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Projeto de pilares de concreto armado Me. Eng. Jackson Deliz Ditz jackson.ditz@imed.edu.br IMED – Faculdade Meridional Escola de Engenharia Civil Concreto armado II Projeto de pilares • O procedimento de projeto dos pilares desta aula se limita a elementos de esbeltez inferior a 90. • Para elementos com esbeltez superior a 90, o cálculo é significativamente mais complexo, devendo ser feito de modo numérico. Nesses casos, a precisão do cálculo deve ser maior em relação aos modelos aproximados. • Existem vários modelos de cálculo dos pilares, sendo função da sua esbeltez. Projeto de pilares • Métodos de cálculo e suas limitações Esbeltez (λ) Método Geometria Armadura Fluência λ ≤ 90 Método Geral Qualquer Qualquer Não Pilar-padrão com rigidez aproximada Qualquer Simétrica Não Pilar-padrão com curvatura aproximada Retangular Simétrica Não 90 ≤ λ ≤ 140 Método Geral Qualquer Qualquer Sim Pilar-padrão acoplado a diagrama N,M,1/r Qualquer Simétrica Sim 140 ≤ λ ≤ 200 Método Geral Qualquer Qualquer Sim Projeto de pilares Projeto de pilares • Em relação às vigas ou lajes, em pilares consegue-se uma redução significativa no consumo de armadura com o aumento da resistência à compressão do concreto, ao contrário do que foi verificado em flexão simples. Pode-se concluir que é vantajoso empregar um concreto de maior resistência nos pilares. • Em vigas e lajes o aumento da resistência à compressão do concreto acarreta pequena redução do consumo de aço. Em pilares, essa redução é muito mais acentuada. Linha neutra • O que é linha neutra em uma peça de concreto armado? q Tensões de compressão Seção a Seção a Tensões de tração Linha neutra (LN): Linha onde as tensões são nulas Flexão normal composta • Uma seção está sujeita a flexão normal composta quando atuam um esforço normal e um momento fletor ao mesmo tempo na seção. N N M Excentricidade (e) M = N*e Nesse pilar atuam um esforço de compressão e um momento fletor. Flexão normal composta • Se o esforço normal for de compressão, diz-se que a seção está sujeita a flexo-compressão; se o esforço for de tração, a seção é dita flexo- tracionada. • Exemplo de pilar que pode sofrer flexo-tração: N C o m p re ss ão Tr aç ão Flexão normal composta • Flexo-compressão – Normal • Excentricidade em uma só direção – Oblíqua • Excentricidade em duas direções A flexo-compressão é a situação mais cotidiana dos pilares. Flexo-compressão normal • Na flexo-compressão normal, a profundidade da linha neutra é uma incógnita, mas sua orientação é conhecida, já que ela será sempre perpendicular ao plano de ação do momento fletor. Figura 55. Seção sujeita a flexo-compressão reta ou flexão normal composta. Flexo-compressão normal CG N Na flexo-compressão normal só há excentricidade em uma direção. N é a posição da carga normal sobre o pilar e é a excentricidade total (soma das excentricidades vistas anteriormente) O momento M é o produto entre a carga normal N e a excentricidade e. e Flexo-compressão normal • O dimensionamento exato de seções sujeitas à flexo-compressão de maneira manual é difícil por exigir iterações. Claro que ao dimensionar uma seção com auxílio do computador, o processo iterativo fica a cargo da máquina e em frações de segundos tem-se a seção dimensionada. Contudo, quando se precisa resolver os sistemas em questão manualmente ou imaginando como os engenheiros mais antigos trabalhavam entende-se porque estes buscavam alternativas para fugir dos cálculos iterativos (PROCESSOS SIMPLIFICADOS) Flexo-compressão normal • Para pilares com esbeltez < 90, a NBR 6118 (2014) admite o dimensionamento de maneira aproximada e simplificada. • Uma alternativa para reduzir a esbeltez de pilares é o uso de vigas intermediárias, que reduzem o comprimento de flambagem das colunas. Flexo-compressão normal • Diferentes autores buscaram elaborar tabelas e ábacos a fim de acelerar o processo de solução manual de seções sujeitas a flexo- compressão reta. Podem-se citar os trabalhos de Montoya (2007), Fusco (1981), L. M. dos Santos (1978), Pfeil (1976), J. M. de Araujo (1988) e Venturini (1987). • Nas nossas aulas, serão utilizados os ábacos de Venturini. Exemplo de ábaco de Venturini para flexo- compressão normal Flexo-compressão normal • Os ábacos e tabelas geralmente são traçados estipulando uma taxa de armaduras e configuração da seção. 𝑣 = 𝑁𝑑 𝑓𝑐𝑑 . 𝐴𝑐 𝜇 = 𝑀𝑑 ℎ .𝑓𝑐𝑑 .