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ÚNICA EDUCACIONAL FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA BOVINOCULTURA DE LEITE: PROJETO GIR LEITEIRO ADRIANA MENDES MARTINS CHRISTIAN YGOR DO VALE SILVA DIEGO VINI BRAGA MARTINS GERALDA GABRIELE DA SILVA LÍVIA ANDRADE AGUIAR GOMES CAIRES ROBERTO CURY JÚNIOR MONTES CLAROS – MG 2017 ADRIANA MENDES MARTINS CHRISTIAN YGOR DO VALE SILVA DIEGO VINI BRAGA MARTINS GERALDA GABRIELE DA SILVA LÍVIA ANDRADE AGUIAR GOMES CAIRES ROBERTO CURY JÚNIOR BOVINOCULTURA DE LEITE: PROJETO GIR LEITEIRO Trabalho apresentado ao curso de Medicina Veterinária, como requisito parcial para aprovação na disciplina Bovinocultura de Leite. Professor(a): Daniel Ananias de Assis Pires. MONTES CLAROS – MG 2017 Projeto Gado de Leite Vacas Gir Vacas de 480 kg. Produção 4500 kg de leite por lactação. Taxa de reforma de 20. Determine a composição do rebanho. Faça e descreva o planejamento nutricional deixando indicado o calculo da dieta para o lote de maior produção. Faça o planejamento e descreva o manejo sanitário do rebanho. Faça o planejamento e descreva o manejo reprodutivo do rebanho. Fazer planta baixa da fazenda, do curral e da sala de ordenha. Apresentação do projeto, parte escrita e a apresentação oral. 1 - Alimentos concentrados: farelo de girassol, farelo de milho, farelo algodão, farelo de sorgo, uréia, polpa cítrica, caroço de algodão. 2- Alimentos volumosos: Silagem de sorgo, cana, Brachiaria brizantha, Cynodon, capim elefante. Natalidade 80% Mortalidade 5% Idade ao 1º parto 36 meses Período de lactação 9 meses Vacas totais 115 Lactação Secas Problema Bezerros M e F 0 a 1 ano Novilhas de 1 a 2 anos Novilhas de 2 a 3 anos Touros Total SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8 1. 1 Caracterização da propriedade............................................................................................. 8 1. 2 Histórico de Bovino da Raça Gir ......................................................................................... 8 1. 3 Adaptação ............................................................................................................................ 9 1. 4 Características da Raça ........................................................................................................ 9 1. 5 Produção Leiteira ............................................................................................................... 11 1. 6 Comércio ........................................................................................................................... 12 1. 7 Índices Zootécnicos ........................................................................................................... 12 2 PLANEJAMENTO E MANEJO NUTRICIONAL .......................................................... 13 2. 1 Nutrição de Bezerros ......................................................................................................... 13 2. 2 Nutrição de Novilhas ......................................................................................................... 15 2. 3 Nutrição de Vacas .............................................................................................................. 16 2. 3. 1 Nutrição de Vacas Secas (60 dias pré – parto) .............................................................. 16 2. 3. 2 Nutrição de Vacas no Pós – Parto (parto até 100 dias) ................................................. 17 2. 3. 3 Nutrição de Vacas no Meio da Lactação (101 aos 200 dias) ........................................ 18 2. 3. 4 Nutrição de Vacas no Final da Lactação (201 aos 305 dias) ......................................... 18 2. 3. 5 Touros ............................................................................................................................ 18 3 ALIMENTOS ....................................................................................................................... 19 3. 1 Concentrados Utilizados na Propriedade ........................................................................... 19 3. 1. 1 Farelo de Girassol .......................................................................................................... 19 3. 1. 2 Farelo de Milho ............................................................................................................. 20 3. 1. 3 Farelo de Algodão e Caroço de Algodão....................................................................... 21 3. 1. 4 Ureia .............................................................................................................................. 22 3. 1. 5 Polpa Cítrica .................................................................................................................. 23 3. 2 Volumosos Utilizados na Propriedade .............................................................................. 24 3. 2. 1 Silagem de Sorgo ........................................................................................................... 24 3. 2. 2 Cana-de-açúcar .............................................................................................................. 25 3. 2. 3 Brachiaria brizantha ..................................................................................................... 26 3. 2. 4 Cynodon ........................................................................................................................ 27 3. 2. 5 Capim Elefante .............................................................................................................. 27 4 COMPOSIÇÃO DO REBANHO ....................................................................................... 29 4. 1 Vacas Gir: Características do Rebanho ............................................................................. 29 4. 2 Cálculos para determinar composição do Rebanho ........................................................... 29 5 CÁLCULO DA DIETA PARA O LOTE DE MAIOR PRODUÇÃO ............................ 30 5. 1 Alimento volumoso Brachiaria brizantha a pasto associado com Farelo de Milho (energia) e Farelo de algodão (proteína)................................................................................... 31 5. 2 Alimento volumoso Silagem de sorgo Associado com Farelo de Milho (energia) e Farelo de Algodão (proteína). .............................................................................................................. 33 5. 3 Alimento volumoso Silagem de Cana-de-açúcar + Capim Elefante associado com Farelo de Milho (energia) e Farelo de Girassol (proteína). ................................................................. 36 5. 5 Necessidade de quantidade de Brachiaria brizantha para o plantel de animais. .............. 39 5. 6 Quantidade de silagem de sorgo para o plantel de animais. .............................................. 39 5. 6. 1 Quantidade de silos de sorgo ......................................................................................... 40 5. 8 Quantidade de silagem de cana-de-açúcar associado a capim elefante para o plantel de animais. ................................................................................................................................ 41 5. 6. 1 Quantidadede silos de cana-de-açúcar associado a capim elefante .............................. 42 6 MANEJO REPRODUTIVO DE VACAS GIR LEITEIRAS .......................................... 42 6. 1 Práticas de Manejo Reprodutivo de Vacas Gir Leiteiras ................................................... 42 6. 2 Plantel da Fazenda ............................................................................................................. 43 6. 2. 1 Desmame e Escolha das Bezerras ................................................................................. 44 6. 2. 2 Escolha das Novilhas ..................................................................................................... 45 6. 2. 3 Escolha dos Touros ........................................................................................................ 47 6. 3 Estação Reprodutiva de Novilhas ...................................................................................... 47 6. 4 Estação Reprodutiva de Vacas .......................................................................................... 49 6. 4. 1 Descarte de Vacas e Reposição de Matrizes ................................................................. 50 6. 4. 1. 1 Idade .......................................................................................................................... 50 6. 4. 1. 2 Problemas de Infertilidade ......................................................................................... 