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Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 Bobinas de Helmholtz e Ca´lculo da Relac¸a˜o Carga/Massa do Ele´tron Daniel Rocha Ferreira, Victtor Hudson A. Arantes Instituto de F´ısica, Universidade Federal de Goia´s Curso de F´ısica - Licenciatura Resumo Este trabalho pretende investigar um procedimento experimental que foi realizado sob duas etapas, caracterizadas da seguinte forma: Mapeamento do Campo Magne´tico produ- zido por bobinas de Helmholtz e obtenc¸a˜o da relac¸a˜o carga/massa do ele´tron. Para esse intento usamos um arranjo de duas bobinas circulares paralelas com corrente fluindo no mesmo sentido. Com isso foi poss´ıvel produzir campos magne´ticos uniformes de baixa in- tensidade sobre um volume relativamente grande. Utilizando uma sonda Hall analisamos o comportamento deste campo em variac¸o˜es de 1 em 1 cm para diferentes configurac¸o˜es de separac¸a˜o entre bobinas. Esse procedimento foi realizado para o eixo axial (z) e para o eixo radial (r) das bobinas de Helmholtz. Posteriormente, com a tomada dos dados das distaˆncias de separac¸a˜o remetidos a cada configurac¸a˜o, constru´ımos os gra´ficos que carac- terizaram uma regia˜o cil´ındrica em que o comportamento do campo neste volume mostrou- se uniforme. Correlacionando com a Lei de Biot-Savart, realizamos os ca´lculos teo´ricos para eixo axial evidenciando com isso seis curvas caracter´ısticas, sendo treˆs teo´ricas e treˆs experimentais a t´ıtulo de comparac¸a˜o. Por u´ltimo, usamos o arranjo descrito anterior- mente para determinar a raza˜o carga/ massa do ele´tron por meio de trajeto´rias realizadas por um feixe de ele´trons produzidos em tubo de raios cato´dicos em que foram emitidos ele´trons dentro de uma cuba contendo um ga´s nobre sob baixa pressa˜o. Ajustando, assim a corrente para que a trajeto´ria circular dos ele´trons atingisse raios bem determinados. Para isso aplicamos tenso˜es variadas. Conjuntamente a isso, acompanhamos os valores de corrente equivalentes a cada tensa˜o e por conseguinte construiu-se uma tabela carac- terizando a relac¸a˜o entre tenso˜es e correntes sucessivas, terminando com os ca´lculos da me´dia e desvio padra˜o obtendo o valor da relac¸a˜o carga/massa do ele´tron. Introduc¸a˜o Bobinas de Helmholtz A curiosidade humana sobre os efeitos de campos magne´ticos vem de longa data, mas os estudos de campos magne´ticos causados por correntes ele´tricas foram bem definidos entre os anos de 1819 e 1820. Durante esse per´ıodo Christian Oersted1 realizou experimentos utilizando circuitos ele´tricos fechados pro´ximos de bu´ssolas. Por volta de 1820, Jean-Baptiste Biot2 e Fe´lix Savart3 aperfeic¸oaram alguns dos experimentos realizados por Oersted com medic¸o˜es precisas de oscilac¸a˜o e torc¸a˜o para determinar as forc¸as que atuam em campos magne´ticos esta´ticos. Os 1Hans Christian Oersted (1777-1851). F´ısico e qu´ımico dinamarqueˆs. 2Jean-Baptiste Biot (1774-1862). F´ısico, astroˆnomo e matema´tico franceˆs. 3Fe´lix Savart(1791-1841). F´ısico franceˆs. 