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Petição inicial telefonia Ação de Dano Moral utilização indevida de documentos do consumidor para abertura de linhas telefônicas.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________________ (Conforme art. 319, I, NCPC e organização judiciária da UF)
NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA, nacionalidade, estado civil (ou a existência de união estável), profissão,portadora da cédula de Identidade nº _______________, inscrita no CPF/MF sob o nº _______________, endereço eletrônico, residente e domiciliada na _______________, por seus advogados in fine assinados conforme procuração anexada, com endereço profissional (completo), para fins do art. 106, I, do Novo Código de Processo Civil, vem, mui respeitosamente a V.Exa., propor a presente:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTENCIA DE RELAÇÃO CONTRATUAL COM REPETICAO DE INDEBITO E REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS CUMULADO COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA– art. 300 do NCPC
pelo rito comum, contra a _______________, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Rua ________________, endereço eletrônico, inscrita no CPNJ sob o nº ____________, pelos fundamentos de fato e de direitos a seguir aduzidos:
1-DOS FATOS
DA VIA CRÚCIS PARA CANCELAR AS LINHAS JUNTO A RÉ
O autor teve seus documentos roubados em novembro de 2014, incluídos neste roubo, a subtração de sua carteira de motorista –CNH - conforme boletim de ocorrência (doc...).
Na data de 08 do abril do corrente ano o REQUERENTE, foi informado, por e-mail (anexo), de que foram compradas duas linhas telefônicas em seu nome, junto à empresa ré, no valor de R$ 249, 00 cada.
Nesta mesma data, não reconhecendo referida transação, o autor ligou para a empresa ré, cujo protocolo de ligação ganhou número xxxxxxxx, no qual fora informado que as linhas seriam devidamente bloqueadas até que fossem investigados os motivos para a compra indevida das referidas linhas.
Fora informado ao autor que o caso seria encaminhado para análise e em 5 dias haveria resposta quanto à solicitação, devendo as linhas telefônicas permanecerem bloqueadas até a finalização da referida análise. (doc...)
No entanto, além de não haver realizado o prometido cancelamento das linhas nem ao menos o bloqueio, o autor recebeu a noticia em 12 de abril de que teriam sido abertas mais duas linhas telefônicas e comprados dois aparelhos telefônicos, junto à loja de ré no Shopping xxxxxxxx, conforme e-mail encaminhado pela própria ré (doc...).
Segundo extrato do Serasa, a empresa que comprou as linhas telefônicas (anexo) e ainda, dois telefones móveis tem razão social: ______________________ informação confirmada pela ré por e-mail (doc...);, 
O autor, estranhando mais uma vez a situação, ligou para a central telefônica da empresa ré em 12 de abril, sendo que a atendente o informou que a empresa estava “sem sistema”.
Adiante, em 13/04 o autor escreveu, conforme orientação da própria ré, carta de próprio punho, na qual dissertava sobre todo ocorrido junto (doc...), o qual em nada resultou.
No mesmo dia, o autor se dirigiu a loja central da empresa na Avenida Nossa Senhora do Sabará, sendo que por diversas vezes retirou senha para atendimento: 13/04, 18/04, 22/04, 04/05, 06/05 do corrente ano, não logrando êxito para que os contratos fossem cancelados.
Após, via o e-mail xxxxxxxxxxxxxxxxx, por solicitação da ré, encaminhou cópias de toda sua documentação, cic, rg, carteira de motorista, tento a ré se negando a receber cópia do Boletim de Ocorrência aberto pelo autor face o estelionato havido.
No entanto nada lhe foi respondido.
Nada foi resolvido até a data do ingresso da presente ação.
Enfim, o autor, com receio de que mais contratos sejam firmados indevidamente em seu nome, solicitou o bloqueio junto ao Serasa de que sejam feitos negócios em seu nome, devendo em qualquer caso ser confirmado para liberação. (doc...).
Diante da vexatória e injusta situação na qual o REQUERENTE, pode-se dizer que sua vida ficou ao "avesso", uma vez que passava grande parte de seus dias procurando a REQUERIDA para resolver a situação sem ter que recorrer à justiça, não tendo obtido êxito, dada a inércia e o descaso da REQUERIDA na solução da questão, nada mais lhe restou senão ingressar com a presente ação para ver seu nome limpo de toda a lama que a ré o enterrou.