50 6. 4. 1. 3 Habilidade Materna ................................................................................................... 51 6. 5 Intervalo Entre Partos ........................................................................................................ 52 6. 6 Identificação de Cio ........................................................................................................... 53 6. 7 Programa de Inseminação .................................................................................................. 54 6. 8 Taxa de Concepção ............................................................................................................ 55 6. 9 Diagnósticos Gestacional .................................................................................................. 55 6. 10 Período de Secagem das Vacas ....................................................................................... 56 6. 11 Parto ................................................................................................................................. 56 6. 11. 1 Problemas Durante o Parto .......................................................................................... 56 6. 11. 2 Involução Uterina ........................................................................................................ 57 6. 12 Restabelecimento do Cio Pós – Parto e Nova Inseminação ............................................ 57 6. 13 Eficiência Reprodutiva .................................................................................................... 58 7 MANEJO PROFILÁTICO DO REBANHO LEITEIRO ............................................... 59 7. 1 Cuidados com o Bezerro.................................................................................................... 59 7. 1. 1 Colostragem ................................................................................................................... 60 7. 1. 1. 1 Colostragem Artificial ............................................................................................... 60 7. 1. 2 Cura de Umbigo ............................................................................................................ 60 7. 1. 3 Triagem para Tristeza Parasitária Bovina (TPB) .......................................................... 61 7. 1. 4 Manejo de Aleitamento ................................................................................................. 63 7. 1. 5 Diarreias ........................................................................................................................ 63 7. 1. 6 Pneumonias .................................................................................................................... 64 7. 2 Cuidados com as Novilhas e Vacas ................................................................................... 64 7. 3 Controle de Mastite ........................................................................................................... 65 7. 4 Prevenção de Problemas Podais ........................................................................................ 66 7. 5 Prevenção de Problemas Reprodutivos ............................................................................. 66 7. 6 Controle Geral de Verminoses .......................................................................................... 66 7. 7 Controle Geral de Ectoparasitas: Carrapatos ..................................................................... 66 7. 8 Controle de Moscas ........................................................................................................... 67 7. 9 Vacinação .......................................................................................................................... 67 7. 7 Controle de Raiva .............................................................................................................. 68 7. 8 Controle de Febre Aftosa ................................................................................................... 69 8 INSTALAÇÕES PARA GADO LEITEIRO GIR ............................................................ 69 8. 1 Terreno............................................................................................................................... 69 8. 2 Orientações das Instalações ............................................................................................... 69 8. 3. 3 Currais ........................................................................................................................... 71 8. 3. 4 Sala de Ordenha ............................................................................................................. 71 8. 3. 5 Pastos ............................................................................................................................. 72 8. 3. 6 Piquetes para Vacas no Pré-Parto .................................................................................. 74 8. 4 Separação de Vacas em Lotes ........................................................................................... 74 8. 4. 1 Por Dias em Lactação – DEL ........................................................................................ 74 8. 4. 2 Por Mérito Leiteiro ........................................................................................................ 74 8. 5 Áreas de Pasto ................................................................................................................... 75 8. 6 Áreas com Plantação de Cana-De-Açúcar......................................................................... 75 8. 7 Áreas com Plantação de Sorgo .......................................................................................... 75 8. 8 Áreas com Plantação de Capim Elefante ........................................................................... 75 8. 9 Área Pulmão ...................................................................................................................... 75 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 76 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 771 INTRODUÇÃO 1. 1 Caracterização da propriedade Fazenda Localizada a 75 km (próximo BR 365) do município de Montes Claros tendo como proprietário o Senhor João Pereira Costa. É especializada na criação de vacas da raça Gir para a produção de Leite e venda de bezerros machos após desmame. A propriedade possui um total de 130 hectares ou 1.400.00 m 2 divididos em áreas de pastejo com Brachiaria brizantha e plantações de forrageiras como capim elefante, cana-de- açúcar e sorgo que utilizados para produção de silagem nos períodos secos e picados e servidos a coxo na época das águas. Possui uma casa sede e uma casa de caseiro. Possui currais de alvenaria com coxos e bebedouros, sendo um dos currais com brete coberto. Possui instalações como sala de ordenha, casa para armazenagem de leite com tanque de resfriamento, sala de almoxarifado, um pequeno galpão para armazenagem de ração e ao lado um pequeno escritório. Há um rio que passa dentro das delimitações da propriedade. 1. 2 Histórico de Bovino da Raça Gir O Gir é uma raça bovina zebuína originária da Índia, das regiões de Gir na Península de Kathiawar, sendo considerada uma das raças de criação mais antiga (ACGZ, 2012). Os primeiros exemplares da raça Gir, provavelmente, devem ter sido introduzidos no Brasil por volta de 1906, em uma das importações efetuadas por Teófilo Godoy. No entanto, o Sr. Wirmondes Machado Borges, criador no Triângulo Mineiro, afirmou ter sido o introdutor da raça no Brasil em 1919. Mais quatro importações da Índia, ocorridas em 1930, 1955, 1960 e 1962, foram extremamente importantes para a formação do Gir brasileiro (ACGZ, 2012). Na década de 30, alguns criadores identificaram em diferentes plantéis, exemplares Gir que se destacavam por sua capacidade leiteira. O Gir Leiteiro é resultado da seleção efetuada por entidades governamentais (Em Umbuzeiro na Paraíba e em Uberaba em Minas Gerais na Fazenda Getúlio Vargas) e por criadores particulares nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que fundamentaram seu trabalho dando ênfase na seleção para leite. Formou-se um biotipo especializado, com produções aferidas que permitem distinguir os animais pelo desempenho e por conhecimento do nível de produção de sua linhagem, desde bisavós, avós, mãe, pai, irmãos e filhas (ACGZ, 2012). Figura 01: Gir Leiteiro. Fonte: http://gadosdeleita.blogspot.com.br/2013/12/gir-leiteiro-origem-india.html. 1. 