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CADERNO PENAL II DANIELA PORTUGAL

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Aula 01 - 09/11/2013 - TEORIA DO DIREITO PENAL II - DANIELA PORTUGAL
1. Teoria do delito
Crime/delito: podemos pensar em um sentido material, legal, formal, criminológico, analítico. Em sentido material o crime vai corresponder à lesão ou perigo concreto de lesão a um bem jurídico (parênteses): o bem jurídico no sentido de fragmentariedade e subsidiariedade; Em sentido legal o crime vai ser o que a lei diz ser crime, no caso do Brasil, para saber o que é crime, temos que ir para nossa lei, a LICP-Lei de Introdução ao Código Penal. Para a LICP crime e delito são a mesma coisa. A LICP trabalha com a infração penal. É um gênero que comporta duas espécies, sendo crime ou delito e contravenção penal. Crime e delito são as infrações penais para as quais se atribui pena de reclusão ou de detenção, enquanto as contravenções vão ser infrações penais para as quais a lei atribui pena de prisão simples. Fala-se assim de formas de restrição da liberdade, a diferença esta no regime inicial de cumprimento de pena, podendo ser fechado, semiaberto ou aberto. Pena de prisão simples vai ser cumprida sem rigores penitenciários. Jamais uma pena cumprida em prisão simples será transformada em pena de prisão fechada; em sentido formal, temos um crime quando uma determinada conduta humana se subsume (subsunção), ou seja, se enquadra em um tipo penal; o conceito formal de crime está passando por uma requalificação, tendo como principal mola para essa discussão o princípio da insignificância; dentro de um conceito criminológico, o crime será dependente da corrente criminológica que esta se tratando. Dentro da criminologia tradicional ou etiológica, é um dado pré-constituído. Em outras palavras um atributo da característica da essência de determinado ato. As condutas pela própria natureza delas é um crime. Aqui era um princípio quase científico, levando em conta um aspecto da teoria, sem considerar as culturas. ; dentro da criminologia crítica, o crime não é pré-constituído, é produto de uma construção (teoria do etiquetamento e teoria labeling, approach) não é atributo da essência do ato, é uma qualidade/característica atribuída ao ato.
Conceito analítico de crime: trabalha com o conceito científico de crime. Conceito que pretende identificar as partes que compõem todo crime, o que integra o crime e quais seus elementos. Dentro desse estudo analítico tem as seguintes teorias: teoria bipartida o crime é igual ao fato típico + ilicitude. Essa teoria é importante para o Brasil, apesar de ser mundialmente ignorada. Para a essa teoria, culpabilidade é mero pressuposto de aplicação da pena. Defendida pelos chamados finalistas dissidentes brasileiros, tais como Delmanto Junior, Damásio, Mirabete.
Teoria quadripartida o crime é fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Tem-se fato que prescreveu, os teóricos consideram que não há crime. 
Teoria tripartida no crime é um fato típico, ilicitude/antijuricidade e culpabilidade. Seria a reunião desses três elementos.
Crime
1. Fato típico
a) conduta: 
a.1. Conceito: é o comportamento humano comissivo ou omissivo que não esteja afetado por nenhuma das causas excludentes a seguir.
a.2. Causas de exclusão: quando quaisquer das hipóteses abaixo forem identificadas não há crime.
a.2.1. Ato reflexo: comportamento absolutamente involuntário e incontrolável. Ex.: indivíduo em crise epilética, se por um acaso, tentar segurar a língua e o indivíduo morder até arrancar o dedo de outra pessoa não será considerado sequer crime.
a.2.2. Ato de inconsciência: comportamento humano guiado exclusivamente pelo subconsciente sobre o qual não se tem o menor controle. Ex: indivíduo em hipnose por exemplo. Lembrando que a hipnose não altera a natureza do indivíduo, ele não pode ser obrigado a fazer algo que não queira.
Aula 16/11/2013
a.3. Força irresistível: pode surgir de duas formas.
a.3.1. Natureza: um determinado elemento natural impulsiona, sem que se possa resistir um comportamento humano. Ex: indivíduo em uma enxurrada de água em uma trilha, p.e., acaba lesionando alguém, seu comportamento foi decorrente de uma força da natureza a qual não teve opções. Aqui não se aplica o caso do surfista, pois se entende que a prancha é uma ferramenta que permite certo controle, ainda que fuja ao controle dele momentaneamente. Esse comportamento normalmente, quando não intencional, é uma conduta culposa.
a.3.2. Humana: fator que impulsiona sem que se possa resistir, determinando a conduta. Ex: indivíduo está parado no carro no sinal, quando outro carro bate na sua traseira, e o choque, faz com que o carro bata em um pedestre, este indivíduo não será culpado, pois foi um fato alheio a sua vontade que fez com que o acidente fosse provocado. O indivíduo do carro que bateu poderá ser responsabilizado. Esta força humana é também chamada como "coação física irresistível".
Obs.: coação moral irresistível: não se confunde com a coação física, pois na coação moral sempre haverá uma margem de escolha para o agente, ainda que mínima, ainda que viciada. A coação moral é uma coação psicológica. 
(parênteses) Responsabilidade penal da pessoa jurídica: os elementos como conduta, tipicidade, imputabilidade, ilicitude, nos sistemas de civil law, o sistema é pensado para o indivíduo em si. Em sistemas de common law a situação é mais fácil, pois no decorrer do julgamento, as provas aparecem. No entanto, na civil law, as coisas são diferentes, em virtude do próprio sistema. É comum que pessoas se escondam por trás de ente jurídico para cometer crimes. Em virtude da dificuldade de achar realmente o agente (indivíduo funcionário da coelba, p.e., está cortando uma árvore histórica, ao reclamar e tentar acusá-lo, o mesmo alega que está cumprindo ordens, até encontrar o verdadeiro responsável o fato prescrevia, dessa forma o direito criou a denúncia genérica).
A denúncia genérica permite que sejam lançados no processo mais de um responsável, explicando o fato, não sendo prescrita (ver gravação). É regulamentada na lei 9605/98. Só há responsabilidade penal de pessoa jurídica para crimes ambientais. Essa responsabilização trouxe discussões sobre a constitucionalidade dessa lei, ver art. 225, §3, CF. Existe uma corrente que diz que a ordem das palavras teria uma intenção determinada. Entende raciocínio falho, em virtude de que consideraria que pessoa física não sofreria responsabilidade administrativa (ver quadro caderno). 
Eficácia limitada
Art. 225, §3 (meio ambiente)
Art. 173, §5 (ordem econômica, ordem financeira, ordem popular).
Existe uma corrente que admite que responsabilidade penal da pessoa jurídica seria para todo e qualquer crime, bastando considerar se o caso era de P.J ou P.F, mas é uma corrente pouco seguida.
Sistema da imputação simultânea/ sistema dupla imputação/sistema da concurso necessário: criado pelo STJ para quando houver denúncia da PJ haver denúncia automaticamente da PF. Após a criação dessa exigência, todos os processos em andamento sem denúncia a PF, foram considerados ineptos, a partir de então fazendo o procedimento "correto". Após esse fato, começou a ser usada pelo MP a denúncia genérica. 
b) resultado
1. Iter Criminis (crimes dolosos)
1.1. Cogitação: fase absolutamente mental. Trata-se do momento em que a ideia criminosa passa pela cabeça do agente. Alguns autores dizem que sempre haverá cogitação, quando se entende pelo sentido de premeditação; outros autores consideram que não haverá sempre cogitação. A cogitação por si só, nunca será punível.
