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Resistencia dos Materiais - amianto

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ESUCRI – ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA
ARQUITETURA E URBANISMO – 3ª. FASE
DISC.: RESISTÊNCIA DE MATERIAIS II
DOCENTE: GABRIELE UGGIONI
AMIANTO
CAROLINA DA LUZ
FABRIZIO AGNES RODRIGUES
FELIPE LONGARELLI
CRICIUMA, JUNHO DE 2016
INTRODUÇÃO
Relataremos a seguir uma breve pesquisa relacionada a arquitetura e a resistência de materiais, especificamente o composto químico-mineral, o amianto, e também o produto telha, o qual será o objeto deste processo. 
Trataremos também, das propriedades físico-químicas e mecânicas deste composto mineral, assim como o fator tensão-deformação, ensaios e material alternativo que possa substituir o amianto. 
ARQUITETURA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Ao falar em arquitetura, é comum que as pessoas logo pensem na estética, ou seja, belas edificações. Engano, a arquitetura vai muito além da beleza, é preciso um bom planejamento, para que tudo na construção ocorra bem. 
Planejamento é condição básica para uma construção ter o menor custo e ser útil aos seus futuros ocupantes. Como todo planejamento de obra começa pelo projeto arquitetônico, é fácil entender a importância de ter um profissional auxiliando o cliente, desde as primeiras horas de um projeto em construção.
A arquitetura é uma profissão bastante complexa e abrange diversas áreas como consultoria, perícia e execução de obras. Além do projeto de arquitetura em si, o Arquiteto está apto a elaborar e gerenciar também os projetos de instalação elétrica, hidráulica, esgoto, gás, estrutura e paisagismo. 
O Arquiteto também pode ser o responsável legal pela execução da obra, sendo de sua responsabilidade as sanções penais, no caso de eventuais acidentes. Também é ele o responsável por cumprir todas as exigências legais, assim como zelar pelo perfeito funcionamento das instalações e pela solidez da construção durante um período de até cinco anos após a conclusão da obra, conforme determinado pelo código civil.
Aliás, o profissional mais indicado para assumir a responsabilidade pela execução ou gerenciar a obra é o próprio autor dos projetos, pois conhece a fundo todas as suas particularidades.
No caso de uma obra não possuir um profissional responsável pela sua execução, todas as sanções penais recairão sobre o proprietário. Este poderá, inclusive, responder criminalmente pelo exercício ilegal da profissão, apesar de muitas pessoas pensarem que o responsável por estas situações, no final das contas, será o pedreiro ou o empreiteiro. Por esse motivo é essencial que o profissional conheça e indique no projeto, os materiais a serem usados na construção, que conheça as propriedades e resistências que esses oferecem para a durabilidade da obra.
Durante a elaboração de um projeto de construção de determinado complexo, seja ele rural ou urbano industrial ou residencial, é preciso pensar em vários fatores, principalmente se os materiais de construção são eficientes para o uso.
A maioria das vezes a procura se dá por um material a um preço acessível, mas o fator mais importante a ser considerado é a resistência dos materiais. De forma geral devem-se conhecer bem a propriedades dos materiais as condições a resistência e sua durabilidade antes mesmo de se iniciar a construção. Para que se tome conhecimento desses dados existem varias fontes a serem pesquisadas, através de órgãos ligados ao setor das construções e esses dados são constantemente atualizados. Este processo envolve a análise de tensões das partes componentes da estrutura e condições a respeito das propriedades mecânicas dos materiais. A análise de tensões, esforços e as propriedades mecânicas dos materiais são os principais aspectos da resistência dos materiais.
A determinação dos esforços e as deformações da estrutura quando as mesmas são solicitadas por agentes externos (cargas, variações técnicas, movimentos de seus apoios, etc.) são os principais aspectos da análise estrutural. É preciso saber se os materiais apresentam resistência a tração, compressão, flexão, cisalhamento, flambagem, torção.
As resistências dos materiais de construção são determinadas em “Máquinas Universais de Ensaios”, obedecendo a procedimentos rotineiros, que são padronizados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Os valores obtidos variam de acordo com o material e de acordo com o tipo de carga aplicada. Nas aplicações práticas só pode ser admitido (Tensão Admissível) uma fração das resistências máximas ou de ruptura (Tensão de Ruptura) apresentadas pelos diversos materiais.
