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Direito Tributário - Resumo complementar para OAB

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ESTRUTURANDO O ITEM DO DIREITO
Dentro do item do direito são defendidas as teses em favor do cliente. Tese é aquilo que constará da sua defesa.
Para identificar as teses é necessária uma análise minuciosa do caso concreto, com o máximo de ferramentas possíveis para identificar cada tese.
- Datas: pode indicar prescrição, decadência, anterioridade ou irretroatividade;
- Igreja, instituição religiosa, templo: dizem respeito a imunidade religiosa;
- Jornal, revista, periódico, editora, livraria: imunidade de imprensa;
- Musical: imunidade musical;
- Decreto, portaria, regulamento, instrução normativa, etc.: violação da legalidade;
- Alíquotas progressivas: violação da capacidade contributiva;
- Sócio, gerente, administrador, etc.: violação do artigo 135 do CTN (o fisco tenta cobrar de pessoas físicas dívidas que se originaram na pessoa jurídica);
- Locação: não ocorrência do fato gerador do ISS;
- Barcos e aeronaves: não ocorrência do fato gerador do IPVA;
- Obra pública: cobrança irregular de contribuição de melhoria;
- Serviço público: cobrança irregular de taxa.
ESTRUTURA SUGERIDA PARA O ITEM DO DIREITO
Ao identificar mais de uma tese, escolha qualquer uma delas para ser a tese principal, as outras serão consideradas teses acessórias – isso não quer dizer que sejam de menor importância.
A tese principal é a que merece mais detalhes e desenvolvimento. Já as acessórias, podem ser abordadas em apenas poucos argumentos.
*O texto deve ser fluido, sempre correr para “frente” evitar ao máximo ficar voltando às teses anteriores após já tê-la defendido. Organização do raciocínio é fundamental.
Modelo básico
1 - Parágrafo de chamamento da norma da tese principal: 
 II – Direito
Estabelece o artigo ... 
2 – Cópia da norma:
 “copiar o artigo”
3 – Argumentar e demonstrar o raciocínio jurídico acerca da norma:
	Não se esqueça de colocar no nome do princípio
*Ao explicar o conteúdo da norma sempre de o maior respaldo possível ao seu argumento/defesa/tese.
4 – Conectar a tese com o caso concreto.
5 – Fazer uma conclusão sucinta e precisa.
CABIMENTO DAS PEÇAS NA PRÁTICA TRIBUTRÁRIA
A prática tributária está dividida em três frentes principais:
Consultivo; 
Processo administrativo;
Processo Judicial.
Modelo de Parecer
*(é uma parte da prática tributária na qual o cliente formula uma consulta e solicita a formulação de um parecer, seja na condição de advogado, seja como agente público que integra um órgão consultivo do Estado.)
EMENTA: Direito Tributário. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. Imunidade. Videofonogramas musicais. Artista Estrangeiro. Produto sem relação com a Cultura Nacional. Inaplicabilidade do Benefício.
I – Do relatório
	Trata-se de consulta formulada pelo (nome do consulente) a respeito da (resumir a consulta).
	É o relatório. Passo a opinar.
II – Da fundamentação
	(Utiliza-se da mesma argumentação feita em peças normais no item “direito”)
III – Da conclusão
	Ante o exposto, opino pela (sintetizar a opinião em uma frase) inaplicabilidade da imunidade musical aos DVDs de banda estrangeira sem qualquer conexão com a cultura nacional.
	É o parecer. 
	Salvo melhor juízo.
	Local, data.
	Advogado... OAB...
Processo Administrativo Fiscal.
*A segunda frente da prática tributária consiste em recorrer contra decisões do fisco PERANTE A PRÓPRIA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, antes de recorrer ao judiciário.
*No direito brasileiro o pagado de impostos pode escolher livremente se vai direto ao judiciário ou se quer tentar antes recorrer perante o fisco.
IMPORTANTE: o artigo 5°, XXXV, CF, consagra o princípio do livre acesso ao judiciário, que dispensa o pagador de impostos de esgotar a via administrativa para poder ter acesso ao judiciário.
*A peça é endereçada a autoridade coatora em eventual mandado de segurança.
Processo Judicial
Irá girar em torno do período anterior ao lançamento e posterior a execução fiscal.
O Lançamento quando falho o fisco lavrará um AIIM (auto de infração e imposição de multa).
Antes do lançamento caberá ação declaratória.
Entre o lançamento e a execução fiscal, será ação anulatória. (Prazo de 5 anos)
Após a execução fiscal caberá embargos.
O MS poderá ser feito para substituir tanto a ação declaratória, por tanto não terá prazo para ser impetrado, quanto para a anulatória, com prazo de 120 dias para sua impetração.
Quando não puder haver embargos por alguma razão, entrar com exceção de pre-executividade. 
Em caso de haver pagamento a mais de imposto caberá ação de repetição.
Quando não se consegue pagar, por qualquer motivo imputado ao fisco, cabe consignação em pagamento.
****Estas são peças para impugnar decisões do fisco. Quando forem decisões judiciais caberão recursos.
MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Fundamento: Art. 5° LXIX e Art. 7°, III da Lei 12.016/2009;
Terminologia: Impetrante (autor), coator (réu), impetrar (ingressar com a ação);
Cabimento: O mandado de segurança individual, em linhas gerais, é a ação cabível para defesa do pagador de impostos na proteção de DIREITO LIQUIDO E CERTO contra exigências do fisco antes ou depois do lançamento/AIIM. Quando impetrado antes do lançamento/AIIM, o MS é preventivo, não possuindo prazo e cabo junto com a ação declaratória. Já quando impetrado após o lançamento/AIIM o MS é repressivo, tem prezo decadencial de 120 dias para ser impetrado e cabe junto com a ação anulatória.
***Direito líquido e certo é aquele suscetível de comprovação com base nos documentos disponíveis no momento da impetração. Mandado de segurança só admite prova documental. (não existe dilação probatória no MS, por isso nunca proteste pela produção de provas no MS).
Normalmente o uso do MS é uma opção livre em ralação as ações declaratória e anulatória. Contudo, em alguns casos essa opção de escolha não pode ser feita, sendo somente uma das peças será correta.
Nunca caberá MS quando: I- O prazo de 120 dias estiver espirado após a prática do ato coator;
II – Houver necessidade de produção de provas, testemunhas, pericial, depoimento pessoa, ou seja, qualquer tipo de prova. O MS só admite prova documental;
III – Se houver dificuldade para identificar a autoridade coatora. (ex.: cobrança mediante parafiscalidade, como nos casos de contribuições sindicais, conselhos de classe, autarquias, agências reguladoras, guarda costeira, etc...);
Sempre caberá MS quando (obrigação de impetrar MS):
I – Necessidade de medida célere ou menos onerosa;
II – Se houver incerteza a respeito da ocorrência do lançamento/AIIM;
III – Se o problema tratar de recusa de certidão, desbloqueio de mercadoria ou recusa de emissão do CNPJ.
Partes do MS
I – O MS é impetrado pelo cliente (impetrante) e no polo passivo existe um litisconsórcio entre duas partes:
Autoridade coatora (que praticou o ato);
PJ interessada (entidade federativa tributante);
Endereçamento das peças Judiciais em Primeira Instância
A definição do endereçamento da peça necessita de alguns padrões que são basicamente obtidos nas seguintes informações:
Qual tributo é exigido (federal, estadual ou municipal)?
Qual o local dos fatos? (Para a justiça federal considera-se determinado local o ESTADO onde os fatos ocorreram. Na justiça Comum Estadual considera-se determinado o local quando eu sei pelo enunciado o MUNICÍPIO onde os fatos ocorreram).
*EXEMPLO – JUSTIÇA FEDERA – Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara... da Seção Judiciária do ...
*EXEMPLO – JUSTIÇA ESTADUAL – Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara... da Comarca de...
Endereçamentos úteis:
I - EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (completar com o Estado dos fatos)
*em caso de tributos federais.
II- EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DA FAZENDO PÚBLICA DA COMARCA DE...
*em casos exclusivos para tributos não federais apenas nas capitais de cadaEstado. (Exceto para embargos e exceção de pré-executividade)
III – EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA... DA COMCAR DE...
*utiliza-se em todos os demais casos.
Estrutura do Mandado de Segurança
Não possui epigrafe.
Qualificar completamente as 3 partes. (Impetrante, autoridade coatora e PJ interessada)
I – Dos fatos
II – Do Direito (é parte mais importante da peça, pois aqui serão abortadas as possíveis teses)
III – Da concessão da medida liminar
(é necessário demonstrar a presença dos requisitos no caso concreto)
IV – Dos Pedidos
Concessão da medida liminar para os fins de...
o julgamento procedente no pedido, confirmando a liminar, para fins de...
a intimação da autoridade coatora para prestar informações;
cientificação do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada;
a oitiva do ministério público;
a condenação em custas judiciais;
o deferimento da juntada dos documentos.
Dá-se à causa o valor... 
Termos em que pede deferimento.
Local, data
Advogado OAB
Endereço do escritório para intimações...
EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL
Os embargos possuem natureza de ação autônoma, e não simples contestação da execução. Por isso a decisão que rejeita o extingue os embargos é uma sentença recorrível por apelação.
Fundamentos: Artigo 16, Lei n° 6.830/80 (LEF) e artigo 919, §1°, CPC;
Terminologia: Embargante (cliente), embargado (fisco), Opor;
Cabimento: É a ação de defesa do pagado de impostos dentro da execução fiscal (quando o fisco já deu início a execução). A oposição dos embargos somente é possível após a garantia do juízo (penhora);
Estrutura dos Embargos
*Os embargos nunca serão direcionados para a vara da fazenda pública. Sempre para a justiça federal ou Estadual.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA... DA COMCAR DE...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (completar com o Estado dos fatos)
Possui epigrafe;
Qualificação completa das partes.
I – Dos fatos
II – Do direito
III – Da concessão de efeito suspensivo
IV – Dos pedidos
Ante o exposto, requer:
Seja atribuído efeito suspensivo aos presentes embargos, nos termos do artigo 919, §1°, do código de processo civil;
O julgamento procedente dos embargos para o fim de extinguir a execução epigrafada, determinando o levantamento dos bem penhorados;
A intimação do exequente para apresentar impugnação, nos termos do artigo...
Condenação em custas e honorários;
Deferimento da juntada de documentos.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito.