1 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 campos eletromagne´ticos surgem em torno de condutores ao fluir por eles uma corrente ele´trica, e foi baseada no estudo deste fenoˆmeno que surgiu a equac¸a˜o de Biot-Savart, dada por: d ~B = µ0 4pi Id~l × ~r r3 (1) onde d ~B e´ a densidade de fluxo magne´tico infinitesimal produzida num ponto P por um con- dutor de comprimento retil´ıneo infinitesimal d~l percorrido por uma corrente ele´trica I, ~r e´ o vetor que vai do elemento condutor d~l ao ponto onde se encontra o campo d ~B, r e´ o mo´dulo de ~r e µ0 e´ a constante permeabilidade magne´tica do va´cuo. As bobinas de Helmholtz sa˜o um par de bobinas circulares planas de raio R, que esta˜o separadas por uma certa distaˆncia ao longo do mesmo eixo. Em ambas a corrente e´ igual e flui na mesma direc¸a˜o. As bobinas podem ser usadas por exemplo para cancelar o campo magne´tico da Terra, obtendo uma regia˜o de campo magne´tico com intensidade pro´ximo de zero. E´ utilizada tambe´m para gerar um campo magne´tico de refereˆncia, que associado a` uma bu´ssola, e´ utilizado para medir o campo magne´tico ambiental terrestre. Figura 1: Esboc¸o esquema´tico de uma espira circular, percorrida por uma corrente I. O ca´lculo realizado para determinar o campo magne´tico entre as bobinas circulares e´ apre- sentado a seguir. Partindo da Figura 1, temos que o vetor d~l e´ perpendicular aos vetores ~r e d ~B, e ainda perpendicular ao plano onde esta˜o esses dois vetores, de maneira que podemos reescrever a equac¸a˜o 1 da seguinte maneira: dB = µ0I 4pir2 dl = I 4pi µ0dl R2 + z2 (2) onde z e´ a distaˆncia do centro da espira ao ponto onde calculamo o campo. Conforme a Figura 1 d ~B possui duas componentes, uma radial d ~Br e outra axial d ~Bz. Por simetria as componentes radiais do campo se anulam, restando apenas as componentes d ~Bz as quais possuem a mesma direc¸a˜o podendo portanto serem somadas. Dessa forma o campo na direc¸a˜o radial e´ nulo, Br = 0 e ao longo da direc¸a˜o axial e´ dado por: 2 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 B = Bz = µ0I 2 R2 (R2 + z2) 3 2 = µ0I 2R 1[ 1 + ( z R )2] 3 2 (3) O campo magne´tico de uma bobina circular de N espiras e´ obtido multiplicando-se o nu´mero de espiras pelas equac¸a˜o 3. De forma que o campo ao longo do eixo das duas bobinas ideˆnticas a uma distaˆncia a do centro das bobinas sera´: B(z, r = 0) = µ0IN 2R [ 1 (1 + A21) 3 2 + 1 (1 + A22) 3 2 ] (4) onde A1 = z−a/2 R e A2 = z+a/2 R . Assim o campo magne´tico no ponto me´dio entre as bobinas quando a separac¸a˜o entre as bobinas for igual ao raio R e´: B(0, 0) = µ0IN 2R 2( 5 4 ) 3 2 (5) Raza˜o Carga/Massa do Ele´tron J.J Thomson 4 em 1897 conseguiu por meio de experieˆncias utilizando bobinas de Helmholtz e um tubo de raios cato´dicos determinar a raza˜o entre a carga e e a massa m0 do ele´tron. Se um ele´tron cuja a massa e´ m0 e´ acelerac¸a˜o por meio de uma diferenc¸a de potencial U e adquire uma energia cine´tica, onde essa energia cine´tica e´ dado por: eU = 1 2 m0v 2 (6) sendo v a velocidade do ele´tron. Se este mesmo ele´tron penetrar numa regia˜o de campo magne´tico de intensidade ~B, ele sofrera a ac¸a˜o de uma forc¸a, conhecida como forc¸a de Lo- rentz5 dada por: ~F = e~v × ~B (7) Devido a atuac¸a˜o da forc¸a de Lorentz. O ele´tron descreveram uma trajeto´ria espiralada. Pore´m em particular, quando ~v for paralela a ~B a trajeto´ria descrita pelo ele´tron sera´ circular. Nestas condic¸o˜es a forc¸a de Lorentz sera´ igual a forc¸a centr´ıpeta, sendo enta˜o a velocidade do ele´tron cujo o raio de trajeto´ria e´ r dada por: v = e m0 Br (8) usando a equac¸a˜o 6 obtemos a expressa˜o que relaciona a carga e a massa do ele´tron: 4Joseph John Thomson (1856-1940). F´ısico britaˆnico descobridor do ele´tron. 5Hendrik