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Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 1 1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.1. Definição de Tensão Mecânica Haste em equilíbrio estático quando sujeita a um sistema de forças axiais e centradas de intensidade F. imaginando a separação da haste em 2 partes: o equilíbrio é garantido pelas Forças Internas. Definição: Tensao Força interna no Corpo Area em que atua = O valor da tensão depende do ângulo do plano de corte (a área varia com o ângulo). ⇒ Tensão é um tensor e não um vetor. ∴não valem as leis da álgebra vetorial para as tensões, mas somente para as suas resultantes. Considerando o equilíbrio de apenas uma parte do corpo deformável: Fx F t dA= ⇒ − + =∫∑ →⊕ 0 0. e admitindo tensão distribuída uniformemente na superfície de corte (t =cte): t F A = Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 2 unidades de tensão : Kgf cm tf m psi N m Pa2 2 2; ; ; = Obs.: usualmente aproxima-se como: 1 10 1 0 12 kgf N kgf cm MPa ≅ ≅ , É conveniente substituir a tensão total t por suas 2 componentes ortogonais: Perspectiva Vista Lateral tensão normal (σ) → ⊥ ao plano de corte tensão tangencial ou de cisalhamento (τ) → // ao plano de corte 1.2. Teorema de Cauchy Considerando o mesmo corpo anterior, pode-se passar outros planos de corte imaginários. elemento de volume de espessura e em planos //s, tensões t são iguais e opostas → idem para σσσσ e ττττ Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 3 M ae b be aA = ⇒ − = ∴ = ′ ⊕ ∑ 0 0 Teorema de Cauchy) τ τ τ τ ( ) ( ) ( ' tensões de cisalhamento em planos perpendiculares são iguais, convergindo ou divergindo de uma mesma aresta. 1.3. Tensão no Ponto Corpo em equilíbrio estático sob a ação de um sistema de forças espacial: ∆F → resultante da força interna que atua na área ∆S S Ftlim= S Fnlim S F lim=t 0S 0S 0S ∆ ∆ ∆ ∆ = ∆ ∆ →∆ →∆ →∆ τ σ 1.4. Estado Triplo de Tensão Referindo as tensões a um sistema de coordenadas cartesianas tri-ortogonal, as tensões em torno de um ponto ficam: Analisando um elemento de volume em torno do ponto A, têm-se o seguinte Estado de Tensão: Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 4 Apenas 6 tensões independentes Do Teorema de Cauchy: τxy = τ yx τxz = τzx τyz = τzy 1.5. Estado Duplo ou Plano de Tensões No caso mais comum, na prática, de considerar que as ações sobre os corpos atuam em um único plano, têm-se um caso particular do Estado Triplo de Tensões onde 2 faces paralelas estão isentas de tensões Caso todas as ações estejam contidas no plano xy, vem: σz = 0 = τzx = τzy ″ ″ τxz = τyz O estado duplo de tensão fica determinado conhecendo-se apenas 3 tensões independentes em cada ponto: σx, σy e τxy = τyx = τ Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 5 vista pelo plano sem tensões 2. ESFORÇOS SOLICITANTES 2.1. Introdução Considere um corpo em equilíbrio estático, no espaço, e as tensões num ponto de coordenadas qualquer (y,z) numa seção de corte imaginário. Define-se como Esforço Geral Solicitante a resultante das tensões σx, τxy e τxz que atuam em todos os pontos do plano de corte imaginário, podendo ser decomposto em: x)de tornoem Torsor; T(Momento = .z)dS.y( y) de tornoem Fletor; (MomentoM = .z.dS z) de tornoem Fletor; (MomentoM = .y.dS z) a // Cortante; (forçaV = .dS y) a // Cortante; (forçaV = .dS x)a // Normal; (força N = .dS xyxz y S x z S x S zxz S yxy S ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫ − S x ττ σ σ τ τ σ Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 6 No caso particular de Estrutura Plana, onde todas forças são aplicadas em um único plano, por exemplo, plano xy, são nulas as tensões paralelas a z, e restam: σ σ τ τ x xy = apenas 2 tensoes no plano de corte. = e apenas 3 componentes do Esforço Geral Solicitante, pois as distâncias paralelas a z também são nulas: N = .dS ; V = .dS; M = - .y.dS SSS σ τ σ∫∫∫ Objetivo: Determinar σσσσ e ττττ a partir do conhecimento de N, V e M e das leis de variação das tensões. 