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Procedimento para Certificação de instalações elétricas NBR 5410 Estudo de caso UF CE

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Prévia do material em texto

i 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO PARA CERTIFICAÇÃO DE INSTALAÇÕES 
ELÉTRICAS CONFORME A NBR 5410/2004, UM ESTUDO DE 
CASO 
 
 
 
 
 
 
 
Marcus Vinícius Barreto Cavalcante 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
Dezembro de 2010 
 
 
ii 
MARCUS VINÍCIUS BARRETO CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO PARA CERTIFICAÇÃO DE INSTALAÇÕES 
ELÉTRICAS CONFORME A NBR 5410/2004, UM ESTUDO DE 
CASO 
 
 
Monografia submetida à Universidade Federal 
do Ceará como parte dos requisitos para 
obtenção do título de Engenheiro Eletricista. 
 
Orientador: Prof. Msc. Carlos Gustavo Castelo 
Branco. 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
Dezembro de 2010 
 
 
 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” 
(João 15.12) 
 
 
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, 
A minha esposa Jamille e minha filha Melissa, 
A minha avó Erandir, 
A todos os familiares e amigos. 
 
 
vi 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus pela minha vida e a meus familiares e amigos que contribuíram de 
forma direta ou indireta para a realização deste trabalho. 
 
Aos professores da minha extensa graduação que me ajudaram a ser o profissional que 
hoje sou, com suas orientações, apoio moral e sermões em sala de aula. 
 
Aos colegas de aula que contribuíram em grupos de estudo e participação em minha 
vida acadêmica. 
 
Agradecimento em especial ao professor Carlos Gustavo Castelo Branco, o qual me 
orientou neste trabalho e acreditou em meu potencial para desenvolver este tema.
 
 
vii 
CAVALCANTE, M. V. B. “Procedimento para Certificação de Instalações Elétricas 
conforme a NBR 5410/2004, um estudo de caso”, Universidade Federal do Ceará – UFC, 
2010, 86p. 
 
Esta monografia apresenta um estudo sobre a certificação das instalações elétricas, analisando 
o cenário nacional e internacional de certificação das mesmas. Uma análise histórica de como 
eram feitas as instalações elétricas no passado servirá como base para se construir um estudo 
detalhado de como podem ser evitados acidentes com pessoas e bens por causa de instalações 
elétricas mal feitas, mal dimensionadas ou sem manutenções preventivas. A certificação de 
instalações elétricas está inserida como um dos mecanismos de avaliação da conformidade, 
que são estabelecidos pelo Inmetro no Brasil. A avaliação da conformidade é dada por um 
órgão previamente acreditado pela coordenação geral de acreditação do Inmetro para atuar 
como organismos de avaliação da conformidade. Uma avaliação da conformidade 
simplificada será feita em dois imóveis da cidade de Fortaleza no estado do Ceará, um com 
mais de vinte anos de construído e o outro em fase de entrega pela construtora. 
 
 
Palavras-Chave: Certificação, avaliação da conformidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
CAVALCANTE, M. V. B. “Procedure for Certification of Electrical Installations according to 
NBR 5410/2004, a case study.”, Universidade Federal do Ceará – UFC, 2010, 86p. 
 
This work presents a study on certification of electrical installations, analyzing the 
scenes national and international of them. A historical analysis of how the electrical 
installations were made in the past will serve as a foundation to build a detailed study of how 
accidents can be avoided with persons and property because of electrical installations poorly 
constructed, badly scaled or without preventive maintenance. The certification electrical 
installation is included as one of the mechanisms of conformity assessment, which are set by 
Inmetro in Brazil. The conformity assessment body is given by a previously accredited for the 
overall coordination of accreditation Inmetro to act as conformity assessment bodies. A 
simplified conformity assessment will be done in two buildings of the city of Fortaleza in 
Ceara state, one with more than twenty years of built and another in the delivery phase by the 
constructor. 
 
 
 
Keywords: Certification, conformity assessment. 
 
 
 
ix 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................................xi 
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................xii 
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1 
OBJETIVOS...............................................................................................................................2 
CAPÍTULO 2 .............................................................................................................................3 
2.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 3 
2.2 VISÃO HISTÓRICA ................................................................................................. 3 
2.3 CENÁRIO ATUAL.................................................................................................... 4 
2.4 ACIDENTES E RISCOS ENVOLVIDOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS....... 5 
2.5 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 12 
CAPÍTULO 3 
CERTIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .........................................................13 
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................ 13 
3.2 BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO...................................................................... 13 
3.3 CERTIEL BRASIL .................................................................................................. 14 
3.4 LEGISLAÇÃO......................................................................................................... 16 
3.5 A AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE .............................................................. 17 
3.6 MECANISMOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE ................................ 19 
3.6.1 CERTIFICAÇÃO.............................................................................................20 
3.6.2 DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE DO FORNECEDOR.....................21 
3.6.3 INSPEÇÃO.......................................................................................................22 
3.6.4 ETIQUETAGEM .............................................................................................22 
3.6.5 ENSAIOS .........................................................................................................24 
3.7 PANORAMA DOS PROGRAMAS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE 
NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES ............................................................................... 24 
3.7.1 ANÁLISE DO CENÁRIO INTERNACIONAL..............................................24 
3.7.2 SITUAÇÃO BRASILEIRA .............................................................................27 
3.8 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 32 
CAPÍTULO 4 
O PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO......................................................................................33 
4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................33 
 
 
x 
4.1.2 ......................................................................................................................................
 ROTEIRO CERTIEL PORTUGAL PARA CERTIFICAÇÃO DE INSTALAÇÕES
 .................................................................................................................................. 33 
4.1.2.1 CONDIÇÕES DE CERTIFICAÇÃO....................................................33 
4.1.2.2 REQUISITOS........................................................................................33 
4.1.2.3 AMOSTRAGEM...................................................................................34 
4.1.2.4 INSPEÇÃO............................................................................................34 
4.1.2.5 DECISÃO..............................................................................................34 
4.2 ROTEIRO CERTIEL BRASIL PARA CERTIFICAÇÃO DE INSTALAÇÕES.... 35 
4.3 DOCUMENTAÇÃO E INSPEÇÃO VISUAL ........................................................ 36 
4.3.1 DOCUMENTAÇÃO .....................................................................................36 
4.3.2 INSPEÇÃO VISUAL ....................................................................................37 
4.3.2.1 EXECUÇÃO DA INSPEÇÃO VISUAL...............................................37 
4.4 ENSAIOS DE CAMPO EM INSTALAÇÕES ........................................................ 39 
4.5 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 41 
CAPÍTULO 5 
AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE DUAS 
EDIFICAÇÕES .................................................................................................................... 42 
5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 42 
5.2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 42 
5.3 QUESTIONÁRIO DO PROGRAMA CASA SEGURA......................................... 42 
5.4 INSPEÇÃO VISUAL DA INSTALAÇÃO ANTIGA ............................................. 44 
5.5 LAUDO TÉCNICO DA INSTALAÇÃO ANTIGA................................................ 52 
5.6 AVALIAÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO NOVA.................................................... 53 
5.7 LAUDO TÉCNICO DA INSTALAÇÃO NOVA.................................................... 57 
5.8 RESUMO DAS NÃO CONFORMIDADES ENCONTRADAS ............................ 58 
5.9 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 60 
CAPÍTULO 6 
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS..........................61 
6.1 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 62 
6.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS....................................... 62 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................63 
 
 
 
xi 
 
ANEXO A – CRITÉRIO ESPECÍFICO PARA A ACREDITAÇÃO DE ORGANISMO DE 
INSPEÇÃO...............................................................................................................................66 
ANEXO B – LISTA DE VERIFICAÇÃO TÉCNICA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ...77 
 
 
xii 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 2.1 – Gráfico de Estatísticas ABRACOPEL 2007..........................................................6 
Figura 2.2 – Gráfico de Estatísticas ABRACOPEL 2008..........................................................7 
Figura 2.3 – Gráfico de Estatísticas ABRACOPEL 2009..........................................................8 
Figura 3.1 – Principais vantagens da certificação de instalações para o mercado ...................14 
Figura 3.2 – Selo e Etiqueta do PROCEL ................................................................................23 
Figura 3.3 – Ampliação da etiqueta PROCEL .........................................................................23 
Figura 3.4 – Países associados à Fisuel ....................................................................................26 
Figura 4.1 – Fluxograma do processo de certificação Certiel Brasil........................................35 
Figura 5.1 – Medidor de Energia..............................................................................................44 
Figura 5.2 – Detalhe do Medidor de Energia ...........................................................................45 
Figura 5.3 – Quadro de Força e Luz.........................................................................................46 
Figura 5.4 – Tomada da geladeira ............................................................................................47 
Figura 5.5 – Aterramento do chuveiro elétrico.........................................................................47 
Figura 5.6 – Aterramento do computador da sala ....................................................................48 
Figura 5.7 – Tomada sem tampa de proteção...........................................................................49 
Figura 5.8 – Tomada e disjuntor do condicionador de ar.........................................................50 
Figura 5.9 – Tomada solta da alvenaria e com sinais de curto.................................................51 
Figura 5.10 – Disjuntor usado como quadro ............................................................................52 
Figura 5.11 – Interruptor com tomada sem tampa e fiação exposta.........................................52 
Figura 5.12 – Luminária adaptada e fiação exposta .................................................................53 
Figura 5.13 – Fiação exposta....................................................................................................53 
Figura 5.14 – Quadro de Distribuição ......................................................................................55 
Figura 5.15 – Interruptor com tomada......................................................................................55 
Figura 5.16 – Conjunto Tomada com Disjuntor.......................................................................56 
Figura 5.17 –Tomada do Chuveiro Elétrico .............................................................................57 
 
 
xiii 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 2.1 – Estatísticas – ABRACOPEL 2007 ......................................................................06 
Tabela 2.2 – Estatísticas – ABRACOPEL 2008 ......................................................................07 
Tabela 2.3 – Estatísticas – ABRACOPEL 2009 ......................................................................08 
Tabela 2.4 – Estatística do Corpo de Bombeiros de São Paulo em 2003.................................10 
Tabela 2.5 – Desvios encontrados nas instalações do Programa Casa Segura.........................11 
Tabela 4.1 – Procedimentos realizados no processo de certificação........................................40 
Tabela 5.1 – Lista de não conformidades do primeiro imóvel .................................................59 
Tabela 5.2 – Lista de não conformidades do segundo imóvel .................................................60 
 