Antoon Lorentz (1853-1928). F´ısico neerlandeˆs 3 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 e m0 = 2U (Br)2 (9) onde o campo B pode ser obtido usando as equac¸o˜es 4 e 5. Objetivos Este experimento possui dois objetivos: Mapear o Campo Magne´tico produzido por um par de bobinas de Helmholtz 6 buscando verificar a uniformidade do campo numa regia˜o entre as bobinas, pois com tal aparato consegue-se produzir campos magne´ticos uniformes de baixa intensidade sobre um volume relativamente grande. E de posse desse aparato, medir a raza˜o Carga/Massa do ele´tron a partir das trajeto´rias observadas de um feixe de ele´trons produzido por um tubo de raios cato´dicos. ProcedimentoExperimental Para o mapeamento do campo magne´tico produzido pelas bobinas circulares usamos o arranjo mostrado na Figura 2, o qual consiste de uma fonte de corrente cont´ınua, duas bobinas circulares, um mult´ımetro, uma sonda Hall, re´guas e um teslaˆmetro. Figura 2: Aparato experimental utilizado para mapear o campo magne´tico de bobinas circulares. Primeiramente conectamos as bobinas em se´rie para que a corrente flu´ısse por elas na mesma direc¸a˜o e mantivemos uma corrente constante de 2, 03 A. Prendendo a sonda Hall em um suporte tipo haste com base mo´vel e nivelando-a com o eixo das bobinas de forma que conseguimos movimenta-la´ na mesma direc¸a˜o de 1 em 1 cm. Com o experimento montando medimos a componente axial do campo para as seguintes separac¸o˜es entre a bobinas; a = R/2, 6Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz (1821-1894), foi um Matema´tico, Me´dico e F´ısico alema˜o. 4 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 a = R e a = 2R. Em seguida medimos a dependeˆncia do campo magne´tico ao longo do eixo radial para as mesma configurac¸o˜es de separac¸o˜es entre as bobinas. Na segunda parte do experimento cujo o objetivo era medir a relac¸a˜o Carga/Massa do ele´tron utilizamos o aparato mostrado na Figura 3, o qual consistia de um tubo de raios cato´dicos, duas fontes, um par de bobinas circulares e dois mult´ımetros. As conexo˜es do tudo de raios cato´dicos com a fonte de tensa˜o foram montadas a priori e na˜o deviam ser alteradas. A corrente ma´xima permitida era de 5A. Fizemos inicialmente apenas a conexa˜o em se´rie das duas bobinas com a fonte de corrente cont´ınua. Escurecendo a sala iniciamos o processo ligando as fontes de tensa˜o e de corrente, notando no tubo de raios cato´dicos um feixe luminoso e curvo. Variando a intensidade do campo magne´tico por meio da variac¸a˜o da corrente nas bobinas e variando a voltagem que acelera os ele´trons variando assim sua velocidade, conseguimos ajustar o raio r das o´rbitas para coincidirem com os trac¸os luminosos predeterminados dentro do tubo de raios cato´dicos. Os raios predeterminados eram de 2, 3, 4 e 5 cm. Para cada raio r ajustamos 9 valores do potencial U e da corrente I usando as fontes e os mult´ımetros. Posteriormente calculamos para cada medida a raza˜o e m , conforme consta na Tabela 3. Figura 3: Montagem do experimento para a determinac¸a˜o da raza˜o carga/massa do ele´tron. Resultados e Discusso˜es Mapeamento do Campo Magne´tico das Bobinas de Helmholtz Primeiramente realizamos o mapeamento do campo magne´tico nas bobinas circulares, ob- servando os paraˆmetros; raio das bobinas R = (20± 0, 05) cm e o nu´mero de espiras N = 154. Para isso usamos a condic¸a˜o de contorno z = 0 como ponto