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USO DO LUFENURON NO CONTROLE DAS INFECCOES FUNGICAS

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ANDREA KARPEN
VANIA KATHIE ZANELLA BERNARDINO
USO DO LUFENURON NO CONTROLE DAS INFECI;OES FUNGICAS
Trabalho de conclusao de curso
apresentado como parte das
exigemcias para obtenc;ao do titulo
de especialista do Curso de Pas-
Graduac;ao Lata sensu em Clinica e
Cirurgia de Pequenos Animals da
Universidade Tuiuti do Parana.
Orientadora: ProF' Msc. Lucimeris
Ruaro Schuta.
CURITIBA
2001
SUMARIO
RESUMO 1
ABSTRACT 1
INTRODU<;:AO 2
REVISAO DE LlTERATURA 3
MATERIAL E METODOS 8
A - Selec;ao dos animais 8
B - Coleta de material 8
C - Tratamento 12
D-Avalia~ao 12
RESULTADO E DISCUSSAO ..................................................................•........... 14
CONCLUSAO ......................................................................................................• 21
REFERENCIAS BIBLlOGAAFICAS .........................................................•.......... 22
iii
USO DO lUFENURON NO CONTROlE DAS INFECI;:OES FUNGICAS
USE OF lUFENURON IN THE CONTROL OF FUNGICAl INFECCIONS
Karpen, A.\ Bernardino, V. K. Z.'!
RESUMO
Dermatofitose e uma infecyao fungica dos tecidos ceratinizados, pelos, unhas e extrato
c6rneo. Sao tres as especies mais comuns: M. canis, M. gypseum e T. mentagrophytes.
Oermatomicose e uma infecyao fungica superficial causada par urn naD dermatofito, tais
como: Aspergillus, Candida, Malassezia e Tnchopyton. A celula fungica e composta por
polissacarideos, quitina primaria e celulose, sendo que 0 lufenuron age diretamente na
inibiC;8o da sintese de quitina, sendo uma boa alternativa para 0 controle de
dermatomicose e dermatofitoS8. 0 lufenuron foi testado em 40 animais (34 cass e 6
gatos), todos receberam uma dose unica de 60 mg/kg, ap6s ser constatada cultura
micol6gica positiva (DMT). Observou-se n;pida regressao das lesoes (15-18 dias),
ausencia de efeitas colaterais, al9m da facilidade de administrayBo e custo mais
acessivel.
PALAVRAS-CHAVE: Dermatofitose, dermatomicose, anti-fungico
ABSTRACT
Dermatofitosis is a fungical infeccion of queratinized tissues, hair, nails and eye extract.
There are three most common species: M canis, M. gypseum and T. mentagrophytes.
Dermatomicosis is a superficial fungical infeccion, wich is caused by a non
dermatofitum, such as: Aspergillus, Candida, Ma/assezia and Trichopyton. The fungical
cell is composed by polissacarides, primary quitin and celulosis, and lufenuron acts
directly in the inhibition of the quitin sintesis, wich makes a good choice to treat and
control dermatomicosis and dermatophitosis. Lufenuron has been tested in 40 animals
(34 dogs and 6 cats), all of them received only one dose of lufenuron (60 mg/kg), after
the positive mycological culture had been proved. It was noticed a quickly regression of
damages (15-18 days), no side effects, besides the easy-way of control and a more
accessible cost.
KEYWORDS: Dermatophytes, dermatomycoses, antifungical
IMedicas Veterinarias, alunas do Curso de Especializa~o em Clinica e Cirurgia de Pequenos Animais da
Universidade Tuiuti do Parana. Centro de Assistencia Veterinaria - R. Augusto Severo, 148 - Ponta
Grossa - PR, cav@convoy.com.br
INTRODU9AO
Dermatofitose e uma infec9ao fungica dos tecidos ceratinizados, pelos, unhas e
extrato cornea, causada par uma especie de Microsporum, Trichophyton au
Epidermophyton. Enquanto, uma dermatomicose e uma infec.,ao fungica superficial
causada por um nao-dermalafilo, enquadrando-se os Aspergillus, Candida,
Trichosporon e Malassezia. Ambas sao entidades clinicas diferenles (MULLER el ai,
1996).
Sao tres as espekies de dermat6fitos que mais acometem caes e gatos: M.
canis, M. gypseun e T mentagrophytes. Denlro desles 0 mais comum e 0 M. canis, que
e Iransmilido dos anima is para 0 hom em (WILLENSE, 1995).