 
 
1 
INTRODUÇÃO 
 
A segurança envolvida em uma instalação elétrica envolve questões técnicas, sociais, 
políticas, econômicas e financeiras. Muitos são os prejuízos causados por instalações elétricas 
inadequadas, sejam elas novas ou antigas. Numerosos acidentes já aconteceram alguns 
levando até a morte de pessoas. O presente trabalho visa esclarecer as diversas questões 
envolvidas neste tema. 
A certificação das instalações elétricasaborda todos esses temas e é um assunto que 
está trazendo à sociedade mais informação e segurança aos usuários das instalações elétricas. 
Uma edificação certificada é mais segura, tem maior credibilidade no mercado imobiliário e 
tem um seguro de menor valor do que a que não é certificada. [1] 
O que existe sobre o tema no Brasil hoje só é obrigatório devido à norma 
regulamentadora NR-10, que trata da segurança em instalações e serviços em eletricidade. 
Existem leis municipais e federais que também tratam do assunto, mas não de forma técnica 
como trata a norma da ABNT de número 5410, que é específica sobre instalações elétricas em 
baixa tensão. [2] 
Em 26 de Julho de 2006, foi estabelecida a lei 11.337 que determina a obrigatoriedade 
das edificações possuírem sistema de aterramento e obriga que os fabricantes de 
equipamentos elétricos a disporem de fio terra nos seus produtos. [3] A promulgação desta lei 
traz um avanço nas discussões a nível político a respeito da segurança nas instalações 
elétricas. 
Outro fato relevante para essa questão é a padronização das tomadas de energia, 
conhecidas como o novo padrão nacional de tomadas, as quais não permitem o acesso aos 
pinos da tomada macho quando estão entrando em contato com o orifício da tomada fêmea, o 
que levava muitas pessoas a serem vítimas de choques elétricos. Esse novo padrão não 
permite que o usuário introduza de forma incorreta o plugue na tomada. [4] 
O tempo de vida, com o conseqüente envelhecimento dos materiais, afeta de maneira 
expressiva a confiabilidade das instalações elétricas e a segurança de seu funcionamento. 
Devido a esse importante fator, a segurança de qualquer instalação elétrica deve ser analisada 
periodicamente. Por isso os proprietários e usuários das edificações devem estar conscientes 
do grave risco que correm ao não manterem de maneira adequada o nível de segurança de 
seus imóveis, podendo ter como conseqüências danos pessoais e materiais significativos. [1] 
Dessa forma, torna-se evidente que as instalações elétricas, sejam elas novas ou 
antigas, merecem uma atenção muito importante, pois coloca em risco a vida das pessoas. 
Existem normas técnicas e regulamentadoras para as instalações elétricas, o que ainda não 
existe é a fiscalização e a exigência da execução dessas normas nas instalações elétricas. Este 
trabalho está focado em analisar essa situação encontrada no Brasil e fazer um comparativo 
com o que já existe em outros países. 
 
 
2 
A informação é peça fundamental para que haja uma boa relação entre o usuário final 
e as instalações elétricas, evitando-se assim os prejuízos e acidentes que podem ser fatais. 
No decorrer deste trabalho serão focados os riscos e acidentes envolvidos com 
instalações elétricas mal dimensionadas ou mal executadas, a legislação brasileira, o modelo 
de Portugal de certificação e o modelo nacional, o qual foi baseado no modelo lusitano. 
Serão descritos os modelos de avaliação da conformidade estabelecidos pelo Inmetro e 
utilizados para certificação de produtos por órgãos acreditadores. Em seguida serão avaliados 
dois imóveis da cidade de Fortaleza no Ceará, um antigo e um recém construído. 
 
OBJETIVOS 
 
Este trabalho visa analisar o histórico da evolução das instalações elétricas, observando 
métodos, competências, requisitos de segurança, e avaliação de conformidade, relatando os 
riscos e acidentes envolvidos em instalações elétricas, ilustrando através de gráficos e tabelas, 
trazendo essa análise até o presente momento para que se possa situar a certificação em um 
contexto atual. 
No decorrer do trabalho será comentado sobre o que é uma certificação, os benefícios de 
se ter uma instalação certificada e as questões envolvidas no processo, o panorama dos 
programas de avaliação da conformidade no Brasil e em outros países, o papel da Certiel 
Brasil no contexto de certificação nacional, o modelo brasileiro de avaliação de 
conformidade, a legislação básica envolvida em instalações elétricas. 
Avaliar a conformidade de uma instalação elétrica antiga e de uma atual de forma 
ilustrativa, observando as falhas existentes nas duas situações e fazer um comparativo entre o 
que era feito no passado e o que é encontrado hoje. No final deste trabalho será feita a 
elaboração simplificada de um relatório técnico sobre estas edificações. 
 
 
3 
CAPÍTULO 2 
 
2.1 - INTRODUÇÃO 
 
Este capítulo tem como objetivo apresentar o histórico das instalações elétricas, o que 
era feito e usado nas instalações no passado e o que é utilizado no presente, o cenário atual 
das instalações. Será comentado sobre a norma brasileira que regulamenta as instalações 
elétricas em baixa tensão, a NBR 5410, serão levantados dados da Associação Brasileira de 
Conscientização para os Perigos da Eletricidade – ABRACOPEL, os acidentes e riscos 
envolvidos em instalações elétricas, mostrando dados estatísticos do corpo de bombeiro sobre 
acidentes, segurança e grau de importância que foi dado às instalações no decorrer dessas 
últimas décadas. 
 
2.2 – VISÃO HISTÓRICA 
 
 O profissional competente para projetar, acompanhar e fiscalizar uma instalação 
elétrica, o engenheiro eletricista e/ou o técnico em eletricidade, até meados dos anos 70 e 80 
era pouco lembrado no momento de se conceber uma instalação elétrica nova, essa função era 
executada pelo engenheiro pleno, ou pelo engenheiro civil. Essa falta de atenção com relação 
às instalações elétricas resultou em muitas instalações executadas sem o mínimo cuidado na 
execução desses serviços, sem levar em conta as normas e especificações necessárias a um 
bom funcionamento, durabilidade e confiabilidade da instalação. 
 Há algum tempo atrás, era comum de se ver ligações elétricas fora de conformidade: 
cabo de aterramento faltando ou conectado em eletrodutos metálicos; quadros de distribuição 
sem disjuntor geral, ou sem barramentos; cabos superdimensionados que aumentavam o custo 
da instalação final, o que acabava por criar uma falsa impressão, pois o usuário via um cabo 
muito grosso e pensava que poderia assim aumentar a quantidade de potência conectada 
àquele cabo na instalação, quando na realidade o disjuntor não estava de acordo com a 
capacidade de corrente correspondente ao cabo; fios e cabos aéreos passando entre 
edificações, amarrados em árvores ou canos sem estarem dentro de eletrodutos, entre outras 
situações em desacordo com as normas vigentes. 
 A globalização, o fácil acesso à informação e o aumento do número de equipamentos 
elétricos e eletrônicos desde a década de 80 trouxeram uma maior visibilidade da população 
 
 
4 
às instalações elétricas de suas residências em geral, o que acarretou uma maior cobrança dos 
consumidores em relação à qualidade dos equipamentos e da mão de obra que executara as 
suas instalações. A tendência desse quadro é o estabelecimento de órgãos reguladores e 
fiscalizadores para criarem normas e procedimentos técnicos a serem seguidos pelos 
projetistas e instaladores. 
 A norma brasileira mais utilizada em termos de instalações elétricas residenciais e 
comerciais é a NBR 5410 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão, datada de 1997 e 
reeditada em 2004, passando a vigorar em 31 de março de 2005. Nesta norma são encontradas 
praticamente todas as informações técnicas necessárias ao projeto e execução de uma 
instalação elétrica em baixa tensão. Como está descrito no primeiro objetivo da própria 
norma: “Esta Norma estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas 
de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento 
adequado da instalação e a conservação dos bens.” [2] 
 