*crime premeditado: mentalmente planejado × crime de ímpeto: decisão de impulso. (ambos são formas de dolo)
1.2. Ato preparatório: marcado por uma externalização material do pensamento criminoso anterior, todavia ao início da execução. Não são puníveis em regra, os atos meramente preparatórios. Ex: art. 288 CP- a figura analisada aqui é a associação de duas ou mais pessoas para cometer um crime. Mesmo que não venham a cometer os crimes serão responsabilizadas da mesma forma por se reunirem pelo simples fato de vir acometer um crime.
(princípio da consunção/absorção): o sujeito será punido só pelo crime fim, ficando absorvido o crime meio. Se houver mais de um crime, atingindo o mesmo bem jurídico (Princípio da consunção), o indivíduo não assume pelos dois crimes, apenas por um. Caso sejam crimes atingindo bem jurídico diferente, entram na casuística, analisando a relevância do bem jurídico afetado pelo crime meio.
1.3. Ato executório: aqui o agente inicia a execução do delito. Momento a partir do qual poderemos falar pelo menos, de tentativa. Sob uma perspectiva objetivo formal, inicia-se a execução, quando o agente começa a praticar o núcleo verbal típico, modernamente, porém, trabalha-se com a teoria do bem jurídico, principio da lesividade ou ofensividade.
(parênteses) ato preparatório × ato executório: sob a perspectiva objetivo formal existem liames entre as duas situações. Diferencia-se quando houver um ato que já lesione a vítima mesmo no início. Analisar o caso da mulher ketchup.
1.4. Consumação: consuma-se um crime nos termos do art. 14, I, CP, quando são reunidos todos os elementos da definição legal do crime. Resumidamente pode-se dizer que se alcançou o resultado, sendo resultado jurídico nos crimes formais e resultado naturalístico nos crimes materiais.
1.5. Expurimento: é tudo que se concretiza pós-consumação. É analisada no momento de dosimetria da pena (regra geral). Excepcionalmente constituirá tipo autônomo (forma qualificada). Ex: indivíduo mata outro e depois esquarteja, é um mero exaurimento, tendo em consideração que o indivíduo já estava morto. Art. 316, CP
2. Resultado jurídico (nos crimes formais) × Resultado naturalístico (nos crimes materiais): advém de uma distinção classificatória entre crimes formais e materiais. Os crimes formais se consumam com o resultado jurídico e os crimes materiais com o resultado naturalístico. 
2.1. Resultado naturalístico é aquele que se naturaliza no mundo do ser, mundo real, resultado perceptível aos olhos. Altera o estado das coisas, muda o mundo ao nosso redor.
2.2. Resultado jurídico é o atingimento do bem jurídico tutelado pelo respectivo tipo penal. Há resultado jurídico, para todo e qualquer crime que se consuma.
Crime formal é aquele que prescinde um resultado naturalístico para que se repute consumado. Consumar-se-á com obtenção do resultado jurídico. Resultado naturalístico, se houver, será mero exaurimento. Crimes de consumação antecipada.
Exemplo de crime formal: extorsão art. 158, CP (ver súmula 96, STJ). O crime de extorsão ocorre dividido em duas partes, na existência e na obtenção da vantagem. A maioria dos crimes formais vai admitir tentativa.
 resultado natural
<-----|-------------------------|----------------------------------------------|------------->
 exigência vítima cede à exigência obtém vantagem
3. Consumação × Tentativa: 
a) Conceito de Tentativa nos termos do art. 14, II, CP, fala-se em tentativa quando iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente.
b) Elementos da tentativa:
b.1) Início de execução do delito
b.2. Não se consuma o delito
b.3. (não se consuma) Circunstâncias alheias a vontade do agente
Obs.: trata-se de situação excepcional as hipóteses de descriminante putativa por erro de tipo cujo resultado não se produziu e que se verificou que a má interpretação da realidade derivou da inobservância de um dever de cuidado. Falaremos aqui em tentativa culposa (culpa imprópria)
Aula 23/11/2013
*ver súmula 96, STJ.
 >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> resultado natural
<----|--------|----------------|-------->
 Exigir. vítima ameaçada. obtenção de vantagem
c) circunstâncias alheias: o crime não se consuma em razão da própria vontade do agente (art. 15 CP)
3.1. Espécies de tentativa
3.2. (A) tipicidade da tentativa
3.3. Natureza jurídica da tentativa
3.4. Tentativa como crime autônomo
4. Arrependimento eficaz e desistência voluntária
a) Desistência voluntária: o agente deixa de prosseguir quando poderia tê-lo feito e efetivamente se consuma; o crime não se consuma.
b) arrependimento eficaz: o agente voluntariamente assume postura ativa direcionada a impedir o resultado inicialmente desejado e efetivamente consegue; o crime não se consuma. Ex: sujeito descobre traição do parceiro e atira no mesmo, mas após atirar, percebe o que fez e leva o parceiro ao hospital e salva a vida daquele que queria retirar em princípio.
c) Consequência jurídica do arrependimento eficaz e desistência voluntária: Como consequência jurídica de ambos, o agente responderá não pela forma tentada do delito inicialmente desejado, mas sim pelos atos já praticados até então. 
Obs2: Para a incidência do art. 15, é suficiente que o comportamento do agente seja voluntário, nem ninguém nem nada impediu o agente ou o forçou a parar, não se exigindo que seja espontâneo. Mesmo que haja má fé no ato espontâneo, não importa. Se houver qualquer situação externa que influencie a sua "desistência", o ato será considerado "tentativa”.
5. Arrependimento posterior: não tem haver com teoria do delito; causas de exclusão ou modificação de tipicidade (art.16); é uma causa de diminuição da pena, é um elemento da teoria da pena; só vale para crimes sem violência ou grave ameaça; aqui o que ocorre é que sujeito repara o dano ou restitui a coisa, antes do recebimento da denúncia, e faz isso voluntariamente. Ex: furtou um bem (depois que o crime se consumou), o agente por ato voluntário devolve a coisa.
<---|-----|--------------|----------------------------|->
Crime. inquérito policial. MP (ofer. da denúncia) juiz: recebimento/rejeição
6. Questões Especiais
6.1. Tentativa Perfeita × Tentativa imperfeita
a) tentativa perfeita: também chamada de crime falho, existe quando o agente executa tudo aquilo que havia planejado, a fim de consumar o delito, mas ainda assim, o crime não se consuma. Ex: planeja matar a vítima, tem uma arma com espaço para oito tiros, dispara os oito tiros na vítima, e a vítima não morre.
Ex: planeja matar a vítima, tem uma arma com espaço para oito tiros, dispara apenas três e vai embora, acreditando que a vítima está morta.
Ex: tem arma com capacidade para oito projéteis de bala, coloca apenas um projétil e atira na vítima e a mesma não morre, ele realizou tudo que quis, o 
b) Tentativa imperfeita: Aqui a execução do agente é obstada/barrada por algo ou alguém. Ex: no momento do ato executório, a polícia chega, o cachorro chega, enfim, ocorre um evento que impede o agente de realizar o ato.
