Buscar

modelo inical reparação de danos

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DE CURITIBA-PR 
 
 
Autos 
 
 
 
 
 
 , brasileiro, solteiro, aposentado, portador do RG., inscrito no CPF., residente e 
domiciliado na Rua, vem por sua procuradora infra assinada, respeitosamente á presença de Vossa 
Excelência propor a presente 
 
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS 
 
Em face de COPEL TELECOM- COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA concessionária de serviços públicos 
de fornecimento de energia elétrica, inscrita no CNPJ: 04.368.865/0001-66., com sede na Rua José Izidoro 
Biazetto, 158 - bloco A - Mossunguê - CEP: 81200-240 - Curitiba - PR, ante os fatos e fundamentos que a 
seguir expõe. 
 
I- FATOS 
 
Em Dezembro de 2015 o autor efetuou a contratação de pacote de internet + telefone BEL PROFISSIONAL 
40 Mbps COMBO oferecido pela Ré, pelo valor de R$ 124,90 (cento e vinte e quatro reais e noventa 
centavos) ao mês. 
 
O suposto “combo” incluiria uma linha telefônica a ser oferecida por empresa parceira, no caso a 
Sercomtel, e ainda a instalação de rede de internet por fibra óptica com velocidade de 40 Mbps. 
 
Entretanto o telefone oferecido jamais foi instalado na residência do Autor, sendo que este teve que 
continuar arcando com o valor da mensalidade de R$ 79,90 (setenta e nove reais e noventa centavos) 
referente a outra linha telefônica da empresa VIVO-GVT (faturas anexas), para poder ter acesso a um 
telefone, bem como efetuando ligações através de seu aparelho celular gerando custos altos, mesmo 
pagando para a Ré valores referentes tanto a linha telefônica quanto a internet em razão do pacote 
escolhido ser do tipo “combo”, conforme observamos no contrato anexado aos autos. 
 
 Após tentar entrar em contato com a empresa Ré por diversas vezes sem sucesso (protocolos anexos) 
em julho de 2016 o Autor desistiu de requerer o serviço de linha telefônica e desejou cancelar o contrato. 
 
Ocorre que neste momento foi surpreendido pela informação prestada pela Ré de que se quisesse 
rescindir o contrato deveria pagar uma multa referente a taxa de instalação dos cabos (R$ 990,00 – 
novecentos e noventa reais) mais uma taxa de cancelamento no valor de R$ 300,00 (trezentos reais). 
 
Ou seja, mesmo tendo prestado o serviço pela metade a Ré ainda exige multas do Autor caso este queira 
cancelar o contrato, o que é um absurdo e afronta os princípios inerentes a defesa do consumidor. 
 
Como se não bastasse, no meio do período da relação contratual, mas especificamente no mês de Agosto 
de 2016, a Requerida simplesmente subiu o valor do pacote contratado de R$ 124,90 (cento e vinte e 
quatro reais e noventa centavos) para R$ 139,90 (cento e trinta e nove reais e noventa centavos) alterando 
ainda os serviços oferecidos e o nome do combo contratado sem nenhum explicação ou motivação, e o 
que é pior imputou ao Autor a obrigatoriedade de fidelização por mais um ano, tornando desta forma 
impossível o cancelamento do contrato. 
 
 
Entretanto os problemas na relação de consumo não param por aí. 
 
Primeiramente ressalte-se que o empresa Ré jamais enviou as faturas de pagamento ao e-mail do Autor, 
tal fato pode ser comprovado através de diversos protocolos de atendimento anexados aos autos 
(documento protocolos), tal conduta por parte da Ré acabou gerando atrasos no adimplemento e 
consequente cobranças sobre juros das faturas, tendo em vista que as mesmas jamais chegavam na data 
convencionada. 
 
Por fim é premente mencionar que a velocidade da internet contratada não condiz com o que é de fato 
oferecido pela Ré, de acordo com dados obtidos pelo Autor a conexão apresenta velocidade 40% menor 
do que o convencionado. 
 