Termos em que pede deferimento.
Local, data
Advogado/OAB
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
Fundamento: Sumula 393, STJ;
Terminologia: Executado, Exequente, Opor;
Cabimento: É o meio de defesa do pagador de impostos na execução fiscal, sempre que NÃO FOR POSSÍVEL EMBARGAR.
Contribuinte sem patrimônio para a garantia do juízo;
***Exceção de pré-executividade não é ação, mas mero incidente processual, por isso a decisão que rejeita a exceção de pré-executividade é interlocutória recorrível por agravo.
***Não é admissível dilação probatória, toda prova tem que ser feita documentalmente quando da propositura do incidente. 
Estrutura da Exceção de Pré-Executividade
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (completar com o Estado dos fatos)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA... DA COMCAR DE...
Possui epígrafe;
Qualificação completa das partes;
I – Dos fatos
II – Do direito
III – Do pedido
Acolhimento da exceção;
Intimação do exequente;
Custas e honorários;
Juntada de documentos.
DEVIDO PROCESSO LEGAL PARA COBRANÇA DE TRIBUTOS
Art. 5°, LIV, CF (devido processo legal);
Art. 5°, LV, CF (contraditório, ampla defesa e duplo grau);
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA
Fundamentos: Art. 19, I e 300, ambos do CPC;
Terminologia: Autor, Réu, Propor;
Cabimento: É a ação cabível para a defesa do pagador de impostos contra exigências indevidas antes do lançamento/AIIM (auto de infração e imposição de multa). Tal ação serve para afastar exigência futura, não houve nada de concreto por parte do fisco. Sendo cabível junto com o MS preventivo, exceto em alguns casos, como acima escrito.
*A ação declaratória só pode ser utilizada para afastar exigência futura, e tão somente isso. Caso seja necessário a obtenção de tributo pago indevidamente a peça será outra. – Ação Declaratória cumulada com repetição de indébito.
IMPORTANTE: Existem no CTN três modalidades de lançamento:
1 – Direto ou de oficio: feito exclusivamente pelo fisco;
2 – Misto ou por declaração: realizado com base em informações com base em informações prestadas pelo devedor;
3 – Auto lançamento ou por homologação (quando o devedor antecipa o pagamento).
Estrutura 
Endereçamento é comum;
Sem epigrafe;
Qualificação completa das duas partes;
I – Dos fatos
II – Do direito
III – Da concessão da tutela antecipada (Copiar o artigo 300 do CPC comprovando o preenchimento dos requisitos no caso em concreto)
IV – Dos pedidos
Tutela antecipada;
Sentença;
Citação;
Custas e honorários;
Juntada de documentos;
Protesto pela produção de provas.
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Fundamentos: Art. 30 da Lei 6.830/80 (LEF) e 300 do CPC;
Terminologia: Autor, Réu, Propor;
Cabimento: É a ação cabível para a defesa do pagador de impostos, diante de exigências indevidas após o lançamento/AIIM. Seu objetivo é ANULAR judicialmente um ato administrativo, a saber, o lançamento tributário ou o auto de infração. 
*Tanto o lançamento quando o auto de infração são atos administrativos. Anulação é uma forma de extinguir o ato. O prazo para anular ato administrativo é de 5 anos. A ação anulatória serve para isso. Promover judicialmente a extinção de um ato administrativo defeituoso.
**Dentro do prazo prescricional de 5 anos nada impede na prática o uso de ação anulatória durante execução fiscal, SE NÃO FOR POSSÍVEL O USO DO EMBARGOS OU DA EXECEÇÃO. Porém, como anulatória não tem poder de suspender a execução fiscal, deve-se dar prioridade aos embargos como meio de defesa do cliente na execução.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA... DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE...
Nome..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., Rg..., Cpf..., residente e domiciliado no endereço..., email..., vem, respeitosamente, por seu advogado, procuração em anexo, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 38 da Lei n° 6830/80 e 300 do Código de Processo Civil, propor
		Ação Anulatória de Débito Fiscal com pedido de antecipação da tutela, 
Contra a União, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ..., com sede de domicílio no endereço..., email..., arrimado nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:
Estrutura da peça
Endereçamento comum;
Sem epigrafe;
Qualificação completa das duas partes;
I – Dos Fatos
II – Do direito
III - Da concessão da tutela antecipada
IV – Dos pedidos
Tutela antecipada cumulada com autorização para depósito (a concessão da tutela antecipada para fins de anular o lançamento visando liberar o autor do recolhimento... ou subsidiariamente, seja autorizada a realização do depósito integral suspendendo a exigibilidade do crédito);
Julgamento procedente do pedido, confirmando a tutela antecipada, para fins de anular o lançamento e definitivamente (especificar);
Citação;
Custas e honorários;
Juntada de documentos.
Protesta pela produção de provas.
Dá-se a causa...
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – Art. 165, CTN e 319, CPC.
Terminologia: Autor, Réu, Propor.
Cabimento: É a ação judicial apropriada para obter a restituição (repetição) de pagamentos feitos indevidamente ou a maior. Pagamento indevido é aquele que o devedor não devia nada e pagou, tendo direito a restituição integral. Já no pagamentoa maior, o devedor devia certa quantia e pagou além do devido, tendo direito a restituir o quanto pagou descontando o que era devido.
**Em caso de necessidade de afastar exigência futura e restituir pagamento realizado caberá DECLARATÓRIA CUMULADA COM REPETIÇÃO.
**A ação de repetição de indébito não pode ter pedido de tutela antecipada para restituição de valores porque o pagamento pela fazenda pública pressupõe expedição de precatório (art. 100, CF). Assim, tutela antecipada e liminar contra a fazenda para pagamento violam o artigo 100 da CF e o princípio da isonomia.
Em caso de pagamento indevido ou à maior, tem-se ainda outros meios para se obter a restituição do tributo:
Ação judicial de para compensação. Detalhe, mesmo que prevista no ordenamento o fisco não a reconhece, e quando reconhece a ação é tão morosa que não valerá o esforço;
Pedido administrativo de compensação. Na prática é um caminho válido, pois se pleiteia perante o próprio fisco o crédito do pagamento indevido.
Pedido administrativo de repetição. Formulado perante o próprio fisco.
1 - Restituição de tributos indiretos – Art. 166, CTN.
Tributo indireto é o tributo pago por uma pessoa (pagador de direito) mais que no final o custo é repassado a outra (pagador de fato).
** Em caso de ICMS energia existe uma exceção a restituição do tributo indireto, pois quem irá entrar direto com a ação para pedir a restituição será o pagador de fato (indireto). Fundamentos: Súmula 391, STJ e Art. 155, II, CF c/c Art. 155, §3°, CF, Art. 12, I, LC 87/90 e Art. 9°, §3°, Lei 9.987/95.
Estrutura da Peça – Ação de repetição de indébito
Endereçamento comum;
Não possui epigrafe;
Qualificação completa das duas partes;
Tópicos: Dos fatos, do direito, dos pedidos (sentença, citação, condenação em custas e honorários, realização da audiência de conciliação - nos termos do artigo 319, VII, CPC deferimento da juntada de documentos);
Protestar pelo deferimento de alegar por todos os meios de prova;
Valor da causa.
Exemplo – Exame VI da ordem.
Peça – Lei municipal, publicada em 01/06/2016, estabeleceu, entre outras providências relacionadas ao ISS, a majoração da alíquota para os serviços de hospedagem, turismo, viagem e congêneres de 3% para 5%, com vigência a partir de 01/07/2010. À vista disso, o Hotel Boa Hospedagem Ltda., que em junho de 2010, recolhia, a título de ISS, o valor de R$ 30.000,00, que com base na contratação dos seus serviços por empresas locais para hospedagem de funcionários, com a majoração da alíquota acima mencionada, incide sobre a sua atividade econômica, passou a recolher, mensalmente, o valor de R$ 50.000,00. Todavia, as referidas empresas-clientes exigiram – e obtiveram – desconto do valor do aumento do tributo que seria indevido.
Assim sendo, o pagador do ISS se submeteu ao aumento desses impostos durante o período relativo ao mês de agosto a dezembro/2010. Ocorre que em janeiro de 2011, mediante notícia publicada em jornal de grande circulação, o representante legal dessa empresa teve conhecimento da propositura de ações deflagradas por empresas hoteleiras e de turismo questionando a legalidade do aludido aumento do ISS.
Dessa forma, na qualidade de advogado do hotel Boa Hospedagem Ltda., formule a peça adequada para a defesa dos seus interesses, de forma completa e fundamentada.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – Art. 164 CTN e 539, CPC.
Terminologia: Autor, Réu, Propor;
Cabimento: É a ação utilizada quando o devedor quer realizar o pagamento mas não consegue.
O fisco se recusa a receber ou a dar a quitação;
Subordinação do pagamento de outro tributo ou penalidade;
Subordinação do recebimento ao cumprimento de obrigação acessória;
Subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal.
Exigência simultânea, por dois ou mais fiscos, de tributos sobre um único fato gerador ou base de cálculo. (Bitributação).
**IMPORTANTE: Quando 2 ou mais fiscos fazem exigências simultâneas sobre o mesmo fato gerados ou base de cálculo, temos bitributação e cabe ação consignatória. Porém, se um único fisco exige dois ou mais tributos sobre o mesmo fato gerador ou base de cálculo, trata-se de “bis in idem” cabendo MS.
Estrutura da peça
Endereçamento comum: sempre a um juiz de primeiro grau (no caso de bitributação dar preferência ao juízo da comarca do fisco que tem direito ao crédito segundo a legislação). Em caso de a União figurar entre os pretensos credores, a competência é da Justiça Federal;
Não tem epigrafe;
Classificação de todas as partes;
Tópicos: dos fatos, do direito, dos pedidos (autorização para depósito, sentença extinguindo o crédito tributário, citação dos réus, custas e honorários, audiência de conciliação, deferimento da juntada de documentos);
Valor da causa.
RECURSOS
- Constituem o meio de impugnação contra decisões judiciais.
Sentença, indeferimento de liminar, denegação de tutela antecipada, rejeição da exceção de pré-executividade, julgamento improcedente dos embargos, improvimento de acórdão.