2.2. Vinculação das Estruturas Planas 2.2.1. Definições a) Estrutura plana: conjunto de elementos lineares cujas dimensões transversais são menores do que o seu comprimento de modo significativo. b) Barra simples (barra): elemento linear com função estática de transmitir apenas N. c) Barra geral (chapa) :elemento linear com função estática de transmitir N,V e M. Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 7 d) Vínculos (apoios): elementos de ligação entre chapas, barras e a “chapa-terra”. e) Nó: encontro de apenas barras simples (2 ou mais). Uma chapa possui 3 graus de liberdade no plano ≡ 3 deslocamentos independentes. Um nó possui 2 graus de liberdade no plano. Os vínculos são utilizados para impedir esses movimentos. 2.2.2. Vínculos Planos Básicos VÍNCULOS MOV. IMPEDIDOS Apoio Móvel 1 Apoio Fixo 2 Engaste Fixo 3 Engaste Móvel 2 Rótulas (artic.) 2 Nó 0 Ressalvas: Barra ⇒ impede 0 movimentos Chapa ⇒ impede 2 movimentos Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos1997 8 Chapas ⇒ 2(c-1) Para cada movimento impedido, há uma reação de apoio correspondente. 2.3. Determinação Estática Uma estrutura composta por c chapas, n nós e b barras ( reais ou vinculares) fica em equilíbrio estático segundo o n.º de movimentos impedidos no plano, onde: bnec = 2n + 3c qdo: b b Estrutura Hipostatica = b Estrutura Isostatica > b Estrutura Hiperestatica ex nec nec nec < → → → 2.3.1. Exemplos 1) = =×= = 3 313 1 exist nec b b c Isostático ou Determ. 2) = =×= = 4 313 1 exist nec b b c 1x Hiperestático 3) = =×= = 6 623 2 exist nec b b c Isostático ou Determ. Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 9 2.3.2. Problemas Propostos: Determinar estaticamente as estruturas abaixo 1) 2) 3) 2.4. Convenção de Sinais para os Esforços Planos Estrutura plana em equilíbrio estático Separando a estrutura em 2 partes através de um corte normal ao seu eixo, podemos determinar os esforços solicitantes pela imposição do equilíbrio estático de cada parte separada. N > 0 tracao compressao → < → 0 V > 0 rotacao horaria rotacao anti - horaria → < → 0 Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 10 M > 0 traciona em baixo traciona em cima → < → 0 Os esforços solicitantes são iguais e opostos em cada parte separada ⇒⇒⇒⇒basta determinar apenas em uma parte. Conhecidas as ações e reações, os esforços solicitantes podem ser determinados através das Equações de Equilíbrio Estático. 2.5. Tipos de Ações a) Cargas Concentradas b) Cargas Distribuídas uniforme linear qualquer Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 11 c) Cargas Momento 2.5.1. Cálculo de Reações de Apoio Equaçoes de Equilibrio F F M h v = = = ∑ ∑ ∑ 0 0 00 Exemplo 1) Determinar as reações de apoio da viga abaixo. Determinação Estática: c b b nec exist = = × = = 1 3 1 3 3 Isostatico ou Determinado Aplicação das Equações de Equilíbrio: Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 12 F H H A = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V V V V V kN V A B A B A