Numa construção deve-se pensar em todos os materiais que serão utilizados, desde a fundação até a cobertura. No presente trabalho vamos falar sobre a cobertura, mais precisamente das telas de amianto / fibrocimento.
O AMIANTO 
Amianto é o nome comercial dos minerais formados basicamente por silicatos de magnésio, possuindo uma parte fibrosa chamada cabelo ou pedra cabeluda e outra parte sólida. É conhecido também como asbesto. Tem sido utilizado desde os tempos mais remotos, onde o homem adicionava o asbesto à argila para produzir artefatos refratários. (GIANNASI, 2002).
         Fibras de amianto: agulhas pontiagudas.  
Fonte:http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/
O termo "asbestos" é de origem grega e significa "indestrutível". Na antiga Grécia, foi utilizado na tecelagem de mortalhas que, por não serem destruídas pelo fogo, permitiam o recolhimento das cinzas dos mortos nas piras funerárias; fiado sob a forma de pavios era utilizado em lâmpadas, uso que até hoje persiste. (NOGUEIRA, 1975).
O asbesto ou amianto é um silicato que ocorre na natureza sob a forma de fibras, que podem ser fiadas e tecidas; suas principais formas de ocorrência são os tipos crisótilo e anfíbolo. (SCLIAR, 2005).
A família das rochas amentíferas compreende basicamente dois tipos: as serpentinitas (ou conhecidas com crisótila ou amianto branco ou crocidotila ou amianto azul, amosita) e o amianto marrom (actinolita, tremolita, antofilita). 
Tornou-se largamente utilizado em virtude de suas vantagens econômicas (preço acessível e abundância na natureza), e propriedades: é resistente ao calor; não se deteriora; é um bom isolante térmico, acústico e elétrico; etc. (CASTRO;GOMES,1997).
O Uso industrial do amianto se expandiu a partir do século XIX por múltiplas indústrias de diferentes setores fabris, na produção de vários produtos. O principal segmento com 80% do consumo mundial - cimento amianto para produzir telhas onduladas, placas de revestimentos, painéis, divisórias, tubos, caixas d’agua e outros. Produtos têxteis para confecção de mantas de isolamento térmico de caldeiras, motores, automóveis, roupas especiais e biombos de proteção ao fogo. Produtos de vedação, papéis e papelão para isolamento térmico e elétrico de fornos, caldeiras, estufas e tubulações de transporte marítimo. Produtos de fricção, como os discos de embreagem, pastilhas e lonas de freios para automóveis e outros veículos. Filtros empregados na indústria farmacêutica. Revestimentos de pisos vinílicos. Jateamento como isolantes em prédios, entre outros. (SCLIAR, 2005).
Com o seu intenso desenvolvimento e uso industrial, o amianto também passou a ser pesquisado pelos malefícios causados à saúde dos trabalhadores expostos nos seus ambientes de trabalho e, posteriormente, os danos à saúde dos indivíduos que tinham exposições indiretas e mesmo ambientais às suas fibras. (GEANNASI, 2002).
Além de prejudicar os pulmões, as fibras microscópicas presentes no organismo podem ocasionar o câncer através da formação de espécies reativas de oxigênio. Estas espécies causam danos ao DNA, e a partir daí ocorrem as mutações celulares que dão origem às células cancerígenas. 
Atualmente, a quase totalidade da produção mundial é de crisotila, pois os anfibólios, devido à sua comprovada nocividade à saúde humana, foram proibidos em quase todo mundo. (NOGUEIRA, 1975).
A produção da fibra de amianto foi proibida nos países industrializados desde os anos 70. No Brasil com a crescenteconscientização de preservação do meio ambiente e a maior preocupação com as condições de salubridade no ambiente de trabalho, refletida num maior rigor da legislação desse setor, as fibras minerais de amianto estão sendo substituídas aos pouco por fibras alternativas, como é o caso das fibras vegetais. 
 No Brasil, o Amianto permitido é do tipo “crisotila”, pertencente à classe Serpentina, de coloração branca e menor potencial nocivo devido às fibras curvas e maleáveis.