6.2. Tentativa abandonada: não é uma tentativa, aqui é uma pegadinha da doutrina, é sinônima de desistência voluntária.
6.3. Desistência voluntária × Tentativa imperfeita
Diferencia-se da seguinte forma: na desistência voluntária o agente pensa que pode prosseguir, mas não quer; já na tentativa imperfeita o agente quer prosseguir, mas não pode.
6.4. Tentativa branca × Tentativa vermelha: se diferencia na lesão.
a) Tentativa branca (tentativa incruenta): não existe lesão, nem parcial que seja, ao bem jurídico, todavia há um perigo concreto de lesão. Ex: roleta russa
b) tentativa vermelha (tentativa cruenta): o sujeito não consuma o delito, porém consegue efetivar uma lesão parcial ao bem jurídico.
Obs.: A tentativa nos termos do art. 14, par.único, tem natureza de causa de diminuição de pena, sendo utilizado o critério de diminuição da pena pelo juiz o critério de proximidade na consumação do crime. Não há no CP parte que designe "tentativa", se utiliza os artigos combinados, p.e., no crime de homicídio tentado, se utiliza p.e., art.121 c/c art.14, II, ambos CP.
(parênteses) Obs.: Vale ressaltar, nos termos do art.14, I, CP, que um crime só se consuma quando o fato reúne todas as elementares típicas necessárias à subsunção.Significa dizer que o crime tentado padece em tese de ausência de tipicidade. Isso é corrigido pelo art.14, II, CP, que recebe a natureza de norma de extensão.
Obs. 2: crimes de contravenção não são punidos pela tentativa, pois na lei não existe artigo que funcione sequer para combinar com outro, então o crime de contravenção é fato atípico
Obs.: Excepcionalmente o tipo penal já descreve a forma tentada, ex: art. 352
*a extinção de punibilidade pelo pagamento nos crimes contra a ordem tributária fere isonomia quando confrontada com o art.16?
**em uma situação de coautoria, sabendo que a lei impõe que os coautores sejam denunciados pelo mesmo tipo, o fazer adiante do arrependimento eficaz de somente um? (art.29, CP)
7. Crime Impossível
7.1. Conceito: crime que jamais poderia se consumar, ainda que o sujeito tentasse repetidas vezes, ele jamais conseguiria consumar o delito. A análise da impossibilidade é feita sem perder de vista qual crime o agente queria consumar. Ex: roleta russa, indivíduo pensa que há projétil dentro da arma, por mais que ele dispare por um ano, ele não conseguirá. Outro exemplo é fato de indivíduo quer matar alguém e por engano pega réplica de arma de brinquedo, ele não conseguirá praticar o crime. Será um crime impossível nesse caso, mas por exemplo, em um caso de furto, o crime não será impossível. 
7.2. Ineficácia do meio: o meio eleito pelo agente é absolutamente inadequado, inidôneo, ineficaz, para o alcance do resultado almejado. Ex: indivíduo querer matar alguém com arma sem munição. 
7.3. Impropriedade do objeto: não poderá se configurar o crime em razão de a conduta estar voltada contra um objeto material que não se interfaz no tipo. (Objeto material: Pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta). Ex: sujeito querer matar pessoa já morta. Mulher tomar remédio abortivo com feto já morto ou não estar grávida e por achar que estava tomou o medicamento. 
7.4. Consequência jurídica: se a ineficácia ou a impropriedade forem absolutas fala-se em crime impossível e o sujeito não responderá sequer pela tentativa (art. 17, CP). Todavia se for relativa à ineficácia ou impropriedade o agente responderá pela forma tentada. O art.17 traz um conflito de doutrina, pois supondo indivíduo que tenta cometer a ação de matar alguém com arma que na teoria em princípio não poderia causar sequer uma lesão, não poderá será extinta a punibilidade, caso a arma consiga efetuar alguma lesão se pune por tentativa de homicídio (ver exemplo gravação, garoto que fabricou arma caseira). Ex: indivíduo fabricou uma arma com canos e outros objetos, em princípio, tal arma, sendo caseira não seria possível cometer um delito tendo em vista o próprio procedimento de fabricação da arma, que não garante que a mesma seja eficaz. No entanto, esse mesmo indivíduo vai ao encontro de um desafeto seu, de posse da arma e consegue efetivamente ferir a vítima. Ele responderá, apesar de em teoria ser um crime impossível pela ferramenta para realizar utilizada (a arma de produção caseira), já que o agente conseguiu em parte realizar o ato desejado, responderá por tentativa.
(continuação de Fato Típico)
c) nexo
1. Nexo de causalidade
1.1. Conceito: demonstração de que o resultado produzido decorreu da conduta do agente. (é o que liga conduta e o resultado, pode haver)
1.2. Teorias: 
1.2.1. Causalidade adequada: Só se considera como causa de crime o comportamento que em si, foi apto a produzir o resultado. Ex: em uma briga, indivíduo que "segura" o outro não será responsabilizado pois a ação de segurar não configura lesão corporal.
1.2.1. Equivalência dos antecedentes causais: tudo aquilo que está direta ou indiretamente ligado ao resultado equivale ao status/condição de causa.(Ex: no exemplo do caso anterior, consideraria o indivíduo também causador da lesão corporal, seriam comportamentos equivalentes para realização da lesão.) Esta teoria trabalha com o juízo hipotético de eliminação de Thyren: elimina-se mentalmente um determinado fator do curso causal e se de algum modo, o resultado se altera estamos diante de uma causa. A grande crítica a essa teoria é um regresso ao infinito, nunca haveria fim, tudo seria causa. Essa teoria historicamente é corrigida pela análise dos elementos subjetivos (dolo e culpa). O CP Brasileiro adotou a teoria da equivalência, no art.13, caput, teoria que também é chamada de "conditio sine qua non". 
1.3. Concausas: analisaremos as concausas sempre quando mais de um elemento causador estiver relacionado a um mesmo resultado ensejando dúvidas quanto às consequências jurídicas que devem ser atribuídas ao fato. 
	
	Absolutamente independentes
	Relativamente independentes
	A) Pré-existente
	Tentativa
	Consumado
	B) Concomitante
	Tentativa
	----------------------------
	C) Superveniente
	Tentativa
	Por si produziu o 
resultado? Se a resposta for "sim", classifica-se como uma tentativa; se a resposta for "não", será consumado
1.3.1. Absolutamente independentes: são causas que não guardam entre si, um vínculo de origem. Em tais casos, bastará identificar a causa efetiva do resultado à qual se atribuirá a consumação, e todo o restante poderá ter atribuída no máximo a tentativa.
A) pré-existente: uma pessoa toma veneno, morre, e logo após toma um tiro por alguém que deseja matá-la, a perícia vai identificar causa mortis como envenenamento
B) concomitante: duas pessoas, sem combinar, resolvem matar a mesma pessoa, no mesmo momento, no mesmo dia, ambas praticam o ato, disparando uma arma de fogo contra a pessoa, só que uma bala da arma de um dos indivíduos atinge a cabeça e outra o pé; o indivíduo que acertou a bala no pé responderá por tentativa de homicídio, pois realizou toda as ações desejadas, no entanto o fato se consumou, mas não por circunstâncias suas, mas de sujeito alheio. 
Questão duas pessoas planejam matar indivíduo, elas não se conhecem, mas desejam matar a mesma pessoa, ambas seguem a vítima até um café, onde a mesma ao se levantar para ir ao banheiro, uma das pessoas levanta, sem a outra ver, deposita duas gotas de veneno, a outra, sem ver a primeira deposita mais duas gotas de veneno. A perícia constata que a dose mínima para a causa mortis foi de três gotas, como se julga o responsável?