A = ↑ ⊕ + = ∴ = − = − = • ∑ 0 110 110 110 60 50 M horario V V V kN A B B B = ⊕ × + × − × = + = = • ∑ 0 40 2 70 4 6 0 80 280 6 60 ( ) Exemplo 2) Determinar as reações de apoio da viga abaixo. Determinação Estática: c b b nec exist = = × = = 1 3 1 3 3 Isostatico ou Determinado Aplicação das Equações de Equilíbrio: F H H kN H A A = → ⊕ − = = • ∑ 0 30 0 30 F V V V V V V V V kN V A B A B B A B B = ↑ ⊕ + − − = + = ∴ = − = − = • ∑ 0 40 100 0 140 140 140 66 67 73 33 , , M horario V V V kN B A A A = ⊕ × − × − × = − − = = = • ∑ 0 6 40 5 100 2 0 6 200 200 0 400 6 66 67 ( ) , Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 13 Problemas Propostos : Determinar as reações de apoio. 1) 2) Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 14 2.5.2. Cálculo Analítico dos Esforços Solicitantes Cálculo dos Esforços M, N e V em função de uma abscissa x, que corre ao longo do eixo da chapa. Exemplo 1) F H H A = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V V kN V A B A = ↑ ⊕ + = ∴ = • ∑ 0 60 16 M horario V V V kN A B B B = ⊕ × + × − × + × = = = • ∑ 0 20 1 20 3 5 20 7 0 220 5 44 ( ) Trecho I (0 ≤ x ≤ 1) Condições de Equilíbrio: F N H = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V kN V = ↑ ⊕ − = = • ∑ 0 16 0 16 M horario x M M x kN m S = ⊕ − = = • ∑ 0 16 0 16 ( ) . Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 15 Trecho II (1 ≤ x ≤ 3) Condições de Equilíbrio: F N H = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V kN V = ↑ ⊕ − − = = − • ∑ 0 16 20 0 4 M horario x x M M x x M x kN m S = ⊕ − − − = = − + = − • ∑ 0 16 20 1 0 16 20 20 20 4 ( ) ( ) . Trecho III (3 ≤ x ≤ 5) Chapa à esquerda da Seção S Condições de Equilíbrio: F N H = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V kN V = ↑ ⊕ − − = = − • ∑ 0 16 40 0 24 M horario x x x M M x x x M x kN m S = ⊕ − − − − − = = − + − + = − • ∑ 0 16 20 1 20 3 0 16 20 20 20 60 80 24 ( ) ( ) ( ) . Chapa à direita da Seção S (2 ≤ x’ ≤ 4) Condições de Equilíbrio: Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos1997 16 F N H = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V kN V = ↑ ⊕ + − = = − • ∑ 0 44 20 0 24 M horario x x M x x M M x kN m S = ⊕ − − + = − + + = = − + • ∑ 0 20 44 2 0 20 44 88 0 88 24 ( ) ' ( ' ) ' ' ' . Trecho IV (0 ≤ x’ ≤ 2) Condições de Equilíbrio: F N H = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V kN V = ↑ ⊕ − = = • ∑ 0 20 0 20 M horario x M M x kN m S = ⊕ + = = − • ∑ 0 20 0 20 ( ) ' ' . Representação gráfica dos Esforços Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 17 Exemplo 2) F H H A = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V V V kN V A B A = ↑ ⊕ + = ∴ = • ∑ 0 120 60 M horario V V kN A B B = ⊕ × − × = = • ∑ 0 120 3 6 0 60 ( ) . Trecho I (0 ≤ x ≤ 6) Condições de Equilíbrio: F N H = → ⊕ = • ∑ 0 0 F V x V x V = ↑ ⊕ − − = = − • ∑ 0 60 20 0 60 20 M horario x x x M M x x kN m S = ⊕ − × − = = − • ∑ 0 60 20 2 0 60 10 2 ( ) . Representação gráfica dos Esforços Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 18 Problema Proposto 1) 2.6. Relações Diferenciais entre os Esforços viga sob carga distribuída qualquer p=p(x) Analisando o trecho entre duas seções distantes de um infinitésimo dx: Fy = 0 V - p.dx - (V + dV) = 0 dV dx p (I) M M - (M + dM) + p.dx. dx 2 (V + dV).dx = 0 despresando diferenciais de 2ª ordem: V = dM dx (II) Substituindo (II) em (I): d dx dM dx p d M dx p (III) esq 2 2 ⇒ = − = ⇒ + = − ⇒ = − ↑⊕ → ⊕ ∑ ∑ 0 Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 19 Conclusões: 1 2 - Onde p 0 V = tem variaçao