**Existe uma diferença estrutural na elaboração de um recurso comparadas com as peças de 1° grau. Como em regra nos recursos atuam duas autoridades jurisdicionais distintas (juízo “a quo” e juízo “ad quem”) normalmente a peça recursal divide-se em duas partes, a interposição dirigida à mesma autoridade que prolatou a decisão recorrida e as razões endereçadas a autoridade que decidirá o recurso.
Apelação – Artigo 1009, CPC.
Terminologia: Apelante, Apelado, Interpor.
Cabimento: Apelação é o recurso cabível contra decisão judicial que extingue o processo com ou sem julgamento de mérito. É o recurso contra sentença.
Decisão que em MS denega/concede a segurança;
Julgamento improcedente dos embargos à execução;
Decisão que rejeita liminarmente os embargos;
Julgamento improcedente das ações de defesa do contribuinte em juízo (MS, declaratória, anulatória).
Caso da OAB XX 
Em janeiro de 2007, a Fazenda Nacional lavrou auto de infração em face da pessoa jurídica ABC, visando à cobrança de contribuições pridênciárias dos anos de 2005 e 2006. Não houve impugnação administrativa por parte do contribuinte.
Em janeiro de 2014, a Fazenda Nacional ajuizou execução fiscal em face de pessoa jurídica ABC visado à cobrança do referido tributo. Antes mesmo da citação da contribuinte, a Fazenda Nacional requeru a inclusão, no polo passivo da execução fiscal, de Carlos, gerente da pessoa jurídica ABC, por entender que o não recolhimento da contribuição é motivo para redirecionamento da execução, o que foi acolhido pelo Juízo da 2ª Vara de Execuções Fiscais da Seção Judiciária do Estado X.
Após garantia do Juízo, Carlos opôs embargos de execução alegando a prescrição do crédito tributário, a ausência de responsabilidade tributária e, por fim, a nulidade da certidão da dívida ativa, uma vez que não constava na Certidão de Dívida Ativa o número do auto de infraçã que originou o crédito tributário. No entando, ao proferir a senteça nos embargos à execução, o juiz julgou improcedente o pedido, determinando o prosseguimento da execução fiscal, por entender que: (i) inexiste precisção dos créditos tributários, uma vez que às contribuições previdenciárias se aplicam os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91;
(ii) o mero inadimplemento gera responsabilidade tributária; e
(iii) a inexistência do número do auto de infração na CDA não gera a referida nulidade.
1 – Estrutura da peça
Assim como ocorre nos recursos e repostas recursais, a apelação deve ser estruturada em duas peças.
Interposição: é uma peça dirigida ao próprio juiz que prolatou a sentença;
“Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da... vara... da Comarca de...,
Autos do processo número:
Nome..., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, inconformado com a respeitável sentença de folhas..., respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado, procuração em anexo, com fundamento no artigo 1.009 do Código de Processo Civil, interpor Apelação,arrimado nas razões a seguir aduzidas.
Requer seja intimado o Apelado para que apresente Contrarrazões, bem como o deferimento da juntada do comprovante de recolhimento das custas devidas nos termos do artigo... do Código de Processo Civil.
Requer, ainda, seja o recurso recebido em seu duplo efeito, remetendo-se os presentes autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado..., com as homenagens de estilo.
Termos em que pede deferimento.
Local, data.
	RAZÕES
Apelante: Cliente
Apelado: Estado X
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Ínclitos Julgadores,
I – Dos Fatos
II – Do direito
III – Do pedido
Ante o exposto, requer seja dado provimento ao recurso reformando a sentença para fins de (especificar).
Termos em que pede deferimento.
Local, data.
Agravo de Instrumento com antecipação da tutela recursal – Art. 1015, CPC
Terminologia: Agravante, Agravado, Interpor;
Cabimento: É o recurso cabível contra decisão interlocutória (não extingue o processo). 
Denegação de medida liminar (ou concessão);
Denegação de tutela antecipada (ou concessão);
Rejeição da exceção de pré-executividade.
**Estrutura da peça: O CPC não define forma obrigatória para o agravo de instrumento, podendo ser elaborado em duas peças ou peça única. 
Endereçamento: Ao Presidente do Tribunal de 2ª instancia (TJ ou TRF);
“Excelentíssimo senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ... (ou Tribunal Regional Federal da... Região)
Não possui epígrafe;
Qualificação completa das duas partes (ao lado do nome da peça indicar o pedido de antecipação da tutela recursal);
“Agravo de Instrumento com pedido de antecipação da tutela recursal”
Tópicos:
Dos fatos;
Do direito;
Da antecipação da tutela recursal;
- invocar o artigo 1.019, I, do CPC;
- copiar;
- Mencionar os nomes dos requisitos da tutela antecipada (os mesmos requisitos da medida denegada)
- demonstrar o preenchimento dos requisitos no caso concreto;
- Afirmar que presente os requisitos o agravante tem direito a antecipação da tutela;
 4) Dos pedidos;
 a) deferimento da tutela antecipada para fins de...;
 b) seja conhecido e provido o recurso reformando a decisão agravada para fins de...;
 c) a intimação do Agravado.
** Após o termino da peça colocar as seguintes informações, abaixo do “Advogado/OAB”
Em cumprimento ao disposto no art. 1.016, IV, do CPC, seguem o nome e o endereço completo dos advogados...
A petição está acompanhada do comprovante de recolhimentos das custas e porte de retorno.
O recurso está instruído com cópias dos documentos obrigatórios exigidos pelo art. 1.017, I, do CPC, a saber:
a) petição inicial;
b) contestação;
c) petição que ensejou a decisão agravada;
d) decisão agravada;
e) certidão da respectiva intimação;
f) procurações outorgadas aos advogados.
Mandado de defesa coletivo – Art. 5°, LXX, CF.
Terminologia: Impetrante, Autoridade Coatora, Impetrar;
Cabimento: É a ação constitucional impetrada por uma PJ legitimada (partido político, entidade de classe ou associação), na defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Estrutura da peça: É idêntica do MS individual.
Ação declaratória cumulada com repetição de indébito – Arts. 19, I, CPC e 165, CTN
Terminologia: Autor, Réu, Propor;
Cabimento: É a peça utilizada para atender simultaneamente a duas pretensões: 1) afastar exigência futura e; 2) restituir pagamento indevido ou a maior.
Estrutura: 
Endereçamento normal;
Qualificação completa das duas partes, indicando o nome completo da peça incluindo a tutela antecipada (Ação declaratória de inexistência de relação jurídico tributária com pedido de tutela antecipada cumulada com repetição de indébito);
Tópicos: dos fatos, do direito, da concessão da tutela antecipada:
Tutela antecipada para fins de afastar a exigência... (pedido declaratório);
Sentença (pedido declaratório);
Condenação do réu a restituição dos valores pagos indevidamente (pedido repetitório);
Custas e honorários;
Citação;
Juntada de documentos;
Realização da audiência de conciliação.
Recurso Ordinário Constitucional (ROC) – Art. 1.207, CPC e 105, II, b’, CF.
Terminologia: Recorrente, Recorrido, Interpor;
Cabimento: É o recurso cabível contra acórdão em causa de competência originária do TJ (a ação inicia diretamente no Tribunal);
** O cabimento do ROC no processo judicial tributário parece envolver uma única hipótese reconhecida pela jurisprudência do STJ: ROC contra acordão do TJ em MS impetrado em face de convênio de ICMS assinado pelo governador.
Estrutura da peça:
- A estrutura é a mesma de uma apelação, ou seja, em duas peças.
a) Interposição: interpostas perante o juízo “a quo” (recorrido), ou seja, endereçar ao desembargador relator ou presidente do TJ;
b) Razões: Nomes das partes, endereçamento tríplice, fato, direito e pedido;
Recurso Especial – Art. 1.029, CPC e 105, III, a’, CF.
Recorrente, Recorrido, Interpor;
Cabimento: É o recurso cabível contra acórdão do TJ ou TRF que contrariar norma da legislação federal não prevista na CF. (Ex.: 1) Responsabilidade tributária; 2) Prescrição e decadência; 3) Crédito tributário – garantias e privilégios).
Estrutura da peça (mesma estrutura da apelação):
Interposição ao Presidente do TJ ou TRF;
Razões: Nomes das partes, Endereçamento tríplice, fato, direito, pedido;
Recurso Extraordinário – Art. 1.029, CPC e Art. 102, III, a’, CF.
Terminologia: Recorrente, Recorrido, Interpor;
Cabimento: É o recurso contra acórdão do TJ ou TRF que contrariar norma constitucional. Os temas constitucionais do direito tributário são: 1) princípios; 2) Imunidades; 3) espécies tributárias; 4) reserva de lei complementar; 5) Repartição de receitas; 6) competências tributárias;
Estrutura da Peça:
Utiliza-se a mesma estrutura da apelação;
Interposição ao Presidente do TJ/TRF;
Razões: Nome das partes, Endereçamento tríplice, fatos, da repercussão geral, direito e peido.
Outros recursos
I – Embargos de declaração – Art. 1.022, CPC.
Terminologia: Embargante, Embargado, interpor;
Cabimento: É o recurso contra decisão judicial (interlocutória, sentença ou acórdão).
II – Embargos de divergência – Art. 1.043, CPC.
Terminologia: Embargante, Embargado, Interpor;
Cabimento: É o recurso contra decisão de turma do STJ ou STF que divergir do julgamento de outra turma, seção, órgão especial ou do plenário.
RESPOSTAS RECURSAIS:
- Em regra, devemos chamar de “contrarrazões”. Somente no agravo admite-se também o nome “contraminuta”. É a peça cabível como defesa do cliente no recurso interposto pela outra parte.
O ideal é fundamentar as contrarrazões em um dispositivo legal que fale especificamente no nome da peça dentro do CPC. Se não houver, utilizar no mesmo dispositivo que fundamenta o recurso.
Contrarrazões de apelação: 1.010, §1°, CPC;
Contrarrazões de agravo: 1.019, II, CPC;
Estrutura da peça:
- As respostas recursais tem estrutura igual da apelação:
a) interposição dirigida ao presidente do tribunal recorrido;
b) contrarrazões: nome das partes, endereçamento tríplice, fato, direito e pedido.
**Nas contrarrazões devemos pedir o acolhimento desta para o consequente improvimento do recurso, mantando-se a decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos.
DEFESA DA FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
- É o estudo das peças e teses da advocacia em prol das entidades públicas contra o pagador de impostos.
