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Fichamento de História

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE HISTÓRIA
HISTORIOGRAFIA 
PROFESSORA: REGINA BEATRIZ GUIMARÃES NETO
ALUNO: MATHEUS PHELIPE MAMEDE LOPES DA LUZ
A HISTÓRIA
Recife
2013
Matheus Phelipe Mamede Lopes da Luz
 A HISTÓRIA
 Fichamento apresentado como atividade complementar
 para a disciplina de Historiografia, pelo Curso 
 de História da Universidade Federal de Pernambuco, 
 ministrada pela professora doutora Regina Beatriz.
 
 
Recife
2013
FICHAMENTO DE LEITURA
DOSSE, François. A História. São Paulo: EDUSC, 2003. p.7 a p.26.
PARTE I
Dosse, traz significação ao campo semântico do conceito de “história” nas diferentes línguas para tentar buscar uma solução da antiga questão acerca do topos da história. É visível principalmente na filologia francesa, uma junção entre os conceitos de relato e acontecimento. 
A História ( em relação aos estudiosos franceses) sempre colocou em questão a formação dos métodos dos estudos históricos, continua a questão a colocação correta do topos histórico. 
Aos poucos vai surgindo uma confrontação de teor inédito nas formulações do comportamento histórico é o surgimento da tão aclamada Filosofia da História, onde os filósofos corroboram de ideias com os historiadores.
A filosofia da História traz contribuições até os tempos atuais, pois parte de uma reflexão muito bem trabalhada dos fatos e acontecimentos históricos, fato este que era tratado e forma completamente diferente em tempos mais antigos, a episteme histórica nunca esteve tão bem retratada como na época da filosofia da história. 
Mesmo após o surgimento da Filosofia da História, novas correntes foram surgindo para o tratamento da história, a mais notável que se possa destacar é a Escola dos Annales, esta que traz uma visão muito crítica e de retomada de valor para com os atores históricos. 
O crescimento de uma nova corrente é surpreendente, corrente que deveras lembra o topos histórico, a história pragmática.
A quantidade de caminhos que passa a existir para o tratamento da Histórica, cria certa confusão de conceitos e termos que eram geralmente empregados sem a menor dúvida, de fato a confusão trouxe novos valores e significados para os atores, e para o lugar da história, o historiador passara a estudar a construção dos acontecimentos, e não os próprios por si, era uma nova forma de olhar para a história, com uma atenção que definitivamente era inédita para os historiadores da época. 
Nessa época surge um dos vieses mais atribuídos à história, o que se concentra na análise do passado para entender o futuro, viés muito questionado até os dias atuais, pois empreende certa teleologia aos estudos históricos. 
A História como ciência retoma muito de seus conceitos passados para conseguir manter essa afirmação, é essencial o estudo sistemático do tempo para a compreensão da ciência histórica.
Dosse não esquece de ressaltar a importância da corroboração de historiadores e filósofos para a manutenção da força que há no constante estudo do passado.
PARTE II
 Dosse retoma o passado da História, levando em conta uma visão Eurocêntrica da mesma, pode-se relatar que a História surgiu na antiguidade Grega, tal como mito ou literatura, mas, já possuía o sentido pela busca da verdade. Pode-se citar Heródoto de Halicarnasso, e suas narrativas, onde continham tanto o lado mítico da Grécia quanto um estudo dos homens em geral. 
E o próprio Heródoto já aparece também com o sentido de resguardar e criar a memória de seu povo e local, priorizando o geral ao invés de apenas uma figura centralizada em suas histórias.
Atenas ficou conhecida pelo alto nível crítico de seus cidadãos, talvez este fosse o causador da transformação do gênero épico no gênero histórico com cunho político, e nessa transformação o historiador ganhar status de papel principal nos escritos gregos, juntamente aos filósofos.
Dosse traz novamente a força que Heródoto passa para com o seus escritos, é a base primordial para o estudo dos historiadores. 
Entra em confronto o sentido de relato, de certa forma todo o relato que o historiador presenciasse teria crédito, crédito este que foi se reduzindo ao longo do tempo, mas, naquele momento ganhou o cenário principal dos estudos dos historiadores gregos.
Dosse lembra que apesar de considerar Heródoto como uma base primordial aos historiadores, teriam surgido diversos questionamentos para com Heródoto, inclusive procurando saber se o mesmo era historiador, ou apenas um contador de fábulas. 
Mas, ao contrário do pensamento inserido no senso comum acerca de Heródoto, o mesmo criou sistemas para estudar a política, como o sistema binário para o estudo da política despótica Persa, em comparação diretamente com a democracia Grega. 
O sistema binário de Heródoto traz realmente uma nova invenção, pois a política entra como fator principal para determinante do povo. 
Heródoto, também cria características próprias para ajudar os gregos a resistirem ao “eu” do povo persa, era uma análise da atitude dos Persas para com seus inimigos, até mesmo uma análise sistemática de seu cotidiano. 
PARTE III
É observada a primeira discrepância entre as obras de Heródoto e de outro historiador usado como exemplo referencial para os modernos, Tucídides, o mesmo crítica Heródoto em diversos momentos, acusando-o de ser um mero contador de histórias, sem ter realmente vivenciado o que diz, sem fontes confiáveis. 
Mas, Dosse também lembra as falhas de Tucídides, como o seu imenso reducionismo histórico, e a própria contradição que há em sua obra em relação às mesmas fontes que causam a sua crítica a Heródoto. 
Heródoto e Tucídides possuem semelhanças e concordâncias, tanto quanto no uso da fonte da verdade, como no motivo ao qual levaram os seus escritos. 
Dosse ressalta Tucídides como o historiador que tendeu a comemorar e exaltar o total poderio de Atenas, os seus escritos rechaçam a visão superior do povo ateniense sobre os demais. 
Dosse traz as quatro regras presentes que auxiliavam o método histórico de Tucídides, que seriam a unidade de lugar ,a unidade de tempo , unidade de composição e uma unidade de problema (guerra). 
Por fim pode-se citar o consequente cíclico da visão de História que adentra profundamente nos escritos de Tucídides. Escritos que irão influenciar futuramente na política não somente Grega, mas, de boa parte dos estudiosos modernos. 
CONSIDERAÇÕES
Os pontos abordados nesses excertos do capítulo I da obra “A história” trazem de forma eximia a linha tênue que se desenrola nos caminhos da história e de seus historiadores. O decorrer dos caminhos da história criam meios que conseguem compreender boa parte do cotidiano do historiador, como boa parte também de suas responsabilidades, estas que trazem grandes formas de reflexão e grande poder de consequência a quem trabalha com este ofício, o autor ressalta esses pontos a partir de uma exposição da história e de seus temas a partir de seu trajeto interligado com outros conhecimentos.

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