Porém, o amianto já foi banido dos Estados Unidos e de quase toda a União Europeia. No Brasil, a Lei Federal 9.055/95 permite o uso controlado de amianto no país. Porém, alguns estados proíbem o uso de materiais que contenham qualquer tipo de amianto, são eles: RJ, SP, RS e PE onde o uso e a comercialização de qualquer tipo de amianto são proibidos.
PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS E FÍSICAS DO AMIANTO
Os amiantos se caracterizam por possuírem algumas propriedades que se destacam que quando são comparados a outros materiais naturais ou sintéticos. São elas:
 
Propriedades físico-químicas:
*Alta resistência mecânica;
*Incombustibilidade;
*Boa qualidade isolante;
*Durabilidade;
*Flexibilidade;
*Resistência à ataques químicos e biológicos;
*Abundante na natureza;
*Baixo custo.
Propriedades da fibra:
*Resistência à tração: 560 a 750 MPa;
*Densidade: 2.200 a 2.600 kg/m3;
*Módulo de elasticidade: 164 GPa
TELHAS DE AMIANTO
O Processo de fabricação das telhas consiste no método Hatschek, que é:
- Empregado para placas planas e onduladas;
- Telhas corrugadas, peças de concordância (rufos, cumeeiras e espigões), telhas estruturais para grandes vãos;
- Suspensão bem diluída de fibras, cimento e aditivos;
- Misturada em um tanque cilindros rotatórios captam a pasta por sucção, removem a água e formam mantas (≅1 mm);
- Placas cimentícias são formadas a partir de diferentes camadas e conformadas no estado fresco;	
- As fibras não podem sedimentar e aglomerar;
- Não podem ser respiráveis e mesmo em suspensão o processo é controlado;
- Podem receber cura ao ar, térmica ou autoclave.
Método Hatschek para produção de placas planas e telhas onduladas. Máquina formadora e desenforme.
Fonte: Savastano Jr & Santos (2007)
ENSAIO – TELHA DE FIBROCIMENTO COM AMIANTO
 	Abaixo segue um ensaio de corpo de prova de uma telha de fibrocimento com amianto, realizado pela empresa Imbralit da cidade de Criciúma/SC, mostrando a tensão máxima de ruptura, sendo que o material sofre esforço de flexão.
Por ter sido substituído pelas telhas de fibrocimento com amianto, resolvemos mostrar um ensaio tensão deformação de telhas fibrocimento sem amianto, para comparar a tensão de ruptura, os resultados são os encontrados abaixo.
Quando o assunto é construção civil, edificação de casas residenciais ou até mesmo de prédios, um dos componentes mais importantes e que mais precisam de atenção é o telhado. Afinal é ele que vai proteger as residências tanto das chuvas, como dos raios de sol e adversidades do clima. Pois é, e quando o assunto é o tal telhado ainda existem várias dúvidas e inseguranças que circundam até mesmo as pessoas mais experientes na área. As telhas de amianto aos poucos estão sendo extintas devido ao alto grau de periculosidade relacionado ao ser humano e sua saúde. Como foi relatado acima, sabemos que o amianto causa danos à saúde causando graves doenças como o câncer. Por isso, através de leis e este composto químico-mineral está sendo substituído por outros elementos ecologicamente correto ao meio ambiente e principalmente às pessoas.
MATERIAL ALTERNATIVO PARA SUBSTITUIR O AMIANTO
Pesquisamos sobre materiais alternativos para a substituição das telhas de amianto, e descobrimos um material reciclável e totalmente adaptável ao uso como telha. Produzido com embalagens “longa vida”. 
A Tetra Pak, fabricante das embalagens longa vida, vem desenvolvendo tecnologias e parcerias com diversos recicladores no país, com o objetivo de gerar negócios na área de reciclagem das embalagens longa vida pós-consumo. 
A embalagem longa vida é composta por três materiais: 
-Papel, polietileno;
-Alumínio, nas proporções, em peso, de 75%, 20% e 5%, respectivamente.
De acordo com NEVES (1999), a etapa primária da reciclagem é realizada em uma indústria papeleira, onde as embalagens são introduzidas em um hidrapulper para extração das fibras de papel, que fornecem alta qualidade aos insumos produzidos. 
