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NP 1 – TRABALHO – CCG – 2016.2 – FOTOGRAFIA 1 29/9/2016 – PROFESSORA ALESSANDRA BOUTY ALEX NUNES BARROSO – 1612028 FRANCISCO MICHAEL DA COSTA DAMASCENO - 1623496 RODRIGO ALBUQUERQUE - 1522776 ISABELLA MARA CAMPOS DE OLIVEIRA - 1520051 THAIANE SILVEIRA - 1512600 FOTOGRAFIA JORNALÍSTICA CONCEITO A fotografia jornalística ou fotojornalismo é uma área em que o objetivo do profissional é passar a informação através da imagem, que deve ser clara e concisa. Tem que se saber captar, o profissional tem de colocar-se no lugar do público, ser seus olhos, e poder, através de uma imagem, contar uma história. O fotógrafo tem de ser persistente, paciente e sensível ao que o rodeia. É no fotojornalismo que a fotografia pode exibir toda a sua capacidade de transmitir informações. HISTÓRICO A fotografia é marcada pela invenção da câmera escura, e, com o daguerreótipo, já era possível realizar coberturas de acontecimentos e fatos. A fotografia não era bem vista pelos impressos, que a consideravam como uma espécie de um produto inferior. Os editores desvalorizavam a seriedade da informação fotográfica. Com o surgimento do primeiro tabloide fotográfico, o Daily Mirror em 1904, a fotografia deixa de ser s e c u n d a r i z a d a e g a n h a c r e d i b i l i d a d e . O desenvolvimento da indústria fotográfica também auxiliaram na consolidação do fotojornalismo, as câmeras mais leves e menores permitiam maior mobilidade, e as lentes com maior luminosidade permitiram menor tempo de exposição e, com isso, maior agilidade na divulgação. Após a guerra, na Alemanha, surgem várias revistas ilustradas. A junção de texto e imagem já aparece com maior propriedade, e não de modo isolado, como antes. Na revolução pós-guerra do fotojornalismo, era crescente a industrialização e massificação do produto fotojornalístico mas, com a televisão, houve o início da crise das revistas ilustradas, devido ao desvio de verba publicitária para ela. A segunda revolução no fotojornalismo é explorado a sensibilidade e a emoção do leitor, com imagens da Guerra do Vietnã menos censuradas. Na terceira revolução, houve a possibilidade de edição de imagens, e a rapidez na transmissão e veiculação de imagens. CARACTERÍSTICAS O Fotojornalismo é a definição da celebre frase “uma imagem vale mais que mil palavras”, pois a sua principal característica é exatamente a de mostrar para o mundo o que está ocorrendo na realidade, mostrar os fatos por meio de imagens, tornando assim a fotografia uma das áreas mais importantes do jornalismo. O jornalismo tem um aspecto importante que é seu cunho social, como de fazer os cidadãos enxergarem a realidade e serem mais conscientes, abordam isso por meio de informações transmitidas por textos e fotos, pois a imagem ajuda a compreender mais a fundo o que é relatado por meio do texto. A linguagem da imagem fala diretamente com o cidadão, muitas vezes precisando apenas de uma imagem para compreender todo o assunto do texto. A linguagem das fotografias do jornalismo são baseadas em enquadramentos, planos e composições de imagem, instinto do próprio fotógrafo, pois são elementos que influenciam diretamente na compreensão da foto. O enquadramento é o espaço de realidade da foto, ou seja, qual o lugar preciso que será fotografado para passar a mensagem desejada, focando no que é importante ser mostrado. Os planos são elementos da fotografia que influenciam na expressividade da fotografia, existem quatro tipo de planos, que são: 1. Plano Geral: É o plano que servem para apontar ao observador o lugar que está ocorrendo do fato, pois a imagem é mais aberta e informativa. 2. Plano de Conjunto: Geralmente são planos fechados, que servem principalmente para diferenciar a ação, os integrantes e elementos da ação com facilidade. 3. Plano Médio: Esse plano se aproxima de uma visão mais objetiva do fato, relacionando os elementos presentes com essa visão objetiva. 