2.3 – CENÁRIO ATUALComo o mercado de construção civil, principalmente o residencial, norteia o de 
instalações elétricas em baixa tensão, deve ser analisado o que ocorre com o mesmo para que 
seja entendido o presente trabalho. Para ser atrativa do ponto de vista competitivo, uma 
edificação que apresenta as mesmas características imobiliárias como localização e área útil 
de outra, para que o consumidor decida qual imóvel irá adquirir, existem hoje alguns termos 
que são usados para atrair os clientes. São eles: “Green Building”, ou seja, “Edificação 
Verde”, Edifício Inteligente, Automação, Economia de Energia, Eficiência Energética, 
Ecologicamente Limpa, entre outros. 
Em resumo, quase todos esses termos se referem a uma edificação que foi construída 
com recursos naturais renováveis, desperdiça menos energia, utiliza fontes alternativas de 
energia e faz reaproveitamento de recursos como a água. Em meio a esse panorama 
imobiliário, ganha a atenção do consumidor aquela edificação que conseguir unir a maioria 
dessas inovações. 
Alguns qualificam essa decisão como uma relação de custo e benefício. O cliente final 
leva em conta para a decisão da compra do imóvel, os benefícios que uma edificação que foi 
construída seguindo todas as normas e exigências e foram utilizados os produtos certificados, 
trazendo segurança, confiança, credibilidade e principalmente garantias, e o que ele irá gastar 
e o risco que irá correr ao longo do período em que irá fazer uso da edificação. 
 
 
5 
 
2.4 – ACIDENTES E RISCOS ENVOLVIDOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
 
 De acordo com uma pesquisa realizada no ano de 2002 em 620 residências da cidade 
de São Paulo se apresentou um panorama preocupante das atuais condições das instalações 
elétricas. Foi constatado que 50% das residências com idade acima de 20 anos nunca tiveram 
a instalação elétrica reformada, que 34% em algum momento reformaram a instalação elétrica 
e que 75% dos choques elétricos ocorreram em residências com mais de 10 anos [5]. 
 As estatísticas do Corpo de Bombeiros apontam: as instalações elétricas inadequadas 
aparecem como uma das principais causas de incêndio no País independente da região. Por 
isso nunca será demais afirmar que a estrutura dos sistemas elétricos merece ser 
cuidadosamente observada e compreendida, a fim de minimizar riscos e economizar energia 
[6]. 
 No Brasil, não existem estatísticas atualizadas quanto a acidentes com a rede elétrica. 
Sabe-se que nos Estados Unidos cerca de 5.000 pessoas chegam anualmente aos prontos 
socorros vitimados por choques elétricos e aproximadamente 1000 casos fatais são creditados 
anualmente a este fator. De acordo com o Dr. Carlos Serrano, médico do Instituto do Coração 
do Hospital das Clínicas em São Paulo, no Brasil este número, com certeza, é bem maior [7]. 
Com a constante evolução da tecnologia, dos modernos equipamentos que facilitam o 
dia-a-dia e as condições precárias das instalações, os riscos de acidentes com energia elétrica 
são constantes, pois o número de casas e apartamentos que possuem condições ideais de 
operação de vários equipamentos ligados ao mesmo tempo ainda é pequeno. As pessoas 
costumam ligar diversos equipamentos em uma só tomada utilizando adaptadores, também 
conhecidos como “tês” ou “benjamins”, causando assim sobrecarga nas instalações. 
Desde 2007, a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da 
Eletricidade - ABRACOPEL vem buscando no alerta de noticias do Google, as notícias 
veiculadas na mídia com as palavras: Eletrocutado, Curto Circuito e Choque elétrico e vem 
compilando estas notícias em número de acidentes. [7] 
Estes dados geraram as seguintes estatísticas em 2007: 
 
 
Tabela 2.1 – Estatísticas – ABRACOPEL 2007. 
 
 
6 
2007 
Morte por 
eletrocussão 
Choque 
elétrico sem 
morte 
Incêndio 
causado por 
curto-
circuito 
curto circuito 
sem 
acidentes 
grave 
Janeiro 16 1 8 9 
Fevereiro 21 4 17 5 
Março 18 5 24 11 
Abril 7 4 22 3 
Maio 9 2 18 4 
Junho 11 3 14 4 
Julho 12 3 11 3 
Agosto 8 1 6 3 
Setembro 8 5 13 4 
Outubro 14 1 15 1 
Novembro 12 1 14 4 
Dezembro 20 4 20 5 
TOTAL 156 34 182 56 
 
 
 
Figura 2.1 – Gráfico de Estatísticas ABRACOPEL 2007. 
 
Para o ano de 2008, os dados apontaram para um número superior ao encontrado em 2007 
como mostram a tabela e o gráfico abaixo: 
 
 
7 
 
Tabela 2.2 – Estatísticas – ABRACOPEL 2008. 
2008 
Morte por 
eletrocussão 
Choque 
elétrico sem 
morte 
Incêndio 
causado por 
curto-circuito 
curto circuito 
sem 
acidentes 
grave 
janeiro 8 1 9 2 
fevereiro 21 2 15 7 
março 21 3 7 6 
abril 14 2 13 2 
maio 20 3 22 2 
junho 16 2 17 9 
julho 16 7 11 3 
agosto 17 1 13 10 
setembro 18 2 15 7 
outubro 17 2 20 5 
novembro 21 1 22 1 
dezembro 29 2 22 7 
TOTAL 218 28 186 61 
 
 
 
Figura 2.2 – Gráfico de Estatísticas ABRACOPEL 2008. 
 
 
 
 
8 
 Para o ano de 2009, os dados apontaram para um número superior ao encontrado em 
2008 como mostram a tabela e o gráfico abaixo: 
 
Tabela 2.3 – Estatísticas – ABRACOPEL 2009. 
2009 
Morte por 
eletrocussão 
Choque 
elétrico sem 
morte 
Incêndio 
causado por 
curto-circuito 
curto circuito 
sem 
acidentes 
grave 
janeiro 35 7 25 4 
fevereiro 32 1 22 10 
março 14 4 15 7 
abril 27 3 4 1 
maio 29 6 20 10 
junho 11 3 14 1 
julho 17 3 22 2 
agosto 18 2 26 6 
setembro 20 3 21 10 
outubro 18 5 33 10 
novembro 24 5 25 13 
dezembro 22 5 34 11 
TOTAL 267 47 261 85 
 
 
 
Figura 2.3 – Gráfico de Estatísticas ABRACOPEL 2009. 
 
 
9 
 
 Os dados coletados desses três anos mostram um aumento significativo nos acidentes 
causados por eletricidade. Em junho de 2006, a ABRACOPEL realizou uma pesquisa sobre a 
ocorrência de choque elétrico com pessoas de todos os tipos, leigos e profissionais, e chegou-
se a constatação de que o acesso à informação é extremamente necessário. Do total de 
respondentes (250 pessoas), 86% responderam que já sofreram algum tipo de choque elétrico. 
As causas apontadas como motivos pelo choques elétricos estão: Eletrodomésticos com 23%, 
Chuveiro elétrico, com 22% e a substituição de lâmpadas e tomadas, com 20%. O item da 
pesquisa “outros motivos do choque” que aparece com mais de 11% têm relatos interessantes, 
como choque ao jogar água na parede, choque com uma pêra de ligar iluminação, choque com 
tomada de ferro de passar roupas, CPU do computador, fios desencapados, disjuntor sem 
barreira, além de contato com torneiras de banheiro [7]. 
O que mostra o descaso com a instalação elétrica, tanto por parte dos consumidores, 
quanto de alguns profissionais instaladores, além de algumas empresas que não se preocupam 
com a segurança de seus produtos. 
Em 2003, foi registrado um total de 286 mortes causadas por acidentes na rede elétrica 
brasileira. Destas mortes, 55 ocorreram no Estado de São Paulo, o campeão em números 
absolutos, em seguida vem a Bahia com 27 mortes, o Estado de Minas Gerais com 24, 
seguido de perto pelo Rio de Janeiro com 23 mortes e Pernambuco com 21 mortes, são os 
cinco primeiros nesta lista. Já os acidentes sem morte, mas que geraram lesões graves mostra, 
novamente, São Paulo em primeiro lugar com 87 casos, em seguida vem o Rio de Janeiro com 
41 casos e a Bahia colada com 40, a seguir Minas Gerais com 34, Rio Grande do Sul com 27 
e Pará com 21. Os acidentes com lesão leve têm o seguinte ranking: São Paulo - 104 casos, 
Pernambuco - 35, Paraná - 31, Minas Gerais e Rio Grande do Sul - 23 cada e Bahia com 16. 
Percebe-se, pelos números, que a taxa de gravidade não tem São Paulo(10%) como primeiro, 
e sim Goiás, com 15% e Minas Gerais com 12%. Já a taxa de freqüência, trás SP novamente 
em primeiro lugar com 15%, seguido de perto por Minas Gerais com 13% [7]. 
Um levantamento do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo mostra que entre o 
ano de 1995 e 2004 ocorreram 33.080 incêndios devido à eletricidade, e mais 5889 causados 
por superaquecimento de aparelhos eletrônicos. Como mostra a tabela abaixo, levando em 
consideração que o índice que aparece em primeiro lugar é CAUSA DESCONHECIDA, 
teremos as instalações elétricas como a segunda causa conhecida de incêndios, e se 
considerarmos que o ato incendiário é uma causa não técnica, podemos considerar que a 
eletricidade é a primeira causa de incêndio conhecida e evitável por manutenção. Portanto é 
 
 
10 
imprescindível o cuidado com a eletricidade executando manutenções e reformas periódicas 
[7]. 
 
