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Amebíase: Epidemiologia, Etiologia e Manifestações Clínicas

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Amebíase
Entamoeba histolytica
EPIDEMIOLOGIA
Brasil – Predomina formas de colites não disentéricas e assintomáticas, começando a apresentar casos mais graves (que são comuns no México e África). Causa 100.000 óbitos anuais
Distribuição geográfica mundial: Maior prevalência nas regiões tropicais e subtropicais. Diferentes cepas em diferentes locais, influindo na patogenicidade. Maior incidência em áreas onde as condições sanitárias e socioeconômicas são precárias 
Transmissão oral através da ingestão de cistos – agua, alimentos, pessoa a pessoa, veiculada por insetos.
ETIOLOGIA
Entamoeba histolytica – única patogênica.
Entamoeba díspar – infecta pacientes assintomáticos.
Entamoeba coli – não possui ação patogênica
MORFOLOGIA – Diferenciam -se pelo tamanho do trofozoíto e do cisto, pela estrutura e pelo número dos núcleos no cisto. Difícil distinção entre as espécies.
Trofozoíto – Forma vegetativa (sobrevive 30min no ambiente) –
 Núcleo único
Coloniza intestino grosso
Cisto – Forma de resistência (sobrevive 20 dias no ambiente e resiste ao suco gástrico) 
Esféricos ou ovais e no citoplasma presença de 1 a 4 núcleos ( metacisto) e presença de corpos cromatóides ( ribossomos).
CICLO – Monoxêmico ( completa ciclo em 1 hospedeiro)
1- Ingestão de cistos
 2- Cisto desce pelo esôfago
 3-Desencistamento na porção final do intestino delgado
 4- Liberação de trofozoítos
 5-Trofozoíto se reproduz por cissiparidade 
6- Invasão da parede intestinal e alimentam-se de células da mucosa e hemácias
7- Através da circulação porta atingem outros órgãos como o fígado, pulmões, rim, cérebro e pele.
 8, 9,10 e 11- Após a cissiparidade reduzem o metabolismo, armazenam reserva energética passam a se encistar para ser eliminado nas fezes e reiniciar o ciclo na mesma pessoa ou em outras pessoas 
12- Exemplo de ingestão de cistos por via oral.
VIRULÊNCIA DA CEPA
Fatores do hospedeiro: Estado nutricional, Dieta, Alcoolismo, Imunidade.
Fator do parasito: Adesão à célula do hospedeiro, mediada por lectinas contidas na superfície das amebas.
Fatores ligados ao meio ambiente : Microbiota normal (Algumas bactérias são capazes de potencializar a virulência de cepas) 
Outros fatores como o colesterol, passagens sucessivas em diversos hospedeiros ou reinfecções sucessivas, podem aumentar a sua virulência. 
MECANISMOS DE INVASÃO
a) Lectina: Lectina de superfície permite adesão; Prepara a célula para sofrer citólise; Protege ameba das proteínas do sistema complemento.
b) Amebaporo: Formação de vários poros na célula ( célula “explode”)
c) Cisteína – proteases: Degradam proteínas da matriz extracelular
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Forma assintomática: 80% a 90% dos casos. Na verdade é a Entamoeba díspar 
Formas sintomáticas: 
Colite não disentérica: 2 a 4 evacuações por dia com fezes moles, pastosas, desconforto abdominal e cólica. Alternância entre manifestações e períodos assintomáticos. Maioria foi identificada como E. díspar.
Colite disentérica ou amebiana: 8 a 10 evacuações diarreicas por dia, fezes com muco e sangue, cólicas intensas, febre moderada e tenesmo ( cólica, espasmos no reto), náusea, vômito. Complicações que podem levar a morte: Perfurações, peritonite, hemorragias, colites pós-disentéricas, apendicite, ameboma, Infecção bacteriana secundária das lesões, Invasão de vasos sanguíneos ( evolui para amebíase hepática).
Amebíase extra intestinal: Raro, mas há vários casos de abcessos hepáticos amebianos na região Amazônica.
● Abscesso amebiano hepático: Mais comum das extrainstestinais. Manifestação é dor, febre e hepatomegalia, também pode ter anorexia, perda de peso, fraqueza.
● Abcesso pulmonar e cerebral: Mais raros e geralmente decorrente de ruptura do abcesso hepático. Manifestação da pulmonar é Febre, dor torácica, tosse com expectoração de secreção cor chocolate.
●Lesões cutâneas: região perianal e órgãos genitais
DIAGNÓSTICO CLÍNICO – Difícil, pois as lesões são inespecíficas.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Exame de fezes – procura de trofozoítos (diarreicas) ou cistos ( pastosas). Exame em no máx 30min
Métodos sorológicos – no sangue procura de anticorpo e de coproantígenos (antígeno específico para cada espécie). Mais usados é Elisa, imunoinfluorescencia, hemaglutinação indireta, e também contraimunoeletroforese, imunodifusao em gel de Agar e o radioimunoensaio.
Diagnóstico amebíase hepática - Punção, diagnóstico por imagem, diagnóstico sorológico.
PROFILAXIA - Diagnostico e tratamento dos doentes; Exame de fezes periódico dos manipuladores de alimentos; Educação sanitária e educação ambiental com participação ativa e efetiva da comunidade; Saneamento básico; Levar e desinfetar os alimentos consumidos crus; Proteger alimentos de moscas e baratas.
TRATAMENTO
Amebicidas que atuam na luz intestinal – Teclosan, Etofamida.
Amebicidas que atuam nos tecidos – Cloridrato de emetina, cloridrato de diidrometina, cloroquina e tinidazol.
Amebicidas que atuam na luz intestinal e nos tecidos – Metronidazol, ornidazol, nitroimidazol, secnidazol.

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