Após retirada das fibras de papel, restam ainda as camadas de polietileno e alumínio para serem processadas. Este material é matéria-prima para a etapa secundária da reciclagem, onde faz-se o beneficiamento destas camadas.
De acordo com ZUBEN e NEVES (1999), uma alternativa para a etapa secundária da reciclagem das embalagens longa vida é a extrusão das camadas de polietileno / alumínio, que possibilita a produção de diversos materiais como brindes, coletores de lixo, base de vassouras, entre outros. 
As placas tem sido empregadas como matéria prima alternativa na a indústria moveleira e na construção civil. 
As telhas são opção para as de fibrocimento, principalmente em prédios, áreas cobertas e propriedades rurais. 
Telhas produzidas com polietileno / alumínio das embalagens Tetra Pak, a primeira “in natura” e a segunda com recobrimento aluminizado. 
Fonte: Savastano Jr & Santos (2007)
No Estado de São Paulo, três empresas fabricantes de placas e telhas utilizam essa tecnologia, são elas: Ecoways, em Itupeva, Ibaplac, em Ibaté e Reciplac, em Limeira. 
Material alternativo - Processo de Fabricação das Telhas 
O princípio do processo de fabricação das placas e telhas consiste na fusão do material sob pressão e posterior resfriamento. 
Primeiramente, o polietileno contendo alumínio é triturado em pequenos fragmentos usando-se moinhos de faca. A redução do tamanho do material facilita sua fusão e proporciona maior homogeneidade ao produto final.
Após trituração, o material é disposto em formas, para formatação das chapas. Essas formas repletas de polietileno / alumínio são introduzidas em prensas utilizadas para a produção de placas de compensado. Neste processo, as prensas são modificadas diminuindo-se de oito para quatro bandejas, visando permitir a entrada do material, já que possui densidade aparente menor que a madeira. 
Essas prensas normalmente são projetadas para trabalhar com temperaturas menores que 160oC. No processo de fabricação das placas e telhas com plástico / alumínio das embalagens longa vida, a temperatura de trabalho é de aproximadamente 180oC, fazendo-se necessário que o sistema de aquecimento seja alterado, para que atinja temperaturas entre 160 e 200oC. 
Os sistemas de aquecimento das prensas existentes no mercado basicamente são três: através de resistências elétricas, vapor e óleo térmico. As prensas elétricas são recomendadas para fábricas com pequena produção, devido a maior flexibilidade proporcionada. 
Já as prensas à vapor e óleo térmico são recomendadas para produção em larga escala, visando otimização de energia no processo.
Prensa e formas usadas para fabricação de placas e telhas.
Fonte: Savastano Jr & Santos (2007)
Prensa e formas usadas para fabricação de telhas
Após fusão do polietileno, as placas passam por processo de resfriamento, para cura e endurecimento das camadas plásticas. 
As espessuras das placas podem variar de 4 a 50mm, dependendo da quantidade de material alimentado e da pressão aplicada. Espessuras maiores podem ser obtidas fazendo-se a reprensagem de diversas placas pré-formadas, colocando-as umas sobre as outras. 
A produção de placas segue o mesmo processo da fabricação de telhas, no entanto, as placas, ainda quentes, são introduzidas em um processo de prensagem a frio com formas onduladas, em que o material adquire a geometria de telhas ao resfriar. O tempo de resfriamento é da ordem de 5 a 10 minutos, dependendo-se da espessura do insumo produzido. A figura abaixo demonstra estetipo de equipamento.
Prensa a frio para formatação das telhas a partir de placas
Fonte: Savastano Jr & Santos (2007)
Características das telhas – Resultados preliminares 
FERREIRA (2001) realizou testes de impermeabilidade nas telhas de polietileno / alumínio produzidas pela empresa A, conforme NBR 5642 (Telha de Fibrocimento – Verificação da Impermeabilidade), não ocorrendo formação de manchas de unidade nem formação de gotas nas superfícies dos corpos de prova. 
Testes referentes ao conforto térmico também foram realizados por VECCHIA (2002), comparando-se as telhas fabricadas de polietileno / alumínio da empresa A, com similares de cerâmica e de zinco. Concluiu-se que, ao longo do ano, a temperatura superficial constatada pela telha de zinco foi de 67 oC, seguida pela de polietileno / alumínio, com 47 oC, e de cerâmica, 41 oC. Já as temperaturas internas não apresentaram diferenças significativas - entre 22 e 23,5 oC, em média - e nos dias mais quentes do ano variação de 32 a 33 oC. 