Tabela 2.4 – Estatística do Corpo de Bombeiros de São Paulo em 2003 [7]. 
Descrição 
Quantidade 
de 
Ocorrências 
Representatividade 
Desconhecidas 189.070 49% 
Ato incendiário 104.826 27% 
Instalações elétricas inadequadas 33.080 9,00% 
Indispliscência ao cozinhar 11.343 3,00% 
Indispliscência de fumante com ponta de 
cigarro 
10.273 3,00% 
Brincadeiras de crianças 9.643 2,00% 
Prática de ações criminosas 7.433 2,00% 
Superaquecimento de equipamentos 5.889 2,00% 
Ignição espontânea 5.323 1,00% 
Vazamento de GLP 4.490 1,00% 
Negligência com Velas 4.458 1,00% 
Vazamento de combustível em local aquecido 3.280 1,00% 
Total 389.108 
 
Foi contratada pelo Programa Casa Segura uma empresa especializada em instalações 
elétricas que realizou as avaliações nas instalações das áreas comuns e de algumas unidades 
residenciais com 10 anos ou mais, segundo lista de verificação baseada nas normas técnicas 
em vigor. Os dados levantados pelo Programa Casa Segura mostram que as edificações 
existentes estão necessitando de uma atenção muito grande em suas instalações. 
As avaliações realizadas nesta primeira amostragem evidenciaram sistematicamente 
que os edifícios, equipamentos e as instalações internas dos apartamentos: 
• Não cumpriam os requisitos mínimos de segurança nas montagens de circuitos 
e Quadros, materiais e dispositivos utilizados; 
• Não existiam (ou eram ineficazes) os sistemas de aterramento e os condutores 
de Proteção, com risco de choques elétricos nos usuários; 
• Os circuitos estavam operando em sobrecarga, com as proteções (disjuntores e 
alguns fusíveis) sub-dimensionadas e sem atuação real, provocando 
 
 
11 
aquecimento excessivo dos condutores, quadros e conexões e risco de incêndio 
na instalação; 
• Próximos aos circuitos e quadros estavam sendo armazenados produtos 
inflamáveis e utilizados materiais combustíveis. 
• Não utilizavam componentes com tecnologias mais recentes, como condutores 
com baixa emissão de fumaça em áreas especiais especificadas nas normas 
técnicas e que podem diminuir o número de vítimas em caso de incêndios [1]. 
A tabela a seguir enumera os dados levantados pela pesquisa: 
 
Tabela 2.5 – Desvios encontrados nas instalações do Programa Casa Segura [1,5]. 
Tipo de desvio 
Percentual 
sobre o 
total 
Falta de condutor de proteção 98,00% 
Dispositivo de proteção incompatível com o condutor 93,00% 
Falta de dispositivo de proteção residual - DR 98,00% 
Falta de dispositivo contra sobretensões 100,00% 
Quadro de distribuição com partes energizadas 
acessíveis 
79,00% 
Evidência de aquecimento excessivo dos condutores 53,00% 
Quadro com materiais combustíveis 82,00% 
Falha no sistema de proteção contra descargas 
atmosféricas - SPDA (Aterramento, descidas, 
continuidade) 
85,00% 
 
 Fica claro ao se deparar com todos estes dados sobre os riscos e acidentes envolvidos 
que é necessário se dar uma maior atenção ao problema. Muitos incêndios poderiam ter sido 
evitados, muitas pessoas poderiam estar vivas agora ou com sua integridade física inalterada. 
É necessário conscientizar a população sobre os riscos causados por antigas instalações. 
Podemos eliminar facilmente estes riscos fazendo um trabalho de prevenção com uma simples 
reforma na instalação. A certificação do imóvel não somente apontará as falhas na instalação 
para serem reparadas, como oferecerá benefícios ao proprietário do imóvel, valorizando o 
mesmo no mercado imobiliário e nas seguradoras. Este será o assunto abordado no próximo 
capítulo. 
 
 
 
12 
2.5 – CONCLUSÃO 
 
Neste capítulo foi feita uma retrospectiva do que eram as instalações elétricas no 
passado e o que existe atualmente, é notório que as instalações antigas apresentam uma faixa 
muito grande de quantidade de itens a serem colocados ou substituídos. Antigamente não se 
era dada a devida atenção às instalações elétricas, seja por economia ou por falta de 
conhecimento. 
Foi apresentada a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da 
Eletricidade – ABRACOPEL, associação que surgiu de uma idéia gerada pela preocupação de 
profissionais do setor com os inúmeros acidentes que ocorrem devido a pouca importância 
que se dá aos perigos da eletricidade. 
 Ficou claro neste capítulo, a necessidade de se dar uma maior atenção às instalações 
elétricas, não podendo mais ser permitido que se entregue ao usuário final uma instalação 
inadequada para o seu uso sem que se sejam feitas análises técnicas e verificações na mesma, 
garantindo assim a integridade e segurança das pessoas. Em muitos casos, o causador de 
acidentes envolvendo eletricidade é a falta de informação, a eletricidade ainda é um assunto 
que muitas pessoas não têm conhecimento do mal que ela pode causar. Surge então a 
necessidade de se criar uma entidade responsável por avaliar e certificar as instalações 
elétricas, assunto que será abordado no capítulo a seguir. 
 
 
13 
CAPÍTULO 3 
CERTIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
 
3.1 - INTRODUÇÃO 
 
 Neste capítulo serão abordados os requisitos técnicos, as vantagens, normas vigentes, 
procedimentos básicos para se certificar ou não uma instalação elétrica. Serão discutidos os 
benefícios da certificação, será apresentada a Certiel Brasil, a legislação envolvida no 
processo de certificação, os mecanismos envolvidos, a avaliação da conformidade, e o 
panorama dos programas de avaliação da conformidade no Brasil e em outros países. 
Para atender o mercado cada vez mais exigente, os conceitos de segurança, 
confiabilidade e durabilidade de uma instalação elétrica fizeram necessária a adoção de mais 
um novo conceito, o de certificação. Uma instalação elétrica certificada recebe um selo de 
certificação como forma de garantia da instalação, tornando a edificação que o recebe um 
pouco mais valorizada no mercado imobiliário. Como funciona esse selo e os procedimentos 
para a obtenção do mesmo serão explanados em seguida. 
 
3.2 – BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO 
 
 A vantagen da certificação traz benefícios direto para: o proprietário, a construtora, o 
fabricante e a concessionária de energia elétrica. O proprietário do imóvel que recebe o selo 
de certificado, tem como garantido que o seu imóvel será mais seguro, mais valorizado, 
poderá ligar novos equipamentos sem que prejudique a instalação e pagará um menor valor no 
prêmio de seguro deste imóvel. 
 A construtora que executa uma construção dentro do especificado para que a mesma 
receba certificação, diminui o retrabalho na execução do seu projeto, tem a responsabilidade 
civil desta construção diminuída, valoriza o imóvel construído e aumenta sua participação no 
mercado. 
 Para os fabricantes de produtos utilizados nas instalações elétricas, haverá a vantagemdas construtoras fazerem uso de seus produtos que já são certificados compulsoriamente pelo 
Inmetro, haverá também, como no caso das construtoras, uma diminuição da responsabilidade 
civil pelo fato de que o fabricante também tem a garantia que o seu produto fabricado foi 
 
 
14 
instalado ou utilizado da forma correta, desempenhando o seu exato papel em uma instalação, 
seguindo as normas técnicas e padronizações no uso do mesmo. 
 A concessionária de energia elétrica também se beneficia da certificação, pois a 
certificação garante uma diminuição das perdas técnicas, também pode ser considerada uma 
diminuição das indenizações dos seus consumidores, pois muitas vezes a concessionária não é 
a culpada pela danificação de eletrodomésticos em uma residência e o consumidor não sabe 
disso. Também pode ser citada como uma vantagem para a concessionária a valorização do 
insumo elétrico. A figura abaixo resume o que acabou de ser dito [1]: 
 
 
Figura 3.1 – Principais vantagens da certificação de instalações para o mercado. 
 