4. Primeiro Plano: Tem uma característica mais expressiva do que informativa. Outro aspecto importante sobre a linguagem da fotografia que deve ser levado em consideração, são os ângulos das imagens, esses ângulos também aparecem nos planos, como: 1. Plano Normal: Que é a tomada da foto que se faz no mesmo nível da superfície da foto, dado assim um olhar objetivo de ocorrido. 2. Plano Picado: Tomada que se faz de cima para baixo, dando assim uma desvalorização ao motivo fotografado. 3. Plano Contrapicado: Tomada que se faz de baixo para cima, valorizando o objeto fotografado. Já a composição, outro elemento importante da linguagem do fotojornalismo, nada mais é do que a organização dos elementos fotográficos, dando assim um efeito unificado, permitindo que a imagem em si transmita uma ideia, uma sensação para quem a veja. Diferente de outras áreas da fotografia, outra característica do fotojornalismo é que o profissional não tem uma proposta do que fotografará, pois raramente ele sabe o que encontrará no local e nem as condições de trabalho que será submetido, muitas vezes sendo obrigado a agir por instinto. A única coisa que o fotojornalista tem em mente é que tem que capturar o momento com rapidez e sensibilidade, sem deixar de lado a força noticiosa que a imagem deve conter, ou seja, além de todas as dificuldades encontradas no local para fotografar, a fotografia deve ser tirada pensando no texto que lhe acompanhará e ainda considerando relação espaço-tempo, a utilização expressiva da profundidade de campo, da travagem do movimento e do movimento escorrido, que são elementos do fotojornalismo. O trabalho do fotojornalista pode ser aproveitado em todos os meios que retratam a realidade para o seu público, por isso o fotojornalismo apresenta um mercado de trabalho muito amplo, podendo trabalhar em jornais, canais de conteúdo, agências de notícias, revistas e etc. CLASSIFICAÇÃO O fotojornalismo é que ele se divide em gêneros, para melhor ser reportado, são eles: 1. Fotografia Social: Categoria que engloba fotografia política, fotografia de guerra, de economia/negócios e fotografias de fatos gerais que sejam de grande impacto no espaço onde são capturadas. 2. Fotografia Cultural: Fotografias que chamam a atenção antes da matéria ser lida, que englobam shows, peças teatrais, eventos culturais no espaço onde foram capturadas as fotos. 3. Fotografia Policial: Fotografias voltadas para casos policiais ocorridos no espaço onde são capturadas, fatos como combate, apreensão e ou repressão policial, crimes, mortes. Geralmente são imagens de grandes repercussão e destaque. 4. Fotografia de Notícias: As fotografias de noticias são as fotos que estão mais presentes em jornais, revistas ou sites de informação. Nesse grupo se destacam ainda 3 grupos de foto noticia que são: Spot News: Que são acontecimentos inesperados que acontecem e exige muita agilidade do fotografo, pois por estarem dentro do acontecimento não tem muito tempo para planejar a imagem, e muitas vezes essas imagens saem ao acaso e os fotógrafos tem que ter muita responsabilidade no caso de um registro de um acidente com vitimas por exemplo. General News: São coberturas jornalísticas onde o foto jornalista está corretamente posicionado e com os equipamentos certos pra ocasião, são coletivas de imprensa, reuniões políticas e etc. Photo Opportunities: São os instantes descontraídos nas reuniões políticas por exemplo onde são fotografadas cumprimentos, brincadeiras entre as pessoas fotografadas e os fotógrafos sempre procuram originalidade nessas fotos com ângulos diferentes e criativos. Features: São imagens que falam por si, não precisam de legenda, e o fotógrafo precisa de muita agilidade para conseguir capturar essas imagens, pois focam muito nas expressões,procuram sempre serem imagens contrastantes e fortes, o fotografo não tem palta a seguir pois essa modalidade o deixa aberto pra sua criatividade e percepção artística. Há três tipos de feature photos: as fotografias de interesse humano, as fotografias de interesse pictográfico e as fotografias de animais. 