linear M = tem variaçao parabolica 2º grau - Onde p = 0 V constante M linear 3- A funcao V e um grau acima da funçao p(carga) 4 - A funçao M e um grau acima da funçao V 5- A funçao M e dois graus acima da funcao p(carga) ≠ ⇒ ⇒ CORRESPONDÊNCIA ENTRE AÇÕES E ESFORÇOS P V M p=0 x0 x1 x 0 x 1 x 2 x 1 x 2 x 3 x n x n+1 x n+2 Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 20 2.7. Chapa Bi-apoiada Submetida a um Carregamento Uniformemente Distribuído O momento é máximo quando sua derivada for zero, 0V 0 dx dM == ou seja, no ponto onde a cortante for zero. ι p A B RA = pl/2 RB = pl/2 pl pl/2 pl/2 pl 8 2 Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 21 2.8. Construção Gráfica da Parábola 2.9. Superposição de Efeitos . ι p pl 8 2 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 . A p ι B pl 8 2 MA MB MA MB MA MB = + = + MA MB pl 8 2 Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 22 3. FORÇA NORMAL 3.1. Introdução O principal objetivo do estudo da mecânica dos materiais é proporcionar ao engenheiro os meios que o habilitem para a análise e projeto de várias estruturas de máquinas sujeitas a diferentes carregamentos. Isto implica na determinação das tensões e deformações. 3.2. Ensaio de Tração Simples • Corpos de prova de mesmo material • P é aplicada no CG da seção transversal • P varia lentamente desde zero até a carga de ruptura PR Sendo: S1 ≠ S2 ≠ S3 → PR2 ≠ PR2 ≠ PR3 Mas : Rσ=== 3 R3 2 R2 1 R1 S P S P S P PR não depende de l e nem da geometria da seção transversal. Hipóteses: • material homogêneo e isótropo • σ é uniformemente distribuída na seção transversal tensões de ruptura do material l l l Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 23 σ ⇒ ⇒ S N σ = (aplicado no CG) Exemplo 1: Considerando a estrutura abaixo que consiste em barras AB e BC, verificar se a mesma suporta com segurança a carga de 30 kN aplicada no ponto B, sendo a tensão admissível do material (σadm ) igual a 165 Mpa. A área da barra AB é de 2 x 10-4 m2 e da barra BC de 3,14 x 10-4 m2. 2 1,5 tgα = ⇒ α = 36,86º ∴ senα = 0,6 α Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 24 ∆ l ∆l cosα = 0,8 2,5m=BCl Fazendo-se a somatória das forças atuantes no nó B, temos: ∑ = 0Fy ⇒ NBC.senα = 30 ⇒ NBC = 50kN ∑ = 0Fx ⇒ NBC.cosα = NAB ⇒ NAB = 40kN Unidades: 1kPa = 103 Pa = 103 N/m2 1MPa = 106 Pa = 106 N/m2 1GPa = 109 Pa = 109 N/m2 MPa 15910 x 159 m10 x 3,14 N10 x 50 S N σ 6 24 3 ==== − Conclusão: A estrutura suporta o carregamento pois a tensão não ultrapassou a admissível. 3.3. Lei de Hooke l∆ →alongamento total d∆ →variação de dimensão transversal l l∆ =ε → deformação longitudinal específica d ∆d =tε → deformação transversal específica υεε t = , onde υ→ coeficiente de Poisson como exemplo:υ ≈ 0,33 → aço comum 0,20 → concreto Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 25 N S N =σ l∆ l l∆ =ε DÚCTIL FRÁGIL Mat. Frágil → ruptura após pequena deformação Mat. Dúctil → ruptura após grande deformação OA → Fase elástica → ao retirar a carga o material recupera a deformação AC → Fase plástica → ao retirar a carga o material apresenta deformação residual εR σe→ tensão de escoamento (material deforma sem aumentar a tensão) σp→ tensão limite de proporcionalidade (σp ≈ σe) σR→ máxima tensão normal ou tensão de ruptura σ = E.