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Pontifícia Universidade Católica – PUC-Rio – Departamento de Ciências Sociais Instituições Políticas Brasileiras – G1 Prof. João Roberto Lopes Pinto (Das oito questões abaixo serão sorteadas, no dia da prova, apenas TRÊS para resolver) Questão 1 “Enquanto o sistema feudal separa-se do capitalismo, enrijecendo-se antes de partir-se, o patrimonialismo se amolda às transições, às mudanças, em caráter flexivelmente estabilizador do modelo externo, concentrando no corpo estatal os mecanismos de intermediação, com suas manipulações financeiras, monopolistas, de concessão pública de atividade, de controle do crédito, de consumo, de produção privilegiada, numa gama que vai da gestão direta à regulamentação material da economia” (Faoro, Raimundo. “Os Donos do Poder”. São Paulo: Ed. Globo, 1995, p. 734). Com base na citação acima, discuta a ideia de “estamento burocrático”, por meio da qual Faoro caracteriza o papel desempenhado pelo Estado brasileiro em meio ao avanço das relações capitalistas no país. Questão 2 “O recurso à política social para resolver a crise de participação em contexto de escassa institucionalização política deixou como saldo duradouro somente um estilo de produzir política, o modelo burocrático, subtraído à agenda visível de competição legítima” (Santo, W. G. “Razões da Desordem”. Rio de Janeiro: Rocco, 199, p. 23). Aponte as implicações para o sistema político-partidário brasileiro, segundo Santos, deste processo acima descrito de “inclusão”, com baixa “competição”. Questão 3 “Quando se contrastam corporativismo e clientelismo, fica fácil compreender como os dois fenômenos coexistem” (Nunes, Edson. “A Gramática Política do Brasil”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, p. 40). Apresente as diferenças e semelhanças, segundo E. Nunes, entre as “gramáticas” do “corporativismo” e do “clientelismo”, que marcam a tradição política brasileira. Questão 4 “Não há dúvida, entretanto, que ele (o coronelismo) é muito menos produto da importância e do vigor dos senhores de terra, do que da sua decadência” (Leal, V. N. “Coronelismo, enxada e voto”. São Paulo: Alfa-Ômega, 1975, p. 56). Com base na leitura de Nunes Leal sobre o fenômeno do “coronelismo”, justifique a afirmativa acima. Questão 5 “Depois de 1930, contudo, estabelece-se uma solução de compromisso de novo tipo, em que nenhum dos grupos participantes do poder (direta ou indiretamente) pode oferecer as bases de legitimidade do Estado (…) Nestas condições, aparece na história brasileira um novo personagem: as massas populares urbanas. É a única fonte de legitimidade possível ao novo Estado brasileiro” (Weffort, F. “O populismo na política brasileira”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, p. 50). Com base na citação acima, desenvolva sobre a ideia de “populismo” na política brasileira, segundo F. Weffort. Questão 6 “Entretanto, o regime (militar) não se constituiu apenas como um clube de funcionários, mais ou menos controlados – nas linhas mestras – pela corporação militar. Ele foi também um regime de empresas. É este, a meu ver, o aspecto mais relevante para a discussão política sobre o chamado ‘modelo brasileiro’” (Cardoso, F. H. “Autoritarismo e Democratização”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975, p. 204). Justifique as afirmações acima, com base na déia de “anéis burocráticos” de Cardoso. Questão 7 “À personalização, subjetivação e simplificação do Estado na noção de ‘estamento estatal’ todo-poderoso é acrescentada uma teatralização da política como ópera-bufa: deixamos de ter ‘interesses e ideias em conflito’ e passamos a ter um mundo político dividido entre ‘honestos’ e ‘corruptos’” (Souza, J. A tolice da inteligência brasileira. São Paulo: LeYa, 2015: 34). Com base na citação acima, apresente as principais críticas de Jessé Souza a uma certa tradição do pensamento social, centrada na idéia do “patrimonialismo brasileiro”. Questão 8 Os constituintes de 1988 optaram pelo formato das competências concorrentes para a maior parte das políticas sociais brasileiras (...) Esta distribuição de competências é propícia para produzir os efeitos esperados pela literatura sobre federalismo e políticas públicas: superposição de ações; desigualdades territoriais na provisão de serviços; e mínimos denominadores comuns nas políticas nacionais. Estes efeitos, por sua vez, são derivados dos limites à coordenação nacional das políticas” (Arretche, M. “Federalismo e políticas sociais no Brasil. In: São Paulo em Perspectiva, 2004: 22). Com base na citação acima, discuta as principais implicações do federalismo brasileiro para as políticas saúde, saneamento e educação.
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