reconhecível ou após trauma, tumores, infecções, etc 
 
• Descarga episódica de alta frequência de impulsos por um grupo 
de neurônios no cérebro 
 
• Local de descarga e extensão de propagação – determina o tipo e 
a intensidade dos sintomas 
 
• Evento mais comum – convulsão (pode haver outras formas) 
TIPOS DE EPILEPSIA 
Sinais – desde lapso de atenção até convulsão 
Crises convulsivas parciais (descargas localizadas) 
• Sem perda de consciência, contrações musculares involuntárias e generalizadas, 
descarga autonômica, experiências sensoriais diferenciadas 
 
Crises convulsivas generalizadas (descarga mias disseminada) 
• Perda da consciência 
• As convulsões são tônico-clônicas (grande mal) e as ausências (pequeno mal) 
 
Córtex motor: convulsões 
Hipotálamo: descarga autonômica periférica 
Formação reticular na parte alta do tronco encefálico: perda de consciência 
CONVULSÕES 
• Tônico-clônicas – contração da musculatura com espasmo extensor rígido, 
respiração dificultada, defecação, micção e salivação; ocorrem espasmos 
sincrônicos 
 
• Ausências – interrupção das atividades e olhar fixo 
 
FÁRMACIOS ANTIEPILÉPTICOS 
• Benzodiazepínicos 
• Barbitúricos 
• Fenitoína 
• Os mecanismos envolvem a potencialização das 
ações do GABA, inibição de canais de sódio, inibição 
de canais de cálcio e de glutamato 
• Carbamazepina 
• Valproato 
• Lamotrigina 
• Fenitoína (relacionada aos barbitúricos) 
• Carbamazepina (derivada dos ADTs) 
• Valproato 
• Lamotrigina 
• Vigabatrina 
• Tiabgabina 
• Gabapentina 
OUTROS FPÁRMACIOS 
ANTIEPILÉPTICOS 
POTENCIALIZAÇÃO DO GABA 
• Benzodiazepínicos e 
barbitúricos 
 
• Gabapentina - mecanismo 
incerto (fármaco seguro pois a 
absorção é saturada) 
 
 
•Vigabatrina – inibe a enzima 
GABA transaminase que inativa 
o GABA 
 
•Tiagabina – inibe a recaptação 
do GABA 
• Afetam a excitabilidade de membranas por ação sobre 
canais de Na+ que transportam a corrente para o interior 
da célula , gerando o potencial de ação – 
DESPOLARIZAÇÃO – EXCITAÇÃO 
 
• Bloqueiam preferencialmente as células que deflagram 
de forma repetida (quanto mais alta a frequência de 
disparo, mais alto o bloqueio) 
• Fenitoína 
• Carbamazepina 
• Valproato 
• Lamotrigina 
MECANISMO DE AÇÃO 
• Discriminam os canais em repouso, inativado e aberto 
 
• Ligam-se aos canais inativados, impedindo que retornem ao repouso e fiquem aptos a 
desencadear novo potencial de ação (despolarização) 
 
OBS.: valproato pode agir sobre a GABA trasaminase• Fenitoína 
• Carbamazepina 
• Valproato 
• Lamotrigina 
MECANISMO DE AÇÃO 
TOPIRAMATO 
MECANISMO DE AÇÃO 
Bloqueio de canais de sódio 
Intensificação das ações do GABA 
(teratogêncio) 
ETOSSUXIMIDA 
MECANISMO DE AÇÃO 
Utilizada principalmente nas crises de ausência (poucos 
efeitos colaterais de sedação 
 
Inibidora de canais de Cálcio (canal T) 
EFEITOS COLATERIAS 
Fenitoína – sedação, confusão, hiperplasia gengival, erupções 
cutâneas, anemia e teratogênese 
 
Carbamazepina: Sedação, ataxia, retenção hídrica 
 
Valproato: clavície, teratogenicidade, lesão hepática rara

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