ε Lei de Hooke (vale p/ σ ≤ σp) E → módulo de Young ou de deformação longitudinal Curva não carac- terística, pois depende de S e l Curva característica de cada material σ ε ε σ α ε α σ σ σ α ε σ σ Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 26 ∆ Enquanto σ < σR, o material não rompe. Por segurança faz-se: =≤ (DÚCTIL) s σ (FRÁGIL) s σ σσ e R tensão admissível s ≥ 1 → coeficiente de segurança s é fixado por Normas Técnicas (ABNT) σe, σR, E, ν → são propriedades mecânicas características de cada material. 3.4. Alongamento Elástico l∆ ∑∫ == i x 0 PdPN Analisando um elemento de comprimento dx: dx E σ ∆dx E.εσ dx ∆dx ε = = = como: S N σ = ⇒ dx ES N ∆dx = Considerando ∫= l l 0 ∆dx∆ e ES = cte, temos: ∫= l l 0 Ndx ES 1 ∆ ⇒ ES N ∆ l l = Lei de Hooke na forma generalizada l Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 27 l l∆ 3.5. Energia de Deformação Ao aplicar a carga lentamente desde zero até o valor final, o alongamento varia linearmente com a carga até atingir o valor final l∆ . No instante intermediário i, o trabalho realizado pela carga Ni ao aumentar para Ni + dN é: ).d(∆NdU i l= O trabalho total realizado entre o início e o fim da aplicação da carga é: ∫ ∫ =∆== )(.U ldNdU i área sob o gráfico ES NNU ll 2 2 1 . 2 1 =∆=∴ (p/ ES = cte) 3.6. Deformações a) Deformação causada pela força axial l∆l ∆l ∆ Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 28 ES Nl l =∆ b) Deformação causada pela ação do peso próprio E2 . 2 l l γ =∆ c) Deformação causada pela variação de temperatura t∆=∆ ..αll α.∆tε = Obs: geralmente a parcela da deformação causada pela variação de temp. é somada à deformação axial 4. FLEXÃO DE PEÇAS COM SEÇÃO TRANSVERSAL SIMÉTRICA 4.1. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DAS FIGURAS PLANAS a) Centro Geométrico Por definição, ponto 0 é CG se: y dS 0 e z dS = 0 S × = ×∫ ∫ S Coordenadas do CG: y y' dS dS y' S S z z' dS dS z' S S i i i Figuras Simples i i i Compostas = × = × = × = × ∫ ∫ ∑ ∑ ∫ ∫ ∑ ∑ 1234 1 24 34 Obs.: Eixo de simetria é lugar geométrico do CG. Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 29 b) Momento de Inércia ≡≡≡≡ Momento Estático de 2ª ordem Por definição: I y dS I z dS Momentos Baricentricos z 2 S y 2 S = × = × ∫ ∫ Obs.: Teorema de Steiner → Translação de eixos Iz' Iz Dy S Iy' Iy Dz S i 2 i i i Mom. Baricentricos 2 i i = + × = + × ∑∑ ∑ ∑123 c) Momento Estático de 1ª Ordem Por definição: M y dS y SS A i i yA y1 = × = ×∑∫ 1 → ponto + inferior 2 → ponto + superior M y dS y dS MS,inferiorA y 0;definiçao de CG S,superior A y y1 A 2 = × − × = −∫ ∫ = y2124 34 Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 30 4.2. CLASSIFICAÇÃO POR FLEXÃO Entende-se por flexão quando o elemento em estudo está submetido ao esforço do momento fletor acompanhado ou não do esforço cortante e esforço normal. Existem dois tipos de flexão: Flexão Normal e Flexão Oblíqua Normal Oblíqua 4.2.1. FLEXÃO PURA (M≠≠≠≠0, V=0, N=0) Restrições: Viga de seção transversal simétrica com carregamento no plano de simetria ( l ≥ 3h ) Material elástico: cada fibra comporta-se como “mola elástica” Para M > 0 as fibras inferiores são distendidas e as fibras superiores são encurtadas. As deformações nas “molas” são efeitos das forças nas fibras ⇒ tensões normais σ. Hipótese: M é o momento resultante de tensões normais σ linearmente distribuídas ao longo da altura da peça (Lei de Navier). Conseqüência: como σ é proporcional a ε ⇒ ε também varia linearmente ⇒ seção plana permanece plana (Hipótese de Bernouilli) Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 31 a) Resultante de força das tensões é N=0 N dS k y dS 0 Como k 0 y dS = 0 SS S = × = × = ≠ ⇒ × ∫∫ ∫ σ Conclusão: a origem do sistema de coordenadas é no CG da seção. b) Resultante de momento das tensões é M ( ) {M dS y k y dS k Iz dFS braço 2 S = × × = × = ×∫ ∫σ124 34 Conclusão: k M Iz cte= = depende apenas da solicitação M e da geometria da seção transversal.