5. Fotografia Desportiva: Tem o papel de mostrar a emoção e sempre são fotografias diferentes, elas são dividias em dois grupos: Fotografias de Ação Esportiva: São fotos tiradas a qualquer momento durante a competição ou jogo. Features Photos de Esporte: Procura retratar o ser humano e o esporte em si fica em segundo plano, com foco em expressões faciais e corporais, mas também em possíveis ações. 6. Retratos • Não ambiental – Onde a foto mostra rosto e os ombros do fotografado e essa foto mostra traços de personalidade vindos das expressões faciais como iluminação etc. • Ambiental – Quando o ambiente é usado para reforçar a personalidade que quer ser retratada. GRANDES NOMES DO FOTOJORNALISMO No mundo do fotojornalismo existem grande nomes que contribuíram para a surgimento do gênero e com o passar dos anos foram formando sua linguagem e estética, seria impossível citar todos, mas os principais nomes são: Matthew Brady, Diane Arbus, Dorothea Lange, Henri Cartier-Bresson, George Rodger, Simon Guttmann, Ernest Hass, David Seymour, Brassai, Gerda Taro, Robert Capa, José Medeiros, Cornell Capa, Weegee, Werner Bischop, W. Eugene Smith, André Kertész, René Burri, Sebastião Salgado, Patrick Demarchelier, Robert Doisneau, William Vandivert, Antonio Augusto Pontes, Vidal Cavalcante, Emidio Luisi, Marcos Prado, James Nachtwey, Pedro Martinelli, Annie Leibovitz, Evandro Teixeira, Maureen Bisilliat, Nair Benedicto, Gervásio Batista, Juvenal Pereira, Juca Martins, dentre outros. HISTÓRIA DE ROBERT CAPA Endre Erno Friedmann, mais conhecido como Robert Capa. Judeu, deixou a Hungria aos 18 anos e mudou-se para Berlim, onde estudou Ciências Política. Capa tinha o sonho de ser escritor chegando a escrever livros e reportagens, mas logo conseguiu um emprego como fotografo freelancer e se deu bem na profissão. Com o advento do nazismo na Alemanha, Capa muda para a França em 1932, encontrando dificuldades para conseguir outro emprego. Foi nessa época que ele adotou o nome de Robert Capa, não se sabe se para despistar o olhar vigilante da polícia do Sr. Chiappe, se em alusão ao cineasta Frank Capra já que um dia chegou a ser confundido com o mesmo, ou se era um apelido que recebera na escola quando criança. Para incorporar o nome, contou com a ajuda de uma amiga da época, a fotógrafa Gerda Taro, que intermediava o contato entre clientes e Capa. De 1936 a 1939, Capa ao Lado de Gerda, agora sua namorada, e de David (Chim) Seymour fotografou os horrores da Guerra Civil Espanhola. Essa cobertura o deixou conhecido mundialmente, com destaque para a foto do exato momento em que soldado republicano Federico Borrell é abatido por um tiro na cabeça pelo exército do ditador espanhol Francisco Franco. A fotografia teve repercussão internacional e se tornou um poderoso símbolo da guerra. O maior fotógrafo de guerra da história odiava a guerra, e suas fotos são justamente um manifesto contra ela. Em 1938, sua namorada Gerda morre na Espanha e Capa viaja para a China, emigrando para os Estados Unidos um ano depois. Como correspondente americano, fotografou a Segunda Guerra Mundial em Londres, Itália, e Norte da África, além da batalha na Normândia, na invasão dos aliados as praias francesas. Capa acompanhou a segunda onda de tropas americanas, que enfrentou os soldados alemães. O fotografo tirou 1065 fotos onde muitas delas foram destruídas em um acidente no laboratório em Londres. Capa esteve na vanguarda da fotografia no século XX. Ele utilizava uma lente Leica 35mm, além de uma Contax Lla e uma câmera Nikon S. Em 1947, fundou a Magnum Photos (uma agencia que trabalhava com fotógrafos freelancer) ao lado de Henri Cartier-Bresson, David Seymour, George Rodger e William Vandivert. Capa morreu prematuramente no dia 25 de maio de 1954, quando pisou em uma mina durante a cobertura da Guerra da Indochina (Vietnã). Seu corpo foi encontrado com as pernas dilaceradas e sua câmera ainda entre suas mãos. Capa fez história na fotografia mundial e levou a frase que tornou sua marca registrada, para o seu leito de morte. “Se suas fotos ainda não estão boas o suficiente, é porque você ainda não está perto o suficiente”. FOTOGRAFIAS ESCOLHIDAS Primeira foto de página inteira de Robert Capa, durante a palestra de Leon Trostky para estudantes