Resposta: Bittencourt: diz que são concausas relativamente independentes, explicando que a supressão de qualquer dano inviabiliza a obtenção de resultado decorrente, não especifica qual tipo.
Capez: a conduta de A e B sozinhas não produziriam o resultado, apenas unidas ocorrem, ambas são causas, pode se cogitar de crime impossível, pois falta a um ou outro capacidade para realizar o ato individualmente.
Continuação “Nexo Causalidade” (30/11/2013)
c) Superveniente: indivíduo tenta me matar, me dando um tiro, mas morro em razão de um aneurisma, é uma concausa sem efeito mortis.
1.3.2. Relativamente independentes: existe entre elas um vínculo de origem, de modo que, poderei somá-las para dizer que o resultado na íntegra pode ser atribuído a cada uma delas. O agente responde pela modalidade do crime consumado. Analisa-se as causas unidas, como uma equação: A + B + C...
a) pré-existentes: tem-se uma pessoa que é hemofílica (dificulta a coagulação), a pessoa e o agente sabem da condição da vítima. O agente dá um tiro na perna da pessoa, em pessoas normais, não mataria, mas a soma da hemofilia e do tiro na perna contribuiu para o resultado jurídico. Seria a seguinte equação: Hemofilia + Tiro na perna = morte. Teria nesse caso uma concausa relativamente independente pré-existente ao fato. Deu um tiro na vítima, que pegou na perna, não sabendo que a vítima é hemofílica, não pode imputar o resultado ao agente. Seria uma concausa absolutamente independente pré-existente, já que a hemofilia já estaria presente no indivíduo mesmo antes dele receber o tiro. A vítima não morreria se não tivesse hemofilia, em virtude de onde o mesmo foi lesado.
b) concomitante: muitos autores consideram que existem, mas aqui deveriam ocorrer situações que ocorressem no mesmomomento. Mas por exemplo, dou um murro à vítima cai e bate a cabeça no meio fio, sua queda mesmo que um segundo depois, foi depois, não seria concomitante apesar de os autores acreditarem que sim. Apesar de os doutrinadores acreditarem no exemplo, não é o caso.
c) superveniente: indivíduo leva um tiro e dentro da ambulância, no caminho para o hospital, a ambulância bate e a vítima e os outros indivíduos morrem. (art. 13,§2). Na hipótese de concausa relativamente independente superveniente, nos termos do art., 13, §2, o agente responderá pela tentativa, se a concausa superveniente POR SI SÓ, produziu o resultado. De outro lado, caso se perceba que esta concausa superveniente não seria capaz de sozinha produzir o resultado, i.e., esta concausa está situada dentro de um padrão normal de possibilidades, significa dizer que não tem força para conter o nexo, que o resultado na integra será atribuído ao agente, que responderá pela forma consumada. Sempre que estiver diante de uma concausa superveniente inusitada, vai acabar rompendo o nexo de causalidade e o agente vai acabar respondendo por tentativa.
Questão: Rafaeel dispara um tiro contra Giani com a intenção de matar, está todavia não morre e é levada em uma ambulância em direção ao hospital, ocorre que durante o curso do veículo começa a chover, o que dificulta gravemente a locomoção da ambulância que leva cinco horas a mais que o tempo normal para chegar ao hospital, razão pela qual, a excessiva perda de sangue, provoca a morte da vítima a caminho do atendimento. Analise por qual crime o sujeito responde e por quê. 
Resposta: Sujeito vai responder por tentativa de homicídio doloso omissivo próprio.
1.4. Omissão como causa: 
 "causa"
 (nexo)
Conduta resultado
(comissiva/omissiva)
-se estuda através de dois meios.
1.4.1. Própria/pura (propriamente dito): aqui o próprio tipo penal descreve um não fazer, tipo este que será imputado a um comportamento omissivo. Ex: art. 135, CP (omissão de socorro)
1.4.2. Omissão imprópria: nesses casos o tipo penal descreve uma conduta comissiva, todavia o comportamento do agente foi um comportamento omissivo. Analisar nexo aqui é avaliar se este comportamento omissivo não descrito no tipo pode ainda sim, ser considerado causador do resultado. Na omissão imprópria, o agente será punido como se tivesse positivamente causado (no sentido de ação), o resultado que ele deixou de impedir. A omissão imprópria só se verifica se o sujeito ativo é um garantidor ao qual se impõe portanto, o dever de impedir um resultado. São também chamados de crimes comissivos (tipo) por omissão (meio).
1.4.3. Garantidor é aquele que podia e devia agir (art. 13, §2, CP)
Devia: quem tem por lei obrigação de cuidado, proteção e vigilância; assumiu de qualquer modo, o dever de proteção; aquele que, com comportamento anterior, criou o risco de produção do resultado (ex: caso da boate kiss - quando os proprietários resolveram usar espuma de colchão no teto, quando não colocou saída de emergência, eles assumiram o risco de ocorrência do resultado); obs.: não se pode confundir dever de garantia descumprido com ocorrência ou não de dolo, de modo que, caso o garantidor descumpra seu dever, isso não acarreta necessariamente a imputação de um tipo doloso. Questão: Vanessa é instrutora de voo e esquece-se de colocar o gancho de segurança em Janico, situação esta que é percebida por Vandelson, turista presente no local que nutria um desafeto com relação à vítima e que por esta razão nada avisa a ninguém. Durante o voo ocorre um acidente e Janico despenca sobrevivendo Vanessa. Analise a responsabilidade de Vanessa e Vandelson. Resposta: Vanessa responderia por homicídio culposo omissivo impróprio e Vandelson por omissão de socorro, já que o mesmo não assumiu função de garantidor, apesar de ter percebido o risco iminente. Ex.2: indivíduo 1 que é salva-vidas vê pessoa se afogando e não faz nada, indivíduo 2 que estava passando no local, visualiza a situação e salva a vítima, proibindo a produção do resultado. O indivíduo 1, por ter garantidor responderá por tentativa mais grave, como tentativa de homicídio. O garantidor responderá sempre pelo resultado na forma omissiva imprópria. Obs.3: entende-se, portanto, que há nexo de causalidade entre o comportamento omissivo deste e o resultado não impedido (outros autores falam de nexo de não impedimento)
Podia: o dever de garantia impõe o agir, mas não obriga o garantidor a fazer o impossível, de modo que se não havia nenhuma possibilidade concreta de ação desaparece também a função de garante/garantidor. Apenas o garantidor tem o dever de correr risco pessoal, no entanto, esse indivíduo não é obrigado a fazer o impossível.