As celulas fungicas sao compostas par paredes formadas par polissacarideos
complexos, quitina prima ria e celulose, sendo que a eficacia do tratamento sistemico
com formulayoes crais (cetoconazol e griseofulvina), demonstrou que as drogas
atingem as celulas fungicas apas penetrarem nos tecidos ceratinizados (TAVARES,
1993).
o lufenuron e empregado no controle de pulgas, possuindo como mecanisme de
8yao a inibiyao do desenvolvimento dos insetos, interferindo no procesSD de transporte,
polimerizayao ou na deposiyao de quitina, portanto e considerado inibidor da sfntese de
quitina (exoesqueleto) (ANDRADE, 1997).
o aumento da casuistica de dermatomicose e dermatofitose em caes e gatos, a
longa duraryao do tratamento, os efeitos secundarios e 0 alto custo dos tratamentos
convencionais foi marcante na decisao por uma nova opyao de tratamento. Optou-se
pelo lufenuron devido a sua atividade anti-quitina, sua facilidade de administrac;:ao em
dose unica, custo mais acessivel e a rapida regressao das lesoes (aproximadamente 15
dias).
Os objetivos do presente trabalho foram 0 de avaliar 0 periodo de regressao das
lesoes e 0 crescimento dos pelos, encurtando a periodo de infecc;:ao, e assim,
minimizando a severidade e a durac;:ao das lesoes, atraves da ac;ao do lufenuron sobre
as agentes causais da dermatomicose e dermatofitose, detectados em cultura
micologica e tambem devido a pouquissima informac;:ao deste produto para 0
tratamento de infecc;6es fungicas de caes e gatos.
Trabalho semelhante foi realizado par BEN-ZIONY e ARZI (2000), sendo testado
a lufenuron em 297 animais, que receberam doses entre 50 e 60 mglkg, obtendo-se urn
sucesso de 95% com uma unica administrac;:ao e, as 5% restantes obtiveram a cura
apes a segunda dose.
REVISAo DE LlTERATURA
Uma dermatofitose e uma infecyao dos tecidos ceratinizados, unha, pelo e
extrato corneo, causada par uma especie de Microsporum, Trichophyton ou
Epidermophyton. Esses microorganismos - os dermat6fitos - sao os unicos capazes de
invadir e manterem-se nos tecidos ceratinizados. Enquanto uma dermatomicose e uma
infeC\:ao fungica do palo, unha au pele causada par urn nao-derrnat6fito, urn fungo nao
classificado nos ganeros Microsporum, Trichophyton au Epidermophyton, que se
enquadram entre os Aspergillus, Candida e Malassezia. Ambas sao entidades clinicas
diferentes (MULLER et ai, 1996; OHLEN, 1990).
Dermat6fitos sao classificados de acordo com as suas caracteristicas
morfologicas, sendo que todos sao patogemicos para 0 homem e para os animais
(MULLER et ai, 1996; WILLENSE, 1995). A vasta maioria das dermatofitoses em
animais de pequeno porte deve-se a infecC;ao por uma destas tres especies de fungos:
M.canis, M. gypseum e T. mentagrophytes (WILKINSON & HARVEY, 1996), sendo que
o de maior freqOencia e 0 M. canis, acometendo em 98% os gatos com cultura
micol6gica positiva (GRIFFIN et ai, 1994).
A incidencia e a prevalencia de dermatofitose varia com 0 elima e os
reservatorios naturais. Em climas quentes e umidos observa-se urn incidencia mais
elevada do que em clima frio e seco.
Segundo MULLER et ai, (1996), as dermat6fitos sao transmitidos por cantata
com palos e caspas infectados ou com elementos fungicos nos animais, no ambiente
au em fomites (material de tosa, camas, caixas de transportes, etc). Sao transmitidos de
animals para animais, de animais para a homem au do homem para as anima is.
A infecC;ao e quase sempre folicular em caes e gatos, sendo 0 sinal elinico mais
comum uma ou varias manchas circulares de alopecia com formac;ao varia vel de
crostas (Figura 1). Alguns animais desenvolvem a lesao classica em anel com halo
central sadie e papulas e pustulas foliculares finas e crostas na periferia. Os sinais e
sintomas sao variaveis e dependem da interac;ao hospedeiro-fungo e, portanto, do grau
de inflamayao (MULLER et ai, 1996). A dermatofitose pode ser complicada par infecyao
bacteriana secunda ria, geralmente estafilococica.