universitários sobre o “Meaning of the Russian Revolution”, que estava sendo perseguido pelo governo de Stalin, as fotos foram tirada para a revista alemã Der Weltspiegel, em 27 de Novembro de 1932 na cidade de Copenhague, Dinamarca. A foto mais famosa de Robert Capa é sem dúvida "O Soldado Tombando" (The Falling Soldier) que foi feita no front de Córdoba em 1936 durante a Guerra Civil Espanhola, mostrando o miliciano de camisa branca caindo para trás, com os braços abertos para os lados, deixando seu fuzil cair. Ela acabou sendo vista como símbolo da luta contra o fascismo. Na época houveram rumores que a foto era falsa, mas arquivos do governo espanhol confirmam que Feredico Borrell García foi morto durante a batalha de Cerro Muriano. Robert Capa foi o primeiro fotografo a registrar o histórico Dia-D, onde as primeiras tropas Norte Americanas chegam na praia de Omaha na Normandia, noroeste da França dia 06 Junho de 1944 para combater o exército alemão na Segunda Guerra Mundial. Capa além de revolucionário como pessoa foi também como fotógrafo, pois antes da Guerra Civil Espanhola os fotógrafos chegavam antes para registrar o início de uma guerra e depois para registrar o seu fim, Capa registra o durante, lado a lado dos combatentes, o que lhes rendeu também perseguições e muitos inimigos, alguns jornalistas chegaram a chamá-lo de carniceiro por estar sempre a espera de que alguém fosse morto, como se os horrores da guerra estivessem ao seu controle. Como judeu Robert Capa também foi vítima do anti-semitismo, principalmente com eclodir do Nazismo na Alemanha, país que foi exilado e posteriormente fugitivo. No ano de 1950 Capa volta a Jerusalem para registrar os campos de imigração oriundos principalmente do Leste Europeu, do Norte da África e do Yemen. Esta foto mostra os acampamentos dos imigrantes na reconstrução de Israel na cidade de Haifa, que em pouco anos chegou a duplicar sua população. Esta foi a última foto de Robert Capa, tirada na tarde de 25 de maio de 1954. A região de Thai-Binh na Indochina (Vietnã) havia sido evacuada por soldados franceses, Capa segue pela estrada e pára para fotografar o pelotão que caminha pela grama alta, no caminho encontra uma criança morta, talvez um presságio do que lhe esperava mais a frente, mesmo em uma distância considerada segura, Capa subiu em uma encosta para ter um ângulo mais aberto da tropa, quando pisa em uma mina terrestre que decepa de imediato sua perna. Capa é levado para um pequeno hospital, mas não resiste aos ferimentos e morre, relatos da época contam que a caminho do hospital Capa brinca com os soldados que o levam dizendo: “Essa vai ser uma bela história”. REFERÊNCIAS http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3781515 http://www.jornalista.com.br/fotojornalismo.html http://nescolas.dn.pt/nescolasv2/index.php?a=kitmedia&p=2_8 http://www.fotografia-dg.com/revolucoes-fotojornalismo/ http://www.canoncollege.com.br/blog/o-que-e-fotojornalismo-36 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fotojornalismo Livro: Uma história crítica do fotojornalismo ocidental - Jorge Pedro Sousa https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Capahttps://translate.google.com.br/translate?hl=pt- BR&sl=en&u=http://blog.volgyiattila.com/2013/05/25/robert-capa-died-on-this-day-in-1954- in-vietnam/&prev=search Artigo: A Segunda Guerra Mundial pelas lentes de Robert Capa, Ana Carolina Felipe Contato, Londrina, 2012. Artigo: Robert Capa: espectador e coadjuvante nos conflitos de seu tempo, Rodolpho Cavalheiro Neto e Maria Dolores Aybar Ramírez, Londrina, 2009. Livro: Robert Capa, Jean Lacouture, Cosac Naify, São Paulo, 2012. Livro: Robert Capa The Definitive Collection, Richard Whelan, Londres, 2001. Filme: A Maleta Mexicana. Documentário, Trisha Ziff, Espanha, 2011. Filme: Robert Capa en Andalucía. La forja de un mito. Documentário, XL Producciones, Espanha, 2013. (https://www.youtube.com/watch?v=-v7nv2BJ1BU). Filme: Robert Capa El hombre que quería creer su própria leyenda. Documentário, Patrick Jeudy, Espanha, 2014. (https://www.youtube.com/watch?v=ctsd90TZHV4).