Aula 07/12/2013
1.5. Teoria da imputação objetiva: dá justificativas mais plausíveis ao nexo de causalidade
(Roxin) Sistematização
1.5.1. Risco permitido
 proibido
Permitido: 
não há risco proibido se a conduta não puder ser atribuída ao próprio agente
 não há risco proibido se o risco é insignificante 
Proibido:
Não há risco proibido se a vítima foi criadora do risco (auto colocação em perigo); trata-se aqui da auto colocação em perigo, cumpre atentar para a diferença entre auto colocação em perigo; autolesão e lesão consentida, no primeiro caso, a vítima concorda somente com o risco, não se podendo depreender necessariamente, a anuência com a lesão. Na lesão consentida, a vítima solicita que um terceiro lhe lesione. Na autolesão, é a própria vítima que se lesiona, o direito penal não pune essa ação; heterocolocação em perigo, a vítima permite que um terceiro exponha ela a um risco, nesse caso, temos como exemplo, sujeito que pega carona com indivíduo embriagado.
não há risco proibido só o agente atuou para afastar risco maior
não há risco proibido, se o risco for socialmente adequado
Claus Roxin: cria na verdade filtros de sistematização que vão impedir, obstando o estabelecimento do nexo de causalidade
d) tipicidade
d.1. Conceito: em um sentido tradicional há tipicidade quando é possível subsumir (subsunção) um tipo penal a uma conduta 
d.2. Evolução
d.2.1. Tipicidade formal: bastava aqui que a conduta se enquadrasse nos termos literais do tipo incriminador para que fosse reputada típica. -> T = TF
d.2.2. Tipicidade material: Roxin com desenvolvimento do funcionalismo teleológico passa a dizer que a finalidade do direito penal é promover a exclusiva proteção de bens jurídicos. Está concepção funcionalista acaba repercutindo em matéria de teoria do delito passando ele a agregar ao conceito de tipicidade para além da tipicidade formal também a tipicidade material. -> T = TF + TM (EFETIVA LESÃO/PERIGO CONCRETO). Aqui começou a ser analisado o princípio da insignificância que passou a ser uma causa supralegal de exclusão da tipicidade por ausência de TM. Para Roxin, há tipicidade quando existem ambos, tipicidade material e formal, havendo ausência de qualquer um dos dois, não haverá tipicidade. A tipicidade material é a teoria mais aceita pelos nossos tribunais e a utilizada majoritariamente.
d.2.3. Tipicidade conglobante: conceito sustentado por Zaffaroni com base no funcionalismo reducionista (pensa o direito penal sob a ótica de um viés extremamente minimalista/reducionista). Para Zaffaroni, um ordenamento jurídico não poderá abrigar a um só tempo comandos contraditórios, de modo que, se o ordenamento estimula de algum modo, uma determinada prática não poderá paradoxalmente considerá-la típica. -> T = TF +TC -> TC = TM + ANTINORMATIVIDADE. A inovação de Zaffaroni, foi a antinormatividade: uma conduta só pode ser considerada antinormativa conforme o autor argentino, quando ela não está de nenhum modo estimulada. Significa dizer por consequência lógica que sempre que existir um estímulo ao comportamento, isto valerá como uma excludente de antinormatividade afastando portanto a tipicidade em razãoda ausência de tipicidade conglobante.
(parênteses) Ilicitude: recebe o nome de antijuricidade (sendo sinônimos). É um conceito dado com base nas excludentes, sendo estas o Estado de necessidade legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal, exercício regular de um direito. 
Quando se trata de antinormatividade, Zaffaroni não delimita excludentes, apenas pode se dizer que a excludente nesse caso será para quando há comportamento estimulado.
O Estado estimula tanto na antijuricidade e antinormatividade o estrito cumprimento do
Obs.: questiona-se se é possível vislumbrar uma identidade entre os conceitos de antinormatividade e antijuricidade, a resposta é negativa, uma vez que, nem todas as excludentes de ilicitude que integram o conteúdo da antijuricidade penal brasileira nos termos do art. 23, CP/1940, são também práticas estimuladas pelo Estado. Com isso, poderíamos dizer que estrito cumprimento e exercício regular seriam no pensamento de Zaffaroni, excludentes de antinormatividade, o mesmo não se podendo dizer das demais, ou seja, do estado de necessidade e legítima defesa, por serem práticas toleradas e não estimuladas. A teoria de Zaffaroni não é utilizada pelos tribunais brasileiros. Não é doutrina aceita e aplicada no Brasil, mas estudada pelo direito brasileiro pelo contexto histórico
d.2.4. Teoria dos elementos negativos do tipo: muito difundida por Maurach, esta teoria traz para dentro da tipicidade o próprio conteúdo da ilicitude. A tipicidade com isso passa a assumir dois polos, um positivo e um negativo, de modo que, para esta teoria se um sujeito mata o outro em legítima defesa estará praticando comportamento atípico.
Questão prática:
Carla em uma viagem de ferry para Itaparica se desespera ao ver que a embarcação começou a afundar. Não havia coletes salva vidas em número suficiente, e Carla que não sabia nadar só tinha como alternativa brigar com alguém pelo colete. Nesta ocasião mata Luciano a fim de salvar a própria vida subtraindo-lhe o colete. Analise as consequências jurídicas do comportamento de Carla, considerando que ela agiu em estado de necessidade, examinando cada marco evolutivo do conceito de tipicidade.
Aula 11/01/14
Tipicidade (parte II)
1. Tipo objetivo × Tipo subjetivo
Tipo objetivo: corresponde à descrição do comportamento criminoso contida no tipo penal.
Tipo subjetivo: Corresponde ao dolo ou culpa que se agrega ao formato típico descritivo. Vale destacar que o artigo CP disciplina como regra geral que os tipos penais são dolosos. Significa dizer que só se pune por culpa se o legislador fizer menção expressa ao tipo subjetivo culposo (art. 18, parágrafo único, CP).
Obs: elementos normativos do tipo são elementos objetivos descritivos cujo conceito varia no tempo e no espaço demandando necessariamente uma valoração por parte do aplicador da norma.
2. Evolução:
-Causalismo: causa-efeito; tipo objetivo. Para os causalistas o elemento dolo e culpa se encaixavam na culpabilidade.
-Neokantismo: Valoração. partem da utilização do direito penal de uma das filosofias do direito trazidas por Kant, através da teoria do conhecimento, que diz que a teoria se inicia na experiência, mas não se encerra nesta. Não se pode explicar o crime a partir unicamente da observação do acontecimento. Os neokantistas inovam impondo um dever de valoração. 
-Finalismo: Hans Welzel. Tem que ser pensado à partir da finalidade do agente. Welzel entende a conduta criminosa como sendo um querer agir livre e consciente voltado para um determinado fim.
Obs: o dolo que Welzel traz para a tipicidade somente é composto por consciência e vontade. É o chamado dolo natural ou dolus bonus. Entende portanto, de maneira diferente dos causalistas e neokantistas que trabalhavam com a noção de dolo normativo ou dolus malus.
*Funcionalismo
F.t. il. culp.
Cond. imput
Res. dolo (vontade+consciência+potencial cons.ilicitude)
Nexo. culp.
Tip (obj) exigibilidade de conduta diversa
3. Tipo doloso: o dolo é tratado no art. 18, I, CP, que agrega teoria da vontade e teoria do assentimento para dizer que pratica conduta dolosa aquele que quis o resultado e que assumiu o risco de produzi-lo.
3.1. Dolo genérico × Dolo específico
-dolo genérico: é a regra geral. Todos os tipos penais dolosos vão estar apresentando um dolo genérico.