3 Adaptação O Gir Leiteiro é reconhecidamente o zebuíno de maior produtividade leiteira em clima tropical. A raça apresenta características adequadas, oportunas e peculiares para alcançar crescentes níveis de progresso na pecuária leiteira mundial (ABCGIL, 2015). Por ser uma raça originária da Índia, um país tropical, e com muitas semelhanças das condições climáticas brasileiras, o Gir Leiteiro encontrou no Brasil ambiente propício para expressar seu potencial na produção de leite. A raça caracteriza-se pela resistência a endo e ectoparasitas. Outra característica é o sistema termorregulador que permite que a vaca tolere altas temperaturas sem entrar em estresse térmico, comum em outras raças leiteiras, principalmente as europeias. Tem grande capacidade de converter pastagens em leite, tornando o custo de produção da atividade mais baixo do que os animais confinados. Por apresentar maior rusticidade e resistência a raça dispensa a grande utilização de medicamentos e carrapaticidas que deixam resíduo no leite (ABCGIL, 2015). 1. 4 Características da Raça Na aparência geral da raça a cabeça apresenta-se com perfil ultra-convexo, média, fina e seca, com a fronte larga e marrafa jogada pra trás, não podendo apresentar nimbure. Possui chanfro reto, estreito e delicado, o focinho preto e largo, úmido, com narinas dilatadas, os lábios grossos e firmes, a boca grande e olhos de formato elíptico, brilhantes e de pigmentação escura, protegidos por rugas das pálpebras superiores e cílios pretos, orelhas de comprimento médio começando em forma de tubo enrolada sobre si mesma, abrindo em seguida para fora, curvando para dentro na ponta e voltada para a face (“gavião”). Os chifres são escuros, simétricos, grossos na base, saindo para baixo e para trás, de seção elíptica se dirigindo para cima e curvando para dentro. Em relação à pele e pigmentação, os pelos são finos, curtos e sedosos. A pele é preta ou escura, permitindo melhor tolerância à incidência solar (ABCGIL, 2015). A vaca Gir Leiteira deve apresentar ossatura forte e limpa. Quanto à angulosidade o animal deve ter formato triangular de lado, de frente e por cima, com grande capacidade respiratória, cardíaca e digestiva, com garupa ampla. O Pescoço deve ser médio, leve, oblíquo, alto e bem inserido à cabeça e harmoniosamente implantado ao tronco, com musculatura pouco evidente, descarnado, no entanto, no bordo superior, a musculatura apresenta-se mais desenvolvida. A barbela deve ser média, enrugada, solta e flexível, começando bífida debaixo da ganacha (ABCGIL, 2015). A região dorso-lombo longilínea deve ser retilínea, ampla e forte. A linha dorso- lombar deve ser proporcional ao conjunto do animal, equilibrada quanto à horizontalidade e largura, comprida no dorso e larga no lombo seguindo com a bacia comprida e ancas largas e aparentes. A garupa deve ser larga com comprimento e nivelamento o que irá refletir numa melhor ou pior conformação de pernas, pés e do úbere, bem como à facilidade de parto. Os íleos e ísquios devem ser largos e espaçados, guardando as devidas proporções. Deve possuir um bom nivelamento de garupa, com inclinação entre íleos e ísquios (ângulo da garupa) de 200° a 300°. O osso sacro não deve ser saliente (ABCGIL, 2015). Em relação à capacidade corporal o tórax deve ser amplo e profundo, devendo apresentar costelas largas e longas, oblíquas e chatas, bem arqueadas, afastadas entre si, sem acúmulo de gordura, indicando grande capacidade cardiorrespiratória. Para sua capacidade digestiva o abdômen deve ser longo, largo, limpo e alto. Deve ser volumoso permitindo visualizar a forma de “barril”. O corpo de uma vaca Gir boa produtora de leite deve ter altura e comprimento compatível com sua idade. O ideal são animais de tamanho mediano, pois são os mais eficientes em um sistema de produção a pasto. Os flancos (vazio) devem ter pele fina e evidente e apresentar ligeira concavidade (ABCGIL, 2015). No sistema mamário o úbere deve ser amplo, comprido, largo e profundo, apresentando grande capacidade de armazenagem de leite, volume compatível com a idade e estádio da lactação, fazendo pregas quando vazio. A consistência deve ser macia e elástica (glanduloso). Seu piso deve ser nivelado e não ultrapassar a linha do jarrete. Deve apresentar ainda proporcionalidade entre a parte anterior e posterior. Os quartos anteriores devem se apresentar avançados para frente e aderidos ao ventre e os quartos posteriores bem projetados para trás e para cima. O ligamento central possui grande importância devendo ser forte e bem evidente, garantindo a sustentação e integridade do úbere que deve estar bem aderido à região inguinal. Quando visto por trás, evidencia-se o sulco do ligamento suspensor central. As características do ligamento central estão diretamente ligadas à longevidade do úbere e permanência do animal no rebanho (ABCGIL, 2015). Os membros anteriores devem ser de tamanho médio com ossatura forte, espáduas compridas e oblíquas, inserindo harmoniosamente ao tórax, o braço e antebraço com musculatura pouco evidente, com joelhos e mãos bem posicionados. O ângulo dos pés deve ser de aproximadamente 45°. Nos membros posteriores as pernas devem ser limpas,mas com boa cobertura muscular, não devendo apresentar culote pronunciado, com tendões e ligamentos evidentes. Vistos por trás, os membros posteriores devem ser bem afastados um do outro para dar lugar a um úbere volumoso. Deve possuir aprumos íntegros, com articulações fortes, angulação correta e jarretes bem posicionados. O ângulo das quartelas nos cascos deve ser de aproximadamente 45° (ABCGIL, 2015). Figura 02: Modelo da “Vaca Ideal” da raça Gir Leiteiro segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL). Fonte: http://girleiteiro.org.br/?conteudo,150. 1. 5 Produção Leiteira O Leite produzido pelas vacas Gir leiteiro é de grande qualidade nutricional. O Gir Leiteiro produz um leite com grande porcentagem de gordura (4,2%) e proteína (3,1%), sendo assim um produto bastante apreciado pela indústria de laticínios. Outra vantagem é a produção do Leite A2, que diminui a incidência de alergias a determinada proteína do leite, comum em outras raças leiteiras (ABCGIL, 2015). A produção média do Gir Leiteiro (3.254 kg/305 dias) corresponde a mais de três vezes a média nacional (960 kg). A duração de lactação é de 305 dias com média diária de 12 kg de leite. No Brasil possui mais de 2.000 vacas raça Gir, com lactações acima de 5.000 kg e com 500 animais com produções acima de 7.000 kg. Em Torneio Leiteiro já se alcançou 49 kg de leite/dia (TROPICAL GENÉTICA, 2016). 1. 6 Comércio Atualmente, Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), fundada em 1980, o Gir Leiteiro passa por um período de acelerado desenvolvimento. A pecuária leiteira de países tropicais necessita de opções que permitam uma exploração mais eficiente dentro de suas realidades econômica e ambiental sendo que o Gir Leiteiro se adequa a esta exigência leiteiras (ABCGIL, 2015). O interesse por animais ou sêmen da raça está em crescente expansão, não só no Brasil, como em todo o mundo tropical. O Gir Leiteiro vem sendo utilizado cada vez mais para o cruzamento de animais com algum grau de sangue europeu com a finalidade de promover a heterose ou choque de sangue. Este cruzamento tem o objetivo de aumentar a rusticidade, vigor e docilidade dos animais sem causar prejuízo para a produção leiteira (ABCGIL, 2015). Com o Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro – PNMGL, implementado em 1985, ocorreu à promoção do melhoramento genético da raça Gir Leiteiro por meio da identificação e seleção de touros geneticamente superiores para as características de produção (leite, gordura, proteína e sólidos totais), de conformação e de manejo, realizando teste de progênie para identificar os valores genéticos dos touros leiteiros (ABCGIL, 2015). 1. 7 Índices Zootécnicos Conhecer os índices zootécnicos da Raça Gir Leiteiro permite melhor manejo reprodutivo e produtivo dos animais do sistema. Permite ajustar o rebanho a obter índices satisfatórios além ser uma ferramenta para a escolha e seleção de um rebanho leiteiro com melhor produção. Tabela 01: Índices Zootécnicos Raça Gir Leiteiro Intervalo entre partos 14 – 16 meses (420 – 480 dias). Duração da lactação 9,5 – 10 meses (293 – 305 dias). Produção média de leite por lactação (10 meses) 3.254 kg – 4.527 kg (10 kg – 12 kg leite dia). Idade a 1° cria 44 – 46 meses (3,5 – 4 anos) ou 300 kg de PV. Período de Gestação 9,5 meses (280 – 290 dias). Leite Gordura: 4,04% Proteína: 3,03% Lactose: 4,58% Sólidos Totais: 12,81% Fonte: LEDIC, 1993; QUEIROZ, 2012; VILAS BOAS, 2013; PRATA et al., 2014. 