σ = × M Iz y σ > 0 p/ y > 0 e M > 0 (pois Iz > 0 sempre!) Posição dos Eixos eixo x ≡ eixo longitudinal, ⊥ à seção transversal. eixo y ≡ eixo na seção; y > 0 p/ baixo. eixo z ≡ eixo na seção; z > 0 p/ esquerda. Plano xy → plano de simetria da seção e plano de carregamento. Plano yz → plano da seção transversal. Obs.: Eixo z divide a seção transversal em duas regiões: uma tracionada e outra comprimida. É chamado de Linha Neutra. Na LN → σ = 0 Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 32 BLOCO TRIDIMENSIONAL DE TENSÕES σ σ → traço do bloco de tensões no plano xy 4.2.2. FLEXÃO SIMPLES (M≠≠≠≠0, V≠≠≠≠0, N=0) Mesmas restrições geométricas anteriores. Hipóteses: Na Flexão Simples, o momento fletor é a resultante de momento das tensões σ como na flexão pura e a força cortante é a resultante de tensões de cisalhamento τ. Analisando um trecho de Flexão Simples da viga: Analisando uma porção de viga entre as coordenadas y e y1: Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 33 Hipótese: τh uniformemente distribuído na largura b. T dS M Iz y dS M Iz y dS M Iz Ms y y y y y y1 11 = × = × × = × = ×∫ ∫∫σ onde Ms é o momento estático de 1ª ordem entre as coordenadas y e y1 em relação à Linha Neutra. ( )T dT + d dS = M + dM Iz Ms y y1 + = × ×∫ σ σ Condição de Equilíbrio: ∑Fx = 0 ( )T + dT T b dx = 0 b dx = dT = dM Iz Ms = dM dx Ms b Iz V Ms b Iz h h h − − × × × × × × × = × × τ τ τ Mas, do Teorema de Cauchy: τh = τv = τ τ = × × V Ms b Iz validade: h ≥ 2b p/ h = 2b → erro de 3% p/ h = b → erro de 12% 4.2.3. FLEXÃO COMPOSTA (M≠≠≠≠0, N≠≠≠≠0) Material no Regime Elástico ⇒ vale o Princípio da Superposição de Efeitos z I M y Iz M S N y yz ×±×±±=σ Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 34 5. TORÇÃO DE BARRAS DE SEÇÃO CIRCULAR 5.1. Introdução • barra de seção transversal circular engastada • T = momento torsor ou torque • efeito de T é no plano yz da seção • carregamento está fora do plano xy da peça Convenção de sinal T > 0 → quando o vetor momento entra na seção Hipóteses: 1. - Seção plana permanece plana → na deformação elástica, o diâmetro permanece como linha reta ( só vale para seção circular) 2. - T é o momento resultante de tensões de cisalhamento perpendiculares ao diâmetro. (Torção de Saint-Venaut) Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 35 ) AA'= D 2 ϕ γ× = ×tg ld , onde ϕ → rotação da seção transversal γd → distorção longitudinal do eixo de diâmetro D. Mas, para pequenas distorções (pequenas deformações): γd ≅ tg γd ⇒ ϕ γ× = × D 2 d l (1) ) BB'= ϕ ρ γ× ≅ × l (2) Dividindo (2) por (1): ρ γ γ γ γ ρ D / 2 D / 2D = ⇒ = × D (3) As distorções γ são proporcionais ao raio ρ e o valor máximo ocorre na superfície da peça (γmáx = γD). Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 36 5.2. Tensões no Regime Elástico Seção Circular Cheia Analisando um trecho entre 2 seções distantes de dx: Da lei de Hooke: τ = G.