3.3 – CERTIEL BRASIL 
 
 A certificação da instalação elétrica aqui no Brasil ainda não possui mecanismo 
regulamentado no país que garanta o cumprimento geral das normas e que possibilite uma 
avaliação sistemática das instalações prediais, ou seja, existem normas e exigências técnicas, 
mas não há a fiscalização adequada. Esta desconexão entre a existência de normas técnicas 
adequadas e nenhuma regulamentação que exija o seu cumprimento, coloca a vida, a saúde e a 
segurança das pessoas e do patrimônio em gravíssimo risco [1]. 
 A necessidade de um órgão regulamentador para a certificação das instalações 
elétricas fez com que surgisse no cenário atual a Associação Brasileira de Certificação de 
 
 
15 
Instalações Elétricas - Certiel Brasil, uma associação civil de fins não econômicos, cujos 
associados são entidades representativas dos setores ligados e interessados ao tema segurança 
das pessoas e das edificações [8]. 
 A Certiel Brasil tem como objetivos: Certificação técnica de instalações elétricas em 
qualquer parte do território nacional, promovendo e executando ações que visem à adequação 
das instalações elétricas às Normas Técnicas vigentes; Realização de estudos e publicações, 
eventos, seminários, palestras, congressos e cursos relacionados com a certificação técnica de 
instalações elétricas [8]. 
O debate acerca da certificação das instalações elétricas é uma história antiga no 
Brasil. Sempre recorrente nos pleitos de diversas associações representativas do setor, o tema 
há anos perambula entre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Instituto 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), buscando estímulo e 
medidas efetivas para a compulsoriedade da certificação. Enquanto ela não vem, algumas 
entidades resolveram unir as forças e criar uma instituição dedicada à causa. Assim, a Certiel 
Brasil nasce de uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica 
(Abinee), do Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações 
(Cobei), do Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais 
Não Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel) e do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) 
[6,8]. 
O mecanismo, na prática, deverá funcionar do seguinte modo: o proprietário ou outro 
interessado por um empreendimento que desejar obter a certificação da instalação deverá 
procurar a Certiel Brasil diretamente ou pelo seu portal na internet para solicitar a 
certificação. Toda instalação deverá possuir um responsável técnico que atenda aos requisitos 
legais da categoria profissional. Dependendo do tipo da instalação e da potência instalada, 
algumas delas terão seu projeto avaliado antes da inspeção técnica. A inspeção será então 
agendada pela Certiel Brasil, comunicada ao solicitante e realizada por um organismo de 
inspeção acreditado pelo Inmetro. Conforme orienta a norma técnica, a inspeção é constituída 
por uma verificação visual e algumas medições. Eventuais não conformidades em relação aos 
requisitos normativos deverão ser corrigidos e verificados pelo organismo de inspeção. Uma 
vez aprovado o processo, a Certiel Brasil emitirá então o Certificado [8]. 
 Encontram-se nos anexos os documentos Critério Específico Para a Acreditação De 
Organismo De Inspeção e a Lista De Verificação Técnica, ambos disponibilizados pelo 
Inmetro para uso dos organismos de inspeção e avaliadores respectivamente. 
 
 
16 
3.4 - LEGISLAÇÃO 
 
 Não existe no Brasil, por enquanto, uma regulamentação a respeito de certificação das 
instalações elétricas, o que existe ainda é voluntário como no caso da Certiel Brasil, que emite 
a certificação a pedido do interessado. 
 A única lei federal que trata de segurança nas instalações elétricas é a que determina a 
obrigatoriedade de as edificações possuírem sistema de aterramento e instalações elétricas 
compatíveis com a utilização de condutor de proteção, bem como torna obrigatória a 
existência de condutor de proteção nos aparelhos elétricos que especifica. 
“Art. 1o As edificações cuja construção se inicie a partir da vigência desta Lei deverão 
obrigatoriamente possuir sistema de aterramento e instalações elétricas compatíveis com a 
utilização do condutor terra de proteção, bem como tomadas com o terceiro contato 
correspondente. 
Art. 2o Os aparelhos elétricos e eletrônicos, com carcaça metálica comercializados no País, 
enquadrados na classe I, em conformidade com as normas técnicas brasileiras pertinentes, 
deverão dispor de condutor terra de proteção e do respectivo plugue, também definido em 
conformidade com as normas técnicas brasileiras. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo entra em vigor a partir de 1o de janeiro de 2010” 
[9]. 
 O código de defesa do consumidor estabelece o seguinte: 
“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as 
normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, 
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo 
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro)”, ou 
seja, é lei que as construtoras devem entregar suas obras com todas as instalações, sejam elas 
elétricas, sejam hidráulicas ou sanitárias, obedecendo às normas regulamentadoras vigentes. 
Caso contrário, o consumidor pode requerer a devida regularização da instalação [10]. 
 Esse artigo do código de defesa do consumidor só se aplica a instalações novas, em 
que o consumidor adquire o imóvel da construtora, no ato da compra, pois se o mesmo o 
compra de terceiros, já efetuou a compra sabendo dos problemas existentes no local, neste 
caso a construtora se exime de sua responsabilidade sobre o imóvel. Mas essa análise foge ao 
escopo do presente trabalho [10]. 
 A norma brasileira da ABNT de número 5410/2004 é a norma técnica que serve como 
 
 
17 
base principal para a certificação das instalações elétricas. São objetivos da norma: 
 
• Estabelecer as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa 
tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado 
da instalação e a conservação dos bens. 
• Aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu 
uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, 
hortigranjeiro, etc.), incluindo as pré-fabricadas. 
• Esta Norma aplica-se às instalações novas e a reformas em instalações existentes. 
• Aaplicação desta Norma não dispensa o respeito aos regulamentos de órgãos públicos 
os quais a instalação deva satisfazer. 
• As instalações elétricas cobertas por esta Norma estão sujeitas também, naquilo que 
for pertinente, às normas para fornecimento de energia estabelecido pelas autoridades 
reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade [2]. 
 
A idéia principal é que o órgão creditador das certificações seja o Inmetro, A proposta 
do Inmetro é estabelecer prazos diferenciados para a certificação de acordo com tipo de 
instalação. Primeiramente serão obrigadas a passar por inspeção as instalações elétricas 
prediais de locais de grande circulação de publico, de médias e grandes indústrias e de 
estabelecimentos de saúde. Na segunda fase o foco será as edificações comerciais, as 
residências multifamiliares (prédios e condomínios residenciais) e as pequenas indústrias. 
Depois será a vez residências unifamiliares (casas) [1,4]. 
 
3.5 – A AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE 
 
 Um produto ou serviço com conformidade avaliada significa dizer que ele está 
conforme a norma ou ao regulamento técnico aplicável. Se o foco dos requisitos do 
documento normativo aplicável é a proteção do meio ambiente, significa que ele é um produto 
ou serviço ambientalmente seguro. Se o foco é na segurança da pessoa, significa que ele é 
seguro quanto aos riscos que possa oferecer ao consumidor. Se o foco é na saúde, significa 
que ele não oferece riscos a saúde do consumidor ou usuário. Porém a avaliação da 
conformidade não pode ser utilizada para comparar produtos e/ou serviços, apenas pode ser 
afirmado que os produtos avaliados atendem os requisitos mínimos de segurança, de proteção 
 
 
18 
à saúde, de proteção do meio ambiente, conforme o objeto do documento normativo. 
 Outro aspecto importante a ser destacado é o processo de avaliação da conformidade 
que propicia confiança na conformidade, e não a garantia da qualidade do produto ou serviço, 
que é responsabilidade inerente ao fabricante ou fornecedor. 
 Para que exista a possibilidade de se avaliar a conformidade de um produto ou serviço, 
é necessário que se tenha uma norma ou regulamentação técnica ou documento similar que 
defina os requisitos mínimos a serem atendidos pelo produto ou serviço. Quando se avalia um 
produto ou serviço qualquer, é lançado mão de um conjunto de técnicas visando propiciar 
confiança de que o produto ou serviço submetido à avaliação atende a requisitos estabelecidos 
em uma norma ou regulamento técnico [1]. 
 São etapas de ações normalmente envolvidas no processo de avaliação da 
conformidade: 
- Selecionar norma ou regulamento; 
- Coletar amostras; 
- Efetuar análise de tipo; 
- Selecionar o laboratório responsável pelos ensaios; 
- Realizar ensaios; 
- Realizar inspeções; 
- Interpretar os resultados dos ensaios ou inspeções; 
- Realizar auditorias no sistema de gestão da qualidade do fornecedor; 
- Realizar auditorias de acompanhamento; 
- Definir sistemática de tratamento das não conformidades eventualmente identificadas. 
- Avaliar e acompanhar o produto ou serviço no mercado. 
 
Quanto a seu campo de utilização, a avaliação da conformidade pode ser adotada 
voluntária ou compulsoriamente. Quando se entende que o produto ou serviço pode oferecer 
riscos à segurança do consumidor ou ao meio ambiente e ainda, em alguns casos, quando o 
desempenho do produto, se inadequado, pode trazer prejuízos econômicos à sociedade. A 
avaliação da conformidade é uma atividade de caráter compulsório e exercida pelo Estado, 
através de uma autoridade regulamentadora por meio de um instrumento legal. 
A avaliação da conformidade é voluntária quando constitui uma decisão do fornecedor 
ou de um setor representativo. A avaliação da conformidade voluntária tem como objetivo 
agregar valor ao produto ou serviço. Representa uma importante vantagem competitiva em 
relação aos concorrentes. Esse procedimento é usado por fabricantes, fornecedores ou 
 
 
19 
importadores, como meio de informar e atrair o consumidor e, conseqüentemente, aumentar 
sua participação no mercado [1,6]. 
 