-dolo específico ou especial: se exige quando o legislador descreve na redação do tipo doloso um especial fim de agir, de modo que a mera vontade em um sentido genérico não é suficiente para que se promova a adequação típica. Ex: art. 159 ("com o fim de")
3.2. Espécies de dolo:
-Dolo direto (de 1 grau): existe uma vontade que se volta diretamente contra um sujeito passivo específico. Ex: quero matar "A" e mato "A" 
-dolo direto (de 2 grau): também aqui há um querer, todavia o agente só quer produzir este resultado porque o compreende como necessário para a concretização de um outro fim. Ex: quero matar "A" e explodo o carro em que estão "A" e "B", haverá dolo direto de primeito grau quanto a "A" e de segundo grau quanto a "B"
-Dolo indireto eventual: o agente não quis diretamente o resultado porém assumiu o risco de produzi-lo. Doutrinariamente fala-se que o agente antecipou mentalmente a possibilidade eventual e futura da ocorrência do resultado e antecipadamente o aceitou (prevê o resultado e o aceita)
Obs: dolo evetual × culpa consciente: na culpa consciente também há uma previsão da futura e eventual possibilidade de ocorrência do resultado, a diferença é que o agente acredita sinceramente que o resultado não irá se produzir, entretanto, acabou culposamente se produzindo (prevê o resultado e o afasta), para que se fale de culpa consciente é indispensável que o agente tenha atributos especiais que justifiquem o afastamento do resultado, o sujeito tem uma habilidade especial. No dolo eventual o agente é indiferente; na culpa eventual há uma superconfiança do agente.
*é caracterizado por dois palavrões: dolo eventual "foda-se"; culpa consciente "fudeu".
-dolo indireto alternativo objetivo: ex: quero matar ou lesionar "A" (indiferença a qual espécie típica irá praticar)
-dolo indireto alternativo subjetivo: quero matar "A" ou "B"
*Pesquisar furto de uso e peculato de uso (argumentos a favor e contra)
Aula 18/10/2014
4. Tipo Culposo: Em linhas gerais, fala-se em crime culposo quando o agente não teve a intenção de produzir o resultado. Nos termos do art. 18, nota-se que o tipo culposo é excepcional, dependendo de previsão legal expressa, de modo que, nem toda figura dolosa possui um correspondente culposo.
4.1. Elementos
I-Tipo culposo previsto em lei: se não há um tipo culposo expressamente previsto, você não estará encaixado sequer em um crime.
II-Não intenção de produção do resultado: em regra não há intenção. 
III-Ocorrência do resultado: a figura da tentativa se associa a crimes dolosos, sendo assim, em regra, não cabe tentativa para crimes culposos.
IV-Nexo (de causalidade): não basta portanto, a inobservância de um dever de cuidado e a ocorrência de um resultado previsto em lei, sendo imprescindível também provar que o resultado decorreu da inobservância.
V-Previsibilidade do resultado: o agente não prevê um resultado que é previsível. Significa dizer que se o resultado é imprevisível, inusitado, não há como falar sequer em crime culposo.
Obs: os elementos até aqui são cumulativos
VI-Inobservância de um dever de cuidado: significa que o agente não tomou os cuidados que deveria atuando portanto com negligência ou imprudência ou imperícia. 
a) Negligência: o agente deixa de efetuar uma diligência que dele se esperava causando assim um resultado. 
OU
b) Imprudência: o agente faz algo que não poderia ser feito, ocasionando com isso, o resultado.
OU
c) Imperícia: primeiramente registre-se que só se fala em imperícia para quem é perito naquela atividade. Agecom imperícia, o perito que por alguma razão encontra-se, momentaneamente inapto para a prática da qual possui conhecimento especial. Ex: médico que, p.e, dilatou a pupila e resolve realizar cirurgia. Momentaneamente ele deixa de ser perito, em razão da dificuldade de enxergar. Ele deixa de ser perito por um breve momento.
(pergunta) Ivan, médico, vai fazer uma operação em uma paciente e mesmo sabendo que não esterilizou os equipamentos procede a intervenção. A paciente morre com infecção generalizada. O MP ofereceu denúncia, por homicídio culposo com aumento de pena do 121, §4 (inobservância de regra técnica de profissão). Responda:
A) Acertou o promotor?
B) Qual a diferença entre inobservância de regra técnica e inobservância de um dever de cuidado?
C) O referido aumento de pena fere o ne bis in idem (não se pode punir duas vezes)?
D) Qual a diferença entre inobservância de regra técnica e dolo eventual?
Dica: pesquisar em livros de parte geral e parte especial.
4.2. Espécies de culpa
A) Culpa própria: é a culpa por excelência, propriamente dita, em que o agente não prevê um resultado que era previsível. Ex: quando uma mãe está em casa e larga uma criança em uma casa com piscina e a criança se afoga.
B) Culpa consciente: Excepcionalmente existe aqui a previsibilidade do resultado por parte do agente (prevê o resultado e o afasta).
C) Culpa imprópria: é uma culpa com intenção. Apesar da intenção, mantem-se a classificação culposa por se tratar de uma intenção mal formada. Cuida-se aqui de descriminantes putativas por erro de tipo nas hipóteses em que este erro deriva da inobservância de um dever de cuidado. Como há intenção, alguns autores admitem tentativa culposa, desde que se trate da culpa imprópria.
D) Culpa temerária: é a culpa gravíssima, manifestada por um excesso de inobservância de um dever de cuidado. Recomenda-se a leitura de Selma Santana.
(pergunta 1)
O anteprojeto do código penal, tratou da culpa temerária? Qual a diferença entre esta e o dolo eventual.
5. Tipo preterdoloso: crimes preterdolosos são espécie do gênero crimes qualificados pelo resultado. Qualificar um crime significa atribuir a ele uma pena cominada superior à forma simples. Qualifica-se um crime por várias razões dentre elas motivos, meios e resultado. Para que se classifique um tipo penal como preterdoloso é indispensável que se trate de um tipo incongruente, isto é, cujo resultado final supere necessariamente a vontade do agente. É por esta razão que os tipos preterdolosos são espécie de crimes qualificados pelo resultado particularmente caracterizados pelo fato de somente admitirem uma combinação de elementos subjetivos: dolo na conduta antecedente e culpa no resultado consequente. Ex: o exemplo perfeito para crime preterdoloso é a lesão corporal seguida de morte.
Obs: na figura do latrocínio, não há como classificar o crime como preterdoloso, pois o crime preterdoloso somente admite dolo + culpa.
Obs: Como possuem o elemento subjetivo culpa em sua formação, os crimes preterdolosos não admitem como regra tentativa.
	Conduta antecedente
	Conduta consequente
	Dolo
	Dolo
	Culpa
	Culpa
	Dolo
	Culpa
	Ex: roubo
Dolo
Dolo
	Ex: morte
Dolo
Culpa
6. Erro de tipo: em toda e qualquer situação de erro de tipo estaremos sempre diante de um erro de fato, por exemplo, uma má interpretação da realidade. Este erro é chamado de erro de tipo, porque está relacionado a elementos fáticos ligados ao evento criminoso. Este erro de tipo pode ser de duas espécies:
I) essencial (Art. 20, caput, CP): no erro de tipo essencial o equívoco está necessariamente relacionado aos elementos que integram a estrutura do tipo penal. O erro de tipo essencial pode ser:
a) invencível / justificável / escusável: um erro que qualquer pessoa cometeria. A consequência é que exclui-se dolo e culpa. 
b) vencível / injustificável / inescusável: aqui o agente não tomou os devidos cuidados. A consequência aqui é que exclui-se o dolo, mas pune-se por culpa (se tipo culposo houver). 