me´dio entres as bobinas. Conco- mitantemente aplicamos uma corrente i = (2, 03± 0, 05) A por meio de uma fonte de corrente cont´ınua mantendo essa corrente constante nas bobinas. Nisso constru´ımos a Tabela 1 cuja a amostragem correlaciona o campo magne´tico medido pela sonda Hall na direc¸a˜o axial (z) obtendo Bz (Campo Magne´tico Axial), para as seguintes configurac¸o˜es de separac¸a˜o entre as bobinas a = R/2, a = R e a = 2R: 5 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 Raio das Bobinas a = (10, 00± 0, 05)cm a = (20, 00± 0, 05)cm a = (40, 00± 0, 05)cm z(cm)± 0, 05cm Bz(mT )± 0, 05mT Bz(mT )± 0, 05mT Bz(mT )± 0, 05mT -20 - - 0,96 -19 - - 0,96 -18 - - 0,95 -17 - - 0,95 -16 - - 0,94 -15 - - 0,92 -14 - - 0,89 -13 - - 0.87 -12 - - 0,84 -11 - - 0,81 -10 - 1,20 0,78 -9 - 1,22 0,75 -8 - 1,24 0,73 -7 - 1,26 0,69 -6 - 1,27 0,67 -5 1,55 1,28 0,66 -4 1,60 1,28 0,64 -3 1,64 1,29 0,62 -2 1,66 1,29 0,60 -1 1,68 1,30 0,59 0 1,68 1,30 0,59 1 1,68 1,30 0,59 2 1,67 1,29 0,60 3 1,66 1,29 0,60 4 1,62 1,29 0,63 5 1,60 1,29 0,64 6 - 1,28 0,66 7 - 1,27 0,69 8 - 1,27 0,73 9 - 1,26 0,75 10 - 1,24 0,78 11 - - 0,81 12 - - 0,84 13 - - 0,87 14 - - 0,89 15 - - 0,92 16 - - 0,94 17 - - 0,95 18 - - 0,95 19 - - 0,96 20 - - 0,96 Tabela 1: Medidas do Campo Magne´tico ao longo do eixo axial (z). 6 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 Posteriormente constru´ımos de forma ana´loga a Tabela 2 para campo magne´tico correla- cionado na direc¸a˜o radial (r) obtendo Br (Campo Magne´tico Radial), para a seguintes confi- gurac¸o˜es de separac¸a˜o entre as bobinas circulares a = R/2, a = R e a = 2R: Raio das Bobinas a = (10, 00± 0, 05)cm a = (20, 00± 0, 05)cm a = (40, 00± 0, 05)cm r(cm)± 0, 05cm Br(mT )± 0, 05mT Br(mT )± 0, 05mT Br(mT )± 0, 05mT -18 1,44 0,74 0,40 -17 1,72 0,87 0,48 -16 1,91 0,98 0,53 -15 2,00 1,07 0,58 -14 2,02 1,14 0,63 -13 2,00 1,20 0.66 -12 1,96 1,24 0,71 -11 1,93 1,27 0,75 -10 1,88 1,27 0,77 -9 1,82 1,29 0,79 -8 1,80 1,30 0,81 -7 1,77 1,30 0,83 -6 1,74 1,30 0,85 -5 1,72 1,30 0,85 -4 1,69 1,31 0,87 -3 1,68 1,31 0,87 -2 1,68 1,30 0,87 -1 1,67 1,30 0,88 0 1,66 1,30 0,88 1 1,66 1,31 0,88 2 1,66 1,31 0,88 3 1,66 1,31 0,88 4 1,69 1,30 0,88 5 1,70 1,30 0,86 6 1,73 1,31 0,85 7 1,75 1,30 0,84 8 1,77 1,30 0,82 9 1,82 1,28 0,80 10 1,86 1,26 0,77 11 1,90 1,24 0,74 12 1,94 1,20 0,71 13 1,98 1,16 0,67 14 1,99 1,10 0,62 15 1,96 1,01 0,58 16 1,89 0,94 0,53 17 1,71 0,81 0,48 18 1,46 0,69 0,41 Tabela 2: Medidas do Campo Magne´tico ao longo do eixo radial (r). 7 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 Utilizando as Tabelas 1 e 2 constru´ımos os gra´ficos das Figuras 4, 5 e 6 por meio do software GnuPlot 4.6. 0 0.5 1 1.5 2 −20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20 Ca m po M ag né tic o (m T) Distância Axial (cm) a = 10 cm a = 20 cm a = 40 cm Figura 4: Variac¸a˜o do campo magne´tico ao longo do eixo axial z entre as bobinas. Para as distaˆncias entre as duas bobinas de 10 cm, 20 cm e 40 cm. Observando os gra´ficos das Figuras 4 e 5 vemos que o Campo Magne´tico se mante´m bem mais uniforme quando a distaˆncia entre as bobinas for igual ao raio das mesmas. Podemos calcular o volume onde o campo B e´ uniforme para os treˆs casos a = R/2, a = R e a = 2R, levando em considerac¸a˜o que o espac¸o entre as bobinas e´ um cilindro. Assim sendo, usando os dados dos gra´ficos mostrados nas Figuras 4 e 5, notamos que para a = (10, 00 ± 0, 05) cm ou seja a = R/2 