2-DO DIREITO
2.1. Do ato ilícito
Diante dos fatos anteriormente explicitados, percebe-se claramente a configuração do ato ilícito, pois, a REQUERIDA agiu de maneira imprudente ao firmar os contratos de linha telefônica e venda de aparelhos móveis com pessoa utilizando os documentos do autor, e foi negligente, mesmo ciente de que não fora o autor responsável pela compra das referidas linhas e telefones, quedou-se inerte em cancelar as linhas abertas em seu nome, não tendo nem ao menos tomado à cautela de bloquear a utilização das linhas enquanto a celeuma não fosse esclarecida.
Ademais, a ré esta ciente de que os fatos narrados pelo autor, o levaram a registrar boletim de ocorrência junto ao 99 DP, e que inclusive já é objeto de abertura de inquérito policial de número...
Portanto, pode-se inferir que a REQUERIDA foi imprudente no ato de autorização para compra em nome do REQUERENTE das linhas telefônicas e aparelhos moveis indevidamente realizadas por estelionatário em nome do autor e negligentes por não cancelar as referidas contratações, apesar de todos os suplícios do autor e ainda do claro indicio de fraude, já que o caso é objeto de investigação policial, conforme fartamente demonstrado na presente.
Todos estes atos e omissões da ré acabaram por gerar danos ao auto. Esta conduta nos remete ao seu enquadramento em uma previsão legal, qual seja, artigo 186 do Código Civil de 2002:
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."
Assim, clara a negligência e imprudência da ré as quais geraram danos ao autor, demonstrado, portanto, nexo causal entre as atitudes negativas da ré e o dano causado, a uma porque teve seu nome indevidamente incluído em contratações das quais não participou, a duas por toda a via crusis que passou para tentar resolver o caso administrativamente junto à ré e a três pela responsabilidade objetiva, já que não teve o mínimo cuidado, dado o porte de sua instituição, em verificar os documentos apresentados pelo falsário no momento das contratações, ora contestadas.
2.2. Da responsabilidade objetiva da ré
Como se pôde constatar, é notória a responsabilidade objetiva da REQUERIDA, uma vez que ocorreu uma falha substancial na prestação do serviço de venda de linhas telefônicas e telemóveis, e, por tratar-se de uma relação consumerista, a ser regida, portanto, pelas normas do Código de Defesa do Consumidor, cabe imputar às instituições fornecedoras de serviço tal tipo de responsabilização. 
Vale ressaltar que o contrato, seja de que espécie é uma declaração bilateral das vontades das partes.
No que toca à manifestação ou declaração de vontade, é do escólio de Caio Mário da Silva Pereira:
‘O pressuposto do negócio jurídico é a declaração da vontade do agente, em conformidade com a norma legal, e visando a uma produção de efeitos jurídicos. Elemento específico é, então, a emissão da vontade. Se falta, ele não se constitui [...]. Na verificação do negócio jurídico, cumpre de início apurar se houve uma declaração de vontade. E, depois, indagar se ela foi escorreita. Desde que tenha feito uma emissão de vontade, o agente desfechou com ela a criação de um negócio jurídico’.[2]
Além de inconteste declaração volitiva, por obviedade, estando o negócio “sem o sujeito, não poderá falar-se em ato, mas, tão-somente, em fato jurídico em sentido estrito. A participação do sujeito de direito (pessoa natural ou jurídica) é indispensável para a configuração existencial do negócio jurídico”[3].
No caso de utilização indevida do nome/dados pessoais por terceiro com objetivo fraudulento, denota-se que ausente está um requisito essencial do negócio jurídico, qual seja, a manifestação de vontade, vez que todos os atos atinentes aos negóciosforam resultado de manobra astuciosa e fraudulenta perpetrada por um agente falsário, não estando o titular de suposta contratação em momento algum assentindo, nem ao menos ciente do referidos negócio jurídicos, caracterizando assim, manifesto vício de consentimento.