2 PLANEJAMENTO E MANEJO NUTRICIONAL Um sistema de alimentação para vacas em lactação, para ser implementado, é necessário considerar o nível de produção, o estágio da lactação, a idade da vaca, o consumo esperado de matéria seca, a condição corporal, tipos e valor nutritivo dos alimentos a serem utilizados (EMBRAPA, 2003). 2. 1 Nutrição de Bezerros Ao nascer, o bezerro é um monogástrico, com o estômago apresentando características diferentes do ruminante adulto, não sendo capaz de utilizar alimentos sólidos, tem reflexo para mamar e todas as condições fisiológicas e bioquímicas para utilizar o leite. Sob condições normais de alimentação e manejo, em sessenta a noventa dias este bezerro se transforma em ruminante com habilidade para sobreviver com alimentos volumosos e concentrados, com o rúmen-retículo apresentando atividade microbiana relevante, desenvolvimento de papilas em suas paredes e capacidade de absorção de nutrientes pelas paredes do rúmen-retículo (EMBRAPA, 2003). A fase de aleitamento é natural. No aleitamento natural, o bezerro obtém o leite mamando diretamente no úbere da vaca. O aleitamento artificial consiste em fornecer a dieta líquida em balde, mamadeira ou similar e também pode ser utilizado de forma a racionalizar o manejo dos animais, ordenhar com mais higiene e controlar a quantidade de leite ingerida pelo bezerro. Em ambos os tipos de aleitamento, o importante é fornecer colostro o mais rápido possível, garantindo a sobrevivência do bezerro nas primeiras semanas após o nascimento e fornecer os anticorpos (EMBRAPA, 2003). O concentrado inicial a ser fornecido aos bezerros, do nascimento até os 60 ou 70 dias de idade, independente do sistema de aleitamento utilizado. Os alimentos concentrados precisam ser de boa qualidade, como grãos de milho, farelo de girassol, farelo de algodão, farelo de soja e misturas minerais e vitamínicas para garantir ganho de peso dos animais. A utilização de ureia nos concentrados iniciais para bezerros recomenda-se o seu uso somente após os três meses de idade, quando o rúmen estará desenvolvido o suficiente para utilizar o nitrogênio não proteico da dieta. Após o desmame, o consumo de concentrado aumentará rapidamente, devendo-se limitar a quantidade fornecida para estimular o consumo de volumoso. Tem-se sugerido o fornecimento de 1 a 2 kg de concentrado com 12% de proteína bruta e 66% de nutrientes digestíveis totais - NDT, dependendo da qualidade do alimento volumoso utilizado (EMBRAPA, 2003). Um bom volumoso, feno ou verde picado, deve ser fornecido desde a segunda semana de idade, sendo que podemos usar cana-de-açúcar associado com capim elefante ainda novo. Também se pode deixar o bezerro ingerir o pasto junto com a mãe. Antes dos três meses de idade as silagens não devem ser utilizadas, pois não propiciaram desenvolvimento do rumem (EMBRAPA, 2003). Quando o bezerro estiver consumindo 600 a 800 g de concentrado por dia, de maneira consistente, ele estará pronto para ser desmamado, independentemente de sua idade, tamanho ou peso. Porém do sistema Gir leiteiro este só será desmanado quando a mãe for entrar em período de secagem, pois está só faz a descida do leite com o bezerro ao pé. O cálculo do ganho de peso médio diário é calculado subtraindo o peso ao desmame pelo peso ao nascimento, dividido pelo número de dias entre o desmame e o nascimento. O ganho de peso médio diário deve ser superior a 0,350 kg dia (EMBRAPA, 2003). A água deve estar à disposição desde a primeira semana de idade, precisando ser limpa e de uma fonte confiável (EMBRAPA, 2003). Figura 03: Bezerra Gir. Fonte: http://www.fazendacabeceiradoprata.com.br/blog/nasce-framboesa-bezerra-gir- leiteiro-2/. 2. 2 Nutrição de Novilhas Do início desta fase, dos 80 - 90 kg de peso vivo até a puberdade, o monitoramento do ganho de peso diário é fundamental, não devendo ultrapassar 900 g por dia. Este procedimento evita a má-formação da glândula mamária (acúmulo de gordura e menor quantidade de tecidosecretor de leite) resultando em menor produção de leite durante a primeira lactação. A idade à primeira cobrição determinará a alimentação das novilhas nesta fase. O peso vivo para cobrição das novilhas da raça Gir deve ser de 300 kg (EMBRAPA, 2003). Pastos de excelente qualidade e bem manejados podem suprir os nutrientes para o crescimento das novilhas, desde que uma mistura mineral esteja sempre à disposição. A suplementação volumosa na época seca deve ser feita com forragens verdes picadas como cana-de-açúcar, capim elefante e silagens. Para o fornecimento de volumosos em cochos, é necessário minimizar a competição por alimento entre os animais manejados em grupos. Para isto, é importante propiciar aos animais área de cocho suficiente, permitindo que todos tenham chance de se alimentar, sendo a área de cocho calculada considerando 0,7 m 2 para cada animal (EMBRAPA, 2003). O fornecimento de concentrado às novilhas é dependente da idade, da qualidade do alimento volumoso utilizado e do plano de alimentação adotado. Em geral, até os seis meses, é necessário o fornecimento de 1 a 2 kg de concentrado com 12% de proteína bruta e 61% de nutrientes digestíveis totais. As novilhas devem ter à sua disposição água fresca e limpa diariamente (EMBRAPA, 2003). 2. 3 Nutrição de Vacas O estágio da lactação afeta a produção e composição do leite, o consumo de alimentos e mudanças no peso vivo do animal. Nas duas primeiras lactações da vida de uma vaca leiteira, deve-se fornecer alimentos em quantidades superiores àquelas que deveriam estar recebendo em função da produção de leite, pois estes animais ainda continuam em crescimento, com necessidades nutricionais bastante elevadas. Assim, recomenda-se que aos requerimentos de mantença sejam adicionados 20% a mais para novilhas de primeira cria e 10% para vacas de segunda cria (EMBRAPA, 2003). Recomenda-se alimentar as vacas primíparas separadas das vacas mais velhas. Este procedimento evita a dominância, aumentando o consumo de matéria seca. Vacas que ganham muito peso antes do parto apresentam apetite reduzido devido ao aumento de leptina que se acumula do tecido adiposo, menores produções de leite, distúrbios metabólicos como cetose, fígado gorduroso e deslocamento do abomaso, além de baixa resistência aos agentes de doenças (EMBRAPA, 2003). 2. 3. 1 Nutrição de Vacas Secas (60 dias pré – parto) É o período compreendido entre a secagem e o próximo parto. Em rebanhos bem manejados, sua duração é de 60 dias. É fundamental para que haja transferência de nutrientes para desenvolvimento do feto, que é acentuado nos últimos 60 - 90 dias que precedem o parto, a glândula mamária regenere os tecidos secretores de leite e acumule grandes quantidades de anticorpos, proporcionando maior qualidade e produção de colostro, essencial para a sobrevivência da cria recém-nascida (EMBRAPA, 2003). O suprimento de proteína, energia, minerais e vitaminas é muito importante, mas deve-se evitar que a vaca ganhe muito peso nesta fase, para reduzir a incidência de problemas no parto e durante a fase inicial da lactação. Isso se deve, principalmente, à redução na ingestão de alimentos pós-parto, o que normalmente se observa com vacas que parem gordas. Assim pode se reduzir o fornecimento de alimentos proteicos e manter alimentação com volumoso de qualidade para que o animal entre no período seco sem grandes perdas (EMBRAPA, 2003). Nas duas semanas que antecedem ao parto deve-se iniciar o fornecimento de pequenas quantidades do concentrado formulado para as vacas em lactação, para que se adaptem à dieta que receberão após o parto. As quantidades a serem fornecidas variam de 0,5 a 1% do peso vivo do animal, dependendo da sua condição corporal. O teor de cálcio da dieta de vacas no final da gestação deve ser reduzido para evitar problemas com febre do leite após o parto. A mistura mineral (com nível baixo de cálcio) deve estar disponível, à vontade, em cocho coberto (EMBRAPA, 2003). 2. 3. 