o campo e´ uniforme em cerca de (3, 00 ± 0, 05) cm ao longo do eixo axial z (Figura 4) e mostra-se tambe´m uniforme em cerca de (7, 00 ± 0, 05) cm ao longo do eixo radial r (Figura 5). Usando a equac¸a˜o 10 obtemos um volume de VR 2 = 115, 45 cm3. O volume total desta configurac¸a˜o, ou seja, com r = 20 cm (raio das bobinas) e h = 10 cm e´ de VT = 12566, 37 cm 3, esse resultado indica que o campo e´ uniforme em cerca de 0, 92% do volume total do cilindro formado pela bobinas circulares. Vc = pir 2h (10) Para a = (20, 00±0, 05) cm ou seja a = R o campo e´ uniforme em cerca de (11, 00±0, 05) cm ao logo do eixo axial (Figura 4) e por volta de (21, 00 ± 0, 05) cm ao longo do eixo radial (Figura 5). De forma que pela equac¸a˜o 10 o volume formado e´ de VR = 3809, 97 cm 3. Sendo que o volume total para este caso e´ de VT = 25132, 74 cm 3, com r = 20 cm (raio das bobinas) 8 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 −20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20 Ca m po M ag né tic o (m T) Distância Radial (cm) a = 10 cm a = 20 cm a = 40 cm Figura 5: Variac¸a˜o do campo magne´tico B ao longo do eixo radial r entre as bobinas. Para as distaˆncias entre as duas bobinas de 10 cm, 20 cme 40 cm. e com h = 20 cm, indicando que o campo e´ uniforme em aproximadamente 15, 16% do volume total. E por u´ltimo para a = (40, 00 ± 0, 05) cm ou seja a = 2R os gra´ficos das Figuras 4 e 5 mostram que o campo se mante´m uniforme em um intervalo de (6, 00± 0, 05) cm ao longo do eixo axial e em cerca de (9, 00 ± 0, 05) cm ao longo do eixo radial. Utilizando novamente a equac¸a˜o 10 obtemos um volume de V2R = 381, 70 cm 3. Para este arranjo o volume total com r = 20 cm e h = 40 cm e´ de VT = 50265, 48 cm 3 de forma que o campo B e´ uniforme em aproximadamente 0, 76% do volume total do cilindro formado pelas duas bobinas circulares para essa configurac¸a˜o. O gra´fico da Figura 6 foi obtido da seguinte forma: Usamos a lei de Biot-Savart com uma corrente de 2, 03 A, com nu´mero de espiras igual a 154 e com raio 20 cm para simular a dependeˆncia do campo magne´tico com medidas feitas ao longo do eixo axial z e em seguida superpomos os valores obtidos (teo´ricos) com os valores experimentais. Percebemos que estes valores ficaram bem pro´ximos, principalmente nos casos onde a = 20 cm e a = 40 cm, indicando que de fato as medidas foram satisfato´rias. 9 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 −20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20 Ca m po M ag né tic o (m T) Distância Axial (cm) a = 10 cm − Experimental a = 20 cm − Experimental a = 40 cm − Experimental a = 10 cm − Teórico a = 20 cm − Teórico a = 40 cm − Teórico Figura 6: Variac¸a˜o do campo magne´tico B ao longo do eixo axial z entre as bobinas com os valores Teo´ricos e Experimentais. Para as distaˆncia entre as duas bobinas de 10 cm, 20 cm e 40 cm. Ca´lculo da Raza˜o Carga/Massa do Ele´tron A Tabela 3 mostra os valores do potencial acelerador U(V ) e da corrente I(A), a qual foi ajustada para cada potencial quando o feixe de ele´trons atingia os raios predeterminados dentro do tubo de raios cato´dicos. Consta tambe´m na tabela o valor da raza˜o Carga/Massa do ele´tron calculada por meio da equac¸a˜o 9. De posse dos dados da Tabela 3, aplicamos o Crite´rio de Chauvenet 7 para selecionar os melhores valores, usando esse crite´rio exclu´ımos 5 valores que se mostram discrepantes, os valores