Os prazos para a fazenda pública são contados sempre em dobro, foram padronizados assim.
Contestação – Art. 335, CPC.
***Se a contestação for em MS o fundamento será o art. 7° da LMS (lei do mandado de segurança).
Terminologia: Réu (Cliente), Autor (outra parte), Apresentar/Oferecer;
Cabimento: É a peça de defesa do Réu sempre que for citado em ação judicial contra ele proposta;
Estrutura da Contestação
Endereçamento ao mesmo juiz da ação;
Com epígrafe;
Qualificação completa das partes, se necessário;Tópicos: 
Dos fatos;
Do Direito;
Dos pedidos
“Ante o exposto, requer seja acolhida a presente contestação com o consequente julgamento improcedente dos pedidos autorais.
 Requer, ainda, o deferimento da junta dos documentos em anexo. 
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito. ”
Ação cautelar fiscal – Art. 6° da Lei 8.397/92
Terminologia: Requerente, Requerido, Requerer;
Cabimento: é a ação cautelar proposta pela fazenda pública quando, após o lançamento, forem praticados atos tendentes a fraudar o pagamento da dívida. Na prática, a cautelar fiscal paralisa o patrimônio do devedor.
Estrutura da Peça:
Endereçamento ao juiz dos embargos;
Sem epígrafe;
Qualificação completa das duas partes;
Tópicos: fatos, direito e pedidos.
“a) concessão da liminar bloqueando os bens do requerido em quantidade suficiente para a garantia do crédito;
 b) sentença;
 c) Citação;
 d) custas e honorário;
 e) juntada de documentos.
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito.”
** A defesa do pagador de impostos na cautelar fiscal se dá por meio de contestação. A mais importante tese nessa contestação é o excesso na quantidade de bens bloqueados isso porque a medida somente pode recair sobre os bens suficientes para garantia do crédito (art. 4° da Lei 8.397/92).
Impugnação aos Embargos – Art. 17 da LEF (Lei 6.830/80)
Terminologia: Embargado (cliente), Embargante (outra parte), apresentar/oferecer;
Cabimento: é a peça de defesa da fazenda pública nos embargos opostos pelo contribuinte.
Estrutura da peça:
Endereçamento ao mesmo juiz dos embargos;
Com epígrafe;
Qualificação completa das partes;
Tópicos: fatos, direito e pedidos.
“ Acolhimento da impugnação para julgamento improcedente dos embargos.
Deferimento da juntada de documentos e protesto pela produção de provas”.
Execução fiscal – Art. 6° da LEF
Terminologia: Exequente (cliente), Executado (outra parte), propor;
Cabimento: É a petição inicial elaborada pela fazenda pública para instaurar o rito da execução fiscal, utilizando a CDA como título executivo em anexo (possibilidade prevista no art. 6° da LEF). Lembrar que outra opção é enviar a CDA diretamente ao Judiciário para que ela funcione, ao mesmo tempo, como petição inicial e título executivo da execução fiscal;
Estrutura da peça:
Endereçamente normal;
Sem epígrafe;
Qualificação completa das partes;
Tópicos: fatos, direito e pedidos:
“ a) julgamento procedente do pedido;
Citação do executado para garantir o juízo e opor embargos;
Juntada da CDA;
Protesto pela produção de provas.
Informações em Mandado de Segurança – Art. 7°, I, LMS.
Terminologia: Impetrado (cliente), Impetrante, Presta;
Cabimento: é a manifestação da autoridade impetrada no mandado de segurança individual ou coletivo impetrado pelo contribuinte.
**Existem duas figuras no polo passivo do MS: Autoridade coatora e a PJ interessada atuando em litisconsórcio. De acordo com a LMS autoridade coatora é NOTIFICADA (art. 7°, I) a PJ interessada é CIENTIFICADA (art. 7°, II).
Estrutura da Peça:
Endereçamento ao mesmo juiz do MS;
Com epigrafe;
Qualificação completa das duas partes;
Tópicos: fatos, direito, pedidos;
Acolhimento das informações para julgamento improcedente do feito.
Teses em defesa da Fazenda Pública
- Em termos estruturais, o item do direito das peças contra o pagador de impostos é igual ao das demais peças. O que muda são as teses propriamente ditas, pois raramente os livros de doutrina abordam o livro de doutrina contrárias ao interesse do contribuinte.
 Seguem as teses mais comuns na defesa da Fazenda.
Interpretação literal de isenções (art. 111 do CTN): O artigo 111 do CTN determina que preceitos legais que outorgam isenção não podem de interpretados de modo a estender o benefício a contribuintes não contemplados pelo legislador. Na defesa do interesse da fazenda pública não se deve invocar o princípio da isonomia.
Princípio da repercussão (Art. 166 do CTN): É uma criação de obstáculo para a restituição de tributos indiretos pelo contribuinte de direito, além de proibir a restituição pelo contribuinte de fato (pois este não tem relação jurídica com o fato). 
Exceção a princípios tributários: Sempre que o contribuinte invocar a proteção de um princípio na defesa do interesse da fazenda deve-se dizer que a situação se enquadra em alguma exceção à incidência do princípio invocado.
Imunidades: Sempre que o contribuinte invocar a proteção de uma imunidade, para defender a fazenda basta enquadrar a situação em alguma das diversas normas constitucionais de “contenção das imunidades”. 
**** Na defesa do interessa da fazenda sempre será possível dizer que a exigência em questão não tem natureza tributária o que produz o efeito de afastar a incidência de todos os princípios e imunidades tributárias.
DIREITO MATERIAL TRIBUTÁRIO
O Direito Tributário vem previsto na CF na parte do Sistema Tributário Nacional, artigos 145 a 162.
O CTN é originariamente uma lei ordinária, contudo ele foi recepcionado pela Constituição/88 com força de lei complementar. Isso significa dizer que, atualmente ele só pode ser alterado por lei complementar. Fundamento Art. 146, III, CF.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Estão previstas no artigo 146 da CF, regulamentadas pelo CTN em seu livro II, “normas gerais”. Artigos 96 a 218.
Legislação tributária;
Obrigação tributária;
Crédito tributário;
Administração tributária.
 - Essas normas gerais representam o ROTEIRO DE COBRANÇA TRIBUTÁRIA.
Roteiro de cobrança tributária
FG -> OT -> CT (lançamento) -> EF (necessita de inscrição em dívida ativa).
O prazo para efetivar o lançamento é decadencial, enquanto o prazo para a execução fiscal é prescricional.
O Fato Gerador (FG), a obrigação tributária (OT), o lançamento, o Crédito tributário (CT), a Decadência e a Prescrição, todos são normas gerais previstas no próprio CTN.
A Execução Fiscal (EF) não faz parte das normas gerais de direito tributário, podendo ser regulamentada por lei ordinária, ou seja, pela LEF (6.830/80)
- Os prazos para lançar o tributo (decadência) e ajuizar a execução fiscal (prescrição) são, no direito tributário, temas reservados a lei complementar. Logo é inconstitucional termos lei ordinária dispondo sobre prazos maiores/menores de 5 anos. Fundamentos: Sumula Vinculante n° 8 e Art. 146, III, b’, CF e Arts. 173 e 174 CTN.
DECADÊNCIA
- O fisco possui 5 anos para constituir o crédito tributário. Se o prazo não for observado extingue-se o crédito por força da decadência.
I – Regra geral para contagem
Artigo 173, I, CTN: A constituição do crédito tributário deve ocorrer dentro de 5 anos contados do 1° dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado.
Essa contagem deve ser utilizada para qualquer tipo de lançamento, desde que o tributo não tenha sido declarado nem pago. Fundamentos: Resp 973.733; Súmula STJ 555; Art. 146, III, b’, CF e Art. 173, I, CTN.
II – Regra especial para contagem
Artigo 150, §4°, CTN: A constituição do crédito tributário deve ocorrer dentro de 5 anos contados da data do fato gerador (FG).
Essa contagem só é utilizada para tributos com homologação, quando o contribuinte declara apenas parte da dívida. Fundamentos: EREps 572.603; Art. 146, III, b’, CF e Art. 150, §4°, CTN.
III – Regra nos casos de dolo fralde ou simulação
Artigo 150, §4 (parte final), CTN: Não se aplica a contagem a partir do fato gerador quando o contribuinte tiver agido com dolo, fraude ou simulação, devendo então ser aplicado o artigo 173, I, CTN.
Tributos lançados por homologação nos quais o contribuinte se valeu de dolo fraude ou simulação para pagar um valor menor darão ao fisco o prazo de 5 anos para lançar a diferença a partir do primeiro dia do ano seguinte ao qual o tributo poderia ter sido lançado. Fundamento: REsp 1086798 e Art. 150, §4, CTN c/c Art. 173, I, CTN.
IV – Regra para lançamentoanulado
Artigo 173, II, CTN: O fisco terá 5 anos para realizar um novo lançamento em substituição aquele que foi anulado contando o prazo da data da decisão final que o anulou.
Essa contagem apenas deve ser aplicada no caso de o lançamento ter sido anulado por vício formal, contando-se os 5 anos a partir da data da decisão definitiva. Fundamentos: REsp 690382 e Art. 173, “caput” c/c 173, II, CTN.
V – Regra de lançamento quando existe ação fiscal
Artigo 173, §Ú, CTN: O fisco tem 5 anos para lançar contados da medida preparatória ao lançamento quando esta existir.
Essa contagem deve ser aplicada toda vez que a ação fiscal ocorrer no mesmo ano do fato gerador, cabendo ao fisco lançar em 5 anos contados do início da fiscalização. Fundamento REsp 909570 e Art. 173, “caput”, c/c Art. 173, §Ú, CTN.
PRESCRIÇÃO
 - A fazenda pública possui 5 anos para realizar a cobrança judicial do tributo. Caso o prazo não seja observado extinto estará o crédito tributário em razão da prescrição.
O prazo prescricional previsto pelo CTN aplica-se ao crédito tributário, logo o artigo 174 do CNT é fundamento tanto para a cobrança judicial de tributos como também para multas tributárias. Fundamentos: AgRg no EDl no REsp, 930753; art. 113, §° c/c Art. 139, CTN e Art. 174, CTN.
I – Regra geral para prescrição
Artigo 174, CTN: O prazo quinquenal para ajuizar a execução fiscal é contado a partir da data da constituição definitiva do crédito tributário.