γ, onde : ( )G = E 2 1+× ν → módulo de deformação transversal Para o aço comum: G ≅ 80 GPa Aplicando a Lei de Hooke à Equação (3): τ ρ τ= × D / 2 max τ varia linearmente com o raio ρ e é máxima na periferia da seção transversal Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 37 dS = ρ.dρ.dθ Na posição ρ atua a tensão τ na área dS. ( ) {T = dT d d D / 2 d T = D T D S max 3 3 ∫ ∫∫ ∫= × × × = × ⇒ = × τ ρ ρ θ ρ pi τ ρ ρ τ pi τ pi pi Força D braço max D max 1 244 3440 2 0 2 3 0 2 2 16 16 / / 5.3. Rotação Elástica ϕϕϕϕ Seção Circular Cheia γ ϕ ϕ γ γ τ ϕ ϕ max max max l × ≅ × × ∫ dx d D 2 d = dx D / 2 Mas: = G e, como: = d max 0 ⇒ = × ×∫ ϕ pi 32 0 T dx G D4 l ( para seção circular cheia) para barras prismáticas de mesmo material (GxD = cte) ⇒ = × × ×∫ϕ pi 32 0G D T dx4 l caso T=cte e G x D= cte ⇒ = × × × × ϕ pi 32 T G D4 l Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 38 Tubo de Parede Grossa ( ) ( ) τ pi ϕ pi max l = × × − = × × × × − 16 32 T D D d T G D d 4 4 4 4 Tubo de Parede Fina p / t D 10 T D t T G D t m m 2 m 3 ≤ = × × × = × × × × × τ pi ϕ pi 2 4 l 5.4. - Eixos de Transmissão P = ω x T = 2pif.T P → Potência (W=N.m/s) ω →Velocidade angular f →freqüência (Hz = s-1) 1 1 60 1 60 rpm rot Hz 1 HP 746W = = ≅ s Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 39 τ τ 6. TORÇÃO EM BARRAS DE SEÇÃO QUALQUER 6.1. Introdução A força elementar no ponto é τ.t.dsdF = onde n é perpendicular à força. O momento da força dF vale dF.ndM t = .nτ.t.ddM st = 2 ds.ndA = 2dAds.n = τ.t.2dAdM t = , integrando em toda a seção.t.A2.M t τ= 2.t.A M τ t = onde A é a área compreendida entre a linha esqueleto. A tensão tangencial máxima será: min t máx 2.A.t M τ = Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 40 6.2. Cálculo da Rotação ϕϕϕϕ A rotação é calculada através da energia de deformação, resultando na equação: t t IG M . .l =ϕ onde: tM = momento torçor l= comprimento do trecho G = modulo de deformação ransversal tI = momento de inércia à torção A inercia à torção é calculada através da expressão: ∫ = t ds AI t 2 .4 onde: ∫ = integral de linha ds = comprimento da linha esqueleto t = espessura da parede onde está a linha esqueleto 7. DEFORMAÇÃO ELÁSTICA POR FLEXÃO ( )d = dx r ϕ 1 C → Centro de curvatura r → Raio de curvatura 1/r→ Curvatura Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 41 Isolando 2 seções distantes de dx e dando os seus deslocamentos e deformações: ( )d tgd = dx y 2ϕ ϕ≅ ∆ De (1) e (2): d dx r = dx y r dx dx y ϕ = ⇒ = ×∆ ∆1 1 Mas: dx dx E (Lei de Hooke) = M Iz y (tensoes na flexao) 1 r Ey M E Iz ∆ = = × ∴ = = × ε σ σ σ ~ ~ Da Geometria diferencial; 1 2 3 2r d v dx 1+ dv dx 2 2 = − Solução matematicamente exata Na prática, v é pequeno, dv dx é menor ainda e dv dx 2 pode ser desprezado em presença da unidade. d v dx M E Iz 2 2 = − × Equação Diferencial da Linha Elástica (vale para σ ≤ σp) Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 42 Obs.: A solução aproximada apresenta erro de 1% em relação à solução exata para v l max ≅ 20 . Na prática, l v l max500 100 ≤ ≤ ⇒ erro despresivel. Condições de Contorno v(0) = 0 v( ) = 0 nao ha translaçao no apoiol ~ ~ v(l)=0⇒apoio não translada dv dx apoio nao gira x l= = ⇒0 ~ Bibliografia SCHIEL, F. (1978). Introdução à Resistência dos Materiais LTC, São Paulo. TIMOSHENKO, S.P. (1978). Resistência dos Materiais, vol I e II, LTC, São Paulo. FONSECA, A. (1976). Curso de Mecânica, vol I e II, LTC, São Paulo. ROCHA, A.M. (1969). Resistência dos Materiais, vol I, Editora Científica, São Paulo. SUSSEKIND, J.C. Curso de Análise Estrutural, vol I, Rio de Janeiro. BEER, F.P. e JOHNSTON JR, E.R. (1995). Resistência dos Materiais. Makron Books, 3ª edição, São Paulo. APOSTILAS DE RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS – USP. Mecânica dos Sólidos - Notas de aula - página Faculdade de Engenharia de Barretos 1997 43
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