Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Projetos e Práticas de Ação Pedagógica Sumário Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 1. Introdução .................................................................................................................................... 03 2. Objetivo geral ............................................................................................................................. 03 3. Princípios norteadores dos projetos ................................................................................. 04 4. Operacionalização dos projetos ............................................................................................. 05 5. Procedimentos tecnicos ........................................................................................................... 06 6. O projeto e a prática de ação pedagogica como proposta de intervenção ...... 06 7. Referências Bibliográficas ......................................................................................................07 3 Serviço SocialProjetos e Práticas de Ação Pedagógica Projetos e Práticas de Ação Pedagógica 1. INTRODUÇÃO De acordo com o que estabelecem: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) nº 9.394/96; as Diretrizes Curriculares Nacionais da Formação Docente postas no Parecer CNE/CP nº 9/2001, no Parecer CNE/CP nº 28/2001 e no Parecer nº CNE/CP 2/2002; a Resolução CNE/CP nº 02, de 19 de fevereiro de 2002, que trata da prática como componente curricular para a formação docente; e considerando as Normas Gerais de Graduação da Universidade Paulista (UNIP), o Projeto Político-Pedagógico do Curso de Pedagogia e as discussões realizadas pelo Núcleo Docente Estruturante, defendemos a tese de que a prática é o próprio modo como as ações vão sendo feitas e cujo conteúdo é atravessado por uma teoria. Assim, a realidade é um movimento constituído pela prática e pela teoria como faces de um dever mais amplo, consistindo a prática no momento pelo qual se busca fazer algo, produzir alguma coisa, e que a teoria procura conceituar, significar e, com isso, administrar o campo e o sentido dessa atuação (PIMENTA, 2003). Nesses termos, a prática no curso de Pedagogia tem o tratamento de um componente curricular que carrega certo vínculo com as possibilidades de vivências em ambientes educacionais por parte dos alunos no decorrer do curso. Assim, entendemos que a prática ou a sua representação compõem a formação do pedagogo. 2. OBJETIVO GERAL Desenvolver um projeto que se constitua numa experiência que possibilite a participação ativa do aluno no processo dinâmico de ensino aprendizagem e o desenvolvimento de sua capacidade de observação, reflexão, crítica e criação. Essa participação deve permear todo o processo de desenvolvimento do projeto, desde sua concepção até o acompanhamento das ações previstas e da correspondente avaliação. Esse trabalho deve oferecer ao aluno a oportunidade de: � participar da definição dos temas a serem trabalhados; � fortalecer sua autonomia, o comprometimento com o trabalho e a responsabilidade compartilhada com colegas e professores; � debater e confrontar suas ideias, experiências e resultados de pesquisas a partir do aprofundamento, enriquecimento, construção ou reelaboração coletiva de conhecimentos e conceitos; � juntamente com colegas, participar da produção de conhecimentos significativos e funcionais para todo o grupo; � estimular e valorizar diferentes habilidades, potencialidades e aptidões dos alunos; 4 Manual de EstágioPedagogia � apreender e interpretar conceitos, assuntos e informações, utilizando o conteúdo próprio de diferentes disciplinas; � formar uma visão global da realidade, segundo os múltiplos elementos que nela se inter relacionam. 