2 Nutrição de Vacas no Pós – Parto (parto até 100 dias) As vacas, nas primeiras semanas após o parto, não conseguem consumir alimentos em quantidades suficientes para sustentar a produção crescente de leite neste período, até atingir o pico, o que ocorre em torno de cinco a sete semanas após o parto. O pico de consumo de alimentos só será atingido posteriormente, em torno de nove a dez semanas pós-parto. Por isso, é importante que recebam uma dieta que possa permitir a maior ingestão de nutrientes possível, evitando que percam muito peso e tenham sua vida reprodutiva comprometida. Esse período é conhecido como o período de balanço energético negativo. Gráfico 01: curva de lactação de vacas leiteiras. Fonte: http://boinarede.blogspot.com.br/2017/03/avaliacao-da-condicao-corporal-em.html. No gráfico acima podemos observar que o pico de produção de leite ocorre anteriormente ao pico de ingestão de matéria seca. Deve-se fornecer volumoso de boa qualidade com suplementação, com concentrados e mistura mineral adequada. Vacas de alto potencial de produção devem apresentar um consumo de matéria seca equivalente à pelo menos 4% do seu peso vivo, no pico de consumo. Uma regra prática para determinar a quantidade de volumoso a ser fornecida é monitorar a sobra ou o excesso que fica no cocho. Caso não haja sobras ou se sobrar menos do que 10% da quantidade total fornecida no dia anterior, aumente a quantidade de volumoso a ser fornecida. Caso haja muita sobra, reduza a quantidade. O concentrado para vacas em lactação deve apresentar 18 a 22% de proteína bruta (PB) e acima de 70% de nutrientes digestíveis totais (NDT), na base de 1 kg para cada 2,5 kg de leite produzidos. Pode-se utilizar uma mistura simples à base de milho moído e farelo de soja ou de algodão, calcário e sal mineral ou, dependendo da disponibilidade, soja em grão moída ou caroço de algodão. Vacas em lactação requerem uma quantidade muito grande de água, assim ela deve estar à disposição dos animais, à vontade e próxima dos cochos. Normalmente as vacas consomem 8,5 litros de água para cada litro de leite produzido. Quando a temperatura ambiente se eleva, nos meses de verão, o consumo de água aumenta substancialmente. 2. 3. 3 Nutrição de Vacas no Meio da Lactação (101 aos 200 dias) Neste período, as vacas já recuperaram parte das reservas corporais gastas no início da lactação e já entraram em balanço energético positivo, ou seja, já está ingerido o máximo de matéria seca. Uma boa suplementação garantirá que a redução de leite me relação ao pico de lactação não seja tão grande. O fornecimento de concentrado deve ser feito com 18 a 20% de proteína bruta, na proporção de 1 kg para cada 3 kg de leite produzidos acima de 5 kg, na época das chuvas, e a mesma relação acima de 3 kg iniciais de leite produzido, durante o período seco do ano. 2. 3. 4 Nutrição de Vacas no Final da Lactação (201 aos 305 dias) Neste período as vacas devem recuperar suas reservas corporais e a produção de leite já é bem menor que nos períodos anteriores. Devem-se alimentar as vacas para evitar que ganhem peso em excesso, mas que tenham alimento suficiente, principalmente na época seca do ano, para repor as reservas corporais perdidas no início da lactação. É o período em que ocorre a secagem do leite, encerrando-se a lactação atual e o início da preparação para o próximo parto e lactação subsequente. 2. 3. 5 Touros Os touros devem receber volumosos de boa qualidade, além de 2 kg de concentrado com 65% de NDT e cerca de 20% de proteína. O concentrado fornecido às vacas secas ou novilhas podeser usado. Água de boa qualidade e podem ser fornecidos a vontade além de misturas minerais quando se julgar necessário. Figura 04: Touro Gir. Fonte: http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Boi/noticia/2014/12/pecuaria- morre-touro-gir-conhecido-por-filhas-leiteiras-de-alta-produtividade.html. 3 ALIMENTOS A utilização de alimentos na propriedade é feito de acordo com as necessidades dos animais, épocas do ano em que alguns alimentos estão disponíveis e de acordo com condição financeira para a aquisição dos alimentos, principalmente de concentrados, e de acordo com o valor de mercado, sendo que há o ajuste de outras suplementações minerais quando há aquisição de concentrados de baixa qualidade nutricional. 3. 1 Concentrados Utilizados na Propriedade 3. 1. 1 Farelo de Girassol O girassol pode ser oferecido como alimento alternativo para ruminantes na forma de torta, farelo e silagem, sendo sua quantidade de uso variável em função da espécie e da forma como é oferecido (PEREIRA et al., 2016). A cultura do girassol apresenta fácil adaptação a diferentes condições edafoclimáticas, sendo cultivado desde o sul até o norte do país o ano todo. O farelo de girassol tem sua composição diretamente ligada à quantidade de casca que é removida do grão e o processo utilizado para a extração do óleo. Quando as cascas são preservadas, o farelo apresenta altos teores de fibras e menor potencial energético o que causa queda na qualidade do produto. Apresenta ainda composição química semelhante a farelos de outras oleaginosas tendo, porém, um maior conteúdo de resíduo mineral (cinzas) e fibras. Apresenta quantidade de aminoácidos relativamente balanceada apesar de ser deficiente em lisina, mas apresenta valores interessantes de aminoácidos sulfurados que são limitantes nas leguminosas (PEREIRA et al., 2016). Furlan et al., (2001) recomendam a substituição da proteína do farelo de soja pela proteína do farelo de girassol até o nível de 30%, o que corresponde a cerca de 15% de inclusão de farelo de girassol nas rações (SOARES, 2012). Tabela 02: Composição química do Farelo de Girassol. Nutriente % MS 90 PB 26,80 EE 4,07 FDN 42,40 FDA 27,80 NDT 59,34 Fonte: TAVERNARI, F. C, 2008. 3. 1. 2 Farelo de Milho O milho é considerado um concentrado energético, ou seja, possui menos de 18 % de fibra bruta (FB) e menos de 20% de proteína bruta (PB) (GONÇALVES et al., 2009). O milho pode ser processado e fornecido moído, gelatinizado, floculado, laminado e misturado a forragem, sendo que a forma de fornecimento para o animal afeta na digestibilidade e na absorção. Pode ser utilizado em até 70% do concentrado na alimentação do animal. O grão de milho é composto por 60% de amido, 6,5% de casca, 10% de glúten, 5% de gérmen e 15% de água. Tabela 03: Composição química do Milho Grão. Nutriente % MS 87,64 PB 9,11 EE 4,07 FDN 13,98 FDA 4,08 NDT 87,24 Fonte: Daniel Ananias de Assis Pires Figura 05: Farelo de Milho. Fonte: http://www.mfrural.com.br/busca.aspx?palavras=farelo+milho. 3. 1. 3 Farelo de Algodão e Caroço de Algodão O farelo de algodão é a segunda fonte proteica do mundo, além de fornecer fibra e energia. Possui baixo caroteno e vitamina A, baixo teor de cálcio, baixa lisina, sendo uma boa fonte de riboflavina, ácido pantotênico, colina, niacina e tiamina. Pode ser utilizado até 30% da dieta de vacas de leite. O algodão não deve ser utilizado quando em caroço, pois possui o gossipol que é um fator antinutricional, que ao se acumular no organismo do animal leva a lesões no fígado, possui efeito cardiotóxico, causa hemólise, enfisema pulmonar e problemas de fertilidade. Tabela 04: Composição química do Farelo de Algodão Nutriente % MS 90,18 PB 35,05 EE 1,38 FDN 36,70 FDA 31,24 NDT 69,77 Fonte: Daniel Ananias de Assis Pires. Figura 06: Farelo de algodão. Fonte: http://www.mfrural.com.br/busca.aspx?palavras=farelo+algodao 3. 1. 4 Ureia A ureia tem sido usada na alimentação de bovinos por adequar a ração com proteína degradável no rumem e por possuir baixo custo, diminuindo assim o custo com suplementação proteica em sistemas de criação de gado leiteiro (GUIMARÃES JUNIOR, 2007). É um composto orgânico cristalino, de cor branca, solúvel em água e álcool. É considerada um composto nitrogenado não proteico (NNP). Teoricamente a fornecer 100 g de ureia na dieta do ruminante resultaria em produção de cerca de 290 g de proteína bruta de origem microbiana. No rumem é rapidamente desdobrada em amônia e CO2. A ureia não possui nenhum mineral em sua composição. Sendo também necessário usar misturas minerais como o enxofre (GUIMARÃES JUNIOR, 2007). O fornecimento de ureia costuma ser feito junto a volumosos de baixa qualidade, porém em sistemas que não se costuma usar a ureia os animais precisam passar por processo de adaptação para não ocorrer casos de intoxicação. Tabela 05: Composição Química da ureia. Compostos % Nitrogênio 46,4 Biureto 0,55 Água 0,25 Amônio livre 0,008 Cinzas 0,003 Ferro e Chumbo 0,003 Fonte: GUIMARÃES JUNIOR, 2007. 3. 1. 5 Polpa Cítrica A polpa cítrica (PC) é um subproduto da indústria da laranja ou outras frutas, caracterizada por seu elevado valor energético, 13% inferior ao do milho, segundo NRC, 1996 e por possuir peculiaridades de fermentação que a coloca como produto intermediário entre volumoso e concentrado. Além da vantagem econômica, a época de produção é favorável. Como a safra da laranja é iniciada em maio e concluída em janeiro, esse período coincide com a entressafra de grãos como o milho e com a época de escassez de forragem (MENDES, 2006). Apesar de ser considerado um concentrado energético, a polpa cítrica apresenta teor maior de fibra do que os concentrados energéticos tradicionais, principalmente em relação aos valores de FDA e FDN. A pectina, principal constituinte da polpa cítrica, é considerada um carboidrato estrutural, perfazendo a fibra, mas nutricionalmente é considerada parte da fração carboidratos não estruturais pelas suas características peculiares de degradação ruminal. É conhecida a importância da fibra em rações para animais ruminantes, uma vez que esta atua na manutenção da motilidade ruminal e estímulo à ruminação (MENDES, 2006). Em vacas em lactação pode substituir parte dos grãos em até 20% da MS ou 4kg/cab./dia. Em novilhas e vacas secas até 30% da MS da dieta, em bezerros até 60 dias fornecer apenas até 10% da MS da dieta e em bezerros acima de 60 dias fornecer até 30% da MS da dieta. Tabela 06: Composição química da polpa cítrica. Nutriente % MS 87,95 PB 7,15 EE 3,28 FDN 24,31 FDA 23,01 NDT 65,17 Fonte: Daniel Ananias de Assis Pires. 