Figura 1 - Animal da especie canina, macho, da ra~a Dachshund, com1 ano de idade,
apresentando uma lesao fungica classica (area circular, hiperemica com
crostas, papulas e pustulas), causadas por M. canis.
As celulas fungicas sao compostas por paredes farmadas por palissacarideos
complexos, quitina primaria e celulose, sendo que a eficacla do tratamento sistemico
com formula96es orais, demonstrou que as drogas atingem, as celulas fungicas apes
penetrarem no tecido ceratinizado. Tradicionalmente, infecc;6es fungicas tern sido
tratadas com cetoconazol e griseofulvina, por varias semanas e ate meses (TAVARES,
1993). Segundo HOSKINS, (1992), entre as reac;6es adversas da griseofulvina e do
cetoconazol estao: teratogenicidade, sintomas gastrintestinais, como anorexia, vernito,
e diarreia, sintomas neurologicos, principalmente em gatos e supressao da medula
essea, que pode irreversivel e fatal.
Segundo DEBOER & MORIEllO, (1995) ha a possibilidade de se utilizar 0
itraconazol para 0 tratamento de dermatofitose, diferindo do cetoconazol e da
griseofulvina, par ter uma unica administra9ao diaria, com men ores sfeitos colaterais,
podendo vir a ter uma resoluc;ao mais n3pida das lesoes, porem com a desvantagem de
ser extremamente cara.
Em uma revisao de literatura, sobre as agentes anti-fungicos tradicionalmente
utilizados, realizada por JAHAM et ai, (2000), a griseofulvina e recomendada como
terapia inicial eficiente para a maiaria dos casas de dermatofitose, devido seus efeitos
secundarios previslveis, devendo sua administrayao (2 vezes ao dia) ser acrescida de
dieta gordurosa para facilitar sua absor9Bo. 0 usa da anfotericina-B tern como
agravante principal a nefrotoxicidade (aguda e cronica) - sendo os gatos mais sensiveis
que os caes - a administra9aa endovenosa e a frequencia do tratamenta (infusoes 2 a 3
vezes par semana, par varios meses).
Para 0 controle de infec,oes fungicas, ha ainda a possibilidade de se optar pelo
tratamento topico, como 0 citado por WHITE-WEITHERS & MEDlEAU, (1995) em urn
trabalho sobre terapias tapicas, chegando-se a conclusao de que 0 enilconazol e 0 cal
azufrada foram superiores em inibir 0 crescimento de fungos. SolU90es de clorhexidine
e iodo-povidona foram efetivos ap6s 4 tratamentos e a solu980 de hipoclorito de sadie e
shampoo com cetoconazol inibiram 0 crescimento fungico apos 8 tratamentos (GRIFFIN
etal,1994).
VaGinas para dermatofitose em animais (baseados em esporos vivos e
Trichophyton), existem na Europa ha mais de 30 anos, tendo urn resultado eficaz no
controle e na eliminagao dos fungos. Sua administragao e sub-cutanea, 2 a 3 doses,
entre a segunda e terceira dose. Nao e recomendada para gatas prenhes e gatos com
imunossupressao (DEBOER & MORIELLO, 1995). Sendo uma op~o para casos de
insucesso nos tratamentos convencionais.
Indica-se a cultura mensal do material (palos e escamas) concomitanternente ao
tratamento, devendo este perdurar por 2 a 4 semanas, apos se obter urn resultado
micol6gico negalivo (DEBOER & MORIELLO, 1995; WILLENSE, 1995; MULLER et al;
1996).
o lufenuron e empregado no controle de pulgas, sendo administrado
mensalmente, por via oral, na dosagem minima de 10 mg/kg. Possui como mecanisme
de aC;aoa inibiC;aodo desenvolvimento dos insetos, interferindo no processo de
transporte, polimerizac;ao ou na deposiyao de quitina, portanto, sao considerados
inibidores da sintese de quilina (exoesqueleto) (ANDRADE, 1997). Ap6s a
administrac;.3o0 lufenuron e distribuido ao tecido adiposo e vagarosamente liberado na
corrente circulatoria.
ReinfecC;aoespont~mea por dermatofitos em animais de companhia e muito
comum, devendo ser realizado urn rigoroso controle ambiental (agua sanitaria e
formalina), quando a infecc;aofungica for detectada. A reinfecC;aogeralmente ocorrem
dentro de 1 a 3 meses, quando deve ser retomado 0 tratamento a fim de evitar a
transmissao a outros animais, ao homem e para erradicar a infecyao (WILLENSE,
1995).