3.6 – MECANISMOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE 
 
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – 
INMETRO é o órgão responsável pela gestão dos Programas de Avaliação da Conformidade, 
no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - SBAC. Sua atividade é 
colocar de forma assistida programas de avaliação da conformidade de produtos, processos, 
serviços e pessoal, alinhados às políticas do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Industrial – Sinmetro e às práticas internacionais, promovendo competitividade, 
concorrência justa e proteção à saúde e segurança do cidadão e ao meio ambiente. Seu 
público-alvo são os setores produtivos, as autoridades regulamentadoras e os consumidores. 
O processo de elaboração dos Programas de Avaliação da Conformidade tem como 
premissa a implantação assistida, ou seja, desde a concepção até a implementação e posterior 
acompanhamento no mercado, o programa deve ser conduzido de forma a identificar fatores 
facilitadores ou que possam dificultar a Implantação Assistida, contemplando para cada ação 
sua natureza, meios, responsáveis e prazos, de forma a facilitar o entendimento, aceitação e 
adequação ao Programa por todas as partes interessadas que, por sua vez, contempla também 
as partes impactadas. 
Qualidade, no contexto do Inmetro, compreende o grau de atendimento (ou 
conformidade) de um produto, processo, serviço ou ainda um profissional a requisitos 
mínimos estabelecidos em normas ou regulamentos técnicos, ao menor custo possível para a 
sociedade. 
O Inmetro possui dentre vários programas o Programa Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade – PBAC, a implementação do PBAC visa contribuir para o desenvolvimento 
econômico brasileiro e a melhoria da qualidade de vida da população, através da produção e 
comercialização de bens e serviços que atendam às necessidades dos consumidores, em um 
ambiente de justa competição. 
O PBAC tem também como objetivo o incremento das exportações brasileiras, através 
do aumento da competitividade do setor produtivo e com a instrumentalização das atividades 
de fiscalização e regulamentação exercidas pelas entidades reguladoras do país [4,6]. 
 No Brasil, a atividade de avaliação da conformidade possui diferentes mecanismos 
para verificar a conformidade de um produto, processo ou serviço em relação aos critérios 
 
 
20 
estabelecidos por normas e regulamentos técnicos. Os principais mecanismos de avaliação da 
conformidade praticados no Brasil são [1,4]: 
 
• Certificação; 
• Declaração da conformidade do fornecedor; 
• Inspeção; 
• Etiquetagem; 
• Ensaio. 
 
3.6.1 – CERTIFICAÇÃO 
 
 De acordo com o Inmetro, a certificação de produtos ou serviços, sistemas de gestão 
de pessoas são, por definição, realizadas pela terceira parte, isto é, por uma organização 
independente acreditada para executar essa modalidade de Avaliação da Conformidade. As 
modalidades de certificação de produtos mais utilizadas são: 
 
Modelo 1 – Ensaio de Tipo: é o mais simples dos modelos de certificação. Fornece 
uma comprovação de conformidade de um item de um produto, em um dado momento. É uma 
operação de ensaio, única no seu gênero, efetuada de uma só vez, limitando aí os seus efeitos. 
Modelo 2 – Ensaio de Tipo seguido de verificação através de ensaio de amostras 
retiradas no comércio: modelo baseado no ensaio de tipo mas combinado com ações 
posteriores para verificar se a produção continua sendo conforme. Essas ações compreendem 
ensaios em amostras retiradas no comércio.Modelo 3 – Ensaio de Tipo seguido de verificação através de ensaio em amostras 
retiradas no fabricante: também baseado no ensaio de tipo, porém combinado com 
intervenções posteriores para verificar se a produção continua sendo conforme. Compreende 
ensaios em amostras tomadas na própria fábrica. 
Modelo 4 – Ensaio de Tipo seguido de verificação através de ensaio em amostras 
retiradas no comércio e no fabricante. Combina os modelos 2 e 3, tomando amostras para 
ensaios tanto no comércio quanto na própria fábrica. 
Modelo 5 – Ensaio de Tipo, Avaliação e Aprovação do Sistema da Qualidade do 
Fabricante, acompanhamento através de auditorias no fabricante e Ensaio em Amostras 
retiradas no comércio e no fabricante. É um modelo baseado, como os anteriores, no ensaio de 
 
 
21 
tipo, mas acompanhado de avaliação das medidas tomadas pelo fabricante para o Sistema de 
Gestão da Qualidade de sua produção, seguido de um acompanhamento regular, por meio de 
auditorias, do controle da qualidade da fábrica e de ensaios de verificação em amostras 
tomadas no comércio e na fábrica. Este é o modelo mais utilizado no Sistema Brasileiro de 
Avaliação da Conformidade - SBAC. Este modelo proporciona um sistema credível e 
completo de avaliação da conformidade de uma produção em série e em grande escala. 
Modelo 6 – Avaliação e aprovação do Sistema da Qualidade do fabricante. É um 
modelo no qual se avalia a capacidade de uma indústria para fabricar um produto conforme 
uma especificação determinada. Este modelo não é adequado para certificação de produção já 
que o que é avaliado é a capacidade da empresa em produzir determinado produto em 
conformidade com uma especificação estabelecida, mas não verifica a conformidade do 
produto final. 
Modelo 7 – Ensaio de Lote: nesse modelo, submete-se a ensaios amostras tomadas de 
um lote do produto, emitindo-se, a partir dos resultados, uma avaliação sobre a conformidade 
a uma dada especificação. 
Modelo 8 – Ensaio 100%: é um modelo no qual cada um dos itens é submetido a um 
ensaio para verificar sua conformidade com uma dada especificação. Todo o universo de 
produtos é atestado quanto ao cumprimento dos requisitos estabelecidos na norma ou no 
regulamento técnico referente àquele produto. Esse modelo é utilizado quando envolve muitos 
riscos. Os ensaios, obviamente, não podem ser destrutivos e seus custos são elevados [1,4]. 
 
3.6.2 – DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE DO FORNECEDOR 
 
 Este mecanismo de Avaliação da Conformidade é o processo pelo qual um fornecedor, 
sob condições pré-estabelecidas, dá garantia escrita de que um produto, processo ou serviço 
está em conformidade com requisitos especificados, ou seja, trata-se de um modelo de 
Avaliação de Conformidade de 1ª parte [4]. 
Atualmente, no SBAC, a Declaração de Conformidade do Fornecedor está implantada 
nos seguintes programas: 
• Isqueiros descartáveis a gás; 
• Oficinas instaladoras de sistemas de GNV, para utilização em veículos bi-
combustível; 
• Cantoneiras de aço laminadas para torres de transmissão de energia elétrica; 
 
 
22 
• Oficinas de inspeção técnica e manutenção de extintores de incêndio; 
• Sistemas não metrológicos de registro de avanço de sinal; 
• Oficinas reformadoras de pneus [4]. 
 
3.6.3 – INSPEÇÃO 
 
 A inspeção é o mecanismo de avaliação da conformidade muito utilizado para avaliar 
serviços, após sua execução. De um modo geral, os procedimentos de medição, de uso de 
calibres e de ensaios são aplicados nos instrumentos utilizados para execução do serviço a ser 
inspecionado [1]. 
 A inspeção é definida como Avaliação da Conformidade pela observação e julgamento 
acompanhados, conforme apropriado, por medições, ensaios ou uso de calibres. É importante 
distinguir na Avaliação da Conformidade, o Mecanismo Inspeção dos mecanismos Ensaio e 
Certificação. Os resultados podem ser utilizados para apoiar a Certificação e a Etiquetagem, e 
o Ensaio pode fazer parte das atividades de Inspeção [4]. 
 No Brasil, a segurança veicular e o transporte de produtos perigosos são atividades 
sujeitas à inspeção [1,4]. 
 
3.6.4 – ETIQUETAGEM 
 
 Os produtos etiquetados são os que apresentam etiqueta informativa indicando seu 
desempenho de acordo com os critérios estabelecidos. Esta etiqueta pode ser comparativa 
entre produtos de um mesmo tipo ou somente indicar que o produto atende a um determinado 
desempenho especificado, podendo ser, ainda, de caráter compulsório ou voluntário. 
 No Brasil, o Programa Brasileiro de Etiquetagem tem se destacado como instrumento 
para redução do consumo de energia elétrica em eletrodomésticos da chamada linha branca 
(refrigeradores, congeladores, aparelhos condicionadores de ar domésticos, etc.) e em outros 
produtos como lâmpadas, chuveiros elétricos e aquecedores. 
 O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL foi criado em 
1985 pelos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio. O selo PROCEL foi 
criado com o intuito de indicar aos consumidores os equipamentos e eletrodomésticos 
disponíveis no mercado nacional que apresentam os maiores índices de eficiência energética 
em cada categoria. Além disso, estimula a fabricação e a comercialização de produtos mais 
eficientes, do ponto de vista energético, minimizando os impactos ambientais no País [11]. 
 