foram: 8,01×1011 (1° linha - 3° coluna), 3,80×1012 (1° linha - 5° coluna), 3,07×1012 (2° linha - 5° coluna), 1,63×1014 (1° linha - 7° coluna) e 3,94×1013 (2° linha - 7° coluna). Assim, realizamos a me´dia da relac¸a˜o carga/massa e obtemos e m = (1, 72 ± 0, 01) × 1011 As/Kg. O valor teo´rico dessa relac¸a˜o e´ de 1, 75882012× 1011 As/kg [5]. Portanto a relac¸a˜o carga/massa que obtemos apresenta uma diferenc¸a percentual de 0, 02 % com relac¸a˜o ao valor teo´rico. 7O crite´rio de Chauvenet permite determinar se um valor amostral (resultante de uma medida) e´ discrepante em relac¸a˜o aos demais valores restantes da amostra, supondo-se que esta amostra e´ retirada de uma distribuic¸a˜o normal. 10 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 r = 0, 02m r = 0, 03m r = 0, 04m r = 0, 05m U(V ) I(A) e/m ( As Kg ) I(A) e/m ( As Kg ) I(A) e/m ( As Kg ) I(A) e/m ( As Kg ) 100 1,135 8,01×1011 0,349 3,80×1012 0,040 1,63×1014 - - 125 2,751 1,73×1011 0,435 3,07×1012 0,091 3,94×1013 - - 150 3,119 1,61×1011 1,983 1,77×1011 1,442 1,88×1011 1,150 1,89×1011 175 3,284 1,68×1011 2,189 1,68×1011 1,575 1,84×1011 1,278 1,79×1011 200 3,542 1,66×1011 2,308 1,74×1011 1,720 1,76×1011 1,368 1,78×1011 225 3,780 1,64×1011 2,479 1,71×1011 1,840 1,74×1011 1,463 1,76×1011 250 4,010 1,62×1011 2,627 1,68×1011 1,956 1,69×1011 1,557 1,71×1011 275 4,220 1,61×1011 2,764 1,68×1011 2,059 1,68×1011 1,639 1,69×1011 300 4,370 1,63×1011 2,858 1,83×1011 2,152 1,69×1011 1,704 1,72×1011 Tabela 3: Tabela com os Resultados da Segunda Parte do Experimento - Ca´lculo da Raza˜o Carga/Massa do Ele´tron. Conclusa˜o A partir dos dados tomados e dos ca´lculos realizados, verificamos que o experimento gerou resultados pro´ximos do esperado, mostrando a validade do me´todo empregado e das medidas realizadas. Ao estudarmos a uniformidade do campo magne´tico entre as bobinas de Helmholtz, vemos que essa uniformidade e´ maior quando a distaˆncia entre elas for igual ao raio das bobinas que as compo˜em. Desse modo, percebemos ainda que as bobinas de Helmholtz caracterizam- se como boas produtoras de campos magne´ticos homogeˆneos culminando assim em diversas aplicac¸o˜es cient´ıficas/experimentais e tecnolo´gicas. Dessa forma, conclu´ımos tambe´m que as bobinas de Helmholtz de fato sa˜o um bom aparato para determinac¸a˜o da raza˜o Carga/Massa do Ele´tron, pois o resultado apresentado no presente relato´rio esta´ bem pro´ximo do valor teo´rico atual. 11 Laborato´rio de F´ısica Experimental V • Experimento Realizado em 06/04/2016 Refereˆncias [1] Carvalho, J. F; Santana, R. C. F´ısica Experimental V (Experimentos de F´ısica Mo- derna). Goiaˆnia, 2016. (Apostila). [2] FLUKE 117: Mult´ımetro para eletricistas. 2006. Dispon´ıvel em:http://www.instrucamp. com.br/dropbox/2c003956ae00e74bb296ae698bd1f85e.pdf. Acesso em: 08 abr. 2016. [3] Halliday, David; Resnick, Robert, Walker, Jearl. Fundamentos de F´ısica. 8ªed. LTC, 2009. Vol. 03. [4] Nussenzveig, H. M. Curso de F´ısica Ba´sica: Eletromagnetismo, 4ªed. Edgard Blu¨cher, 2002. Vol. 03. [5] YOUNG, Hugh D. F´ısica III: Eletromagnetismo. Trad.: Sonia M. Yamamoto. Sa˜o Paulo: Addison Wesley, 2009, p.216. 12 Introdução Bobinas de Helmholtz Razão Carga/Massa do Elétron Objetivos Procedimento Experimental Resultados e Discussões Mapeamento do Campo Magnético das Bobinas de Helmholtz Cálculo da Razão Carga/Massa do Elétron Conclusão
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