Existem duas formas para tornar a constituição do crédito em definitiva. 1) Após o 30° dia do lançamento do crédito tributário, ou 2) da data da decisão administrativa irreformável.
Em caso de o pagador de impostos optar pela via judicial, não importa qual a medida tomada para tanto, não suspende e nem interrompe a prazo prescricional.
Se tratando de tributo declarado e não pago, a prescrição irá ser contado da data do vencimento da declaração. Fundamento REsp 1.120.295.
Não basta a constituição do crédito tributário para iniciar a contagem prescricional. É necessária a constituição definitiva do mesmo e sua exigibilidade não pode estar suspensa. Fundamento: Ag int no Reps 1626695, Arts. 151 c/c 174, CTN.
1 – Suspensão da prescrição
- O CNT não indica expressamente sobre a prescrição da suspensão. Segundo o STJ as causas que suspendem a exigibilidade de crédito tributário também suspendem o decurso do prazo prescricional. (REsp 542975)
Enquanto estiver suspensa a exigibilidade do crédito a fazenda pública não poderá ajuizar a execução fiscal, contudo ela não é prejudicada, pois o prazo prescricional também se encontrará paralisado. Fundamentos: RESP 1140956 e Arts. 151 c/c 174 CTN.
2 – Interrupção da prescrição
- O CTN estabelece as causas de interrupção da prescrição, as quais ocorridas devolverão o prazo de 5 anos para uma nova contagem. Artigo 174, § Ú, CTN.
Despacho do juiz que ordena a citação;
Protesto judicial;
Qualquer medida judicial que constitua o devedor em mora;
Qualquer ato judicial/extrajudicial que importe em reconhecimento da dívida.
A morosidade do poder judiciário para fundamentar a prescrição. Fundamentos: 882496, Súmula 106, STJ; Art. 174, §Ú, CTN c/c Art. 802 §Ú, CPC.
***O importante a ser analisado é se a ação fiscal foi proposta dentro dos cinco anos cabíveis.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
É a perda do direito de continuar a execução fiscal quando o autor deixa de praticar os atos necessário ao seu prosseguimento por um prazo superior a 5 anos.
1 – Contagem
- Súmula 314, STJ: 5 anos contados do arquivamento da execução fiscal quando não localizados bens penhoráveis.
IMPORTANTE: Não se confundem as prescrições do CTN com a prescrição da LEF. A primeira tem natureza material e depende de lei complementar, já a segunda tem natureza processual e por isso está regulada em lei ordinária. Fundamento: AgRg no RMS 43093; Art. 146, III, b’, CF, c/c 174, CTN e Art. 40, LEF.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
- Uma pessoa só será contribuinte do tributo se o ato por ela praticado (fato gerador) coincidir exatamente com a previsão legal (hipótese de incidência), caso contrário não surgirá a obrigação tributária. Fundamento: Art. 113 CTN e Arts. 114 c/c 115, CTN.
I – Obrigação tributária
Decorre do fato gerador;
Existem duas modalidades de obrigação tributárias que são, a obrigação tributária principal e acessória;
A obrigação acessória independe da obrigação principal.
Obrigações principais: Sempre decorrem de lei; obrigação de dar; visam o pagamento; tributo ou multa; não pode se tornar obrigação acessória.
Obrigações acessórias: não precisam ser previstas em leis, basta um decreto; obrigação de fazer ou não fazer; auxiliam nas atividades de fiscalização e arrecadação; emissão de nota fiscal, declarar o IR; pode ser convertida em obrigação principal.
*A obrigação principal sempre consistirá num pagamento (tributo/multa) enquanto a obrigação acessória, quando descumprida, gerará a aplicação de uma penalidade pecuniária, tornando-se, portanto, uma obrigação principal. Fundamentos: REsp 1012203; Art. 113, §3°, CTN.
II – Capacidade tributária ativa
- A capacidade tributária pode ser dividida em dois tipos. A primeira é a capacidade tributária ativa que consiste no poder de administrar o tributo e que pode ser delegado pelo ente federado a outra pessoa.
A competência para legislar um tributo é indelegável, já a capacidade tributária ativa poderá ser transferida, autorizando ao beneficiado permanecer com 100% do dinheiro arrecadado. Fundamentos: REsp 81094; Art. 7° e seus parágrafos do CTN.
III – Capacidade tributária passiva
- É a capacidade de alguém figurar como devedor tributário, ou seja, obrigado a pagar o tributo. Seja porque praticou o fato gerador ou porque a lei assim determinou. Essa capacidade independe: 1) da capacidade civil; 2) de restrições civis/profissionais; 3) do registro efetivo de empresas.
Ninguém poderá invocar sua incapacidade civil, como também nenhuma empresa poderá utilizar sua constituição irregular como justificativa para afastar suas obrigações tributárias. Fundamentos: Arts. 121 c/c 126 e seus incisos, ambos do CTN.
IV – Sujeito passivo – Artigo 121, CTN.
- Podem ser divididos em dois tipos, o sujeito passivo direto e o indireto.
Direto é quem pratica o fato gerador, ou seja, o pagador de impostos.
Indireto não pratica o fato gerados, mas mesmo assim é obrigado a pagar o tributo, nesse caso quem deverá pagar o tributo é o responsável.
***A responsabilidade sempre depende de lei, por isso o tributo sempre será cobrado daquele quem praticou o fato gerador ou de quem a lei obrigou, mesmo que exista um acordo de vontades entre os envolvidos. (Um contrato gera obrigação entre as partes, mas não para a fazenda pública). Fundamentos: REsp 656631; Art. 123, CTN.
V – Responsabilidade – 128 ao 138, CTN
1 – O CTN faz a seguinte classificação dividindo a responsabilidade em três:
Por Sucessão (129 a 133)
De Terceiros (134 e 135)
Por Infrações (136 a 138)
2 – Responsabilidade por Transferência; 
Solidária podendo então ser cobrado ao mesmo tempo de qualquer um dos devedores.
Subsidiária, cobrando-se primeiro do pagador de impostos e então depois será cobrado do responsável. Apenas em casos de o pagador de imposto não efetuar o pagamento.
Pessoal, cobra-se o tributo do responsável.
***Existindo três proprietários de um imóvel e estando apenas um deles isento, a parte do isento estará dispensada. Contudo os outros continuarão solidariamente responsáveis pela parte restante. Fundamentos: Art. 124 c/c 125, II, ambos do CTN.
3 – Reponsabilidade por substituição.
Quando a própria lei exclui o pagador de impostos do polo passivo e exige o tributo direto do responsável. (Ex. A empresa que fica responsável por reter o imposto de renda do funcionário).
***A responsabilidade por substituição pode ser indicada a qualquer pessoa ligada ao fato gerador, mesmo que essa pessoa esteja isenta ou imune a tributos. RE 446530; Art. 128,CTN c/c Art. 150, §7°, CF. 
VI – Responsabilidade por SUCESSÃO
1 - Quando houver transferência de vivos de bens tanto móveis quanto imóveis.
O adquirente responderá pelos impostos atrasados, a não ser que ele possua prova de quitação da dívida ou se tiver adquirido o bem através de leilão judicial. Fundamentos REsp 166.975; Art. 130 c/c 130, §Ú, ambos do CTN.
2 – Quando houver a transferência de bens por sucessão hereditária.
Na transmissão causa mortis os herdeiros responderão pelos tributos devidos até a data da partilha, mas esta responsabilidade será limitada ao montante do quinhão que cada um deles receber. Fundamentos 212554; Art. 131, II, CTN.
3 – Sucessão empresarial através de cisão, fusão, incorporação ou transformação.
A pessoa jurídica resultante dessas operações societárias responderá pelos tributos devidos e também pelas multas, sejam elas punitivas ou moratórias. Fundamentos: Súmula 554, STJ; Art. 132, CTN.
4 – Sucessão empresarial através do trespasse (alienação do estabelecimento empresarial).
O adquirente só responde pelas dívidas tributárias se continuar explorando a mesma atividade da empresa adquirida, porém não possui responsabilidade nenhuma se apenas passa a ocupar o imóvel onde a empresa devedora funcionava. Fundamentos: REsp 108873; Art. 133, I ou II, CTN.
VII – Responsabilidade de TERCEIROS
1 - Quando o contribuinte não paga o tributo em razão de uma ação/omissão imputável a terceiro (não havendo dolo). (ex. filho melhor que deve IPTU e os pais esquecem de pagar. Em caso de pais separados a responsabilidade recairá sobre aquele que conviver com o filho).
A solidariedade tributária estabelecida no CTN só existe entre os responsáveis, pois entre o responsável e o contribuinte a responsabilidade é subsidiária. Fundamentos: ERESp 446955; Art. 134, CTN.
2 – Em caso de as dívidas tributárias forem resultados de atos praticados com excesso de poder/infração à lei/contra contrato social.
Para que um sócio, diretor ou gerente seja, pessoalmente responsabilizado não basta ter cometido uma infração à lei, pois é necessário que ele também participasse da administração com poder de decisão. Fundamentos: REsp 809640; Art. 135, III, CTN.
VIII – Responsabilidade por INFRAÇÕES 
1 – A responsabilização pelas infrações independe da intenção e da efetividade dos atos praticados.
A responsabilidade não depende da intenção nem dos efeitos do ato, porém o agente só poderá ser responsabilizado se a sua conduta estives tipificada na lei como infração. Fundamentos: EDcl no REsp 773011 e Art. 136, CTN.
2 – Quando o agente pratica atos contrários ao interesse do pagador de impostos. Será ele pessoalmente responsável. 
Uma vez comprovado o dolo específico do agente, este ficará responsável pela infração, contudo o tributo ainda permanecerá sob responsabilidade da empresa. Fundamentos: Art. 137 e seus incisos, CTN.
3 – Denúncia espontânea
 - É uma modalidade de extinção da punibilidade por infrações que afasta as multas.
A denúncia espontânea é capaz de afastar qualquer tipo de multa, punitiva e moratória, porém somente se praticada antes do início do procedimento fiscal e desde que acompanhada do pagamento do tributo acrescido de juros e correção monetária. Fundamentos 1.102.577; Art. 138, §Ú, CTN
IMPOSTOS MUNICIPAIS
A COSIP é uma cobrança de natureza tributária, porém não se encaixa na qualidade de imposto pois sua arrecadação tem destinação específica (iluminação pública). RE 573675; Art. 149-A c/c 167, IV, ambos da CF.