3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS PROJETOS Estabelecemos a possibilidade de os Projetos e Práticas de Ação Pedagógica se vincularem ao Estágio Supervisionado porque compreendemos que, durante os momentos em que o aluno estiver observando a prática pedagógica como instrumento de aprendizagem, poderá também analisar a realidade educacional dos diferentes contextos e propor projetos de intervenção da realidade observada. É notório que o exercício de qualquer profissão seja prático no sentido de que é o aprender a fazer “algo” ou realizar uma “ação”. A profissão de professor também é prática e, como tal, o modo de aprender a profissão se dará conforme a perspectiva da imitação. A partir da observação, imitação, reprodução e, às vezes, da reelaboração dos modelos existentes na prática, consagrados como bons, esse aprendizado será realizado (PIMENTA; LIMA, 2006). Não obstante, entendemos que o estágio por si só não contempla a formação do pedagogo no contexto das exigências deste novo século. Por outro lado, os Projetos e Práticas de Ação Pedagógica poderão subsidiar essa formação na medida em que estes propiciam aos licenciandos momentos de elaboração, ação e reflexão. Por esse motivo, optamos por iniciar o projeto no terceiro período do curso e concomitantemente com o início do Estágio Supervisionado obrigatório por entendermos que, nesse momento, a formação básico teórica já está assumida pelo estudante. Muitas vezes, os alunos aprendem com os professores observando os e imitando os, mas também elaboram seu próprio modo de ser a partir da análise crítica do modo de ser do docente. Nesse processo escolhem, separam aquilo que consideram adequado, acrescentam novos modos e se adaptam aos contextos nos quais se encontram. Para isso, lançam mão de suas experiências e dos saberes que adquiriram. Entretanto, esse aprendizado se dá também no espaço acadêmico. Portanto, no curso de Pedagogia da Universidade Paulista (UNIP), os Projetos e Práticas de Ação Pedagógica estão atrelados às disciplinas do semestre e que carregaram vínculo à especificidade de cada projeto. Eles têm o propósito de colaborar para a formação da identidade do professor pesquisador, reflexivo e atuante na sociedade a partir da articulação com as demais disciplinas e mediante ações educativas integradoras que estreitem o vínculo universidade escola comunidade. Ao transcenderem a sala de aula e o Ambiente Virtual de Aprendizagem, o conjunto do ambiente da escola e a própria educação escolar, os Projetos e Práticas de Ação Pedagógica podem envolver se com órgãos normativos e executivos dos sistemas de ensino, agências educacionais não escolares, entidades de representação profissional, famílias e comunidade. Nessa perspectiva, partimos do pressuposto de que os Projetos e Práticas de Ação Pedagógica se constituem na formação mediante a relação educação trabalho, estabelecendo o vínculo entre a teoria em cada disciplina e sua articulação com os conteúdos e métodos trabalhados nos períodos e integrando os componentes curriculares acadêmico, laboral e investigativo a partir da observação, vivência e simulação da prática profissional desde o início da vida universitária. 5 Serviço SocialProjetos e Práticas de Ação Pedagógica A carga horária desses projetos é de 400 horas distribuídas nos quatro últimos semestres do curso; são componentes curriculares obrigatórios (objeto de promoção ou reprovação) organizados nos períodos e sob a orientação da coordenação do curso de Pedagogia ou por um professor por ele designado para esse fim. São, portanto, atividades pelas quais transitam de forma coerente e organizada os conhecimentos das diversas áreas de estudo que, sobretudo, assumem caráter integrador no curso. Entre as ações a serem desenvolvidas pelo aluno no âmbito da prática, destacam se a participação em atividades voltadas à pesquisa, reflexão e intervenção em situações problema na comunidade escolar ou extraescolar e a realização de oficinas e minicursos diversos. As atividades são desenvolvidas a partir do embasamento teórico fundamentado nas disciplinas de cada semestre, fomentandoos projetos e a observação do espaço educativo nos momentos de presença em ambientes escolares e não escolares, que representam o futuro campo de atuação do profissional e servem como oportunidade para o confronto entre a teoria apreendida e a prática, com vistas à investigação científica. Tais atividades respeitam os níveis de assimilação, que dependem das condições teórico metodológicas do aluno. Por isso, em várias situações de aulas e de reflexões acerca das teorias nelas contidas, a prática poderá vincular se à relação educação trabalho como meio de estimular esse envolvimento e preparar o aluno para o exercício da profissão. Os Projetos e Práticas