MATERIAL E METODOS
o experimento loi realizado no Centro de Assistencia Veterinaria (CAV),
localizado em Ponta Grossa - PR, sendo a peri ado de realiz8yElO compreendido entre
abril de 2000 e junho de 2001.
A - Sele<;ao dos animais
Foram escolhidos aleatoriamente 40 animais, entre caes (85%) e gatos (15%),
recebidos para atendimento clfnico no CAV, estando as mesmas sem qualquer
alteragBo no exame ffsico geral que pudesse contra-indicar 0 tratamento (hipertermia,
v~rnita, diarreia, magreza e doenc;as infecciosas).
Os anima is loram escolhidos aleatoriamente quanto ao sexo, rac;:a (Tabela 1),
idade (1 a 72 meses) e peso corporeo (0,4 kg a 48,0 kg), apresentando somente lesoes
como: uma ou varias areas alopecicas circulares (Figura 2), hiperemicas ou nao,
escaras e crostas (Figura 3).
Durante todo 0 periodo de tratamento todes as animais foram expostos as
mesmas condic;6es alimentares.
B - Coleta de material
as animais selecionados foram submetidos a avaliayao atraves da luz
ultravioleta de Wood (Iampada) na primeira avaliatyfio cHnica. Utilizou-se urn ambiente
Figura 2 - Animal da especie canina, SRD, com aproximadamente 2 an os de idade,
apresentando areas alopecicas generalizadas, causadas por M. canis.
Figura 3 - Animal da especie canina, da rac;a Poodle, com urna (mica lesao causada por
M. canis, com a presenc;a de caspas e crostas.
10
TABELA 1 - Animais submetidos ao tratamento com lufenuron. de acordo com a especie,
ra~a e sexo" CAV" 2000/2001.
Quantidade Especie Ra~a Machos Femeas
Canina Beagle
Can ina Cocker
5 Felina Persa 2 3
3 Canina Poodle 2
Canina Sao Bernardo
Canina Schnauzer
Canina Shitzu
24 Can ina SRD 10 14
2 Can ina Yorkshire
Felina Angora
escuro sendo passada a lampada, previamente ligada par 5 a 10 minutos, par toda a
superffcie corporal par 3 a 5 minutos (devido a lentidao de algumas cepas em
demonstrar colora~o amarela-8sverdeada). Foi coleta do material at raves de raspado
cutaneo (passadas suaves de lamina de bisturi esteril sabre a pelagem do animal,
coletando pelos, crostas e escamas) e arrancamento dos pelos, auxiliado com pinc;;a
II
hemostatica esteril, das margens das lesoes, das areas adjacentes e os fluorescentes
para a luz de Wood.
o material coletado foi acondicionado em placas ou frascos estereis e
encaminhado, para pesquisa direta e cultura micol6gica, para a Laborat6rio da Analises
Clinicas da Universidade Tuiuti do Parana (UTP), situado em Curitiba - PR e para 0
Laborat6rio de Analises Clinicas Clinipon, situado em Ponta Grossa - PR.
Procedimentos laboratoriais - Em todas as amostras para a pesquisa direta, sao
colocadas diversas gotas de KOH (10 a 20%) em uma lamina, adicionando-se uma
lamfnula, a lamina e suavemente aquecida par 15 a 20 segundos, sendo corada em
seguida com lugol lorte. 0 preparado pode ser examinado em poucos minutos ,
podendo revelar leveduras, conideos, hilas e pseudo-hilas. 0 dextro agar de
Sabourad e 0 meio de testes para dermat61itos (DMT), sao tradicionalmente
utilizados em micologia veterinaria para 0 isolamento de fungos. 0 DMT e
essencialmente urn dextrose agar Sabourad com ciclo-heximida, gentamicina e
clortetraciclina como agentes antifungicos e anti bacteria nos. As culturas devem ser
incubadas no escuro ell 30°C e com 30% de umidade, permanecendo incubadas por
10 a 14 dias, checadas diariamente para constatar 0 crescimento fungico. A
interpretagao adequada da cultura em DMT necessita da identilica~ao da mudan~a
de cor vermelha, simultaneamente com 0 crescimento micelial visfvel (MULLER et
al,1996).