Materiais e Métodos: 
Para os ensaios realizados foram utilizados equipamentos do IPT (Laboratório de Plásticos e Borrachas/APO/DQ – itens 1, 2 e 3 - e Laboratório de Segurança ao Fogo/AISF/DEC – item 4);
1. Resistência à tração – ASTM D 698/98, “Tensile Properties of Plastics”; 
2. Resistência à flexão – ASTM D 790 / 98, “Flexural Properties of Unreinforced and Reinforced Plastics and Eletrical Insulating Materials”; 
3. Absorção de Água - ASTM 570 / 98, “Water Absorption of Plastics”; 
4. Determinação do Índice de Propagação Superficial de Chama - NBR 9442/1986, “Materiais de Construção – Determinação do Índice de Propagação Superficial de Chama pelo Método do Painel Radiante”. 
Resultados Obtidos: 
Os resultados obtidos nos ensaios de resistência à tração, resistência à flexão e absorção de água para as placas recicladas constam da Tabela 1: 
Tabela 1: Resistência à Tração, Resistência à Flexão e Absorção de Água das Placas Recicladas
Foram também obtidos dados para de Resistência à Tração, Resistência à Flexão e Absorção de água para as telhas recicladas, conforme tabela 2:
Tabela 2: Resistência à Tração, Resistência à Flexão e Absorção de Água das Telhas Recicladas
O índice superficial de chama foi determinado para o polietileno/alumínio que compõem as placas e telhas, conforme tabela 3: 
Tabela 3: Determinação do índice de propagação superficial de chama.
Discussão dos Resultados: 
Observamos que os resultados obtidos para as placas e telhas foram muito semelhantes nos ensaios realizados, apesar das diferenças de geometria. Isso demonstra que o polietileno / alumínio empregado, após fusão nas prensas, demonstrou fornecer materiais com características homogêneas. Comparando-se as telhas de polietileno / alumínio às de fibrocimento, que é o material similar mais comum encontrado no mercado, temos o seguinte quadro: 
Tabela 4. Comparativo entre telhas de fibrocimento e plástico/alumínio
Os parâmetros da telha ondulada de fibrocimento foram obtidos a partir da NBR 7581 (Telha ondulada de fibrocimento), item 5. 
Através do comparativo acima, podemos perceber que as propriedades obtidas nas telhas produzidas de embalagens longa vida nas análises realizadas são superiores se comparados aos parâmetros de mercado, pois apresentaram alta resistência à flexão e baixa absorção de água, devido à sua origem plástica. 
Em relação ao índice de propagação de chama para placas e telhas, o método de ensaio NBR 9442/1986 propõe o enquadramento dos materiais em cinco classes distintas, conforme abaixo descrito:
Tabela 5: Índice de propagação de chama, conforme NBR 9442/1986
As classes A e E são, respectivamente, de melhor e pior desempenho. Assim, notamos que o material analisado enquadra-se na classe D, quase no limite máximo na classe C, o que pode ser classificado como medianamente auto extinguível. 
Quanto à normalização técnica das telhas:
Normas referentes a telhas de fibrocimento:
NBR 5640:1995 –Telha estrutural de fibrocimento;
NBR 5642:1993 –Telha de fibrocimento –Verificação da impermeabilidade;
NBR 5643:1983 –Telha de fibrocimento –Verificação da resistência a cargas uniformemente distribuídas; 
NBR 6468:1993 –Telha de fibrocimento –Determinação da resistência à flexão; 
NBR 6470:1993 –Telha de fibrocimento –Determinação da absorção de água; 
UFPR –TC 034 -Fibrocimento 
NBR 7196:1983 –Folha de telha ondulada de fibrocimento;
NBR 7581:1983 –Telha ondulada de fibrocimento;
NBR 8055:1985 –Parafusos, ganchos e pinos usados para a fixação de telhas de fibrocimento – Dimensões e tipos;
NBR 9066:1985 –Peças complementares para telhas onduladas de fibrocimento –Funções, tipos e dimensões –Padronização;
NBR 12800:1993 –Telha de fibrocimento, tipo pequenas ondas –Especificação;
UFPR –TC 034 -Fibrocimento 
NBR 12825:1993 –Telha de fibrocimento, tipo canal – Especificação;
NBR 15210 –1:2005 -Telha ondulada de fibrocimento sem amianto e seus acessórios -Parte 1 -Classificação e requisitos;
NBR 15210 –2:2005 -Telha ondulada de fibrocimento sem amianto e seus acessórios Parte 2 –Ensaios;
NBR 15210 –3:2005 -Telha ondulada de fibrocimento sem amianto e seus acessórios Parte 3 –Amostragem e inspeção.