Ex: O crime de homicídio diz "Matar alguém", a essência do tipo penal de homicídio é esta. Se houver um erro quanto aos elementos "matar" ou "alguém", haverá um erro de tipo. Exemplo é o caso do ator Brandon Lee, o qual a bala da arma da gravação da última cena do filme foi trocada, ocasionando na morte de fato do ator. O outro ator que contracenava com o mesmo ocorreu em erro de tipo pelo elemento "matar" (ver gravação). Crime de furto "subtrair para si" / "outrem coisa móvel alheia" 
Aula 25/01/2014 (continuação Erro de Tipo)
II) acidental: o erro se relaciona também a elementos fáticos, porém exteriores ao tipo penal. (são elementos acessórios, acidentais, por ser um erro acidental, a estrutura fica intocada)
a) Aberratio ictus / erro na execução: trata-se do erro na execução. O agente por acidente ou erro, no momento em que está executando o delito, acaba por atingir pessoa diversa da pretendida. Como consequência, nos termos do art.63, o agente será punido como se tivesse atingido a pessoa pretendida. Ou seja, aqui se abstrai a pessoa que foi atingida erroneamente, trabalha em vista de ter atirado na pessoa que queria. Ex: atiro em uma pessoa e a bala pega em alguém que está atrás desse indivíduo. Nesse caso eu desejava matar uma pessoa e acabei matando outra. No caso do ônibus parada 171, em que o atirador, matou acidentalmente a refém, se analisa como um erro na execução e afasta pela Ilicitude. Só se pensa na pessoa pretendida.
b) Erro sobre a pessoa: ressalte ainda que caso além da vítima pretendida, o agente acabe por atingir também uma vítima não pretendida, responderá pelo respectivo concurso de crimes. Ex: homicídio doloso consumado + lesão corporal culposa. Ex2: imagine que naquela novela mulheres de areia, alguém deseja matar Raquel, fica na espreita, e Ruth por um acaso utiliza o penteado de Raquel e e ele atira
c) Aberratio criminis / resultado diverso do pretendido: verifica-se quando o agente quer praticar um determinado crime e em razão de um acidente, acaba por praticar um crime diferente do desejado. Como consequência, o art. 74, determina que ele será punido pela forma culposa do resultado efetivamente produzido. Caso o agente acabe por produzir tanto o resultado pretendido, quanto um resultado não pretendido, será punido por ambos em concurso. Ex: sujeito joga uma pedra para quebrar uma vidraça de uma janela, só que a janela estava aberta e havia uma pessoa dentro da casa, acaba o agente por acertar a pessoa, lesionando a mesma, respondendo por lesão culposa.
7. Discrimimante (deixa de ser crime) putativa (imaginário) por erro de tipo (em razão de uma má interpretação): neste caso, o agente supõe estar vivenciando uma situação de fato que se realmente existisse, tornaria a sua ação legítima. O problema é que a mencionada situação somente existiu na imaginação do agente, que promoveu uma interpretação equivocada da realidade. As consequências são as mesmas do erro de tipo essencial (invencível-exclui dolo e culpa; vencível-exclui dolo, mas pune-se por culpa, se tipo culposo houver). Ex: legítima defesa putativa, estado de necessidade putativo, etc.
Questão:
Jéssica ao voltar pra casa avista na rua Iala, uma de suas maiores inimigas observando que esta trazia consigo um objeto metálico, que Jéssica acreditou ser uma arma. Supondo estar na iminência de ser agredida, Jéssica dispara 5 tiros, com a intenção de matar a vítima, sendo contra a sua vontade interrompida por populares e levada para a delegacia. Descobre-se que a vítima apenas portava um secador e por sorte acabou não sendo atingida por nenhum dos tiros.
Resposta: descriminante putativa por erro de tipo, sendo assim responderá por uma tentativa culposa (culpa imprópria), incruenta.
(prova cumulativa até aqui!!!!)
II-Ilicitude/antijuridicidade
1. Conceito: trata-se deum conceito jurídico dado por exclusão, isto é, o agente age ilicitamente quando não se encontra diante de nenhuma das excludentes previstas em lei. O código penal tratouda matéria entre os arts. 23 e 25. Sempre o excesso, seja doloso, ou culposo poderá ser punido nos termos do art. 23. Para parte da doutrina é requisito comum a todas as excludentes, o agente saber previamente que está autorizado a agir. Ex: um caseiro resolve furtar um bem de uma casa, ao entrar na casa, nota que o proprietário está sendo vítima de uma tentativa de homicídio. Muda de ideia e vai ajudar o proprietário. Nesse caso o caseiro, responderia ainda assim por invasão de domicílio, já que não adentrou no domicílio com o intuito de socorrer o proprietário. 
2. Estado de necessidade: previsto no art. 24, existe quando o sujeito pratica uma conduta para salvar a si ou a outrem de um perigo atual que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar. Admitindo-se aqui tando estado de necessidade próprio ou estado de necessidade de terceiro. 
a) Si / Outrem: Quando se fala em situações de perigo, se refere a pessoa, animal ou coisa. 
b) Perigo atual: Perigo que está acontecendo. 
Obs: o perigo iminente não está abarcado no conceito. 
c) Não provocou por vontade: quem age em estado de necessidade não pode ser o causador do perigo, mas a causa culposa admite estado de necessidade. 
d) Não podia evitar: fuga, caso seja possível, é necessariamente obrigatória.
Obs: os garantidores não podem alegar estado de necessidade para fundamentar uma fuga, pois possuem o dever de enfrentar o perigo. 
2.1. Teorias: a) teoria unitária: só consegue uma espécie de estado de necessidade. É o estado de necessidade justificante. Só existe estado de necessidade na ilicitude. Para que se exclua a ilicitude aqui, o bem jurídico protegido vale mais que o bem sacrificado. b) teoria diferenciadora: diferencia duas espécies de estado de necessidade. Tendo o estado de necessidade justificante, que é aquele localizado na ilicitude, e o estado de necessidade exculpante, que é aquele localizado na culpabilidade. Aqui se o bem jurídico protegido vale mais do que o bem jurídico que se sacrificou, esse estado de necessidade vai excluir a ilicitude, é um estado de necessidade justificante. Se o bem jurídico sacrificado for de maior ou igual importância que o protegido.
Obs: No Brasil foi adotada a teoria unitária, com uma peculiaridade, fica afastada a ilicitude da conduta, sempre que o bem jurídico protegido tiver valor superior ou igual ao bem jurídico sacrificado.
Obs: o código penal militar brasileiro adota a teoria diferenciadora. 
08/02/2014
2.2. Defensivo × Agressivo
a) Defensivo: a conduta se volta para o próprio causador do perigo. 
b) Agressivo: aqui a conduta está voltada contra um inocente, sujeito que não causou risco algum.
3. Legítima defesa
a) conceito: atua em legítima defesa, aquele que volta a sua conduta para repelir injusta agressão, atual ou iminente e de forma proporcional, defendendo a si ou a terceiro.
	Legítima defesa
	Estado de necessidade
	Injusta agressão
	Perigo
	Pessoa
	Pessoa; animal; coisa
	 Atual ou iminente
	 Atual
	Fuga facultativa
	Fuga "obrigada"
3.1. Excesso: torna a conduta punível.
3.2. Simultaneidade: é possível cogitar legítimas defesas simultâneas? Em sendo reais não, já que para que se fale em legítima defesa, uma das agressões é justa e a outra injusta (indivíduos trocando murros, algum deles começou). Todavia possível identificar a simultaneidade se um dos agentes está em legítima defesa putativa.