I – IPTU
O IPTU é vinculado ao princípio da legalidade, ou seja, as alíquotas deste imposto só podem ser alteradas através de lei.
Quanto ao princípio da anterioridade é necessário que sejam feitas algumas ressalvas, pois quando a alteração do valor venal do imóvel implicar no aumento da carga tributária, só terá de ser observada a anterioridade anual, descartando-se assim a nonagesimal.
**Quando o IPTU tiver a suas alíquotas alteradas é preciso observar as duas anterioridades. Se a alteração for apenas da sua base de cálculo, então bastará observar a anterioridade anual. Fundamentos: Art. 150, III, b’ e c’ c/c Art. 150, §1°, ambos da CF.
1 – IPTU na CF
Suas alíquotas podem se progressivas de acordo com o valor venal; em razão da função social da propriedade; e, ainda, em razão do uso/local.
** O IPTU atualmente possui 2 progressividades: aquela fixada em razão da função social que sempre existiu na CF e aquela fixada em razão do valor venal que só foi admitida após a emenda constitucional EC 29/00. Fundamentos: Súmula 668, STF; Arts 156, §1° c/c 182, §4°, ambos da CF.
2 – IPTU no CNT
Fato Gerado: 1) propriedade; 2) domínio útil; 3) posse. Necessário que a localização seja em zona urbana (a área urbana virá definida em lei municipal, sendo necessário que existam 2 melhoramentos urbanos). 
**Também podem ser consideradas urbanas as áreas urbanizáveis que são aquelas localizadas fora da zona urbana, contudo, para as quais existem loteamentos aprovados com fins habitacionais, comerciais ou industriais. Fundamentos: AgRg EDcl no REsp 1375925; Art. 156, I, CF c/c Art. 32, §2°, do CTN.
3 – Base de calculo
Valor venal, o qual é auferido através de alguns critérios previsto em lei (planta genérica de valores). Os valores da planta genérica de valores poderão ser atualizados anualmente, mesmo que pôr decreto.
**A mera atualização do valor monetário da base de cálculo do IPTU pode se dar por decreto, desde que observado o índice oficial de correção monetária. Fundamentos: Súmula 160, STJ e Art. 97 §§1° e 2°, CTN.
4 – Pagadores do IPTU
Podem ser: 1) proprietário; 2) título de domínio útil; 3) possuidor a qualquer título.
**O fato de o locatário ser contratualmente obrigado a suportar o encargo econômico do IPTU não o torna o pagador do imposto, pois este não possui o animus domini. Fundamentos: REsp 1327539; Art. 34 c/c 123, ambos do CTN.
II – ITBI
É vinculado tanto ao princípio da Legalidade quando da Anterioridades (no caso as 2).
1 – ITBI na CF
Possui uma imunidade específica, não incidindo ITBI em algumas transmissões de imóveis:
Para integralizar o capital social (não se aplica essa imunidade se a empresa adquirente atua no ramo imobiliário);
**Considera-se atividade preponderante quando mais que 50% da receita operacional da empresa decorrer da compra, venda e locação de bens imóveis, estando assim sujeita a o imposto. Fundamentos: Art. 156, §2°, I da CF c/c Art. 37 do CTN.
Competência para arrecadar: A competência para arrecadar o ITBI é devido ao município onde está localizado o imóvel, sendo irrelevante onde se encontram tanto o vendedor quanto o comprador. Fundamentos: Art. 156, §2°, II, CF. 
**Não se pode aplicar o Art. 41 do CTN para a arrecadação do ITBI.
2 – ITBI no CTN
Fato gerador: Incidirá o ITBI sobre a transmissão onerosa de bens e direitos relativos a bens imóveis. Ocorrendo o fato gerador no momento do registro no cartório competente.
**Não incide o ITBI na mera promessa de compra e venda, uma vez que o fato gerador só acontece quando do registro no Cartório de Registro de Imóveis. Fundamentos: AgRg no AREsp 659.008 e Arts. 156, II, CF c/c 35, CTN e 1.245, CC.
Base de Cálculo: Se dá sobre o valor venal, esse valor é uma média obtida em condições normais de mercado.
**O ITBI deverá ser calculado sobre o valor real da transmissão ou o valor do mercado (o que for maior) sendo impossível vincular a base de cálculo do ITBI à base de cálculo do IPTU, uma vez que a forma de apuração dos impostos é diferente. Fundamentos REsp 1202007; Art. 38, CTN.
Contribuintes: Qualquer uma das partes da operação tributária.
**Nas hipóteses de usucapião/desapropriação não incide ITBI por serem formas de aquisição originária da propriedade. Na hipótese de retrocessão (quando o bem é devolvido ao proprietário original, também não incide o imposto, pois o que ocorre é o mero desfazimento da desapropriação. Fundamentos: Art. 156, II, CF c/c Art.42, CTN e Art. 519, CC.
III – ISS
- O ISS está vinculado tanto ao princípio da legalidade quanto ao princípio da anterioridade (nas duas modalidades.
1 – ISS na CF
Aliquotas: Cabe a lei complementar estabelecer as alíquotas máximas e mínimas. A aliquita máxima é de 5% e a mínima de 2%.
**Todos os municípios devem respeitar os limites das alíquotas estabelecidas em lei complementar, não se admitindo nenhuma técnica que promova a redução da alíquota aquém do mínimo. Fundamentos: Art. 156, §3°, I, CF e Arts. 8° c/c 8° ‘a, LC 116/03 e Art. 8° ‘a, §1°, LC 116/03.
**Não incidirá ISS sobre serviços exportados, pois não possuem tributárias para tanto. Fundamentos: AREsp 587403; Art. 156, §3°, II, CF; Art. 2°, I, c/c Art. 2°, §Ú, LC 116/03.
2 – ISS na LC 116/03
Fato gerado: O ISS incide sobre serviços de qualquer natureza, definidos em LC, desde que não compreendidos na competência estadual.
Serviço não tributado pelo ICMS;
Serviço encontre-se na LC 116/03;
Tem de configurar uma obrigação de fazer.
**Serviços tributáveis pelo ISS são aqueles que correspondem a obrigações de fazer, logo o imposto não incidirá sobre serviços que exijam prestação de dar, ainda que previstos na LC 116/03. Fundamentos: Súmula Vinculante 31; Art. 156, III, CF e Art. 1°, LC 116/03.
Base de cálculo: é feita sobre o preço do serviço, mesmo que se trate de um serviço misto (serviço prestado com fornecimento de mercadoria).
**Serviços mistos podem sofrer tanto a incidência do ISS, bem como do ICMS sem que isso corresponda a uma bitributação. Isso porque quando incidirem os 2 impostos o ISS recairá sobre o serviço e o ICMS sobre a mercadoria. Fundamentos: REsp 1135534; Art. 1°, LC 116/03 Art. 2°, IV, LC 87/96; Art. 12, VIII, ‘a, LC 87/96 c/c Art. 13, IV, ‘a, LC 87/96.
3 – Contribuintes do ISS
O contribuinte é o prestador de serviço, já o responsável será o tomador do serviço. Sendo estes o sujeito passivo.
O Sujeito ativo é o município onde é prestado o serviço.
**Atualmente considera-se estabelecimento prestador o local onde o serviço se realiza através de uma unidade econômica/profissional independente da denominação de sede, filial, sucursal ou escritório de representação. Fundamentos: REsp 1060210; Arts. 3° e 4° da LC 116/03.
IMPOSOTOS ESTADUAIS
** A falta da LC complementar em relação ao IPVA é compensada pelos Estados através da sua competência legislativa plena, então com o surgimento da lei federal a eficácia das leis estaduais será suspensa. Fundamentos: RE 601247; Art. 24, §3°, CF c/c Art. 34, §3°, ADCT.
I – ITCMD
- O ITCMD está vinculado tanto a legalidade quanto a anterioridade em suas duas modalidades.
1 – ITCMD na CF
Estado competente: em se tratando de bem imóveis tanto para doação quanto para causa mortis será devido ao estado onde se localizar o bem. Por outro lado, quando forem bens móveis e estes forem transmitidos em razão de morte será devido no estado onde é feito o inventário, em sendo uma doação será devido no local do domicílio do doador.
** A determinação do Estado competente para o ITCM leva em consideração o tipo da transmissão e o tipo do bem. Fundamentos: Art. 155, I, CF c/c Art. 155 §1°, I e II, CF.
Alíquotas: O limite máximo para o ITCMD deverá ser estipulado pelo Senado Federal (resolução 09/92).
** O ITCMD é um imposto Estadual, logo, cabe a lei Estadual alterar suas alíquotas, respeitando o limite estabelecido por resolução do senado federal. Fundamentos: RE 218086; Art. 155, I, CF c/c 150, I, CF.
** Atualmente, para o STF, apesar do ITCMD ser um imposto real é possível admitir para ele alíquotas progressivas como meio para se atender a isonomia tributária. Fundamentos: RE 562045; Art. 145, §1° c/c 150, II, CF.
2 – ITCMD no CTN
** O lançamento do imposto deve considerar a legislação em vigor no momento do fato gerador. Segundo o STF na hipótese de sucessão hereditária a transmissão ocorre na data da abertura da sucessão (data da morte). Fundamentos: Súmulas 112, STF; Art. 155, I, CF c/c Art. 35, CTN e Art, 144 CTN c/c Art. 1784, CC.
Base de cálculo: O valor venal dos bens transmitidos.
** Aplica-se o ITCMD a alíquota vigente na data da abertura da sucessão, porém o imposto será calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação. Portanto a mera correção monetária no cálculo não significa mudança no fato gerador. Fundamentos: Súmula 113, STF; Art. 155, II, CF c/c Arts. 35 e 38, CTN.
3 – Pagadores do ITCMD
- Qualquer uma das partes da operação tributada. Normalmente quem paga é o donatário ou herdeiro.
**Existem dois tipos de renúncia a herança: a abdicativa sobre a qual não incide ITCMD (recusa em favor do monte), pois não ocorre o fato gerador do e a translativa (recusa em favor de outro herdeiro, configura uma doação), sobre a qual incide ITCMD por representar uma doação. Fundamentos: AgRg no REsp 1254813; Art. 155, I, CF, c/c Art. 35, CTN e Art. 42, CTN.