Podemos ainda, ponderar, sem receio de decair em equívocos, que a utilização dos documentos ou de nome de outra pessoa dá ensejo à ausência do próprio agente emissor da vontade, haja vista a identificação daquele que se prestou à adulteração não corresponder ao contratante do pacto referido, muito embora tenha falsamente tomado sua identidade, inclusive, no sentido literal da expressão.
Pedimos vênia para transcrever o entendimento recentemente manifestado pelo E. Soldalício Catarinense, em caso análogo ao que ora se apresenta:
(…) NECESSIDADE DE SE DECLARAR A NULIDADE DO ACÓRDÃO EMBARGADO PARA QUE, EM NOVO JULGAMENTO, SEJAM APRECIADOS CONJUNTAMENTE OS RECURSOS AFORADOS PELAS DEMANDADAS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇO DE TELEFONIA EM NOME DO AUTOR POR TERCEIRO. FRAUDE CARACTERIZADA. INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO DEMANDANTE EM ROL DE INADIMPLENTES. OFENSA MORAL CONFIGURADA. DEVER DE INDENIZAR. “O lesado por fraude cometida por terceiro contra a prestadora de serviços telefônicos é equiparado, para os fins legais, a consumidor, por força do preceituado no art. 17 da Lei Protetiva do Consumidor. E sendo objetiva a responsabilidade da empresa de telefonia, a utilização por terceiro de dados pessoais do autor para, em nome deste e de forma ilícita, contratar a instalação de linha telefônica, com a efetivação de ligações que, não pagas, motivaram a indevida inscrição do nome da vítima, torna-se ela – a prestadora dos serviços – obrigada ao ressarcimento dos prejuízos morais a esta acarretados. É que, facilitando a concessionária dos serviços de telefonia a contratação verbal de ramais telefônicos, sem ter a precaução de, posteriormente, confirmar a veracidade da contratação com aquele em nome de quem é ela feita, assume a empresa as consequências dessa forma de contratação, consequências essas que se inserem nos riscos de sua atuação [...]” (AC n. 2007.035797-9, de Itajaí, rel. Des. Trindade dos Santos, j. 20-2-2008). VERBA INDENIZATÓRIA FIXADA PELO JUÍZO A QUO EM R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS) PARA CADA EMPRESA DEMANDADA. IMPOSSIBILIDADE DE DIMINUIÇÃO DO MONTANTE COMO PRETENDIDO PELA BRASIL TELECOM S/A. VALOR QUE SE MOSTRA aquém dAQUELE usualmente arbitrado por estE ÓRGÃO FRACIONÁRIO em hipóteses análogas à presente, qual seja, R$ 20.000,00 (VINTE mil reais). JUROS DE MORA ARBITRADOS EM PRIMEIRO GRAU A CONTAR DO EVENTO DANOSO. PEDIDO PARA FIXAÇÃO DA DATA DO ARBITRAMENTO DA INDENIZAÇÃO. GRUPO DE CÂMARAS DE DIREITO PÚBLICO DESTA CORTE QUE JÁ SE POSICIONOU NO SENTIDO DE QUE OS JUROS MORATÓRIOS INCIDEM DA DATA DA DECISÃO JUDICIAL QUE ESTIPULOU O RESSARCIMENTO MORAL. APLICAÇÃO AO CASO, JÁ QUE, NESTA INSTÂNCIA, O VALOR INDENIZATÓRIO FOI MANTIDO. REFORMA DA SENTENÇA NO PARTICULAR. “Em tema de indenização por danos morais, tanto a correção monetária quanto os juros de mora devem incidir a partir da data da decisão judicial que fixa o valor da reparação, pois que somente nesse momento temporal a obrigação tornou-se líquida e certa, não se podendo cogitar da existência de mora do réu-devedor antes de verificadas estas duas condições, sendo inadequado aplicar-se à espécie a Súmula 54, do Superior Tribunal de Justiça (AC n. 2009.018696-7, rel. Des. Newton Janke, de Capinzal)”. Assim considerando, caso confirmada a sentença em sede recursal, os juros moratórios e a correção monetária são devidos desde a data da publicação da sentença. Diversamente, caso majorado, minorado ou fixado o valor do dano moral em sede recursal, deverão estes encargos incidir a partir da data do arbitramento operado pelo novo julgamento” (EI n. 2010.029337-6, rel. Des. Sérgio Roberto Baasch Luz, j. 11-8-2010). RECURSOS PROVIDOS parcialMENTE para fixar como termo inicial dos juros de mora a data da sentença. (Embargos de Declaração em Apelação Cível n. 2011.050665-4, de Joinville, rel. Des. Jorge Luiz de Borba. Data 14/03/2012)
Portanto, permitindo a concessionária dos serviços de telefonia à contratação, sem a verificação quanto à veracidade dos documentos apresentados, ou como no caso em concreto, sem ter a precaução de, posteriormente, confirmar a veracidade da contratação com aquele em nome de quem é ela feita, esta deverá assumir as consequências dessa forma de contratação e as consequências que se inserem nos riscos de sua atuação.