12
C - Tratamento
Todos os caes receberam lufenuron (Program®), na dose de 60 mg/kg numa
combina,ao de comprimidos de 67,8 mg, 204,9 mg e 409,8 mg, de acordo com 0 peso
corporal do animal. Todos os gatos receberam lufenuron (Program®) suspensao (133
mg), sendo que animaisate 2,0 kg receberam 1 tubo (133 mg) e gatos com peso
corpereo entre 2,1 kg ate 4,5 kg receberam 2 tubos inteiros (266 mg). Em ambos foi
usada urna unica administra980 par via oral. Afora algumas exc8.yoes, lodes as animals
fcram tratados apenas urna vez. Os animais tiveram urna varia980 de peso de 0,4 kg a
48,0 kg, correspondendo a uma varia,ao de doses de 133 mg a 2880 mg de lufenuron.
D - Avalia,ao
Os animais foram avaliados nos dias 0 - 7 - 14 - 21 e 28, apes a administra9ao do
lufenuron, para as seguintes itens: quantidade de crostas; presen.ya de prurido;
diminui980 das areas hiperemicas; crescimento dos peHos na area lesionada e
regressao das les6es. A recupera~o clinica toi considerada quando desapareceram as
sinais clfnicos da infec980 fungica e 0 crescimento dos pel os (Figura 4a - 4b). Sendo
posteriormente avaliados visualmente e com cultura fungica, ap6s a regressao das
lesoes, par 3 meses consecutivQs, observando-se 0 passlvel aparecimenta de casas de
reinfecc;aa.
Program@· Novartis Saude Animal Ltda
Figura 4a - Animal de especie canina, SRD, apresentando dermatofitose gene (igada, 't."
causada por M. canis, submetido ao tratamento unico com lufenuro ~~!\
administrac;ao do medicamento ( primeira avaliac;ao).
Figura 4b - Animal da especie canina, SRD, submetido ao tratamento com lufenuron apas
21 dias da administrac;ao (fase de recuperac;ao clinica - ausencia de lesoes).
14
RESULTADOS E DISCUSSOES
Foram idenlificados 34 animais (6 gatos e 28 caes) com dermatofitose, estando
as especies envolvidas descritas no Grafico 1. As les6es encontradas estavam
localizadas (Gnifico 2).no dorso (Figura 5), no dorso e cabeY" (Figura 6), na cabe,a,
extremidades e de modo generalizado (Figura 7).
Os sinais da recuperac;:ao elinica foram variaveis, ap6s 7 dias da administrayao
do lufenuron, 85,29% dos animals nac apresentavam mais prurido, hiperemia e crostas
(Figura 8a) Na segunda reavalia,ao somente 6 caes e 1 gata nao haviam apresentado
melhora. Na terceira reavaliac;ao (apos 21 dias) as demais animals apresentavam cura
clinica (Figura Bb), exceto em 4 animals, nos quais foi realizada a repetiC;:8o do
medicamento.
GRAFICO 1 - Especies de dermat6fitos encontrados em cultura micologica nurn total de
34 animais (28 caes e 6 gatos) submetidos ao tratamento com lufenuron.
3%
o T. mentagrophytes
.M. canis
DE. floccosum
15
GRAFICO 2 - Localizac;ao das les6es causadas por fungos, em 34 caes e 6 gatos,
submetidos ao tratamento com lufenuroll.
12
6 D extremidades
D generalizada
10
8
4
2
Figura 5 - Animal da especie canina, macho, da raC;a Poodle, com lesoes no dorsa,
causadas por E. floccosum.
16
Figura 6 - Animal da especie canina, SRD, apresentando areas com alopecia, hiperemia
e esc amas, decorrente de infec~ao cau~ada por T. mentagrophytes, na
regiao da cabeca.
Figura 7 - Animal da especie canina, SRD, com dermatofitose causada por M. canis, com
com lesoes generalizadas.
17
Figura 8a - Animal da especie canina, SRD, com 3 meses de idade com dennatofitose
causada por T. mentagrophytes, na 2a. avaJiac;ao (7 dias ap6s a administrac;ao
de lufenuron), observa-se ausencia de hiperemia e crostas nas lesoes.
Figura 8b - Mesmo animal da figura anterior, na 3i1.avaliac;ao (21 dias da administrac;ao do
lufenuron), na fase de cura clinica (crescimento dos piHos).
18
Os caes responderam bem aD segundo tratamento e a na gata que apresentava
M. canis, utilizou-se cetoconazol/10 mg/kg/BID, (LORENZ et ai, 1996) devido ao
aumento das les6es.