Portanto podemos auferir que a Ré descumpriu o que estava previsto em contrato deixando de instalar a 
linha telefônica, posteriormente alterou unilateralmente os valores e as datas de fidelização do contrato 
sem a anuência do Autor, que jamais enviou as faturas para pagamento no dia correto, gerando desta 
forma a cobrança de juros e encargos e ainda ofereceu o serviço de internet de forma precária. 
 
São diversos problemas dos quais o Autor não pode se livrar, pois para rescindir o contrato deve, em tese, 
pagar cerca de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) em multas e taxas cobradas indevidamente pela 
empresa Ré. 
 
Tal conduta maliciosa não pode permanecer impune pois é notória a má fé da empresa requerida no caso 
em tela. 
 
É evidente a falha na prestação de serviços, tendo em vista que o Autor ficou sem acesso ao telefone que 
contratou, sendo obrigado a arcar com duas mensalidades para não ficar sem comunicação, além de ter 
sido ludibriado pela Ré no que diz respeito aos valores do pacote bem como no tocante aos prazos de 
fidelização. 
 
Conforme demonstram os protocolos em anexo o Autor buscou sanar os problemas com a Ré por diversas 
vezes sem obter nenhum resultado. 
 
Desta forma deve a Ré ser penalizada com base no binômio reparação sanção, por total desrespeito as 
normas consumeristas, conforme restará demonstrado a seguir. 
 
II- DIREITO 
Primeiramente no tocante a multa exigida pela Ré para que o Autor possa rescindir o contrato no caso 
em tela a mesma não pode ser cobrada. Tal alegação encontra escopo no Art. 58 da Resolução nº 
632/2014 da Anatel que informa o seguinte: 
Em caso de cancelamento antes do prazo final de permanência mínima, poderá ser cobrada multa de 
rescisão, que deverá ser proporcional ao tempo restante da fidelização, bem como ao valor do benefício 
oferecido. No entanto, se a desistência for solicitada em razão de descumprimento de obrigação 
contratual ou legal da prestadora, caberá à prestadora comprovar a procedência do alegado pelo 
consumidor. (grifo nosso) 
Portanto como é possível observar ainda que houvesse a cobrança de multa por rescisão a mesma deveria 
ser proporcional ao tempo para a finalização do contrato e ainda não pode ser cobrada em caso de falha 
na prestação de serviços, que é o caso da presente demanda. 
Neste sentido entende a jurisprudência: 
Ementa: RECURSO INOMINADO. TV A CABO. AÇÃO DE DESCONSTITUIÇÃO DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MORAIS. COBRANÇA DE MULTA. CLÁUSULA DE FIDELIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DOS 
TERMOS DA CONTRATAÇÃO. ÔNUS DA RECORRENTE. IMPOSSIBILIDADE DE COBRANÇA DE MULTA 
CONTRATUAL POR QUEBRA DA FIDELIZAÇÃO, ANTE A AUSÊNCIA DE PROVA DA PREVISÃO CONTRATUAL. 
INSCRIÇÃO INDEVIDA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS IN RE IPSA. QUANTUM MANTIDO. Hipótese em 
que recorre a parte ré da sentença que julgou procedente a ação para declarar a inexistência do débito 
de R$ 399,52, tornar definitiva a antecipação de tutela no sentido de determinar a retirada do nome do 
autor dos cadastros de proteção ao crédito (fl. 20) e condenar a recorrente ao pagamento de R$ 7.240,00, 
a título de danos morais em razão da inscrição indevida do nome do autor nos cadastros de proteção ao 
credito. Em suas razões recursais sustenta a legalidade das cobranças efetuadas, bem como a ausência de 
danos morais a serem indenizados. Não há que se falar em legalidade das cobranças, uma vez que a parte 
recorrente não se desonerou do ônus probatório previsto no artigo 6º, inciso VIII, do CDC e no artigo 333, 
inciso II, do CPC, uma vez que não trouxe aos autos os termos da contratação firmada com a parte, que 
autorizaria a cobrança de multa de fidelização ou taxa de adesão. Portanto, não estando comprovada a 
regularidade da cobrança, tem-se por indevida a mesma, bem como a inscrição do nome da parte autora 
nos órgãos de proteção ao credito em razão... do respectivo débito. Por outro lado, a parte autora logrou 
êxito em demonstrar a realização da inscrição de seu nome nos cadastros de proteção ao crédito, nos 
termos do artigo 333, inciso I, do CPC. O que enseja à configuração dos danos morais in re ipsa, ante o 
abalo ao crédito advindo da inscrição. Igualmente,o quantum indenizatório não comporta reduções eis 
que fixado em conformidade com os parâmetros recursais que vem sendo utilizados por esta Turma 
Recursal. Assim, deve ser mantida a sentença TJ-RS - Recurso Cível 71005351432 RS (TJ-RS)Data de 
publicação: 30/07/2015 
 