 
23 
 Os consumidores já estão acostumados a escolherem seus produtos tendo o cuidado 
de observar se o mesmo apresenta a etiqueta do PROCEL. A seguir tem-se um exemplo de 
etiqueta do Programa Brasileiro de Etiquetagem. 
 
Figura 3.2 – Selo e Etiqueta do PROCEL [11]. 
 Em seguida pode ser vista uma ampliação das informações contidas em uma etiqueta 
do PROCEL: 
 
Figura 3.3 – Ampliação da etiqueta PROCEL [11]. 
 
 
 
24 
Pode ser observado que a etiqueta trás informações básicas sobre o consumo do 
equipamento a ser comprado, e em qual escala eficiência energética o mesmo se encontra. 
A etiquetagem representa um instrumento importante para a conservação de energia 
no país, visto que estimula um constante aprimoramento tecnológico na fabricação de 
equipamentos energeticamente eficientes e elevando, em conseqüência, a qualidade aos níveis 
internacionais [1,4,11]. 
 
3.6.5 – ENSAIOS 
 
 O ensaio é uma operação técnica que consiste na determinação de uma ou mais 
características de um dado produto, processo ou serviço, de acordo com um procedimento 
especificado. É o mecanismo de Avaliação da Conformidade mais utilizado, podendo ser em 
conjunto a com inspeção [1,4]. 
 
3.7 – PANORAMA DOS PROGRAMAS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE NO 
BRASIL E EM OUTROS PAÍSES 
 
 Aqui serão citados brevemente o cenário internacional, com suas medidas e 
procedimentos e o que está sendo feito a nível nacional, mais precisamente nos estados e 
municípios da federação. Foi pesquisado em vários estados brasileiros e não foram 
encontrados textos referentes à segurança e certificação das instalações elétricas, o que mais 
foi encontrado foi a nível municipal e normalmente referido aos requisitos mínimos para se 
habitar o imóvel. 
 
3.7.1 – ANÁLISE DO CENÁRIO INTERNACIONAL 
 
 Nos Estados Unidos, a condição técnica é bem caracterizada e regida pelo National 
Electrical Code – NEC emitido pela National Fire Protection Association – NFPA. [1] Este 
Código abrange a instalação de condutores elétricos em equipamentos e rodovias, sinalização 
e comunicação de condutores em equipamentos e rodovias, e cabos de fibras ópticas e o 
encaminhamento para o seguinte: (1) Instalações públicas e privadas, incluindo edifícios, 
estruturas, habitações móveis, veículos de brinquedo, e os edifícios flutuantes (2) Fazendas,lotes, lotes de estacionamento, espetáculos e subestações industriais (3) As instalações de 
 
 
25 
condutores e equipamentos que se conectam ao fornecimento de electricidade (4) As 
instalações, utilizadas pelo setor elétrico, tais como edifícios de escritórios , armazéns, 
garagens, oficinas mecânicas, e dos edifícios de recreio, que não são parte integrante de uma 
planta de geração, subestação, ou centro de controle [12]. 
Uma característica do modelo legal americano é que os Condados e Estados são livres 
para estabelecer a versão do NEC que lhes pareçam mais adequados à realidade local, 
condição bem diferente dos demais países que sempre adotam a versão mais recente das 
Normas Técnicas aplicáveis [1]. 
 Os requisitos específicos não tratados nas Normas Técnicas, quando existentes, são 
normalmente definidos pelos órgãos reguladores nacionais em publicações oficiais que 
complementam as Normas de domínio público. É o que acontece nos seguintes países: 
 
• Argentina, Costa do Marfim, Japão, Bélgica, Espanha, Líbano, Benin, França, 
Marrocos, Camarões, Indonésia, Polônia, Cingapura, Inglaterra, Portugal, Coréia 
do Sul, Irlanda, Senegal, Suíça, Reino Unido e Malásia. 
 
Esses países são associados à Fisuel – “Fédération Internationale pour la sécurité des 
usagers de l'électricité” ou “International Federation for the Safety of Electricity Users”, 
Federação Internacional para a Segurança do Usuários de Eletricidade, fundada em fevereiro 
de 2002 e com sede na França. Todos eles são associados à Fisuel e, portanto possuem 
processos de avaliação da conformidade das instalações elétricas prediais de baixa tensão. Em 
todos eles, existe uma legislação de apoio que os torna compulsórios em todo o país. A única 
exceção para aplicabilidade nacional é a Argentina, onde a legislação atual se restringe à 
Capital Federal (Buenos Aires) [1,13]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
A figura a seguir mostra de forma simplificada, os países que são associados à Fisuel: 
 
 
Figura 3.4 – Países associados à Fisuel [13]. 
 
 Outros países da América Latina possuem processos compulsórios de avaliação da 
conformidade de instalações elétricas, mesmo não sendo associados à Fisuel: 
 
• Peru, México, Colômbia, Chile 
 
Uma das diferenças principais entre os diversos modelos é a responsabilidade pelas 
inspeções realizadas. O modelo francês, operado pela Consuel, realiza as inspeções em 
instalações novas ou reformadas em residências unifamiliares com corpo de inspetores 
próprio (cerca de 300 inspetores) e para as outras edificações residenciais multifamiliares e 
comerciais, são contratadas empresas de inspeção especialmente designadas e avaliadas como 
competentes e independentes para tal atividade. 
Em Portugal, a Certiel Portugal, é a única entidade certificadora e que gerencia todas 
as etapas da certificação, envolvendo análise projeto para instalações acima de 15 KVA de 
potência instalada, seguida de inspeção por amostragem. Somente de posse do Certificado da 
instalação é que o seu proprietário pode solicitar a ligação de energia e o equivalente “habite-
se” ao governo local [1,14]. 
Países associados à Fisuel 
Legenda: 
 
 
27 
Ainda no âmbito dos associados da Fisuel, o Japão convive com duas realidades de 
avaliação, sendo uma compulsória (nos mesmos moldes dos países citados), aplicável às 
instalações em que o usuário final não tem a capacitação técnica para avaliar sua própria 
instalação (residências unifamiliares, edifícios residenciais) e outra voluntária, para os casos 
de instalações comerciais e industriais. Nessa última condição, atuam os principais 
organismos multinacionais de certificação de produtos e serviços, como uma condição exigida 
por contratos de seguros, locação e na aquisição de imóveis [1,13]. 
O mesmo se dá na Alemanha, cujos materiais elétricos de instalação cumprem 
requisitos muito rígidos e que visam primordialmente a segurança dos usuários, tem como 
exigência para a comercialização de imóveis e contratação de aluguéis, a apresentação de 
laudo de inspeção da instalação elétrica que garanta que ela é segura e está adequada à Norma 
nacional de instalações. Nos países africanos citados, a referência para a adoção da inspeção 
compulsória das instalações elétricas se baseia nos modelos dos países europeus dos quais 
foram colônias no passado ou que mais influenciaram tecnicamente as construções do país, 
normalmente empresas de engenharia de origem européia. O cenário internacional abordado 
acima demonstra que existe a necessidade de um processo de avaliação da conformidade das 
instalações de baixa tensão que possa torná-la “à prova de usuários” [1]. 
 
3.7.2 – SITUAÇÃO BRASILEIRA 
 
 Não existe, ainda, no Brasil, um órgão regulamentador federal para que se cumpram as 
especificações e os critérios de segurança nas instalações elétricas. As próprias distribuidoras 
de energia elétrica ficam limitadas em sua atuação devido ao modelo de seu Contrato de 
Concessão firmado com a ANEEL, permitindo a verificação pela empresa somente até o 
quadro de medição. O restante da instalação, em sua parte interna, fica sob a inteira 
responsabilidade do seu proprietário, com exceção apenas para o programa “Luz Para Todos”, 
do governo federal em que a responsabilidade pelos projetos e implementação fica com a 
concessionária local [1]. 
 Em alguns estados brasileiros existem legislações aprovadas ou em análise no âmbito 
das instalações elétricas em baixa tensão, é o caso do estado de Pernambuco, por exemplo, 
onde em 14/06/2006 foi sancionada a Lei Nº 13.032, que dispõe sobre a obrigatoriedade de 
vistorias periciais e manutenções periódicas, em edifícios de apartamentos e salas comerciais, 
no âmbito do Estado de Pernambuco. Estabelece as regras básicas para a realização 
obrigatória de vistoriais periciais trienais e respectivas manutenções periódicas nas 
 
 
28 
edificações constituídas por unidades autônomas no Estado de Pernambuco, sejam públicas 
ou privadas. Transcrição de parte da lei [1,15]: 
 
“Art. 2º É direito dos proprietários e dos possuidores das unidades autônomas de imóvel 
edificado, verificar periodicamente as condições físicas do conjunto estrutural do prédio, e 
exigir dos responsáveis pela administração do respectivo condomínio o implemento da 
vistoria técnica-pericial de que trata esta Lei, com vistas a atestar a sua solidez e segurança. 
§1° A vistoria técnica de que trata esta Lei, para análise pericial de todos os aspectos afetos 
à solidez e segurança da edificação, dará ênfase aos seguintes itens: 
II - funcionamento das instalações elétricas e hidráulicas, de uso comum ou individual, das 
unidades autônomas que componham a edificação” [15]. 
 