O artigo 14 do instituto supra referido embasa tal afirmação, como se pode observar:.
"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos..."
Dessa forma, fica evidente o dever de indenizar da REQUERIDA, pois de acordo com o exposto anteriormente, restou comprovada a existência do ato ilícito, e seguindo os ditames do artigo 927 do Código Civil de 2002, temos que:
“Art. 927 Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.
..."
Ainda, acerca da responsabilidade objetiva, quando não evidenciada qualquer excludente de causalidade, mostra-se irrelevante a averiguação de culpa daquele que assumiu os riscos da atividade empresarial, devendo tão-somente o consumidor comprovar a ocorrência do dano, bem como o nexo causal com a conduta adotada pelo fornecedor do serviço.
Tem-se, pelo exposto, como imperioso imputar à prestadora de serviços, inclusive a de telefonia, a responsabilidade pelos danos decorrentes da contratação fraudulenta, mesmo que induzida em erro por agente falsário, que logrou êxito ao utilizar, diga-se de passagem, ardilosamente o nome e dados pessoais do consumidor de boa-fé.
Assim sendo, tem-se por inquestionável que a conduta adotada pela prestadora de serviços, especialmente a ausência de precaução no ato da contratação, caracterizada, impõe-lhe o dever de indenizar.
Assim, com base nos fatos narrados e na legislação vigente, podemos constatar que a REQUERIDA cometeu um ato ilícito e deve ser responsabilizada por ele, pois este é o entendimento que se revela a partir da análise dos institutos anteriormente elencados.
2.3. Do dano moral
Segundo a doutrina, o dano moral configura-se quando ocorre lesão a um bem que esteja na esfera extrapatrimonial de um indivíduo, e a reparação do mesmo tem o objetivo de possibilitar ao lesado uma satisfação compensatória pelo dano sofrido, atenuando, em parte, as consequências da lesão. 
Tem-se que, diante das circunstâncias evidenciadas anteriormente, é irrefragável que o REQUERENTE sofreu um dano moral, pois se sentiu e ainda se sente constrangido por todo abalo por ver seu nome indevidamente utilizado, e ainda por ser prestador de serviços, teme o risco de que uma inexorável negativação, já que a ré, inclusive, vem emitindo em seu nome, boletos de cobrança (docs...).
Em relação ao dano efetivamente causado, podemos recorrer à legislação pátria a fim de embasarmos a causa de pedir em relação ao dano moral, na presente ação, tendo em vista o artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal, que dispõe: ·.
" Art. 5º... X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;... "
O Código de Defesa do Consumidor também ampara o consumidor que se viu lesionado por um fornecedor de serviços, com a justa reparação dos danos morais e patrimoniais causados por falha no vínculo de prestação de serviço, como se pode constatar em seu artigo 6º, que no inciso VI explicita tal proteção:
"Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:... VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos..."
Com relação ao danomoral, ficou igualmente provado que a REQUERIDA com sua conduta negligente violou diretamente direito sagrado do REQUERENTE, o de ter sua paz interior e exterior inabalada por situações com o qual não concorreu.
