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Melinda e Melinda

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE HISTÓRIA
HISTORIOGRAFIA 
PROFESSORA: REGINA BEATRIZ GUIMARÃES NETO
ALUNO: MATHEUS PHELIPE MAMEDE LOPES DA LUZ
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELINDA E MELINDA 
 
 
 
  
 
 
 
 Recife
2014
Matheus Phelipe Mamede Lopes da Luz
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MELINDA E MELINDA
 
 
 
                                                                       Trabalho apresentado como atividade complementar para 
                                                                       para a disciplina de Historiografia, pelo Curso 
                                                                       de História da Universidade Federal de Pernambuco, 
                                                                       ministrada pela professora doutora Regina Beatriz.
                                                                       
                
 
 
 
  Recife
2014
MELINDA E MELINDA 
 
Reconhecimento extremo, é o que recai sobre os trabalhos do cineasta norte-americano Woody Allen, nascido em Nova Iorque no ano de 1935, possui um vasto e premiado currículo cinematográfico, incluindo diversos prêmios, como quatro estatuetas do Oscar, também possui vasta influência como escritor, roteirista, compositor musical e comediante, além de incontáveis cineastas que se motivaram a entrar no ramo por conta da criatividade extraída pelas produções de Allen. 
O filme Melinda e Melinda foi lançado no ano de 2004, o filme também trata como base a arte de narrar, inovando na arte de criar uma discussão que permeie as expectativas do público, o filme tem como base principal o enfoque dado a quatro personagens, dois desses escritores que pretendem escrever duas histórias acerca de um mesmo personagem. 
Ao longo do filme é possível compreender que o objetivo maior é o de mostrar a dualidade tão presente nas relações do ser humano, criar e expressar as máscaras que o indivíduo adquire, e usa de acordo com as situações preestabelecidas que ocorrem em seu cotidiano, essa discussão que é muito presente nos tratamentos da natureza pós-moderna acerca do ser, tendo como base de muita expressão o filósofo alemão Martin Heidegger, e o filósofo francês Jean-Paul Sartre. 
A discussão do filme vem a se enquadrar na “distorção das narrativas”, função esta muito presente também nos textos do historiador francês François Hartog, que remete sua explanação focando no tempo histórico, e em seus consequentes vieses, chegando até a Geschichte (muito bem detalhada pelo historiador alemão Reinhart Koselleck), e ao mesmo tempo Hartog prepara o seu leitor para a importância da narrativa, dos vários momentos que uma narrativa pode estabelecer em um mesmo texto, pode-se verificar a todo instante em seus textos diversas passagens que tratam de comprovar a importância de uma linguagem que possa interagir com o leitor a partir de vários espelhos, a ideia de François Hartog é de extrema semelhança com o pensamento do interacionismo dos filósofos George Mead e Charles Cooley. 
Woody Allen trouxe em Melinda e Melinda uma concepção muito bem elaborada de narrativa, assim demonstrando que é possível mesclar gêneros como drama e comédia na mesma trama, e provando que esse fato constrói uma imediata expectativa diante do espectador, assim como François Hartog fazia questão de destacar, é a criatividade na narrativa que tratará melhor os temas perante ao leitor, ou espectador, e assim se comprova mais uma vez a forma que a Arte vem a comprovar o trabalho exposto por diversas áreas do conhecimento acerca das narrativas. 
A dualidade entre tragédia e comédia, é consideravelmente uma das mais antigas representações dos sentimentos humanos, como no teatro dos gregos antigos, e a própria tragicomédia que seria o terceiro ponto, a junção dos dois gêneros, inicialmente muito bem representada, pelo exímio pensador grego Aristóteles de Estagira, em sua obra Poética, onde faz questão de retratar as semelhanças inerentes aos dois gêneros. 
Como é visível na historiografia do século XX, é possível pensar na comunicação não apenas do historiador, mas, de todos os escritores com seus espectadores, é uma forma de relação íntima com a sociedade da qual ele pertence uma vez que depende das condições e regras do meio. 
É verificado que ao mesmo tempo que escritor tem que ser criativo o bastante para fugir dos anacronismos, ele tem que ser real o bastante para conseguir ser compreendido pela sociedade em geral, este é o mesmo cenário que pode ser adaptado para as obras cinematográficas, o roteirista do filme que se torna responsável pelo desenrolar das narrativas, possui a mesma responsabilidade do escritor para com seus personagens e centros que farão com que o leitor se encaixe nas narrativas e assim possa compreender as temáticas apresentadas pelo autor. 
Woody Allen conclui Melinda e Melinda da mesma forma que os grandes autores conseguem trazer o cômico a tragédia, é o tratamento das diferenças e de finais a partir da mesma lente, consequentemente é observada que definitivamente uma das melhores formas de expor, analisar e concentrar narrativas, é na sétima arte, a todo momento do filme é possível criar relações com diversos pensadores, a apresentação do drama no roteiro, retoma os conceitos e exposições do clássico Ésquilo de Elêusis, considerado o pai da tragédia, e fica expressa toda a dualidade da narrativa nas mudanças rotineiras dos cenários, que com eximia facilidade passam da comédia a tragédia, a felicidade e a tristeza estão interligados por uma linha tênue durante toda a narrativa, narrativa esta compostas por cenas que mesmo distintas trazem a mesma reflexão para com o espectador que possui o enfoque ligado ao conhecimento da definição de narrativa.

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