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Resenha Guerras em torno da Língua Carlos Alberto Faraco1 (1)

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Resenha: Guerras em torno da Língua, Carlos Alberto Faraco 
Zelia Cecilia Gavron
No livro Estrangeirismo: guerras em torno da língua, 3º ed. 2004, Carlos Alberto Faraco começa nos falando sobre um estranhamento ainda por parte das pessoas quando se diz que as línguas humanas são objeto da ciência, acredita que nas gramáticas encontram tudo o que precisam saber.
Nesse meio tempo a ciência moderna redesenhou quase que radicalmente a compreensão dos fenômenos físicos, biológicos e sociais, mas a linguística, que é o que nos interessa, ainda não conseguiu avançar. Não conseguiu sair das paredes dos centros de pesquisas e se difundir socialmente. Com quase 40 anos da introdução dos estudos linguísticos e de expressivos trabalhos sobre a realidade linguística do Brasil. 
O linguista explica que as guerras em torno da língua são os encontros e confrontos sobre ela, não só no âmbito social, mas político também, pois não é somente uma questão linguística, mas uma questão que interesse a todos. Para sobrecarregar mais essa disputa, o autor cita as figuras destacadas da mídia impressa e televisiva que, sendo profissionais de nível universitário, tendo um canal de comunicação aberto deveriam diminuir essa distância.
 Infelizmente ainda falam asneiras sobre as línguas, segundo o autor, citando Sírio Possenti, o Jô Soares sendo uma pessoa letrada, reforça um grosseiro preconceito linguístico e cultural, ao dizer que as línguas africanas seriam fáceis de aprender porque tem poucas palavras e que essas palavras têm muitos significados. Disseminando um preconceito cultural, a cultura africana teria pouca significância. Precisam avisá-lo de que todas as línguas têm léxico suficientemente rico e todas as palavras tem muitos significados.
Se não bastasse isso, ainda há outra discussão, o deputado Aldo Rebelo, apresenta um Projeto de Lei 1676/99, para a promoção, proteção e defesa da língua portuguesa. Para ele a língua portuguesa em uso no Brasil é um sistema homogêneo, passível de ser compreendido por qualquer cidadão e em qualquer parte do Brasil. Faraco coloca que em três páginas está uma das coleções mais impressionantes dos mais arraigados preconceitos e mitos sobre a questão da língua no Brasil. 
	Mas, infelizmente, esse projeto agrada a muitos. Tanto é que o apoio também vem das seções de cartas dos leitores dos principais jornais do país. Segundo Faraco esse projeto tem o desejo de controle social, querendo impor a homogeneidade e o único onde existe a diversidade.
	O professor chegou a publicar um texto na Folha de São Paulo, colocando o ponto de vista dos linguistas, mas infelizmente não atingiu o publico em geral, pois foi divulgado como um texto curto e não teve repercussão.
Segundo o linguista esses conselheiros gramaticais deixam transparecer a ignorância da realidade linguística nacional, não distinguem a língua falada da língua escrita, formal e informal, não admitem variação e nem que a língua se altera com o tempo. Na visão do autor esse projeto de lei teve um ponto positivo: colocou os linguísticos brasileiros em pé de guerra. Viram que era uma excelente oportunidade de avançar sobre a questão linguística. 
Na minha visão o objetivo principal do texto seria o debate sobre as verdades e mentiras em torno da questão dos estrangeirismos, mas as ideais apresentadas vão, além disso, fornecendo vasto material para uma boa reflexão sobre a língua real que usamos todo dia, na escola e no trabalho.
E diante de tudo o que foi exposto pelo autor, temos ainda um longo caminho a percorrer para que as pesquisas que vem sendo feitas possam adentrar as salas de aulas. O trabalho dos linguistas é extremamente importante para diminuir os preconceitos com relação as línguas e acabar com o mito de que os brasileiros falam errado. 
A língua não está encerrada nos dicionários ou gramática; está viva, na boca do povo, seus verdadeiros donos.

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