𝐴𝑐 ν = Esforço normal reduzido (adimensional). Dado de entrada nos ábacos μ = Momento fletor reduzido (adimensional). Dado de entrada nos ábacos Nd = Esforço normal de cálculo. (Nd = N*1,4 ou Nk*1,4) Md = Momento fletor de cálculo. (Md = M*1,4 ou Mk*1,4) fcd = Resistência à compressão de cálculo do concreto (fck/1,4) Ac = Área da seção transversal h = Largura do pilar na direção do momento fletor. Flexo-compressão normal • Conhecido o esforço normal reduzido e o momento fletor reduzido, nos ábacos encontra-se o valor da taxa mecânica de armadura, ω (adimensional). • A partir de ω, encontra-se a área de aço necessária para resistir ao determinado esforço normal de compressão e momento fletor. 𝜔 = 𝐴𝑠 .𝑓𝑦𝑑 𝐴𝑐 .𝑓𝑐𝑑 As = Área de aço longitudinal fyd = Resistência ao escoamento de cálculo do aço Flexo-compressão normal • Nos ábacos apresentados, deve ser respeitado o número de camadas de armaduras, bem como sua disposição, além da relação δ=d’/h. • As tabelas foram elaboradas para aço CA-50, portanto são válidas somente para esse tipo de aço. h d’ d’ Flexo-compressão normal • Exercício: Calcular a área de aço necessária para um pilar de concreto armado de seção 15 x 40 cm resistir a um esforço normal de compressão de 450 kN e uma excentricidade de 15 cm longo da maior dimensão do pilar. Usar concreto de fck = 25 MPa, aço CA-50 (fyk = 500 MPa)e admitir d’ = 4 cm. • Agora, calcular a área de aço do pilar considerando concreto de fck = 20 MPa. Ábaco A-7 Flexo-compressão normal • Exercício: Projetar um pilar com fck igual a 30 MPa, esforço normal de compressão igual a 630 kN, momento fletor igual 107 kN.m ao longo da maior dimensão do pilar. Usar aço CA-50 (fyk = 500 MPa) e admitir d’ = 6 cm. Flexo-compressão oblíqua • A flexo-compressão oblíqua é a solicitação composta por um esforço normal de compressão agindo fora dos eixos de simetria da seção transersal. • Quando o esforço normal atua em um eixo de simetria da seção de concreto, mas o arranjo das barras não é simétrico em relação a esse eixo, a flexão também é oblíqua. • Por último, a flexão será sempre oblíqua quando a própria seção não possuir um eixo de simetria. P Flexo-compressão oblíqua • Para flexo-compressão oblíqua, Venturini apresenta também ábacos que possibilitam o cálculo de seções RETANGULARES e com ARMADURA SIMÉTRICA. Nd Nd Nd Flexão oblíqua. OK. TABELAS Flexão oblíqua. Seção não simétrica. Cálculo complexo, numérico. Flexão oblíqua. Armadura não simétrica. Cálculo complexo, numérico. Flexo-compressão oblíqua • Na flexo-compressão oblíqua, tanto a profundidade da linha neutra quanto sua orientação são desconhecidas, o que torna o cálculo ainda mais complexo. Figura 56. Seções sujeitas a flexo-compressão oblíqua ou flexão composta oblíqua. Região comprimida Região tracionada Flexo-compressão oblíqua • Da mesma forma que para flexo-compressão normal, na flexo-compressão oblíqua, pode-se utilizar de ábacos para encontrar os parâmetros ν, μx e μy (pois há momento em duas direções). Flexo-compressão oblíqua • Conhecido os valores de esforçonormal reduzido e momento fletor reduzido em ambas as direções, nos ábacos retira-se o valor da taxa mecânica de armaduras, ω. Assim, calcula-se a área de aço. 𝜔 = 𝐴𝑠 .𝑓𝑦𝑑 𝐴𝑐 .𝑓𝑐𝑑 Flexo-compressão oblíqua • Nos ábacos, deve ser respeitado o número de camadas de armaduras, bem como sua disposição, além da relação dx’/hx e dy’/hy. • As tabelas foram elaboradas para aço CA-50, portanto são válidas somente para esse tipo de aço. hy dy’ dy’ hx dx’dx’ Nas tabelas: δ = dx’/hx’ = dy’/hy’ Flexo-compressão oblíqua • Exercício: Calcular a área de aço necessária para um pilar de concreto armado de seção y=40 x x=15 cm resistir a um esforço normal de compressão de 450 kN, uma excentricidade de 15 cm longo da maior dimensão do pilar e 6 cm na menor dimensão. Usar concreto de fck = 25 MPa, aço CA-50 (fyk = 500 MPa)e admitir dy’ = 4 cm e dx’ = 3 cm. • Agora, calcular a área de aço do pilar considerando concreto de fck = 30 MPa. Ábaco 14 pg42 pdf Exercícios • Uma viga de concreto armado de seção transversal igual a 12 cm x 30 cm e comprimento l de 4 metros recebe um carregamento distribuído uniforme p de 10 kN/m e é engastada no apoio A e livre à direita. Projetar o pilar submetido a flexo-compressão normal no apoio A. Usar aço CA-50 e concreto de fck = 25 MPa. Obs: Dados não fornecidos (dimensões do pilar, d’...) pertencem ao projeto e devem ser adotados pelo projetista. Exercícios • Projetar o pilar de ponta P1 abaixo. Usar aço CA-50 e concreto de fck igual a 25 MPa. A carga sobre as vigas é de 12 kN/m. Considerar viga engastada nos pilares e as excentricidades provenientes do engastamento e da posição do pilar em planta. As vigas têm 20 cm de largura. 35 0 P1 (20 x 40)
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