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* Dra. Fernanda Sales de Oliveira Pediatra/Neonatologista * CARDIOPATIAS CONGÊNITAS 1% a 2% causas ambientais: infecções ou doenças maternas e ainda uso de drogas durante o período gestacional 8% Fatores genéticos primários: cromossômicos ou mutações genéticas isoladas 90% Interação dos fatores genéticos - ambientais * CLASSIFICAÇÃO Quanto a presença de cianose central: cianogênica ou acianogênica Quanto a volemia pulmonar: hiper, mono, hipofluxo Quanto a sobrecarga: volumétrica ou pressórica Quando ao comprometimento de câmaras: direita ou esquerda * SOFRIMENTO CARDÍACO INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: Cardiomegalia, taquicardia,hepatomegalia, taquidispnéia, edema, taquicardia, sudorese, etc Hipoxemia: Cianose, letargia, torpor, acidose metabólica, convulsões, etc Colapso circulatório: Pulsos fracos, hipotensão arterial,sucção débil, palidez cutânea, etc. * * * TIPOS Pode ser única ou múltipla com tamanho variando de alguns mm até ausência de septo. Defeito mais comum é o tipo ostium secundum localizado na fossa oval. Pode ser do tipo seio venoso, ostium primum, ou átrio único. * Mais frequente no sexo feminino. Maioria dos pacientes são assintomáticos. Pode haver déficit ponderal e infecções respiratórias de repetição. Sopro sistólico, ejetivo, em foco pulmonar decorrente de fluxo aumentado pela valva pulmonar. A segunda bulha apresenta desdobramento fixo. * CIA Maioria assintomáticos até 20 anos Aos 30 - 40 anos desenvolvem fibrilação atrial, diminuição da tolerância ao exercício e Insuficiência cardíaca. * 15 a 20 % das crianças desenvolvem doença vascular pulmonar. Vai haver então inversão de shunt com consequente hipóxia cuja gravidade vai depender da função VD e regurgitação tricúspide. * TÉCNICA CIRÚRGICA Incisão submamária Cardioplegia O CIA é fechado diretamente ou através de colocação de patch. Pacientes operados antes dos 25 anos têm melhor prognóstico. * * * * É a cardiopatia acianogênica mais frequente. Incidência 0,7 a 1% Coexiste outra cardiopatia em 5% dos casos. 4 tipos anatomicamente distintos. Perimembranoso - mais comum,localizado abaixo dos folhetos da valva tricúspide. Subarterial Coxim Endocárdico Muscular cuja tendência é fechamento espontâneo nos primeiros anos de vida. * * QUADRO CLÍNICO Varia de acordo com o tamanho do defeito e sua repercussão hemodinâmica. CIV grande sintomas no segundo ou terceiro mês de vida. Os principais achados ao exame físico são os sinais de insuficiência cardíaca e infecções respiratórias de repetição. Nos casos de CIV pequena o risco é endocardite bacteriana. * EXAME FÍSICO Nos defeitos pequenos palpa-se frêmito sistólico em BEE baixa, com ausculta de sopro mesossistólico intenso no local. Nos casos de defeitos amplos, o sopro é pansistólico de intensidade constante, em geral pouco intenso, podendo estar presente sopro diastólico e ritmo de galope. * Pacientes com CIV não restritivos grande têm probabilidade de 50% de desenvolver doença vascular pulmonar grave na terceira década de vida. A avaliação do paciente inclui RX tórax, Ecocardiograma e cateterismo cardíaco. Rx mostra aumento da silhueta cardíaca direita. Se ao RX houver indícios de alteração na vasculatura pulmonar o doente deve ser encaminhado para cateterismo. * * * INDICAÇÃO PARA TRATAMENTO CIRÚRGICO Crianças maiores e adultos com CIV restritivo, pequeno, são assintomáticos, freqüentemente não necessitarão de tratamento cirúrgico, devendo realizar profilaxia para endocardite. A maioria dos defeitos pode ser reparada através do anel tricúspide. O patch colocado pode ser sintético ou de pericárdio autólogo. * * PROGNÓSTICO Pacientes com CIV grandes operados tardiamente necessitam controle cardiológico prolongado. * * canal arterial está pérvio durante a vida fetal, seu fechamento deve ocorrer logo após o nascimento. Mesmo quando permanece aberto, sem repercussão hemodinâmica o paciente é assintomático. Ao exame físico encontra-se pulsos periféricos amplos e o exame do precórdio mostra sopro contínuo, audível em segundo espaço intercostal esquerdo (sopro em locomotiva). * * PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL Nos defeitos amplos haverá aparecimento precoce de insuficiência cardíaca congestiva e infecções pulmonares. Defeitos menores vão desenvolver insuficiência cardíaca na terceira década de vida. Ocasionalmente o canal pode se encontrar aneurismático. A mortalidade aumenta 0,5 % ao ano na criança, 1% ao ano no jovem e 2 a 4 % ao ano no adulto. Existe risco de desenvolvimento de endocardite infecciosa, tanto maior quanto maior o shunt. * TRATAMENTO CIRÚRGICO Fechamento do ducto com patch ou sutura. * * COARCTAÇÃO DA AORTA Suspeitada em adultos na segunda ou terceira décadas de vida por hipertensão em MMSS, diferencial Estão sujeitos a complicações como formação de aneurismas, doença coronariana prematura, hipertrofia VE, dissecção e ruptura aórtica, endocardite e hemorragia intracraniana. * * História Natural – Indicação de Cirurgia 90% dos pacientes não tratados morrem até os 50anos de morte cardíaca ou AVC. Pode haver recorrência após tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico está indicado quando o gradiente através da coarctação estiver > ou = a 30 mmHg em repouso. * TÉCNICA OPERATÓRIA A técnica mais utilizada é a anastomose término terminal. Interposição de prótese pode estar indicada. O pós operatório pode cursar com hipertensão arterial grave, que deve ser agressivamente tratada. * * * Tetralogia de Fallot Defeito congênito cianótico mais comum (10% das congênitas cianóticas) em crianças. Presença de quatro defeitos: obstrução na via de saída do VD, CIV, cavalgamento da aorta e HVD. A valva pulmonar é freqüentemente mal formada ou bicúspide com presença de anel pequeno. * * * Manifestações clínicas A maioria das crianças é cianótica desde o nascimento ou desenvolve cianose antes de 1 ano de idade. Dispnéia aos esforços, baqueteamento digital e policitemia estão comumente associados. Após exercício as crianças assumem tipicamente a posição de cócoras. Podem ocorrer crises de cianose importante. * * Achados de Exame Físico Frêmito sistólico na BEE. Sopro de ejeção na BEE inferior e ápice. A intensidade do sopro varia inversamente com o grau de obstrução. * Fisiopatologia Restrição ao fluxo pulmonar secundária à obstrução da via de saída de VD e shunt esquerda – direita através do CIV. O grau de cianose está diretamente relacionado ao grau de obstrução ao fluxo pulmonar. Freqüentemente é necessário tratamento paliativo (Blalock- consiste na anastomose da artéria subclávia direita com a artéria pulmonar direita) * Achados de Exames Complementares ECG – Sinais de HVD. RX de tórax – coração de tamanho normal, em forma de bota, proeminência do ventrículo direito e concavidade na região do fluxo de saída de VD, além de tronco da artéria pulmonar hipodesenvolvidos. * * Tratamento Cirúrgico RX, ECG, Ecocardiograma e cateterismo cardíaco. Correção de CIV. Remodelação do VD. Troca valvar pulmonar Sobrevida de 77 a 90% em 20 anos de follow up. As mortes vão ocorrer subitamente por arritmias. * * * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS Nos RN quanto mais precoce o início dos sintomas mais grave a cardiopatia e a resposta à oxigenoterapia é precária Geralmente, a persistência do canal arterial é benéfica aos pacientes com inicio precoce da sintomatologia * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS CIANOSE CENTRAl: Barreira ao fluxo sanguíneo, com comunicação entre as circulações sistêmicas e pulmonares Ampla comunicação, com mistura total entre as duas circulações Conexão anômala de vasos * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS GRUPO 1: Transposição das grandes artérias, com comunicação restritiva entre as duas circulações Hipoplasia do ventrículo direito Tetralogia de Fallot, com estenose pulmonar grave Anomalia de Ebstein * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS Transposição de grandes artérias: Artéria aorta origina-se do VD e artéria pulmonar do VE – circulação paralela. 50% apresentam defeito septal associado. * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS Anomalia de Ebstein: Deslocamento inferior da válvula tricúspide com regurgitamento e conseqüente aumento de átrio direito.Shunt direita – esquerda. Hipoplasia pulmonar * * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS GRUPO 1 Hipoxemia grave, baixa resposta a FiO2 de 100%. Geralmente, não apresentam sopros cardíacos Manter canal arterial com prostaglandina E1 Controle clínico geral Propedêutica para definição terapêutica * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS GRUPO 2 Coarctação aórtica grave Hipoplasia de ventrículo esquerdo Drenagem anômala total de veias pulmonares * * * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS Drenagem anômala total de veias pulmonares: As veias pulmonares drenam para a veia cava superior direita e/ou para VD e/ou para sistema porta. Derivação obrigatória para sistema cardíaco esquerdo, geralmente forame oval * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS GRUPO 2 Manifestações clínicas: congestão pulmonar e cianose Insuficiência cardíaca grave Radiografia de tórax: congestão pulmonar Eletrocardiograma: sobrecarga ventricular direita Tratamento cirúrgico * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS GRUPO 3 Transposição das grandes artérias, com comunicação ampla entre as duas circulações Truncus arteriosus Coração univentricular Dupla via de saída do ventrículo direito Atresia tricúspide, com grande CIV * CARDIOPATIAS CIANOGÊNICAS Truncus arteriosus: Uma única grande artéria sai do coração e da origem em ordem às artérias coronarianas, pulmonares e braquiocefálicas. CIV está associada em 98%, arco aórtico à direita em 30% e em 10% apresentam defeito no arco (hipoplasia, coarctação,interrupção) * CARDIOPATIA CIANOGÊNICAS GRUPO 3 Inicio após 7 dias Insuficiência cardíaca e cianose Medidas gerais Propedêutica para estabelecer tratamento cirúrgico * Referências Bibliográficas MINISTÉRIO DA SAÚDE; PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS, CÁRDIOCIRCULATÓRIOS, METABÓLICOS, NEUROLÓGICOS, ORTOPÉDICOS E DERMATOLÓGICOS; Atenção à Saúde do Recém-Nascido; 1ª edição – 2011; Brasília. Robert M Kliengman et al; Tradução Angela Alvarez Matheus et al; NELSON Princípios da pediatria, Rio de Janeiro, Elsevier, 5° edição, 2006 Ennio Leão, 5ª edição, Pediatria ambulatorial *
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