Os resultados obtidos com 0 lufenuron, comparativamente aos trabalhos
realizados por WHITE-WEITHERS & MEDLEAU, (1995); JAHAM et ai, (2000) e
DEBOER et ai, (1995), que ressaltaram a utiliza<;ijo de griseofulvina, cetoconazol e
itraconazol para 0 tratamento das dermatofitoses, fcram de grande significancia, devido
ao periodo de regressao das lesoes, que em media estes produtos lavarn de 4 a 8
semanas para a inicio do crescimento dos palos e como lufenuron conseguiu-se em
aproximadamente 10 dias.
A dermatomicose superficial estava presente em 15% dos caes selecionados, as
especies detectadas 88taO descritas no Grafico 3. Todos apresentaram infec90es
cutimeas (Figura 9 e 10). Destes, 0,06% nao apresentou resposta ao tratamento,
tratando-se de um caso de Malassezia em um cao. Os demais animais tiveram uma
melhora significativa ap6s a segunda reavalia9aO.
Resultado semelhante foi encontrado por BEN-ZIONY e ARZI, (2000), quando
95% dos animais de um total de 297 (129 caes e 168 gatos), tiveram a recupera~ao
clinica com uma unica dose de lufenuron (tendo uma varia9210 de 51,2 a 266 mg/kg
para os gatos e 46,8 a 68,3 mg/kg para os caes).
19
GRAFICO 3 - Especies de nao-dermatofitos encontrados em cultura micol6gica de 6 caes,
submetidos ao tratamento com lufenuron.
17%
oAspergillus sp .
• M. pachidermatis
o G. candidum
o periodo para a recuperaC;8o cHnica dos caes (12 -18 dias) naD variou quando
comparado ao dos gatos (10 - 16 dias), nao tendo uma variaC;8o significativa,
comparativamente ao resuitado obtido por BEN-ZIONY e ARZI. (2000).
ReinfecC;80 espontanea foi observada em 5% dos animais, ap6s dais meses da
administra9ao do lufenuron. detectada apes cultura micolegica positiva (M. canis) e,
cura clinica foi observada apes a repeti,ao do tratamento em dose unica. BEN-ZIONY e
ARZI, (2000) obtiveram a mesma porcentagem de reinfecc;ao, porem nurn period a
menor (entre 25 e 35 dias).
20
Figura 9 - Animal da especie canina, femea, da rat;a Poodle, com lesao alopecica circular
hiperemica e descamativa, localizada na, borda auricular, causada por T.
mentagrophytes.
Figura 10 - Animal da especie canina, SRO, com dermatomicose, causada por Aspergillus
sp., apas 14 dias da administrat;30 do lufenuron. observa-se 0 retorno do
crescimento dos pelos, ja tendo a cobertura total da lesao.
CONCLusAo
o resultado do experimento mostrou que dies e gatos tratados com lufenuron
tiveram remissae dos sinais clinicos muito mais fapido do que as tratados com produtos
sistemicos, como a cetoconazol e a griseofulvina (2 a 3 meses para a recuperag8o) ou
com os tratamento t6picos existentes (regressao das les5es entre 4 e 8 tratamentos).
Nao foi observada grande variary80 no periodo de recupera98.0 entre as animais
acometidos par dermatomicoses e dermatofitoses.
NaD foi observada a ocorrencia de efeitos colaterais, como vornita e diam§ia,
demonstrando a intensa margem de seguranya que 0 lufenuron apresenta,
principal mente para os felines, quando utilizada urna dose superior a preconizada para
a tratamento contra pulgas.
Devido 0 mecanisme de 8<;80 do lufenuron, que e 0 de inibir a slntese de quitina,
a qual faz parte da composi9ao da parede celular fungica - interferindo na sua formayao
e manutenc;ao, a sua administrac;ao mostrou-se efetiva para 0 controle das infecc;6es
fungicas de caes e gatos,
Houve um sucesso no tratamento unico em 95% dos animais (5 gatos e 33
cees), sendo que em 12,5% foi realizada uma segunda dose e somente 5% dos
animais (1 gata e 1 cao) nao responderam ao tratamento.
o lufenuron alem de ser 0 unico medicamento oral que propicia 100% de
controle de pulgas, sem a utilizac;ao rotineira de inseticidas t6picos, proporciona um
metodo eficaz e n;pido para 0 tratamento de infec95es fungicas em caes e gatos.
22
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, S. F. Manual de terapeutica veterinaria. Sao Paulo: Rocca,
1997. p. 386.
BEN-ZIONY, Y., ARZI, B. Use of lufenuron for treating fungal infections of
dogs and cats: 297 cases (1997-1999). JAVMA. 2000; v. 217 n. 10: p. 1510-
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