II – ICMS
Legalidade: O ICMS “normal” possui vinculação, apenas o ICMS sobre combustível que é previsto sobre convênio.
Anterioridade: O ICMS “normal” necessita observar as duas modalidades de anterioridade. Acontece que o ICMS combustível pode ter suas alíquotas restabelecidas apenas com observância da anterioridade nonagesimal, não tendo o que se falar sobre anterioridade anual (art. 155, §4°, IV, c’, CF).
1 – ICMS na CF
Incidência do imposto: 1) circulação de mercadorias; 2) serviços (comunicação, transportes interestadual e intermunicipal).
** Os serviços de transportes (pessoas/bens/valores) interestaduais ou intermunicipais só podem ser tributados pelo ICMS, logo outros serviços de transporte (dentro do município) são tributados pelo ISS. Fundamentos: REsp 879797; Art. 155, II, CF c/c Art. 156, I, CF e Art. 2°, IV, LC 87/96 c/c Art. 1°, §2°, LC 116/03.
Princípio da não cumulatividade: trate-se de um sistema de créditos e débitos no qual é possível compensar o ICMS devido na operação anterior com o ICMS devido na operação seguinte.
** A técnica da não-cumulatividade é de aplicação obrigatória ao ICMS, ressalvada nas hipóteses de isenção ou não incidência, porém no caso de exportação de mercadorias (operação imune a imposto) está assegurada a manutenção e o aproveitamento dos créditos obtidos nas operações anteriores. Fundamentos: RE 606107; Art. 155, §2°, I e II, CF e Art. 155, §2° X, a’, CF.
Operações interestaduais: Incide ICMS sobre bens/serviços destinados a consumidor final, localizado em outro Estado (necessário saber se é ou não pagador do ICMS). Os Estados possuem tanto alíquotas internas quanto externas (interestaduais). Ao se efetuar o consumo de bens em Estado diferente daquele que se encontra o fornecedor, será utilizada a alíquota externa (interestadual) sendo está alíquota devida ao Estado do fornecedor e o valor restante devido, será pago o Estado onde se encontra o consumidor. A alíquota interna do Estado onde se encontra o consumidor será reduzia na mesma quantia da alíquota externa do Estado do fornecedor. 
**Nas operações interestaduais agora a regra é repartir o ICMS entre os Estados de origem e de destino. Assim, o diferencial de alíquotas ficará com o estado de destino e será de responsabilidade do vendedor, quando o consumidor final não for contribuinte do imposto, ou a responsabilidade será do próprio adquirente da mercadoria quando ele também for comerciante (pagador do ICMS). Fundamentos EC 87/15; Art. 155, §2°, VII e VII, CF.
ICMS importação: De acordo com o atual texto constitucional qualquer importador está sujeito ao ICMS, seja um comerciante ou um consumidor. Logo é irrelevante a finalidade do bem importado: Fundamentos: Súmula 661, STF; Art. 155, §2°, IX, a’, CF c/c Art. 4°, §Ú, I, LC 87/96.
** A súmula 660 é inaplicável neste caso. 
Imunidades do ICMS:
Sobre operações de exportação;
Operações interestaduais que envolvam combustível e energia;
Ouro, desde que seja tratado como ativo financeiro ou instrumento cambial;
Rádio/TV, desde que a recepção sejalivre e gratuita.
** A empresa de Rádio/TV que opera com o sinal aberto (acesso gratuito) não pratica a comercialização de mercadoria ou a comunicação com fins econômicos, por isso está imune ao imposto. Porém a receita adquirida em razão de anúncios publicitários veiculados será normalmente tributada pelo IR. Fundamentos: Art. 155, §2°, X, d’, CF c/c Art. 153, III, CF.
Funções da Lei Complementar para o ICMS: Além dos critérios fato gerador/base de cálculo/pagador de impostos, para impostos dependerem de lei complementar, para o ICMS existem diversos outros elementos que para ele também dependerão de lei complementar.
** A concessão de benefícios fiscais relacionados ao ICMS deve estar previamente estabelecida em convênio intergovernamental, logo, a concessão unilateral do benefício (ainda que prevista em lei) afronta a disposição constitucional. Fundamentos: ADI 3809; Art. 150, §6° da CF c/c Art. 155, §2°, XII, g’ da CF e Art. 1° da LC 24/75.
2 – ICMS na LC 87/96
Fato Gerador:
Circulação de mercadoria;
- A incidência do ICMS sobre a circulação de mercadoria apenas se confirma com a transferência de titularidade do bem móvel destinado ao comércio e ainda assim desde que exercida com habitualidade. Fundamentos: REsp 1321681; Art. 155, II, CF, c/c art. 2°, LC 87/96 e art. 4° da LC 87/96.
Serviço de transporte interestadual;
Serviço de transporte intermunicipal;
Serviço de comunicação.
Base de cálculo do ICMS: Em regra deve corresponder ao valor total da operação.
** O ICMS INCIDE SOBRE ELE MESMO. A possibilidade do ICMS incidir sobre ele mesmo foi autorizada pela CF e isso significa que efetivamente o pagador de impostos paga um imposto mais caro que o valor indicado na lei. Fundamentos: RE 582461; Art. 155, §2°, XII, i’, CF c/c art. 13, §1°, LC 87/96.
**Existem dois tipos de alíquotas:
Nominal: Que está na lei;
Efetiva: que é a realmente cobrada.
3 - Pagadores do ICMS.
- Pagador do ICMS é aquele quem pratica cada um dos fatos gerados necessários para a incidência da hipótese tributária.
1) Circulação de mercadoria;
2) Transporte interestadual;
3) Serviço de transporte intermunicipal;
4) Comunicação;
5) Importação;
6) Aquisição por operação interestadual de combustíveis e energia elétrica não destinados a comercialização ou à industrialização.
- As operações interestaduais de saída de combustível (derivado de petróleo) e energia (elétrica) sempre estarão imunes ao ICMS. O imposto só é cobrado na entrada do Estado adquirente se a mercadoria não se destinar a comercialização ou a industrialização. Fundamentos: Art. 155, §2°, b’, CF, c/c Art. 3°, III, LC, 87/96 (não incide na saída e nem na entrada) / Art. 155, II, CF c/c Art. 2°, §1°, III, LC, 87/96 (não incide na saída, mas incide na entrada).
III – IPVA
O IPVA é vinculado tanto a Legalidade quando a Anterioridade (anual/nonagesimal), acontece que quando a alteração de sua base de cálculo, mesmo que isso o deixe mais honroso, não será necessário a observação da anterioridade nonagesimal. Contudo, em caso de alteração na alíquota, tornando-o mais oneroso, deverá ser observado as duas anterioridades.
1 – IPVA na CF
Alíquotas: Podem ser diferenciadas em razão do tipo e do uso do veículo:
Em razão do TIPO: aqui se enquadra o tipo do carro, mais caro ou barato.
Em razão do USO: de acordo com a finalidade que terá o carro.
** É vedado aos Estados, Distrito Federal e Municípios, estabelecer alíquotas diferentes para os bens/serviços em razão da origem ou do destino. Porém, para o IPVA existe a autorização para a seletividade das alíquotas com base no tipo/uso do veículo. Fundamentos: RE 367785 e Art. 152, CF c/c Art. 155, §6°, II, CF.
2 – IPVA na LC
- Não existe LC nacional para o IPVA. Assim cabem aos Estados se valerem da competência legislativa plena. (24, §3°, CF) para regular a instituição do imposto no seu território.
**Embora os Estados tenham autonomia para legislar acerca do IPVA, sua exigência está vinculada à estrutura constitucional oferecida e segundo o STF o imposto não pode cair sobre embarcações/aeronaves. Fundamentos: RE 255111, Art. 146, III, a’, CF c/c Art. 155, III, CF.
IMPOSTOS FEDERAIS
- Os impostos federais podem ser divididos em três categorias de acordo com a competência: 1) ordinária 153, CF; 2) extraordinária 154, II, CF; 3) residual 154, I, CF e 195, §4°, CF (novas contribuições sociais).
Ordinários: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF;
Extraordinário: IEG;
Residual: novos impostos.
** As competências extraordinária e residual são exclusivas da União, de modo que não existe nenhuma possibilidade de Estado/DF/Municípios instituírem Impostos de Guerra ou criarem novos impostos além daqueles que a CF já previu. Fundamentos: RE 573540 e Art. 154, I e II, CF.
Tributos Residuais – Art. 154, I, CF / Art. 195, §4°, CF.
- Trata-se da possibilidade de a União instituir novos impostos e contribuições sociais.
1) através de lei complementar;
2) não cumulativo;
3) não pode possuir fato gerador igual a de outros impostos apenas em caso de impostos, quando se tratar de contribuição social, poderá sim ter base de cálculo de imposto, contudo não poderá ter base de cálculo de outra contribuição social.
** Quando um novo imposto for criado a União deve cuidar para que ele não utilize fato gerado/base de cálculo de outros impostos já existentes. Contudo essa mesma vedação não é aplicável as novas contribuições pois, segundo o STF, elas podem ter FG/BC já utilizados para impostos, sendo certo que apenas não poderão utilizar FG/BC idênticos a de outras contribuições. Fundamentos: RE 228321; Art. 154, I, CF c/c Art. 195, §4°, CF.
I - Imposto de Renda
- O IR está vinculado a legalidade e também a anterioridade, porém apenas a anual.
**Quando o IR for majorado não é necessário esperar pelo prazo de 90 dias para exigi-lo, porém será sempre preciso aguardar pelo exercício financeiro seguinte à data da lei que o majorou. Fundamentos: Arts. 150, III, b’ e c’ c/c 150, §1°, ambos da CF.
 1 – IR na CF
Critérios ou Princípios orientadores:
Progressividade (alíquota);
Generalidade (pessoas);
Universalidade (renda).
**É possível afirmar que o princípio da universalidade das rendas autoriza a tributação extraterritorial do IR. Assim, todos os rendimentos/ganhos de capital sofrerão a incidência do imposto, independentemente de onde forem gerados. Fundamentos: ADI 2588 e Art. 153, §2°, I, CF c/c Art. 43, §§ 1° e 2°, CTN. – Art. 3°, §4°, Lei n° 7.713/88 (pessoa física). – Art. 25, Lei n° 9.249/95 (pessoa jurídica).
2 – IR no CTN
Fato gerador:
- Incide sobre a aquisição da disponibilidade econômica/jurídica de rendas/proventos de qualquer natureza.