No que diz respeito a alteração unilateral do contrato, como ocorreu no caso em tela, e ainda ao envio de 
faturas com data posterior ao vencimento a jurisprudência já se manifestou no sentido de conceder a 
reparação material e moral ao consumidor como podemos observar: 
Ementa: CÍVEL. RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. 
RELAÇÃO DE CONSUMO. ALTERAÇÃO UNILATERAL DE CONTRATO. ENVIO DE FATURAS EM DUPLICIDADE. 
ENVIO DE FATURAS COM ATRASO E COBRANÇA DE ENCARGOS. DEVER DE RESTITUIR O INDÉBITO EM 
DOBRO. DANO MORAL CONFIGURADO. TENTATIVA FRUSTRADA DE SOLUÇÃO ADMINISTRATIVA. CALL 
CENTER DEFICIENTE E DESCASO COM O CONSUMIDOR. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E 
DESPROVIDO. 1. Colhe-se dos autos que a parte autora recebeu e pagou fatura do mês de Novembro/2014 
em duplicidade, não tendo a ré devolvido o valor pago a maior e ainda alterou unilateralmente o plano 
contratado sem autorização do consumidor. Ademais, relata o consumidor recebeu fatura em atraso 
tendo sido cobrado pelos juros decorrentes. 2. Nos termos do artigo 333, II, CPC e diante da inversão o 
ônus da prova conferida pela relação consumerista, já que a parte a autora instruiu a demanda com provas 
, decidem as Juízas Integrantes da 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado do Paraná, por 
unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, negar-lhe provimento, nos exatos termos do vot (TJPR - 
3ª Turma Recursal em Regime de Exceção - 0001137-29.2015.8.16.0112/0 - Marechal Cândido 
Rondon - Rel.: Renata Ribeiro Bau - - J. 29.09.2015) TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos 
Recurso Inominado RI 000113729201581601120 PR 0001137-29.2015.8.16.0112/0 (Acórdão) (TJ-PR)Data 
de publicação: 02/10/2015 
A relação entre as partes perfaz vínculo de consumo, nos moldes do CDC, devendo neste caso a Ré ser 
responsabilizada objetivamente pela falha na prestação de serviços, como se vê no Art 14 do referido 
diploma legal: 
 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação 
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
 
Ainda no CDC existem leis que regulam a matéria quanto serviços prestados por concessionárias, como 
no caso em tela: 
 
“Art. 22 - Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer 
outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, 
quanto aos essenciais, contínuos. 
 
Parágrafo único - Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, 
serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste 
Código” 
 
A Lei nº 9.472, de 16 de Julho de 1997, também dispõe sobre o tema: 
 
“Art. 3º. O usuário de serviços de telecomunicações tem direito: 
 
I - de acesso aos serviços de telecomunicações, com padrões de qualidade e regularidade adequados à 
sua natureza, em qualquer ponto do território nacional; 
 
XII - à reparação dos danos causados pela violação de seus direitos”. 
 
Em suma, por força de lei, as concessionárias de serviços públicos são obrigadas a fornecer serviços 
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos; as concessionárias de serviços 
públicos são obrigadas a fornecer serviços adequados que devem satisfazer as condições de regularidade, 
de continuidade, de eficiência, de segurança, de atualidade, de generalidade e de cortesia na sua 
prestação, mediante a cobrança de tarifas adequadas; as concessionárias de serviços públicos são 
obrigadas a permitir o acesso aos serviços de telecomunicações, com padrões de qualidade e 
regularidade, adequados à sua natureza; as concessionárias de serviços públicos são obrigadas à 
reparação dos danos causados ao consumidor ou usuário pela violação de seus direitos. 
 