2.4. Da Jurisprudência
Diante do caso concreto, acima relatado, percebe-se que grande parte de nossa jurisprudência tem convergido para a mesma solução nos casos em que as concessionárias de telefonia móvel, agem negligentemente na abertura de linhas e venda de aparelhos telefônicos, vindo posteriormente violar os direitos de pessoas íntegras que não possuem nenhuma relação com a instituição. Assim tem sido o entendimento de nossos tribunais:
Recurso 0013134-48.2012.8.19.0203 Recorrente: NEXTEL TELECOMUNICAÇÕES LTDA Recorrido: REINO MAGICO FESTAS LTDA ME VOTO - Telefonia móvel. Contratação de 04 linhas em agosto e 2010. Cancelamento de uma das linhas em agosto de 2011. Ré se comprometeu a enviar à empresa autora uma" SENHA MASTER ", de caráter sigiloso, para fins de acesso a alguns serviços. Senha que não foi recebida, mas veio a ser utilizada por terceiro fraudador para compra de aparelhos e contratação de serviços. Em função disso, passaram a surgir cobranças não reconhecidas a partir da conta com vencimento em 18/9/2011 e que a ré gerou cobranças relativas à linha cancelada. Após a fraude, as contas passaram a vir em valor extorsivo, muito superior amedia mensal de consumo de R$ 700,00. Diz que foram incluídas 06 linhas fraudulentas em suas faturas. Apresentou planilha com os valores impugnados (fls. 16) e diz que recebeu aviso de inclusão de nome no SPC. Teve as linhas suspensas, o que trouxe prejuízos financeiros à empresa. Requereu: 1) TA para suspensão das cobranças impugnadas; 2) refaturamento das contas para que sejam excluídos os débitos arrolados na planilha apresentada; 3) restabelecimento da prestação do serviço; 4) exibição das notas fiscais dos 06 novos aparelhos adquiridos com a utilização da senha; 5) restituição em dobro dos valores indevidos cobrados, totalizando R$ 18.695,22; 6) danos morais. Juntou, a fls. 38, comprovante de envio de senha PE, a ré; a fls. 54 a comprovação da cobrança pela suposta compra de 06 aparelhos pela empresa autora e aviso de negativação a fls. 101. CONTESTAÇÃO - fls. 147 - alega culpa exclusiva da parte autora ao fornecer sua senha mater a terceiros. NÃO JUNTOU NENHUMA PROVA E NÃO IMPUGNOU OS VALORES PLANILHADOS NA INICIAL. SENTENÇA - fls. 154 - PROCEDENCIA DOS PEDIDOS PARA: 1) condenar a ré a suspender os serviços de telefonia para as 06 linhas telefonicas não contratadas pela empresa autora; 2) cancelar a cobrança de R$ 9.347,61 em 10 dias; 3) restituir em dobro os valores cobrados indevidamente, totalizando R$ 18.695,22; 4) pagar R$ 6.000,00 a titulo de indenização por danos morais. Recurso do réu. Repetiu a contestação, invocando a inexistência de danos morais e impossibilidade de manutenção da restituição em dobro, já que os valores impugnados não foram pagos pela recorrida. Contrarrazões apresentadas. As faturas juntadas pelo autor conferem total verossimilhança dos pedidos, pois a partir da aquisição dos 06 novos aparelhos telefônicos móveis, o valor das contas subiu consideravelmente. Todavia, a sentença deve ser reformada para excluir o valor da indenização por danos materiais, já que a demandante não comprovou ter feito o pagamento das quantias indevidas exigidas pela ré. A falha na prestação de serviços consistente na cobrança indevida já será reparada com a condenação consistente no cancelamento do valor exigido pela ré. No tocante à indenização por danos morais, deve ser prestigiada a solução dada pela sentença, pois não há duvidas de que a interrupção do serviço de telefonia e a inclusão em cadastros de restrição a o crédito maculam a imagem da empresa. Posto isso, CONHEÇO DO RECURSO E LHE DOU PARCIAL PROVIMENTO PARA EXCLUIR A INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS FIXADA NA SENTENÇA. Sem ônus. Rio de Janeiro, 14 de maio de 2013. ALEXANDRE CHINI JUIZ RELATOR
(TJ-RJ - RI: 00131344820128190203 RJ 0013134-48.2012.8.19.0203, Relator: ALEXANDRE CHINI NETO, Terceira Turma Recursal, Data de Publicação: 02/07/2013 11:43)