Obs: Legítima defesa sucessiva: é perfeitamente possível, sendo verificada nas situações em que há excesso na reação, o que provoca uma inversão dos polos: agressor × agredido. Ex: te dou um murro, você pega uma peixeira, você pega uma arma, eu pego uma metralhadora...
4. Ofendículos: são predispostos de defesa. Ex: cão de guarda, cerca elétrica, etc. A doutrina diverge quanto a sua natureza jurídica, se exercício regular de um direito ou legítima defesa. Modernamente entende-se que a natureza varia, a depender do momento em que se observe a ofensácula: se em efetivo uso, legítima defesa, caso contrário, exercício regular de um direito.
5. Estrito cumprimento de um dever legal: o código penal muito embora faça menção a essa excludente, não a conceitua, a doutrina assinala que para excluir a ilicitude é imprescindível que o cumprimento seja estrito, ou seja, dentro dos limites da lei. Ex: Juiz expede mandado e pede que oficial de justiça busque computador no apt. 201, no entanto, o oficial observa que o indivíduo não é morador do 201, mas do 202. O oficial não poderá retirar o computador, pois o endereço estava diferente do mencionado, podendo até caso o oficial, ainda assim resolva pegar o computador ser caso de furto. No mandado devem constar todos os detalhes, esse documento deverá ser corrigido em caso de erro.
6. Exercício regular de um direito : ao contrário do dever legal, que é uma obrigação imposta por lei, o direito é uma faculdade jurídica. Para que afaste a ilicitude será imprescindível que este exercício seja regular.
Obs: um policial que mata um assaltante em meio a uma troca de tiros com a polícia, terá a ilicitude de sua conduta afastada pelo estrito cumprimento de um dever legal ou pela legítima defesa? Majoritariamente o entendimento é que se trata de legítima defesa.
7. Consentimento do ofendido (ex: caso do BBB de estupro de vulnerável): não há previsão na parte geral de um tratamento jurídico específico para o consentimento do ofendido. Trata-se aqui de uma causa supralegal de exclusão da ilicitude que afastará a ilicitude do comportamento desde que cumulados os seguintes requisitos referidos pela doutrina.
a) bem jurídico disponível
b) sujeito que consente (conscenciente), sujeito capaz
c) anterior ou no máximo concomitante à lesão (caso do BBB)
d) sem vício (onde já entra a relação do negócio jurídico com os vícios de dolo, culpa, erro, coação)
e) consentimento não contraria a moral e bons costumes
Obs.: para Claus Roxin, o consentimento é excludente, não da ilicitude, mas sim da tipicidade. Segundo o autor, a que se diferenciar objeto jurídico (bem jurídico) do objeto material. Assim caso um sujeito consinta que outro lhe retire um membro, não houve lesão à integridade física, mas sim e tão somente ao corpo, isto é, objeto material sobre o qual recai a conduta. (para Roxin a conduta é atípica)
É não estar em:
a) estado de necessidade
b) legitima defesa
c) estrito cumprimento de dever legal
d) exercício regular de um direito
3. Culpabilidade
a) imputabilidade
b) potencial coincidência da ilicitude
c) Exigibilidade
15/02/2014
Concurso de pessoas
1. Autoria × Participação
Teoria do domínio do fato: Os tribunais superiores, tem trabalhado com a tese de que domina o fato, quem participa efetivamente da divisão de tarefas.
Partícipe: será aquele que auxilia materialmente, induz ou instiga.
2. Participação de menor importância: prevista no art. 29, §1, para os casos em quê, o comportamento do partícipe assumiu reduzidíssimo grau de envolvimento: tal fato funcionará como causa de diminuição de pena.
3. Desvio subjetivo (cooperação dolosamente distinta): existe aqui uma ruptura do vínculo subjetivo por uma das partes, por um dos agentes, de modo que, aquele que quis praticar o crime mais grave, por este será punido. 
4. Comunicabilidade: não se comunicam de um sujeito para o outro, circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares do tipo.
Obs: para que se comunique em sendo elementar, é necessário também que o sujeito tenha ciência prévia da circunstância subjetiva. Ex: casos em que haja um indivíduo que é funcionário público e pratica peculato com auxílio de outro indivíduo que não é funcionário, haverá comunicabilidade de causa, isto é, os dois sujeitos vão responder por peculato. Se ambos tinham conhecimento da função de funcionário do indivíduo, caso o outro não saiba, responderá por furto.
5. Participação × Tentativa: o código penal consagra a natureza acessória da participação, ao disciplinar que a conduta do partícipe não será punível se o crime não foi pelo menostentado por seu autor.
Concurso de crimes: 
1. Material: caracteriza-se quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Como consequência, opera-se a soma das penas (critério do cúmulo material). Art. 69, CP.
2. Formal: Aqui o agente mediante uma só ação ou omissão pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Art. 70, CP. Fala-se em concurso formal impróprio quando o agente desejou cada um dos resultados (desígnios autônomos) e em concurso formal próprio quando o agente não desejou crime algum ou pelo menos só desejou um deles. Dentro do concurso formal impróprio a consequência será a soma das penas, usando critério do cúmulo material. No concurso formal próprio utiliza-se o critério da exasperação. 
Obs:Critério da Exasperação: na exasperação, nos termos do art. 70, CP. O juiz tomará por base, a mais grave das penas aumentando-a de 1/6 até a metade.
3. Continuidade delitiva (crime continuado): em essência, corresponde a um concurso material, porém com características peculiares, pois neste caso, o agente mediante mais de uma ação ou omissão pratica dois ou mais crimes de mesma espécie (mesmo tipo penal), dentro das mesmas circunstâncias de tempo, lugar e maneira de execução. Como consequência, considera-se essa pluralidade delitiva como se crime único fosse, aplicando-se o critério da exasperação, nos termos do art. 71, CP (teoria da ficção jurídica). A consequência jurídica é uma questão de política criminal.
Culpabilidade: corresponde a um juízo de reprovabilidade que recai sobre o autor do fato. Pela teoria normativa pura (Hans Welzel), na moderna concepção de culpabilidade, agrupa somente elementos normativos (valoração da conduta).
1. Imputabilidade: analisa-se aqui, se o sujeito pode ou não ser merecedor de pena. 
1.1. critérios para imputabilidade
a) critério biológico: analisa somente a idade.
- maior de 18 anos: imputáveis
- menor de 18 anos: inimputável. Sendo criança o menor de 12 anos, e o adolescente aquele maior ou igual a 12 anos e menor que 18.
Obs1:Adquire-se a maior idade penal no primeiro minuto da data do 18 aniversário. 
Obs2: menor de 18 anos não pratica crime, mas sim ato infracional. Também não se sujeita a pena, mas sim medida de proteção (criança) e medida sócio-educativa (adolescente).
b) critério biopsicológico: leva em consideração o desenvolvimento mental e a autodeterminação do sujeito.
-imputável: Possui desenvolvimento mental perfeito e plena capacidade de autodeterminação. 
-semi-imputável: em razão de doença mental ou desenvolvimento mental prejudicado não tem plena capacidade de entendimento e/ou de comportamento.
-inimputável: é aquele que por doença mental ou desenvolvimento mental prejudicado é plenamente incapaz de entendimento e/ou de comportamento. Aqui o sujeito não compreende a realidade como ela é.
2. Potencial consciência da ilicitude
3. Exigibilidade de conduta diversa

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