Em Curitiba foi encontrada legislação de 2004, a qual se mostra bastante avançada no 
quesito segurança nas instalações elétricas, trata da inspeção anual de segurança das 
instalações elétricas entre outras exigências. Transcrição de partes interessantes da Lei 
Ordinária de Curitiba-PR, nº 11095 de 21/07/2004 [16]: 
 
“Art. 30. Após a conclusão, a obra seja qual for seu uso, para que a mesma seja habitada, 
ocupada ou utilizada, deverá ser solicitado o Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras 
- CVCO, por meio de requerimento ao órgão competente. 
Art. 57. Fica instituído o Certificado de Vistoria de Segurança - CVS, que atestará 
atendimento pelo interessado às normas de segurança para edificações, imóveis, instalações 
e equipamentos, estabelecidas pela legislação municipal, estadual ou federal pertinentes. 
... 
Art. 130. Fica instituída a obrigatoriedade de inspeção anual de segurança pelo Município 
ou, sob permissãoou concessão, sempre por meio de licitação, nos termos do artigo 104, da 
Lei Orgânica do Município e da Lei Municipal n.º 10.192, de 28 de junho de 2001, por 
empresa com comprovada experiência, nas seguintes instalações e equipamentos: 
... 
VI - instalações elétricas; 
... 
§ 1º. A inspeção mencionada neste artigo é obrigatória, será anual e constituirá requisito 
básico para a expedição do Laudo Técnico de Inspeção (LTI) pela autoridade competente. 
Art. 131. Quando as instalações mecânicas, elétricas e de telecomunicações em geral, não 
 
 
29 
possuírem o CVS, de que trata o art. 57 desta lei, poderá ser exigido Laudo Técnico, emitido 
por profissional legalmente habilitado, atestando a sua segurança. 
... 
Art. 141. 
... 
§ 2º. No caso de instalações mecânicas, elétricas e de telecomunicações já implantadas na 
data de vigência desta lei, assim como nas hipóteses de substituição de elevadores em caixas 
e casas de máquinas já existentes, poderão, a juízo órgão competente, ser toleradas 
características divergentes, desde que não comprometam a segurança dos equipamentos e da 
edificação. 
... 
Capítulo XXV - Penalidades, Seção IV, Do Embargo: 
Art. 202. Cabe embargo nos seguintes casos e condições: 
VII - funcionamento irregular de instalações elétricas, mecânicas, industriais, comerciais ou 
particulares; 
... 
Seção IX, Da Gradação das Penas de Multa: 
... 
Art. 317. Não possuir, quando tratar-se de instalações mecânicas, elétricas e de 
telecomunicações em geral, o CERTIFICADO DE VISTORIA DE SEGURANÇA (CVS), de 
que trata o art. 59 desta lei, ou o Laudo Técnico, emitido por profissional legalmente 
habilitado, atesta do a segurança do equipamento e das instalações. (art. 131) 
Pena - Multa de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
Parágrafo único. A multa será aplicada ao responsável” [16]. 
 
Em Belo Horizonte, foi encontrado o Decreto nº 9005 de 26 de novembro de 1996 de 
Belo Horizonte, o qual regulamenta a lei Nº 4.695, de 22 de abril de 1987, que institui a 
obrigatoriedade de laudo técnico sobre as condições de segurança dos lugares que menciona. 
São trechos transcritos do decreto [17]: 
“Art. 1º - Os prédios comerciais acima de 10 (dez) pavimentos, as lojas de departamentos, os 
magazines, supermercados com área superior a 1000 m² (mil metros quadrados), hotéis, 
motéis, grandes depósitos públicos, obras de arte correntes e especiais, tais como pontes, 
viadutos, túneis, galerias subterrâneas e similares, e todos os tipos de edificações cuja classe 
de ocupação esteja relacionada na Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil, com mais de 10 (dez) 
 
 
30 
anos de construção, e os estabelecimentos de diversão, ficam obrigados a elaborar Laudo 
Técnico anual descritivo de suas condições de estabilidade e segurança. 
§ 1º - O Laudo Técnico deverá ser elaborado por, no mínimo, dois responsáveis técnicos, 
engenheiros, devidamente registrados no CREA, sendo um com atribuição na área de 
eletricidade, que atestarão as condições de estabilidade e segurança da edificação propondo, 
se necessário, medidas e obras para que esta se enquadre nas condições de segurança 
§ 2º - O laudo respectivo, baseado nos projetos e levantamentos elétrico, hidráulico, 
estrutural, de prevenção e outros, conterá pareceres sobre os planos de preservação, 
manutenção e condições de operação e uso da: 
I - Rede elétrica; 
... 
V - Equipamentos elétricos / eletrônicos/ mecânicos utilizados no exercício da atividade.” 
[17]. 
Em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, existe a lei complementar 1669 que 
estabelece a obrigatoriedade de obtenção da certificação de inspeção predial nas edificações 
que especifica sua periodicidade e dá outras providências. São trechos transcritos da lei [18]: 
“Artigo 1º - As edificações situadas no âmbito do Município de Ribeirão Preto, destinadas ao 
uso residencial ou não, deverão obter CERTIFICADO DE INSPEÇÃO PREDIAL, 
obedecendo à periodicidade estabelecida nesta lei. 
Artigo 2º - De acordo com a idade construtiva do imóvel, o proprietário, locatário, síndico ou 
ainda o possuidor a qualquer título, fica obrigado a obter o Laudo Técnico de Certificação 
de Inspeção Predial, a partir da publicação da presente lei, para verificação das condições 
de estabilidade, segurança, salubridade e manutenção, cuja característica do imóvel e 
periodicidade futura deverá obedecer à tabela abaixo: 
Tipo 
Idade de 
conclusão da 
edificação 
Período de 
vistória 
até 20 anos a cada 10 anos 
entre 20 e 30 anos a cada 5 anos Imóveis multifamiliares 
acima de 30 anos a cada 3 anos 
até 30 anos a cada 5 anos Imóveis de uso: 
Misto, comercial, industrial, institucional, lazer 
(com grandes áreas construídas ou aglomerações 
humanas) 
acima de 30 anos a cada 3 anos 
 
 
 
31 
§ 2º - O Laudo Técnico de Certificação de Inspeção de Manutenção Predial será elaborado e 
fornecido por Engenheiros e Arquitetos, devidamente habilitados, independentes (sem 
nenhum tipo de vínculo com o proprietário, locatário, síndico, administração condominial, 
ou ainda o possuidor a qualquer título, do imóvel inspecionado), e com registro junto ao 
CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, bem como Empresas de 
Engenharia igualmente independentes, devendo o laudo ser apresentado aos órgãos 
competentes quando solicitado. 
... 
Artigo 3º - Na elaboração do laudo técnico, o profissional deverá observar e registrar os 
aspectos de segurança estrutural, instalações hidráulicas, elétricas, revestimentos internos e 
externos, umidades, vazamentos, manutenção de forma geral, obedecendo, enfim, as normas 
técnicas da ABNT e do IBAPE pertinentes, devidamente acompanhado da ART - Anotação de 
Responsabilidade Técnica.” [18] 
Existe um projeto de lei chamado de “Edifício Seguro” publicado no diário oficial do 
município em 30 de Agosto de 2008 na câmara municipal de São Paulo que promove a 
inspeção obrigatória, preventiva e periódica nas instalações elétricas com mais de dez anos. 
Está escrito no projeto de lei [19]: 
“Art. 1º Fica instituído no Município de São Paulo o Programa “Edifício Seguro” 
com objetivo de promover a inspeção obrigatória, preventiva e periódica das instalações 
elétricas das edificações industriais, comerciais, residenciais e de serviços com mais de dez 
anos de construção. 
Parágrafo Único. A inspeção de que trata o “caput” deste artigo deverá verificar as 
condições de estabilidade, segurança, salubridade, manutenção e adequação das instalações 
elétricas das edificações de que trata a presente lei, especialmente, em relação aos requisitos 
de segurança a que se refere a norma ABNT NBR 5410 em sua forma mais recente ou de 
outra que venha eventualmente substituí-la.” [19] 
 
Foi procurado no portal da Prefeitura Municipal de Fortaleza no Código de Obras e 
Posturas do Município, na Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Município e no Plano 
Diretor de Desenvolvimento Urbano e o que fora encontrado foi apenas que para a aprovação 
de projetos exigidos nos códigos de obras e posturas e legislações, devem ser apresentados os 
respectivos projetos técnicos, porém não há legislação sobre o assunto. Também foram 
pesquisados nos sites dos Conselhos Regionais De Engenharia e Arquitetura – CREA em 
vários estados brasileiros e não foi encontrada nenhuma informação a respeito. [20,21] 
 
 
32 
O que é feito atualmente no estado do Ceará é a definição de um responsável técnico 
da obra, o responsável pelo projeto e o responsável pela execução. Se vier a prejudicar uma 
pessoa ou material por causa de uma instalação elétrica, é pesquisado no CREA quem foi o 
responsável técnico por aquela instalação. Se foi projetada

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