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUINTA TURMA RECURSAL CÍVEL Recurso nº.:0000701-36.2011.8.19.0077 Recorrente:NEXTEL TELECOMUNICAÇÕES LTDA Recorridos:JOSE CLEBIO PEREIRA DA SILVA e MARLY DE SOUZA DUQUE VOTO Relação de consumo. Responsabilidade Civil Objetiva. Fraude. Falha na prestação do serviço. Dano moral configurado. Pleito de restituição simples do indébito. Sentença ultra petita. A sentença recorrida julgou procedente em parte o pedido para condenar a ré a restituir o valor de R$1.650,54, já em dobro, a título de repetição do indébito e ao pagamento de R$8.000,00 a título de indenização por danos morais (fls. 47-48). Insurge-se o réu pugnando pela reforma in totum da sentença ou redução do quantum indenizatório (fls. 68-76). Sentença que merece reparo. Inicialmente destaco que em razão do princípio da congruência, a sentença está limitada aos termos precisos do pedido formulado, evidenciando-se na hipótese o julgamento ultra petita, no que tange ao valor dos danos materiais fixados, pois os autores requereram em aditamento à inicial a restituição na forma simples e não em dobro do valor correspondente às compras não reconhecidas, R$ 825,27 (fls. 47-48). Sentença que deve guardar adstrição com o pedido. Trata-se de matéria de ordem pública que pode e deve ser reparada de ofício, para se extirpar da condenação o valor que ultrapassou o pedido. A ré não comprovou que foram os autores quem efetuaram a compra não reconhecida, ônus que lhe incumbia (artigo 333, II, do Código de Processo Civil), não podendo ser imputado ao consumidor fazer a prova de fato negativo. O estabelecimento comercial possui a responsabilidade de conferir se a pessoa que exibe o cartão, pessoal e intransferível, é efetivamente seu titular. Responsabilidade pelo vício do serviço que é solidária entre a administradora de cartão e o lojista, que respondem pelos danos causados aos autores, ainda que ausente sua culpa, arcando com os riscos de seu empreendimento (art. 14 do CDC). Acerto do decisium quanto à restituição dos valores questionados, comprovadamente pagos e não impugnados especificamente pela ré (art. 302, do CPC). Todavia, a devolução deve se dar na forma simples, não só em razão do pedido, mas, sobretudo, por não se tratar de cobrança indevida, mas de ato de terceiro fraudador, não havendo falar na aplicação do art. 42, parágrafo único, do CDC. Dano moral configurado. Quantum indenizatório que foi arbitrado com excessivo rigor e deve ser melhor ponderado, considerando-se que não houve negativação do nome dos autores ou demonstração de desdobramentos de maior gravidade a justificar o patamar fixado. Verba que se reduz para o valor total de R$ 3.000,00, sendo R$ 1.500,00 para cada autor, por melhor concretizar o princípio da razoabilidade e o da proporcionalidade. Ante o exposto, conheço do recurso interposto pela ré e lhe dou parcial provimento para: 1- determinar que a restituição do valor de R$ 825,27 seja feita na forma simples, com os acréscimos legais na forma já fixada na sentença e 2- reduzir o quantum indenizatório arbitrado a título de danos morais para R$ 3.000,00, sendo R$ 1.500,00 para cada autor, com os consectários legais na forma já fixada na sentença. Sem ônus sucumbenciais, por se tratar de recurso com êxito. Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2012. Marcia de Andrade Pumar Juíza Relatora
(TJ-RJ - RI: 00007013620118190077 RJ 0000701-36.2011.8.19.0077, Relator: MARCIA DE ANDRADE PUMAR, Quinta Turma Recursal, Data de Publicação: 29/01/2013 15:09)
Este é também o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo:
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Telefonia móvel. Fraude na habilitação de linhas, gerando cobrança indevida em nome da autora, ademais exposta em cadastro de inadimplentes. Mau gerenciamento de atividade de risco. Responsabilidade objetiva da prestadora do serviço. Inteligência do art. 927, parágrafo único,do Código Civil, e art. 14, da Lei nº 8.078/90. Demanda declaratória e condenatória. Juízo de procedência. Recurso da ré. Desprovimento.