Ainda conforme demonstrado no caso em tela houve o pagamento de valores a maior pelo Autor, 
primeiro porque não houve a entrega da linha telefônica que fazia parte do pacote contratado e 
consequentemente do valor cobrado, e ainda porque a velocidade da internet oferecida está muito 
aquém do contratado. 
Tal conduta também fere os direitos consumeristas e é repudiada pelo entendimento jurisprudencial, 
sendo passível de devolução dos valores cobrados em dobro nos termos do Art. 42 do CDC como podemos 
observar: 
 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. SERVIÇOS DE INTERNET BANDA LARGA. 
COBRANÇA A MAIOR. DANO MORAL CONFIGURADO. DA COBRANÇA A MAIOR: As provas produzidas são 
suficientes para a declaração de inexistência de dívida havida entre as partes, porquanto demonstrado 
nos autos a cobrança de valor superior ao plano de internet contratado. O ônus da prova do fato 
impeditivo, extintivo ou modificativo ao direito da parte adversa é da ré, nos termos do inciso II do artigo 
333 do Código de Processo Civil, ônus do qual não se desincumbiu REPETIÇÃO DO INDÉBITO: O 
consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do 
que pagou em excesso. Inteligência do art. 42, parágrafo único do CDC. Cabível a restituição integral desde 
que iniciada a cobrança, observado o prazo prescricional trienal. DANO MORAL: Incontroverso nos autos 
a ocorrência de cobranças indevidas por parte da operadora de telefonia demandada, ao exigir do cliente 
valores superiores ao contratado. Configurada a falha na prestação de serviços por parte da demandada, 
restam reconhecidos como verdadeiros os fatos alegados pela parte autora, o que culmina na fixação de 
danos morais, no valor de R$ 5.000,00. Sentença reformada. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: Invertidos, 
recaindo unicamente sobre a requerida. Inteligência do artigo 20, §3º, do Código de Processo Civil. DERAM 
PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70067779025, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de 
Justiça... do RS, Relator: Eduardo João Lima Costa, Julgado em 25/02/2016) TJ-RS - Apelação Cível AC 
70067779025 RS (TJ-RS)Data de publicação: 01/03/2016 
 
2.2 Danos Morais 
 
Os danos morais surgem em decorrência de uma conduta ilícita por parte do agente responsável pelo 
dano, que venha a causar sentimento negativo em qualquer pessoa de comportamento e senso comuns, 
como vexame, constrangimento, humilhação, dor. 
 
Por óbvio o que aconteceu no presente caso afetou o equilíbrio psíquico do Autor na medida em que este 
se sentiu completamente enganado pela Ré, pois primeiro não teve a linha telefônica instalada, 
posteriormente teve os valores da mensalidade bem como as datas pertinentes ao contrato alteradas 
unilateralmente sem aviso ou motivação e por fim percebeu que a internet contratada não condizia com 
o que foi estabelecido. Some-se tudo isso ao fato de passar horas ao telefone e em demais canais de 
atendimento disponibilizados pela Ré tentando solucionar os problemas sem obter sucesso e ainda se ver 
impelido ao pagamento de uma multa astronômica caso queira cancelar o serviço. A conduta da Ré é um 
desrespeito total ao consumidor. 
 
Em seu artigo 6º, inciso VI, o Código do Consumidor, assegura: "a efetiva prevenção e reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.” 
 
A ocorrência do dano moral é questão de ordem subjetiva, não exige do ofendido a prova efetiva do dano, 
bastando à demonstração dos fatos e a existência de constrangimento que atinja a dignidade da pessoa 
humana. 
 
Os danos morais, não resultam de diminuição patrimonial, mas de dor, de desconforto. Comenta o juristaCarlos Alberto Bittar, citado pelo Desembargador Hyparco Immesi, relator do acórdão proferido pela 
Quarta Câmara Cível, no âmbito da Apelação Cível nº 1.0000.00.335350/000, verbis: 
 
"Qualificam-se como morais os danos em razão da esfera da subjetividade, ou do plano valorativo da 
pessoa na sociedade, em que repercute o fato violador; havendo- se, portanto, como tais, aqueles que 
atingem os aspectos mais íntimos da personalidade humana (o da intimidade e da consideração pessoal), 
ou o da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua (o da reputação ou da consideração 
social)." 
 