de Ação Pedagógica estarão ancorados nos seguintes focos de atuação profissional a cada semestre: � 3º período: Educação Infantil; � 4º período: Ensino Fundamental; � 5º período: Supervisão e Orientação Educacional; � 6º período: Gestão da Educação em Ambientes Escolares e não Escolares. Os professores orientadores e avaliadores dos projetos realizados em grupos de, no máximo, 10 alunos serão designados pela coordenação do curso na modalidade EAD. O estudante que pretendemos formar há de ser: crítico; criativo; capaz de estabelecer relações e fazer julgamentos; atuante; responsável; comprometido com o que faz; bem informado; capaz de se perceber no grupo e de atuar no sentido de seu fortalecimento e de sua coesão. 4. OPERACIONALIZAÇÃO DOS PROJETOS O trabalho deve partir de uma situação concreta que se configure como uma questão relevante e significativa a ser tratada pelo grupo (excepcionalmente, o trabalho poderá ser realizado individualmente). O importante, nesse momento, é que o tema escolhido realmente traduza uma questão importante e que seja assumido por todos com envolvimento e participação ativa. Para tanto, serão disponibilizadas orientações em vídeo e esquemas para a escolha dos temas por meio da exploração inicial do assunto na percepção dos alunos, apresentada como “painel” de projeto postado no ambiente destinado para tal. Entendemos que esse processo deve constituir o ponto de partida para explicitar as questões subjacentes que justificam o trabalho, levantar subsídios para o planejamento do que deve ser feito e tornar mais claro para todos os alunos o tema que se pretende trabalhar. 6 Manual de EstágioPedagogia Além disso, é nesse momento que os alunos já identificarão também o que precisam saber, de modo que o desenvolvimento do projeto tome seu rumo a partir do nível de compreensão dos alunos, ou seja, das questões que o próprio grupo possa colocar. Para responder às questões ou hipóteses levantadas, o grupo precisará se organizar e definir as estratégias de ação, os papéis, as tarefas e as atividades. É importante que se criem situações nas quais os alunos tenham participação ativa e que, por meio de diferentes recursos e atividades, se confrontem com novas ideias e conceitos. Para isso, eles precisam tomar como base os referenciais teóricos das disciplinas do semestre trabalhando individualmente ou em grupo, pesquisando, fazendo entrevistas, utilizando a biblioteca ou outros espaços físicos ou virtuais da universidade, consultando revistas, jornais ou outros periódicos etc. O entendimento de prática presente nesses projetos é o de desenvolvimento de habilidades instrumentais necessárias à implementação da ação pedagógica. Um curso de formação estará dando conta do aspecto prático da profissão na medida em que possibilite o treinamento em situações experimentais de determinadas habilidades consideradas, a priori, como necessárias ao bom desempenho profissional. (PIMENTA; LIMA, 2008). Os professores designados para o acompanhamento do processo serão os responsáveis pela avaliação dos painéis e dos projetos dos alunos, gerada pelos resultados finais. A apresentação dos resultados será feita, como já citado, por meio de painéis postados no ambiente destinado para tal e divulgados em forma de comunicações, simulações etc. para o grupo do curso de Pedagogia nos polos de apoio presencial no dia de ocorrência do “chat para apresentação dos painéis” (MPO). 5. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Seguir o Manual de Normatização da UNIP disponível no site <www.unip.br> (acessar a biblioteca, serviços, guia de normatização) para compor o trabalho final escrito, que será entregue ao professor supervisor ou postado no Ambiente Virtual de Aprendizagem. 