3. 2 Volumosos Utilizados na Propriedade Os volumosos constituem o principal alimento de ruminantes. Em relação as vacas de leite é necessário o fornecimento de volumosos em boa quantidade e qualidade para que essas tenham e mantenham uma boa produção de leite. 3. 2. 1 Silagem de Sorgo O uso de silagem de sorgo representa uma das principais formas de suplementação de volumosos para o rebanho bovino nacional. É uma espécie que apresenta grandes variabilidades genéticas para as características nutricionais, havendo, portanto, enorme potencial de exploração da mesma e programas de melhoramento capazes de desenvolver híbridos modernos de alto valor nutritivo, que proporcionariam alto desempenho animal, semelhante aos obtidoscom silagens de bons híbridos de milho. Vacas leiteiras alimentadas com silagem de sorgos de alta produção de grãos produziram mais leite que as alimentadas com silagem de sorgo do tipo forrageiro. Tabela 07: Composição química da silagem de sorgo. Nutriente % MS 30-33 PB 4,02 EE 2-3 FDN 71,60 FDA 25-30 NDT 69,65 Fonte: PELEGRINI, M. 2011. 3. 2. 2 Cana-de-açúcar A cana-de-açúcar é um alimento forrageiro muito usado nos períodos de estiagem no Brasil, devido ao fato de poder ser produzida em quantidade nessa, ter custo relativo baixo de produção, além de fornecer grande quantidade de matéria fibrosa aos bovinos, contribuindo para que nessa época, estes não sofram tanto com a perda de peso (MARSÃO; GONÇALVES, 2012). É importante ressaltar que a cana-de-açúcar possuiu alto teor de fibra e açúcar, fornecendo energia aos animais, porém possui baixas quantidades de proteína que precisam ser respostas a esses animais de outras formas (grãos), assim seu uso nunca deve ocorrer de forma exclusiva, pois afeta diretamente o consumo, a digestibilidade velocidade de trânsito das fibras no sistema digestivo, não atendendo as necessidades de mantença dos animais (VALVASORI; PAULINO, 2007). A ureia misturada a cana-de-açúcar funciona como o substrato de nitrogênio para a microbiota ruminal, que o principal ponto a ser manter estável em períodos de dificuldades de fornecimento nutricional para os animais. É importante ressaltar que a ureia é fator toxico para os ruminantes (produção de amônia) quando usada de forma e em quantidades incorretas, assim tanto a quantidade como a velocidade de administração e adaptação dos animais deve ser ajustada (TORRES, 2014). Nos rebanhos leiteiros, devido à alta exigência feita sobre esses animais, não se permite somente o uso da cana-de-açúcar com ureia e sal mineral, pois não será suficiente para suprir as necessidades enérgicas e de produção desses animais, assim é necessário à suplementação com outras fontes de proteína e energia como farelo de soja, milho, farelo de algodão ou arroz, para garantir que esses não percam muito em peso e nem diminuam drasticamente a produção de leite (VALVASORI; PAULINO, 2007). Tabela 08: Composição química da cana-de-açúcar. Nutriente % Matéria seca 26,5 PB 2,60 FDN 50,41 FDA 40,6 Celulose 34,5 Lignina 6,1 Matéria Mineral 4,1 Digestibilidade 57,9 Grau brix 21,0 Fonte: RIBEIRO, L. S.O. et al., 2009. 3. 2. 3 Brachiaria brizantha Tem como principais características resistência às cigarrinhas-das-pastagens, alta produção de forragem, persistência, boa capacidade de rebrota, tolerância ao frio, à seca e ao fogo. Exige solos bem drenados, de média a alta fertilidade onde produz de 8 a 20 toneladas de matéria seca por hectare, por ano (EMBRAPA, 2014). Tabela 09: Composição química da Brachiaria Brizantha. Nutriente % MS 21 PB 10 EE 1,9 FDN 66,8 FDA 36,8 NDT 52 Fonte: LOPES, F. C. F. et al., 2010. Figura 07: Pasto de Brachiaria brizantha. Fonte: http://sementesalvorada.com/sementes/brachiaria-brizantha-cv-mg4/. 3. 2. 4 Cynodon Há várias espécies de Cynodon, chamadas de gramas bermuda, onde destacam-se o Tifton 85 e o Coast-cross. No caso do pastejo rotativo, a Embrapa Gado de leite tem recomendado a utilização de 1 dia de ocupação e 32 dias de descanso no período seco e 25 dias no período das águas (PREDEIRA, 2013). Com boa fertilidade de solo e manejo adequado, os Cynodons comumente proporcionam produção de matéria seca superior a 20 t de MS/ha/ano, com valor nutritivo que pode ser considerado bom, ao redor de 11 a 13% de PB e 58 a 65% de digestibilidade. Apresentam ainda distribuições estacionais de crescimento mais uniformes (proporção relativa da produção total no “inverno” e no “verão”) quando comparados a outros capins (PREDEIRA, 2013). Tabela 10: Composição química do capim Cynodon. Nutriente % MS 63,8 PB 7,9-12,4 FDN 79,0 a 94,3 FDA 43,6 – 57,8 Fonte: CECATO, U. 2008. 3. 2. 5 Capim Elefante O capim elefante (Pennisetum purpureum) é uma gramínea que apresenta características como alta produção de biomassa, boa adaptação aos diversos tipos de solos e boa aceitação pelos animais. É tradicionalmente usada para corte e silagem sendo que seu uso para pastejo vem crescendo nos últimos anos, principalmente para vacas em lactação. Além disso, deve-se considerar, ainda, o uso do capim-elefante na forma de forragem conservada, como alternativa para alimentação animal na época seca do ano (CÓSER, 2000). Em relação à adaptação e tolerância cresce bem a altitudes de até 1.500 metros e a temperatura de 18 a 30°C, podendo suportar o frio e até geadas dependendo do cultivar. Possui baixa tolerância à seca, podendo atravessar a estação seca com baixa produção se possuir raízes profundas, sendo mais bem aproveitada na época de seca quando ensilado. Adapta-se bem a maioria dos solos, exceto solos mal drenados. A produção em toneladas pode chegar a 300 toneladas, sendo que exige solos bem nutridos, sem baixo pH e alumínio. Tabela 11: Composição química do Capim Elefante com 112 dias de idade. Nutriente % MS 20,89 PB 3,16 EE 2,52 FDN 34,64 FDA 46,63 NDT 67,5 Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAhDyUAJ/barragens-subterrneas?part=2. Figura 08: Capim elefante. Fonte: http://sfagro.uol.com.br/viveiristas-sao-licenciados-para-a-venda-de-novo-capim- elefant 4 COMPOSIÇÃO DO REBANHO 4. 1 Vacas Gir: Características do Rebanho Natalidade: 80 % Mortalidade: 5% Idade ao 1° parto: 36 meses Período de Lactação: 9 meses VACAS TOTAIS: 115 4. 2 Cálculos para determinar composição do Rebanho Vacas Paridas: 115 – 100% 100x = 9.200 x = 92 vacas paridas. x – 80% x = 9.200 100 Vacas em Lactação (10 meses) 92 – 12 meses 12x = 920 x = 77 vacas em lactação. x – 10 meses x = 920 12 Vacas Secas = vacas paridas – vacas em lactação. 92 vacas paridas – 77 vacas em lactação = 15 vacas secas. Vacas Problemas = vacas totais – (vacas em lactação + vacas secas). 115 vacas totais – (77 vacas em lactação + 15 vacas secas) 115 vacas totais – 92 vacas = 23 vacas problemas. Bezerros Machos e Fêmeas de 0 a 1 ano. 92 bezerros – 5% de mortalidade = 92 x 0,05 = 4,6, aproximadamente 5 bezerros vieram ao óbito. Assim 92 bezerros – 5 bezerros que morreram = 87 bezerros. Considerando 1/2 fêmeas e machos = 87/2 = 44 bezerras e 43 bezerros ou vice e versa. Novilhas de 1 a 2 Anos (idade ao primeiro parto de 24 meses). Taxa de reforma: 20% 115 – 100% 100x = 2.300 x = 23 novilhas de 1 a 2 anos. x – 20% x = 2.300 100 Novilhas de 2 a 3 anos (idade ao primeiro parto ≥ 24 meses a 36 meses) 115 – 100% 100x = 2.300 x = 23 novilhas de 2 a 3 anos. x – 20% x = 2.300 100 Touros: 1 touro para cada 50 vacas, assim 115/50 = 2,3 ou seja 3 touros. Composição do Rebanho: -Vacas em Lactação: 77 vacas. -Vacas secas: 15 vacas.-Vacas Problemas: 23 vacas. -Bezerros Macho e Fêmeas de 0 a 1 ano: 87 bezerros (44 F e 43 M). -Novilhas de 1 a 2 anos: 23 novilhas. -Novilhas de 2 a 3 anos: 23 novilhas. -Touros: 3 touros TOTAL DO REBANHO: 251 animais. 