A jurisprudência também se mostra favorável a pretensão do autor, declarando que a conduta 
semelhante a praticada pela requerida perfaz dano moral como podemos observar na sequencia: 
 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. TELEFONIA. SERVIÇOS DE INTERNET 
BANDA LARGA. CONTRATAÇÃO DE 02 MEGA BYTES. PROVA DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO A MENOR. FALHA 
NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANOS MORAIS EVIDENCIADOS. 
PREQUESTIONAMENTO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INTERNET. DANO MORAL. As prestadoras 
de serviços de telefonia respondem, objetivamente, pelas falhas na prestação de seus serviços (Art. 14, § 
3º do CDC). Caso em que restou demonstrada a inércia da companhia telefônica, insistindo em cobrar por 
serviços não contratados. Violação aos princípios da confiança e da boa-fé objetiva que norteiam as 
relações de consumo. Valor da indenização que deverá observar critérios específicos, dentre estes, a 
proporcionalidade, para evitar excesso, ou insuficiência do valor arbitrado, bem como a satisfação da 
vítima e o aspecto punitivo e dissuasório, mostrando-se cabível a condenação da ré ao pagamento do 
valor de R$ 5.000,00. Sucumbência pela ré. RECURSO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70064272982, Décima 
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Catarina Rita Krieger Martins, Julgado em 
18/06/2015). TJ-RS - Apelação Cível AC 70064272982 RS (TJ-RS) Data de publicação: 22/06/2015 
 
Deste modo, destacado o ato ilícito perpetrado pela Ré, e o consequente abalo moral experimentado pelo 
Autor, o valor fixado deverá servir para que a demandada seja diligente e que não mais incorra nos 
mesmos erros. 
 
2.3 Inversão do ônus da prova 
 
O Código de Defesa do Consumidor prevê, em seu artigo 6º, inciso VIII, que diante da hipossuficiência do 
consumidor frente ao fornecedor, sua defesa deve ser facilitada com a inversão do ônus da prova. 
 
No caso em tela, seria de suma importância que a Ré disponibilizasse os relatórios de funcionamento da 
internet instalada na casa do Autor para que seja possível avaliar a velocidade da mesma. 
 
Considerando, sobretudo, a hipossuficiência técnica e econômica dos autores, encontram-se 
caracterizados os requisitos do art. 6º, VIII, do CDC para se impor a inversão do ônus probatório e, por 
conseguinte, promover o equilíbrio contratual entre os litigantes. Assim, requer-se a inversão do ônus da 
prova. 
 
III- PEDIDOS 
 
a) A citação da Ré via Correio, para querendo, apresente a defesa que melhor lhes convir, 
sob pena de revelia e confissão; 
 
b) A condenação em indenização por danos morais, na quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil 
reais), baseando-se em jurisprudências similares e no binômio reparação/sanção; 
 
 
c) A condenação da Ré a devolução dos valores pagos a maior pelo Autor em razão das contas se 
referirem ao pacote “combo” e a linha telefônica jamais haver sido instalada bem como os valores 
referentes ao montante despendido com o pagamento das faturas da empresa de telefonia GVT, 
totalizando o valor de R$ 968,60 (novecentos e sessenta e oito reais e sessenta centavos) na forma 
dobrada acrescido de juros e correção monetária ; 
 
d) A inversão do ônus da prova para que a Ré apresente os relatórios de funcionamento da internet, 
em conformidade com o artigo 6°, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor pelas razões acima 
explanadas; 
 
 
e) A condenação da requerida ao pagamento das custas processuais, honorários advocatícios; 
 
f) Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a 
documental inclusa, bem como outras que se fizerem necessárias. 
 
 
Dá a causa o valor de R$ 5.968,60 (cinco mil novecentos e sessenta e oito reais e sessenta centavos) 
 
Nestes termos 
Pede deferimento 
 
Curitiba 01 de Fevereiro de 2017. 
 
 
Nome do advogado 
OAB

Continue navegando