6. O PROJETO E A PRÁTICA DE AÇÃO PEDAGÓGICA COMO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Espera se que o futuro pedagogo seja capaz de elaborar e orientar projetos pedagógicos que possam intervir positivamente na realidade educacional brasileira. Portanto, esse é o momento para que ele possa iniciar o processo, apresentando uma proposta de intervenção com base na realidade observada, levando em consideração a diversidade socioeconômica e cultural do país. Para tanto, o futuro pedagogo precisa saber que o projeto de intervenção será inserido a um projeto político-pedagógico sistematizado e que precisará apenas ser revisado a fim de que contemple um tema. A título de sugestão, apresentamos a seguir alguns temas que poderão ser trabalhados pelos estudantes de Pedagogia: � Terceiro período: as correntes pedagógicas da Educação Infantil e a profissionalização docente no contexto da atualidade, que são fundamentais para a formação dos pedagogos. � Quarto período: a busca do conhecimento por meio do ensino de Matemática, Ciências, História e 7 Serviço SocialProjetos e Práticas de Ação Pedagógica Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental, buscando compreender o papel do professor na formação humanística e no desenvolvimento do raciocínio lógico matemático da criança. � Quinto período: o conhecimento pertinente à ação do supervisor de ensino e do orientador educacional como “parceiros” do docente no seu cotidiano profissional. � Sexto período: a formação docente e um projeto de gestão que aglutine elementos encadeadores de uma educação de qualidade em torno do educador da infância ou do adulto, em ambientes escolares e não escolares. Algumas orientações para a elaboração de um projeto de intervenção: � Tema (de acordo com o conteúdo): a indicação da temática a ser trabalhada deve refletir a necessidade a ser superada. � Justificativa (por que vale a pena trabalhar com projetos na escola?): é o que transmite a dimensão do que vai ser trabalhado. � Situação-problema: dificuldades referentes à temática, que podem ser discutidas/solucionadas por meio de intervenção pedagógica. � Público-alvo: indica o segmento, a série/ano, a turma ou o grupo de alunos e/ou professores com o qual se vai trabalhar. � Objetivos (o que o projeto pretende discutir, verificar, solucionar, alcançar): o objetivo consta de duas partes – o que se pretende com o que se vai fazer e para que fazê lo, ou seja, a indicação do que se pretende alcançar com a ação que será realizada, e qual a sua finalidade. � Embasamento teórico: (textos com base no conteúdo estudado que façam referência ao tema escolhido, à situação problema que se quer discutir e aos objetivos a serem alcançados). � Percurso metodológico: o que envolver como caminhos a serem trilhados para alcançar os objetivos pretendidos (atividades, estratégias, habilidades, trato interdisciplinar, envolvimento dos segmentos da escola, construção coletiva). � Recursos (disponibilidade material, tanto física quanto humana): são os recursos que tornam exequível o projeto. � Cronograma de atividades: transmite um caráter efetivo, faz parte do currículo da escola, e não apenas de um calendário de eventos. � Avaliação: é um procedimento que mostra se o que está sendo desenvolvido avança na direção dos objetivos. A avaliação é constante e mostra como vai indo o desenvolvimento do projeto. “A avaliação significativa se faz no próprio processo, como parte dele,enquanto ele se desenvolve, sem que, para isto, se deva sempre realizar uma parada formal” (GANDIN, 2000). 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSIDERAÇÕES FINAIS Quando pensamos em introduzir no currículo de Pedagogia o componente curricular Projetos e Práticas de Ação Pedagógica, tivemos a intenção de garantir ao estudante de Pedagogia uma maior aproximação da prática de pesquisa educacional. Partimos do pressuposto de que o estudante, ao observar as práticas pedagógicas no cotidiano escolar, nos mais diversos contextos socioeconômicos e culturais do país, poderá 8 Manual de EstágioPedagogia aprender e propor soluções inovadoras, conforme a realidade de cada contexto. Isso será possível porque ele terá a oportunidade de vivenciar a prática, que não se dissocia da teoria. Assim, com base em sua formação teórica, ele poderá sugerir uma proposta intervencionista em prol da melhoria da qualidade da educação observada, respeitando a identidade e os interesses de cada comunidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS � HERNANDEZ, F. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Arte Médicas, 1998. � ______. Transgressão e mudança. Porto Alegre: Arte Médicas, 1998. � PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2008. � SANTOMÉ, J. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Arte Médicas, 1998.
Compartilhar