5 CÁLCULO DA DIETA PARA O LOTE DE MAIOR PRODUÇÃO Para vacas mantidas a pasto, durante o período de menor crescimento do pasto, há necessidade de suplementação com volumosos: capim-elefante verde picado, cana-de-açúcar adicionada de 1% de ureia, silagem, feno ou forrageiras de inverno. Para vacas de alta produção leiteira ou animais confinados, podemos fornecer milho ou sorgo à vontade. No caso da propriedade a dieta consiste em pastejo em piquetes de capim Brachiaria Brizantha no período das águas, em que se possuem pastos verdes. Também é fornecido em coxo, suplementação mineral e de concentrados para completar as exigências dos animais. No período de seca em que há escassez de forragens, trabalha-se com silagem de sorgo e silagem de cana-de-açúcar associada a capim elefante. A dieta é fornecida de forma completa, ou seja o volumoso misturado ao concentrado necessário. O cálculo para a dieta dos grupos de vacas leiteiras, que também é o grupo de maior produção e assim maiores exigências esta descrito abaixo considerando a alimentação a pasto e no coxo nos períodos secos. 5. 1 Alimento volumoso Brachiaria brizantha a pasto associado com Farelo de Milho (energia) e Farelo de algodão (proteína). Vacas com 480 kg de peso vivo, com produção média de 4.500 kg de leite por lactação (10 meses), assim o animal produz (4.500/10 = 450 kg leite por mês, 450/30 = 15 kg de leite dia) 15 kg de leite por dia. Alimento Volumoso: Brachiaria Brizantha. PB: 10% NDT: 52% FDN: 50% MS: 20% Alimentos Concentrados: Farelo de Milho PB: 9,11% NDT: 87,24% Farelo de Algodão: PB: 35,05% NDT: 69,77% Exigência de mantença do animal Kirchof (2004) em Tabelas para Cálculos da Alimentação de Bovinos Leiteiros. Produção: PB → 364 g NDT → 4 kg Mantença: PB → 100 g NDT → 350 kg Ingestão de matéria seca: 3,5% do Peso Vivo (PV). FDN: 1,6% do PV. Exigência total: PB = 364 g + 100 (15) = 364 + 1.500g = 1.864 g ou 1, 87 kg. NDT = 4.000g + 350 g (15) = 4.000 + 5.250 = 9.250 ou 9,25 kg. Ingestão de matéria seca: 3,5% de 480 kg = 16,80 kg Ingestão de FDN = 1,6% de 480 = 7,68. O animal pode ingerir 75% de FDN, ou seja pode ingerir 75% de 7,68 = 5,76 de FDN do alimento volumoso. Assim: 1 – 05 0,5x = 5,76 x = 11,52 kg. x – 5,76 x = 5,76 0,5 O animal pode ingerir 16,80 kg e já ingeriu 11,52 kg, assim este ainda pode ingerir (16,80 kg – 11,52) 5,28 kg de alimento concentrado. A Brachiaria brizantha fornece : PB: 10% de 11, 52 = 1,152 kg de proteína. NDT: 52% de 11, 52 = 6 kg de energia. Assim ainda falta para a vaca consumir: PB: 1,87 – 1, 15 = 0,72 kg de proteína; NDT: 9,25 – 6 = 3, 25 de energia. O animal ainda pode ingerir 5, 28 kg de concentrado para tentar suprir a falta de proteína e energia que não é oferecido pela Brachiaria brizantha. Considerando a proteína ainda faltam 0,72, assim: PB: 5,28 – 100% 5, 28x = 72 x = 13,63% 0,72 – x x = 72 5,28 Farelo de Milho: 9,11 % de PB. Farelo de Algodão: 35,05 % de PB. FM: 9,11 - = 21,42 + FA: 35,05 - = 4,52 = 25,94% FM = 25, 94% – 100 25, 94x = 452 x = 17, 42% 13,63% 4, 52 – x x = 452 25, 94 FA : 25, 94% – 100 25, 94x = 2.142 x = 82, 57% 21, 42 – x x = 2.142 25, 94 Do concentrado que ainda pode ser ingerido: FM: 17, 42% de 5, 28 kg = 0,92 kg; FA: 82, 57% de 5, 28 kg = 4, 35kg; Quantidade de proteína: FM: 9,11% de 0,92 kg = 0,084 kg Supre 1,60 kg de proteína (0,084 + 1,52 kg) FA: 35,05% de 4,35 kg = 1, 52 kg Porém a necessidade proteica da vaca é de 1,87kg, assim ainda fica faltando 0,27 kg de proteína (1,87 kg – 1,60 kg). Quantidade de energia: FM: 87,24 % de 0,92 kg = 0,80 kg Supre 3, 83 kg de energia (0,80 + 3, 03) FA: 69,77% de 4, 35 kg = 3,03 kg Porém a necessidade energética da vaca é de 9, 25 kg, assim ainda falta 5, 42 de energia (9, 25 kg – 5,42 kg). Podemos completar com até 0, 88 litros de óleo que fornecerá mais 1, 98 de energia, assim de 5, 42 de energia, ainda irá faltar 3,44 kg (5,42 kg – 1,98 kg). Também podemos suplementar os animais com fornecimento de ureia (40 a 50 gramas / 100 kg), sal mineral e enxofre. 5. 2 Alimento volumoso Silagem de sorgo associado com Farelo de Milho (energia) e Farelo de Algodão (proteína). Vacas com 480 kg de peso vivo, com produção média de 4.500 kg de leite por lactação (10 meses), assim o animal produz (4.500/10 = 450 kg leite por mês, 450/30 = 15 kg de leite dia) 15 kg de leite por dia. Alimento Volumoso: Silagem de Sorgo PB: 4,02% NDT: 69,65% FDN: 71,60% Alimentos Concentrados: Farelo de Milho PB: 9,11% NDT: 87,24% Farelo de Algodão: PB: 35,05% NDT: 69,77% Exigência de mantença do animal Kirchof (2004) em Tabelas para Cálculos da Alimentação de Bovinos Leiteiros. Produção: PB → 364 g NDT → 4 kg Mantença: PB → 100 g NDT → 350 kg Ingestão de matéria seca: 3,5% do Peso Vivo (PV). FDN: 1,6% do PV. Exigência total: PB = 364 g + 100 (15) = 364 + 1.500g = 1.864 g ou 1, 87 kg. NDT = 4.000g + 350 g (15) = 4.000 + 5.250 = 9.250 ou 9,25 kg. Ingestão de matéria seca: 3,5% de 480 kg = 16,80 kg Ingestão de FDN = 1,6% de 480 = 7,68. O animal pode ingerir 75% de FDN, ou seja pode ingerir 75% de 7,68 = 5,76 de FDN do alimento volumoso. Assim: 1 – 0,716 0,716x = 5,76 x = 8,04 kg. x – 5,76 x = 5,76 0,716 O animal pode ingerir 16,80 kg e já ingeriu 8,04 kg, assim este ainda pode ingerir (16,80 kg – 8,04) 8,76 kg de alimento concentrado. A Silagem de sorgo fornece: PB: 4,02% de 8,76 = 0,35 kg de proteína. NDT: 69,65 % de 8,76 = 6,10 kg de energia. Assim ainda falta para a vaca consumir: PB: 1,87 – 0,35 = 1,52 kg de proteína; NDT: 9,25 – 6,10 = 3,15 kg deenergia. O animal ainda pode ingerir 8, 76 kg de concentrado para tentar suprir a falta de proteína e energia que não é oferecido pela Silagem de sorgo. Considerando a proteína ainda faltam 1,52, assim: PB: 8,76 – 100% 8,76x = 152 x = 17,35% 1,52 – x x = 152 8,76 Farelo de Milho: 9,11 % de PB. Farelo de Algodão: 35, 05 % de PB. FM: 9,11 - = 17.7 + FA: 35,05 - = 8,24 = 25,94% FM = 25, 94% – 100 25, 94x = 824 x = 31,76% 8,24 – x x = 824 25, 94 FA : 25,94% – 100 25, 94x = 1.770 x = 68,23% 17,7 – x x = 1.770 25, 94 Do concentrado que ainda pode ser ingerido: FM: 31,76% de 8,76 kg = 2,78 kg; FA: 68,23% de 8,76 kg = 5,97 kg; Quantidade de proteína: 17,35% FM: 9,11% de 2,78 kg = 0,25 kg Supre 2,34 kg de proteína (0,25 + 2,06) FA: 35,05% de 5,97 kg = 2,09 kg Como a vaca precisa de 1,87 de proteína é a silagem misturada fornece 2,34 kg de proteína, irá suprir bem o animal. Quantidade de energia: FM: 87,24 % de 2.78 kg = 2.43 kg Supre 6,6 kg de energia (2,43 + 4,17) FA: 69,77% de 5,97 kg = 4,17 kg Porém a necessidade energética da vaca é de 9, 25 kg, assim ainda falta 2,65 kg de energia (9,25 kg – 6,6 kg). Podemos completar com até 0, 88 litros de óleo que fornecerá mais 1, 98 de energia, assim de 2,65 de energia, ainda irá faltar 0,67 kg (2,65 kg – 1,98 kg). Também podemos suplementar os animais com fornecimento de ureia (40 a 50 gramas / 100 kg), sal mineral e enxofre. 5. 3 Alimento volumoso Silagem de Cana-de-açúcar + Capim Elefante associado com Farelo de Milho (energia) e Farelo de Girassol (proteína). Vacas com 480 kg de peso vivo, com produção média de 4.500 kg de leite por lactação (10 meses), assim o animal produz (4.500/10 = 450 kg leite por mês, 450/30 = 15 kg de leite dia) 15 kg de leite por dia. Alimento Volumoso: Silagem de Cana-de-açúcar + Capim Elefante PB: 5,76% NDT: 127,5% FDN: 85,05% Alimentos Concentrados: Farelo de Milho PB: 9,11% NDT: 87,24% Farelo de Girassol: PB: 26,80 NDT: 59,34% Exigência de mantença do animal Kirchof (2004) em Tabelas para Cálculos da Alimentação de Bovinos Leiteiros. Produção: PB → 364 g NDT → 4 kg Mantença: PB → 100 g NDT → 350 kg Ingestão de matéria seca: 3,5% do Peso Vivo (PV). FDN: 1,6% do PV. Exigência total: PB = 364 g + 100 (15) = 364 + 1.500g = 1.864 g ou 1, 87 kg. NDT = 4.000g + 350 g (15) = 4.000 + 5.250 = 9.250 ou 9,25 kg. Ingestão de matéria seca: 3,5% de 480 kg = 16,80 kg Ingestão de FDN = 1,6% de 480 = 7,68. O animal pode ingerir 75% de FDN, ou seja pode ingerir 75% de 7,68 = 5,76 de FDN do alimento volumoso. Assim: 1 – 0,85 0,85x = 5,76 x = 6,78 kg. x – 5,76 x = 5,76 0,85 O animal pode ingerir 16,80 kg e já ingeriu 6,78 kg, assim este ainda pode ingerir (16,80 kg – 6,78) 10,02 kg de alimento concentrado. A silagem de cana-de-açúcar + capim elefante fornece: PB: 5,76% de 6,78 = 0,3905 kg de proteína. NDT: 127,5% de 6,78 = 8,65 kg de energia. Assim ainda falta para a vaca consumir: PB: 1,87 – 0,390 = 1,47 kg de proteína; NDT: 9,25 – 8,65 = 0,6 kg de energia. O animal ainda pode ingerir 10,00 kg de concentrado para tentar suprir a falta de proteína e energia que não é oferecido pela silagem de cana-de-açúcar + capim elefante. Considerando a proteína ainda faltam 1,47, assim: PB: 10 – 100% 10x = 147 x = 14,7% 1,47 – x x = 147 10 Farelo de Milho: 9,11 % de PB. Farelo de Algodão: 26,80 % de PB. FG: 26,80 - = 12,1 + FM: 9,11 - = 5,59 = 17,69% FM = 17,69% – 100 25, 94x = 1.210 x = 68,40% 12,1 – x x = 1.210 17,69 FA: 17,69 % – 100 17,69x = 559 x = 31,60% 5,59 – x x = 559 17,69 Do concentrado que ainda pode ser ingerido: FG: 68,40% de 10 kg = 6,84 kg; FM: 31,60% de 10 kg = 3,16 kg; Quantidade de proteína: FM: 9,11% de 3,16 kg = 0,28 kg Supre 2,11 kg de proteína (0,28 + 1,83 kg) FG: 26,80% de 6,84 kg = 1,83 kg Como a vaca precisa de 1,87 de proteína é a silagem misturada fornece 2,11 kg de proteína, irá suprir bem o animal. Quantidade de energia: FM: 87,24 % de 3,16 kg = 2,75 kg Supre 6,80 kg de energia (2,75 + 4,05) FG: 59,34% de 6,84 kg = 4,05 kg Porém a necessidade energética da vaca é de 9, 25 kg, assim ainda falta 2,45 de energia (9, 25 kg – 6,80 kg). Podemos completar com até 0, 88 litros de óleo que fornecerá mais 1, 98 de energia, assim de 2,45 de energia, ainda irá faltar 0,47 kg (2,45 kg – 1,98 kg). 