(TJ-SP, Relator: Carlos Russo, Data de Julgamento: 01/10/2014, 30ª Câmara de Direito Privado)
Com base nos fatos narrados, e se comparados com as decisões supra explicitadas, pode-se constatar que a REQUERIDA cometeu um ato ilícito do qual resultou um dano ao REQUERENTE, e, segundo nossos Tribunais, caberá à concessionária reparar o dano provocado por sua negligência e imprudência.
5-DA LIMINAR´PARA SUSPENSAO DA COBRANÇA E AINDA OBSTAR NEGATIVAÇÃO DO NOME DO AUTO R JUNTO AOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÂO AO CRÉDITO
5.1.– DO DANO IRREPARAVEL
O perigo de dando irreparável está presente neste episódio, adquirindo status de notoriedade pelo fato de que se o Requerente continuar submetido às práticas abusivas da Ré, agravadas pela cobrança indevida dos contratos, a inevitabilidade de que a cobrança continue nos meses posteriores ao contestado na presente ação, e ainda que seu nome seja encaminhado aos órgãos de proteção ao crédito, fatos que vem perturbando em demasia o consumidor e sua família.
O retardamento da prestação jurisdicional equivalerá à sua negação, e ainda a inexorável negativação de seu nome, sendo assim, a liminar de suspensão da cobrança dos contratos fraudulentos e óbice para a negativação do nome do autor, é imperiosa para a preservação dos interesses do autor, sem que este fique submetido aoarbítrio da Requerida.
5.2-DA VEROSSIMILHANCA DAS ALEGAÇÕES
A verossimilhança das alegações esta materializada pelo despropósito da ré, com a indevida formalização de contratos em nome do autor, já que não houve qualquer autorização deste para abertura das linhas e compras de aparelhos em nome deste, e, ainda a clara desídia, negligencia e imprudência da ré caracterizadas desde a indevida contratação até a negativa de cancelar os contratos, a despeito de todos os esforços empregados pelo autor para a demonstração da fraude havida em seu nome, sendo tais fatos inclusive objeto de inquérito policial.
6-DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, REQUER:
Liminarmente:
I- Concessão de liminar em antecipação dos efeitos da tutela para que:
Sejam suspensas quaisquer emissões de cobranças em nome do autor, relativas aos contratos ora em discussão;
Retirada do nome do autor dos órgãos de proteção ao crédito, e caso isto ainda não tenha ocorrido, que seja obstada a negativação de seu nome, 
Caso descumpridas as alíneas a ou b, ou ambas, pleiteia a aplicação de multa a ser arbitrada por este MM. Juízo para que a ré cumpra com o determinado.
No mérito:
Que seja designada AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ou MEDIAÇÃO, conforme previsto no art. 334 do NCPC;
Quando do despacho da inicial, seja determinada a inversão do ônus da prova em favor do REQUERENTE, consoante disposição do art. 6º, inc. VIII, do Código de Defesa do Consumidor, para que, inclusive, determine que o réu apresente todas as ligações havidas entre as partes, devendo constar tal decisão no mandado de citação; 
A citação da REQUERIDA para, querendo, apresentar defesa, sob pena de serem reputados como verdadeiros os fatos ora alegados; 
Seja julgada totalmente PROCEDENTE a presente ação para:
Declarar a inexistência de relação contratual entre as partes, em relação aos contratos fraudulentos trazidos a presente inicial, confirmado os efeitos da liminar.
Condenar à ré a repetição de indébito dos valores indevidamente cobrados, conforme boletos anexos.
Condenar a ré em danos morais no importe de R$ 20.000,00.
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial as provas: documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal da parte ré. 
7-VALOR DA CAUSA
Exclusivamente para efeitos fiscais, atribui a presente causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxx. 
Termos em que, 
Pede deferimento.
LOCAL, DATA.
NOME DO ADVOGADO
OAB Nº XXXX

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