** O imposto de renda apenas deverá incidir quando houver acréscimo patrimonial, logo se o montante recebido destinar-se a reparar ou recompensar o dano causado a um bem jurídico haverá mera recomposição patrimonial, quando então se afasta o imposto. Fundamentos: Sumulas 125, 136, 215, 386, 498, todas do STJ, Art. 153, III, CF c/c Art. 43, I e II, CTN.
Base de cálculo para PJ (são três)
Lucro real;
- Quando a receita anual for maior que 78 milhões de reais. Pode ser obrigatório seu pagamento.
Lucro presumido;
- Quando o lucro anual for menor que 78 milhões de reais. É uma opção.
Lucro arbitrado.
- Em caso de impossibilidade aferir a receita anual. É uma medida excepcional.
** O lucro presumido é uma opção do pagador de impostos, sendo certo que a empresa que puder enquadrar-se nessa sistemática de tributação mantém a possibilidade de recolher pelo lucro real. A opção por um regime ou outro é irretratável para o ano escolhido, mas no período seguido poderá ser modificada. Fundamentos: RE 751389; Art. 44, CTN e Art. 13 da Lei 9.718/98.
Base de cálculo para PF – Art. 3° Lei 7.713/88:
- Incide sobre o rendimento bruto, não sendo incluídos os rendimentos não tributáveis (imunes), isentos (doenças), despesas dedutíveis (educação/saúde) ou que seja tributado na fonte (loteria).Pagadores do IR:
Quem aufere renda (pagador);
Quem não aufere a renda, mas está ligado ao FG (responsável);
** O IR retido na fonte pelos Estados/DF/Municípios e suas autarquias/fundações não é transferido para a União. Logo se a retenção for indevida caberá pedido de retenção ao próprio Estado/DF na Justiça Estadual. Fundamentos: Súmula 447, STJ, Art. 45, §Ú, CTN, c/c art. 157, I, CF.
II – IPI
- O IPI é vinculado apenas a legalidade para a sua instituição, pois para a alteração das suas alíquotas não é necessário o respeito a este princípio. Já que as alíquotas do IPI podem ser alteradas por ato do poder executivo.
- Quanto a anterioridade o IPI está adstrito apenas a anterioridade nonagesimal.
IPI na CF
Seletividade
- As alíquotas variam em razão da essencialidade do produto.
** O princípio da seletividade está presente tanto no IPI como também no ICMS, contudo para o IPI sua aplicação é obrigatória, enquanto para o ICMS é facultativa. Fundamentos: RMS 28227; Art. 153, §3°, I, CF c/c Art. 155, §2°, III, CF.
Não cumulatividade
- Sistema de compensação de créditos e débitos, segundo o qual o contribuinte deverá recuperar o IPI pago nas operações anteriores descontando do imposto que pagará nas próximas operações.
** A compensação prevista pelo regime da não cumulatividade não se confunde com a compensação descrita no CTN. A compensação da não cumulatividade visa atenuar a carga tributária, enquanto a do CTN visa extinguir a dívida. Fundamentos: Art. 153, §3°, II, CF c/c Arts 49 e 170, ambos do CTN.
IPI no CTN
Fato gerador:
Circulação de produto industrializado (quando da saída do estabelecimento);
Importação (dá-se no desembaraço aduaneiro);
Aquisição de produto de leilão (no momento da arrematação).
** Na arrematação o IPI só deverá ser cobrado quando sobre o produto leiloado deveria ter sido pago o imposto e isso não aconteceu. Assim se um automóvel é leiloado para pagar o IR, não deve incidir o IPI. Fundamentos: REsp 216218; Art. 153, IV, CF, c/c Art. 46, CTN.
Base de cálculo:
- Dá-se sobre o valor total da operação. Quando há importação o IPI incide também sobre todos os custos da importação, ou seja, incide imposto sobre o frete. 
** Os descontos incondicionais são aqueles ocorridos antes da ocorrência do FG, e, portanto, não fazem parta da BC do IPI. Fundamentos: REsp 318639; Art. 47, II, a’, CTN.
Pagadores do IPI:
Importador;
Industrial;
Comerciante;
Arrematante.
** Na importação de um produto industrializado com sua posterior entrega ao consumidor existem dois fatos geradores distintos: 1) importação e 2) revenda. Não é caso, portanto, de bitributação. Fundamentos: EResp 1403532; Art. 153, IV, CF c/c 51, III, CTN.
ITR
 - O ITR está vinculado a legalidade e também a anterioridade (em suas duas modalidades).
I – ITR na CF
Progressividade das alíquotas.
- São aplicadas alíquotas progressivas para desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
** A aplicação do princípio da progressividade pode ter viés fiscal ou extrafiscal. Na hipótese do ITR seu objetivo é regulatório (extrafiscal) já, para o IPTU, a progressividade pode ser regulatória (quando as alíquotas variam em razão da função social) ou arrecadatória (quando as alíquotas variam de acordo com o valor do imóvel). Fundamentos: Súmula 668, STF, Art. 153, §4°, I, CF, c/c Art. 156, §1°, I, CF e Art. 182, §4°, II, CF.
Imunidade 
- Não incide ITR sobe pequenas glebas rurais, exploradas pelo proprietário que não possua outro imóvel.
** A imunidade ao ITR depende da reunião de certas condições previstas em lei (9393/96). Contudo justamente por se tratar de uma imunidade, a CF exige LC para tanto, de modo que é possível atestar a ineficácia da lei 9393/96 sobre o tema. Fundamentos: Art. 146, II, CF, c/c Art. 2°, § Ú, Lei 9.393/96 e Art. 153, §4°, CF.
Parafiscalidade 
- Ocorre quando o ITR passa a ser arrecadado pelos municípios.
** A partir do momento que o município aceitar a capacidade tributária ativa do ITR terá ele permissão para fiscalizar/arrecadar o imposto, mas isso não o autoriza a legislar sobre a matéria, uma vez que a competência é indelegável. Fundamentos: Art. 153, §4°, IV, CF, c/c Art. 7°, CTN e Art. 153, VI, CF.
II – ITR no CTN
 
Fato gerador
Propriedade;
Domínio útil;
Posse.
** Segundo o CTN, para o IPTU, devemos observar o critério geográfico (zona urbana/IPTU, fora da zona urbana/ITR). Porém conforme o DL 57/66 (que tem força de LC), para o ITR, o critério a ser observado é o da destinação do imóvel (independentemente da sua localização). Fundamentos: R3 140773 e REsp 1112646; Art. 29 c/c 32 CTN e Art. 15, DL 57,66.
Base de cálculo
- Valor fundiário (VTNT – Valor da terra nua tributável).
** Diferentemente do IPTU, a BC do ITR desconsidera construções, instalações e benfeitorias uma vez que o imposto incide apenas sobre a propriedade territorial. Fundamentos: Art. 153, VI, e Art. 30 c/c 33 CTN.
Pagadores do ITR
Proprietário;
Titular do domínio útil;
Possuidor.
** Segundo a jurisprudência embora a propriedade seja fato gerador do ITR, ela não é plena quando o imóvel se encontra invadido. Assim não é razoável tributar o bem que não gere nenhum tipo de renda ou benefício ao proprietário. Fundamentos: REsp 1144982 e Art. 153, VI, CF c/c Art. 31, CTN.
PRINCÍPIOS E IMUNIDADES
I – LEGALIDADE TRIBUTÁRIA – Art. 150, I, CF.
- Todo tributo para ser criado, aumentado ou diminuído dependerá de lei.
Matérias que dependem de LC (art. 146, CF).
Conflitos de competência em matéria tributária;
Regulamentação de princípios e imunidades tributárias;
Normas gerais em matéria tributária.
Tributos que dependem de lei complementar:
1) IGF – 153, VII, CF;
2) residual – Art. 154, I, CF;
3) contribuição previdenciária residual – Art. 195, §4°, CF e Art. 154, I, CF;
4) empréstimos compulsórios – Art. 148, I e II, CF.
Requisitos necessários para a criação de tributo através de lei:
Alíquota;
Base de cálculo;
Sujeito passivo;
Multa;
Fato gerador.
Elementos que não precisam ser instituídos por lei:
Estipulação de obrigações acessórias (art. 113, §2°, CTN, e jurisprudência do STJ);
Atualização monetária do tributo (art. 97, §§ 1° e 2°, CTN e Súmula 160, STJ);
Alteração na data de vencimento do tributo (art. 97, CTN e REsp 172389/SP);
Exceções ao Princípio da Legalidade tributária:
- São tributos que podem ter suas alíquotas aumentadas ou diminuídas por ato infralegal.
1) II (modificado por decreto);
2) IE (modificado por decreto);
3) IOF (modificado por decreto);
4) IPI (modificado por decreto);
5) ICMS combustível (necessita de um convenio anterior) – Art. 155, §4°, CF;
6) CIDE combustível (pode restabelecer o valor originário, mas não majora-lo por decreto) – Art. 177, §4°, CF.
Legalidade e Medidas provisórias (MP):
- A partir da EC 32/01 é possível versar sobre matéria tributária em medida provisória. Art. 62, §2°, CF.
II – ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA - Art. 150, III, b’ e c’, CF.
- A lei que cria ou altera alíquota de tributos, deve aguardar um prazo para fazer efeito no território nacional. Este prazo é denominado de anterioridade ou de não surpresa. 
** A redução de tributos não depende da anterioridade.
Existem 2 tipos de anterioridades:
ANUAL (art. 150, III, b’, CF): Todo tributo majorado deverá aguardar o primeiro dia do ano seguinte à aquele que houve a majoração para surtir efeitos;
NONGESIMAL: (art. 150, III, c’, CF): Determina que um tributo criado ou aumentado só poderá ser cobrado após 90 dias da data da publicação da lei.
Exceções a anterioridade anual (art. 150, §1°, CF; art. 170, §4°, I, b’, CF; Art. 155, §4°, IV, CF);
Exceções a anterioridade nonagesimal (art. 150, §1°, CF); 
III – IRRETROATIVIDADE – Art. 150, III, a’, CF
- A lei tributária em regra não pode surtir efeitos em relação a fatos geradores ocorridos antes de sua publicação.
Exceções:
Art. 106, CTN, que é a lei interpretativa: Trata-se de lei que não institui regramentos novos no

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