Considerações finais
Através de análise dos dados, podemos perceber que as telhas produzidas com plástico/alumínio proveniente das embalagens longa vida podem ser empregadas em aplicações similares às das telhas comumente utilizadas em construções sem maiores restrições, pois atende aos parâmetros determinados para as telhas de fibrocimento. 
As placas apresentaram comportamento semelhante às das telhas, pelo fato de serem constituídas pelo mesmo material. 
A diferença de formatação entre elas não foi determinante para os valores encontrados nos testes de Resistência à Tração e Flexão. 
Desta forma, a produção destes materiais constitui uma nova tecnologia que oferece benefícios estruturais e técnicos, pois trata-se de um produto alternativo com melhores propriedades, como pudemos constatar nos itens aqui descritos. 
Além disso, traz uma série de benefícios econômicos e sociais, relacionado ao menor custo de mercado e geração de empregos relacionados à coleta seletiva e ao processamento dos materiais, possibilitando o resgate da cidadania dos envolvidos e benefícios ambientais, pois incentiva a reciclagem das embalagens longa vida, proporcionando um melhor aproveitamento destes materiais, evitando disposição em lixões e aterros sanitários.
Referências Bibliográficas
•Materiais de Construção Civil –IBRACON. Editor: Geraldo Chechela Isaía. Volume 2. Capítulo 29 –autores: Savastano Jr & Santos.
•Eternit: CD institucional.
•Imbralit. Banco de Imagens. Em: http://www.imbralit.com.br.
Normas Técnicas da ABNT; 
Manual Técnico de Fibrocimento - ABCI/PINI; 
Manual “Conforto Térmico” - Sinprocim.
1. NEVES, F. L.; “Reciclagem de embalagens cartonadas Tetra Pak”. Revista ‘O Papel’ no 2, pág. 38-45, 1999 
2. ZUBEN, F. von; NEVES, F. L; “Reciclagem do alumínio e do polietileno presentes nas Embalagens Cartonadas Tetra Pak”. In: Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio, São Paulo, 1999. anais. São Paulo: ABAL, 1999, pág. 96 – 109.
 
3. FERREIRA, O. P.; Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos – Departamento de Arquitetura e Urbanismo, laudo datado de 13/12/2001. 
4. VECCHIA, F.; Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos – Departamento de Hidráulica e Saneamento, laudo datado de 24/09/2002. 
5. Relatório de Ensaio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – Laboratório de Plásticos e Borrachas/APO/DQ no 890.824, datado de 05/06/2002. 
6. Relatório de Ensaio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – Laboratório de Segurança ao Fogo/AISF/DEC no 890.868, datado de 06/06/2002. 
CASTRO HA & GOMES, VRB. Doenças do aparelho respiratório relacionadas à exposição ao asbesto. Revista Pulmão, v.6, n.3, p. 162-170, 1997.
NOGUEIRA, DDet al. Asbestose no Brasil: um risco ignorado. Revista de Saúde Pública, São Paulo, n.9, p. 427-432, 1975.
GIANNASI, F. A construção de contrapoderes no Brasil na luta contra o amianto: a globalização por baixo. In. GIANNASI, F. Patologia do trabalho. 2. ed. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002.
SCLIAR, Cláudio. Amianto: mineral mágico ou maldito? Ecologia humana e disputa político-econômica/Cláudio Scliar. Belo Horizonte: Novatus, 2005.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABsPUAI/importancia-resistencia-dos-materiais-construcao
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/amianto.htm
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo. 
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/513830.pdf
www.passeidireto.com/

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