14,7% Também podemos suplementar os animais com fornecimento de ureia (40 a 50 gramas / 100 kg), sal mineral e enxofre. 5. 5 Necessidade de quantidade de Brachiaria brizantha para o plantel de animais. Consumo diário dos animais: 87 bezerros = 5 kg cada/dia 87 x 05 = 435 kg/dia 46 novilhas = 20 kg cada/dia 46 x 20 = 920 kg/dia 115 vacas = 40 kg cada/dia 115 x 40 = 4.600 kg/dia 3 touro = 50 kg cada/dia 03 x 50 = 150 kg /dia TOTAL DE: 6.105 kg/ dia de volumoso. No Norte de Minas Gerais considera-se 3 meses como sendo “águas”. Acrescenta-se mais 1 mês de suplementação, assim a Brachiaria brizantha precisa permanecer no pasto por 4 meses. Então: 120 dias x 6.105/dia = 732.600 kg ou 732,6 toneladas de Brachiaria brizantha precisam ser plantados para suprir a necessidade de volumoso dos animais por dia em 4 meses. Ainda se considera 20% de perda de pastagem, precisando assim acrescer mais 20% a área de plantio: 20% de 732,6 T = 146,12 732, 6 T + 146,52 = 879,12 T de Brachiaria brizantha que precisa ser produzida. A área plantada de Brachiaria brizantha (considerando densidadede 15 T/hectare) será de: 879,12/15 T = aproximadamente 58 hectares ou 580.000 m 2 de pastagem. 5. 6 Quantidade de silagem de sorgo para o plantel de animais. Consumo diário dos animais: 87 bezerros = 5 kg cada/dia 87 x 05 = 435 kg/dia 46 novilhas = 20 kg cada/dia 46 x 20 = 920 kg/dia 115 vacas = 40 kg cada/dia 115 x 40 = 4.600 kg/dia 3 touro = 50 kg cada/dia 03 x 50 = 150 kg /dia TOTAL DE: 6.105 kg/ dia de volumoso. No Norte de Minas Gerais considera-se 8 meses como época de “seca” e em que os animais precisam de suplementação á coxo, pois não grande oferta de pastagens. Acrescenta- se mais 1 mês de suplementação, assim o silo precisa durar em torno de 9 meses. Então: 270 dias x 6.105/dia = 1.648350 kg ou 1.648,35 toneladas de silagem de sorgo para suprir a necessidade de volumoso dos animais por 9 meses. Ainda se considera 20% de perda de pastagem, precisando assim acrescer mais 20% a área de plantio: 20% de 1.648,35 T = 329,7 1.648,35 T + 329,7 = 1978 T de silagem precisam ser produzida. A área plantada de sorgo (considerando densidade de 40 T/hectare) será de: 1978/40 T = aproximadamente 50 hectares ou 500.000 m 2 de plantação de sorgo. Como na propriedade também irá se produzir metades dos silo de cana-de-açúcar associado a capim elefante, será plantado metade da área de sorgo: 50 hectare/2 = 25 hectares de sorgo. 5. 6. 1 Quantidade de silos de sorgo Produção de silo trincheira: Silo trincheira: 1.000 m 2 ; Comprimento: 30 m; Altura: 2 m; Base menor: 4 m; Base maior: 5 m; Área do silo é = 5 + 4 x 2/2 = 9 m 2 Volume = área x comprimento = 9 x 30 = 270 m2. Assim, 1000 kg – 1m3 x = 270.000 m2 ou 270 toneladas de sorgo. x – 270 A área plantada foi de 25 hectares de sorgo que supre 989 T de volumoso (1.978/2). E 989 T/270 = 3 silos de 270 m 2 e 1 silo de 135 m 2 . A outra parte do volumoso será suprimo com o outro silo (cana-de-açúcar + capim elefante). Espessura de corte do silo por dia será: 1 m 3 – 1.000 kg 1000x = 6.105 x = 61,05 m3 x – 6.105 x = 6.105 61,05 m3 = 9 m2 x C 1.000 C = 61,05 m 3 /9 m 2 = 6,8 metros. Serão retirados do silo 6,8 metros de sorgo por dia que serão devidamente distribuídos entre os animais. 5. 8 Quantidade de silagem de cana-de-açúcar associado a capim elefante para o plantel de animais. Consumo diário dos animais: 87 bezerros = 5 kg cada/dia 87 x 05 = 435 kg/dia 46 novilhas = 20 kg cada/dia 46 x 20 = 920 kg/dia 115 vacas = 40 kg cada/dia 115 x 40 = 4.600 kg/dia 3 touro = 50 kg cada/dia 03 x 50 = 150 kg /dia TOTAL DE: 6.105 kg/ dia de volumoso. No Norte de Minas Gerais considera-se 8 meses como época de “seca” e em que os animais precisam de suplementação á coxo, pois não grande oferta de pastagens. Acrescenta-se mais 1 mês de suplementação, assim o silo precisa durar em torno de 9 meses. Então: 270 dias x 6.105/dia = 1.648350 kg ou 1.648,35 toneladas de silagem de para suprir a necessidade de volumoso dos animais por 9 meses. Ainda se considera 20% de perda de pastagem, precisando assim acrescer mais 20% a área de plantio: 20% de 1.648,35 T = 329,7 1.648,35 T + 329,7 = 1.978 T de silagem precisam ser produzida. A área plantada de cana-de-açúcar (considerando densidade de 100 T/hectare) será de: 1.978/100 T = aproximadamente 20 hectares ou 200.000 m 2 de plantação. Como na propriedade também irá se produzir metades dos silos de sorgo será plantada metade da área: 20 hectare/2 = 10 hectares de cana-de-açúcar. A área plantada de capim elefante (considerando densidade de 120 T/hectare) será de: 1.978/120 T = aproximadamente 16 hectares ou 160.000 m 2 de plantação. Como na propriedade também irá se produzir metades dos silos de sorgo será plantada metade da área: 16 hectare/2 = 8 hectares de capim elefante. 5. 6. 1 Quantidade de silos de cana-de-açúcar associado a capim elefante Produção de silo trincheira: Silo trincheira: 1.000 m 2 ; Comprimento: 30 m; Altura: 2 m; Base menor: 4 m; Base maior: 5 m; Área do silo é = 5 + 4 x 2/2 = 9 m 2 Volume = área x comprimento = 9 x 30 = 270 m2. Assim, 1000 kg – 1m3 x = 270.000 m2 ou 270 toneladas x – 270 A área plantada foi de 10 hectares de cana-de-açúcar + 8 hectares de capim elefante que supre 989 T de volumoso (1.978/2). E 989 T/270 = 3 silos de 270 m 2 e 1 silo de 135 m 2 . A outra parte do volumoso será suprimo com o silo de sorgo. Espessura de corte do silo por dia será : 1 m 3 – 1.000 kg 1000x = 6.105 x = 61,05 m3 x – 6.105 x = 6.105 61,05 m3 = 9 m2 x C 1.000 C = 61,05 m 3 /9 m 2 = 6,8 metros. Serão retirados do silo 6,8 metros de silo por dia que serão devidamente distribuídos entre os animais. No momento da administração das silagens é importante que se misture a quantidade concentrado para suprir necessidades proteicas e energéticas dos animais, assim o animal estará recebendo uma dieta completa. 6 MANEJO REPRODUTIVO DE VACAS GIR LEITEIRAS 6. 1 Práticas de Manejo Reprodutivo de Vacas Gir Leiteiras Diversas são as práticas de manejo dentre elas podemos citar a escolha do plantel (macho e fêmeas), o estabelecimento da estação reprodutiva de novilhas e vacas, manejo diferenciado das primíparas, descartes de animais que não são produtivos, reposição de matrizes, intervalo de partos menor, identificação dos cios corretamente, escolha da monta natural e ou inseminação artificial, controle dos fatores que interferem na concepção, diagnóstico precoce de gestação, uso de técnicas corretas de manejo no período seco, parto e pós-parto estas práticas levaram o produtor a alcançar um eficiente sistema produtivo (FIGUEIRÓ et al., 2007). Uma das metas é evitar o ato de endogamia pelo acasalamento de linhagens geneticamente não relacionadas. O índice de reprodução dos animais em uma propriedade leiteira deve ser elevado, garantindo que atividade produtiva torne-se lucrativa. É indispensável que se alcance a meta de uma parição/ano/vaca, assegurando a lactação, produção de novilhas e tourinhos, garantindo rentabilidade ao produtor. Nas práticas de manejo reprodutivo vários fatores devem ser considerados como a compreensão e experiência do produtor e do técnico sobre a ambiência, a sanidade e se há disponível recursos naturais, técnicos e financeiros necessários para implantar as práticas de manejo, visando uma eficiência reprodutiva com índices bons (JUNIOR et al., 2014). Para que um manejo reprodutivo seja adequado este deve ser baseado em uma observação acurada do que ocorre com o rebanho, sendo convertida de alguma maneira em uma escrita zootécnica mínima, possibilitando uma análise que objetiva índices e medidas para se tomar uma decisão sobre as medidas que serão implantadas na propriedade (JUNIOR et al., 2014). Para alguns proprietários quando se utiliza a monta natural à taxa de prenhez é mais elevada quando comparada a monta natural com a inseminação artificial, isto é em decorrência da falha na detecção
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